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Temas, motivos e motivação

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Português - Literatura 
 
 
 
 
TEMAS, MOTIVOS E MOTIVAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
 
Sumário 
 
Introdução ...........................................................................................................................................2 
 
Objetivos ..............................................................................................................................................2 
 
1. Temas, motivos e motivação ....................................................................................................2 
1.1. Contextualização dos novos conceitos ...........................................................................2 
1.2. Definições dos conceitos apresentados....................................................................... 3 
 
Exercícios…………………………………………………………………………………………….. 4 
 
Gabarito .............................................................................................................................................. 4 
 
Resumo.............................................................................................................................. ............ 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
Introdução 
Nessa parte do curso, serão introduzidos novos conceitos para ajudar a 
expandir a compreensão do estudo das narrativas. Os três conceitos apresentados a 
seguir, a saber: temas, motivo e motivação continuam a expandir os modos de se 
analisar as narrativas. O importante a reter, aqui, é a noção que uma análise da 
narrativa permite várias entradas que são complementares. 
É fundamental, portanto, que haja um estudo contínuo dos conceitos 
apresentados nas aulas anteriores para que possa ter uma compreensão plena das 
questões que vão ser apresentadas a seguir. 
Objetivos 
• Apresentar novos conceitos para a análise das narrativas. 
• Aprofundar o estudo das narrativas. 
 
1. Temas, motivos e motivação 
1.1. Contextualização dos novos conceitos. 
Os conceitos de temas, motivos e motivações dependem de um prévio 
conhecimento e domínio de outras noções que lhes são relacionadas. Portanto, para 
a compreensão plena dos novos conceitos, recorra as aulas prévias, especialmente 
as aulas (fábula, trama, intriga, estória e enredo). 
Por exemplo, na perspectiva dos formalistas russos, que criaram e 
desenvolveram muitos desses conceitos estudados anteriormente, existe uma inter-
relação clara entre os motivos e a intriga. De fato, na visão de Tomachevski (1976), a 
intriga é propriamente caracterizada pelo conjunto de motivos que compõe uma 
narrativa. 
Nesse ponto é importante fazer um aviso, o termo “motivo”, na perspectiva 
dos estudos da narrativa, se afasta da acepção vulgar e mais conhecida como um 
substantivo que indica causa ou razão. Para compreendê-lo, dentro desse campo de 
estudos, devemos pensar o motivo como algo que não só explica, mas conduz. 
Justamente porque o motivo tem essa capacidade de conduzir é que o 
mesmo Tomachevski (1976) caracteriza a fábula como um conjunto de motivos 
combinados em sua sucessão lógica de causa e efeito. Os motivos apresentados 
tecem a intriga da história narrada, por isso o conjunto desses motivos, conforme 
eles se apresentam sucessivamente na narrativa se chama trama. Explicando, os 
 
3 
 
motivos, ou seja, as ações relevantes que impulsionam o desenvolvimento da 
história combinam-se para criar a trama, conforme eles aparecem na narrativa e, 
conforme eles criam relações de causa e efeito, a fábula. 
 
1.2. Definições dos conceitos apresentados 
Tema. Em termos gerais pode-se denominar como “tema” o principal 
assunto abordado em uma narrativa. O tema vai ser sempre abordado 
dramaticamente, ou seja, ele pode ser percebido a partir da apresentação das 
situações dramáticas experimentadas pelas personagens, incluindo, é claro, o 
conflito nuclear da história. O tema geralmente não é dado a priori, ele vai sendo 
constituído gradativamente ao logo da narrativa, conforme vão sendo introduzidas 
as personagens e as situações dramáticas. 
A apreensão do tema, muitas vezes, depende do grau de ambiguidade dado 
pela narração ao conflito dramático central. Uma narrativa que apresenta seu tema 
de diversos modos, com diversas facetas, ou seja, mais ambiguamente, tende a 
aumentar as possibilidades de definição do tema. 
Motivos. Uma boa maneira de definir os motivos é considerá-los como 
pequenas partes que somadas constituem o tema. Portanto, motivos são subtemas 
desenvolvidos e articulados ao longo de uma narrativa a partir de pequenas ações 
que contribuem para o conflito dramático. Essas ações, por sua vez, geralmente 
estão ligadas às personagens e às situações dramáticas apresentadas e são também 
chamados, por Tomachevski (1976), de unidade temática mínima. 
Motivação. Tema e motivo são conceitos altamente ligados um ao outro. 
Similarmente, a motivação também só pode ser compreendida em sua articulação 
com os motivos e o tema. Nesse sentido, a motivação surge quando se analisa como 
o conjunto de motivos é trabalhado, narrativamente, para fazer surgir o tema. Essa 
análise, por sua vez, ressalta as escolhas estéticas, mas também políticas e 
ideológicas do autor. 
 
IMPORTANTE! 
 
 
 
Os conceitos apresentados nesta apostila são todos ligados a um 
ramo específico da teoria da narrativa denominado Formalismo 
Russo. Desse modo, para a compreensão plena, recorra a outros 
conceitos também com origem similar como “trama” e “fábula”. 
 
4 
 
Exercícios 
Leia o texto e responda à questão a seguir: 
 
Temática 
 “As descrições da natureza, do lugar, da situação, dos personagens e de seus 
caracteres são motivos tipicamente estáticos; os fatos e gestos do herói são motivos 
tipicamente dinâmicos. Os motivos dinâmicos são centrais ou motores da fábula.” 
(TOMACHEVSKI, 1976, p. 177). 
 
1) No texto “Temática”, Boris Tomachevski faz uma distinção entre motivos 
estáticos e dinâmicos e afirma que o segundo tipo funciona como motor para 
a fábula. Com base nessa afirmação, é verdadeiro afirmar: 
a) Os motivos dinâmicos são fundamentais para a construção da fábula. 
b) As ações das personagens são desimportantes para a constituição da 
fábula. 
c) As descrições são os motores da fábula, por isso são chamadas de motivos 
estáticos. 
d) Na constituição da fábula, motivos dinâmicos e estáticos são igualmente 
importantes. 
Gabarito 
Resposta correta: Letra A. Esse exercício permite pôr em uso alguns dos 
conceitos apresentados nesta apostila e também em apostilas anteriores, além de 
mostrar como a compreensão de uns está ligada a compreensão de outros. A 
introdução da distinção entre motivos dinâmicos e motivos estáticos, portanto, 
deixa mais claro parte dessa correlação. 
Na perspectiva de Tomachevski, a fábula é criada a partir das relações causais 
entre as ações apresentadas na narrativa. Essas relações causais podem ser criadas, 
e usualmente são, fora da ordem cronológica e muitas vezes só são apreendidas 
completamente na resolução de uma obra. 
Os motivos dinâmicos, por sua vez, seriam aqueles que contribuem 
ativamente para a criação dessas relações causais. As ações das personagens, 
“fatos” e “gestos” no léxico do autor, constituem esses motivos dinâmicos 
justamente porque impulsionam a história contada. Os motivos estáticos, por sua 
vez, são chamados assim porque, em geral, não fazem a história avançar, apenas 
situam o leitor no universo ficcional criado pelo autor. 
 
5 
 
Resumo 
Essa apostila introduziutrês novos conceitos: tema, motivos e motivação. 
Esses conceitos, antes de serem apresentados, foram situados dentro da 
narratologia e, especificamente, dentro de um campo chamado Formalismo Russo. 
Tema, motivos e motivações foram conceituados destacando a 
complementariedade entre eles. Em outros termos, para compreender cada um 
deles é necessário recorrer aos outros. O tema, por exemplo, vai ser constituído por 
vários motivos. Seguindo a mesma lógica, o modo como esses motivos são 
apresentados é de suma importância para entender as motivações do autor. 
Especialmente em relação ao conteúdo dessa apostila, sugere-se fortemente 
a leitura de outras apostilas que constam no plano de estudos, dos textos que 
embasam esse conteúdo, de Boris Tomachevski, indicado abaixo nas referências 
bibliográficas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Referências bibliográficas 
FRANCO JUNIOR, Arnaldo. Operadores da narrativa. In: BONICI, Thomas; ZOLIN, Lúcia Osana (org). 
Teoria literária: abordagens históricas e tendências contemporâneas. 3. ed. Maringá: Eduem, 2009. 
TOMACHEVSKI, Boris. Temática. In: TOLEDO, Dionísio de Oliveira (org). Teoria da literatura: 
formalistas russos. Porto Alegre: Globo, 1976. 
WOOD, James. Como funciona a ficção. São Paulo: Cosac Naif, 2012.

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