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GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE CÁCERES FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM Curso de Bacharelado em Enfermagem Av. São João, S/N, Cavalhada, CEP: 78.200-000, Cáceres, MT Tel/PABX: (65) 3221 0504 www.unemat.br – Email: enfermagem-cac@unemat.br Toxoplasmose Cáceres/MT – 2019/02 1. DESCRIÇÃO Toxoplasmose é uma doença infecciosa congênita ou adquirida, causada por um proto- zoário chamado Toxoplasma gondii. É popularmente conhecida como “doença do gato”, já que o parasita pode ser transmitido pelas fezes do animal e de outros felinos pois estão relaci- onados com a produção e perpetuação da doença, uma vez que, somente neles ocorre a repro- GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE CÁCERES FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM Curso de Bacharelado em Enfermagem Av. São João, S/N, Cavalhada, CEP: 78.200-000, Cáceres, MT Tel/PABX: (65) 3221 0504 www.unemat.br – Email: enfermagem-cac@unemat.br dução sexuada dos parasitos. A doença por vezes passa despercebida, porém pode apresentar sintomas como uma gripe em algumas pessoas, além de ser uma das doenças mais negligenci- adas no Brasil. 2. TAXONOMIA REINO: Protista; FILO: Apicomplexa; CLASSE: Conoidasida; ORDEM: Eucoccidiorida; FAMILÍA: Sarcocystidae; GÊNERO: Toxoplasma; ESPÉCIE: Toxoplasma gondii. 3. MORFOLOGIA A doença é causada pelo protozoário Toxoplasma gondii que é uma zoonose, porque tem a capacidade de infectar diversos animais, em principal os gatos e os humanos, porém pode infectar também bovinos, caprinos, suínos e mesmo canídeos, mas apenas o gato é o único hospedeiro que o parasita pode completar o seu ciclo completo. Além do que se apre- sentam como um parasita oportunista, se aproveitando de uma queda da imunidade por qual- quer cousa, por isso é muito comum em pessoas imunodeficientes. O Agente Etiológico Toxoplasma gondii é intracelular obrigatório, pois não consegue sobreviver fora da célula do hospedeiro, para que este possa adentrar a célula animal, possui um mecanismo que é chamado de Complexo Apical, nada mais que um conjunto de organelas específicas que tem a função de invadir as células nucleadas do hospedeiro, tendo maior atra- ção por células do sistema fagocitário mononucleadas, leucócitos e por células parenquimato- sas. GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE CÁCERES FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM Curso de Bacharelado em Enfermagem Av. São João, S/N, Cavalhada, CEP: 78.200-000, Cáceres, MT Tel/PABX: (65) 3221 0504 www.unemat.br – Email: enfermagem-cac@unemat.br Em todo seu ciclo evolutivo, possui três formas distintas, sendo: Taquizoítos: São comuns na fase aguda da doença, pois se multiplicam rapi- damente, sendo por reprodução assexuada através de endodiogenia, uma forma de divisão binária muito acelerada. Apresentam sua morfologia seme- lhante a uma “meia lua” ou uma “banana”, com a parte anterior mais afilada e a posterior mais arredondada, e um grande núcleo mais mediano, sendo en- contrados nos tecidos e líquidos. Bradizoíto: É semelhante ao trofozoítos, porém, estes se juntam para forma- rem os cistos, onde no microscópio ópticos é possível enxergar apenas gra- nulações dentro de uma esfera, estes cistos têm como função a proteção do parasita contra as respostas imunes dos hospedeiros intermediários com uma reprodução mais lenta, ocorrendo então na fase crônica da doença, encontra- dos apenas nos tecidos Oocistos: São encontrados apenas nos hospedeiros definitivos, ou seja, nos felinos, pois são formados nas células epiteliais do intestino dos mesmos, onde ocorre também a reprodução sexuada, além disso possuem uma forma arredondada. 4. CICLO DE VIDA DO PARASITA GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE CÁCERES FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM Curso de Bacharelado em Enfermagem Av. São João, S/N, Cavalhada, CEP: 78.200-000, Cáceres, MT Tel/PABX: (65) 3221 0504 www.unemat.br – Email: enfermagem-cac@unemat.br O ciclo do parasita começa quando – tomando como base o hospedeiro definitivo – o gato se alimenta de um roedor ou ave contaminado pelo Toxoplasma gondii, sendo infectado pelo mesmo. No intestino delgado do hospedeiro, há a formação de Oocistos, pois é como os parasitas se protegem no meio externo, podendo sobreviver por meses fora do hospedeiro, já que são muito resistentes. Quando este felino defeca, libera com as fezes os oocistos, que são a forma infectante, e estes são transmitidos aos seres humanos, bovinos, suínos, galináceos, caprinos etc. No meio externo os oocistos “amadurecem” produzindo em seu interior os espo- rocistos, quando ingeridos pelo ser humano são levados até o intestino, onde eclodem com o auxílio do suco gástrico, liberando os esporocistos que evoluem para taquizoíto, que vão para a corrente sanguínea, vasos linfáticos ou tecidos, depois estes taquizoítos se transformam em bradizoítos, ou seja, os cistos, que ficam em todos os tecidos do corpo, podendo tomar dois caminhos distintos, o primeiro seria a destruição, porém apenas em indivíduos imunocompe- tentes, e estes geralmente são assintomáticos, e o segundo rumo, seria a formação de novos taquizoítos, o que ocorre em 98% em indivíduos imunodeficientes, o que em caso de gestan- tes, pode transmitir ao feto através da placenta. GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE CÁCERES FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM Curso de Bacharelado em Enfermagem Av. São João, S/N, Cavalhada, CEP: 78.200-000, Cáceres, MT Tel/PABX: (65) 3221 0504 www.unemat.br – Email: enfermagem-cac@unemat.br 5. TRANSMISSÃO AO SER HUMANO A transmissão de forma geral ocorre de modo Oral/Fecal através de: Água e alimentos contaminados; Carnes de aves, bovinos, suínos e caprinos malcozidas ou assadas que possuam os cistos de T. gondii. Falta de higiene, principalmente crianças que colocam as mãos contaminadas pelas fezes na boca, o que pode levar o Toxoplasma para o interior do orga- nismo. Além disso, a transfusão sanguínea e transplante de órgãos de pessoas infecta- das podem contaminar o ser humano, porém são raros os casos. 6. EPIDEMIOLOGIA A distribuição da doença é mundial, ou seja, é um protozoário cosmopolita, que afeta os mamíferos e as aves. A infecção no homem é comum, sendo que, de cada três pessoas no mundo uma tem T. gondii no organismo. É mais comum em regiões de clima quente e de bai- xa altitude. A maior prevalência (85%) de infecção foi relatada na França pelo consumo de carne crua ou mal cozida, enquanto que na América Central a alta prevalência foi relacionada a presença da grande quantidades de gatos abandonados em climas que favoreciam a sobrevi- vência de oocistos. Já no Brasil, é mais comumenteencontrado em regiões com pouco sanea- mento básico, e em periferias e áreas rurais, porém tem tido um acréscimo nas regiões sudeste e sul do país, mas não se sabe com certeza as causas que tem elevado os números da doença. 7. SINTOMATOLOGIA GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE CÁCERES FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM Curso de Bacharelado em Enfermagem Av. São João, S/N, Cavalhada, CEP: 78.200-000, Cáceres, MT Tel/PABX: (65) 3221 0504 www.unemat.br – Email: enfermagem-cac@unemat.br Em pessoas que são imunocompetentes, mais de 90% dos casos são assintomáticos, porém podem apresentar sintomas semelhantes a uma gripe: Dor de cabeça; Coriza; Dor no peito; Febre; Fadiga; Dor de Garganta. Em indivíduos imunodeficientes: Podem apresentar sintomas mais graves, incluindo: Febre; Dor de cabeça; Confusão menta; Falta de coordenação; Convulsões. Em gestantes pode ocorrer: Aborto espontâneo; Ou nascimento da criança com icterícia, macrocefalia, microcefalia e crises convulsivas. Nos recém-nascidos pode apresentar: Hidrocefalia; Convulsões; Atrofia cerebral; Anemia; Problemas no fígado; E alterações oculares. Miocardite aguda; Pneumonia; Retardo mental. GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE CÁCERES FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM Curso de Bacharelado em Enfermagem Av. São João, S/N, Cavalhada, CEP: 78.200-000, Cáceres, MT Tel/PABX: (65) 3221 0504 www.unemat.br – Email: enfermagem-cac@unemat.br 8. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO O diagnóstico é feito através de exames laboratoriais, primeiramente com o sorológi- co, verificando os anticorpos específicos da classe IgG e IgM, feito através do teste ELISA, pela imunofluorescência indireta, reação de Sabin-Feldman que apresenta altas taxas de sensibilidade e especificidade utilizando Toxoplasma gondii vivo, as hemácias sensibili- zadas com proteínas de Toxoplasmas, aglutinam na presença de anticorpos específicos do soro do paciente, hemaglutinação, fixação do complemento. Após o diagnóstico em gestantes começa o tratamento à base de espiramicina até 18 semanas de gestação, quando se deve investigar a possibilidade de infecção fetal. Se houver infecção fetal, substitui-se a espiramicina por sulfadiazina e pirimetamina, até o final da ges- tação, medicamentos que são utilizados também para adultos em fase aguda da doença. Em crianças com infecção confirmada ou com alta probabilidade de infecção, inicia-se o trata- mento com Sulfadiazina + Pirimetamina + Ácido Folínico – e investiga-se o comprometimen- to oftalmológico, neurológico e auditivo da criança, assim como em imunodeficientes. A To- xoplasmose, tem tratamento e por isso deve ser feito, uma vez que, pode levar a sérios pro- blemas musculares, nervosos e mesmo a morte. 9. PROFILAXIA Cozinhar bem as carnes de mamíferos que podem transmitir a doença antes de ingeri- la. Lavar bem as verduras e legumes em água corrente; Lavar bem as mãos após manipular carnes cruas e antes de comer; se estiver gestan- te, procure usar luvas; Evitar contato com fezes dos gatos ou lave bem as mãos após isso ocorrer; A caixa de dejetos dos gatos deve ser renovada a cada 3 dias e colocada ao sol com frequência; GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE CÁCERES FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM Curso de Bacharelado em Enfermagem Av. São João, S/N, Cavalhada, CEP: 78.200-000, Cáceres, MT Tel/PABX: (65) 3221 0504 www.unemat.br – Email: enfermagem-cac@unemat.br Evitar acariciar animais que andem soltos; Controlar ratos e insetos como moscas, baratas e formigas, descartando corretamente o lixo doméstico e os dejetos das criações de animais; Lavar bem as mãos e as unhas após trabalhar na terra (horta ou jardim); Mantenha os reservatórios de água bem fechados e se a água não for tratada, ferver antes do consumo. Lavar bem as mãos antes de todas as refeições e depois de “brincar” com os animais suscetíveis a transmissão. 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Informe- Net DTA. Manual das doenças transmitidas por alimentos Toxoplasma gondii/ Toxoplasmose. Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo Centro de Vigilância Epi- demiológica – CVE. Disponível em: http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de- vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-transmitidas-por-agua-e- alimentos/doc/parasitas acessado em: 19 de junho de 2019. Toxoplasmose. Sociedade Brasileira de Infectologia 1980. São Paulo. Disponível em: https://www.infectologia.org.br/pg/833/toxoplasmose acessado em: 19 de junho de 2019. Toxoplasmose. Blog da Saúde. Ministério da Saúde. 26 de setembro de 2014. Dispo- nível em: http://www.blog.saude.gov.br/index.php/34462-toxoplasmose acessado em: 19 de junho de 2019. BARONE, Alessandra; FERNANDES, Archangelo. Toxoplasmose: Toxoplasma gondii. Disponível em: http://www.profbio.com.br/aulas/parasito1_05.pdf acessado em: 19 de junho de 2019. BREGANÓ, Regina Mitsuka-; MORI, Fabiana Maria Ruiz Lopes-; NAVARRO, Italmar Teodórico. Toxoplasmose. Scielo Books. Disponível em: < http://books.scielo.org/id/cdtqr/pdf/mitsuka-9788572166768-03.pdf> acessado em: 19 de ju- nho de 2019. GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE CÁCERES FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM Curso de Bacharelado em Enfermagem Av. São João, S/N, Cavalhada, CEP: 78.200-000, Cáceres, MT Tel/PABX: (65) 3221 0504 www.unemat.br – Email: enfermagem-cac@unemat.br Toxoplasmose: Sintomas, tratamentos e como prevenir. Ministério da Saúde. Dispo- nível em: http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/toxoplasmose acessado em: 19 de junho de 2019. GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE CÁCERES FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM Curso de Bacharelado em Enfermagem Av. São João, S/N, Cavalhada, CEP: 78.200-000, Cáceres, MT Tel/PABX: (65) 3221 0504 www.unemat.br – Email: enfermagem-cac@unemat.br
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