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Davi trabalho

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC 
Departamento de Engenharia de Pesca e Ciências Biológicas Prof. David V. Dantas 
Introdução à Engenharia de Pesca 
Lista I
 10 de maio de 2019
 Aluno: Viktor Silveira Coelho
 Matricula:
 1. A Engenharia de Pesca representa um curso dinâmico que envolve diversas áreas do conhecimento. Disserte, de maneira objetiva, sobre os principais setores profissionais da Engenharia de Pesca (Setor produtivo da profissão). 
	O engenheiro de pesca trabalha com a ecologia aquática, beneficiamento, captura e aquicultura basicamente. A ecologia se envolve na conservação dos produtos naturais que cada dia são mais explorados pela pesca predatória nos mares e rios, indo a favor do economia, porém tentando fazer com que o recurso não acabe. 
	O beneficiamento consiste nas técnicas nos processos de criação ou comercialização do pescado. A captura consiste nos métodos, maquinaria de como é pescado nos ambientes aquáticos. Já a aquicultura é como o peixe é criado em ambientes previamente controlados. 
	
	O profissional é preparado para aplicar novos métodos e tecnologias na localização envolvendo as diversas espécies de peixes, crustáceos e moluscos, sendo em recurso aquáticos marinhos ou continentais. Envolve conhecimento prévio e vasto de biologia, química, ecologia, matemática, física, a modo de aperfeiçoar as técnicas já existentes, e por ser um curso relativamente novo a demanda de resposta pra dificuldades é imensa.
2. O que caracteriza a pesca, onde é realizada e quais as principais modalidades da atividade? Quais as principais diferenças entre a Pesca Artesanal e a Pesca Industrial? 
	A pesca é uma atividade de extração de organismos no ambiente aquático e vem sendo praticada ao longo dos séculos. Até o século XVIII era pensado que o mar tinha uma quantidade inesgotável de espécies, devido a quantidade enorme que tinha nos mares, posteriormente com as Revoluções Industriais a Pesca Industrial mudou o jogo e alavancou bruscamente a economia, no entanto trouxe varias problemas que não eram pensados como o grande desaparecimento de variadas espécies marinhas. A pesca pode ser feita entre no vasto mar brasileiro que atinge na parte leste do Brasil em variados estados ou mesmo no continente nos variados rios que permeiam. 
	Suas principais modalidades são:
	Artesanal - Pesca comercial que utiliza mão de obra familiar e pequenas embarcações. Geralmente são utilizadas redes e a pesca é feita nas proximidades das margens de rios, lagos e do mar. 
	Submarina - Esse estilo de pescaria é predatório, pois o pescado sempre é morto. Ele é praticado por mergulhadores de cilindro ou snorkel que geralmente utilizam arpões para localizar espécies como a Garoupa, Cherne, Arraias, e outros peixes.
	Esportiva - É um tipo de pesca em ascensão e promove a liberação dos peixes para preservação do ecossistema. Este tipo de pescaria é importantíssima para o turismo de pesca, pois ajuda a criar uma renda sustentável para empresas de regiões como Amazônia e Pantanal.
	Rodada - Sistema de pescaria no qual o barco faz movimentos em círculo, subindo o rio com o motor ligado e deixando o barco descer novamente com o motor desligado. Muito utilizado na pesca de Robalo com camarão vivo.
	Praia - Essa modalidade requer equipamentos resistentes à água salgada e é indicada uma vara mais comprida. As melhores iscas são o corrupto vivo, camarão morto, lula e caranguejos. Esse tipo de pescaria traz ao pescador agradáveis surpresas quando praticada com material ultraleve, pois torna qualquer peixe motivo para uma boa briga.
	Fly - Uma das modalidades mais antigas deve seu nome às iscas (fly em inglês significa mosca), que imitam insetos, alimento natural de alguns peixes, como a truta. Essas iscas são confeccionadas artesanalmente com materiais como pelos, penas, fios de plástico e linhas de costura. A isca é tão leve que, para que seja possível lançá-la, é preciso utilizar uma linha bem grossa. As espécies mais pescadas são o Salmão, a Truta e Tilápia.
	Oceânica - Modalidade em que costumam ser usados barcos com motores potentes e equipamentos caros. Nela são enfrentados alguns dos maiores desafios da pesca esportiva, como os Atuns e os peixes de bico, os quais podem chegar a mais de 600 kg. É realizada nas chamadas correntes do mar azul, de águas quentes e transparentes, ricas em pequenos peixes. Aqui é fundamental a presença de alguém que tenha conhecimento em marinharia.
	Arremesso com iscas artificiais - Modalidade bastante técnica, que vem ganhando muitos adeptos no País (nos EUA e outros países já e muito praticada). Exige muita observação a respeito dos hábitos das espécies visadas, porque é a partir disso que se tentará capturá-las. Movimentando-se a isca de modo a trabalhá-la dando impressão semelhante de um possível alimento do peixe predador. Esse alimento pode ser um outro peixe, um sapo, uma pequena cobra.
	Barranco - Nesse estilo se encontram alguns dos mais tarimbados pescadores, amigos de longa data do rio ou represa de sua cidade. Os equipamentos indicados são diversos: varas com molinete ou carretilha, caniço simples de bambu, linha de mão.
	A pesca artesanal é um modo de extração do alimento que pode ou não utilizar embarcações, sendo que quando ocorre o uso de embarcações (menores que 8 metros), estas são embarcações pequenas que não se utiliza de sistema de bordo para conservação do pescado, sendo que a autonomia desses barcos é reduzida. A área de atuação pesqueira fica limitada à áreas costeiras (rios, lagos, lagoas, estuários, enseadas, baías e praias). A extração do recurso pesqueiro fica limitada localmente, sendo que o recurso não é processado.
	Pesca industrial: A pesca industrial utilizará de embarcações (maiores que 8 metros) de médio e grande porte, com grande autonomia de mar, podendo ficar alguns dias a meses em busca do recurso pesqueiro, possuem a bordo sistemas de conservação do pescado, podendo se utilizar de diversas áreas para a extração de seu recurso pesqueiro. Quando o pescado é desembarcado, podem ser distribuídos a diversas áreas de comércio, inclusive exportação.
3. Qual a importância da atividade pesqueira para o mundo e para o Brasil? 
	De acordo com a Organização das Nações Unidas, há cerca de um bilhão de pessoas no mundo dependem do pescado como principal fonte de proteína. Por outro lado, estima-se que a pesca marinha gere 260 milhões de empregos no mundo. Atualmente, cerca de 35% da produção mundial de pescados é proveniente de países asiáticos, entre os quais se destacam: China, Índia, Vietnã, Indonésia, Bangladesh e Filipinas, essa enorme participação no mercado se deve ao aumento do número de frotas. 
	No Brasil, os dados oficiais do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) estimam uma produção anual de 1,4 milhão de tonelada de pescado e um faturamento de R$ 5 bilhões. O número de empregos diretos e indiretos chega a 3,5 milhões. Já no ponto cultural é vista a prática desde os primórdios da sociedade brasileira, com a presença remota da pesca é comprovada pela presença dos sambaquis, sítios arqueológicos que abrigam vestígios da pesca e coleta de recursos de manguezal, principalmente conchas e peixes, que compunham a dieta do homem primitivo. Segundo arqueólogos e paleontólogos, as populações indígenas da costa meridional do Brasil exploravam as lagunas vizinhas da Serra do Mar há 6.000 ou 9.000 anos. 
4. O que caracteriza a aquicultura? Disserte sobre os principais aspectos, importância e perspectivas do setor aquícola. 
	Aquicultura é ciência que estuda técnicas de cultivo não só de peixes, mas também de crustáceos, de moluscos, de algas e de outros organismos que vivem em ambientes aquáticos. Numa das produções mais populares, a produção de peixes tem métodos muito utilizados: um deles é o dos tanques-redes, que são criadouros parecidos com gaiolas, mantidos na água de rio, lago ou mar.; já o outro é o do tanque escavado que, como o próprio nome diz, trata-se de um reservatório artificial,de água, escavado no solo, tanques-rede ou gaiola flutuante, e o cultivo em espinhel e balsas.
	Na aquacultura intensiva usam-se rações e outros produtos para maximizar a produção, entretanto os efluentes podem prejudicar o ecossistema se lançados no meio ambiente sem o devido tratamento. Alguns veem a produção orgânica de peixes como uma forma de manter a qualidade do pescado sem alterar o equilíbrio ambiental. A aquicultura destaca-se pela produção de recurso alimentar de qualidade em condições controladas, caracterizando-se como uma prática sustentável. A atividade pode ser utilizada para a restauração de estoques de pescado e mariscos, abalados pela superexploração comercial. Neste processo, animais criados através da aquicultura são lançados em meio aquático para restabelecer as populações selvagens.
	Há também outra técnica que é bastante pioneira um pouco por todo o mundo, a aquacultura em mar aberto ou offshore. Para os peixes o cultivo é realizado através de jaulas flutuantes, que podem ser de superfície ou submersíveis, dependendo do hidrodinamismo do local.
	A atividade consiste no setor de produção de alimentos que mais cresce no mundo: estima-se que aproximadamente 50% de todo o pescado produzido por tal. Além disso, outro benefício relacionado à esta atividade consiste no uso de sistemas de recirculação de água, que reduzem e reciclam a água utilizada.
	De acordo com estudos, a produção de peixes através de aquicultura triplicou entre 1995 e 2007. Até o final da primeira década do século XXI, a aquacultura era responsável pela produção da metade do peixe consumido pela população mundial. Atualmente, dos 160 milhões de toneladas de produtos do mar que acabam sendo consumidos a cada ano, 50% vem da aquicultura.A aquacultura também oferece vantagens sociais às populações de inúmeros países onde o pescado marinho não pode chegar em boas condições sanitárias e a preços razoáveis.
	A aquicultura vem ocupando uma posição de destaque na produção mundial de proteína animal. Este setor encontra-se em expansão desde os anos 90, e apresenta uma taxa de crescimento anual global estimada em torno de 7%. No Brasil, o aumento do consumo per capita de pescado e as condições favoráveis ao desenvolvimento da aquicultura, têm estimulado a produção aquícola, que alcançou um total de 707 mil toneladas em 2015, alçando o país ao 12º lugar no ranking mundial de aquicultura. Entre as espécies que são destaque na produção brasileira está o camarão-marinho, cultivado especialmente na costa nordeste do país; a tilápia, que trata-se de uma espécie exótica, porém intensamente cultivada na região sudeste e sul do país; os tambaquis e pirarucus, alvo da aquicultura na região norte brasileira; e as carpas, ostras, mexilhões e vieiras cultivados na costa sul do Brasil.
	De acordo com a FAO, órgão das Nações Unidas, re, um hectare cultivado com peixes produz mais do que com qualquer outro animal. Enquanto os mamíferos dependem das características do ar para a sua respiração e manutenção da temperatura corporal, o peixe flutua, se locomove e regula sua temperatura interna com muito mais facilidade em virtude da densidade do seu corpo ser praticamente igual à da água. Dessa forma, os peixes despendem muito pouca energia para a flutuação, locomoção e manutenção de sua temperatura interna, o que lhes garante uma maior conversão da energia contida nos alimentos que consomem em carne, alcançando uma altíssima produtividade. 
	
5. Quais os principais problemas enfrentados pelo setor pesqueiro no Brasil e no mundo?
	A falta de gestão, pesca predatória, junto com a pesca de arrasto, como consequência o bycatch, pesca ilegal e a poluição têm sido diretamente responsáveis pelo esgotamento de recursos pesqueiros. Hoje, 97 espécies de peixes marinhos encontram-se ameaçadas de extinção, em sua maioria por causa da pesca excessiva e não manejada. 	Sobre a falta de gestão, é consenso absoluto entre o meio ligado à pesca que é preciso qualificar a política pesqueira. É claro que é necessário retomar a coleta e análise de dados, por meio da implementação do Sistema Nacional de Informações de Pesca e Aquicultura (SINPESQ), criado por decreto presidencial em 1995. 
	Conjuntamente a pesca predatória não respeita os períodos de reprodução de muitas espécies de peixes. Essa prática tem comprometido a proliferação da vida marinha, colocando em risco o equilíbrio desde a temperatura da água do mar e à oferta de peixes para a própria atividade. Este grande problema da atividade pesqueira moderna é a existência de navios com um grande arsenal tecnológico que favorece a captura de uma quantidade absurda de peixes. Entretanto, quando isso acontece, peixes de todos os tamanhos são apanhados. 
	A pesca de arrasto é uma prática utilizada pela indústria da pesca no mundo, no qual uma grande rede é arrastada ao longo do fundo do oceano para recolher tudo o que estiver em seu caminho. Causando a captura de tudo que estiver a seu caminho, com um rendimento de 20%, ou seja 80% são espécies acessórias, resultando o bycatch. Sendo que quando tais 80% são postos de volta no meio aquático tem um rendimento de sobrevivência em 10%, além da destruição de leitos de águas rasas. Com a morte de uma grande massa desses animais, o meio ambiente que ele estavam ocorre um desequilíbrio em todo, desde a vegetação, temperatura da água até a regeneração das espécies.
	A pesca ilegal também é um dos fatores que mais atrapalham no ecossistema, ameaçando a saúde do litoral brasileiro. Porém o controle é difícil, sendo que a área litorânea brasileira é gigantesca, pois envolve investimento em fiscalização, por falta de gente reindivicando e infra estrutura para fiscalização.. É muito custoso cobrir o que acontece numa área dessas, ainda mais como o governo atual, onde o presidente que foi multado por pesca ilegal, quer revanche e flexibilização das regras. Grande parte dos governantes brasileiros ainda não enxergaram o quanto ganhariam no futuro com uma extração honesta perante a biodiversidade.
	Um estudo realizado pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF) em dezembro de 2008, atestou que mais de 75% da população de peixes do mundo está ameaçada devido à pesca predatória, aquela onde a quantidade de recursos pesqueiros retirada pelo homem é muito maior do que a capacidade de recomposição dos rios e mares.
	A atividade pesqueira é prejudicada também pela poluição dos oceanos e mares, especialmente nas costas de alguns países da Europa e no litoral japonês, a contaminação das águas oceânicas provoca uma diminuição na oferta de pescados. O Japão convive com esses dois problemas, por isso o destaque dessa atividade no país sofreu forte queda, tendo em vista que ele ocupava o primeiro lugar entre os grandes produtores e hoje está em terceiro lugar em nível mundial.

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