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Alteplase recombinante CHRISTIAN MONTEIRO LUCAS BOLICO SANTO ÂNGELO, 2019 Departamento de Ciências da Saúde Curso de Farmácia Disciplina: Biotecnologia Industrial Farmacêutica Professor: Romeu Nedel Hilgert Introdução É um medicamento utilizado como fibrinolítico e trombolítico, sendo um ativador de plasminogênio tecidual recombinante que se liga diretamente à plasmina, levando a degradação da fibrina e consequentemente a dissolução dos coágulos sanguíneos. Aplicações farmacológicas Infarto agudo do miocárdio Acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico agudo. Embolia pulmonar aguda maciça com instabilidade hemodinâmica Formulação comercial: Patente (lançamento em 1987): Nome comercial: Actilyse® Princípio ativo: Alteplase recombinante Empresa detentora: Boehringer Ingelheim Do Brasil Química e Farmacêutica LTDA. Registro na ANVISA: 103670049 Classe: Anticoagulantes fibrinolíticos e proteolíticos n/dige Data do registro: 09/03/1988 Validade: 31/03/2023 (35 anos) Obtenção Por meio da tecnologia de DNA recombinante, onde combinam-se fragmentos de DNA. É obtido a partir de CHO (Chinese Hamster Ovary Cells), onde se extrai o conteúdo desejado a partir das células animais. Tecnologia de DNA recombinante Moléculas de DNA contendo segmentos de duas ou mais fontes ligados. Ocorre modificação do DNA podendo alterar ou introduzir características, em sistemas que permitam a fácil purificação e extração do fragmento desejado. Fases do procedimento: Corte do DNA nos locais corretos (uso de enzimas de restrição) União dos fragmentos (DNA ligase) Seleção de uma pequena molécula capaz de auto-replicação (vetores de clonagem) Seleção de um método de transferência do DNA recombinante Seleção das células hospedeiras contendo o DNA recombinante Introdução de DNA complementar nas células do ovário Retirada para o meio de cultura contendo antibiótico (gentamicina) Durante a reprodução a alteplase é excretada para o meio Principais cuidados na produção Controle do pH Adiciona-se ácido fosfórico ou hidróxido de sódio Esterilização do ambiente Controle da temperatura A síntese da proteína é realizada por meio da liofilização, onde se obtém o pó branco estéril, utilizado para a produção do biofármaco É um medicamento de uso restrito hospitalar. Custo de cada ampola varia entre R$ 180,00 a R$ 835,00. Faz parte da RENAME. Foi incluído na tabela de medicamentos do SUS por meio da portaria n° 2.994 de 13 dezembro de 2011. Fármacos alternativos Taurolock™ - Tauropharm GMBH (uroquinase) Metalyse® - Boehringer Ingelheim (Tenecteplase) Streptase® - CSL Behring (Estreptoquinase) Conclusão Foram apresentados aspectos relacionados à obtenção do biofármaco alteplase recombinante e alguns cuidados relacionados à sua produção. É possível afirmar que devido às poucas alternativas disponíveis, o medicamento ainda possui um alto custo, porém espera-se que a medida em que forem disponibilizadas novas formulações, o acesso será mais fácil, principalmente dentro do Sistema Único de Saúde. Referências World Stroke Organization (WSO). Alteplase (recombinant tissue plasminogen Activator, rt-PA) for the Treatment of Acute ischemic Stroke. WHO EML 2019 application, 2019. STRYJEWSKA, Agnieszka et al. Biotechnology and genetic engineering in the new drug development. Part I. DNA technology and recombinant proteins. Pharmacological Reports, v. 65, n. 5, p. 1075-1085, 2013. DIRICAN, Adem et al. Thrombolytic treatment (alteplase; rt-Pa) in acute massive pulmonary embolism and cardiopulmonary arrest. Drug design, development and therapy, v. 8, p. 759, 2014. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria nº 2.994, de 13 de dezembro de 2011. Aprova a Linha de Cuidado do Infarto Agudo do Miocárdio e o Protocolo de Síndromes Coronarianas Agudas, cria e altera procedimentos na Tabela de Procedimentos, Medicamentos. Órteses, Próteses e Materiais Especiais do SUS. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, 2011. CANDEIAS, José Alberto Neves. A engenharia genética. Revista de saúde pública, v. 25, p. 3-10, 1991. LOPES, Drielle Silva Andrade et al. A produção de insulina artificial através da tecnologia do DNA recombinante para o tratamento de diabetes mellitus. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, v. 10, n. 1, p. 234-245, 2012.