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Administração Geral
1ª edição
2017
Administração Geral
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Unidade 8
Administração e meio ambiente, 
responsabilidade social e ética
Para iniciar seus estudos
Você já parou para pensar o quanto depende do meio ambiente? Tudo o 
que faz uso, transforma, come, entre tantas outras coisas, originam-se do 
meio em que você vive. Será que se dá a devida atenção a essas coisas? 
Uma simples torneira gotejando pode estar colaborando negativamente 
para uma completa escassez desses recursos preciosos para manutenção 
da vida do planeta. Já parou para pensar nisso?
Na condição de seres humanos, é necessário interagir com o meio ambiente 
e dele obter proveito para sustento e manutenção de vida. Contudo, se essa 
relação extrativista que o ser humano mantém com a natureza continuar 
sendo feita de maneira abusiva, pouco restará para as futuras gerações.
Já o tema da responsabilidade social está presente nas organizações em 
programas de incentivos a esse tema com o envolvimento em muitos casos 
de seus colaboradores.
Com relação à ética, diversas estatais estão criando em sua estrutura orga-
nizacional áreas de conformidade, como estatutos de ética para que os seus 
colaboradores possam atuar diante dos principais ditames éticos nas ativi-
dades negociais internas e externas e no relacionamento interpessoal na 
própria organização. 
Dessa forma, convido a todos os alunos para o estudo atento dessa unidade 
com atenção e dedicação.
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Objetivos de Aprendizagem
• Apresentar os desafios das organizações.
• Desenvolver a administração estratégica nas empresas.
• Conhecer as novas tecnologias gerenciais.
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Administração Geral | Unidade 8 - Administração e meio ambiente, responsabilidade social e ética
8.1 A empresa e o ambiente: desenvolvimento sustentável, 
legislação e auditoria ambiental
8.1.1 Momentos históricos
O ser humano, desde os primórdios da humanidade na Idade Antiga, interagia com o seu meio por meio de ati-
vidades extrativistas, como a caça, e seu objetivo era a sua própria sobrevivência.
Com a chegada da Idade Média, o processo produtivo era artesanal, baseado no sistema de feudos, com a pre-
sença da Nobreza, do Clero (membros da Igreja) e dos camponeses. 
O esquema a seguir apresenta o calendário histórico mundial das transformações e de suas características.
Figura 1 – Calendário histórico mundial.
Fonte: ELI (2016).
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De acordo com a Figura 2, é possível visualizar o sistema feudal existente na idade média.
Figura 2 – Sistema Feudal
Fonte: ELI (2016).
Com a revolução industrial nos primórdios do século XVIII, o processo produtivo foi estabelecido por meio de um 
sistema mecanizado, o que gerou um ganho de escala na produção, mas ocasionou uma poluição imensa ao 
meio ambiente diante da emissão de particulados e gases por chaminés sem a utilização de nenhum tratamento 
ambiental.
Após a Revolução Industrial, que ocorreu no século XIII, iniciou-se a idade moderna, que ocorreu até os primór-
dios da década de 1970. É representada pelo homem industrial, citado por Calvo (1998, p. 31) como “sendo sua 
prioridade o progresso e a produção”. E, se há uma busca do ser humano pelo aumento da produtividade, por 
consequência, ocorrerão interferências ambientais.
Assim, a Revolução Industrial existente no mundo moderno é uma produção cada vez mais mecanizada, gerando 
trabalhadores cada vez mais alienados em longas escalas de trabalho, além da poluição intensiva do meio 
ambiente.
A Idade Contemporânea, considerada a partir da década de 1970, é apontada por Calvo (1998, p. 31) como 
sendo “o homem tecnólogo”, mas também é um homem que começa a tomar consciência da situação do meio 
ambiente e dos graves problemas ambientais e, portanto, é o homem que materializa o conceito de “desenvolvi-
mento sustentável” na tentativa de compatibilizar progresso e proteção ao meio ambiente.
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Visitando o site <http://www.mma.gov.br>, você encontra o vasto material sobre o meio 
ambiente brasileiro, estatísticas dos principais biomas, legislação vigente, documentos 
regulatórios, além de notícias recentes sobre a temática do meio ambiente em todo o país.
8.1.2 O meio ambiente na legislação brasileira
A valorização do meio ambiente no Brasil ganhou destaque a partir da Lei n° 6.938/81 da Política Nacional do Meio 
Ambiente (PNMA), que a define em seu Artigo 3º, Inciso I, como sendo “o conjunto de condições, leis, influências e 
interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
No patamar político, a Constituição Federal de 1988 incorporou o meio ambiente no artigo 225, caput, e atribui que 
“todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo 
e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de 
defendê-lo e preservá-lo para os presentes e futuras gerações”.
Segundo Milare (2001, p.66), o meio ambiente assume “caráter patrimonial” e sua fundamentação é “claramente 
antropocêntrica, segundo a qual o mundo natural tem valor apenas enquanto atende aos interesses da espécie humana”.
Para dar ênfase à disposição do Direito Brasileiro, Milare (2001) tece considerações de que são elementos do meio 
ambiente, além do ar, a água e o solo, a biosfera, “os bens culturais e históricos, que se inserem nos recursos ambientais, 
bem como o meio ambiente artificial ou humano, integrado ou associado ao patrimônio natural.” (MILARE, 2001, p. 68).
Enfim, o arcabouço normativo e legal brasileiro busca estabelecer condições para que o princípio da equidade 
intergeracional seja atingido, ou seja, proporcionar para gerações futuras de forma proporcional os mesmos 
recursos naturais e energéticos.
A construção civil é um dos principais setores de nossa economia em números de empregos 
gerados bem, como participação no Produto Interno Bruto (PIB). A nova legislação de resí-
duos sólidos em vigor no país assume um rigor quanto ao descarte de resíduos por parte das 
empresas, sendo estas sujeitas a sanções penais caso haja o não cumprimento. Entretanto, 
um dos grandes problemas enfrentados diz respeito à falta de fiscalização e/ou ineficácia por 
parte dos órgãos públicos, o que leva ao descumprimento, submetendo o meio ambiente a 
impactos irreversíveis.
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8.1.3 O sistema de gestão ambiental e a responsabilidade ambiental nas 
empresas
Sistemas de gestão ambiental têm por objetivo a preservação do meio ambiente, atendendo à legislação e oti-
mizando ações do processo produtivo que possam gerar prejuízos à saúde, ao meio ambiente e à segurança dos 
trabalhadores e da população em geral.
Eles são aplicados em grandes organizações, que, além de cumprir os ditames da legislação ambiental perti-
nente, também atendem aos anseios do público consumidor de seus bens e serviços, agregando valor à marca 
da própria organização.
Os recursos ambientais definidos pela PNMA em seu Artigo 4° são: “atmosfera, as águas interiores, superficiais, 
subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora”, além do ser 
humano. Estes são os que sofrem com o desregramento das atividades empresariais. Tal cenário torna estraté-
gica a imposição de responsabilidades ao poluidor e ao predador ambiental.
8.1.4 A Tutela Governamental do Ambiente
O Estado detém o poder de polícia na tutela do meio ambiente, amparado pela Constituição Federal de 1988, em 
seu Artigo 225, parágrafo 3º, que dispõe sobre
“as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambientesujeitarão os infratores, pes-
soas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de 
reparar os danos causados”.
Como poder de polícia, atribuição da administração pública, segundo Dawalibi (2000, p. 81), a definição contida 
no artigo 78 do Código Tributário Nacional é:
A atividade da Administração Pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liber-
dade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à 
segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício 
de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqui-
lidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais e coletivos.
Na concepção de Machado (apud MILARE, 2001, p. 282), o poder da polícia ambiental é compreendido como a 
atividade da Administração Pública que limita ou disciplina o direito, o interesse ou a liberdade que regula a prá-
tica de ato ou abstenção de fato em razão de interesse público concernente à saúde da população, à conserva-
ção dos ecossistemas, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividade econômica ou de outras 
atividades dependentes de concessão, à autorização/permissão ou à licença do poder público de cujas atividades 
possam decorrer poluição ou agressão à natureza.
A licença ambiental é um ato vinculado, portanto, requer que seja expedida por órgão competente do Sistema 
Nacional do Meio Ambiente (Sisnama). O processo de emissão de uma licença ambiental passa por diversos dita-
mes administrativos e legais, e, dependendo do tipo e envergadura do empreendimento, são necessárias ações, 
como audiências públicas com a população em geral, a elaboração do estudo de impacto ambiental (EIA) e o 
relatório de impacto ao meio ambiente (RIMA).
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EIA/RIMA: trata-se do Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto ao Meio Ambiente. 
(Maximiano, 2011).
Glossário
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente de Recursos Naturais Renováveis (Ibama) é conhecido nacionalmente 
pela sua atuação na área ambiental. O Artigo 2º, da Lei Federal nº 7.735/89, que criou o Ibama, com a finalidade, 
instituída no Inciso I, de “exercer o poder de polícia ambiental” e, no inciso II, de:
executar ações das políticas nacionais de meio ambiente, referentes às atribuições federais, rela-
tivas ao licenciamento ambiental, ao controle da qualidade ambiental, à autorização de uso dos 
recursos naturais e à fiscalização, ao monitoramento e ao controle ambiental, observadas as dire-
trizes emanadas do Ministério do Meio Ambiente.
8.2 Ética: Objetivos, evolução histórica e os estágios de 
desenvolvimento moral
A palavra ética é oriunda do grego ethos, que tem base no latim mores, moral. Alguns autores tratam de forma 
distinta ambos os temas (Maximiano, 2011) e a palavra Moral é oriunda do latim, ou seja, “mores”, que tem o 
significado de costumes.
Darwinismo social é uma variação da teoria de Darwin da seleção natural. É referente a 
quando estudiosos na Inglaterra tentaram explicar a evolução da sociedade.
Os valores são a base da ética conduzindo e orientando acerca do comportamento das pessoas. A base desses 
estudos é oriunda dos diversos pensadores, líderes e filósofos, a exemplo de Buda, Cristo, Confúcio, Aristóteles, 
entre outros.
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Immanuel Kant é um filosofo alemão do século XVIII que transformou a Regra de Ouro em 
dois dos chamados imperativos categóricos, que estabelecem o comportamento ideal para 
a vida em sociedade.
A ética trata de definir e avaliar o comportamento humano se estendendo até as corporações. Isso é traduzido 
pelo que chamamos de códigos de conduta e códigos de ética. Estes são normas a exemplo das que engenhei-
ros, médicos, advogados, entre outros seguem. Já os códigos de conduta remetem a juramentos, a exemplo dos 
políticos, juízes, entre outros.
8.2.1 Evolução ética
Partindo do princípio de que os códigos de conduta evoluem, estão diretamente ligados à ética. Empresas como 
a Petrobras criaram um estatuto de ética em busca de que seus colaboradores possam realizar suas atividades 
laborais internas e externas de acordo com preceitos basilares de ética que são estabelecidos no supracitado 
documento.
A ética está cada vez mais presente nas organizações, conforme é apresentado na Figura 3, na qual há as carac-
terísticas exigidas pela lei das estatais, em que o administrador indicado para ser o gestor de uma empresa estatal 
deve ter entre outros requisitos, a reputação ilibada, experiência no setor etc.
Figura 3 – Lei das estatais e ética
Fonte: MATOSO (2016).
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Conheça o código de ética da Petrobras e outros documentos que buscam uniformizar a 
conduta de seus colaboradores em <http://www.petrobras.com.br/pt/quem-somos/perfil/
transparencia-e-etica/>.
As empresas que se aplicam a lei das estatais são as empresas públicas e de sociedade de economia mista do 
Brasil. A seguir, na Figura 4, é possível saber as principais empresas envolvidas por essa lei.
Figura 4 – Principais Estatais do Brasil.
Fonte: Notícia do trecho (2015).
8.3 Responsabilidade social
Ao conceito de desenvolvimento sustentável que remete a mitigar ações em respeito ao meio ambiente em prol 
a evolução tecnológica, não se atribui a ameaça de desenvolvimento zero.
Swarbrooke (2000, p. 10) defende a ideia de que as “[...] empresas estão sendo estimuladas a apresentarem pro-
postas dentro dos princípios da sustentabilidade” e elas se baseiam nos seguintes itens:
• o futuro de seus negócios estará em risco se destruírem os recursos ambientais dos quais seus negócios 
dependem;
• se não agirem voluntariamente, o governo fará imposições e regulamentará as suas atividades;
• as responsabilidades com a sociedade são mais amplas que simplesmente “bons vizinhos”.
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A Figura 5 representa as principais tendências que devem ser desenvolvidas em empresas que buscam a susten-
tabilidade de suas ações.
Figura 5 – Ética e responsabilidade social – uma tendência empresarial.
Fonte: Swarbrooke (2000).
O conceito de responsabilidade social ganhou força a partir da década de 1980. São fatores de influência, 
segundo Florentino; Amaral; Orsi (2005, p. 4) a:
[...] reorganização do capital, que muda o cenário econômico, tendo como pilar a competitividade 
mundial, regional e local, exigindo um novo perfil para a indústria, trabalhadores, o aumento das 
condições de pobreza e da degradação ambiental, que culminou com os movimentos impactan-
tes da Eco-92, a Campanha Contra a Fome de Betinho e o fortalecimento dos movimentos sociais.
As organizações estão com uma nova forma de atuação, buscando adequar suas ações de acordo com os pre-
ceitos de responsabilidade social e sustentabilidade. Tais entidades, como o Grupo de Institutos e Fundações 
e Empresa (Gife), o Instituto Ethos (Ethos), o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), entre 
outras, foram responsáveis por esse novo agir.
De acordo com Florentino; Amaral; Orsi (2005, p.5), a responsabilidade social não se restringe “[...] às ações sociais 
desenvolvidas pela organização na comunidade”. É necessária a manutenção de um “[...] diálogo e interação com 
os demais públicos da empresa, como colaboradores, consumidores e clientes, fornecedores, meio ambiente, 
governo e sociedade”. Por meio desse princípio e por atitudes, comportamentos e práticas positivas e construti-
vas é que se contribui paraconcretizar o bem comum e elevar a qualidade de vida de todos.
Os conceitos de responsabilidade social de Ashley et al. (2002) e Oliveira (1984) são, respectivamente:
Como o compromisso que uma organização deve ter para com a sociedade, expresso por meio 
de atos e atitudes que afetam positivamente, de modo amplo, ou alguma comunidade, de modo 
específico, agindo proativamente e coerentemente no que tange a seu papel específico na socie-
dade e sua prestação de contas para com ela. (ASHLEY et al., 2002 apud FLORENTINO; AMARAL; 
ORSI, 2005, p. 5).
A capacidade de a empresa colaborar com a sociedade, considerando seus valores, normas e 
expectativas para o alcance de seus objetivos. No entanto, o simples cumprimento das obrigações 
legais, previamente determinadas pela sociedade, não será considerado como comportamento 
socialmente responsável, mas como obrigação contratual óbvia, também denominada obrigação 
social. (OLIVEIRA, 1984 apud FLORENTINO; AMARAL; ORSI, 2005, p. 5).
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A responsabilidade social deve ser aplicada pelas organizações no cotidiano de seus empreendimentos. Por 
exemplo, no caso da produção de energia no aterro de Gramacho, a empresa responsável pelo empreendimento 
forneceu treinamento para os catadores de resíduos que perderam o seu “ganha pão” e foram indenizados para 
que pudessem recomeçar a sua vida profissional em outra área.
8.3.1 A Responsabilidade Social nas Empresas – Um Novo Conceito 
Empresarial
A responsabilidade social empresarial se relaciona com o conceito de empresa socialmente responsável e, 
segundo ORSI (2008, p. 190):
[...] se aplica àquela que atua no ambiente de negócios de forma a atingir o exceder as expectati-
vas éticas, legais e comerciais do ambiente social no qual a empresa se insere. Mais ainda, as ativi-
dades de negócios devem preencher quatro responsabilidades principais, em ordem decrescente 
de prioridade: econômica, legais, éticas e filantrópicas.
A dimensão ética corresponde ao comportamento adequado, segundo os princípios éticos e morais, determina-
dos pela honestidade, justiça, equidade, transparência, entre outros.
A dimensão legal, por sua vez, faz correspondência ao que a sociedade espera das empresas no cumprimento de 
suas obrigações em conformidade com as legislações vigentes, ao passo que a dimensão filantrópica reflete, de 
acordo com Orsi (2008, p. 190):
[...] no desejo comum de que as empresas estejam ativamente envolvidas na melhoria do ambiente 
social. Esta última dimensão da responsabilidade social vai, portanto, além das funções básicas 
tradicionalmente esperadas da atividade empresarial. Essa dimensão poderia também ser consi-
derada uma extensão da dimensão ética.
A Figura 6 apresenta as dimensões da responsabilidade social e empresarial. As dimensões da responsabilidade 
social variam de acordo com as estratégias adotadas por cada organização, que caminha da filantropia (doação 
por si só), passa pela ética (seguir princípios éticos), segue pelo objetivo legal (atender o arcabouço legal) e, por 
fim, o viés econômico (melhorar o fluxo de caixa da organização). Ou seja, ações de responsabilidade social são 
tomadas pela alta cúpula da organização seguindo uma ou mais das dimensões apresentadas a seguir.
Exemplificando a dimensão da responsabilidade sob o ponto de vista da filantropia é quando a organização rea-
liza uma doação com o objetivo de atender uma entidade do terceiro setor. Com relação à ética, o objetivo é 
atender os seus ditames e posicionar a empresa sob esse prisma no seu mercado em geral. Envolve questões de 
marketing social e posicionamento da organização nesse contexto social.
Continuando a exemplificação, atender a obrigatoriedade legal pode ser uma das dimensões da responsabili-
dade legal, visto que a legislação brasileira deve ser cumprida e, em alguns casos, pode ser necessário aportar um 
capital mínimo para esse setor ou, até mesmo, obter benefícios na seara de direito tributário com a realização de 
determinadas ações nessa área.
Por fim os objetivos econômicos podem concatenar com os legais, visto que a obtenção de possíveis isenções 
fiscais pode melhorar o fluxo de caixa da empresa, ou seja, uma empresa com uma saúde financeira ainda melhor 
com mais capital para ser investido em novos projetos ou em outras áreas de acordo com o plano estratégico da 
organização.
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Figura 6 – Dimensões da responsabilidade social empresarial.
Fonte: CARROLL (1979).
A relevância e importância de enquadrar as micro e pequenas organizações no tema de responsabilidade social é 
imensa. Dessa forma, o ideal é cobrar adequação delas na área de responsabilidade social e isso ser pré-requisito 
para participação em editais públicos e em linhas de financiamentos.
A pequena empresa que adota a filosofia e práticas da RSE tende a ter uma gestão mais cons-
ciente e maior clareza quanto à própria missão. Consegue melhor ambiente de trabalho, com 
maior comprometimento de seus funcionários, relações mais consistentes com seus fornecedo-
res e clientes e melhor imagem na comunidade. Tudo isso contribui para sua permanência e seu 
crescimento, diminuindo o risco de mortalidade, que costuma ser alto entre os novos negócios. 
Ao assumirem uma postura comprometida com a Responsabilidade Social Empresarial, micro 
e pequenos empreendedores tornam-se agentes de uma profunda mudança cultural, contri-
buindo para a construção de uma sociedade mais justa e solidária. Você pode fazer mais do que 
imagina para participar deste novo tempo. Basta começar. (RESPONSABILIDADE..., 2003, p. 6).
O movimento da responsabilidade social empresarial é decorrente de três fatores que marcam a época atual: a 
revolução tecnológica (satélites, telecomunicações), com o encurtamento das distâncias e efeito multiplicador 
das informações; a revolução educacional; a revolução cívica, representada por milhões de pessoas reunidas e 
organizadas em associações e Organizações Não Governamentais (ONGs), com interesses na promoção social e 
proteção do meio ambiente (RESPONSABILIDADE..., 2003).
Ao estabelecer a missão de uma organização, o ideal é que ela expresse todos os aspectos relevantes para o seu 
negócio, além da responsabilidade social, sustentabilidade e ética. Como por exemplo, a missão do Laboratório Dr. 
Pio: “Atender às necessidades e expectativas dos nossos clientes, oferecendo-lhes serviços de Análises Clínicas de Qualidade”.
A missão da Editora Palavra Mágica foi concebida no momento em que passou a ser considerada empresa-cidadã, 
em 1995. Em 2011, sua missão foi modificada para: “Fomentar a leitura para desenvolver a cidadania e transfor-
mar a sociedade”. (FUNDAÇÃO PALAVRA MÁGICA, 2011).
Ressalta-se que é saudável, de tempos em tempos, a organização através do seu corpo de executivos deliberar 
sobre a possibilidade de alterar a missão da sua organização de acordo com as mudanças internas na organiza-
ção e nos elementos externos, como alterações no macroambiente.
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Administração Geral | Unidade 8 - Administração e meio ambiente, responsabilidade social e ética
O modelo gestão das empresas tem passado hoje por fortes transformações, o que implica 
na adequação a práticas e novos modelos. Como sua empresa encara a responsabilidade 
social?
Participe do fórum e divida suas ideias com seus pares! Uma excelente oportunidade para 
aprender mais
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Considerações finais
A gestão ambiental está cada vez mais presente nas organizações con-
temporâneas. Os planejamentos estratégicos e planos anuais de negócios 
das organizações estão com metas qualitativas e quantitativas nessa área. 
A gestão ambiental não é apenas um atendimento de exigências legal, 
mas, em alguns casos, uma oportunidadede negócio para organização 
que ainda pode gerar benefícios indiretos, como agregar valor à marca.
Com relação à responsabilidade social, programas estão sendo criados 
nessa área em organizações públicas, privadas e com a participação ativa 
do terceiro setor.
A ética, por sua vez, está cada vez mais presente nas organizações, seja 
através de códigos de éticas internos aos quais os funcionários são sub-
metidos, seja códigos de conduta que regulamentam a atuação profissio-
nal interna e externa do empregado, tanto na negociação com clientes e 
fornecedores quanto na postura íntegra em sua vida.
Referências bibliográficas
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dos Recursos Naturais Renováveis e dá outras providências. Publicada 
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outras providências. Publicada em 31 de agosto de 1981.
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