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MÉTODOS EM DIAGNOSE DE DOENÇAS DE PLANTAS Prof. Bruno Sérgio Vieira DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS Deficiência de fósforo em milho Deficiência de manganês em folhas de laranjeira Deficiência de cálcio em tomate Deficiência de manganês em milho INJÚRIAS DE PRAGAS INJÚRIAS DE PRAGAS FATORES ABIÓTICOS Phaeosphaeria maydis Fitotoxidez do Herbicida Paraquat em milho DIAGNOSE DE DOENÇAS DE PLANTAS 1ª DICA: NÃO CHUTAR Estudo de caso: Mancha de Phoma (Phoma costaricensis) x Mancha aureolada (Pseudomonas syringae pv. garcae) Fungicidas: Cúpricos, triazol, estrobilurina, benzimidazol Fungicidas Cúpricos, (hidróxido de cobre, casugamicina (antibiótico) “Procedimentos laboratoriais” 1. Coleta e envio de amostras: recomendações gerais. 1.2. Sintomas iniciais e avançados da doença. 1.3. Evitar excesso de umidade. 1.4. Evitar exposição ao calor. 1.5. Não misturar amostras na mesma embalagem. 1.6. Apenas amostras radiculares devem ser acompanhadas de solo. 1.7. Amostras com espinhos devem conter a inscrição CUIDADO. 1.8. Enviar material fresco embrulhado em jornal ou saco plástico perfurado (chegada até 2 dias). 1.1. Enviar material devidamente identificado. 1.9. Enviar material herborizado (chegada além 2 dias). 2. Registro da amostra. 3. Coleta de informações auxiliares. 4. Protocolo geral: processo de diagnose segue uma rotina bem estabelecida em que as causas possíveis são progressivamente eliminadas por um processo lógico-dedutivo. 5. Quais são as causas possíveis (fungo, bactéria, nematoide, artrópode, causa abiótica, vírus, fitoplasma, protozoário)? 6. Análise Quarentenária: patógenos específicos? (Instrução Normativa). Fungo Vírus Nematoide Bactéria 7. Amostras são dissecadas sob microscópio estereoscópico. Bactérias Fitopatogênicas 1. Sintomatologia. Crestamento bacteriano do feijoeiro (X. a. phaseoli); B – Podridão mole em batata (E. c. carotovora). A B 2. Testes de exsudação. Procedimento para teste de exsudação em gota. 2. Testes de exsudação. Exsudação de Xanthomomas campestris pv. campestris em folha de couve. Procedimento padrão para o isolamento de fitobactérias a partir de órgãos vegetais infectados. 3. Isolamento em cultura pura. 3. Isolamento em cultura pura. Colônias isoladas de Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli. 4. Testes de patogenicidade e hipersensibilidade. A B C D Inoculação com suspensão bacteriana; B – Inoculação por injeção; C – Inoculação com palito; D – Reação de hipersensibilidade (HR). Bactéria Planta Sintomas típicos HR Fitopatogênica Hospedeira + - Fitopatogênica Não-hospedeira - + Saprófita Qualquer - - ________________________________________________________________ Fonte: Romeiro (2001) Característica E r w i n i a P a n t o e a A c i d o v o r a x P s e u d o m o n a s R a l s t o n i a B u r k h o l d e r i a X a n t h o m o n a s X y l o p h i l u s A g r o b a c t e r i u m C l a v i b a c t e r S t r e p t o m y c e s Reação de Gram - - - - - - - - - + + Crescimento anaeróbio + + - - - - - - - - - Crescimento aeróbio + + + + + + + + + + + Colônias amarelas ou alaranjadas em YDC ou NBY - +a - - - - +b +c - +d - Colônias mucóides em YDC a 30oC - - + - + - - - + + - Pigmentos fluorescentes em KB - - - + - - - - - - - Pigmentos não-fluorescentes difusíveis em KB - - - - - + - - - - - Urease -e - + - + V - + ND - ND Oxidase - - + - + +f - - + - + Crescimento a 40oC - V + - - +g - - - - - Mais do que 4 flagelos peritríquios + + - - - - - - - - - Crescimento em D1M ágar - - - - - - - - + - - Formação de esporos - - - - - - - - - - - Micélio aéreo - - - - - - - - - - + Características utilizadas para a identificação de gêneros de bactérias fitopatogênicas (SCHAAD, 2002) 5. Identificação de gêneros e espécies: série progressiva de testes (coloração, testes fisiológicos, etc.) Nematoides Fitopatogênicos 1. Sintomatologia. A B Galhas de Meloidogyne exigua em pimentão; B – Anel vermelho em coqueiro (Bursaphelenchus cocophilus). 2. Extração 2.1. Funil de Baermann Suporte Peneira plástica Lenço de papel Solo ou material vegetal Água Funil Mangueira de borracha Presilha Bequer ou copo Suspensão de nematóides Esquema de extração de nematóides pelo método do Funil de Baermann. 2.2. Flotação centrífuga em solução de sacarose (Jenkins, 1964) A B C E D J I H F G Esquema de extração de nematóides pelo método de Jenkins. Água Centrífuga por 4 min O sobrenadante é descartado Solução de sacarose Centrifugação por 1 min. O sobrenadante é recuperado Os nematóides, menos densos que a sacarose, são separados do solo, que é mais denso que a sacarose 2.3. Borbulhador Extração de nematóides de sementes de gramíneas pelo método do borbulhador.. 3. Preparo de suspensão para análise. 3.1. Colocar suspensão extraída em tubo de ensaio e deixar decantar por 30 min. 3.2. Drenar, com o auxílio de uma mangueira fina, o excesso de água, ficando os nematóides concentrados. 3.2. Verter essa suspensão em uma placa tipo syracuse ou placa de contagem. 4. Preparo de lâminas temporárias. 4.1. Sob microscópio estereoscópico, transferir os espécimes para uma pequena gota de água limpa colocada no centro de uma lâmina. 4.2. Dispor os nematóides no centro e no fundo da gota. 4.3. Sobrepor uma lamínula e selá-la. 4.4. Etiquetar convenientemente. 5. Exame ao microscópio ótico para a identificação de gêneros e espécies. Anguina agrostis Heterodera schachtii → Literatura Vírus Fitopatogênicos 1. Sintomatologia. Mancha anelar em mamoeiro (PRSV); B – Mosaico dourado do feijoeiro (BGMV). A B 2. Gama de hospedeiros: análise de sintomas em plantas indicadoras . 2.1. Identificar espécies indicadoras 2.2. Polvilhar Carborundum 600 nas folhas a serem inoculadas . 2.3. Macerar o tecido vegetal em almofariz, na presença do tampão (1:5) . 2.4. Molhar a gaze no inóculo e passar, sem pressão, nas folhas das indicadoras. 2.5. Observar e anotar os sintomas: Espécie inoculada Sintomas a 3 d.p.i. Sintomas a 14 d.p.i. Sintomas a 28 d.p.i. Nicotiana tabacum (fumo), Nicotiana benthamiana, Nicotiana glutinosa, Chenopodium quinoa (quinoa), Cucurbita pepo (abobrinha). 2. Gama de hospedeiros: análise de sintomas em plantas indicadoras . A C B D Sintomas em plantas indicadoras: A – Mosaico/Mosqueado; B – Bolhosidade; C – Lesões cloróticas; D – Lesões necróticas. Nicotiana tabacum (fumo Nicotiana benthamiana Nicotiana glutinosa Chenopodium quinoa 3. Teste sorológico: ELISA indireto. 3.1. Preparo e adição de amostras. 3.2. Lavagem da placa. 3.3. Preparo e adição do anti-soro. 3.4. Preparo e adição do conjugado. 3.5. Preparo e adição do substrato. 3.5. Interpretação dos resultados. 3. Teste sorológico: ELISA indireto. 4. Amplificação de ácido nucléico por PCR. 4.1. Extração do ácido nucléico. 4.2. Montagem da reação: Tampão da enzima MgCl2 dNTP’s Oligonucleotídeos Taq DNA Polimerase Água Mix para PCR: Tampãp 10× MgCl2 dNTP’s PAL1v1978 PAL1c496 Taq Polimerase H2O Parâmetros de amplificação: Desnaturação inicial: 94oC por 2 minutos 30 ciclos de: desnaturação (94oC por 1 minuto), anelamento (50oC por 2 minutos) e polimerização (72oC por 2 minutos) Polimerização final: 72oC por 10 minutos Incubação final a 4oC Termociclador 4.3. Análises dos resultados: eletroforese. Eletroforese de proteína viral. Fungos Fitopatogênicos 1. Sintomatologia. Fungos Fitopatogênicos 1. Sintomatologia. Fungos Fitopatogênicos 1. Sintomatologia. Fungos Fitopatogênicos 1. Sintomatologia. A - Mancha de ascoquita em ervilha (Ascochyta pisi); B – Mancha de alternária em chicória (Alternaria cichorii) A B Fungos Fitopatogênicos 1. Sintomatologia. Fungos Fitopatogênicos 1. Sintomatologia. Fungos Fitopatogênicos 1. Sintomatologia. Fungos Fitopatogênicos 1. Sintomatologia. Fungos Fitopatogênicos 1. Sintomatologia. Fungos Fitopatogênicos 1. Sintomatologia. Abacate Sphaceloma perseae Laranja Elsinoe fawcetti 2. Preparo de lâminas e identificação do agente etiológico. Phyllachora sp. Plasmopara australis Phakospora pachyrhizi Lâminas → Literatura 3. Isolamento em cultura pura. 3.1. Isolamento direto. Esquema para o isolamento direto de fungos fitopatogênicos. 3. Isolamento em cultura pura. 3.1. Isolamento indireto. Esquema para o isolamento indireto de fungos fitopatogênicos. 4. Preparo de lâminas e identificação do patógeno. Bipolaris sp. Phytophthora ramorum Micélio estéril (endofita/saprófita?) Lâminas → Literatura Patologia de Sementes 1. Exame de sementes secas: → Observação de sintomas e sinais de fitopatógenos (ex. escleródios). Figura 15. Escleródios de Claviceps purpurea misturados em sementes de cereais. 5. Incubação em meio de cultura: → Semeio de sementes previamente desinfestadas em meios de cultura (gerais ou seletivos) esterilizados e incubação (ex. Fusarium graminearum). Espiga de milho infectada por Fusarium graminearum; B – Colônias de F. graminearum obtidas em meio de cultura. A B 8. Incubação em câmara úmida - Teste de “Blotter”: → Método padrão utilizado em patologia de sementes. → Semeio de sementes, previamente desinfestadas ou não, sob papel umedecido em caixa gerbox. Teste de “Blotter” realizado com diferentes lotes de sementes. → Variações: - 2,4-D: usado para inibir a germinação de dicotiledôneas. 9. Incubação em câmara úmida - Teste de “Blotter”: Teste de “Blotter” realizado com sementes de coentro e beterraba . Diagnose fitopatológica como “trabalho de detetive”: um exemplo prático – solucionando o mistério da verrugose da goiabeira “Verrugose” Fungos x Insetos Sphaceloma psidii Pestalotiopsis sp. Outros Tripes Percevejos Outros ? ? Relatos: “Doença” encontra-se amplamente distribuída no Brasil e pode causar perdas de até 100% da produção. Etiologia: Agente causal desconhecido??? “Verrugose” em outras culturas: Abacate Sphaceloma perseae Laranja Elsinoe fawcetti Relatos: “Doença” encontra-se amplamente distribuída no Brasil e pode causar perdas de até 100% da produção. Etiologia: Agente causal desconhecido??? Coleta de amostras: Frutos de goiabeira apresentando sintomas de “verrugose” foram coletados em diferentes cidades e regiões do país (Sudeste, Sul, e Centro-Oeste). Fungos x Insetos Sphaceloma psidii Pestolotiopsis sp. Outros Tripes Percevejos Outros ? ? Isolamento indireto de fitopatógenos: Fruto infectado Colônias isoladas: Colletotrichum gloeosporioides Pestalotiopsis sp. Este gêneros incluem espécies patogênicas, epífitas e/ou saprófitas, dependendo do hospedeiro e das condições do ambiente... MAS NENHUM DOS DOIS É CONHECIDO COMO CAUSADOR DE VERRUGOSE! Observação de associação constante com tripes... APENAS COINCIDÊNCIA? Experimentos: Pomar 1 - (Sr. Antenor) Utilizaram-se no total 10 plantas, cada uma delas contendo todos os 8 tratamentos. Trat 1: Ferimento + inseticida + ensacamento Trat 2: Tripes + ensacamento Trat 3: Inseticida (Confidor) Trat 4: Inseticida + ensacamento Trat 5: Fungicida (Cercobin 1g/L) Trat 6: Coquetel fúngico + câmara úmida Trat 7: Ferimento + coquetel fúngico + câmara úmida Trat 8: Testemunha Conclusões: Conclusões: • Nenhum dos dois fungos testados causou a “verrrugose” nos frutos de goiabeira, mesmo em tecidos mecanicamente danificados; Conclusões: • Frutos de goiabeira tiveram sintomas iniciais da “verrugose” quinze dias após a infestação com tripes. • Nenhum dos dois fungos testados causou a “verrrugose” nos frutos de goiabeira, mesmo em tecidos mecanicamente danificados; Conclusões: • Frutos de goiabeira tiveram sintomas iniciais da “verrugose” quinze dias após a infestação com tripes. • A “doença” não é uma doença, é uma injúria de inseto. • Nenhum dos dois fungos testados causou a “verrrugose” nos frutos de goiabeira, mesmo em tecidos mecanicamente danificados; Laboratório de Diagnóstico Fitossanitário – DFP/UFV Portaria de Credenciamento: 50, de 19 de dezembro de 2000. Laboratório de Micologia Laboratório de Micologia Sala de Incubação Coleção de Culturas Laboratório de Nematologia Laboratório de Virologia Laboratório de Bacteriologia Casa-de-vegetação Câmara de crescimento
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