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A padronização das alturas 
Karla Matos 
 Durante o século XIX, um forte movimento tomou conta dos países desenvolvidos, a 
Revolução Industrial. Tendo seu inicio na Inglaterra no século XVIII, o crescimento 
desenfreado das industrias pelo mundo possibilitou novos materiais destinados à 
construção civil – vidro, ferro e aço - e isso por sua vez, teve consequência na forma 
como as pessoas se relacionam, trabalham e residem. 
 Paralelamente a isso, o núcleo de Chicago toma cada vez mais força, após sua 
conquista pelos nortes americanos em 1804, a cidade torna-se um grande polo para 
empresas e é extremamente visada por aspirantes procurando novas formas de viver. 
Entretanto, um enorme incêndio atinge a poli, e como as estruturas predominante na 
cidade eram estilo balloon – ripas de madeira entrelaças entre si formando uma espécie 
de gaiola (FIG. 01) – Chicago fica completamente devastada. Esse incidente fez com 
que fosse repensado os matérias usados nas construções dos edifícios, sendo assim, 
o ferro proporcionado pela Revolução Industrial, é o substituto da madeira em Chicago. 
 Entretanto, mesmo com a alteração do material, Chicago continua sofrendo com 
incêndios desenfreados, e um deles em especial atinge uma área extremamente nobre 
da cidade, deixando vago um amplo espaço precisando de reconstruções. Estas por 
sua vez, precisavam ser feitas no menor tempo possível, isso faz surgir um novo 
processo construtivo, identificado como arranha-céu. 
 Apesar da nova tipologia ter tomado espaço na cidade, o fogo conseguiu atingi-la. E 
foi apenas com o sistema projetado por Le Baron Jenney que a proteção contra incêndio 
foi de fato eficaz. A solução estrutural persistia em uma espécie de “gaiola equilibrada” 
(FIG. 02), com a substituição do ferro fundido pelo ferro laminado e troca das 
abobadilhas de tijolo maciço por lajotas cerâmicas - isso proporcionou uma diminuição 
significante no peso da estrutura – sendo o Leiter Building (1879) e o Home Insecurance 
Building (1884) os primeiros edifícios a receberem esse novo processo construtivo. 
 Ademais, não só a estrutura foi destaque nas obras de Le Baron, as janelas de piso 
a teto fizeram revolução entre os arranha-céu, sendo o Leiter Building (FIG. 03) a 
primeira edificação da famosa Escola de Chicago. Esta, marca a ruptura com o antigo, 
inicia-se uma nova linguagem na arquitetura, um novo sistema estrutural, no qual a 
forma segue a função. Todas essas transformações foram sendo questionadas, a 
verticalização de Chicago foi posta em questão, ocorrendo o episódio conhecido com a 
Traição de Burnham, um retrocesso a modernidade, no qual houve uma exposição com 
conceito neoclássico das cidades, horizontais e edifícios com muitos ornamentos. 
 Entende-se, portanto, a arquitetura está se renovando a todo momento, mas isso não 
é uma garantia de que novas técnicas são de fato eficazes. Já se passaram mais de 40 
anos desde a Escola de Chicago e os edifícios estão cada vez mais altos, os arranha-
céu são sinônimos de poder, há uma corrida para ver qual cidade de fato atinge mais 
rápido o céu. Isso faz com que a verticalização seja questionada cada vez mais, pois, 
além das grandes alturas atingidas por eles, nota-se uma padronização excessiva, a 
cidade está se igualando, perdendo a sua essência. 
 
 
 
 Anexos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 – Estrutura Balloon Frame 
Fonte: histarq 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 - Estrutura de ferro laminado. 
Fonte: coisasdaarquitetura 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 - Edifício Leiter Building 
Fonte: chicagology 
 
 
Referências 
ESCOLA de Chicago. https://coisasdaarquitetura.wordpress.com/2010/06/16/escola-de-
chicago/, 2010. Site. Acesso em 20 de jun. de 2019. 
LEITER Building I. https://chicagology.com/rebuilding/rebuilding024/. Site. Acesso em 20 
de jun. de 2019.

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