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Fluxo Bidimensional em Meios Porosos Prof. Waldyr Lopes de Oliveira Filho DEMIN/UFOP Percolação em barragens Exemplos de fluxo 2D Equação Geral de Fluxo Hipóteses: Fluxo bidimensional (plano x-z) Solo homogêneo e isotrópico com respeito a k Equação Geral de Fluxo Lei de Darcy na forma generalizada no plano x-z com carga h(x,z) diminuindo na direção de vx e vz x h kikv xx z h kikv zz (1) (2) Equação Geral de Fluxo Derivação da equação de fluxo Na figura abaixo, mostra-se um elemento de solo saturado de dimensões dx, dy, dz, com fluxo acontecendo apenas no plano x-z: Equação Geral de Fluxo dydxdz z v vdzdydx x v v zz x x dydxvdzdyv zx A vazão que entra no elemento será: A vazão que sai: (3) (4) Equação Geral de Fluxo Pela equação da continuidade: (3)-(4)=0 ou 0 z v x v zx 0 2 2 2 2 z h x h , ou lembrando (1) e (2) A equação acima é conhecida como equação de Laplace e é utilizada para descrever muitos fenômenos físicos de grande importância. Solução do problema de fluxo saturado A solução do problema fluxo é representada por uma função do tipo h = h (x,z); t não aparece na função, porque a hipótese é de regime permanente Os métodos existentes são vários Métodos de solução Solução matemática fechada (analítica) Solução utilizando modelos físicos e analogias Soluções aproximadas (numéricas e gráficas) Solução do problema de fluxo saturado Solução matemática fechadas (exata) é conhecida. Esse tipo de abordagem exige certo domínio de cálculo de variáveis complexas. Ex. solução de KozenyMétodo: solução da eq. governadora utilizando métodos matemáticos (EDO, EDP, separação de variáveis, métodos das características (dif. parcial) Aplicação: calibração e validação de modelos numéricos Vantagem: de longe a melhor solução Desvantagem: existem poucas situações de percolação com solução analítica conhecida (domínios muito simples). Variante: técnicas de mapeamento (“conformal mapping”) Consiste em transformar um problema de um domínio geométrico onde a solução é buscada em outro domínio onde a solução Solução do problema de fluxo saturado Modelos físicos e analogia O problema de fluxo tem similaridade com outros fenômenos físicos (transferência de calor, fluxo elétrico, etc). Assim soluções de modelos analógicos podem ter utilidade em proplemas de fluxo. Modelo hidráulico Características: h é proporcional à escala para escoamentos gravitacionais Didático Uso de corantes para linhas de fluxo Piezômetros para definição das equipotenciais Tipos: grandes modelos hidráulicos (1g); modelos em centrifuga (Ng) Vantagem: visualização e reprodução em escala dos problemas reais Desvantagem: demorados e custosos. Solução do problema de fluxo saturado Analogia elétrica Tiveram sua importância no passado, mas são úteis no ensino. Percolação Corrente elétrica Carga hidráulica, h Voltagem, V Vazão, q Corrente, i Velocidade de fluxo, v Densidade de corrente, j Lei de Darcy Lei de Ohm Equação de Laplace Equação de Laplace Solução do problema de fluxo saturado Soluções aproximadas As mais usadas hoje em dia (de longe) Tipos: Métodos numéricos: diferenças finitas, MEF, MEC Método gráfico, traçado de rede de fluxo Solução do problema de fluxo saturado Métodos numéricos Discretização da região de fluxo Solução do problema de fluxo no elemento (MEF, nó para MDF, contorno para MEC) São mais versáteis e aplicam-se a diversas situações (praticamente todas) e condições de contorno (meios não homogêneos e anisotrópicos), qualquer geometria) Solução do problema de fluxo saturado Métodos gráficos Geral Traçado da rede de fluxo com base nas propriedades das linhas de fluxo e linhas equipotenciais, observando igualmente as condições de contorno. Permitem determinar: vazão e velocidade de fluxo, subpressões e gradientes hidráulicos. Destacam-se pela simplicidade de execução e boa aproximação; são muito úteis para solução de um bom número de problemas de percolação. Construção e uso de rede de fluxos Fundamentos Solução geral duas famílias de funções representada por famílias de curvas ortogonais entre si Solução particular obtida usando-se as condições de contorno do problema 0 2 2 2 2 z h x h Eq. de fluxo Construção e uso de rede de fluxos A 1ª família da solução geral é a função potencial f(x,z), tal que: x h kv x x f z h kv z z f É fácil observar: , isto é, a função f(x,z) com aquelas características satisfaz a equação de Laplace (c.q.d.) 02 2 2 2 zx ff f(x,z)=-kh(x,z)+C Se à função f(x,z) for atribuído um valor constante f1, ela representará uma curva ao longo da qual a carga total será constante (h1). Se à função f(x,z) forem atribuídos uma série de valores constantes f1, f2, f3, etc., obtém-se uma família de curvas cada uma com uma carga total diferente. Essas curvas recebem o nome de equipotenciais. Construção e uso de rede de fluxos Uma 2ª função da solução geral da eq. de Laplace é a função fluxo y(x,z), definida como segue z h kv x z y x h kv z x y Pode-se demonstrar facilmente que também essa função satisfaz a eq. de Laplace. Diferenciando a função y(x,z), obtém-se dz z dx x d yyy dzvdxvd xz you Se à função y(x,z) for atribuído um valor y1, então dy=0, então Construção e uso de rede de fluxos x z v v dx dz Ou seja, a tangente em cada ponto da curva representada por y(x,z)=y1 especifica a direção da resultante da velocidade de fluxo naquele ponto: a curva, portanto representa uma trajetória de fluxo. Se à função y(x,z) atribuirmos uma série de valores constantes y1, y2, y3, etc., uma 2ª família de curvas se constitui, representando cada uma, uma trajetória de fluxo. Essas curvas são conhecidas como linhas de fluxo. Construção e uso de rede de fluxos O conjunto das linhas de fluxo e das linhas equipotenciais dá-se o nome de rede de fluxo. Exemplo de linhas de fluxo: Construção e uso de rede de fluxos Exemplo de linhas de fluxo: Construção e uso de rede de fluxos Exemplo de rede de fluxo: Construção e uso de rede de fluxos Construção e uso de rede de fluxos Propriedades das linhas de fluxo e das linhas equipotenciais A vazão por unidade de comprimento entre duas linhas de fluxo é constante em qualquer seção que se tome entre as linhas. Esse espaço entre as linhas de fluxo se chama canal de fluxo. As linhas de fluxo não se cortam dentro da região de uma região de fluxo (regime laminar). Idem para as linhas equipotenciais A carga total dos pontos de uma linha de fluxo é dada pela soma das parcelas de carga de pressão e carga altimétrica. O escoamento segue por caminhos de maior gradiente, como conseqüência as equipotenciais e as linhas de fluxo são ortogonais entre si (permeabilidade isotrópica).Conceito de canal de fluxo e queda de potencial. Cálculo da vazão A figura a seguir define alguns dos termos associados à rede de fluxo Conceito de canal de fluxo e queda de potencial. Cálculo da vazão b N h b h l h i d L Observe que na malha retangular com dimensões a x b, temos gradiente hidráulico i, Onde b = l, comprimento ao longo do qual se dá o fluxo, h = diferença de carga total entre duas equipotenciais adjacentes, sendo hL a carga total disponível (que provoca o fluxo) e Nd = número de quedas de potencial (não necessariamente um número inteiro). Conceito de canal de fluxo e queda de potencial. Cálculo da vazão Aplicando a lei de Darcy no canal de fluxo, temos a b Nh kA l h kq dL Para que os outros canais de fluxo transmitam a mesma vazão, deveremos ter necessariamente a razão ai/bi = constante, Assim a vazão total, q, por unidade de comprimento (perpendicular ao papel) será: d f Lf N N b a hkNqq Onde Nf = número total de canais de fluxo na rede (não necessaria- mente inteiro) Finalmente, se a=b => a/b=1, a rede será formada então por quadrados curvilíneos Traçado da rede de fluxo Dicas gerais: Inicie com um esboço, em escala, do domínio do problema de fluxo, incluindo os limites e outras características geométricas Faça um desenho pequeno de modo a poder enxergar toda a região de interesse Use papel de boa qualidade, lápis macio, e uma boa borracha (você precisará dela muito) Desenhe os contornos no lado reverso da folha Traçado da rede de fluxo Procedimento: Estabelecer as condições de contorno, isto significa usualmente identificar nos contornos 2 linhas de fluxo limite e 2 equipotenciais extremas. Esboçar a primeira linha de fluxo adjacente a uma das linhas de fluxo limite (no contorno) ou se preferir iniciar com uma linha equipotencial adjacente a uma das linhas equipotenciais de contorno. Expandir o esboço com mais linhas de fluxo e linhas equipotenciais, procurando que a rede seja formada por “quadrados” curvilíneos. Repetir o processo até que na rede traçada se observe o princípio da ortogonalidade Evite trabalhar com muitas linhas de fluxo, bastam três ou quatro para uma razoável estimativa de vazão. Não se preocupe em obter um número inteiro de canais ou quedas de potencial; essa situação deve ser vista mais como exceção do que como regra. Assim sua rede terá uma região de ajuste tanto de linhas equipotenciais quanto de linhas de fluxo. Qualidades e erros no traçado da rede Qualidades e erros no traçado da rede Qualidades e erros no traçado da rede Cálculo da pressão 1ª etapa q qxrefx N h hNhh disp h onde , 2ª etapa xexxp hhh ,, 3ª etapa xpwx hu , Exemplos Barragem de concreto, análise de fluxo pela fundação Barragem de concreto com cortina impermeável, análise de fluxo pela fundação Cálculo do tempo de percolação hk bn t t b bn hk n ik v ou ikv n v v t b v p p p 2 pnikv Assim, ik vque e que se-Sabe . Fluxo não confinado Motivação ver exemplo dos dois tipos (confinado e não confinado) Conceito caracteriza-se por ter a linha de fluxo limite superior à pressão atmosférica (linha freática) e cuja posição não é conhecida a priori. Objetivo dos estudos de fluxo os mesmos da situação confinada, mas necessitando de um método para determinação da freática. Fluxo não confinado Propriedades da freática: Por definição, e w hzz u h uma vez que u=0 Além disso ela separa o fluxo saturado do não saturado, Este último acontece acima dela, embora seja quase sempre pequeno. Fluxo não confinado Consequências Para uma rede de quadrados, ao longo da freática a diferença de carga total é a própria diferença de elevação As equipotenciais encontram a freática em pontos equidistantes verticalmente como ilustrado na figura (h= constante=z) Fluxo não confinado Determinação da freática Solução teórica de Kozeny (rigorosa) Traçado da parábola básica Correções de entrada e saída (devido a Casagrande)
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