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Análise das Demonstrações Contábeis - Conteúdo Online UNIP

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
1. Peças fundamentais para realização da análise 
 
É comum afirmar que a Análise das Demonstrações Contábeis é tão antiga quanto a própria Contabilidade. Se nos 
reportarmos para o início provável da Contabilidade (± 4000 a.C.), em sua forma primitiva, encontraremos os primeiros 
inventários de rebanhos (o homem que voltava sua atenção para a principal atividade econômica: o pastoreio) e a 
preocupação da variação de sua riqueza (variação do rebanho). 
A análise da variação da riqueza realizada entre a comparação de dois inventários em momentos distintos leva-nos a 
um primeiro sintoma de que aquela afirmação (análise tão antiga quanto a própria Contabilidade) é possível. 
 
1.1. Partes Interessadas na Análise das Demonstrações Contábeis 
As informações contidas nos demonstrativos contábeis, trabalhadas de acordo com algumas técnicas de análise, 
podem tornar-se valiosos instrumentos de avaliação da situação econômico-financeira de uma empresa, de acordo 
com os interesses dos diversos usuários dessas informações. 
Todavia, remonta de época mais recente o surgimento da Análise das Demonstrações Contábeis de forma mais sólida, 
mais adulta. É no final do século XIX que observamos os banqueiros americanos solicitando as demonstrações 
(praticamente o Balanço) às empresas que desejavam contrair empréstimos. 
E por se exigir, de início, apenas o Balanço para a Análise é que se introduz a expressão Análise de Balanços, que 
perdura até nossos dias. Com o tempo, começaram a exigir outras demonstrações para análise e para concessão de 
crédito, como a Demonstração do Resultado do Exercício; todavia, a expressão Análise de Balanços já é 
tradicionalmente utilizada. Com o tempo, começou-se a exigir outras demonstrações para análise e para concessão 
de crédito, como a Demonstração do Resultado do Exercício; todavia, a expressão Análise de Balanços já é 
tradicionalmente utilizada. Como forte argumento para a consolidação da denominação Análise de Balanços, 
salientamos que a Demonstração do Resultado do Exercício foi conhecida, em certo período, como Balanço Econômico 
(Balanço de Resultado). A denominação Fluxo de Caixa foi conhecida como Balanço Financeiro; então, tudo era 
Balanço. 
A Análise das Demonstrações Contábeis, também conhecida como Análise das Demonstrações Financeiras, 
desenvolve-se ainda mais com o surgimento dos Bancos Governamentais bastante interessados na situação 
econômico-financeira das empresas tomadoras de financiamentos. 
A abertura do Capital por parte das empresas (SA – Sociedade Anônimas), possibilitando a participação de pequenos 
ou grandes investidores como acionistas, leva-os à escolha de empresas mais bem sucedidas, tornando-se a Análise 
das Demonstrações Contábeis um instrumento de grande importância e utilidade para aquelas decisões. 
Cada um dos usuários tem um enfoque diferente, dependendo do seu interesse e tipo de relação com a empresa. Por 
exemplo: 
Fornecedores: necessitam conhecer a capacidade de pagamento, a liquidez, a rentabilidade e o endividamento; 
Clientes: além do enfoque do fornecedor, precisam considerar a capacidade de expansão, produção e realização de 
pesquisas e desenvolvimento de produtos da empresa, no aspecto do relacionamento futuro; 
Instituições financeiras: além dos mesmos interesses dos fornecedores, analisam também a capitalização por parte 
dos acionistas e a capacidade da empresa para gerar recursos e saldar suas obrigações; 
Concorrentes: analisam os indicadores da empresa com o objetivo maior de se auto avaliarem, comparando seus 
resultados; 
Acionistas: utilizam as informações para tomada de decisões e n sentido de avaliarem o retorno sobre o capital 
investido; 
Governos: interesse no recolhimento de tributos e contribuições sociais, além de informações socioeconômicas que 
podem nortear suas práticas de desenvolvimento setorial, regional ou geral; 
Empregados: acompanhamento das condições financeiras e das possibilidades de crescimento da empresa. 
Preocupação maior com estabilidade da empresa, garantia de seu emprego. 
 
1.2. Estrutura das Demonstrações Contábeis 
As Demonstrações Contábeis Brasileiras são basicamente regidas pela Lei nº 6.404/76 e complementos. A Lei nº 
11.368, promulgada em dezembro de 2007, trouxe importantes atualizações na forma de registrar as informações 
financeiras. Atualmente, a Contabilidade no Brasil caminha para tornar os balanços das empresas bem mais 
transparentes, fornecendo detalhes das informações relevantes aos investidores para adequar sua estrutura aos 
padrões contábeis internacionais. A seguir, apresentam-se como são estruturadas atualmente as demonstrações 
contábeis brasileiras e como são regidas as classificações a elas referentes e também como são discutidos os princípios 
 
de avaliação condicionantes da mensuração dos ativos e dos passivos, das receitas e das despesas. Apresenta-se 
também uma visão integrativa entre as várias demonstrações para se poder ter uma ideia ampla e geral de suas 
interligações, acompanhadas de suas notas explicativas e do Parecer dos Auditores Independentes. 
Demonstrações Contábeis ou Financeiras equivalem a um conjunto de informações apuradas e divulgadas pelas 
empresas, revelando os vários resultados de seu desempenho em um exercício social. Através das demonstrações, é 
possível obter conclusões sobre a efetiva situação da empresa. 
As sociedades por ações são obrigadas a elaborar e publicar as seguintes demonstrações contábeis ou financeiras: 
Balanço Patrimonial: revela a posição, em determinada data, dos ativos, passivos e patrimônio líquido; 
Demonstração de Resultados do Exercício: expõe as receitas e despesas incorridas pela empresa em determinado ano; 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido: grupo do Patrimônio Líquido e variações verificadas em 
determinado exercício; 
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados: posição da conta “Lucros ou Prejuízos Acumulados” em 
determinado ano; 
Demonstração dos Fluxos de Caixa: revela as movimentações financeiras de caixa ocorridas no exercício; 
Demonstração do Valor Adicionado: valor da riqueza gerada pela empresa no período e sua distribuição. 
Além dessas quatro demonstrações, existe a complementação obrigatória por meio de Notas Explicativas e, se for o 
caso, de “outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação 
patrimonial e dos resultados do exercício”. 
Essas demonstrações devem conter os valores respectivos do exercício anterior. A legislação não fala em valores do 
exercício passado corrigidos; por isso, praticamente, a totalidade das empresas publica os valores do exercício anterior 
pelos valores apresentados naquela época. 
 
Balanço Patrimonial (BP) 
No Brasil, o balanço é dividido em três grandes tópicos: Ativo, Passivo Exigível e Patrimônio Líquido. A atual legislação 
estabelece a seguinte classificação para o Ativo e o Passivo: circulante e não circulante. O ativo não circulante é 
formado por realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. 
Resumindo, tem-se o quadro esquemático a seguir para o Balanço Patrimonial: 
 
Quadro 1: Estrutura do Balanço Patrimonial 
ATIVO PASSIVO 
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE 
DISPONIBILIDADES FORNECEDORES 
CLIENTES EMPRÉSTIMOS 
ESTOQUES IMPOSTOS A RECOLHER 
OUTROS OUTRAS DÍVIDAS 
 
ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO - FINANCIAMENTOS 
 
INVESTIMENTOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
IMOBILIZADO CAPITAL SOCIAL 
INTANGÍVEL AÇÕES EM TESOURARIA 
 RESERVAS 
 AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL 
 LUCROS E PREJUÍZOS ACUMULADOS 
 
Ativo Circulante 
O Ativo Circulante engloba, além das disponibilidades, créditos, estoques e despesas antecipadas realizáveis no 
exercício social subsequente. O que caracteriza o Circulante é a sua realização em até um ano. O mesmose aplica ao 
passivo circulante, onde são registradas todas as obrigações correntes da empresa e vencíveis até o final do exercício 
seguinte. 
Alguns casos de exceção previstos na legislação podem alterar, no entanto, esse prazo. Por exemplo, quando o ciclo 
operacional da empresa é superior a 12 meses, ativo e passivo circulante podem assumir prazo igual a esse ciclo, como 
ocorre nas construtoras de navios, nas fazendas de criação e engorda de gado e em outros casos raros. Mesmo assim, 
porém, as demonstrações são publicadas anualmente e o exercício social continua sendo de um ano. Muda apenas o 
conteúdo dos valores do Circulante, que passa a abranger prazo mais extenso. 
As disponibilidades englobam saldos bancários livres a aplicações para resgate imediato. Esses recursos visam atender 
a todas as necessidades mediatas e relativas à atividade da empresa. 
 
As aplicações financeiras podem ser em letras de câmbio, certificados de depósitos bancários, títulos públicos, fundos 
de investimentos e outras. Nesse caso, figuram no balanço pelo valor original da aplicação acrescido dos rendimentos 
proporcionalmente decorridos dentro do Regime de Competência do Exercício. 
Os valores a receber de clientes e outros créditos são originados basicamente das operações da empresa. Esses valores 
devem ser devidamente provisionados pelas possíveis perdas como não recebimentos. São também diminuídos os 
valores descontados de duplicatas a receber (normalmente, em instituições financeiras). 
Os estoques compreendem as mercadorias disponíveis para vendas, no caso de uma empresa comercial, ou matérias-
primas adquiridas (ou em transformação) e produtos elaborados, no caso de uma empresa industrial. 
As despesas antecipadas referem-se a recursos aplicados em itens que, sabida e objetivamente, se referem a serviços 
ou benefícios que devem ser usufruídos no exercício seguinte; é o caso dos prêmios de seguros, dos pagamentos de 
anuidades de revistas e jornais etc. Não devem aqui estar abrangidos adiantamentos concedidos a empregados, a 
diretores etc. Quanto aos encargos financeiros, só podem estar nas despesas antecipadas os relativos às duplicatas 
descontadas. Os relativos a empréstimos devem aparecer subtrativamente a eles no passivo exigível (encargos 
antecipados). 
 
Ativo Não Circulante 
São classificados como não circulantes todos os valores ativos cujo prazo de realização ultrapassar o final do exercício 
seguinte (prazo superior a um ano). O ativo não circulante, conforme estabelecido pela atual legislação brasileira, é 
composto de: ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. 
No Realizável a Longo Prazo são consideradas contas de natureza similar das do ativo circulante, porém apresentando 
vencimento após o final do exercício social seguinte ao da elaboração do balanço. Essa classificação indica um prazo 
de realização desses créditos superior a um ano, contando a partir da data de encerramento do balanço. 
Os investimentos são considerados permanentes quando não destinados à negociação, mas dirigidos para produzirem 
benefícios à investidora mediante sua participação nos resultados de empresas investidas, ou para obtenção de bom 
relacionamento com os clientes ou fornecedores (inclusive instituições financeiras), ou para especulação pura e 
simples sem nenhum prazo definido (como obras de arte, terrenos etc. que não se destinem às atividades da empresa). 
O Imobilizado inclui todos os bens de longa duração (permanentes), que não se destinam a venda, e utilizados nos 
negócios da empresa. Dessa forma, há três características que distinguem o Ativo Imobilizado: 
a) não é destinado à venda; 
b) é utilizado na atividade operacional da empresa; 
c) apresenta longa duração, entendida como permanente. 
Uma parte do imobilizado está sujeita à depreciação, amortização ou exaustão. A Lei nº 11.638/07 estabeleceu que as 
depreciações e amortizações dos imobilizados devem ser calculadas, a partir do exercício de 2009, considerando a 
vida útil econômica dos bens imobilizados. 
A depreciação, amortização ou exaustão refere-se à perda de valor do imobilizado determinada pelo tempo, uso, 
obsoletismo etc. De conformidade a que bens se refiram, essas perdas recebem nomes diferentes: depreciações, 
amortizações ou exaustões, mas significam uma só coisa. 
A depreciação, amortização ou exaustão são recuperações que representam partes do valor do bem imobilizado 
consideradas “perdidas” (consumidos) e que, portanto, se transformaram em custos ou despesas. Exemplos: 
Depreciação: máquinas, equipamentos, edificações; 
Amortização: aplicado a bens intangíveis, como patentes, direitos autorais, direitos de exploração de reservas; 
Exaustão: reservas minerais e florestais. 
No ativo Intangível são classificados todos os bens pertencentes à empresa e que possuem estrutura física. O seu valor 
é definido pelos fluxos de direitos e benefícios que podem gerar à empresa. Alguns exemplos: marcas, patentes, 
direitos de exploração, direitos autorais etc. 
 
Passivo Circulante e Não Circulante 
O Passivo Exigível, tanto o circulante quanto o não circulante, é composto de dívidas, obrigações, riscos (provisão para 
garantias, por exemplo) e contingências (estas são fatos geradores já ocorridos, como atuações fiscais, trabalhistas, 
ações judiciais e outros litígios em discussão). 
Quando as obrigações da companhia vencerem no exercício seguinte ao do encerramento, são classificadas no curto 
prazo (Passivo Circulante); quando vencerem após o término do exercício social seguinte, são consideradas de longo 
prazo (Passivo Não Circulante). À medida que os empréstimos tomados a longo prazo passam a ser vencíveis no 
exercício social subsequente, são transferidos para o Passivo Circulante. 
 
 
 
 Patrimônio Líquido 
O patrimônio líquido é calculado do balanço pela diferença entre o Ativo Total e o Passivo Exigível. Mede o total dos 
recursos próprios da empresa e pode ser entendido como uma obrigação da empresa perante seus acionistas 
(proprietários). 
O patrimônio líquido aparece com os cinco subgrupos citados: capital social, reservas de capital, ajuste de avaliação 
patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. 
O capital social reflete o investimento realizado pelos acionistas na empresa (integralizações de capital) e também 
parte do lucro líquido auferido em exercícios passados, não pago aos proprietários e incorporado ao capital. 
Capital subscrito é a parte do capital que foi efetivamente integralizado (pago) pelo acionista. Capital a integralizar é 
a parcela da subscrição ainda não integralizada ( a pagar). 
As reservas de capital são formadas basicamente por valores recebidos pela empresa, dos sócios ou de terceiros, que 
são jogados diretamente para o patrimônio líquido. Esses valores não se referem à prestação de serviços ou venda de 
produtos pela empresa, não devendo, em consequência, ser lançados como resultados. Exemplos: ágio na emissão de 
ações, doações (terrenos recebidos de prefeituras para novos investimentos no Município, por exemplo) e subvenções 
recebidas para investimentos, incentivos fiscais recebidos do governo e outras importâncias recebidas gratuitamente 
e destinadas a aplicações na expansão da capacidade produtiva da empresa. 
A nova legislação (Lei nº 11.638/07) criou a conta de Ajustes de Avaliação Patrimonial no patrimônio líquido. Essa 
conta é formada pelas variações líquidas nos valores de ativos e passivos mantidos pela empresa em decorrência de 
sua avaliação a preços de mercado. Esses ajustes representam, em outras palavras, contrapartidas de variações 
verificadas nos valores de elementos do ativo e do passivo determinadas por marcação a mercado. 
As reservas de lucros nada mais são do que lucros gerados pela empresa e retidos por várias razões. . Assim, a reserva 
legal é a parcela que a legislação impede que seja de fato distribuída.As estatutárias são as que os estatutos de 
algumas companhias obrigam que sejam criadas. As reservas para contingências dizem respeito a lucros retidos para 
fazer face a possíveis perdas que devem ocorrer no futuro, em função de fatos geradores ainda não acontecidos, como 
eventuais perdas de safras por problemas climáticos, de estoques por possíveis enchentes ou saques ou perdas de 
contrato em vigor; se essas perdas efetivamente ocorrerem, serão consideradas prejuízo no exercício em que se 
efetivarem, e essas reservas retornarão a lucros ou prejuízos acumulados para a compensação com tais prejuízos. 
 
Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) 
A DRE tem como finalidade exclusiva apurar o lucro ou prejuízo de exercício, ou seja, quanto a empresa ganhou ou 
perdeu com seus negócios. O demonstrativo engloba as receitas, as despesas, os ganhos e as perdas do exercício, 
apurados por Regime de Competência independentemente, portanto, de seus pagamentos e recebimentos. 
 
Quadro 2: Estrutura do Demonstrativo de Resultado do Exercício 
DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DOS EXERCÍCIOS - DRE 
Receita Bruta de Vendas de Bens e Serviços 
(-) Impostos sobre Vendas 
(-) Devoluções, Descontos Comerciais e Abatimentos 
(=) Receita Líquida 
(-) Custos dos Produtos e Serviços Vendidos 
(=) Lucro Bruto 
(-) Despesas de vendas 
(-) Despesas Administrativas 
(-) Despesas Financeiras Líquidas 
(-) Outras Despesas Operacionais 
(+) Outras Receitas Operacionais 
(=) Lucro Operacional 
(-) Despesas não operacionais 
(+) Receitas não operacionais 
(=) Lucro/Prejuízo antes do Imposto de Renda 
(-) Provisão para Imposto de Renda 
(=) Lucro/Prejuízo do Exercício 
 
 
 
Receita Líquida 
A receita líquida é efetivamente a receita da empresa pela venda de seus produtos e de seus serviços, já que é a 
parcela que lhe pertence. Isso porque os impostos incidentes sobre venda (IPI,ICMS, ISS, PIS, COFINS) não são recursos 
seus, apenas transitam por seu caixa. São excluídos, para se chegar à receita líquida, as devoluções e os descontos 
comerciais e abatimentos dados incondicionalmente. Os descontos condicionais a pagamentos antecipados ou em 
determinadas datas são tratados como encargos financeiros entre as despesas operacionais. 
 
Custos dos Produtos e Serviços Vendidos 
O custo das mercadorias vendidas na empresa comercial representa basicamente o custo de aquisição desses bens. 
Nesse custo foram incluídos, ainda na forma de estoques, os gastos com colocação das mercadorias em condições de 
venda, como transporte, seguros etc. No caso da indústria, o custo dos produtos vendidos representa todos os gastos 
incorridos pela empresa em sua atividade de produção. Pode ser obtido pela soma dos estoques iniciais com os custos 
de produção, do período e a diminuição dos estoques finais. Na apuração dos custos de produção, são considerados 
todos os custos relativos à área de produção, quer diretos com relação aos produtos, quer indiretos, quer fixos, quer 
variáveis. Como, normalmente, na indústria o IPI e o ICMS pagos na aquisição dos insumos industriais são recuperáveis 
explicitamente na venda dos produtos, eles não integram o custo desses insumos nem o custo dos produtos vendidos. 
 
Lucro Bruto 
O lucro bruto é a simples diferença entre a receita líquida e o custo dos itens vendidos, o que resta das receitas líquidas 
de vendas, após cobrir o custo da mercadoria vendida (ou do produto fabricado ou dos serviços prestados), e destinado 
a remunerar as despesas com vendas, as despesas administrativas e as despesas financeiras. 
Quanto mais elevado o lucro bruto, maior se apresenta a capacidade da empresa em remunerar suas despesas 
operacionais, seus encargos de financiamento, recolher impostos e gerar lucros aos acionistas. 
 
Lucro Operacional 
Para o cálculo do lucro operacional, deve-se deduzir do lucro bruto todas as despesas incorridas pela empresa e 
consideradas também outras receitas ou despesas operacionais. Pela legislação vigente, praticamente tudo é 
considerado operacional. 
 
Lucro Antes do Imposto de Renda 
Para o cálculo do lucro antes dos impostos, deve-se deduzir do lucro operacional toda a despesa não operacional 
incorrida pela empresa e considerada também receita não operacional. 
 
Provisão para Imposto de Renda 
O Imposto de Renda é calculado sobre o lucro do exercício, sendo o valor a pagar considerado como exigibilidade no 
balanço. Assim, surge no resultado e no Passivo Circulante a provisão para o Imposto de Renda. 
O exercício social em que o lucro tributável é gerado denomina-se ano-base. O exercício em que o imposto é recolhido 
ao Governo é chamado de ano financeiro. Atualmente, no Brasil, o Imposto de Renda é pago no mesmo exercício em 
que é gerado. 
 
Lucro Líquido 
O lucro líquido, ou prejuízo, equivale ao resultado da empresa após os impostos, a empregados, a administradores, 
aos investidores, enfim, aos stakeholders. 
 
Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) e dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DPLA) 
A Demonstração das Mutações Patrimoniais é a conciliação entre os saldos iniciais e finais do exercício social de todas 
as contas que compõem o patrimônio líquido. Tem por finalidades evidenciar as mutações sofridas pelas contas do 
patrimônio líquido no exercício, como pagamentos de dividendos, aumentos de capital por integralização de novas 
ações, resultados apurados no exercício etc. Assim, nessa demonstração haverá uma coluna que nada mais será que 
a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados. Na Demonstração das Mutações Patrimoniais, ficam evidentes 
os fatos que provocaram mudanças apenas internas, sem alteração do patrimônio líquido, e os que afetaram todo o 
patrimônio líquido. 
A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados nada mais é do que a explicação do que aconteceu com essa 
conta durante o exercício social; apresenta a variação do seu saldo balanço por balanço. Compõe-se basicamente do 
seguinte: 
 
 
Quadro 3: Estrutura da Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados 
DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS 
Saldo anterior 
(±) Ajustes d Exercícios Anteriores 
(-) Dividendos Extraordinários 
(-) Incorporação ao Capital 
(=) Lucro Líquido do Exercício 
(-) Destinação do Lucro 
(=) Saldo Final 
 
Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) 
A demonstração dos Fluxos de Caixa revela todos os recebimentos e os pagamentos efetuados pela empresa em caixa, 
bem como suas atividades de investimentos e financiamentos. 
A demonstração dos Fluxos de Caixa irá indicar o que ocorreu no período em termos de entradas e saídas de dinheiro 
do caixa. Assim com a Demonstração de Resultados, a DFC é uma demonstração dinâmica e também está contida no 
Balanço Patrimonial, que é uma demonstração estática. 
A demonstração dos Fluxos de Caixa propicia ao gestor financeiro uma melhor visão para um planejamento financeiro 
eficiente. 
A demonstração dos Fluxos de Caixa classifica os fluxos de caixa em três categorias: 
Fluxo de Caixa das Operações: é relacionado à produção e entrega de bens e serviços. As entradas de caixa incluem o 
recebimento a vista de bens e serviços e das contas a receber, quando existirem, além de outros recebimentos, como 
juros de aplicações e demais itens que não sejam originários de atividades de investimentos e/ou financiamentos; as 
saídas de caixa envolvem os pagamentos efetuados a fornecedores, matéria-prima, salários, serviços, impostos, taxas, 
juros de empréstimos e financiamentos. Também é possível classificar os juros como atividades de financiamento. 
Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamento: são as atividades referentes a empréstimos e financiamentos. 
Incluem os recebimentos de empréstimos e demais entradas de recursos financeiros, e como saída consideram-se 
pagamentos de dividendos, amortizações e bens adquiridos. 
Fluxo de Caixadas Atividades de Investimentos: são as atividades referentes a investimentos relacionados ao aumento 
ou diminuição dos ativos de longo prazo utilizados na produção de bens e serviços. 
As transações como depreciação, amortização e exaustão são meras reduções de ativos e por isso não afetam o caixa, 
não entrando na DFC. Também não entram na DFC eventuais estimativas de perdas prováveis com recebimento de 
clientes. 
 
Pode-se elaborar a DFC pelos seguintes métodos: 
Método Direto: elabora a DFC a partir da movimentação direta ocorrida no caixa da empresa, demonstrando todos os 
itens que tenham provocado entrada ou saída de caixa; 
Método Indireto: elabora a DFC de maneira mais ampla, sem destacar os detalhes das movimentações, como o 
método direto. 
A seguir, tem-se uma estrutura resumida da DFC pelo dois métodos. 
 
Quadro 4: Estrutura da Demonstração do Fluxo de Caixa pelos dois métodos. 
DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA 
MÉTODO DIRETO MÉTODO INDIRETO 
Atividades Operacionais Atividades Operacionais 
(+) Recebimentos de Clientes Lucro Líquido do Exercício 
(-) Pagamentos de contas (+) Depreciação 
(-) Pagamentos despesas operacionais (±) Variações no Circulante (Capital de Giro) 
(-) Pagamento de impostos 
Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais 
 
Atividades de Financiamento Atividades de Financiamento 
(±) Novos empréstimos de curto e longo prazo (±) Novos empréstimos de curto e longo prazo 
(+) Aumento de capital (+) Aumento de capital 
(-) Despesas Financeiras (-) Despesas Financeiras 
(-) Pagamentos de Dividendos (-) Pagamentos de Dividendos 
Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamento Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamento 
 
 
Atividades de Investimentos Atividades de Investimentos 
(±) Aquisição de Imobilizado (±) Aquisição de Imobilizado 
(±) Outros Investimentos (±) Outros Investimentos 
Fluxo de Caixa das Atividades de Investimentos Fluxo de Caixa das Atividades de Investimentos 
 
(±) Caixa Inicial (±) Caixa Inicial 
Resultado do Caixa Final Resultado do Caixa Final 
 
Demonstração do Valor Adicionado (DVA) 
A Demonstração do Valor Adicionado passou a ser obrigatória para as companhias abertas a partir da Lei 11.638/07. 
A Demonstração do Valor Adicionado revela a riqueza criada pela empresa, ou seja, quanto ela acumulou de valor 
além do lucro líquido gerado no período e como foi feita a sua distribuição aos acionistas, credores, governo e 
funcionários. 
 
Quadro 5: Estrutura da Demonstração do Valor Adicionado. 
DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO 
1. RECEITAS 
 Vendas de mercadorias, produtos e serviços 
 Provisão para devedores duvidosos (PDD) 
 Valores não operacionais 
2. INSUMOS DE TERCEIROS 
 Matérias-primas consumidas 
 Custos das mercadorias e serviços vendidos 
 Materiais, energia, serviços de terceiros, perdas etc. 
3. VALOR ADICIONADO BRUTO ( 1 - 2) 
4. VALORES RETIDOS 
 Depreciação, amortização e exaustão 
5. VALOR ADICIONADO LÍQUIDO GERADO ( 3 - 4) 
6. VALOR ADICIONADO RECEBIDO 
 Resultado de equivalência patrimonial 
 Receitas financeiras 
7. VALOR ADICIONADO A DISTRIBUIR ( 5 + 6) 
8. DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO 
 Pessoal e encargos 
 Acionistas: dividendos e juros sobre capital próprio 
 Lucros/prejuízos retidos do exercício 
 Impostos, taxas e contribuições 
 Juros e aluguéis 
 
Notas Explicativas 
A legislação brasileira determina, e a própria Contabilidade também, que as notas explicativas às demonstrações 
financeiras explicitem, entre outros aspectos relevantes: 
 
Conteúdo das Notas Explicativas: 
• Ramo de atividade da empresa, objeto social, localização etc.; 
• Sumário das práticas contábeis, com a explicação resumida dos critérios de avaliação dos estoques, ativo 
permanente, das aplicações financeiras, das exigibilidades, dos créditos, das provisões para retificações de ativos e do 
registro dos riscos e das contingências, dos critérios de apropriação de receitas e despesas etc.; 
• Detalhamento dos investimentos relevantes em outras empresas, com dados sobre nome, capital, patrimônio 
líquido, lucro líquido, porcentagem de participação, receitas e despesas intercompanhias, saldos a receber e a pagar 
e outras; 
• Reavaliações realizadas no exercício e seu tratamento contábil; 
• Ônus que gravem os ativos da empresa, garantias prestadas a terceiros, fianças, avais e outras contingências; 
• Detalhamento das dívidas de longo prazo, com o perfil quanto a épocas de vencimento, taxas de encargos, tipos 
de indexação; 
 
• Detalhamento do capital social quanto a número, espécies e classes de ações; 
• Ajustes de exercícios anteriores realizados no exercício; 
• Eventos subsequentes à data do balanço que possam alterar significativamente a posição financeira e patrimonial 
futuras da empresa; 
• Detalhamento de contas agrupadas no balanço, tais como despesas financeiras líquidas, ativo imobilizado etc.; 
• Cálculo do lucro e do dividendo por ação e do dividendo mínimo obrigatório. 
 
Parecer da Auditoria Independente 
Todas as companhias abertas são obrigadas a publicar, com suas demonstrações financeiras, o Parecer dos auditores 
Independentes. Também as instituições controladas pelo Banco Central, a quase totalidade das sociedades de 
economia mista, as seguradoras e outras devem publicar esse parecer, além de inúmeras companhias fechadas e até 
sociedades por quota de responsabilidade limitada. 
Esse parecer procura explicar se foram ou não aplicadas as normas tradicionais da Auditoria Externa, quais 
demonstrações foram auditadas e qual o Parecer dos Auditores quanto a estarem tais demonstrações dentro dos 
princípios contábeis em utilização hoje no Brasil e também quanto à prática uniforme, ou não, ao longo do tempo, dos 
mesmos critérios contábeis. 
A leitura atenta desse parecer é de suma importância também para o usuário externo. 
 
1.3. Padronização das Demonstrações 
A estrutura legal do Balanço é apresentada de forma resumida, englobando seus principais grupos patrimoniais e 
contas. A classificação adotada para o Balanço Patrimonial não é obrigatória do ponto de vista da legislação e a 
nomenclatura pode variar, mas basicamente engloba a maioria das situações. 
Significa uma nona classificação, um novo reagrupamento de algumas contas nas Demonstrações Contábeis, 
sobretudo no Balanço Patrimonial e na Demonstração do Resultado do Exercício. São alguns ajustes necessários para 
melhorar a eficiência da análise. Um bom motivo para a reclassificação é a padronização de critérios de tratamento 
para todas as empresas por parte do analista. 
 
A Padronização é feita pelos seguintes motivos: 
• Simplificação: um balanço apresentado segundo a Lei das S.A., por exemplo, compreende cerca de 60 contas. Isso 
dificulta a visualização do balanço como um todo. Quando se colocam lado a lado três balanços com 60 valores cada 
um e se calculam os percentuais de variação de um ano para outro, bem como a composição percentual de cada 
balanço (que é chamada análise vertical e horizontal), chega-se a 540 números, o que complica enormemente o 
trabalho de um analista. O modelo de balanço do quadro adiante para cerca de 25, o número de contas do balanço. 
• Comparabilidade: com exceção das companhias que operam em ramo onde existe um plano de contas legal 
obrigatório (como acontecem com bancos, seguradoras etc.) toda empresa tem seu próprio plano de contas, com 
maior ou menor grau de detalhes e com títulos de contas em que é difícil descobrir a origem. Como a análise se baseia 
em comparação, só faz sentido analisar um balanço após o seu enquadramento num modelo que permita comparação 
com outros balanços. 
• Adequação aos objetivos da análise: há pelo menos uma conta que deve sempre ser reclassificada:Duplicatas 
Descontadas; do ponto de vista contábil, é uma dedução de Duplicatas a Receber; do ponto de vista de financiamentos, 
porém, é um recurso tomado pela empresa junto aos bancos, devido à insuficiência de recursos próprios. Em nada se 
distingue de empréstimos bancários, do ponto de vista financeiro. Por isso, as Duplicatas Descontadas devem figurar 
no Passivo Circulante. 
• Precisão nas classificações de contas: é frequente encontrarem-se balanços e demonstrações de resultados com 
falhas nas classificações de contas, como, por exemplo, certos investimentos de caráter permanente que aparecem 
no Ativo Circulante, despesas do próprio exercício que figuram como Despesas do Exercício Seguinte, gastos 
indevidamente lançados como Ativo Diferido quando deveriam fazer parte das despesas ou perdas do exercício, 
empréstimos de curto prazo que aparecem no Exigível a Longo Prazo; tudo isso visa embelezar os balanços. Uma 
padronização rigorosa deve corrigir isso. 
• Se o analista conhecer os principais itens de manipulação dos balanços, desconfiará das rubricas citadas e solicitará 
esclarecimentos à empresa em análise. Na dúvida, deverá reclassificá-las. 
• Descoberta de erros: há casos de erros, intencionais ou não, verificados nas demonstrações contábeis. Exemplo: a) 
Estoques finais ou iniciais da Demonstração do Resultado do Exercício não coincidem com os estoques dos balanços. 
b) Provisão para Devedores Duvidosos do Balanço não coincide com a que foi constituída na Demonstração do 
 
Resultado do Exercício. c) Impossível conciliar o Patrimônio Líquido Final com os resultados do exercício mais o 
Patrimônio Líquido Inicial. 
• Nesses casos, deve-se desconfiar da veracidade das demonstrações contábeis e suspender a análise até que se 
esclareçam as dúvidas. 
• Intimidade do analista com as demonstrações contábeis da empresa: a padronização obriga o analista a pensar em 
cada conta das demonstrações contábeis e a decidir sobre sua consistência com outras contas, sobre a classificação 
que deve dar a ela, enquanto a transcreve para o modelo predefinido de padronização. Ao terminar esse trabalho, o 
analista adquire grande familiaridade com os números da empresa e, em consequência, poderá enxergar detalhes 
que, de outra forma, não conseguiria. 
 
Acha-se a seguir modelo de padronização de balanços e demonstrações de resultados que serve aos propósitos das 
análises: 
As principais características desse modelo de padronização são: 
a) O ativo apresenta apenas as contas essenciais. 
b) No lado do Passivo, acha-se um subtotal representado por Capitais de Terceiros (Passivo Circulante + Exigível a 
Longo Prazo). 
c) No Patrimônio Líquido aparecem apenas o “Capital Social” já deduzido de eventuais “Capital a Realizar” e somado 
às “Reservas”. 
d) A “Demonstração do Resultado” evidencia apenas os valores fundamentais para análise. 
e) A Receita Líquida de Vendas está deduzida das “Devoluções e Abatimentos” e “Impostos”. 
f) As Receitas e Despesas Financeiras estão líquidas dos efeitos inflacionários. 
 
1.4. O papel dos índices na Análise das Demonstrações Contábeis 
A análise das demonstrações contábeis visa fundamentalmente ao estudo do desempenho econômico-financeiro de 
uma empresa em determinado período passado, para diagnosticar sua posição atual e produzir resultados que sirvam 
de base para a previsão de tendências futuras. Na realidade, o que se pretende avaliar são os reflexos que as decisões 
financeiras tomadas por uma empresa determinam sobre sua liquidez, estrutura patrimonial e rentabilidade. A 
característica fundamental dos índices é fornecer visão ampla da situação econômica ou financeira da empresa. 
Os índices servem de medida dos diversos aspectos econômicos e financeiros das empresas. Assim como um médico 
usa certos indicadores, como pressão e temperatura, para elaborar o quadro clínico do paciente, os índices financeiros 
permitem construir um quadro de avaliação da empresa. Há porém, uma diferença: enquanto o médico pode ter 
certeza de que á algo errado com o paciente que apresenta pressão muito alta, talvez a iminência de um derrame, na 
empresa, um endividamento elevado não significa que esteja à beira da insolvência. Outros fatores, como prestígio da 
empresa junto ao governo, relacionamento com o mercado financeiro etc., podem fazê-la operar indefinidamente, 
mesmo que mantenha sempre elevado o endividamento. O índice financeiro, porém, é um alerta. 
O importante não é o cálculo de grande número de índices, mas de um conjunto de índices que permita conhecer a 
situação da empresa, segundo o grau de profundidade desejada da análise. A profundidade d análise é variável de 
usuário para usuário. O fornecedor pode apenas querer rápidas informações sobre a empresa, a respeito de sua 
rentabilidade, de seu índice de liquidez. Se esse mesmo fornecedor estiver interessado não em vender mercadoria, 
mas em adquirir a própria empresa-cliente ou fundi-la com a sua, evidentemente desejará uma análise muito mais 
profunda. 
Portanto, a quantidade de índices que se deve ser utilizada na análise depende exclusivamente da profundidade que 
se deseja da análise. 
O enfoque segundo o qual a análise das demonstrações contábeis é desenvolvida pode variar conforme o interesse 
do analista. Por exemplo, o administrador da empresa, ao medir periodicamente seus resultados, procura avaliar, na 
realidade, o impacto determinado pelas decisões financeiras sobre o desempenho global da empresa. Em princípio, a 
administração da empresa mostra-se interessada igualmente em todos os seus aspectos, como liquidez, rentabilidade, 
endividamento, giro dos investimentos, evolução das vendas etc., sem atribuir relevância maior ou menor a qualquer 
deles. 
Para os acionistas atuais da empresa (ou interessados em investir em suas ações), o objetivo da análise centra-se com 
maior nível de preferência sobre a taxa de retorno e risco dos investimentos, oportunidades de crescimento e 
desempenho de suas ações no mercado. 
Ressalte-se que os credores atuais (ou futuros) da empresa costumam dar atenção especial à sua capacidade financeira 
em liquidar os compromissos financeiros assumidos (ou que venham a assumir). 
 
 
 
1.5. As limitações na análise por meio de índices e indicadores 
A análise das demonstrações contábeis constitui um dos estudos mais importantes das Finanças Corporativas, 
despertando enorme interesse tanto para os administradores internos da empresa como para os diversos segmentos 
de analistas externos. 
Para o administrador interno da empresa, a análise visa basicamente a uma avaliação de seu desempenho geral, 
notadamente como forma de identificar os resultados (consequências) retrospectivos e prospectivos das diversas 
decisões financeiras tomadas. 
Para o analista externo, por sua vez, apresenta objetivos mais específicos com relação à avaliação do desempenho da 
empresa, os quais variam segundo sua posição de credor, liquidez e capacidade de pagamento, ou de investidor, 
retorno do investimento e criação de valor. É de assinalar, ainda, que a análise externa, desenvolvida basicamente por 
meio das demonstrações financeiras usualmente publicadas pela empresa, traz dificuldades adicionais de avaliação, 
em função das limitações de informações contidas nos relatórios publicados. 
Ainda que existam alguns critérios sofisticados, o uso de índices constitui-se na técnica mais comumente empregada 
nesse estudo. No entanto, algumas precauções devem ser tomadas. Inicialmente, aponta-se que um simples índice, 
isolado de outros complementares ou que ilustram a causa de seu comportamento, não fornece elementos suficientes 
para uma conclusão mais definitiva. Um índice isolado dificilmente contribui com informações relevantes para o 
analista. Ressalta-se também que, mesmo que se tenha mensurado um conjunto de índices complementares, é 
necessário efetuar uma comparação temporal e setorial.A comparação temporal envolve conhecer a evolução desses indicadores nos últimos anos (normalmente, de três a 
cinco anos) como forma de se avaliar, de maneira dinâmica, o desempenho da empresa (por exemplo, se foi 
compatível com o planejado por sua direção) e as tendências que servem de base para estudo prospectivo. 
A comparação setorial é desenvolvida por meio de um confronto dos resultados da empresa com os de seus principais 
concorrentes e, também, com as médias de mercado e de seu setor de atividade. Para esse estudo são utilizadas, 
normalmente, como fontes de informações, as principais publicações de índices setoriais disponíveis, como Melhores 
e Maiores, Estudos Setorial Serasa, Lista Platinum/orbes, Conjuntura Econômica, Instituto Assaf etc. 
A análise de empresas é um processo essencialmente comparativo, pouco representando, em termos de conclusões 
mais acuradas, o estudo de índices (ou grupos de índices) de forma isolada de uma tendência temporal ou setorial. 
Em outras palavras, para um estudo mais eficiente sobre o desempenho de uma empresa, é importante que os 
indicadores sejam comparados: 
a) historicamente, com os obtidos pela mesma empresa em períodos anteriores; 
b) com os padrões estabelecidos pela gerência e também com as elaborados segundo metas estabelecidas pela 
empresa; 
c) e com índices de empresas do mesmo ramo e padrões do setor de atividade e da economia em geral. 
 
Referências bibliográficas: 
 
ASSAF, N. A. Finanças Corporativas e valor. São Paulo: Atlas, 2003 
MATARAZZO, D.C. Análise Financeira de Balanços: uma abordagem gerencial. São Paulo: Atlas, 2003. 
MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis. São Paulo: Atlas, 2001. 
PADOVEZE, C. Análise das demonstrações financeiras. São Paulo: Thomsom, 2004 
 
2. Análise Horizontal e Vertical 
 
Uma das técnicas mais simples de aplicação e, ao mesmo tempo, mais importantes no que se refere à riqueza das 
informações geradas para a avaliação do desempenho empresarial refere-se à análise horizontal e vertical. 
A análise de uma empresa é desenvolvida por meio de comparações, sejam elas efetuadas por índices passados ou 
mediante indicadores setoriais e de empresas concorrentes. A análise comparativa produz melhores resultados 
quando desenvolvida com valores relacionáveis ou afins: 
a) sejam eles obtidos de uma mesma demonstração contábil como, por exemplo, relacionar lucro com investimento, 
custos com vendas, capital de giro com ativo total etc.; 
b) e também pela evolução dos diversos montantes patrimoniais e de resultados ao longo do tempo, como, por 
exemplo: crescimento das vendas e dos lucros, evolução/involução do patrimônio líquido etc. A análise da evolução 
permite que sejam identificadas, inclusive, determinadas tendências futuras do comportamento econômico-
financeiro da empresa. 
Dessa maneira, as comparações dos valores absolutos através do tempo (análise de suas evoluções) e, entre si, 
relacionáveis na mesma demonstração, são desenvolvidas, respectivamente, por análise horizontal e vertical. 
 
2.1. Análise Horizontal 
A Análise Horizontal consiste em verificar a evolução dos elementos do Balanço Patrimonial e da DRE (Demonstração 
do Resultado do Exercício) durante um determinado período. Essa verificação se faz entre os valores de uma mesma 
conta ou grupo de contas, evidenciando a evolução da conta ou do grupo de conta por períodos. 
Uma das maneiras de apurar os percentuais de evolução da Análise Horizontal é tomar como base um exercício e 
calcular a evolução dos demais, sempre em relação ao exercício base. 
A outra maneira de apurar os percentuais de evolução da Análise Horizontal é tomar como base o exercício 
imediatamente anterior ao que está sendo analisado. Esse método torna mais dinâmico a análise, possibilitando 
apurar a evolução em menores períodos de tempo. 
À relação existente entre o valor de uma conta contábil (ou grupo de contas) em determinada data e seu valor obtido 
na data-base (ou ano-base) chamamos de Número-índice. 
Número-índice = Valor ano seguinte x 100 
 Valor ano-base 
 
EMBRAER 
DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 2.010 2.009 
 VENDAS BRUTAS 9.751,5 11.324,3 
(-) DEVOLUÇÕES/CANCELAMENTOS/ABATIMENTOS - - 
(-) IMPOSTOS (ICMAS/PIS/COFINS) (370,9) (453,0) 
(=) VENDAS LÍQUIDAS 9.380,6 10.871,3 
(-) CPV (7.582,7) (8.759,5) 
(=) LUCRO BRUTO 1.798,0 2.111,8 
(-) DESPESAS ADMINISTRATIVAS (346,1) (376,2) 
(-) DESPESAS COMERCIAIS (657,0) (601,1) 
(-) DESPESAS FINANCEIRAS (1,4) (135,8) 
(-) DESPESAS GERAIS (109,4) (367,7) 
(+) RECEITAS FINANCEIRAS 30,9 16,3 
(=) LUCRO OPERACIONAL 715,1 647,2 
(-) DESPESAS NÃO OPERACIONAIS - - 
(+) RECEITAS NÃO OPERACIONAIS - - 
(=) LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA 715,1 647,2 
(-) PROVISÃO DE IR (114,9) 290,1 
(-) PROVISÃO DE CSSL - - 
(-) OUTRAS PROVISÕES - - 
(=) LUCRO LÍQUIDO APÓS IR 600,2 937,3 
BALANÇO PATRIMONIAL 
 2010 2009 2010 2009 
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE 
DISPONÍVEL 
CAIXA/BANCOS 2.321,2 2.772,6 FORNECEDOR 1.250,0 1.038,3 
A.L.I. 1.222,2 1.660,8 SALÁRIOS E ENCARGOS SOCIAIS 132,5 113,0 
 IMPOSTOS A PAGAR 16,7 23,6 
SUB-TOTAL DISPONÍVEL 3.543,4 4.433,4 DIVIDENDOS A PAGAR 82,3 208,3 
CLIENTES DUPLICATAS A PAGAR 0,0 0,0 
DUPLICATAS A REC 0,0 0,0 EMPRESTIMOS A PAGAR CP 307,2 1.268,2 
CONTAS A REC 1.104,3 1.146,0 CONTAS A PAGAR 2.191,5 2.137,8 
(-) PDD 0,0 0,0 
SUB-TOTALCLIENTES 1.104,3 1.146,0 
 
ESTOQUE 3.654,6 4.246,0 
(-) 0BSOLETO 0,0 0,0 
SALDO DE ESTOQUE 3.654,6 4.246,0 
 
TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE 8.302,3 9.825,4 TOTAL DO PASSIVO CIRCULANTE 3.980,3 4.789,2 
ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
TOTAL REALIZÁVEL A L.P. 2.484,1 2.472,3 TOTAL DO ELP 4.783,0 5.669,5 
 
INVESTIMENTO 0,0 0,0 CAPITAL SOCIAL 4.789,6 4.789,6 
IMOBILIZADO 2.001,1 1.917,6 RESERVAS -1.623,9 -1.404,0 
(-) DEPRECIAÇÃO 0,0 0,0 AÇÕES EM TESOURARIA -320,3 -320,3 
DIFERIDO 1.193,5 1.263,2 L/P ACUMULADO 2.372,3 1.954,4 
 
INTANGÍVEL 0,0 0,0 
TOTAL ATIVO PERMANENTE 3.194,6 3.180,8 TOTAL DO PL 5.217,8 5.019,8 
 
TOTAL DO ATIVO 13.981,0 15.478,5 PASSIVO TOTAL 13.981,0 15.478,5 
 
Fórmulas para cálculo da Análise Horizontal: 
 
Ano base = 2009 
 
DRE – Demonstrativo do Resultado do Exercício 
 
Período = 2009 
VB2009 = (VB2009/VB2009) * 100% 
IMPOSTOS2009 = (IMPOSTOS2009/IMPOSTOS2009) * 100% 
VL2009 = (VL2009/VL2009) * 100% 
CPV2009 = (CPV2009/CPV2009) * 100% 
LB2009 = (LB2009/LB2009) * 100% 
E assim por diante para demais contas do DRE. 
 
Período = 2010 
VB2010 = (VB2010/VB2009) * 100% 
IMPOSTOS2010 = (IMPOSTOS2010/IMPOSTOS2009) * 100% 
VL2010 = (VL2010/VL2009) * 100% 
CPV2010 = (CPV2010/CPV2009) * 100% 
LB2010 = (LB2010/LB2009) * 100% 
E assim por diante para demais contas do DRE. 
 
Por exemplo: 
EMBRAER AH 
DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 2.010 2.009 2.010 2.009 
 VENDAS BRUTAS (VB) 9.751,5 11.324,3 86,11% 100,00% 
(-) DEVOLUÇÕES/CANCELAMENTOS/ABATIMENTOS 
(-) IMPOSTOS (ICMAS/PIS/COFINS) (370,9) (453,0) 81,86% 100,00% 
(=) VENDAS LÍQUIDAS (VL) 9.380,6 10.871,3 86,29% 100,00% 
(-) CPV (7.582,7) (8.759,5) 86,57% 100,00% 
(=) LUCRO BRUTO 1.798,0 2.111,8 85,14% 100,00% 
(-) DESPESAS ADMINISTRATIVAS (346,1) (376,2)91,99% 100,00% 
(-) DESPESAS COMERCIAIS (657,0) (601,1) 109,30% 100,00% 
(-) DESPESAS FINANCEIRAS (1,4) (135,8) 0,99% 100,00% 
(-) DESPESAS GERAIS (109,4) (367,7) 29,74% 100,00% 
(+) RECEITAS FINANCEIRAS 30,9 16,3 189,47% 100,00% 
(=) LUCRO OPERACIONAL 715,1 647,2 110,48% 100,00% 
(-) DESPESAS NÃO OPERACIONAIS 
(+) RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 
(=) LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA 715,1 647,2 110,48% 100,00% 
(-) PROVISÃO DE IR (114,9) 290,1 -39,61% 100,00% 
(-) PROVISÃO DE CSSL 
(-) OUTRAS PROVISÕES 
(=) LUCRO LÍQUIDO APÓS IR 600,2 937,3 64,03% 100,00% 
 
Interpretação: 
Considerando o ano de 2009 como sendo ano base, teremos as seguintes variações: 
VB teve uma redução de 13,89%; os impostos reduziram em 18,14%; as VL reduziram em 13,71%; o CPV teve queda 
de 13,43% e assim por diante. 
 
Ano base = 2009 
 
BP – Balanço Patrimonial 
 
 
Período = 2009 
CX/BCOS2009 = (CX/BCOS2009/CX/BCOS2009) * 100% 
ALI2009 = (ALI2009/ALI2009) *100% 
DUPLIC.REB2009 = (DUPLIC.REC2009/DUPLIC.REC2009) * 100% 
IMOBIL2009 = (IMOBIL2009/IMOBIL2009) * 100% 
FORN2009 = (FORN2009/FORN2009) * 100% 
EMPREST.CP2009 = (EMPREST.CP2009/EMPREST.CP2009) * 100% 
CAP.SOCIAL2009 = (CAP.SOCIAL2009/CAP.SOCIAL2009) * 100% 
E assim por diante para demais contas do Balanço patrimonial. 
 
Período = 2010 
CX/BCOS2010 = (CX/BCOS2010/CX/BCOS2009) * 100% 
ALI2010 = (ALI2010/ALI2009) *100% 
DUPLIC.REB2010 = (DUPLIC.REC2010/DUPLIC.REC2009) * 100% 
IMOBIL2010 = (IMOBIL2010/IMOBIL2009) * 100% 
FORN2010 = (FORN2010/FORN2009) * 100% 
EMPREST.CP2010 = (EMPREST.CP2010/EMPREST.CP2009) * 100% 
CAP.SOCIAL2010 = (CAP.SOCIAL2010/CAP.SOCIAL2009) * 100% 
E assim por diante para demais contas do Balanço patrimonial. 
Por exemplo: 
 
EMBRAER BALANÇO PATRIMONIAL AH 
 2.010 2.009 2.010 2.009 ATIVO PASSIVO 
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE 2.010 2.009 2.010 2.009 
DISPONÍVEL 
CAIXA/BANCOS 2.321,2 2.772,6 FORNECEDOR 1.250,0 1.038,3 83,72% 100,00% 120,39% 100,00% 
A.L.I. 1.222,2 1.660,8 
SALÁRIOS E ENCARGOS 
SOCIAIS 132,5 113,0 73,59% 100,00% 117,32% 100,00% 
 IMPOSTOS A PAGAR 16,7 23,6 70,53% 100,00% 
SUB-TOTAL 
DISPONÍVEL 3.543,4 4.433,4 DIVIDENDOS A PAGAR 82,3 208,3 79,92% 100,00% 39,53% 100,00% 
CLIENTES DUPLICATAS A PAGAR 
DUPLICATAS A REC 
EMPRESTIMOS A 
PAGAR CP 307,2 1.268,2 24,22% 100,00% 
CONTAS A REC 1.104,3 1.146,0 CONTAS A PAGAR 2.191,5 2.138 96,37% 100,00% 102,51% 100,00% 
(-) PDD 
SUB-
TOTALCLIENTES 1.104,3 1.146,0 96,37% 100,00% 
 
ESTOQUE 3.654,6 4.246,0 86,07% 100,00% 
(-) 0BSOLETO 
SALDO DE ESTOQUE 3.654,6 4.246,0 86,07% 100,00% 
 
TOTAL DO ATIVO 
CIRCULANTE 8.302,3 9.825,4 
TOTAL DO PASSIVO 
CIRCULANTE 3.980,3 4.789,2 84,50% 100,00% 83,11% 100,00% 
ATIVO NÃO 
CIRCULANTE 
PASSIVO NÃO 
CIRCULANTE 
TOTAL REALIZÁVEL 
A L.P. 2.484,1 2.472,3 TOTAL DO ELP 4.783,0 5.669,5 100,48% 100,00% 84,36% 100,00% 
 
INVESTIMENTO 0,0 0,0 CAPITAL SOCIAL 4.789,6 4.789,6 88,89% 100,00% 100,00% 100,00% 
IMOBILIZADO 2.001,1 1.917,6 RESERVAS (1.623,9) (1.404,0) 104,35% 100,00% 115,66% 100,00% 
(-) DEPRECIAÇÃO 
AÇÕES EM 
TESOURARIA (320,3) (320,3) 100,00% 100,00% 
DIFERIDO 1.193,5 1.263,2 L/P ACUMULADO 2.372,3 1.954,4 94,49% 100,00% 121,38% 100,00% 
(-) AMORTIZAÇÃO 
TOTAL ATIVO 
PERMANENTE 3.194,6 3.180,8 TOTAL DO PL 5.217,8 5.019,8 100,43% 100,00% 103,94% 100,00% 
 
TOTAL DO ATIVO 13.981,0 15.478,5 PASSIVO TOTAL 13.981,0 15.478,5 90,33% 100,00% 90,33% 100,00% 
 
Interpretação: 
Considerando o ano de 2009 como sendo ano base, teremos as seguintes variações: 
O caixa/bancos teve uma redução de 16,28%; os estoques reduziram em 13,93%; contas a pagar aumentou em 2,51%; 
LP acumulado aumentou em 21,38% e assim por diante. 
 
A análise horizontal é uma análise da evolução, crescimento ou diminuição, que permite identificar a variação positiva 
ou negativa de um período em relação ao anterior. Toma-se como 100% todas as contas de um determinado período 
e faz-se uma relação percentual em cima dos dados desse período. O novo número relativo indica quanto o período 
subsequente é maior ou menor que o período anterior. Como é comum utilizar vários períodos, a variação sequencial 
e consecutiva acaba indicando uma tendência de crescimento ou diminuição. 
 
2.2. Análise Vertical 
A Análise Vertical, também denominada análise da estrutura, facilita a avaliação da estrutura das demonstrações 
financeiras (BP-Balanço Patrimonial e DRE-Demonstrativo do Resultado do Exercício) e a representatividade de cada 
conta em relação ao total do Ativo, bem como a participação de cada conta do Demonstrativo de resultado na 
formação do lucro ou prejuízo do período analisado. 
A Análise Vertical apresenta valores percentuais de cada conta e grupo de conta em relação a um valor base: no caso 
do Balanço Patrimonial, esse valor base é o total do Ativo ou do Passivo; Na DRE, o valor base é o total da receita 
líquida. 
O cálculo do percentual da participação relativa das contas ou grupo de contas do Ativo obtém-se dividindo o valor de 
cada conta ou grupo de conta pelo valor total do Ativo. 
O cálculo do percentual da participação relativo das contas ou grupo de contas da Demonstração de resultado é feito 
dividindo cada conta ou grupo de conta pelo valor da receita líquida. 
 
EMBRAER 
DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 2.010 2.009 
 VENDAS BRUTAS 9.751,5 11.324,3 
(-) DEVOLUÇÕES/CANCELAMENTOS/ABATIMENTOS - - 
(-) IMPOSTOS (ICMAS/PIS/COFINS) (370,9) (453,0) 
(=) VENDAS LÍQUIDAS 9.380,6 10.871,3 
(-) CPV (7.582,7) (8.759,5) 
(=) LUCRO BRUTO 1.798,0 2.111,8 
(-) DESPESAS ADMINISTRATIVAS (346,1) (376,2) 
(-) DESPESAS COMERCIAIS (657,0) (601,1) 
(-) DESPESAS FINANCEIRAS (1,4) (135,8) 
(-) DESPESAS GERAIS (109,4) (367,7) 
(+) RECEITAS FINANCEIRAS 30,9 16,3 
(=) LUCRO OPERACIONAL 715,1 647,2 
(-) DESPESAS NÃO OPERACIONAIS - - 
(+) RECEITAS NÃO OPERACIONAIS - - 
(=) LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA 715,1 647,2 
(-) PROVISÃO DE IR (114,9) 290,1 
(-) PROVISÃO DE CSSL - - 
(-) OUTRAS PROVISÕES - - 
(=) LUCRO LÍQUIDO APÓS IR 600,2 937,3 
BALANÇO PATRIMONIAL 
 2010 2009 2010 2009 
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE 
DISPONÍVEL 
CAIXA/BANCOS 2.321,2 2.772,6 FORNECEDOR 1.250,0 1.038,3 
A.L.I. 1.222,2 1.660,8 SALÁRIOS E ENCARGOS SOCIAIS 132,5 113,0 
 IMPOSTOS A PAGAR 16,7 23,6 
SUB-TOTAL DISPONÍVEL 3.543,4 4.433,4 DIVIDENDOS A PAGAR 82,3 208,3 
CLIENTES DUPLICATAS A PAGAR 0,0 0,0 
DUPLICATAS A REC 0,0 0,0 EMPRESTIMOS A PAGAR CP 307,2 1.268,2 
CONTAS A REC 1.104,3 1.146,0 CONTAS A PAGAR 2.191,5 2.137,8 
(-) PDD 0,0 0,0 
SUB-TOTALCLIENTES 1.104,3 1.146,0ESTOQUE 3.654,6 4.246,0 
 
(-) 0BSOLETO 0,0 0,0 
SALDO DE ESTOQUE 3.654,6 4.246,0 
 
TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE 8.302,3 9.825,4 
TOTAL DO PASSIVO 
CIRCULANTE 3.980,3 4.789,2 
ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
TOTAL REALIZÁVEL A L.P. 2.484,1 2.472,3 TOTAL DO ELP 4.783,0 5.669,5 
 
INVESTIMENTO 0,0 0,0 CAPITAL SOCIAL 4.789,6 4.789,6 
IMOBILIZADO 2.001,1 1.917,6 RESERVAS -1.623,9 -1.404,0 
(-) DEPRECIAÇÃO 0,0 0,0 AÇÕES EM TESOURARIA -320,3 -320,3 
DIFERIDO 1.193,5 1.263,2 L/P ACUMULADO 2.372,3 1.954,4 
INTANGÍVEL 0,0 0,0 
TOTAL ATIVO PERMANENTE 3.194,6 3.180,8 TOTAL DO PL 5.217,8 5.019,8 
 
TOTAL DO ATIVO 13.981,0 15.478,5 PASSIVO TOTAL 13.981,0 15.478,5 
 
Fórmulas para cálculo da Análise Vertical 
 
DRE – Demonstrativo do Resultado do Exercício 
 
Período = 2009 
VB2009 = (VB2009/VL2009) * 100% 
IMPOSTOS2009 = (IMPOSTOS2009/VL2009) * 100% 
VL2009 = (VL2009/VL2009) * 100% 
CPV2009 = (CPV2009/VL2009) * 100% 
LB2009 = (LB2009/VL2009) * 100% 
E assim por diante para demais contas do DRE. 
 
Período = 2010 
VB2010 = (VB2010/VL2010) * 100% 
IMPOSTOS2010 = (IMPOSTOS2010/VL2010) * 100% 
VL2010 = (VL2010/VL2010) * 100% 
CPV2010 = (CPV2010/VL2010) * 100% 
LB2010 = (LB2010/VL2010) * 100% 
E assim por diante para demais contas do DRE. 
 
Por exemplo: 
 
EMBRAER AV 
DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 2.010 2.009 2.010 2.009 
 VENDAS BRUTAS 9.751,5 11.324,3 103,95% 104,17% 
(-) DEVOLUÇÕES/CANCELAMENTOS/ABATIMENTOS 
(-) IMPOSTOS (ICMAS/PIS/COFINS) (370,9) (453,0) -3,95% -4,17% 
(=) VENDAS LÍQUIDAS 9.380,6 10.871,3 100,00% 100,00% 
(-) CPV (7.582,7) (8.759,5) -80,83% -80,57% 
(=) LUCRO BRUTO 1.798,0 2.111,8 19,17% 19,43% 
(-) DESPESAS ADMINISTRATIVAS (346,1) (376,2) -3,69% -3,46% 
(-) DESPESAS COMERCIAIS (657,0) (601,1) -7,00% -5,53% 
(-) DESPESAS FINANCEIRAS (1,4) (135,8) -0,01% -1,25% 
(-) DESPESAS GERAIS (109,4) (367,7) -1,17% -3,38% 
(+) RECEITAS FINANCEIRAS 30,9 16,3 0,33% 0,15% 
(=) LUCRO OPERACIONAL 715,1 647,2 7,62% 5,95% 
(-) DESPESAS NÃO OPERACIONAIS 
(+) RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 
(=) LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA 715,1 647,2 7,62% 5,95% 
(-) PROVISÃO DE IR (114,9) 290,1 -1,22% 2,67% 
(-) PROVISÃO DE CSSL 
(-) OUTRAS PROVISÕES 
(=) LUCRO LÍQUIDO APÓS IR 600,2 937,3 6,40% 8,62% 
 
Interpretação: 
O CPV representava 80,57% sobre as vendas em 2009, já em 2010 passou a representar 80,83%, portanto apresentou 
um aumento de 0,32% em 2010, ou seja, os custos aumentaram. 
O lucro bruto representava 19,43% sobre as vendas em 2009, e em 2010 passou a representar 19,17%, portanto 
apresentou uma queda de 1,34% em 2010, ou seja, o lucro bruto diminuiu. 
As despesas financeiras representavam 1,25% sobre as vendas em 2009, e em 2010 passou a representar 0,01%, 
portanto apresentou uma queda de 99,20% em 2010, ou seja, as despesas financeiras diminuíram. E assim por diante. 
 
BP – Balanço Patrimonial 
 
Período = 2009 
CX/BCOS2009 = (CX/BCOS2009/ATIVO TOTAL2009) * 100% 
ALI2009 = (ALI2009/ ATIVO TOTAL2009) *100% 
DUPLIC.REB2009 = (DUPLIC.REC2009/ ATIVO TOTAL2009) * 100% 
IMOBIL2009 = (IMOBIL2009/ ATIVO TOTAL2009) * 100% 
FORN2009 = (FORN2009/ ATIVO TOTAL2009) * 100% 
EMPREST.CP2009 = (EMPREST.CP2009/ ATIVO TOTAL2009) * 100% 
CAP.SOCIAL2009 = (CAP.SOCIAL2009/ ATIVO TOTAL2009) * 100% 
E assim por diante para demais contas do Balanço patrimonial. 
 
Período = 2010 
CX/BCOS2010 = (CX/BCOS2010/ATIVO TOTAL2010) * 100% 
ALI2010 = (ALI2010/ ATIVO TOTAL2010) *100% 
DUPLIC.REB2010 = (DUPLIC.REC2010/ ATIVO TOTAL2010) * 100% 
IMOBIL2010 = (IMOBIL2010/ ATIVO TOTAL2010) * 100% 
FORN2010 = (FORN2010/ ATIVO TOTAL2010) * 100% 
EMPREST.CP2010 = (EMPREST.CP2010/ ATIVO TOTAL2010) * 100% 
CAP.SOCIAL2010 = (CAP.SOCIAL2010/ ATIVO TOTAL2010) * 100% 
E assim por diante para demais contas do Balanço patrimonial 
 
Por exemplo: 
 
EMBRAER BALANÇO PATRIMONIAL AV 
 2.010 2.009 2.010 2.009 ATIVO PASSIVO 
ATIVO 
CIRCULANTE 
PASSIVO 
CIRCULANTE 2.010 2.009 2.010 2.009 
DISPONÍVEL 
CAIXA/BANCOS 2.321,2 2.772,6 FORNECEDOR 1.250,0 1.038,3 16,60% 17,91% 8,94% 6,71% 
A.L.I. 1.222,2 1.660,8 
SALÁRIOS E 
ENCARGOS SOCIAIS 132,5 113,0 8,74% 10,73% 0,95% 0,73% 
 
IMPOSTOS A 
PAGAR 16,7 23,6 0,00% 0,00% 0,12% 0,15% 
SUB-TOTAL 
DISPONÍVEL 3.543,4 4.433,4 
DIVIDENDOS A 
PAGAR 82,3 208,3 25,34% 28,64% 0,59% 1,35% 
CLIENTES 
DUPLICATAS A 
PAGAR 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 
DUPLICATAS A REC 
EMPRESTIMOS A 
PAGAR CP 307,2 1.268,2 0,00% 0,00% 2,20% 8,19% 
CONTAS A REC 1.104,3 1.146,0 CONTAS A PAGAR 2.191,5 2.138 7,90% 7,40% 15,68% 14,16% 
(-) PDD 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 
SUB-
TOTALCLIENTES 1.104,3 1.146,0 7,90% 7,40% 0,00% 0,00% 
 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 
ESTOQUE 3.654,6 4.246,0 26,14% 27,43% 0,00% 0,00% 
(-) 0BSOLETO 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 
SALDO DE 
ESTOQUE 3.654,6 4.246,0 26,14% 27,43% 0,00% 0,00% 
 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 
TOTAL DO ATIVO 
CIRCULANTE 8.302,3 9.825,4 
TOTAL DO PASSIVO 
CIRCULANTE 3.980,3 4.789,2 59,38% 63,48% 28,47% 30,94% 
 
ATIVO NÃO 
CIRCULANTE 
PASSIVO NÃO 
CIRCULANTE 
TOTAL REALIZÁVEL 
A L.P. 2.484,1 2.472,3 TOTAL DO ELP 4.783,0 5.669,5 17,77% 15,97% 34,21% 36,63% 
 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 
INVESTIMENTO 0,0 0,0 CAPITAL SOCIAL 4.789,6 4.789,6 0,00% 0,00% 34,26% 30,94% 
IMOBILIZADO 2.001,1 1.917,6 RESERVAS (1.623,9) (1.404,0) 14,31% 12,39% -11,62% -9,07% 
(-) DEPRECIAÇÃO 
AÇÕES EM 
TESOURARIA (320,3) (320,3) 0,00% 0,00% -2,29% -2,07% 
DIFERIDO 1.193,5 1.263,2 L/P ACUMULADO 2.372,3 1.954,4 8,54% 8,16% 16,97% 12,63% 
(-) AMORTIZAÇÃO 
TOTAL ATIVO 
PERMANENTE 3.194,6 3.180,8 TOTAL DO PL 5.217,8 5.019,8 22,85% 20,55% 37,32% 32,43% 
 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 
TOTAL DO ATIVO 13.981,0 15.478,5 PASSIVO TOTAL 13.981,0 15.478,5 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 
 
Interpretação: 
O Caixa/bancos representava 17,91% sobre o ativo total em 2009, já em 2010 passou a representar 16,60%, portanto 
apresentou uma queda de 7,31% em 2010, ou seja, tem menos dinheiro em caixa/banco. 
O Imobilizado representava 12,39% sobre o ativo total em 2009, e em 2010 passou a representar 14, 31%, portanto 
apresentou um aumento de 15,50%, ou seja, aumentou o imobilizado nesse período. 
O empréstimo de CP representava 8,19% sobre o ativo total em 2009, e em 2010 passou a representar 2,20%, portanto 
apresentou uma redução de 73,14%, ou seja, a empresa reduziu o nível de empréstimo de CP no período. E assim por 
diante. 
 
Denominamos análise vertical a análise de participação percentual ou de estrutura dos elementos das demonstrações 
contábeis. Assume-se como 100% um determinado elemento patrimonial que, em princípio, deve ser o mais 
importante e faz-se uma relação percentual de todos os demais elementos sobre ele. 
Para o balanço patrimonial, convencionou-se adotar como 100% o total do ativo. Para a demonstração de resultados, 
convencionou-se adotar como100% o valor do total da receita de vendas, líquida dos impostos, denominada 
legalmente de receita/venda operacional líquida. 
A análise vertical da demonstração de resultados é muito mais significativa do que a do balanço patrimonial, pois, pelo 
fato de atribuir 100% à receita operacional, permite uma visão da estrutura de custos e despesas da empresa, em 
termos de média sobre as vendas. Essa análise deve se explorada ao máximo, pois permite extrair informações muito 
úteis. 
Com relação à análise vertical da demonstração de resultados, os resultados da participação percentual por si só são 
representativos para a própria empresa. Mais do que a comparabilidade, mensuram a estrutura de custos em relação 
às receitas, bem como as margens de lucratividade (margem bruta, margem operacional, margem líquida). Além disso, 
a comparabilidade também se torna significativa, já que as variações entre um período e outro evidenciam o 
andamento das operações. 
A análise vertical do balanço patrimonial é feita assumindo como 100% o total geral do ativo, calculando-se quanto 
representa cada elemento patrimonial em relação ao total, obtendo-se, assim, a estrutura de participação dos 
elementos no ativo total. 
Como a maior parte do ferramental da análise financeira, a utilização da análise vertical do balanço patrimonial presta-
se a análises comparativas com os dados da própria empresa de outros períodos, sejam passados ou futuros. Pela 
identificação das mudanças significativas nos percentuais da estrutura de participação, tem-se a possibilidade de 
identificar as causas que levaram a essas variações. 
 
2.3. Conclusão e relação entre a análise vertical e horizontal 
É importante ressaltar que a análise vertical e horizontal deve ser feita em conjunto. Apesar de terem objetivos 
específicos, as inter-relações entre os elementos patrimoniais e a significância ou não dos valores devem ser levados 
sempre em conta. Um elemento patrimonial pode ter tido uma variação de crescimento ou diminuição extraordinária, 
mas a sua representatividade, considerando os demais elementos, sendo pequena, de nada adianta ressaltar essa 
variação. Por exemplo, uma conta de investimento que representa 0,2% do Ativo de uma empresa cresce 2.300% em 
dois anos ao final dos quais passa a representar 0,7%, ou seja: nada significa para a análise no primeiro balanço e 
continua a não significar nada no terceiro balanço, apesar do enorme crescimento. 
É desejável que as conclusões baseadas na Análise Vertical sejam complementadas pelas da Análise Horizontal. Na 
Demonstração do Resultado pequeno percentual podem ser significativos, visto que o lucro líquido costuma 
 
representar também percentual muito pequeno em relação às vendas. Assim, pode ocorrer, por exemplo, que 
determinada despesa administrativa, que representa no primeiro ano 12% das vendas, passe para 18% daí a dois anos. 
A variação de 12% para 18% não chama a atenção do analista, porém uma Análise Horizontal poderia revelar ter havido 
variação de 50% (além do crescimento das vendas). Se as vendas tiverem crescimento de 140%, as despesas 
administrativas terão crescido 210%. Ao chamar a atenção do analista para um item que pode estar fora de controle, 
a Análise Horizontal estará cumprindo o seu papel. Em resumo, a Análise Vertical e a Análise Horizontal devem ser 
usadas como uma só técnica de análise; por isso a denominamos Análise Vertical /Horizontal. 
 
Referências Bibliográficas: 
 
ASSAF, N. A. Finanças Corporativas e valor. São Paulo: Atlas, 2003 
MATARAZZO, D.C. Análise Financeira de Balanços: uma abordagem gerencial. São Paulo: Atlas, 2003. 
PADOVEZE, C. Análise das demonstrações financeiras. São Paulo: Thomsom, 2004. 
 
3. Análise através dos Índices 
 
Índice é a relação entre contas ou grupos de contas das Demonstrações Financeiras, que visa evidenciar determinado 
aspecto da situação econômica ou financeira de uma empresa. 
A técnica de análise por meio de índices consiste em relacionar contas e grupos de contas para extrair conclusões 
sobre tendências e podem classificar os índices da empresa como ótimo, bom, satisfatório ou deficiente, ao compará-
los com os índices de outras empresas do mesmo ramo e porte, ou com os índices do setor, publicados pelas revistas 
especializadas. 
 
Tipos de comparação de índices 
 
Três tipos de comparação de índices podem ser feitos: 
• Análise cross-sectional 
• Análise de série temporal 
• Análise combinada 
 
Análise cross-sectional 
Envolve a comparação dos índices financeiros de diferentes empresa em um mesmo instante, envolve a comparação 
dos índices da empresa com os correspondentes do principal empresa do setor ou com as médias da indústria. 
 
Análise de série temporal 
Avaliação de desempenho financeiro da empresa ao longo do tempo, utilizando a análise financeira baseada em 
índices. 
 
Análise Combinada 
É aquela que combina as análises cross-sectional e de séries temporais. 
 
3.1 Índices de Liquidez 
A ideia central de criar indicadores de liquidez está na necessidade de avaliar a capacidade de pagamento da empresa. 
A palavra liquidez em finanças significa a disponibilidade em moeda corrente para fazer pagamentos. Decorre de 
líquido e liquidação. Liquidar significa extinguir obrigação. Um ativo líquido é um ativo sem possibilidade de redução. 
Portanto, os índices de liquidez querem medir se os bens e direitos da empresa (ativos) sã suficientes para a liquidação 
das dívidas. 
Os ativos podem ser classificados quanto à sua condição maior ou menor de se tornarem líquidos. Isso quer dizer que 
existem ativos mais líquidos que outros. O ativo mais líquido existente nas empresas é o numerário em caixa, seguido 
dos depósitos em bancos. A seguir, vêm as aplicações financeiras de curto prazo, pois rapidamente podem se 
transformar em dinheiro. Depois, seguem os valores a receber e os estoques, como os principais ativos realizáveis. Na 
linguagem contábil e financeira, denomina-se realização o processo de um ativo transformar-se em dinheiro. Dessa 
maneira, existe a possibilidade de avaliar a liquidez de diversas maneiras. 
Os indicadores de liquidez procuram evidenciar a condição da empresa de saldar suas dívidas. São indicadores 
extraídos apenas do balanço patrimonial, razão por que são considerados indicadores estáticos. Quer dizer que, no 
 
momento seguinte, poderão ser alterados por evento que modifique os elementos patrimoniais são utilizados para 
medir a liquidez. 
Esse vem a ser um ponto muito importante. O analista financeiro deve ter em mente que esses indicadores referem-
se apenas a uma data e, portanto, não podem simplesmente ser avaliados como indicadores definitivos de capacidade 
de pagamento. Cabe ao analista verificar, após a obtenção desses dados, quais as possibilidades futuras da empresa 
de gerar novos lucros, aumentar ou diminuir seus ativos realizáveis e aumentar ou diminuir seus passivos exigíveis. 
 
O fato de existirem ativos e passivos com diferentes características e prazos de realização ensejou a necessidade de 
se criar mais de um indicador de capacidade de pagamento. De modo geral, os analistas financeiros têm trabalhado 
com quatro indicadores de liquidez: liquidez geral, liquidez corrente, liquidez seca e liquidez imediata. 
 
3.1.1 Liquidez Geral (LG) 
Esse indicador trabalha com todos os ativos realizáveis e todos os passivos exigíveis, aglutinando os classificados de 
curto prazo com os de longo prazo. Portanto, é um indicador que mostra a capacidade de pagamento geral da 
empresa, tomando como numerador os ativos circulantes e realizáveis a longo prazo e como denominador os passivos 
totais (circulante e exigível a longo prazo). Esse indicador serve para detectar a saúde financeira (no que se refere à 
liquidez) de longo prazo da empresa. È expresso pela seguinte fórmula: 
LG = Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo 
 Passivo Circulante+ Exigível a Longo Prazo 
 A liquidez geral retrata a saúde financeira de curto e de longo prazo da empresa. Revela, para cada $ 1,00 de dívidas 
totais (circulante e longo prazo), quanto a empresa registra de ativos de mesma maturidade (circulante + realizável a 
longo prazo). 
 
3.1.2. Liquidez Corrente (LC) 
Esse indicador é considerado o principal e o mais utilizado para avaliar a capacidade de pagamento da empresa. 
Relaciona todos os ativos realizáveis no curto prazo classificados nas demonstrações financeiras como ativos 
circulantes, com todos os passivos que deverão ser pagos no curto prazo, classificados contabilmente como passivos 
circulantes. Em outras palavras, indica a quantidade de recursos que a empresa tem nos ativos circulantes para 
utilização nos pagamentos dos passivos circulantes. É apurado pela seguinte fórmula: 
 
LC = Ativo Circulante 
 Passivo Circulante 
Mede a relação existente entre o ativo circulante e o passivo circulante, ou seja, de cada $ 1,00 aplicado em haveres 
e direitos circulantes (disponível, valores a receber e estoques, fundamentalmente), quanto a empresa deve também 
a curto prazo (duplicatas a pagar, dividendos, impostos e contribuições sociais, empréstimos a curto prazo). 
 
3.1.3. Liquidez Seca (LS) 
Esse indicador é um prolongamento do índice de liquidez corrente. A base conceitual sobre a qual é estruturado é a 
maior dificuldade de realização dos estoques em relação aos demais componentes do capital de giro de curto prazo 
(ativo circulante). Em outras palavras, para que os estoques se realizem (se transformem em dinheiro), há que primeiro 
vender, produzir e, posteriormente, receber. Esse ciclo temporal é muito mais longo do que o tempo que os demais 
ativos levam para se transformarem em caixa. 
Dessa maneira, calcula-se a liquidez de curto prazo excluindo-se os estoques. Tem-se então uma visão da capacidade 
de pagamento de curto prazo mais líquida ou mais dura. 
É importante salientar que a análise desse indicador deve levar em conta, necessariamente, o tipo de empresa. 
Empresas comerciais tendem a ter estoques mais facilmente realizáveis que as empresas industriais. Portanto, a 
velocidade com que os estoques do comércio se transformam em dinheiro é maior. 
As empresas industriais, além de normalmente terem um ciclo operacional maior, possuem três tipos de estoques: os 
estoques de materiais e embalagens, estoques de produção em processo ou em elaboração e os estoques de produtos 
acabados. Os estoques de produtos acabados das indústrias equivalem ao estoque de mercadorias do comércio e, 
com eles, a análise pode ser similar à das empresas comerciais, pois o tempo para transformação em numerários é 
mais rápido. Já os estoques de materiais e os estoques em processo precisam de mais tempo para se transformar em 
dinheiro. 
A fórmula para esse indicador é: 
LS = Ativo Circulante – Estoques – Despesas do Exercício Seguinte 
 Passivo Circulante 
 
Em resumo, esse indicador mostra a capacidade da empresa de pagar as dívidas a curto prazo, tendo como base os 
ativos circulantes, menos os estoques e despesas do exercício seguinte. A exclusão dos estoques é para verificar se a 
empresa tem ou não dependência das vendas para liquidar seus compromissos. O índice revela o percentual das 
dívidas de curto prazo que pode ser resgatado mediante o uso de ativos circulantes de maior liquidez. 
 
3.1.4. Liquidez Imediata (LI) 
De todos os indicadores de capacidade de pagamento, esse é o que realmente se caracteriza como de liquidez, uma 
vez que trabalha com os elementos patrimoniais do ativo circulante que podem ser disponibilizados imediatamente, 
ou quase imediatamente, para pagamento de contas e que são agrupados sob o nome de disponibilidades. 
As disponibilidades, de modo geral, compreendem os valores em caixa, saldos bancários e aplicações financeiras de 
curto prazo disponíveis para resgate, como normalmente trabalham as empresas nacionais. Confrontando as 
disponibilidades com todo o passivo de curto prazo, obtém-se o índice de liquidez imediata. A fórmula é a seguinte: 
LI = Disponibilidades 
 Passivo Circulante 
Reflete a porcentagem das dívidas de curto prazo (passivo circulante) que pode ser saldada imediatamente pela 
empresa, por suas disponibilidades de caixa. Evidentemente, quanto maior se apresentar esse índice, maiores serão 
os recursos disponíveis mantidos pela empresa. 
 
Por exemplo: 
 
EMBRAER 
DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 2.010 2.009 
 VENDAS BRUTAS 9.751,5 11.324,3 
(-) DEVOLUÇÕES/CANCELAMENTOS/ABATIMENTOS - - 
(-) IMPOSTOS (ICMAS/PIS/COFINS) (370,9) (453,0) 
(=) VENDAS LÍQUIDAS 9.380,6 10.871,3 
(-) CPV (7.582,7) (8.759,5) 
(=) LUCRO BRUTO 1.798,0 2.111,8 
(-) DESPESAS ADMINISTRATIVAS (346,1) (376,2) 
(-) DESPESAS COMERCIAIS (657,0) (601,1) 
(-) DESPESAS FINANCEIRAS (1,4) (135,8) 
(-) DESPESAS GERAIS (109,4) (367,7) 
(+) RECEITAS FINANCEIRAS 30,9 16,3 
(=) LUCRO OPERACIONAL 715,1 647,2 
(-) DESPESAS NÃO OPERACIONAIS - - 
(+) RECEITAS NÃO OPERACIONAIS - - 
(=) LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA 715,1 647,2 
(-) PROVISÃO DE IR (114,9) 290,1 
(-) PROVISÃO DE CSSL - - 
(-) OUTRAS PROVISÕES - - 
(=) LUCRO LÍQUIDO APÓS IR 600,2 937,3 
BALANÇO PATRIMONIAL 
 2010 2009 2010 2009 
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE 
DISPONÍVEL 
CAIXA/BANCOS 2.321,2 2.772,6 FORNECEDOR 1.250,0 1.038,3 
A.L.I. 1.222,2 1.660,8 SALÁRIOS E ENCARGOS SOCIAIS 132,5 113,0 
 IMPOSTOS A PAGAR 16,7 23,6 
SUB-TOTAL DISPONÍVEL 3.543,4 4.433,4 DIVIDENDOS A PAGAR 82,3 208,3 
CLIENTES DUPLICATAS A PAGAR 0,0 0,0 
DUPLICATAS A REC 0,0 0,0 EMPRESTIMOS A PAGAR CP 307,2 1.268,2 
CONTAS A REC 1.104,3 1.146,0 CONTAS A PAGAR 2.191,5 2.137,8 
(-) PDD 0,0 0,0 
SUB-TOTALCLIENTES 1.104,3 1.146,0 
 
ESTOQUE 3.654,6 4.246,0 
(-) 0BSOLETO 0,0 0,0 
SALDO DE ESTOQUE 3.654,6 4.246,0 
TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE 8.302,3 9.825,4 TOTAL DO PASSIVO CIRCULANTE 3.980,3 4.789,2 
ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
 
TOTAL REALIZÁVEL A L.P. 2.484,1 2.472,3 TOTAL DO ELP 4.783,0 5.669,5 
 
INVESTIMENTO 0,0 0,0 CAPITAL SOCIAL 4.789,6 4.789,6 
IMOBILIZADO 2.001,1 1.917,6 RESERVAS -1.623,9 -1.404,0 
(-) DEPRECIAÇÃO 0,0 0,0 AÇÕES EM TESOURARIA -320,3 -320,3 
DIFERIDO 1.193,5 1.263,2 L/P ACUMULADO 2.372,3 1.954,4 
INTANGÍVEL 0,0 0,0 
TOTAL ATIVO PERMANENTE 3.194,6 3.180,8 TOTAL DO PL 5.217,8 5.019,8 
 
TOTAL DO ATIVO 13.981,0 15.478,5 PASSIVO TOTAL 13.981,0 15.478,5 
 
Calcule os Índices de Liquidez da empresa Embraer nos dois períodos (2009 e 2010) 
LG = Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo 
 Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo 
 
 2010 2009 
LG 123,09 117,58 
Interpretação: 
100% das dívidas de curto e de longo prazo, a Embraer têm condições de honrar 117,58% com seus bens e direitos de 
curto e de longo prazo em 2009. 
100% das dívidas de curto e de longo prazo, a Embraer têm condições de honrar 123,09% com seus bens e direitos de 
curto e de longo prazo em 2010. 
 
LC = Ativo Circulante 
 Passivo Circulante 
 
 2010 2009 
LC 208,59 205,16 
Interpretação: 
100% das dívidas de curto, a Embraer têm condições honrar 205,16% com seus bens e direitos de curto prazo em 
2009. 
100% das dívidas de curto, a Embraer têm condições honrar 208,59% com seus bens e direitos de curto prazo em 
2010.