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AULA_13_ADM I

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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
Vice-Reitoria de Ensino de Graduação – VREGRAD 
 Divisão de Assuntos Pedagógicos – DAP 
	
	CódigoNome da Disciplina J589 – DIREITO ADMINISTRATIVO I
	Créditos Teórico / Prático 4,0
	
	
	Curso DIREITO
	Centro CCJ
	Segundas e Quartas
19h00min – 20h40min
21h00min – 22h40min
Terças e Quintas
09h30min – 11h10min 
	Professor: João Marcelo Rego Magalhães
	Aula 13
	UNIDADE IV – ATO ADMINISTRATIVO
ATO ADMINISTRATIVO
Fatos e atos administrativos 
Requisitos de validade dos atos administrativos: competência, objeto, forma, motivo e finalidade
Motivação dos atos administrativos
Classificação quanto ao conteúdo e quanto à forma
Atributos do ato administrativo
Mérito do ato administrativo
Atos vinculados e discricionários
Desfazimento do ato administrativo – anulação, revogação e cassação
Convalidação do ato administrativo 
Abuso de poder no ato administrativo
Ato administrativo e controle realizado pelo Poder Judiciário 
3. Motivação dos atos administrativos
A motivação dos atos administrativos é a exposição dos motivos que determinaram a prática do ato, a exteriorização dos motivos que levaram a Administração a praticar o ato, a declaração escrita desses motivos.
O fundamento da exigência de motivação dos atos administrativos é o princípio da publicidade. A motivação apenas está expressamente exigida no caso de atos administrativos praticados pelo Poder Judiciário, conforme art. 93. X da CF, entretanto, a doutrina majoritária tem caminhado no sentido de exigir a motivação de todos os atos administrativos. A Lei 9.784/99, ao cuidar do processo administrativo no âmbito federal, não exigiu a motivação de todos os atos, mas fez uma lista de atos que exigem motivação que, por sua amplitude, permite-nos concluir que a grande maioria dos atos administrativos exige sim uma exposição de motivos para sua prática (a motivação passa a ser a regra geral).
Vejamos o conteúdo do art. 50 da Lei 9.784/99:
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
...
4. Classificação quanto ao conteúdo e quanto à forma
Os atos administrativos podem ser classificados levando em conta os mais diversos critérios. Teceremos considerações sobre 2 classificações: 1) quanto ao conteúdo; 2) quanto à forma.
Quanto ao conteúdo os atos administrativos podem ser divididos em:
atos de império;
atos de gestão;
atos de expediente.
Os atos de império são aqueles que a Administração impõe coercitivamente aos administrados. Tais atos não são de obediência facultativa pelo particular. São praticados pela Administração ex officio, ou seja, sem que hajam sido requeridos ou solicitados pelo administrado. São exemplos de atos de império os procedimentos de desapropriação, de interdição de atividades, de apreensão de mercadoria etc.
Os atos de gestão são praticados sem que a Administração utilize sua supremacia sobre os particulares. São atos típicos de administração (geral), assemelhando-se aos atos praticados pelas pessoas privadas. São exemplos de atos de gestão a alienação ou a aquisição de bens pela Administração, o aluguel de imóvel de propriedade de autarquia etc.
Os atos de expediente são atos internos da Administração que visam a dar andamento aos serviços internos desenvolvidos por uma entidade, um órgão ou uma repartição. São exemplos de atos de expediente o encaminhamento de documentos à autoridade que possua competência para decidir, a formalização de um protocolo, o cadastramento de um processo nos sistemas informatizados etc.
Quanto à forma os atos administrativos podem ser divididos em:
a) Decretos;
b) Resoluções;
c) Instruções, circulares, portarias e provimentos;
d) Alvarás;
e) Ofícios;
f) Pareceres;
g) Certidões, atestados e declarações;
h) Despachos.
Os decretos são atos que provêm da manifestação de vontade dos Chefes do Executivo, o que os torna resultantes de competência administrativa específica (e exclusiva). A Constituição alude a eles no art. 84, IV, como forma pela qual o presidente da República dá curso à fiel execução das leis. Dependendo do conteúdo, podemos classificá-los em decretos gerais e individuais: aqueles têm caráter normativo e traçam regras gerais, enquanto estes têm destinatários específicos. Podemos ainda citar a doutrina que os divide em decretos autônomos e regulamentares: aqueles inovam o ordenamento jurídico em temas específicos (CF, art. 84, VI), enquanto estes servem para dar cumprimento às leis (rever o que foi comentado quanto ao poder regulamentar).
As resoluções são atos, normativos ou individuais, emanados de autoridades de elevado escalão administrativo (Ministros de Estado ou secretários estaduais), cujo conteúdo será qualquer matéria que se insira na competência específica da respectiva autoridade. As resoluções são típicos atos administrativos, tendo, portanto, natureza derivada, ou seja, pressupõe sempre a existência de lei ou ato legislativo a que estejam subordinadas.
Instruções, circulares, portarias e provimentos são atos que servem para que a Administração organize sua atividade interna e seus órgãos, e, por esta razão, são denominados por alguns autores de atos ordinatórios. Apesar de serem atos que têm função apenas auxiliar, não é incomum a edição de tais atos com nítido caráter normativo, ora atribuindo e ora modificando a esfera de direitos dos servidores públicos.
Alvará é o instrumento formal expedido pela Administração,que, através dele, expressa concordância em ser desenvolvida certa atividade pelo particular. Seu conteúdo é o consentimento dado pelo Estado, e por isso se fala em alvará de autorização, alvará de licença etc. A doutrina majoritária costuma dizer que os alvarás podem ser precários ou definitivos; precários são os alvarás de autorização, que podem ser concedidos e cassados a qualquer tempo, segundo a conveniência da Administração, enquanto que definitivos são os alvarás de licença, pois a Administração fica vinculada à sua expedição desde que o interessado tenha cumprido os requisitos legais.
Ofícios são atos formais, de intensa utilização na rotina administrativa, através dos quais as autoridades administrativas se comunicam entre si ou com terceiros. Podem ter um conteúdo amplo: solicitações, imposições, recomendações, informações etc.
Os Pareceres consubstanciam opiniões ou pontos de vista de alguns agentes administrativos sobre matéria submetida à sua apreciação. A doutrina divergia quanto à classificação e quanto à possibilidade do parecer vincular a autoridade superior, mas tais divergências perdem sentido em face de esclarecedora decisão do STF, em que o Ministro Joaquim Barbosa teceu considerações acerca dos pareceres jurídicos que devem nortear a doutrina daqui por diante. Pela importância e clareza da decisão faz-se necessária sua transcrição:
STF, Informativo 475, 6 a 10 de agosto de 2007.
Parecer Jurídico e Responsabilização
O Tribunal deferiu mandado de segurança impetrado contra ato do Tribunal de Contas da União - TCU que, aprovando auditoria realizada com o objetivo de verificar a atuação do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem -DNER nos processos relativos a desapropriações e acordos extrajudiciais para pagamento de precatórios e ações em andamento, incluíra o impetrante, então procurador autárquico, entre os responsáveis pelas irregularidades encontradas, determinando sua audiência, para que apresentasse razões de justificativa para o pagamento de acordo extrajudicial ocorrido em processos administrativos nos quais já havia precatório emitido, sem homologação pela justiça. Salientando, inicialmente, que a obrigatoriedade ou não da consulta tem influência decisiva na fixação da natureza do parecer, fez-se a distinção entre três hipóteses de consulta: 1) a facultativa, na qual a autoridade administrativa não se vincularia à consulta emitida; 2) a obrigatória, na qual a autoridade administrativa ficaria obrigada a realizar o ato tal como submetido à consultoria, com parecer favorável ou não, podendo agir de forma diversa após emissão de novo parecer; e 3) a vinculante, na qual a lei estabeleceria a obrigação de "decidir à luz de parecer vinculante", não podendo o administrador decidir senão nos termos da conclusão do parecer ou, então, não decidir. Ressaltou-se que, nesta última hipótese, haveria efetivo compartilhamento do poder administrativo de decisão, razão pela qual, em princípio, o parecerista poderia vir a ter que responder conjuntamente com o administrador, pois seria também administrador nesse caso. Entendeu-se, entretanto, que, na espécie, a fiscalização do TCU estaria apontando irregularidades na celebração de acordo extrajudicial, questão que não fora submetida à apreciação do impetrante, não tendo havido, na decisão proferida pela Corte de Contas, nenhuma demonstração de culpa ou de seus indícios, e sim uma presunção de responsabilidade. Os Ministros Carlos Britto e Marco Aurélio fizeram ressalva quanto ao fundamento de que o parecerista, na hipótese da consulta vinculante, pode vir a ser considerado administrador.
MS 24631/DF, rel. Min. Joaquim Barbosa, 9.8.2007. (MS-24631)
Certidões, atestados e declarações são atos enunciativos, porque seu conteúdo expressa a existência de certo fato jurídico. As certidões representam a reprodução de informação já contida em arquivos ou registros públicos (certidão de nascimento ou de dados funcionais, por exemplo), enquanto os atestados e as declarações são manifestações de agentes administrativos, baseadas em sua fé pública, quanto à ocorrência de determinado fato (atestados de vacina, atestados de oficiais de justiça que não encontram certo réu, etc.).
Despachos são atos administrativos praticados no curso de um processo administrativo. Logicamente, o termo se origina do Direito Processual, que, inclusive, os prevê como forma de manifestação jurisdicional específica (CPC, art. 162, §3º). No Direito Administrativo, contudo, o sentido é mais amplo, porque abrange não só as intervenções rotineiras dos agentes, mas também algumas manifestações de caráter decisório. Como tais manifestações não têm denominação específica, ficou comum tratá-las como despachos.
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