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MCM - PARTE 10 - ENDURECIMENTO SUPERFICIAL

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Materiais Metálicos-DEMAT-EE-UFRGS
PARTE 09
ENDURECIMENTO SUPERFICIAL 
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ENDURECIMENTO SUPERFICIAL
TRATAMENTOS TÉRMICOS
Para um grande número de aplicações o endurecimento superficial de um material metálico é mais conveniente que o endurecimento total. Pois se deseja uma superfície endurecida com alta dureza, grande resistência ao desgaste e à abrasão.
Ex. Engrenagens - apenas a superfície deve ser dura o bastante para ser resistente ao desgaste (boas características tribológicas) provocado pelo contato entre os dentes de diferentes engrenagens. Por outro lado, o corpo da engrenagem deve apresentar propriedades (como maior tenacidade e ductilidade) de um aço não endurecido. 
Além do encruamento alguns dos métodos são:
 Têmpera superficial	
 Tratamentos Termoquímicos: Cementação, Nitretação, Carbonitretação, Cianetação
 Deposição de Filmes Finos
 Tratamentos Químicos: como Cromagem Dura e Niquelação Química
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TÊMPERA SUPERFICIAL
TRATAMENTOS TÉRMICOS
O endurecimento, dá-se pela formação da martensita na superfície do aço. O arranjo físico do processo depende da forma geométrica da peça a tratar. Normalmente há necessidade de revenido que, em geral, é feito sob temperaturas mais baixas que as da têmpera convencional. 
Fatores que determinam a escolha da têmpera superficial em relação à têmpera convencional (total):
Dimensão dos fornos quando se trata de peças grandes;
Endurecimento de áreas críticas de determinadas peças como dentes de engrenagens, hastes de máquinas operatrizes, etc...;
Melhoria da precisão dimensional de peças planas grandes ou delgadas evitando-se o endurecimento total;
Utilização de aços comuns ao invés de aços ligados – economia;
Controle do processo permitindo variar a profundidade de endurecimento, bem como variar a dureza em secções diferentes;
Reduz o risco de aparecimento de fissuras no resfriamento;
Investimento médio no caso de têmpera por indução e baixo na têmpera por chama.
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Fonte: Apostila Prof. Plínio e Chiaverini
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TÊMPERA SUPERFICIAL
TRATAMENTOS TÉRMICOS
Propriedades resultantes da têmpera superficial:
Superfícies de alta dureza e resistentes ao desgaste;
Resistência à fadiga por dobramento;
Capacidade de resistir a cargas de contato;
Resistência ao empenamento satisfatória.
Aços utilizados na têmpera superficial
É sabido que a dureza da martensita depende de sua tetragonalidade. Para que se obtenha uma superfície endurecida de modo satisfatório, os aços a serem tratados devem possuir teor de Carbono no mínimo de:
	0,4%C para aços ligados;
	0,5%C para aços carbono.
Espessura de camada 
Temperatura de Tratamento Térmico
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Fonte: Apostila Prof. Plínio e Chiaverini
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TÊMPERA SUPERFICIAL
TRATAMENTOS TÉRMICOS
Processos de Têmpera Superficial
1. Por Indução:
O processo mais utilizado na indústria atualmente.
Consiste no aquecimento rápido de uma peça de aço através de correntes eletromagnéticas induzidas. Uma corrente alternada flui através de uma bobina, estabelece-se nesta um campo magnético concentrado, que induz um potencial elétrico na peça a ser aquecida e envolvida pela bobina e, como a peça representa um circuito fechado, a voltagem induzida provoca o fluxo de corrente. 
A velocidade de aquecimento é função das correntes induzidas e da resistência ao seu fluxo.
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Após o aquecimento a peça é resfriada com jatos de água ou mergulhada no meio de resfriamento – normalmente água ou óleo. 
https://www.youtube.com/watch?v=UbSPL_7K7CM 
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Vídeos
TT comando de válvula
https://www.youtube.com/watch?v=YtD68T8qGzc 
https://www.youtube.com/watch?v=ebV64NgInPE 
https://www.youtube.com/watch?v=wIhKcGeIlPo 
https://www.youtube.com/watch?v=w4Nf2Sp51ik 
https://www.youtube.com/watch?v=lRf_WZKD7MI
https://www.youtube.com/watch?v=dCI719vR6js
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TÊMPERA SUPERFICIAL
TRATAMENTOS TÉRMICOS
Processos de Têmpera Superficial
Por Indução
Correntes de alta freqüência são utilizadas quando se deseja camadas endurecidas finas - camadas endurecidas de 0,25mm usam uma freqüência de 100KHz a 1MHz.
Correntes de baixa freqüência são utilizadas para camadas mais espessas – camadas de 12mm ou mais usam uma freqüência de 3 a 25KHz e períodos mais longos.
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e = 5000 /f
e = espessura de camada
= resistividade
= permeabilidade magnética
f = freqüência
Fonte: Chiaverini e Apostila Prof. Plínio
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TÊMPERA SUPERFICIAL
TRATAMENTOS TÉRMICOS
Processos de Têmpera Superficial
Por Indução - Profundidade de penetração e densidade de potência em função da frequência utilizada na têmpera por indução
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Fonte: Aços e Ligas Especiais – Costa e Silva e Paulo Mei
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TÊMPERA SUPERFICIAL
TRATAMENTOS TÉRMICOS
Processos de Têmpera Superficial
Por Indução
A espessura de camada depende:
 Da forma da bobina;
 Do espaço entre a bobina de indução e a superfície da peça;
 Da taxa de alimentação de energia;
 Da freqüência;
 Do tempo de aquecimento.
Ex. Têmpera por indução para uma barra de aço SAE 1045 - tempo de 8 a 12seg. de corrente contínua (800 a 1000°C) para a têmpera;
 e 15 a 25 seg. de corrente pulsada (400 a 550 °C) para o revenido. Resulta dureza superficial de 45HRc.
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TÊMPERA SUPERFICIAL
TRATAMENTOS TÉRMICOS
Processos de Têmpera Superficial
1. Por Chama:
Consiste no endurecimento de uma fina camada da superfície da peça através do uso de uma chama de oxiacetileno. O bico do maçarico é substituído por um dispositivo que permite o aquecimento uniforme da peça – “a Torcha” - é conformada de acordo com a peça a ser temperada. 
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Após o aquecimento a peça é resfriada com jatos de água ou mergulhada no meio de resfriamento – normalmente água ou óleo. 
Fonte: Chiaverini e www.mspc.eng.br/ciemat/aco180.shtml
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TÊMPERA SUPERFICIAL
TRATAMENTOS TÉRMICOS
Processos de Têmpera Superficial
1. Por Chama:
Métodos de Aplicação:
 Estacionário: áreas escolhidas são aquecidas localmente pela Tocha.
1- Progressivo: a chama é movida ao longo da área a ser endurecida.
2- Giratório: a peça gira e a Tocha é estacionária.
3- Combinado: tanto a peça quanto a chama se movimentam.
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Fonte: Chiaverini
1
2
3
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TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS
O objetivo da CEMENTAÇÃO é aumentar o teor de C na superfície da peça permanecendo o núcleo dúctil. 
É o endurecimento superficial que se dá pela difusão de C na peça de aço imersa no meio de cementação aquecido sob temperatura, em geral, entre 850 e 950°C por 1 a 5h em meios capazes de fornecer C atômico. 
O aço deve ser de baixo C (~ 0,3%C) para a obtenção de uma camada cementada de 0,8%C normalmente a 1mm de profundidade. 
Após a peça deve ser temperada e revenida (150°C) para obter uma dureza final entre 63 e 65HRc. 
Ao final do processo a peça terá:
 Alta resistência à tração, alta dureza e 
alta resistência ao desgaste na superfície.
 Dúctil e tenaz com baixo C no núcleo.
Aplicações: 
Engrenagens, pistas de mancais de rolamentos, 
eixos e peças guias, pinos e similares.
CEMENTAÇÃO
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TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS
A CEMENTAÇÃO consiste na introdução de C na periferia da peça pelo processo de difusão – Segunda Lei de Fick – que depende:
 Do teor inicial de C no aço;
 Do coeficiente de difusão do C no aço;
 Da temperatura;
 Do tempo;
 Da natureza do agente carbonetante;
 Da velocidade do fluxo do agente carbonetante.
CEMENTAÇÃO
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O C se difunde na superfície da peça durante o processo de cementação no aço, endurecendo sua superfície. 
A concentração de C em qualquer ponto abaixo da superfície varia com o tempo, conforme progride a difusão.
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camada cementada
http://www.cienciadosmateriais.org/index.php?acao=exibir&cap=19&top=299
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TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS
Considerações gerais sobre a CEMENTAÇÃO:
 Tipos de aços utilizados: aços carbono e aços ligados com baixo teor de C como: SAE 1030/1020/8620/5115/4320/5120 e similares;
 Temperaturas de TT: entre 850 e 950°C para austenitizar o aço;
 Granulometria: fina de preferência, tanto na superfície quanto no núcleo;
 Os aços antes da cementação devem ser normalizados para permitir usinagem, visto que depois da cementação as dimensões e as tolerâncias exigidas só podem ser corrigidas por retificação;
 A camada cementada tem o % de C diferente do % de C do aço tratado;
 O gradiente de C da superfície ao centro deve ser suave, variando por volta de 0,8%C ou mais junto à periferia, até atingir o teor de C nominal do aço no centro;
 Espessuras de camada obtidas na cementação: de 0,3mm a 1,25mm;
 Ao se cementar um aço introduz-se na superfície do aço tensões residuais de compressão o que melhora a vida em fadiga do componente. 
CEMENTAÇÃO
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TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS
Reações de CEMENTAÇÃO:
C + O2 → CO2
CO2 + C → 2CO
2CO + 3Fe → Fe3C + CO2
O CO2 vai reagindo com o meio cementante e aumentando o teor de C na superfície da peça e, para que isso não seja revertido, é necessário que a atmosfera carbonetante esteja protegida contra a oxidação (oxigênio do ar).
CEMENTAÇÃO
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Curvas que mostram a influência do tempo e da temperatura na penetração superficial de C.
Fonte: Chiaverini e Apostila
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TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS
CEMENTAÇÃO
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Este esquema apresenta apenas alguns dos processos de cementação
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TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS
Processos: 
1. Via sólida ou “em caixa”
As peças limpas e usinadas são colocadas em caixas contendo granulados de misturas especiais constituídas por carvão vegetal, mineral, aglomerante (óleo de soja ou de linhaça) e catalisadores (carbonato de bário – BaCO3 ou de potássio – K2CO3). Após a colocação das peças a caixa é fechada com uma tampa e vedada com argila refratária para evitar a oxidação.
A caixa é levada ao forno onde permanece por cerca de 5h para uma camada cementada em torno de 1mm em função da temperatura de tratamento. Após este tempo a caixa é retirada do forno, deixada esfriar e então retiram-se as peças para serem temperadas e 
revenidas. 
Processo trabalhoso de difícil 
controle sobre a uniformidade 
de camada. 
CEMENTAÇÃO
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https://www.youtube.com/watch?v=KuRuUNzVBV0 
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TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS
1. Via sólida ou “em caixa”
CEMENTAÇÃO
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TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS
Processos: 
Via líquida ou em “banho de sais”
 Mergulham-se as peças limpas, usinadas e secas em banhos de sais fundidos especiais. Como no meio líquido a temperatura é a mesma em todos os pontos do líquido, torna-se mais fácil o controle sobre a uniformidade da camada cementada. 
Obtém-se uma camada cementada de 1,5mm em aproximadamente 4h.
As peças devem ser limpas antes de serem submetidas à tempera e revenido.
Reação básica da cementação via líquida:
2NaCN → Na2CN2 + C
C + 3Fe → Fe3C
CEMENTAÇÃO
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Fonte: Apostila e www.menkecia.com.br/servicos_detalhes.php?ID=1
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TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS
1. Via líquida
CEMENTAÇÃO
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TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS
Processos: 
Via gasosa
 A substância carbonetante é uma atmosfera gasosa constituída de CO e gases derivados de hidrocarbonetos (metano, etano, propano). Através deste processo obtém-se uma difusão de C mais prolongada, tornando a camada mais homogênea, ou seja, torna menos brusca a passagem da zona cementada para a não cementada. 
CEMENTAÇÃO
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Fonte: Apostila e www.furnacesandovens.com/furnace.html
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TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS
1. Via gasosa
CEMENTAÇÃO
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TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS
Tratamentos Térmicos após a Cementação 
CEMENTAÇÃO
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Fonte: Apostila
Os aços após cementados devem ser temperados levando-se em conta:
A cementação por tempo muito prolongado desenvolve uma granulação muito grosseira;
A peça cementada apresenta secções distintas: 
A superfície com alto teor de C, com boas características de temperabilidade
Núcleo de baixo teor de C
Entre ambas uma zona de transição gradual.
O aço apresenta, então, duas temperaturas críticas de tratamento, uma para a superfície e outra para o núcleo.
Ainda, em vários tratamentos térmicos, antes de serem temperados os aços são normalizados.
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TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS
O objetivo da NITRETAÇÃO é aumentar o teor de N na superfície da peça permanecendo o núcleo dúctil. 
O N é difundido, formando uma zona com gradiente de concentração de nitretos, que contem, inicialmente, finas partículas de nitretos de ferro, bastante duros (ex. FeN e Fe4N ) e de elementos de liga e, abaixo desses, uma zona de solução sólida intersticial de N no Fe, que pode se estender até o núcleo. 
A peça é imersa no meio de nitretação, em temperaturas na faixa entre 500 e 600°C. Comparado a cementação - devido à menor temperatura, a nitretação produz menor distorção e tem menor tendência a causar trincas no material.
 A dureza superficial obtida é da ordem de 1000 a 1100HV (~ 68 a 70 HRc).
NITRETAÇÃO
Nitretação com banho de sal a base de cianeto
{
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TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS
Os meios podem ser líquidos (mistura de sais fundidos como cianetos), gasosos (amônia, por exemplo) ou plasma. A nitretação gasosa pode durar até 90h, a nitretação em banho de sais pode durar de 10min a 3h e a plasma de 2 a 6h.
 As principais razões para utilizar a nitretação são:
 Obter altíssima dureza superficial (em torno de 70HRc) e alta resistência ao desgaste.
 Melhorar a resistência à fadiga e à corrosão (exceto para aços inoxidáveis).
 Obter superfície resistente ao amolecimento por aquecimento até temperaturas próximas à de nitretação.
 Tipos de aços utilizados: 
 Aços médio carbono, ao Cr das séries AISI/SAE 41xx, 43xx (AISI 4340 - 0,42%C, 0,78%Mn, 1,79%Ni, 0,80% Cr e 0,33%Mo) , 51xx (AISI 5140 - 0,43% C, 0,68% Mn e 0,93% Cr), 61xx, 86xx, 98xx;
 Aços ferramenta com 5%Cr – tipo SAE H11, H12 e H13;
 Aços de baixo carbono, ao cromo, das séries SAE 33xx, 86xx e 93xx
 Aços rápidos tipo SAE M2 e M4;
 Aços inoxidáveis em geral
NITRETAÇÃO
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Fonte: Aços e Ligas Especiais – Costa e Silva e Paulo Mei.
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TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS
Aço temperado e revenido (estrutura martensítica) seguido de nitretação iônica a 580°C.
Aumento 2000X.
Fonte: www.pattcoating.com/testing.htm 
EXEMPLOS
Zona de difusão contendo nitreto de ferro
Camada de
óxido
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Camada branca
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TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS
NITRETAÇÃO
Materiais Metálicos-DEMAT-EE-UFRGS
Este esquema apresenta apenas alguns dos processos de nitretação
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TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS
NITRETAÇÃO
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Fonte: Apostila e www.mspc.eng.br/ciemat/aco180.shtml
 
Processos: 
1. Gasosa
Consiste em aquecer os aços de composição adequada em meio gasoso contendo N (amônia) de maneira a haver uma difusão superficial deste N originando:
 Elevada dureza superficial;
 Boa resistência ao desgaste;
 Aumento da resistência à fadiga devido a introdução de tensões compressivas no aço;
 Melhoria da resistência à corrosão;
 Melhoria da resistência superficial ao calor.
A reação típica da nitretação pela dissociação da amônia é:
2NH3 → 2Natômico + 3H2 
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TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS
NITRETAÇÃO
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Fonte: Apostila e www.mspc.eng.br/ciemat/aco180.shtml
 
Processos: 
1. Gasosa
Neste processo de dissociação, a difusão do N atômico é muito lenta, de modo que a operação torna-se muito demorada,
podendo durar cerca de 90h para uma camada nitretada da ordem de 0,3mm com uma dureza superficial da ordem de 70HRc.
Características do processo:
 Temperatura de tratamento 
entre 500 e 580°C (abaixo da 
zona crítica);
 Peças menos suscetíveis a 
empenamento ou distorção;
 Não há necessidade de TT
após a nitretação;
 Espessura de camada entre 
0,3 e 0,8mm. 
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TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS
NITRETAÇÃO
Materiais Metálicos-DEMAT-EE-UFRGS
Fonte: Apostila e www.mspc.eng.br/ciemat/aco180.shtml
 
Processos: 
Gasosa
Ex: para a nitretação a gás foram desenvolvidos aços especiais chamados “Nitralloy”. Estes aços têm elementos de liga como Cr, V, Mo e Al, pois tais elementos formam nitretos que permanecem estáveis às temperaturas de nitretação, aumentando a dureza da peça para aproximadamente 70HRc, além de permanecerem características de alta resistência à fadiga, ao desgaste e à corrosão.
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TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS
NITRETAÇÃO
Materiais Metálicos-DEMAT-EE-UFRGS
Fonte: Apostila e www.mspc.eng.br/ciemat/aco180.shtml
 
Processos: 
2. Banho de sais ou Tenaz
Permite tempo mais curto que a nitretação gasosa obtendo-se propriedades similares às da nitretação gasosa. 
Realizada em aços carbono, aços ligados e ferros fundidos cinzentos.
Os sais utilizados são, normalmente, o cianeto de sódio e de potássio, complementados com sais de cloreto de sódio e potássio, além de carbonatos de sódio e potássio. 
As peças são retificadas e limpas , temperadas e revenidas (dependendo da necessidade) e nitretadas em banhos de sais em temperaturas entre 500 e 580°C .
Os sais se decompõe liberando o Natômico que se difunde na ferrita formando soluções de N na ferrita e nitretos como: Fe4N e Fe2N – têm aspecto acicular- forma-se, também, uma pequena quantidade de Fe3C.
O tempo de tratamento pode durar de 10min a 3h conforme a espessura de camada máxima de 15µm.
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TRATAMENTOS TÉRMICOS
3. Plasma ou Iônica
Trata-se de um gás em que os átomos individuais estão carregados eletricamente, normalmente, mantendo uma carga elétrica global neutra, ou seja, total de cargas positivas e negativas é igual. 
A técnica se baseia na interação do plasma com a superfície da peça que se deseja nitretar. Um reator hermeticamente fechado, possuindo em seu interior dois eletrodos, é interligado a uma fonte de tensão a um sistema de vácuo. Entre dois eletrodos é aplicada uma diferença de potencial necessária para gerar plasma (entre 350V-600V). Devido a esta diferença de potencial, as moléculas neutras do gás nitretante (N2 + H2 ou Argônio + N2 ), ionizam-se, formando assim o plasma. O bombardeamento de íons provoca o aquecimento da peça, limpando a superfície além de fornecer N ativo para ser absorvido pelo aço. Desta forma, as peças a serem nitretadas (cátodo), são revestidas pelo plasma. Esse processo tem duração entre 2 e 20 horas. 
Nitretação a plasma de engrenagens
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NITRETAÇÃO
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Ex. as camadas nitretadas que variam entre 10 e 50μm apresentam tempos entre 2 a 6h de nitretação e temperaturas entre 400 e 600°C para obter durezas da ordem de 1200HV (~70HRc).
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TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS
CARBONITRETAÇÃO
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Fonte: Apostila Plínio e www.mspc.eng.br/ciemat/aco180.shtml
 
Consiste na difusão simultânea de C e N na superfície da peça – 10 a 20% de amônia (NH3) em uma mistura de gás com hidrocarbonetos (etano, propano...).
Aços de baixo C e baixa liga são comuns de serem carbonitretados; entretanto, aços carbono e aços liga de médio teor de C também sofrem endurecimento superficial por este processo. 
As temperaturas de tratamento estão na faixa entre 705 e 900°C entre 1 e 4h. A temperatura a ser utilizada depende da composição química do aço e das propriedades finais. 
As espessuras de camada variam de 0,07 a 0,7mm.
Após a carbonitretação, a peça deve ser temperada em óleo para diminuir a possibilidade de empenamento, e após deve ser revenida.
Como o N é estabilizador da austenita, após a têmpera, poderá haver certa quantidade de austenita retida principalmente em aços ligados. 
Geralmente a camada carbonitretada é mais dura que a cementada com um custo menor. 
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TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS
CIANETAÇÃO
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Fonte: Aços e Ligas Especiais - Costa e Silva e Paulo Mei, Apostila Plínio e www.mspc.eng.br/ciemat/aco180.shtml 
Consiste, também, na difusão simultânea de C e N na superfície da peça. A peça é introduzida numa mistura de cianetos fundidos numa faixa de temperatura entre 760°C e 850°C. 
Após a cianetação os aços devem ser temperados, em água óleo ou salmoura e, após revenidos.
O tratamento é aplicado em aços com baixo teor de C, baixa liga, ferramenta e inoxidáveis, resultando numa superfície com boa dureza e boa resistência ao desgaste.
A espessura das camadas cianetadas raramente ultrapassa 0,3mm sendo que o tempo de imersão varia entre 30min. a 1 hora.
Os banhos de sal contém cianeto de sódio (30 a 97%), carbonato de sódio (2 a 40%) e cloreto de sódio (0 a 30%). 
2NaCN + O2 → 2 NaCNO (cianato de sódio)
4NaCNO *→ Na2CO3 + 2NaCN + 2Natômico
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A deposição física a vapor (PVD) e a deposição química a vapor (CVD) são
dois processos utilizados para aplicar recobrimentos duros para melhorar o desgaste.
PVD: neste processo as espécies do filme são arrancadas fisicamente de uma fonte, por temperatura (evaporação) ou por impacto de íons (Sputtering), e como vapor se deslocam até o substrato através de uma região de baixa pressão condensando na forma de um filme fino. Aplicam-se revestimentos de TiCN, TiN, TiAlN... Espessura de camada entre 1 e 8m. 
CVD: a deposição ocorre por meio de uma reação química entre gases. Ex: hidrogênio, cloreto de titânio e metano, em atmosfera de N, para criar um recobrimento de TiCN, ou TiN. A espessura de camada pode atingir 180m.
CVD
PVD
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TRATAMENTOS TÉRMICOS
FILMES FINOS PVD E CVD
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Recobrimento TiN
Recobrimento CrN
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TRATAMENTOS TÉRMICOS
FILMES FINOS PVD E CVD
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TRATAMENTOS QUÍMICOS
CROMAGEM DURA
O Cromo Duro Industrial é uma camada eletrodepositada de Cr de no máximo 20μm de espessura com ponto de fusão de 1903ºC. 
Pode haver a deposição de uma camada intermediária de Ni ou Cu ou mesmo ambas para melhorar a aderência. Na superfície cromada, forma-se uma película de óxido de cromo, bastante estável e de alta dureza (entre 800 e 1100 HV), resistente ao desgaste, resistente à corrosão, com baixo coeficiente de atrito, permitindo a redução de lubrificantes. Numa superfície cromada, devido a baixa rugosidade, praticamente não há adesão de partículas, eliminando-se assim o perigo de incrustações e engripamentos durante o trabalho.
Usado em ferramentas e partes de automóveis,
atuadores pneumáticos e
equipamentos em geral.
Fonte: www.saletto.com.br/italocoutinho/arquivos/abm2003cd-artigo.PDF
Materiais Metálicos-DEMAT-EE-UFRGS
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Projeto TT Cementação
A superfície de uma engrenagem de aço com 0,1%C deve ser cementada a 900⁰C, colocando-se a mesma numa atmosfera que garanta uma concentração de 1,2%C na superfície do aço. Deseja-se que a concentração de carbono atinja 0,45%C a uma distância de 0,2 cm abaixo da superfície.
A) determine o tempo de TT; R.120.048s ~ 33,3h.
B) determine o tempo de TT para uma distância de 0,4 cm e 0,8 cm; 
C) determine o tempo de TT se aumentarmos a T para 1200⁰C; R. 1,8h.
D) Suponha que após a cementação feita em c) o aço precise ser recozido numa atmosfera oxidante, por 1 hora. Estime a descarbonetação a 0,1 cm da superfície.
D=Do.exp(-Q/(RT))
Dados de Difusão intersticial:
C no Fe (CFC)	Q= 32.900 cal mol	Do=0,23 cm2/s
C no Fe (CcC)	Q= 20.900 cal mol	Do=0,011 cm2/s
http://www.cienciadosmateriais.org/index.php?acao=exibir&cap=19&top=107
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