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1 Química Orgânica ISOMERIA ESPACIAL 2 SUMÁRIO Introdução .......................................................................................................................................3 Objetivos ..........................................................................................................................................3 Conceitos .........................................................................................................................................3 Isômeros espaciais .........................................................................................................................3 Isômeros Ópticos ............................................................................................................................3 Sistema R,S ......................................................................................................................................5 Isomeria Cis-Trans ..........................................................................................................................6 Nomenclatura E,Z ...........................................................................................................................7 Exercícios .........................................................................................................................................8 Gabarito ........................................................................................................................................ 10 Resumo ......................................................................................................................................... 12 3 Introdução Nesta aula estudaremos a isomeria espacial ou estereoisometria. Objetivos • Compreender a definição de esteroisometria. • Estudar os tipos de isomeria espacial. Conceitos Nesse material, vamos entender aprender sobre isomeria espacial Isômeros espaciais Isômeros espaciais (também chamados estereoisômeros) diferem na forma com que seus átomos estão organizados no espaço. Os estereoisômeros são substâncias diferentes que não se interconvertem facilmente. Por essa razão, podem ser separados. Há dois tipos de esteroisômeros: isômeros ópticos (apresentam centros quirais) e isômeros geométricos ou cis-trans. Figura 2: Classificação dos isômeros Isômeros ópticos Os isômeros ópticos ou estereoisômeros apresentam a característica de desviar a luz polarizada, ou seja, quando a luz atravessa uma solução contendo isômeros opticos, também chamados de compostos quirais, ela emerge com seu plano de polarização modificado. Para que um composto seja quiral, ele precisa apresentar um carbono assimétrico, ou seja, um carbono que se liga a quatro grupos diferentes. Uma substância quiral pode desviar o plano de polarização no sentido horário ou anti-horário. Os isômeros ópticos podem ser divididos em enantiômeros e diastereoisômeros. Os enantiômeros tem imagem especular, porém não sobreponível, por exemplo, uma mão é quiral, porque a mão esquerda é imagem especular da direita, mas se você 4 tentar sobrepor uma em cima da outra verá que não é possível. Os enantiômeros têm propriedades físicas idênticas (exceto pelo modo com que interagem com a luz polarizada) e propriedades químicas idênticas: eles reagem na mesma razão com dado reagente aquiral. Já os diastereoisômeros são estereoisômeros em que um deles não é a imagem no espelho do outro. Diastereoisômeros têm propriedades químicas diferentes (diferentes pontos de fusão, diferentes pontos de ebulição, diferentes solubilidades, diferentes rotações específicas etc.) e diferentes propriedades químicas já que eles reagem com o mesmo reagente aquiral em proporções diferentes. Vamos ver alguns exemplos para entender melhor essa questão de carbono assimétrico e entender as diferenças entre as moléculas que são enantiômeros e diastereoisômeros. Por exemplo, o carbono marcado com asterisco em 4-octanol é um carbono assimétrico porque está ligado a quatro grupos diferentes (H, OH, CH2CH3CH3 e CH2CH2CH2CH3). O carbono marcado por asterisco em 2,4-dimetil-hexano é um carbono assimétrico porque está ligado a quatro grupos diferentes – metila, etila, isobutila e hidrogênio. Figura 3: Compostos com carbono assimétrico Note que os únicos carbonos que podem ser carbonos assimétricos são carbonos hibridizados em sp3, carbonos hibridizados em sp2 e sp não podem ser assimétricos porque não podem ter quatro grupos ligados a eles. Uma substância com um carbono assimétrico, como o 2-bromobutano, pode existir como dois diferentes estereoisômeros. Os dois isômeros são análogos à mão direita e à esquerda. Imagine um espelho entre os dois isômeros; observe como eles são as imagens especulares um do outro. Os dois isômeros são imagens especulares não sobreponíveis, elas são imagens diferentes. Figura 4: Enantiômeros do 2-bromobutano 5 Figura 5: Enantiômeros e moléculas idênticas Muitas substâncias orgânicas tem mais de um carbono assimétrico. Quanto mais carbonos assimétricos uma substância tiver, mais estereoisômeros serão possíveis para a substância. Se sabemos quantos carbonos assimétricos uma substância tem, podemos calcular o número máximo de estereoisômeros para aquela substância: uma substância pode ter i máximo de 2n esteroisômeros (contanto que não tenha nenhum outro estereocentro), onde n é igual ao número de carbonos assimétricos. Por exemplo, 3-cloro-2-butanol tem dois carbonos assimétricos. Por essa razão, ele pode ter quatro (22=4) estereoisômeros. Figura 6: Esteroisômeros do 3-cloro-2-butanol Os quatro esteroisômeros do 3-cloro-2-butanol constituem-se de dois pares de enantiômeros. Os estereoisômeros 1 e 2 são imagens especulares não sobreponíveis. Eles, portanto, são enantiômeros. Os estereoisômeros 3 e 4 também são enantiômeros. Os estereoisômeros 1 e 3 não são idênticos e não são imagens especulares, sendo exemplos de diastereoisômeros. Os compostos 1 e 4, 2 e 3, e 2 e 4 também são diastereoisômeros. Sistema R, S O sistem R, S é utilizado para nomear os estereoisômeros individuais de uma substância e que indica a configuração (arranjo) dos átomos ou grupos do carbono assimétrico. Para qualquer par de enantiômeros com um carbono assimétrico, um deles terá a configuração R e outro terá a configuração S. Para utilizar esse sistema de nomenclatura devemos seguir algumas orientações: 6 1. Classificar os grupos ligados ao carbono assimétrico em ordem de prioridade, quanto maior o número atômico do átomo que ligado ao carbono assimétrico, maior a prioridade. Figura 7: Passo 1 do sistema R,S 2. Orientar a molécula de modo que o grupo (ou átomo) com menor prioridade esteja apontando para trás do plano do papel. Em seguida, desenhe uma seta imaginária do grupo com maior prioridade para o grupo com a próxima prioridade. Se a seta apontar para o sentido horário, o carbono assimétrico tem a configuração R. Se a seta aponta para o sentido anti-horário, a assimetria do carbono tem configuração S. Figura 8: Passo 2 do sistema R,S Isomeria Cis-Trans Os isômeros geométricos ou cis-trans apresentam uma rotação limitada, pois apresentam ou ligação dupla ou cadeia cíclica. Um exemplo é o 2-penteno, que pode existir como isômero cis e trans. O isômero cis tem os hidrogênios do mesmo lado da ligação dupla,enquanto o isômero trans tem os hidrogênios em lados opostos na ligação dupla. Figura 9: Isômeros cis e trans do 2-penteno. Outros exemplos são as moléculas de 1-bromo-3-clorobutano e 1,4- dimetilciclohexano, conforme figura a seguir, observe que nos isômeros cis os hidrogênios se encontram no mesmo plano, enquanto no trans em planos opostos. 7 Figura 10: Isômeros cis e trans do 1-bromo-3-clorobutano e 1,4-dimetilciclohexano. Nomenclatura E,Z Quando cada carbono sp2 de um alceno estiver ligado a somente um substituinte, podemos usar o termo cis e trans para designar a estrutura do alceno. Se os hidrogênios estiverem de um lado da ligação dupla, este é o isômero cis; caso estejam em lados opostos, este é o isômero trans. Para uma substância como 1-bromo-2-cloropentano, o sistema cis-trans de nomenclatura não pode ser usado porque existem quatro substituintes diferentes nos carbonos vinílicos. O sistema E,Z de nomenclatura foi criado para esse tipo de situação. A nomenclatura em um isômero no sistema E,Z se inicia determinando as prioridades relativas dos grupos ligados a um carbono sp2 e então ao outro carbono sp2. Se os grupos de maior prioridade estiverem no mesmo lado da ligação dupla, o isômero tem a configuração Z. Caso os grupos de maior prioridade estejam em lados opostos da ligação dupla, o isômero tem configuração E. Figura 13: Isômeros E e Z e suas prioridades. As prioridades para os grupos ligados aos carbonos sp2 são determinadas através das seguintes regras: • Regra 1: Depende do número atômico dos átomos diretamente ligados ao carbono. Quanto maior o número atômico, maior a prioridade.. • Regra 2: Em caso de empate, isto é, dois substituintes com o mesmo átomo ligado ao carbono da dupla ligação; deve-se considerar o número atômico dos átomos ligados ao elementos “empatados. • Regra 3: Se um átomo está ligado a outro por ligação dupla, o sistema trata como ligações simples a dois daqueles átomos. Caso seja uma ligação tripla, são tratados como ligações simples a três daqueles átomos. • Regra 4: Quando temos isótopos, isto é, átomos com mesmo número atômico, mas com diferente número de massa; utilizamos essa última característica para determinar a prioridade relativa. 8 Exercícios 1. (BRUICE) Indique se cada uma das seguintes estruturas tem configuração R ou S: a. b. c. d. 2. (BRUICE) As estruturas seguintes são moléculas idênticas ou um par de enantiômeros? a. e b. e c. 9 e 3. (BRUICE) Para as substâncias a seguir, desenhe e identifique os isômeros cis e trans. a. b. 4. (BRUICE) Desenhe e indique os isômeros E e Z para cada uma das seguintes substâncias: a. b. c. d. 10 Gabarito 1. Para resolvermos esse exercício, precisamos colocar em prática o conhecimento adquirido no segundo tópico da seção. Designando as prioridades de cada grupo (ou átomo) e rotacionando a molécula de forma que o grupo com menor prioridade fique para trás, temos: a. Esse composto terá uma conformação R. b. Esse composto terá uma conformação R. c. Para determinar a configuração, desenhe a estrutura com uma quarta ligação. Assim, sai conformação é R. d. Desenhe a estrutura com uma quarta ligação. Rotacione para que o H esteja em uma ligação pontilhada. A configuração do composto rotacionado é S; então, a configuração do composto dado em questão é R. 2. Para resolvermos esse exercício, precisamos colocar em prática o conhecimento adquirido no segundo tópico da seção. O jeito mais fácil para determinar se os compostos são idênticos ou enantiômeros é determinando suas configurações: Se ambos são R, eles são idênticos; se um é R e o outro é S, eles são enantiômeros. Designando as prioridades de cada grupo (ou átomo) e rotacionando a molécula de forma que o grupo com menor prioridade fique para trás, temos: a. Os compostos apresentados tem conformação R, portanto são enantiômeros. b. Os compostos apresentados tem conformação R, portanto são enantiômeros. c. Os compostos apresentados tem conformação S, portanto são enantiômeros. 3. Para resolvermos esse exercício, precisamos colocar em prática o conhecimento adquirido no terceiro tópico da seção. Os isômeros cis têm os hidrogênios do mesmo lado da ligação dupla; enquanto que no trans, os hidrogênios estão em lados opostos. a. Portanto, os isômeros cis-trans são mostrados abaixo: 11 e b. Portanto, os isômeros cis-trans são mostrados abaixo: e 4. Para resolvermos esse exercício, precisamos colocar em prática o conhecimento adquirido no quarto tópico da seção. Na configuração Z, os grupos de maior prioridade estão do mesmo lado da dupla ligação; enquanto, na conformação E, eles estão de lados opostos. a. Portanto, as conformações E e Z do composto são mostrados abaixo: e b. Portanto, as conformações E e Z do composto são mostrados abaixo: e c. Portanto, as conformações E e Z do composto são mostrados abaixo: e d. Portanto, as conformações E e Z do composto são mostrados abaixo: e 12 Resumo Isômeros espaciais ou estereoisômeros Diferem na forma com que seus átomos estão organizados no espaço. São divididos em dois grupos: isômeros cis-trans e isômeros ópticos (com centros quirais). Sistema R, S Primeiro, classifique os grupos ou átomos ligados ao carbono assimétrico em ordem de prioridade (quanto maior o número atômico, maior a prioridade). Em seguida, oriente a molécula de modo que o grupo (ou átomo) com menor prioridade esteja apontando para longe de você. Depois desenhe uma seta imaginária do grupo (ou átomo) com maior prioridade para o grupo (ou átomo) com a próxima prioridade. • Se a seta apontar para o sentido horário, o carbono assimétrico tem a configuração R. • Se a seta aponta para o sentido anti-horário, a assimetria do carbono tem configuração S. Isomeria Cis-Trans Quando cada carbono sp2 de um alceno estiver ligado a somente um substituinte, podemos usar o termo cis e trans para designar a estrutura do alceno. • Isômero Cis: tem os hidrogênios no mesmo plano. • Isômero Trans: tem os hidrogênios em planos opostos. Enantiômeros e Diastereoisômeros • Enantiômeros: possuem imagem especular um do outro e não são sobreponíveis. São capazes de desviar o plano de luz polarizada. • Diastereoisômeros: não são a imagem especular um do outro e realizam o desvio da luz polarizada em ângulos diferentes. Nomenclatura E, Z O sistema de nomenclatura E, Z foi criado para situações em que o composto possui quatro substituintes diferentes nos carbonos vinílicos. • Configuração Z: Se os grupos de maior prioridade estiverem no mesmo lado da ligação dupla. • Configuração E: Se os grupos de maior prioridade estiverem em lados opostos da ligação dupla. 13 Referências BRUCE, P. QUÍMICA ORGÂNICA, V.1, 4º EDIÇÃO, SÃO PAULO, 2001. PG. 180-228.
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