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Poliamorismo e Direito das Famílias

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EDER MOREIRA DA SILVA
poliamorismo COMO UMA MODALIDADE FAMILIAR E A NECESSIDADE DE SEU ALBERGUE JURÍDICO 
Rolândia – PR
2019
poliamorismo COMO UMA MODALIDADE FAMILIAR E A NECESSIDADE DE SEU ALBERGUE JURÍDICO 
Trabalho de Conclusão de Curso como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Direito pela Faculdade Paranaense - FACCAR, sob a orientação da Professora, Mestra: Simone Brun.
Rolândia – PR
2019
EDER MOREIRA DA SILVA
poliamorismo COMO UMA MODALIDADE FAMILIAR E A NECESSIDADE DE SEU ALBERGUE JURÍDICO 
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Prof. (Nome do orientador)
Afiliações
________________________________________
Prof. (Nome do professor avaliador)
Afiliações
________________________________________
Prof. (Nome do professor avaliador)
Afiliações
Rolândia, ____ de _______________________ de 2019. 
AGRADECIMENTOS
Agradeço .............
DEDICATÓRIA
..................
EPÍGRAFE
“De tudo, ao meu amor serei atento antes
E com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa lhe dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure”
(“Soneto de Fidelidade” de Vinícius de Moraes)
RESUMO: Neste estudo, elaborado dentro dos ensinamentos do ramo do direito das famílias, abordar-se-á como problemática o tema: poliamorismo, ainda não positivado na norma pátria vigente, mas praticado por brasileiros, e já se apresentando, timidamente, nas jurisprudências brasileiras. Para a desenvoltura do tema, serão primeiramente trazidas à baila questões introdutórias de como o direito das famílias de construiu de forma ampla, e como contemporaneamente ele este está enroupado no direito brasileiro. Ainda considerando a necessidade de esmiuçar o tema, por sua ausência de entendimento pacificado, o trabalho caminhará por temas pertinentes a individualidade, afetividade, felicidade a sexualidade, dentro de uma cultura familiar milenar padronizada e via de regra monogâmica. Também será debatido o poliamorismo como uma nova forma de entidade familiar, fora do albergue legal, mas necessitando de proteção pelo direito das famílias. Por fim serão estudadas jurisprudências produzidas pelos Tribunais brasileiros e seus reflexos na vida social, bem como sinalizações de futuras disposições legais a respeito da temática. Em conclusão, nota-se que o poliamosrismo é sim uma modalidade familiar que demanda, como todas as outras famílias a asilo jurisdicional, todavia na atual situação o Poder Judiciário, quando deparado casos práticos de relacionamentos poliafetivos, acabam se dividindo entre o conservadorismo e o total albergue as pessoas envolvidas, ficando claro que o instituto causa separação nos entendimentos, mesmo sendo praticado por inúmeras pessoas, razão pela qual necessária a adoção de uma interpretação da norma de forma extensível ao mesmo. 
Palavras-chave: Direito das Famílias. Poliamorismo. Normas Jurídicas. 
ABSTRACT: In this study, elaborated within the teachings of the branch of family law, the topic will be considered as problematic: polyamorism, still not positive in the norm current country, but practiced by Brazilians, and already presenting timidly in Brazilian jurisprudence. For the ease of the subject, introductory questions of how the law of the families of constructed of wide form, and as at the same time it is enroupado in Brazilian law, will be first brought to the baila. Still considering the need to scrutinize the theme, due to its lack of pacified understanding, the work will go through themes pertinent to individual, affectivity, happiness and sexuality, within a family culture milenar standardized and monogamous rule. Poliamorism will also be discussed as a new form of family entity, outside the legal shelter but needing protection by family law. Finally, we will study jurisprudence produced by the Brazilian Courts and their impact on social life, as well as signs of future legal provisions on the subject. In conclusion, it is noted that polyamoryism is rather a family modality that, like all other families, requires judicial asylum, but in the current situation, the Judiciary, when faced with practical cases of poly-affective relationships, end up dividing conservatism and It is clear that the institute causes separation in the understandings, even though it is practiced by many people, which is why it is necessary to adopt norms that can be extended to it.
Keywords: Family Law. Polyamory. Legal Norms.
SUMÁRIO
	INTRODUÇÃO...............................................................................................................................................
	10
	1. Direito das famílias.........................................................................................................................
	11
	2. O DIREITO AO EXERÍCIO SATISFATÓRIOA DA SEXUALIDADE....................................................
3. FAMILIAS PLURAIS..................................................................................................................................
	16
18
	4. MONOGAMIA E POLIAMORISMO.........................................................................................................
5. A FAMILIA ATUAL...................................................................................................................................
6. A (IN) EXISTÊNCIA DO ALBERGUE JURÍDICO AS ENTIDADES FAMILIARES POLIAFETIVAS
	23
27
29
	7. considerações finais.......................................................................................................................
	36
	8. referências BIBLIOGRÁFICAS...................................…..................................................................
	37
	9. Anexos
	
	
	
	
	
�
INTRODUÇÃO 
Neste estudo, buscar-se-á estudar uma forma de instituição familiar, fundada no poliamor tendo como problemática a demonstração da necessidade das instituições familiares poliafetivas receberem um albergue jurídico pacificado e que atenda às necessidades fundamentais dos parceiros envolvidos.
A palavra poliamor (polyamory) teve seu primeiro registro bibliográfico no ano de 1953, na obra intitulada Illustrated History of English Literature, Volume 1, do escritor Alfred Charles Ward, e também apareceu na obra de ficção, Hind’s Kidnap, de Joseph McElroy, no ano de 1969, associada à ideia de que a instituição da família está acabada, ante a necessidade do ser humano em satisfazer seus anseios biológicos e afetivos, certo que a mesma se traduz em relacionamentos com três ou mais pessoas�.
Todavia, o marco inicial de modelo familiar foi o patriarcal, aquele advindo desde o direito romano, onde o homem era o chefe supremo da família, passando pelas modificações promovidas pela adesão as relações humanas de afeto e solidariedade.
Também será demonstrado como o direito das famílias� se metamorfoseou na legislação brasileira, comparando o instituto, desde sua positivação no Código Civil de 1916, passando pela Constituição Federal de 1988, e chegando ao Código Civil de 2002.
Posteriormente serão apresentadas algumas ponderações sobre sexualidade, afetividade e formação de famílias poliafetivas, chegando ao ponto crucial do estudo, qual seja, as disparidades entreas decisões dos Tribunais Brasileiros envolvendo litígios entre os integrantes de famílias poliafetivas, no tocante aos direitos sucessórios/hereditários e previdenciários.
Ao fim, serão analisados casos reais da jurisprudência brasileira, com o fim de demonstrar se há ou não unicidade na mesma, e tentar-se-á concluir o estudo demonstrando se o albergue jurídico das relações poliafetivas pode proporcionar melhoras na vida daqueles que vivem em relacionamentos poliafetivos, mas estão a margem da lei positivada.
1. DIREITO DAS FAMÍLIAS�
O direito em seu conceito geral, traduz-se como um conjunto de técnicas para a organização da sociedade, onde o Estado organiza a vida em sociedade e protege os indivíduos, intervindo para coibir excessos e colisão te interesses, visando harmonizar a vida em comunidade�.
Para Norberto Bobbio�, o conceito de direito deve conter como elemento essencial, primeiramente a sociedade, “em dois sentidos recíprocos que se completem mutuamente: o que não sai da esfera puramente individual” e o de que não existe sociedade no verdadeiro sentido da palavra, sem que nela se manifeste o fenômeno jurídico. De igual maneira o conceito de direito deve abranger a ideia de ordem social, que supere o puro arbítrio não ordenado, e, por fim a ordem social posta pelo direito antes de ser norma, é organização da própria sociedade em que se desenvolve. 
Partindo dessas primeiras e breves explanações, cabe estabelecer também o conceito de família.
A família, segundo Maria Berenice Dias� “é uma construção social organizada, através de regras culturalmente elaboradas que conformam modelos de comportamento” onde todos os seus integrantes possuem uma função (pai, mãe, filhos) sem a necessidade de uma ligação biológica, sendo esta a estrutura familiar que a autora denomina de LAR: Lugar de Afeto e Respeito. 
Neste momento cabe dar o alvitre a icônica obra de Fustel de Coulanges, a cidade antiga, onde é possível ter uma ideia de como as velhas crenças influenciaram os princípios e regras que constituem a base do direito, inclusive do direito brasileiro, mas com um recorte no tema ora em estudo, família.
“Se nós nos transportarmos em pensamento para o seio dessas antigas gerações de homens, encontraremos em cada casa um altar, e ao redor desse altar a família reunida. Ela se reúne cada manhã, para dirigir ao fogo sagrado suas preces; e cada noite, para invocá-lo uma vez mais. Durante o dia, a família reúne-se ainda ao seu redor para as refeições (...). Fora da casa, bem perto, no campo vizinho, há um túmulo. É a segunda morada da família. Lá repousam em comum várias gerações de antepassados; a morte não os separou. (...). O princípio da família não é mais o afeto natural, porque o direito grego e o direito romano não dão importância alguma a esse sentimento. (...) Os historiadores do direito romano, tendo justamente notado que nem o afeto, nem o parentesco eram o fundamento da família romana, julgaram que tal fundamento devia residir no poder do pai ou do marido. Fazem desse poder uma espécie de instituição primordial, mas não explicam como se formou, a não ser pela superioridade de força do marido sobre a mulher, ou do pai sobre os filhos.”�
Notório pelo acima transposto que a base da família era a religião, como também a ausência de afetividade entre seus participantes, estando o poder familiar apenas nas mãos do pai e/ou do marido, que poderia decidir sobre todas as questões inerentes a instituição, conforme seu bel-prazer.
Todavia com o advento do Cristianismo e a transformação do casamento em um ato sacro da Igreja Católica, a família e os filhos passam a ganhar proteção, e de igual maneira à vida do ser humano, pois conforme ensina Rolf Madaleno� “com o advento do cristianismo como religião oficial do Estado Romano, tornam-se inconciliáveis as antigas leis despóticas de poder de mando sobre a vida e a pessoa do filho, sendo proibida a venda, a morte ou entrega do filho a um credor”. 
Em que pese se ouvir a respeito da família desde os primórdios da existência humana, visto que a vida em sociedade ser um fato que atinge a todos, no Brasil, a primeira Constituição Política do Império do Brasil, promulgada no ano de 1824� e a Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil�, promulgada no ano de 1891 nada disciplinavam sobre as famílias.
Foi em julho de 1934, com a promulgação da Constituição Política da República dos Estados Unidos do Brasil�, no título V, capítulo I, tratou-se da família, de forma simplória, nos art. 144 a 147� abordando que a família, era considerada apenas aquela instituída pelo casamento.
A Constituição Federal promulgada em 1937�, tratou da família entre seus art. 124 a 127� não trazendo maiores inovações a temática, bem como, igualmente a Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil� promulgada em 1946, dos art. 163 a 165�, ou seja, o Estado e o Direito entendiam que haviam famílias, apenas aquelas compostas mediante o casamento. 
A Constituição da República Federativa do Brasil�, promulgada no ano de 1967 veio sem mudanças na positivação da norma sobre a família, no art. 167�, mantendo-se firme as ideias anteriormente expostas sobre matrimonio e formação familiar.
A grande mudança começou com a Constituição Federal de 1988, e nesse aspecto Maria Celina Bodin de Moraes aponta:
“A Constituição de 1988 representa o marco fundamental do novo modelo familiar, tendo ela dado o passo definitivo em direção a democratização da família brasileira, seja no que diz respeito ao estabelecimento da igualdade, seja no que tange à garantia da liberdade e à imposição da solidariedade. A Constituição, por outro lado, considerou a família como a base da sociedade (art. 226), isto é, com base de uma sociedade que ela própria define democrática, pois constituída sobre um Estado Democrático de Direito.”�
O Código Civil de 1916, regulamentava a família do século passado, considerando apenas como tal, a formado pelo matrimônio, impedia a sua dissolução além de apresentar distinções entre seus membros, e qualificações discriminatórias�.
Entretanto as modificações e evoluções que sobrevieram sobre as famílias, levaram a alterações, sendo uma das mais expressivas, o Estatuto da Mulher Casada, Lei n º 4.121, promulgada no ano de 1962, que dispunha sobre a situação jurídica da mulher casada, alterando os artigos 6º, 233, 240, 242, 246, 248, 263, 269, 273, 326, 380, 393, 1.579 e 1.611 do Código Civil de 1916 e 469 do Código do Processo Civil de 1939, concedendo a mulher a plena capacidade civil, e poder de adquirir a propriedade de bens�. (Esta lei poderá ser lida na integra junto aos Anexos deste trabalho).
Também vale mencionar a instituição do divórcio por meio da Emenda Constitucional nº 9/1977 e da Lei nº 6.515 de 1977 (vide conteúdo integral em anexos), que eliminou a ideia de família como algo sacro, e isso junto a emancipação da mulher, a descoberta dos métodos contraceptivos, adicionando-se a dissociação dos conceitos de casamento, sexo e reprodução pela engenharia genética, cumulado a promulgação da Constituição Federal de 1988, trouxeram novos princípios e regras a instituição familiar�.
O Código Civil de 2002, que entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003, procurou atualizar os aspectos inerentes as famílias, excluindo expressões preconceituosas e abordando um conceito mais alargado de família, protegendo junto a Constituição Federal de 1988, de forma igualitária todos os seus membros, tanto os membros da união como seus descendentes, independentemente de sua forma de constituição, garantindo a todos proteção jurídica.�
Ou seja, toda esse transcorrer histórico, veio mostrar como a família deixou seu aspecto patriarcal para se tornar um entidade fundamentada no afeto, ultrapassando a necessidade de formalização por casamento, a necessidade de constituição por um homem e uma mulher (relacionamentos homoafetivos), e atualmente a convicção de que os companheiros precisam se limitar a duas pessoas, podendo formar-se as famíliaspoliafetivas com a quantidade de membros que assim se desejar.
 
2. O DIREITO AO EXERÍCIO SATISFATÓRIOA DA SEXUALIDADE
Considerando o exposto no primeiro capítulo, é lógico que a mente conclua que da mesma forma que a família descrita na literatura nasceu restrita e se ampliou, ou seja partiu dos ditames patrimoniais para os da afetividade, a sexualidade na vida humanada também iniciou-se de forma restrita sendo ampla os dias atuais, todavia neste capítulo esta ideia será descontruída, e será demonstrado com base na obra a História da Sexualidade de Micheal Foucautl, que a sexualidade era total, foi restringida e atualmente vem retornando as suas raízes.
Logo, no início na obra acima mencionada�, o autor parte do pressuposto de que, por muito tempo, a sociedade suportou e ainda suporta um regime vitoriano, que determinada uma sexualidade contida, muda, hipócrita, todavia isto nem sempre foi assim.
No início do século XVII as práticas da sexualidade em sociedade não procuravam o segredo, os indivíduos podiam usar de palavras sem reticência excessiva, pois, “eram frouxos os códigos da grosseria, da obscenidade, da decência, se comparados com os do século XIX. Gestos diretos, discursos sem vergonha, transgressões visíveis, anatomias mostradas e facilmente misturadas, crianças astutas vagando, sem incômodo nem escândalo, entre os risos dos adultos: os corpos pavoneavam".�
Ainda em relatos bíblicos, no Livro de Israel, capítulo 1�, pode -se a partir da leitura notar que a população desde os mais baixos quadros sociais até os mais altos possui uma vida sexual totalmente aberta e livre aos impulsos individuais. Pela ideologia do cristianismo (esclarecendo aqui não se tratar de um juízo de valor), um dos grandes problemas de Sodoma era a perversão sexual, em todas as suas esferas, inclusive os relacionamentos homossexuais.
Logo, é nítido que a sexualidade nas sociedades pagãs, seguia um norte sem limites ou restrições, estava sempre sendo exercida pelos indivíduos conforme a melhor satisfatividade ao prazer, respondendo a todos os anseios biológicos de cada ser.
 Com o advento do Cristianismo, a família passa a ganham tons de afetividade, mas a sexualidade se torne reprimida, se limita ao homem e a mulher, dentro do instituto do casamento, ficando todas as demais manifestações do desejo sexual proibidas.
Essa restrição a prática da sexualidade começou seu processo de retorno as matrizes de total liberdade, em 1784, por meio das ideias de Immanuel Kant, conhecidas como Iluminismo, que entendia como a saída do ser humano da menoridade de que ele próprio havia se colocado em decorrência de sua submissão preguiçosa e covarde aos dogmas e fórmulas da autoridade religiosa e política, seria ousar entender, e ainda apresentava como sua exigência fundamental a liberdade de pensamento e expressão�.
Em que pese a inexistência nas ideias de Kant de direcionamentos específicos sobre a sexualidade, o Iluminismo por extirpar as ideias de que tudo vinha de Deus e consequentemente da igreja, e agregando ao conhecimento humano a ciência e o método científico, o eucentrismo, a necessidade de tornar todos os homens cidadãos plenos, com liberdade de expressão, e também a reformulação da sociedade, eliminando privilégios da nobreza e do clero (igreja), permitiu a sociedade sair da Idade Médica. Nasceu uma incitação política, econômica, técnica, a falar do sexo, mesmo sem uma teoria geral da sexualidade, mas sob forma de análise, de contabilidade, de classificação e de especificação, através de um discurso da racionalidade.�
 E quase um século mais tarde, a medicina, entende pela necessidade de falar publicamente, sem uma demarcação entre o lícito e o ilícito, mas como uma coisa que não se deve simplesmente condenar ou tolerar mas gerir, inserir em sistemas de utilidade, regular para o bem de todos. Sobreleva-se ao poder público a exigência de procedimentos de gestão, o que faz com que no século XVIII o sexo se torna questão de polícia pública, isto é, regulamenta-se o sexo por meio de discursos úteis e públicos e não pelo rigor de uma proibição.�
Essa mudança de pensamento filosófico, a intervenção da medicina e o posterior crescimento dos princípios valorativos ao homem, culminaram em uma em uma Constituição Federal no ano de 1988, que trouxe igualdade entre o homem e a mulher, e a dignidade da pessoa humana, e a autodeterminação dos povos, todos princípios que auxiliaram na melhor realização sexual de cada um, em conformidade a sua auto resolução�.
Assim de forma suscinta demonstra-se que a sexualidade antes exercida livremente, passou por severas restrições, libertando-se novamente e chegando a seu estágio atual, de total liberdade, dentro do respeito as normas legais, sendo que esse exercício pleno da sexualidade vem fomentando o nascimento de novas modalidades familiares, denominadas de famílias plurais, como a exemplo a matrimonial, a informal, a homoafetiva, entre outras, como a poliafetiva, objeto deste estudo.
3. FAMÍLIAS PLURAIS
Quanto as modalidades familiares, estas atualmente apresentam várias denominações, sendo indispensável que se entenda um pouco de cada uma para ao fim entender-se o porque na necessidade de que todas sejam atadas aos sustentáculos da norma.
Primeiramente há a família matrimonial, existente desde o direito humano, bem como nas primeiras Constituições Federais, e nos Códigos Civis brasileiros. Esta modalidade como bem explicado se forma pelo casamento formal e solene, tendo ainda nubentes o direito de escolher entre o regime de bens, como o regime de comunhão parcial de bens, regulamentado nos art. 1.658 a 1.666�; o regime de comunhão universal de bens, regulamentado nos art. 1.667 a 1.671�, o regime de comunhão de participação final dos aquestos, regulamentado nos art. 1.672 a 1.686�, e regime de separação de bens, disposto nos art. 1.687 e 1.688 �, todos do Código Civil de 2002�.
A família informal, que antigamente eram tidas como adulterinas ou concubinárias, com a promulgação da Constituição Federal de 1988 passou a ser regulamentada como união estável, mediante a recomendação de promover sua conversão em casamento�. O Código Civil de 2002 também nos art. 1.723 a 1.727� vem determinar regras da mencionada instituição familiar, como a equiparação de seu regime de bens ao da comunhão parcial de bens. 
Importante frisar que mesmo havendo mais liberdade entre os conviventes na união estável, estes vivem como se marido e mulher fossem, entretanto sem a existência do estado conjugal, e ainda obedecendo a requisitos dispostos nos art. 1.723� do Código Civil brasileiro� que exige a convivência pública, contínua e duradoura, estabelecida com o objetivo de constituição de família�. 
A família homoafetiva, que se traduz como aquela formada por pares do mesmo sexo, mesmo não positivada na Constituição Federal ou no Código Civil vigentes, também passou por um caminho árduo, primeiramente cabe lembrar a arguição de descumprimento de preceito fundamental n.° 132 RJ - 05/05/11, que em suma concluiu pela inconstitucionalidade do artigo 1723 do Código Civil, que vedava a união estável de pessoas do mesmo sexo�. 
Todavia desde 2013 o Conselho Nacional de Justiça por meio da Resolução nº 175�, veio garantir aos casais homoafetivos o direito de se casarem no cartório de registro civil, obrigando tabeliães e juízes a registrar a união�. 
A família monoparental, é aquela formada por um ascendente e seu descendente, decorrente da separação, divórcio, ou pai e mãe solteiros, entre outras causas, como a exemplo a monoparentalidade programada , quando o genitor tem o desejo de ter um filho, e se utiliza de métodos de reprodução assistida para concretizar tal anseio�. 
Cumpre destacar, que em situações onde a mulher busca pela reprodução assistida, há o desejo de ter um filho garantido constitucionalmente, bem como o direito do filho de saber quem é o pai, e também o direito ao do doador de espermas ter sua identidade mantida em sigilo, ou seja, nestafamília monoparental programada há questões de Biodireito, bem como conflitos entre direitos constitucionais, ficando a cargo do Poder Judiciário decidir caso a caso.�
A denominada família anaparental, não regulada pelo legislador, pode ser definida como a relação familiar baseada na affectio e na convivência mútua, entre pessoas que não apresentem grau de parentesco, cujo exemplo mais clássico recairia sobre os casos em que duas irmãs, solteiras ou viúvas, residam juntas e assim amealhem um patrimônio comum.�
Neste momento cabe explanar sobre a família formada por uma só pessoa ou seja, pode-se entender que também é passível de ser considerado como família à pessoa individualmente considerada independentemente de seu estado civil.�
 Outra forma de família, é a família pluriparental, ou família mosaico, que pode ser entendida como a entidade familiar que surge com a ruptura de anteriores vínculos familiares e a consequente formação de novos vínculos, que incluem os filhos oriundos das relações anteriores, e também aqueles que o casal têm em comum, cujas características principais podem ser definidas como portadoras de múltiplos vínculos, ambiguidade de compromissos e interdependência�. 
Também há a família eudemonista, entendida como a família cuja formação decorre do afeto, ou seja, cuja viabilidade produz felicidade nos seus componentes, bem supremo da existência humana. O eudemonismo é a doutrina que enfatiza o sentido de busca pelo sujeito de sua felicidade e a absorção do princípio eudemonista pelo ordenamento altera o sentido da proteção jurídica da família, deslocando-o da instituição para o sujeito, como se infere da primeira parte do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, que se resume ao Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos componentes que a integram.
Famílias simultâneas é o termo cunhado pela doutrina para indicar uma situação em que uma pessoa, não necessariamente o homem, convive com outra pessoa, não necessariamente uma mulher, em dois núcleos distintos e simultâneos, sendo importante compreender que a pessoa tem dois núcleos distintos em que todos os membros componentes destes núcleos não residem sob o mesmo o teto�.
A família poliafetiva, é aquela composta por mais de 2 integrantes, e foi noticiada pela primeira vez no Brasil, na cidade de Tupã, Estado de São Paulo, no ano de 2012, quando um homem e duas mulheres, que já viviam juntos na mesma casa há três anos, oficializaram a união em um cartório de notas a mencionada cidade. De acordo com a tabelião que fez o registro, a Sra. Cláudia do Nascimento Domingues, a declaração pública foi buscada pelos conviventes como uma forma de garantir os direitos de família entre eles, já que eles não eram casados, mas, viviam juntos, portanto, em união estável, e desejavam estabelecer regras para a sua estrutura familiar não englobada na legislação.�  
Ou seja, a união poliafetiva pode ser constituída por homens e mulheres que de comum acordo mantém relacionamento conjugal, com o intuito de formar família, de criar uma prole em comum, ademais, tudo se assemelha ao casamento tradicional, apenas sendo diferenciado pelo acréscimo de uma ou mais pessoas. 
Assim fica evidente quantas modalidades de entidades familiares se formam quando o parâmetro para sua formação é a efetividade, e não o casamento civil, todas com suas particular e necessidade de amparo jurídico, visto que quando trata-se de direito das famílias a dinâmica social envolvendo essas relações jurídicas evoluem em uma constância maior que o direito positivado, sendo indispensável aplicação dos direitos ao casos práticos em conformidade com as diretrizes constitucionais, como garantia de que os entes integrantes de determinado tipo familiar tenha acesso a justiça e efetividade a seus direitos.
4. MONOGAMIA E POLIAMORISMO
Até o presente capítulo foi demonstrado que o casamento legalmente se instituía apenas entre homem e mulher, e era tido como única forma de relacionamento reconhecida e amparada pele poder Legislativo e Judiciário, mas em decorrência das evoluções ocorridas na sociedade, como a adoção dos princípios da individualidade e da dignidade da pessoa humana, o direto das famílias se transmuta, englobando aspectos sociológicos, moldando consequentemente as leis em decorrência de conteúdos sociais, desconstruindo a regra comportamental patriarcal transferida por séculos entre as gerações.
Em que pese essa mudança na constituição familiar, quando se trata de poliamorismo, há a questão da monogamia e da poligamia, ressaltando que no Brasil a primeira ainda está em vigência nas normas brasileiras e a segunda é tida como crime. 
A monogamia vem da tradição romana, que fundada em uma ideia de ética moral a ser seguida firmemente, com a total exclusão da presença da poligamia, sendo tal prática reforçada mais ainda com a queda do Império Romano e a assunção da Igreja Católica, que tornou o matrimônio sacramento essencial a vida do cristão, firmado nas ideias patriarcais de casamento já apresentadas�, ou seja a monogamia se tornou um valor erigido de geração em geração e transmitido culturalmente, por meio da religião e da moral eclesiástica, como o caminho ético e correto.
No ordenamento jurídico brasileiro, por séculos tratou a monogamia como um princípio norteador das relações conjugais, todavia nesse sentido Maria Berenice Dias, expressa pelo entendimento de que a monogamia não é um princípio:
A monogamia não é um princípio, é um norte organizador da sociedade. Até a própria Constituição admite o reconhecimento de filhos havidos fora do casamento. O único problema é que esbarra no reconhecimento de direitos, que a maioria dos Estados não reconhece, tem poucas decisões nesse sentido. Pretender elevar a monogamia ao status de princípio constitucional autoriza que se chegue a resultados desastrosos. Por exemplo, quando há simultaneidade de relações, simplesmente deixar de emprestar efeitos jurídicos a um, ou pior, a ambos os relacionamentos, sob o fundamento de que foi ferido o dogma da monogamia, acaba permitindo o enriquecimento ilícito exatamente do parceiro infiel. Resta ele com a totalidade do patrimônio e sem qualquer responsabilidade para com o outro�. 
Em que pese o entendimento da autora, há a consagração da monogamia na norma vigente, tanto que no Código Penal�, no art. 235� há a tipificação da bigamia, como uma modalidade de crime contra o casamento.
Mesmo que nos relacionamentos poliafetivos não exista a autorização para o casamento e, portanto, não se configurando a tipificação de bigamia, o exemplo acima vem apenas demonstrar como é forte a ideologia de um casamento nos ditames do patriarcado. 
Já a poligamia, se apresenta no Antigo Testamento, da Bíblia, onde é narrado que Jacó apaixonado por Raquel, foi enganado por Labão pai da moça, que o fez primeiro casar-se com Léia sua filha mais velha (visto na época a lei determinava que a mais nova não poderia se casar se a mais velha ainda fosse solteira), impondo a Jacó servidão por sete anos, para depois unir-se em casamento com Raquel, denota-se que nas culturas anteriores, o convívio entre mais de um cônjuge era aceito,� situação não mais permitida na cultura ocidental, mas presente em algumas orientais.
A poligamia também era normal em sociedades primitivas, que em decorrência ao pouco número de habitantes, e a necessidade do aumento de pessoas, para perpetuar a própria geração, o papel do homem era fecundar várias mulheres em busca do crescimento da comunidade e assim garantir a existência daquele povo�.
Biologicamente, quando se trata de mamíferos, a monogamia é uma raridade, certo que das quatro mil espécies existentes, não mais que algumas dezenas formam ligações únicas com seus pares, a maioria possui uma vida sexual ampla, um padrão genético compatível com o do ser humano, que vive a monogamia em atenção as exigências sociais.�
Isso se comprova pelo comportamento poligâmico comumente praticado por certos índios brasileiros, comoreflexo ao que que vem aprendendo com a natureza�.
Assim partindo do pressuposto que a monogamia não é um princípio e que a poligamia é uma situação biologicamente natural e inerente ao comportamento dos animais, quando há uma entidade familiar que deseja se formar dentro dos ditamos do poliamorismo, é necessário analisar dentro desta relação o respeito a autonomia da vontade, a liberdade, a dignidade da pessoa humana, certo que em conformidade aos princípios constitucionais brasileiros, os conviventes de uma relação poliafetiva, devem querer fazer parte desta para melhor desenvolver sua sexualidade e felicidade.
A boa fé entre os consortes da relação poliafetiva, também deve ser observada, com fim de demonstrar que além do ensejo de tornar pública a união, também há um compromisso diante da sociedade, oportunizando o reconhecimento de direitos e deveres perante esta nova entidade familiar organizada�. 
Logo o poliamor não enseja a pretensão de adultério, infidelidade, ou mesmo de um subtipo de concubinato, mas um estilo de vida em que seus adeptos se relacionam afetivamente e ao mesmo tempo com mais de uma pessoa, podendo coexistir uma união tradicional mesclada, ou mesmo situações em que a intenção humana diz respeito a envolvimentos amorosos vários com a mesma vontade de durabilidade e afetividade em todas as possibilidades existentes�.
Pelo demonstrado fica claro que aqueles que têm no ímpeto o desejo de formar uma entidade familiar poliafetiva, não almejam o adultério ou a poligamia, mas sim, o respeito aos princípios norteadores das relações conjugais fundamentadas no § 7º do art. 226 da Magna Carta�, bem como os deveres do Estado para com estes, segundo o disposto no § 8º do mesmo artigo.
Seguir o mencionado códex, impõe a observância aos princípios da dignidade da pessoa humana, da paternidade responsável, do planejamento familiar dentro das livres decisões dos conviventes em uniões poliafetivas, igualmente acontece nos casamentos, e impõe o direito de ter do Estado os recursos educacionais e científicos para o exercício dessa entidade familiar, que existe e merece albergue em conformidade a Lei Maior.
5. A FAMILIA ATUAL 
A Constituição de 1988 oportunizou a família, uma metamorfose de entendimentos, proporcionando a mesma uma releitura com plena eficácia no que se refere aos direitos e garantias por ela contemplados, o que significa dizer que as inovações trazidas á época pela Magna Carta vigente, foi um marco para a repersonalização do direito das famílias, que superou seu conteúdo patrimonialista, trazendo uma maior ênfase na atribuição de valores sociais e humanitários, como o afeto, a ética, a solidariedade, felicidade e a dignidade humana, como bem evidencia Nelson Rosenvald:
Superada a percepção da família como unidade produtiva e reprodutiva, pregada pelo Código Civil de 1916, a partir dos valores predominantes naquela época, descortinam-se novos contornos para o Lex Mater de 1988, que está cimentada a partir de valores sociais e humanizadores, especialmente a dignidade humana, a solidariedade social e a igualdade substancial [...] Trata-se de entidade de afeto e solidariedade fundada em relações de índole pessoal, voltadas para o desenvolvimento da pessoa humana, que tem como diploma legal regulamentador a Constituição da República de 1988.�
A família passou a ser entendida como um meio para a promoção da dignidade, das realizações pessoais, da felicidade individual, ou seja, o seio familiar se tornou um dos responsáveis para proporcionar ao indivíduo amparo na sua construção psicológica, funcionalizada ao desenvolvimento da dignidade da pessoa humana, em todos aqueles que integram essa entidade”.�
A família contemporânea passa a se satisfazer dentro do seu próprio grupo e, dentro deste, cada um de seus integrantes encontra na convivência solidária e no afeto, o valor social e jurídico que a sua família exerce no seu próprio crescimento como sociedade e como integrante do Estado. �
Nesta sociedade pós modernidade, o afeto se sobrepõe aos costumes, as obrigações e formalidades, sendo o motivador na decisão de se formar entre os seres um vínculo, logo o afeto passa a ser entendido como um princípio de extrema relevância para o Direito das Família, como corrobora Maria Berenice Dias:
Sem afeto não se pode dizer que há família. Ou, onde falta o afeto a família é uma desordem, ou mesmo uma desestrutura. É o “afeto que conjuga”. E assim, o afeto ganhou status de valor jurídico e, consequentemente, logo foi elevado à categoria de princípio como resultado de uma construção histórica em que o discurso psicanalítico é um dos principais responsáveis, vez que o desejo e amor começaram a ser vistos e considerados como o verdadeiro sustento do laço conjugal e da família.�
Para melhor entendimento do exposto, a mencionada autora conceitua que o princípio da afetividade é o norteador das relações familiares, oportunizando o reconhecimento e vínculo entre os laços existenciais da unidade familiar. O afeto é o espectro que funciona como “mola propulsora do mundo” que fatalmente necessita se integrar ao sistema normativo legal.�
A família, como bem exposto se torna a base existencial para o laço fecundo que torna os pares unidos, assim, quando o desejo de todos os envolvidos coaduna no sentido de formar um lar, conectados pela vontade, os constituintes logram êxito em realizar uma formação conjugal ampla e fora do comum, muitas vezes como no caso do poliamorismo, dando sentido diverso ao que culturalmente espera a sociedade. 
Ademais o rol constitucional de modelo de família, vem para ser exemplificativo e inclusivo, de tal modo a oportunizar que o poliamorismo seja justificado pelas normas constitucionais, uma vez que a própria lei embasa o relacionamento de fato, ou união estável, a vontade de constituir uma família, sendo assim, justo se faz que todos os mandamentos atinentes às famílias consideradas radicionais, se estendam amplamente ao poliamorismo.
As alterações advindas da promulgação da Constituição Federal de 1988 mudaram o conceito de família, passando a proteger todos os seus membros de forma igualitária, assim, passando a ser considerada como entidade familiar, e independente de sua constituição, a proteção jurídica os abarca plenamente. �
O caráter normativo da configuração atual familiar é de fato considerado plural, o próprio reconhecimento da família homoafetiva coaduna no entendimento de que o que se propõe atualmente é a realização de seus membros, considerando o afeto como elemento importante na união de seus constituintes.� 
Faz-se necessário enfatizar que atualmente o afeto é a base, de todo relacionamento familiar, é quem determina a união de um casal heterossexual, homossexual, de parentes com consanguinidade ou não, bem como entre três ou mais pessoas, sendo a busca ela felicidade que determinará qual será a modalidade de ente familiar que um indivíduo irá formar.
Esses sentimentos interiores é que implicarão na promoção do cuidado e da atenção que são fundamentais para a realização pessoal de cada integrante, assim, é importante realizar e prover o cuidado na realização de direitos e garantias fundamentais previstos constitucionalmente a todos aqueles que precisam do Poder Judiciário, independentemente de como decidem se moldar enquanto família.
A (IN) EXISTÊNCIA DO ALBERGUE JURÍDICO AS ENTIDADES FAMILIARES POLIAFETIVAS
O Direito das Famílias, como o ramo jurídico mais suscetível a mudanças, quando analisado em relação ao poliamor, gera muitas divergências em decorrência a debates complexos que envolvem os aspectos jurídicos de validade do ato quando diante de sua regulamentação, frente à autonomia da vontade das partes envolvidas e a necessidade dos indivíduos em formar uma família, e por fim, o reconhecimento dessa unidade e os efeitos jurídicos dela decorrentes.
Para Daniela Braga Paiano, quanto ao sistema normativo que rege as famílias verifica-se que há pouco tempo atrás, o pátrio poder emanado da figuramasculina era concebido como norte para regular toda a base familiar, cabendo somente ao homem à gestão da sociedade familiar, havendo, portanto, intrínseco ao ser humano limitações culturais em aceitar novas tendências familiares, o que muitas vezes pode vir a contaminar até mesmo julgadores. � 
	Também há a falta de legislação positivada e taxativa sobre este caso em específicos, que acabam sendo julgados com base em princípios, voltando novamente a questão da existência de julgados contrários as famílias poliafetivas. 
Para exemplificar todo o já escrito, neste momento cabe uma demonstração de como as jurisprudências brasileiras, julgam situações envolvendo o tema desta problemática.
Em busca ao sitio eletrônico do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, por jurisprudências com o tema poliamor, ou poliamorismo nada fora encontrado, motivo pelo qual se realizou uma consulta jurisprudencial perante o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (onde fora feita a primeira escritura pública desta modalidade familiar), sendo positiva a pesquisa, todavia apenas dois julgados com o tema ora estudado foram encontrados.
Na primeira situação referente à apelação nº 0003442-68.2011.8.26.0040 o mérito é a respeito de uma doação, todavia, no decorrer do voto para a justificação do acordão o Relator Natan Zelinschi de Arruda, faz menção ao poliamorismo, como uma exemplificação as evoluções que ocorrem na família , vejamos:
“Cumpre anotar que os aspectos familiares têm conotações fáticas evoluindo com celeridade, a fim de que se adaptem à moderna sociedade, que já reconhece inclusive relacionamentos trisais ou mesmo denominado de poliamor, trazendo as consequências jurídicas respectivas, tanto que o STF admite casamentos entre pessoas do mesmo sexo, sendo que o ordenamento jurídico vigente não faz referência expressa sobre isso, mas, ao contrário, ainda exige a presença de homem e mulher, o que denota que os fatores sociais têm relevância quando a legislação não acompanha o cotidiano.�(esta jurisprudência pode ser lida na integra junto aos anexos)
Já no segundo caso, se trata de julgado a um recurso de apelação nº 0040742-78.2011.8.26.0100 interposto contra sentença que julgou improcedente ação de reconhecimento e dissolução de união estável “post mortem”. 
Nesta situação fática a apelante/autora alegava fazer jus ao reconhecimento da união estável, porque conviveu de forma pública e notória com o falecido no período de 1992 até 31.03.2008, data do óbito, alegando que ele estava separado de fato da esposa e quando dormia fora de casa falava que estava com a filha e a neta.
Ainda aduziu a parte que não mantinha contato com os filhos dele, nem frequentava eventos familiares, porque atendia ao pedido do próprio companheiro, que queria evitar desavenças e situações desagradáveis. Ele também dizia que não precisava de companhia no hospital, na ocasião em que passou por tratamento cirúrgico, por não ser portador de moléstia grave e porque os familiares tinham proibido a sua entrada no nosocômio. 
Por fim a apelante alega que o falecido tinha dois lares simultaneamente e sempre fez crer que estava separado de fato da esposa e que a união estável putativa deve ser reconhecida, com todos os efeitos dela decorrentes, aplicando-se de forma ampliativo o artigo 1.561 do Código Civil. Sucessivamente aduz sobre a é possível o reconhecimento dos efeitos jurídicos da ligação, pois a teoria psicológica ou do poliamor, admite a possibilidade de coexistência de duas ou mais relações afetivas paralelas, ou seja, a duplicidade de células familiares. 
Todavia nesta situação em concreto o Relator Luís Mário Galbetti, entendeu que a apelante/autora vivia em concubinato, descartando qualquer possibilidade de reconhecimento das diretrizes do poliamorismo extensíveis ao caso, ou seja, a autora ficou totalmente desamparada legalmente, vejamos ementa:
Apelação nº 0040742-78.2011.8.26.0100
 Apelante: M J P Apelados: P E G e outros 
Origem: 11ª Vara da Família e Sucessões do Foro Central
 Juíza: Claudia Caputo Bevilacqua Vieira 
União estável post mortem Reconhecimento e dissolução Impossibilidade - Autora que teve um relacionamento com homem casado Ligação com contorno de mero concubinato, imprestável para o cômputo da união estável Inexistência, ademais, de separação judicial, divórcio ou separação de fato, devendo prevalecer os interesses da mulher casada - União estável putativa também não caracterizada, porque a autora tinha conhecimento de que vivia uma união paralela - Ação improcedente Decisão mantida Recurso improvido.� (esta jurisprudência pode ser lida na integra junto aos anexos)
Nestes dois casos emitidos pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, já fica evidente que para um relator o poliamorismo se trata de uma resposta à dinâmica social familiar/humana, enquanto para o outro relator, o poliamorismo quiçá foi considerado para a análise da situação fática, sendo ao fim a parte afastada de quaisquer direitos advindos de uma união estável. 
Ainda da leitura integral do acórdão da apelação nº 0040742-78.2011.8.26.0100, pode-se entender que a juíza de primeiro grau o justificar a improcedência da exordial, se pautou na inexistência de boa-fé da autora, que mantinha um relacionamento com o falecido (com reconhecido por vizinhos) sabendo de seu matrimônio e de sua esposa, utilizando até mesmo a palavra “amante” para descrever a autora.
Pela comparação entre ambos já se vislumbra que a falta de positivação legal em um país onde as pessoas anseiam por lei escrita, julgamento que deixam abertura ao entendimento do juiz, por vezes se eivam de preconceitos, crenças pessoais, deixando a margem o crescimento do Direito, na condição de amparador aos anseios sociais correntes.
Em consulta as jurisprudências emitidas pelo Superior Tribunal de Justiça, junto a seu sitio eletrônico, fora possível encontrar uma decisão monocrática envolvendo o tema poliamor, referente a um agravo em recurso especial interposto com base na sustentação da necessidade de reconhecimento da união estável, onde o falecido possuía esposa e a convivente. Segue ementa abaixo:
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.008.399 - DF (2016/0286105-0)
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL (CPC/1973). AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL 'POST MORTEM'. UNIÃO ESTÁVEL DESCARACTERIZADA. REVISÃO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 07/STJ. AGRAVO DESPROVIDO.�
Neste caso a decisão também foi denegatória, todavia embasada na quebra do dever de fidelidade, conforme o Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, para se reconhecer a união estável, necessário o cumprimento dos requisitos de constituição familiar, como a convivência duradoura, a continuidade dessa convivência, a publicidade e o desimpedimento das partes, bem como a fidelidade conjugal, sendo que no caso concreto o ministro entende não ter ocorrido. Ainda aduz que na situação em julgamento vivida pelo falecido mais se aproxima da situação que a doutrina moderna chama de família eudemônica do que, efetivamente, uma situação de união estável. Ou quem sabe, a situação se traduz em nítida situação de poliamor, que nas lições de Pablo Stolze consiste na "possibilidade de coexistirem duas ou mais relações afetivas paralelas, em que os seus participes conhecem e aceitam uns aos outros, em uma relação múltipla e aberta".�
Em que pese esses julgados, em pesquisas jurisprudenciais junto a Justiça Federal da 4ª Região, quando constatada a existência de mais de um companheiro em relacionamento com o falecido, as pensões por morte são partilhadas, para que nenhuma das partes fique sem amparo econômico. 
APELAÇÃO CÍVEL Nº 0005690-75.2016.4.04.9999/RS
	RELATOR
	:
	Des. Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA
	APELANTE
	:
	LOENI SCHWEITZER
	ADVOGADO
	:
	Narjara Weirich
	APELADO
	:
	INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
	ADVOGADO
	:
	Procuradoria Regional da PFE-INSS
EMENTA
PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. COMPANHEIRAS. UNIÃO ESTÁVEL COMPROVADAS.DEPENDÊNCIA ECONÔMICA PRESUMIDA. RATEIO. PARTES IGUAIS.
1. A concessão do benefício de pensão por morte depende da ocorrência do evento morte, da demonstração da qualidade de segurado do de cujus e da condição de dependente de quem objetiva o benefício.
2. Comprovada a existência de união estável à época do óbito por início de prova material, corroborada por robusta prova testemunhal, a dependência econômica da companheira é presumida, mesmo que o instituidor da pensão mantivesse mais de uma união estável à data do óbito. Comprovadas e caracterizadas as uniões estáveis, ambas as companheiras fazem jus ao benefício, mantendo hígida a divisão equânime dos valores, conforme já realizado administrativamente pela autarquia.
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do relatório, votos e notas de julgamento que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.
Porto Alegre, 06 de setembro de 2017.
Desembargador Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA
Relator�
No caso em tela, não havia uma relação de poliamorismo entre as partes, mas o falecido possui duas mulheres com as quais mantinha união e ainda ambas possuíam dependência financeira do de cujus.
Esse julgado vem comprovar que é possível sim o albergue jurisdicional as famílias poliafetivas, certo que na Justiça Federal, essa pratica de partilha de alimentos quando comprovada a existência de duas pessoas em relacionamentos afetivos com o falecido.
Outra jurisprudência que pode justificar a permissibilidade das famílias poliafetivas é a apelação cível nº 70039284542, da Oitava Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul.
	Apelação Cível
	Oitava Câmara Cível
	Nº 70039284542
	Comarca de Novo Hamburgo
	A.P.K.
	APELANTE/APELADO;
	E.S.B.
	APELAda/APELAnte.
Apelação. União estável paralela ao casamento. Reconhecimento. Partilha. “triação”. alimentos para ex-companheira e para o filho comum. Viável reconhecer união estável paralela ao casamento. Precedentes jurisprudenciais. Caso em que restou cabalmente demonstrada a existência de união estável entre as partes, consubstanciada em contrato particular assinado pelos companheiros e por 03 testemunhas; e ratificada pela existência de filho comum, por inúmeras fotografias do casal junto ao longo dos anos, por bilhetes e mensagens trocadas, por existência de patrimônio e conta-bancária conjunta, tudo a demonstrar relação pública, contínua e duradoura, com claro e inequívoco intento de constituir família e vida em comum. Reconhecimento de união dúplice que impõe partilha de bens na forma de “triação”, em sede de liquidação de sentença, com a participação obrigatória da esposa formal. Precedentes jurisprudenciais. Ex-companheira que está afastada há muitos anos do mercado de trabalho, e que tem evidente dependência econômica, inclusive com reconhecimento expresso disso no contrato particular de união estável firmado entre as partes. De rigor a fixação de alimentos em prol dela. Adequado o valor fixado a título de alimentos em prol do filho comum, porquanto não comprovada a alegada impossibilidade econômica do alimentante, que inclusive apresenta evidentes sinais exteriores de riqueza. APELO DO RÉU DESPROVIDO. APELO DA AUTORA PROVIDO. EM MONOCRÁTICA�.
Assim também fica demonstrada a possibilidade de uma partilha de bens, quando na união há três pessoas que cumularam bens em comum, restando a triação de bens, ou seja, o patrimônio é repartido em três partes iguais.
Essas jurisprudências vem demonstrar que contemporaneamente há uma bifurcação nos julgados que julgam situações com famílias dentro dos caminhos do poliamorismo, pois se por um lado há julgados embasados na principiologia denegando o acesso a justiça por pessoas com relacionamentos com mais de duas pessoas, também existem decisões concedendo direitos inerentes aos pares envolvidos no relacionamento entre três pessoas. 
Evidente que o relacionamento conjugal deve ser ponderado sob o aspecto da autonomia da vontade a satisfatividade de cada indivíduo no campo sexual e sentimental, sobrepondo-se a qualquer estigma social e legal que convencione a tradicionalidade monogâmica como regra, o ordenamento jurídico deve se precaver para acolher todos os tipos de entidades familiares que se sustente pelo afeto, e na necessidade de constituir família mediante a assistência entres os consortes.
 
 
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao fim do estudo ora proposto, após uma demonstração histórica de como as famílias saíram do seu aspecto mecânico de mero círculo produção e defesa de riquezas, para representar uma forma do ser humano desempenhar sua total satisfatividade pessoal, com desenvolvimento de sua afetividade, sexualidade, autonomia da vontade, dignidade e outros.
Logo uma entidade familiar embasada no poliamorismo é uma resposta aos anseios familiares de uma sociedade em constante dinâmica e evolução para caminhos que melhor demonstrem sua auto saciedade e faz jus a receber como todas as demais a segurança de que em situações adversas será amparada pelo Poder Judiciário Brasileiro de forma linear a Magna Carta.
Todavia no ultimo capítulo do trabalho, mesmo após a demonstração de que, sim há possibilidades de amparo e julgamentos em favor dos entes da família poliafetiva, os julgados encontram-se em dois caminhos confrontantes. Enquanto alguns julgam a favor das famílias que vivem com mais de duas pessoas outros usam de aspectos principiológicos para negar a estas pessoas o acesso a direitos inerentes a família.
Evidente que séculos de uma história familiar adstrita ao casamento entre um homem e uma mulher, continua arraigado no histórico pessoal de muitos julgadores vem como de uma grande parte dos que compõe a sociedade, o que acaba se tornando um sério limitador a expansão dos julgados brasileiros em prol de melhor atenção a todas as modalidades familiares.
Todavia, não se pode deixar crer pela situação presente, certo que já fora alcançada com muitas lutas o direito ao reconhecimento as famílias homossexuais, que alçaram o direito a se casar, bem como todos os demais direitos inerentes a condição de família.
Os indícios de que há fundamentações e julgados em prol das famílias poliafetivas, deixa a esperança de que estas famílias, que existem no Brasil, e atualmente quiçá podem realizar uma escritura pública formalizando sua união, promovem a expectativa de que em um futuro não muito distante, ainda poderão se formalizar e ter a segurança jurídica de que sua situação é pacificada e atendida pelo Poder Judiciário, garantido a estas entidades familiares o acesso e o respeito pela justiça.
 
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO. Apelação nº 0003442-68.2011.8.26.0040. Relator Natan Zelinschi de Arruda. DJ: 02/03/2018. Disponível em https://esaj.tjsp.jus.br/cjsg/getArquivo.do?conversationId=&cdAcordao=11224726&cdForo=0&uuidCaptcha=sajcaptcha_3abaf9f898dc4c05a5014303b2127b00&vlCaptcha=umhFa&novoVlCaptcha=. Acessado aos 06.06.2019.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO. Apelação nº 0040742-78.2011.8.26.0100. Relator Luís Mário Galbetti. DJ: 31/03/2016. Disponível em https://esaj.tjsp.jus.br/cjsg/getArquivo.do?conversationId=&cdAcordao=9312013&cdForo=0&uuidCaptcha=sajcaptcha_3708d8fa03934853bd56b142e083b1cc&vlCaptcha=dFC&novoVlCaptcha=. Acessado aos 06.06.2019.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO SUL. Apelação Cível nº 70039284542. Relator Desembargador Rui Portanova. Disponível em: http://www.tjrs.jus.br/busca/search?q=tria%C3%A7%C3%A3o+de+bens&proxystylesheet=tjrs_index&client=tjrs_index&filter=0&getfields=*&aba=juris&entsp=a__politica-site&wc=200&wc_mc=1&oe=UTF-8&ie=UTF-8&ud=1&sort=date%3AD%3AS%3Ad1&as_qj=&site=ementario&as_epq=&as_oq=&as_eq=&partialfields=%28td%3Aac%C3%B3rd%C3%A3o%7Ctd%3Amonocr%C3%A1tica%7Ctd%3Anull%29&as_q=+#main_res_juris. Acessado aos 09.06.2019.
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� CARDOSO, Daniel dos Santos. (2010). Amando vári@s – Individualização,redes,éticae poliamor. Tese (mestrado em ciências da comunicação), Faculdade de Ciências da Comunicação da Universidade Nova Lisboa.. Disponível em https://run.unl.pt/bitstream/10362/5704/1/Tese%20Mestrado%20Daniel%20Cardoso%2016422.pdf. Acessado em 07/04/2019.
� O Autor, esclarece que utilizará em seu trabalho a expressão Direito das Famílias, ou invés do convencional Direito de Família, posto que seu trabalho, fundamentado na obra da doutrinadora Maria Berenice Dias, para demonstrar o quão plural são as famílias brasileiras, bem como a expansão das liberdades individuais que estão sendo exercidas no seio da unidade familiar, como a modalidade familiar em estudo, o poliamorismo.
� Idem. 
� AZEVEDO, Álvaro Villaça. Bem de Família: com comentários à Lei 8.009/90. 5ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002, p.242.
� BOBBIO, Norberto. Teoria Geral do Direito. Tradução Denise Agostinetti Cobucci Leite. 3ª ed. São Paulo: Martins Martins Fontes, 2010, p.19-20. 
� DIAS, Maria Berenice. Manual de Direitos das Famílias. 5ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002, p.27.
� COULANGES, Fustel de. A Cidade Antiga. Tradução de Frederico Ozanam Pessoa de Barros. São Paulo: Edemeris, 1966, p.53-54.
� MADALENO, Rolf. Curso de Direito de família. Rio de Janeiro: Forense, 2009, p. 497.
� BRASIL. Constituição Política do Império do Brasil. Disponível em � HYPERLINK "http://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/514067" �http://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/514067�. Acessado em 05/04/2019.
��BRASIL. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil. Disponível em � HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao91.htm" �http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao91.htm�. Acessado em 05/04/2019.
� BRASIL. Constituição Política da República dos Estados Unidos do Brasil. Disponível em � HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao34.htm" �http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao34.htm�. Acessado em 05/04/2019.
� Art 144 - A família, constituída pelo casamento indissolúvel, está sob a proteção especial do Estado. 
Parágrafo único - A lei civil determinará os casos de desquite e de anulação de casamento, havendo sempre recurso ex officio, com efeito suspensivo. 
Art 145 - A lei regulará a apresentação pelos nubentes de prova de sanidade física e mental, tendo em atenção as condições regionais do País. 
Art 146 - O casamento será civil e gratuita a sua celebração. O casamento perante ministro de qualquer confissão religiosa, cujo rito não contrarie a ordem pública ou os bons costumes, produzirá,todavia, os mesmos efeitos que o casamento civil, desde que, perante a autoridade civil, na habilitação dos nubentes, na verificação dos impedimentos e no processo da oposição sejam observadas as disposições da lei civil e seja ele inscrito no Registro Civil. O registro será gratuito e obrigatório. A lei estabelecerá penalidades para a transgressão dos preceitos legais atinentes à celebração do casamento. 
Parágrafo único - Será também gratuita a habilitação para o casamento, inclusive os documentos necessários, quando o requisitarem os Juízes Criminais ou de menores, nos casos de sua competência, em favor de pessoas necessitadas. 
Art 147 - O reconhecimento dos filhos naturais será isento de quaisquer selos ou emolumentos, e a herança, que lhes caiba, ficará sujeita, a impostos iguais aos que recaiam sobre a dos filhos legítimos. 
� BRASIL. Constituição dos Estados Unidos do Brasil. Disponível em � HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao37.htm" �http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao37.htm�. Acessado em 05/04/2019.
� Art 124 - A família, constituída pelo casamento indissolúvel, está sob a proteção especial do Estado. Às famílias numerosas serão atribuídas compensações na proporção dos seus encargos.
Art 125 - A educação integral da prole é o primeiro dever e o direito natural dos pais. O Estado não será estranho a esse dever, colaborando, de maneira principal ou subsidiária, para facilitar a sua execução ou suprir as deficiências e lacunas da educação particular.
Art 126 - Aos filhos naturais, facilitando-lhes o reconhecimento, a lei assegurará igualdade com os legítimos, extensivos àqueles os direitos e deveres que em relação a estes incumbem aos pais.
Art 127 - A infância e a juventude devem ser objeto de cuidados e garantias especiais por parte do Estado, que tomará todas as medidas destinadas a assegurar-lhes condições físicas e morais de vida sã e de harmonioso desenvolvimento das suas faculdades.
O abandono moral, intelectual ou físico da infância e da juventude importará falta grave dos responsáveis por sua guarda e educação, e cria ao Estado o dever de provê-las do conforto e dos cuidados indispensáveis à preservação física e moral.
Aos pais miseráveis assiste o direito de invocar o auxílio e proteção do Estado para a subsistência e educação da sua prole. 
� BRASIL. Constituição dos Estados Unidos do Brasil. Disponível em � HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao46.htm" �http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao46.htm�. Acessado em 05/04/2019.
�  Art 163 - A família é constituída pelo casamento de vínculo indissolúvel e terá direito à proteção especial do Estado.
§ 1º - O casamento será civil, e gratuita a sua celebração. O casamento religioso equivalerá ao civil se, observados os impedimentos e as prescrições da lei, assim o requerer o celebrante ou qualquer interessado, contanto que seja o ato inscrito no Registro Público.
§ 2º - O casamento religioso, celebrado sem as formalidades deste artigo, terá efeitos civis, se, a requerimento do casal, for inscrito no Registro Público, mediante prévia habilitação perante a autoridade competente.
Art 164 - É obrigatória, em todo o território nacional, a assistência à maternidade, à infância e à adolescência. A lei instituirá o amparo de famílias de prole numerosa.
Art 165 - A vocação para suceder em bens de estrangeiro existentes no Brasil será regulada pela lei brasileira e em, benefício do cônjuge ou de filhos brasileiros, sempre que lhes não seja mais favorável a lei nacional do de cujus.
� BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em � HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao67.htm" �http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao67.htm�. Acessado em 05/04/2019.
� Art 167 - A família é constituída pelo casamento e terá direito à proteção dos Poderes Públicos.
§ 1º - O casamento é indissolúvel.
§ 2º - O casamento será civil e gratuita a sua celebração. O casamento religioso equivalerá ao civil se, observados os impedimentos e as prescrições da lei, assim o requerer o celebrante ou qualquer interessado, contanto que seja o ato inscrito no Registro Público.
§ 3º - O casamento religioso celebrado sem as formalidades deste artigo terá efeitos civis se, a requerimento do casal, for inscrito no Registro Público mediante prévia habilitação perante, a autoridade competente.
§ 4º - A lei instituirá a assistência à maternidade, à infância e à adolescência.
� MORAES, Maria Celina Bodin de. Na medida da Pessoa Humana. Rio de Janeiro: Renovar, 2010, p.215.
� DIAS, Maria Berenice. Manual de Direitos das Famílias. 5ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002, p.30.
� BRASIL. Estatuto da Mulher Casada. Disponível em � HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1950-1969/L4121.htm" �http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1950-1969/L4121.htm�. Acessado em 09/04/2019.
� DIAS, Maria Berenice. Manual de Direitos das Famílias. 5ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002, p.31.
� PAIANO. Daniela Braga. A Família Atual e as espécies de Filiação: Da possibilidade jurídica da multiparentalidade. 1º ed. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2017, p. 4.
� FOUCAULT, Michael. A história da Sexualidade. Tradução de Maria Thereza da Costa Albuquerque e de J. A. Guilhon Albuquerque. 13ª ed. Rio de Janeiro: Edições Graal. 1999, p. 9.
� Idem.
� BÍBLIA, Português. Bíblia sagrada almeida revista e atualizada. Tradução de João Ferreira de Almeida. Edição rev. e atualizada no Brasil. Brasília: Sociedade Bíblia do Brasil, 1999.
� PINKER, Steven. O novo Iluminismo: em defesa da razão, da ciência e do humanismo. Tradução Laura Teixeira Motta e Pedro Maia Soares. Companhia das Letras; Edição: 1ª, 2018, p. 25.
� FOUCAULT, Michael. A história da Sexualidade. Tradução de Maria Thereza da Costa Albuquerque e de J. A. Guilhon Albuquerque. 13ª ed. Rio de Janeiro: Edições Graal. 1999, p. 26.
� Idem, p. 27-28.
� DIAS, Maria Berenice. Manual de Direitos das Famílias. 5ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002, p. 31-32.
� Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes.
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:
I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;
II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares;
III - as obrigações anteriores ao casamento;
IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal;
V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;
VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;
VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.
Art. 1.660. Entram na comunhão:
I - os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges;
II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior;
III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges;
IV - as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;
V - os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão.
Art. 1.661. São incomunicáveis os bens cuja aquisição tiver por título uma causa anterior ao casamento.
Art. 1.662. No regime da comunhão parcial, presumem-se adquiridos na constância do casamento os bens móveis, quando não se provar que o foram em data anterior.
Art. 1.663. A administração do patrimônio comum compete a qualquer dos cônjuges.
§ 1o As dívidas contraídas no exercício da administração obrigam os benscomuns e particulares do cônjuge que os administra, e os do outro na razão do proveito que houver auferido.
§ 2o A anuência de ambos os cônjuges é necessária para os atos, a título gratuito, que impliquem cessão do uso ou gozo dos bens comuns.
§ 3o Em caso de malversação dos bens, o juiz poderá atribuir a administração a apenas um dos cônjuges.
Art. 1.664. Os bens da comunhão respondem pelas obrigações contraídas pelo marido ou pela mulher para atender aos encargos da família, às despesas de administração e às decorrentes de imposição legal.
Art. 1.665. A administração e a disposição dos bens constitutivos do patrimônio particular competem ao cônjuge proprietário, salvo convenção diversa em pacto antenupcial.
Art. 1.666. As dívidas, contraídas por qualquer dos cônjuges na administração de seus bens particulares e em benefício destes, não obrigam os bens comuns.
� Art. 1.667. O regime de comunhão universal importa a comunicação de todos os bens presentes e futuros dos cônjuges e suas dívidas passivas, com as exceções do artigo seguinte.
Art. 1.668. São excluídos da comunhão:
I - os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar;
II - os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva;
III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum;
IV - as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade;
V - Os bens referidos nos � HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm" \l "art1659" �incisos V a VII do art. 1.659�.
Art. 1.669. A incomunicabilidade dos bens enumerados no artigo antecedente não se estende aos frutos, quando se percebam ou vençam durante o casamento.
Art. 1.670. Aplica-se ao regime da comunhão universal o disposto no Capítulo antecedente, quanto à administração dos bens.
Art. 1.671. Extinta a comunhão, e efetuada a divisão do ativo e do passivo, cessará a responsabilidade de cada um dos cônjuges para com os credores do outro.
� Art. 1.672. No regime de participação final nos aqüestos, cada cônjuge possui patrimônio próprio, consoante disposto no artigo seguinte, e lhe cabe, à época da dissolução da sociedade conjugal, direito à metade dos bens adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constância do casamento.
Art. 1.673. Integram o patrimônio próprio os bens que cada cônjuge possuía ao casar e os por ele adquiridos, a qualquer título, na constância do casamento.
Parágrafo único. A administração desses bens é exclusiva de cada cônjuge, que os poderá livremente alienar, se forem móveis.
Art. 1.674. Sobrevindo a dissolução da sociedade conjugal, apurar-se-á o montante dos aqüestos, excluindo-se da soma dos patrimônios próprios:
I - os bens anteriores ao casamento e os que em seu lugar se sub-rogaram;
II - os que sobrevieram a cada cônjuge por sucessão ou liberalidade;
III - as dívidas relativas a esses bens.
Parágrafo único. Salvo prova em contrário, presumem-se adquiridos durante o casamento os bens móveis.
Art. 1.675. Ao determinar-se o montante dos aqüestos, computar-se-á o valor das doações feitas por um dos cônjuges, sem a necessária autorização do outro; nesse caso, o bem poderá ser reivindicado pelo cônjuge prejudicado ou por seus herdeiros, ou declarado no monte partilhável, por valor equivalente ao da época da dissolução.
Art. 1.676. Incorpora-se ao monte o valor dos bens alienados em detrimento da meação, se não houver preferência do cônjuge lesado, ou de seus herdeiros, de os reivindicar.
Art. 1.677. Pelas dívidas posteriores ao casamento, contraídas por um dos cônjuges, somente este responderá, salvo prova de terem revertido, parcial ou totalmente, em benefício do outro.
Art. 1.678. Se um dos cônjuges solveu uma dívida do outro com bens do seu patrimônio, o valor do pagamento deve ser atualizado e imputado, na data da dissolução, à meação do outro cônjuge.
Art. 1.679. No caso de bens adquiridos pelo trabalho conjunto, terá cada um dos cônjuges uma quota igual no condomínio ou no crédito por aquele modo estabelecido.
Art. 1.680. As coisas móveis, em face de terceiros, presumem-se do domínio do cônjuge devedor, salvo se o bem for de uso pessoal do outro.
Art. 1.681. Os bens imóveis são de propriedade do cônjuge cujo nome constar no registro.
Parágrafo único. Impugnada a titularidade, caberá ao cônjuge proprietário provar a aquisição regular dos bens.
Art. 1.682. O direito à meação não é renunciável, cessível ou penhorável na vigência do regime matrimonial.
Art. 1.683. Na dissolução do regime de bens por separação judicial ou por divórcio, verificar-se-á o montante dos aqüestos à data em que cessou a convivência.
Art. 1.684. Se não for possível nem conveniente a divisão de todos os bens em natureza, calcular-se-á o valor de alguns ou de todos para reposição em dinheiro ao cônjuge não-proprietário.
Parágrafo único. Não se podendo realizar a reposição em dinheiro, serão avaliados e, mediante autorização judicial, alienados tantos bens quantos bastarem.
Art. 1.685. Na dissolução da sociedade conjugal por morte, verificar-se-á a meação do cônjuge sobrevivente de conformidade com os artigos antecedentes, deferindo-se a herança aos herdeiros na forma estabelecida neste Código.
Art. 1.686. As dívidas de um dos cônjuges, quando superiores à sua meação, não obrigam ao outro, ou a seus herdeiros.
� Art. 1.687. Estipulada a separação de bens, estes permanecerão sob a administração exclusiva de cada um dos cônjuges, que os poderá livremente alienar ou gravar de ônus real.
Art. 1.688. Ambos os cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal na proporção dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo estipulação em contrário no pacto antenupcial.
� BRASIL. Código Civil brasileiro. Disponível em � HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm" �http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm�. Acessado em 14/04/2019.
� DIAS, Maria Berenice. Manual de Direitos das Famílias. 5ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002, p.46.
� Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.
§ 1o A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do � HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm" \l "art1521" �art. 1.521�; não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente.
§ 2o As causas suspensivas do � HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm" \l "art1523" �art. 1.523� não impedirão a caracterização da união estável.
Art. 1.724. As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos.
Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens.
Art. 1.726. A união estável poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos companheiros ao juiz e assento no Registro Civil.
Art. 1.727. As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem concubinato.
� Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.
§ 1o A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do � HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm" \l "art1521" �art. 1.521�; não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente.
§ 2o As causas suspensivas

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