Prévia do material em texto
Brenda Foganholo Camila Rafael Gabriel R. Munhoz Relatório sobre Campos Elétricos Física Experimental III Maringá, Paraná Abril de 2019 SUMÁRIO 0.1 Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 0.2 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 0.3 Fundamentação Teórica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 0.4 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 0.4.1 Campo elétrico em dipolo elétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 0.4.2 Campo elétrico entre placas metálicas paralelas . . . . . . . . . . . . . . . 7 0.4.3 Campo elétrico no interior de anel metálico . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 0.5 Resultados e Discussão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 0.5.1 Campo elétrico em dipolo elétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 0.5.2 Campo elétrico entre placas metálicas paralelas . . . . . . . . . . . . . . . 10 0.5.3 Campo elétrico no interior de anel metálico . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 0.6 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Relatório sobre Campos Elétricos 2 0.1 RESUMO O presente relatório aborda uma atividade experimental realizada em sala de aula. Tal prática tem como principal objetivo simular e mapear o campo elétrico, observando seu compor- tamento e suas características, além de identificar suas linhas equipotenciais. Para análise dos objetivos, utilizou-se uma cuba eletrolítica com água e realizou-se o experimento do campo elétrico em dipolo elétrico, entre placas metálicas paralelas e no interior do anel metálico. Por conseguinte, anotou-se os dados obtidos para a realização da análise dos mesmos. Relatório sobre Campos Elétricos 3 0.2 INTRODUÇÃO Um campo elétrico, é um campo de forças, ou seja, é a influência que uma ou mais cargas exercem sobre o espaço ou outras cargas. É válido mencionar que as linhas de força do campo elétrico saem da carga positiva e se direcionam para a carga negativa. Desse modo, se tomarmos uma esfera positivamente carregada e aproximarmos esta de uma carga positiva, que chamamos de carga de prova, haverá uma repulsão. Tal fenômeno ocorre pois a resultante do campo elétrico aponta na direção oposta à posição das cargas, já que a orientação das linhas de campo elétrico são tangentes a força elétrica sobre a carga de prova positiva, promovendo uma força de repulsão entre as cargas. Por outro lado, quando as cargas possuem sinais opostos, a resultante do campo elétrico apontará sempre em direção a outra carga (do positivo para o negativo). Com isso, haverá a força de atração elétrica. Relatório sobre Campos Elétricos 4 0.3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Campo elétrico é o campo de força provocado pela ação de cargas elétricas (prótons, elétrons e nêutrons) ou por um conjunto delas. Uma carga qualquer Q possui um campo em torno de si automaticamente e pode influenciar outras cargas de prova que são postas no mesmo campo. Seu modulo pode ser dado pelo quociente entre as forças de interação das cargas geradoras do campo e a própria carga de prova (Q), ou seja: −→E = F q (1) F = K. (q1.q2) d2 (2) −→E = K.Q d2 (3) As cargas de prova que estão sujeitos ao campo elétrico sofrem uma força de interação (atração ou repulsão). [1] O campo elétrico possui linhas de força, que são uma representação convencionada para indicar sua presença. As linhas de força são representadas em uma partícula positiva com linhas tangenciais a superfície, saindo da carga: Figura 1 – Linhas do campo elétrico em carga positiva E são representadas em uma partícula negativa com linhas tangenciais a superfície, entrando na carga: Figura 2 – Linhas do campo elétrico em carga negativa Relatório sobre Campos Elétricos 5 Já em um sistema com 2 cargas opostas mas da mesma intensidade as linhas de força interagem entre si, formando a representação do dipolo elétrico. Além das linhas de forças, também existem as superfícies equipotenciais em um campo elétrico. Define-se por superfície equipotencial a região dentro do campo elétrico cujo os pontos tem o mesmo potencial. As superfícies equipotenciais são perpendiculares às linhas de força e consequentemente, perpendicular ao vetor campo −→E . [3] Figura 3 – Linhas equipotenciais entre dipolo elétrico Em um campo elétrico devido a um dipolo elétrico, o módulo pode ser medido através do principio de superposição para campos elétricos: E = E(+)−E(−) (4) Já em um campo elétrico entre placas paralelas, considerando as placas com cargas de mesma intensidade mas com sinal oposto, pode-se afirmar que o módulo do campo elétrico é uniforme, visto que a região entre as placas tem suas linhas de forças paralelas e igualmente espaçadas, o que implica que o vetor −→E tem, em todos os pontos, mesma intensidade, direção e sentido. [1] Figura 4 – Linhas de campo entre duas placas paralelas Relatório sobre Campos Elétricos 6 Por fim, dentro de um condutor isolado, o campo elétrico é nulo por não existir movimento de cargas livres. As linhas de força desviam do condutor. Porém, o potencial elétrico dentro do condutor é constante, dado que: [2] Vf −Vi = ∮ s −→E dl (5)∮ s −→E dl = 0 (6) Vf −Vi = 0 (7) Vf =Vi (8) As propriedades de um campo elétrico também podem ser escritas através do conceito de potencial. O potencial V( x,y, z) em um ponto do espaço se relaciona com o campo elétrico E(x,y,z), através da equação: −→E =−−→∇V (9) Isto quer dizer que o campo elétrico aponta na direção de máxima variação do potencial l no sentido em que V diminui. Por limitações experimentais, a intensidade do vetor campo elétrico, num ponto (P) do espaço é dado por: E = |∆V ∆L | (10) Onde ∆V é a diferença de potencial (d.d.p) entre dois pontos e ∆L é a distância entre eles. Relatório sobre Campos Elétricos 7 0.4 METODOLOGIA 0.4.1 CAMPO ELÉTRICO EM DIPOLO ELÉTRICO 1. Montou-se o sistema da Fig. 5 e foi colocada água na cuba até que as pontas metálicas fossem ligeiramente mergulhadas; Figura 5 – Sistema para a configuração do dipolo elétrico 2. No gerador de função selecionou-se a função do tipo senoidal e regulou-a para frequência de 70 Hz; 3. A tensão de saída no gerador foi regulada para 5 V monitorada pelo voltímetro na função AC de tensão alternada; 4. Delimitou-se em uma folha de papel milimetrado uma superfície de 15 cm x 15 cm; 5. Foram anotados 7 pontos para cada uma das 7 superfícies equipotenciais em uma tabela e no papel milimetrado. Tomou-se nota no papel milimetrado as localizações dos pólos positivo e negativo; 6. Com as duas pontas de prova, espaçadas de 1 cm, foi realizada uma varredura de 360o em torno dos pontos C, D e E e determine ∆Vmáx. Para esta situação registrou-se a posição das pontas de prova em uma tabela. No papel milimetrado foi marcado os mesmos pontos C, D e E da cuba, as posições para ∆VMax e traçou-se a direção do campo elétrico para cada ponto. Os pontos C, D e E são respectivamente: (3.0,11.8);(4.0,7.5);(12.1,12.0). 0.4.2 CAMPO ELÉTRICO ENTRE PLACAS METÁLICAS PARALELAS 7. Substituiu-se as pontas pelas placas metálicas; 8. Foi delimitado em uma folha de papel milimetrado uma superfície de 15 cm x 15 cm; 9. Mediu-se a distância entre as placas metálicas; Relatório sobre Campos Elétricos 8 10. Foram anotados 3 pontos para cada uma das 3 superfícies equipotenciais em uma tabela e no papel milimetrado; 0.4.3 CAMPO ELÉTRICO NO INTERIOR DE ANEL METÁLICO 11. Na configuração para as placas paralelas, inseriu-se o anel metálico entre as placas e determinou-se 5 pontos no interior do anel. Após isso, foram anotados os valores das coordenadas e da tensão de cada ponto.Relatório sobre Campos Elétricos 9 0.5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 0.5.1 CAMPO ELÉTRICO EM DIPOLO ELÉTRICO Primeiramente foram anotados os valores das coordenadas que mantinham o mesmo potencial elétrico. A partir desses dados construiu-se 7 tabelas, compostas pelas coordenadas de x e y e seu potencial encontrado: Tabela 1 – Valores das Equipotenciais em Dipolo (a) U1= 2.60 V x(cm) y(cm) 7.5 1.5 7.5 3.5 7.5 5.5 7.5 7.5 7.5 9.5 7.5 11.5 7.6 13.5 (b) U2= 2.80 V x(cm) y(cm) 10.1 1.5 9.5 3.5 9.4 5.5 9.0 7.5 9.0 9.5 9.4 11.5 9.8 13.5 (c) U3= 2.94 V x(cm) y(cm) 11.3 1.5 11.0 3.5 10.4 5.5 10.5 7.5 10.5 9.5 10.8 11.5 11.3 13.5 (d) U4= 3.24 V x(cm) y(cm) 14.8 1.5 13.3 3.5 12.6 5.5 12.0 7.5 12.3 9.5 13.2 11.5 14.5 13.5 (e) U5= 2.32 V x(cm) y(cm) 5.3 1.5 5.6 3.5 5.7 5.5 6.0 7.5 5.9 9.5 5.9 11.5 5.4 13.5 (f) U6= 2.11 V x(cm) y(cm) 2.8 1.5 3.5 3.5 4.4 5.5 4.5 7.5 4.2 9.5 4.0 11.5 3.3 13.5 (g) U7= 1.85 V x(cm) y(cm) - 1.5 0.7 3.5 1.8 5.5 3.0 7.5 2.4 9.5 1.8 11.5 0.5 13.5 Com os dados das tabelas acima foi montado um gráfico para melhor visualização das linhas equipotenciais: Figura 6 – Gráfico das Equipotenciais entre Dipolo Relatório sobre Campos Elétricos 10 A partir desses dados concluiu-se que a prática realizada foi ao encontro da teoria, no entanto, com imperfeições nas coordenadas, o que acarretaram em equipotenciais não tão retas. Mesmo assim, foi possível notar que as linhas equipotenciais são sempre perpendiculares às linhas do campo, o que condiz com a teoria. Em seguida, foi montada uma tabela com os valores das coordenadas que possuiam maior diferença de potencial nos pontos: C, D e E. Tabela 2 – Coordenadas dos pontos com diferença de potencial maior x1y1 x2y2 ∆V C (3.5,7.5) (4.6,7.5) 0.17 D (2.6,11.7) (3.7,12.0) 0.12 E (11.4,11.9) (12.0,11.8) 0.12 A direção do campo elétrico nos pontos C, D e E seguem as linhas do campo e com isso tendem a ir em direção à carga negativa. O módulo, no entanto, deve ser calculado a partir da fórmula (10). Os resultados dos módulos nos pontos C, D e E são: Tabela 3 – Módulos dos pontos E(V/m) C 15.45 D 10.52 E 19.73 A partir desses dados é visível notar que o campo é maior proximo as cargas e vai diminuindo conforme a distância onde o ponto está. Esse fato pode ser provado na teoria simplesmente calculando o campo pela Lei de Coulomb, pois nele há uma divisão pela distância o que acarreta em um menor campo quanto mais longe o ponto estiver da carga. 0.5.2 CAMPO ELÉTRICO ENTRE PLACAS METÁLICAS PARALELAS O campo elétrico formado entre placas paralelas foi determinado de acordo com a diferença de potencial de alguns pontos. Seguem as tabelas com os valores encontrados para as coordenadas x, y e o potencial de cada ponto. Tabela 4 – Valores das Equipotenciais em Placas Paralelas (a) U1= 2.30 V x(cm) y(cm) 3.0 7.5 7.5 7.5 11.0 7.5 (b) U2= 3.43 V x(cm) y(cm) 3.0 11.0 7.5 11.0 11.0 11.0 (c) U3= 0.89 V x(cm) y(cm) 3.0 3.0 7.5 3.0 11.0 3.0 Relatório sobre Campos Elétricos 11 Após recolhidos os dados acima, é notável a linearidade das linhas equipotenciais e consequentemente das linhas de campo. Em placas paralelas o campo é formado por linhas retas, o que condiz com os dados obtidos, visto que mesmo deslocando a ponta de prova para as laterais o potencial se manteve, o que demonstra que as linhas equipotencias são organizadas nas horizontais e as linhas de campo perpendiculares, ligando sempre uma placa a outra. 0.5.3 CAMPO ELÉTRICO NO INTERIOR DE ANEL METÁLICO Após analisados os resultados do experimento com as placas, foi adicionado um anel metálico(condutor) entre as mesmas, e foram geradas 3 tabelas com valores de pontos aleatórios dentro desse anel com suas coordenadas x, y e o valor do potencial correspondente. Tabela 5 – Valores das Equipotenciais em Anel Metálico (a) U1= 3.09 V x(cm) y(cm) 9.0 12.5 (b) U2= 3.09 V x(cm) y(cm) 5.0 8.0 (c) U3= 3.09 V x(cm) y(cm) 10.5 8.0 Verificando os dados acima nota-se que o potencial é constante e a partir da fórmula (5) é possível constatar que o campo elétrico dentro do anel metálico é 0. Isso condiz com a teoria que menciona o campo elétrico nulo dentro de anéis condutores. Foram verificados alguns potenciais perto da superfície do anel do lado de fora e constou- se que as linhas equipotenciais foram modificadas devido a inserção do anel entre as placas. As linhas começaram a contornar o anel, como se fossem um líquido contornando um obstáculo, segue a figura abaixo: Figura 7 – Linhas Equipotenciais entre Placas Paralelas com Interferência de Anel Metálico Esse fenômeno mostra que com o condutor no centro as equipotenciais tendem a se distanciar e a contorná-lo. Assim, pode-se afirmar que as linhas de campo entram no anel, fazendo sempre ângulos perpendiculares com as equipotenciais. Como sempre em um condutor as cargas permanecem na superfície do material, notou-se que elas atraíram as linhas de campo. Relatório sobre Campos Elétricos 12 0.6 CONCLUSÃO Conclui-se que através do mapeamento das coordenadas x e y, foi possível demonstrar visualmente as superfícies equipotenciais e comprovar que são perpendiculares as linhas de força, condizendo com o estudado em teoria. Na prática, as superfícies obtiveram o formato de semicírculo devido ás imperfeições das coordenadas. Ademais, no experimento entre placas paralelas condutoras, observou-se que os pontos x,y traçados mostraram linhas retas paralelas entre si com potencial contínuo e campo elétrico uniforme. Considerando que as linhas de força partem do polo positivo para o negativo das placas em linearidade, pode-se constatar que as superfícies mapeadas são perpendiculares as linhas de força do campo elétrico. Por fim, com a inserção de um anel metálico entre as placas paralelas condutoras, verificou-se pelo multímetro que no interior do anel o potencial é constante, e como provado pela fórmula (6) da teoria, o campo elétrico é nulo, uma vez que no seu interior surge um campo de módulo igual e sentidos opostos ao campo produzido pelas placas, portanto igual a zero. Além disso, observou-se que as superfícies equipotenciais passaram de linhas retas para curvas contornando o anel metálico, condizendo com o estudado em teoria pois as superfícies equipotenciais devem ser paralelas ás placas metálicas e também ao anel condutor. REFERÊNCIAS [1] David Halliday, Robert Resnick, and Jearl Walker. Fundamentos de física, vol. 3. Rio de Janeiro: LTC, 2009. [2] M.ENG. PROF. ANA BARBARA KNOLSEISEN SAMBAQUI, D.ENG. PROF. BÁRBARA OGLIARI TAQUES. Apostila de Eletricidade. [3] Jaime E. Villate. Def, 2019. Sumário Resumo Introdução Fundamentação Teórica Metodologia Campo elétrico em dipolo elétrico Campo elétrico entre placas metálicas paralelas Campo elétrico no interior de anel metálico Resultados e Discussão Campo elétrico em dipolo elétrico Campo elétrico entre placas metálicas paralelas Campo elétrico no interior de anel metálico Conclusão Referências