Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
27/05/2019 MINISTÉRIO DE EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS, GEOTECNIA E SANEAMENTO AMBIENTAL Resistência ao cisalhamento RUPTURAS DOS SOLOS POR CISALHAMENTO 27/05/2019 RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DO SOLO Define-se como resistência ao cisalhamento do solo como a máxima tensão de cisalhamento que o solo pode suportar sem sofrer ruptura, ou a tensão de cisalhamento do solo no plano em que a ruptura estiver ocorrendo. A resistência ao cisalhamento dos solos envolve duas componentes: atrito e coesão. RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DO SOLO ATRITO Analogia com o problema de deslizamento de um corpo sobre uma superfície plana horizontal S1 ' Fat N T Na iminência do movimento: T = Fat = S1 T = N.m = N.tan(q) = ’.b = ’.tan(f’) 27/05/2019 RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DO SOLO COESÃO Parcela de resistência ao cisalhamento de um solo que independe das tensões normais aplicadas. Na iminência do movimento: T = A = S2 = c’ A T N = 0 ' = 0 S2 RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DO SOLO COESÃO Coesão verdadeira (Real): devida a ligações químicas (agentes cimentantes) e físicas (elétricas e adesão) entre partículas. Solos granulares: c’≈ 0 Solos finos ou com presença de finos: c’ > 0 Coesão aparente: devida a uma pressão negativa (sucção) presente nos solos não saturados, devida à tensão entre grãos resultante da tensão capilar. 27/05/2019 RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DO SOLO COESÃO COESÃO APARENTE RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DO SOLO RESISTÊNCIA TOTAL = S1 + S2 = c’ + ’.tan(f’) Onde: c’: coesão efetiva f’: ângulo de atrito interno do solo 27/05/2019 RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DO SOLO c' e f' são os parâmetros da resistência ao cisalhamento de qualquer solo. Altos valores dos parâmetros significam alta resistência ao cisalhamento. CRITÉRIO DE RUPTURA CRITÉRIO DE COULOMB “Não há ruptura se a tensão de cisalhamento não ultrapassar um valor dado pela expressão c + f.σ , sendo c e f constantes do material e σ a tensão normal existente no plano cisalhante”. 27/05/2019 CRITÉRIO DE RUPTURA CRITÉRIO DE MOHR “Não há ruptura enquanto o circulo representativo do estado de tensões se encontrar no interior de uma curva, que é a envoltória dos círculos relativos a estados de ruptura, observados experimentalmente para o material” CRITÉRIO DE RUPTURA CRITÉRIO DE MOHR-COULOMB Ao se fazer uma reta como a envoltória de Mohr, seu critério de resistência fica análogo ao de Coulomb, justificando a expressão critério de Mohr-Coulomb. Solos argilosos = c’ + ’tan(f’) Solos puramente arenosos = ’tan(f’) 27/05/2019 CRITÉRIO DE RUPTURA CRITÉRIO DE MOHR-COULOMB Amostra A: Ruptura Amostra B: Estável (Estabilidade) A B CRITÉRIO DE RUPTURA CRITÉRIO DE MOHR-COULOMB 27/05/2019 CRITÉRIO DE RUPTURA CRITÉRIO DE MOHR-COULOMB CRITÉRIO DE RUPTURA Círculo de Mohr tangenciando a envoltória de resistência: situação de ruptura iminente; Um estado de tensões é possível em um determinado ponto no solo quando o círculo de Mohr estiver contido na envoltória de resistência; Não é fisicamente concebível um estado de tensões representado por um círculo de Mohr acima da envoltória; O ponto de tangencia define o plano de ruptura e as tensões sobre ele. A resistência ao cisalhamento do solo será igual a tensão cisalhante no ponto; 27/05/2019 DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DO SOLO Principais tipos de ensaios de laboratório para determinação da resistência ao cisalhamento do solo Ensaio de cisalhamento direto Ensaio de compressão triaxial Tipos de amostras (reproduzir as condições da obra) Indeformadas Compactadas ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRETO Mais antigo procedimento para determinação da resistência ao cisalhamento. O ensaio é baseado diretamente no critério de Coulomb. Caixa de cisalhamento (metálica e bipartida) onde um corpo de prova (CP) é colocado. Força de cisalhamento é aplicada movendo-se uma metade da caixa provocando a ruptura do CP de solo. Mede-se a reação, com um anel dinamométrico, os deslocamentos horizontais e verticais, com extensômetros. 27/05/2019 ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRETO ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRETO CP: 10x10x4 cm CP na prensa de cisalhamento direto 27/05/2019 ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRETO ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRETO VANTAGENS DO ENSAIO Simplicidade / Praticidade Facilidade na moldagem de amostras de areia Rapidez Solo permeáveis Possibilita condição inundada Possibilita grandes deformações por reversões na caixa de cisalhamento Resistência residual Baixo custo 27/05/2019 ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRETO DESVANTAGENS DO ENSAIO Não permite a obtenção de parâmetros de deformabilidade O plano de ruptura é imposto, pode não ser o de maior fraqueza Comumente não se medem nem são controladas as poropressões (difícil controle) Muito lento solos de baixa permeabilidade Concentração de tensões nas bordas da amostra ENSAIO DE COMPRESSÃO TRIAXIAL É o mais versátil ensaio para determinação da resistência ao cisalhamento dos solos. Consiste na aplicação de um estado hidrostático de tensões e de um carregamento axial sobre um corpo de prova cilíndrico do solo. Estado hidrostático: obtido com a colocação do CP envolto por uma membrana de borracha em uma câmara de ensaio. A câmara é cheia com água através da qual é aplicada a tensão confinante (c). A tensão confinante atua em todas as direções (estado hidrostático de tensões) Carregamento axial: aplicação de um esforço axial controlado através de um pistão de carga que penetra na câmara (ensaio com carga controlada) ou pelo movimento ascendente da câmara reagindo contra um pistão estático (ensaio de deformação controlada). 27/05/2019 ENSAIO DE COMPRESSÃO TRIAXIAL ENSAIO DE COMPRESSÃO TRIAXIAL 27/05/2019 ENSAIO DE COMPRESSÃO TRIAXIAL Moldagem dos corpos de prova no torno de moldagem, diâmetro de 5 cm e 10 cm de altura, amostra indeformada. Moldagem dos corpos de prova no torno de moldagem, diâmetro de 3,5 cm e 7 cm de altura, amostra indeformada. ENSAIO DE COMPRESSÃO TRIAXIAL Corpo de prova montado na base da célula triaxial Cisalhamento do corpo de prova na prensa de compressão triaxial. 27/05/2019 Existem três formas clássicas de se realizar o ensaio triaxial: a) Ensaio adensado e drenado (CD) – Lento (S) ENSAIO DE COMPRESSÃO TRIAXIAL Drenagem permitida em ambas etapas. Emprego: análise da resistência ao cisalhamento de solos que facilmente permitem drenagem. b) Ensaio adensado e não drenado (CU) – Rápido pré-adensado (R) ENSAIO DE COMPRESSÃO TRIAXIAL Drenagem permitida apenas na primeira etapa. Emprego: análise a curto e a longo prazo da resistência ao cisalhamento de solos de baixa permeabilidade. 27/05/2019 c) Ensaio não adensado e não drenado (UU) – Rápido (R) ENSAIO DE COMPRESSÃO TRIAXIAL A drenagem não é permitida em ambas etapas. Emprego: análise a curto prazo da resistência ao cisalhamento de solos de baixa permeabilidade não adensado. VANTAGENS DO ENSAIO Pode-se impor o estado de tensão que se desejar Controle completo da drenagem Pode-se medir poro-pressões Pode-se medir variações de volume ENSAIO DE COMPRESSÃO TRIAXIAL 27/05/2019 DESVANTAGENS DO ENSAIO Mais caro e em geral a duração do ensaio é maior Requer um operador mais qualificado (equipamento complexo) Há influência da membrana de borracha ENSAIO DE COMPRESSÃO TRIAXIAL
Compartilhar