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Revisão de parasitos intestinais Protozoários Intestinais: possui alta prevalência no pais, é um problema de saúde publica, possui distribuição irregular dentro do país. Considera-se que se no local há saneamento básico e tratamento de esgoto os parasitas são erradicados, pois estes organismos precisam de pelo menos 2 dias no meio ambiente para proliferar. Estas doenças são de preocupação mundial e em crianças podem causar diversos problemas, até mesmo levar ao óbito. Chamamos de monoparasitismo quando o individuo está infectado por apenas um parasita e de poliparasitismo quando são 2 ou mais parasitas. Protozoários causadores de doenças: Giardia lamblia (= Giardia intestinalis) – causa Giardíase Transmissão: Ingestão de cistos presentes na água, alimentos ou mãos sujas contaminadas. Pode ocorrer transmissão fecal-oral direta, principalmente em crianças. Habitat: Intestino delgado (duodeno). Forma infectante (FI): cistos. Este protozoário faz encistamento no Intestino Grosso (internaliza os flagelos e forma cisto). Via de entrada (VE): boca Veículo (V): agua, alimentos contaminados. Formas evolutivas: cisto e trofozoíta. O trofozoíta possui forma piriforme com dois núcleos, anonema (estrutura de fixação), 4 pares de flagelos, corpos parabasais, disco suctorial (tipo uma ventosa). Se reproduz por divisão binaria, se alimenta por absorção de líquidos e conteúdos celulares das células epiteliais da mucosa intestinal. Em fezes diarreicas os trofozoítas podem estar presentes. O Cisto é a forma de resistência, possui formato elíptico ou ovóide (4 núcleos). É uma forma imóvel e possui parede cística de polissacarídeo que o protege da desidratação. Obs: na analise microscópica é necessário mexer o micrometro para identificar os núcleos. Giardíase: possui período de incubação de 1 a 3 semanas, a infecção geralmente é assintomática com cura espontânea. A patogenia depende do numero de cistos ingeridos, da virulência do parasita e das condições previas do hospedeiro. A Giardia pode causar irritação na mucosa intestinal (devido do disco suctorial) resultando na atrofia das vilosidades intestinais e interferência na absorção de gorduras e vitaminas lipossolúveis quando em grande numero. Com esta patogenia pode ser encontrado gordura nas fezes (esteatorréia), as fezes normalmente é liquefeita e tem coloração acinzentada e esverdeada. As vitaminas lipossolúveis também são eliminadas com as fezes e com o decorrer do tempo pode causar anemia megaloblástica e outros problemas. Obs: mesmo quando o individuo não possui mais parasitas se houve lesão o local continua lesionado, ainda prejudicando a absorção. Obs: os trofozoítas possuem variação antigênica, fazendo com que evada do sistema imune. Além disso sobrevivem em variadas condições intestinais. Manifestações clínicas: diarreia, azia, náusea, esteatorréia. Nota: A Giárdia causa infecção superficial então não há sangue nas fezes. Este parasito é uma das causas da diarreia dos viajantes (diarreia aguda e autolimitada). Geralmente em crianças é crônico. Chilomastix mesnili – protozoário oportunista. Possui morfologia parecida com a Giárdia. Entamoeba histolytica – causa Amebíase. Existem outras espécies de Entamoeba (E. coli, Iodamoeba butschilli) Agente etiológico: Entamoeba histolytica. Transmissão: Ingestão de cistos de agua, alimentos ou mãos sujas e contaminadas. Habitat: Intestino grosso (pode parasitar outros órgãos – amebíase extra-intestinal). Ciclo de vida: cisto – metacisto – trofozoíta – pré cisto (forma minuta) – trofozoíta (forma magna – patogênica, de vida livre). A nutrição da ameba é por fagocitose de bactérias da microbiota, muco e grãos de amido. Para locomoção emitem pseudopodes. E fazem reprodução por divisão binaria. Trofozoíta de forma magna: dão origem a pré- cistos e cistos. Trofozoítas de forma magna: são invasivos (secretam enzimas histolíticas que destroem a camada celular, fagocitam os restos celulares e invadem podendo chegar à circulação), portanto esta forma é a responsável pela amebíase como doença. Esta forma invade o intestino grosso (ceco e reto) formando lesões, a partir daí pode atravessar a mucosa intestinal, cair na corrente sanguínea sendo então levadas ao fígado, pulmão, cérebro e outros órgãos, caracterizando a amebíase extra-intestinal (a infecção extra-intestinal é sempre com abscessos e com muito exudato). Pacientes com amebíase obrigatoriamente possuem a forma minuta que é a responsável pela disseminação, já a forma magna só esta presente se o hospedeiro expressar a doença, pois como dito acima é a que invade o tecido e pode ir para a circulação e outros órgãos, esta forma pode ser reconhecida pois possui pontos escuros em seu interior que são restos celulares pela fagocitose de células e hemácias. O aumento da patogenicidade (passagem da forma minuta para magna) se deve a secreção de enzimas capazes de lesar o tecido, associação dos parasitas com bactérias patogênicas. Morfologia: possui um núcleo bem definido com cromatina na periferia (ponto no centro é o cariossoma, a cromatina é bem definida e regular). Não possui forma bem definida porque emite pseudopodes. Possui vacúolos devido a fagocitose, possui extensão de membrana que não tem contato com o citoplasma, chamado de ectoplasma. Os cistos são forma de resistência e possuem formato arredondado, possuem 1 a 4 núcleos e se reproduzem por fissão binaria. Podem apresentar estruturas alongadas, que são os corpos cromatóides (presente logo que o cisto é formado). Outra espécie da Ameba é a Entamoeba díspar que é morfologicamente idêntica a E. histolytica, mas não é patogênica. Por muito tempo foram diagnosticadas como E. histolytica. Fatores de virulência: em relação ao hospedeiro: sistema imune ineficaz e resposta inflamatória. Em relação ao parasita (forma magna): resistência a resposta imune do hospedeiro (ex: resistência ao complemento), propriedades de adesão, propriedades citoliticas, habilidades para destruir tecidos. Determinantes de virulência: cisteinas- proteinases, hemolisinas, proteínas formadoras de poros que medeiam citolise celular. Fisiopatologia: Coloniza o epitélio, adere (mucina da célula do hospedeiro – lectinas da E. histolytica), Citólise com fagocitose dos restos celulares e Ulceração com ruptura da membrana epitelial. A ulceração da Amebíase é chamada de ulcera em “botão de colarinho” pois é pequena a no decorrer da entrada no tecido se espalha. Doenças: Amebíase intestinal: - Colite não disentérica, contem presença de fezes pastosas ou semi-líquidas (até 5x dia) com ou sem sangue podendo ser acompanhadas de dor abdominal. - Colite disentérica: presença de fezes liquefeitas contendo muco e sangue (6-10x dia), com dor abdominal e tenesmo (dor no esfíncter anal) podendo ou não apresentar febre. - Complicações da amebíase intestinal: Perfuração intestinal seguida de peritonite aguda, Hemorragia e Apendicite amebiana. Amebíase Hepática Ou Extra-intestinal: Amebíase hepática: focos hemorrágicos com resposta inflamatória acentuada. Formação de lesões difusas, podendo dar origem a abscessos (abscesso amebiano com presença de “pus chocolate”). Outras formas de amebíase extra-intestinal: cutânea, pulmonar e cerebral. Obs: amebomas: aglomerados de células devido o reparo do tecido, pode formar pólipos intestinais (tumorais: falha na reparação). Diagnóstico: Giardíase e Amebíase Busca de parasitas nas fezes: Cistos em fezes sólidas e trofozoítas em fezes diarreicas. Obs: Coleta de 3 amostras em dias alternados pela intermitência na eliminação de cistos nas fezes. No laboratório pega uma amostra de cada coleta (dos 3 dias) e junta paraanalisar. Nota: caso colete apenas 1 amostra pode dar falso-negativo. Métodos: Direto (para diarreicas), Faust, Ritchie ou formól-eter ou Hoffman (24 horas) (demais para fezes formadas). Giardia lamblia Outros diagnósticos para Giardíase: Busca de parasitas no fluido duodenal: Sonda (cateter duodenal – administra uma capsula e coleta um fiozinho), ex: Enterotest® Métodos Imunológicos: ELISA, Testes rápidos imunocromatográficos (detecção de coproantígenos) e Imunofluorescência. Outros diagnósticos para Amebíase: Busca de trofozoítas em exsudatos de abcessos extra-intestinais, Biópsia de tecidos, Diagnóstico por Imagem, Métodos Imunológicos, Métodos Moleculares (detecção de antígenos da E. histolytica, Detecção de anticorpos contra a E. histolytica, Diferenciação Entamoeba histolytica / Entamoeba díspar). Diferenciação morfológica entre as amebas intestinais: Aspecto do núcleo (cariossomo / cromatina) e Número de núcleos e estruturas características na forma cística. Entamoeba sp Protozoários oportunistas: - Cryptosporidium: causa Cryptosporose em crianças e adultos imunossuprimidos. - Isospora - Cyclospora: parasita emergente (apareceu na década de 80). - Sacocystis: adquirida através da carne (mais raro). Helmintos Platelmintos: Taenia solium: causa Teníase e possui como hospedeiro intermediário os suínos. Taenia saginata: causa Teníase e possui como hospedeiro intermediário os bovinos. Características das Taenias em geral: Transmissão: ingestão de ovos ou lavas adultas. Habitat: Intestino delgado (jejuno), onde se fixam pelo escólex. Ciclo de vida: Quando o escólex se fixa no ID inicia o crescimento do primeiro bloco de proglote que é a proglote jovem, com isso a tenia continua crescendo e o aparelho reprodutor começa a amadurecer, são as proglotes maduras, primeiro amadurece a parte masculina e depois a feminina, ocorre a reprodução e continua crescendo. As proglotes terminais são as gravídicas. Em certo momento as proglotes terminais são liberadas (com as fezes), e dentro destas proglotes estão os ovos da tenia. O hospedeiro intermediário ingere os ovos e o embrião é liberado do ovo (o embrião é chamado de oncosfera ou embrião exacanto), depois o embrião chega até a localização favorável e da origem ao cisticerco. Morfologia: são vermes achatados, segmentados, hermafroditas de coloração branca leitosa. São constituídos de: escólex (cabeça), colo (pescoço, possui células com atividade reprodutora dando origem as proglotes jovens) e estróbilo (corpo, composto por proglotes jovens, maduras e gravídicas). O escólex da Taenia solium é mais arredondado e possui no topo uma coroa ou acúleos mais 4 ventosas. Quando o acúleo se associa a mucosa intestinal ele afunda e se fixa pelas ventosas. Depois que uma tenia se associa nenhuma outra da mesma espécie consegue se associar (por isso é chamada popularmente de solitária). O escólex da Taenia saginata não possui coroa, mas possui um formato diferente que permite a associação e 4 ventosas. Diferenciação das espécies: o escólex é diferente como dito anteriormente, mas se o escólex for liberado o paciente não tem mais teníase, então não é tão fácil ter a diferenciação por esta estrutura. Outra maneira mais frequente de diferenciação é a analise das proglotes gravídicas. Frequentemente o hospedeiro elimina as proglotes gravídicas nas fezes. A saginata elimina de uma em uma que pode sair sozinha pelo anus (sem as fezes, isso é um bom prognostico porque o paciente consequentemente não possui cisticercose). Já a solium elimina em blocos (aprox.. 6 proglotes por vez) e elas não saem ativamente pelo anus. Dentro das proglotes gravídicas há ramificações uterinas onde ficam os ovos. A saginata possui ramificações (mais de 15) lado a lado, são mais finas e possuem terminações dicotômicas (bifurcadas). E a solium possui ramificações mais irregulares, podem possuir varias pontas, são numerosas e possuem terminações dendriticas. Sintomas da teníase: o hospedeiro pode sentir incômodo quando a tenia se movimenta e náuseas pela subida das proglotes. As náuseas para a espécie solium são mais perigosas, pois pode levar a cisticercose, isso porque a proglote sofre ação do suco gástrico e rompe liberando os ovos. Schistosoma mansoni – causa esquistossomose Schisto = fenda + soma = corpo (corpo em forma de fenda Ocorre mais frequentemente na África, Antilhas e América do Sul. Outras espécies: Schistosoma haematobium e Schistosoma japonicum (apenas saber que existe não precisa decorar as espécies). Forma infectante: cercaria. Hospedeiro intermediário: caramujo de agua doce. Hospedeiro definitivo: homem Ciclo evolutivo: homem entra na agua, a temperatura corporal atrai a cercaria, que por sua vez libera enzimas histolíticas formando poros na pele do homem, com isso a cercaria consegue entrar deixando a cauda para fora, assim o corpo da cercaria entra na pele e se alonga. O corpo da cercaria dentro do homem é o esquistossoma, ele cai na circulação e vai ate a veia mesentérica superior e o plexo hemorroidário (locais mais acessíveis para a luz do IG). Depois formam os vermes adultos (macho e fêmea que costumam ficar unidos) e a fêmea libera ovos, um ovo se encaixa no outro e a força mecânica os empurra ate chegar no IG, liberando o miracidio (embrião (possui cílios)), depois disso e liberado nas fezes e pode ir para a agua encontrar um caramujo e formar esporocistos e depois novamente a cercaria. Fêmea: fica dentro da fenda do macho, depois de acasalar não dissocia mais, depois de acasalar vai liberando ovos. Mede 1,5 cm, cor mais escura, corpo dividido em 2 porções: Anterior - ventosa oral e ventral / Posterior – glândulas vitelínicas e ceco. Macho: possui fenda, onde a fêmea de encaixa. Mede 1 cm, cor esbranquiçada, corpo dividido em 2 porções: Anterior - ventosa oral e ventral / Posterior - canal ginecóforo. Se o macho e a fêmea não acasalarem eles morrem. Ovo: Mede 150 μm, oval e apresenta lateralmente um espículo voltado para trás (longevidade do ovo maduro:3 a 4 semanas). Miracídio: Cilíndrico e ciliado (vivem cerca de 8 a 10 horas). Esporocistos: Formas vesiculares que se originam por brotamento. Cercária: mede 500 μm, possui 2 ventosas, oral e ventral, possui 1 corpo e 1 cauda (vivem cerca de 8 a 12 horas). Esquistossômulo: Forma intermediária entre a cercária e forma adulta. Manifestações clinicas: barriga d’agua: causa ascite pela falta de permeabilidade dos vasos, pois a albumina (produzida pelo figado) fica comprometida. Isso ocorre pela formação de granulomas periovular no figado que altera a função hepatica, sendo irreversivel (pode continuar evoluindo na ausencia do parasito, pois o ovo continua no local). Obs: o ovo é o responsvel pela disseminação da doença e acusa como diagnostico. IMPORTANTE: o Schistosoma não é um parasita intestinal, ele fica nos vasos (os casais) e o ovo migra para o intestino. Diagnosticos de Helmintos: Direto: observação de proglotes inteiras expelidas ativamente pelo ânus (T. saginata) ou juntamente com as fezes (T. solium). Hoffman ou sedimentação espontânea: pesquisa de ovos de S. mansoni ou Taenia sp nas fezes (a observação dos ovos não permite a diferenciação da espécie de Taenia). Tamização: fezes 24h, feita quando não há eliminação de proglotes. Passagem do bolo fecal em peneira (busca de proglotes inteiras) com agua corrente de fluxo lento. Possibilita a diferenciação da espécie de Taenia pela observação das ramificações uterinas das proglotes grávidas na placa de petri. Diagnóstico complementar da esquistossomose:Biópsia retal: fragmentos de mucosa retirados das válvulas de Houston (situações especiais). Diagnóstico por imagem (TC, RM e cintilografia) Ultrassonografia: identifica alterações como: aumento do lobo hepático esquerdo e diminuição do lobo hepático direito, esplenomegalia, papel de destaque. Avaliação bioquímica da função hepática Medidas Profiláticas Cozimento ou resfriamento adequado de carnes Vigilância em matadouros Controle biológico ou aplicações de moluscidas para eliminação dos caramujos transmissores Medidas de saneamento básico e educação sanitária Tratamento dos indivíduos parasitados Hymenolepis sp – causa himenolepíase O ovo de Hymenolepis nana é escuro, não possui radiações e tem “pelinhos” e o ovo de Hymenolepis diminuta é claro e grande. Nematelmintos (vermes arredondados) Aquisição passiva Ascaris lumbricoides – causa Ascaridíase. Conhecida como lombriga. Habitat: intestino delgado. Morfologia: possui boca trilobada que possui movimento para ingestão de nutrientes presentes no intestino delgado. Quando a carga parasitária é grande o hospedeiro pode sofrer déficit nutricional. As fêmeas possuem útero duplo, com até 1 metro de comprimento, produz até 200 mil ovócitos por dia e os liberam mesmo que não estejam copulados (ovos inférteis). Obs: TODAS as outras fêmeas só liberam ovos se tiverem fecundados, exceto as fêmeas de Ascaris lumbricoides. Então as demais helmintos se tiverem no hospedeiro apenas a fêmea não há a liberação de ovos, mas no Ascaris se tiver só a fêmea ocorre a liberação de ovos inférteis. Ovos férteis: possuem célula germinativa, citoplasma finamente granuloso, forma oval a esférica e casca grossa (camada albuminoide – fornece nutrientes para o embrião) (45-60 m). Ovos inférteis: não fertilizados, mais alongados (maior), casca mais delgada, camada albuminoide reduzida, irregular ou ausente, mais escuro (80-90 m), achatado nas duas extremidades. Importantes para o diagnostico, sem importância biologia para o parasito. Obs: a fêmea joga mucopolissacarídeo nos ovos. O ovo decorticado é o ovo sem mucopolissacarídeo. A camada muscular do Ascaris é robusta/forte, então ele se move frequentemente. Ele não costuma se fixar no intestino delgado pois conseguem se movimentar no sentido anti peristáltico. Na ascaridíase é possível ocorrer a formação de bolo de áscaris que leva a obstrução intestinal. Transmissão: Ingestão de ovos embrionados dos parasitos provenientes de alimentos, água, mãos sujas ou ar. Tempo de embrionamento dos ovos: 2 a 3 semanas em condições adequadas de temperatura e umidade. Demora e torno de 15 dias para se tornar infectante, então não causa infecção oral fecal direta (auto-infecção). Ciclo evolutivo: indireto, possui migração pulmonar. Hospedeiro ingere o ovo, larva eclode no intestino delgado, atravessa a mucosa e submucosa e vão para os capilares pulmonares, caem nos alvéolos, trocam de cutícula e aumentam de tamanho formando nova cutícula (esta muda possui grande poder antigênico), depois vão em direção ao intestino delgado. A forma infectante de larva é o 3º estagio. L5 forma o aparelho reprodutor Sintomas: alguns hospedeiros apresentam tosse, broncopneumonia que estão envolvidos com o período de migração. Obs: a casca do ovo do áscaris é mais grossa evitando a desidratação no meio ambiente. Patogenia e Sintomatologia: Fase de invasão larvária: Síndrome de Loeffler (tosse, febre, eosinofilia, pneumonia)- Ação tóxica Fase intestinal: má digestão, dores abdominais, perda de peso, irritabilidade e obstrução intestinal por enovelamento de vermes adultos- Ação espoliativa e ação mecânica. Migração de vermes adultos para outros locais (apêndice, fígado) – detectável por raios X. Enterobius vermicularis: causa Enterobiose. É um verme pequeno, a fêmea (1 a 2 cm) é maior que o macho (0,6 cm). A fêmea possui a extremidade mais gordinha e o macho mais arredondado. Habitat: Intestino grosso Transmissão: Ingestão de ovos embrionados dos parasitos provenientes de alimentos, água, mãos sujas ou ar. Devido ao desenvolvimento larvário rápido pode ocorrer auto-infecção externa (ingestão dos ovos liberados pelo próprio hospedeiro contaminado) ou auto-infecção interna (eclosão dos ovos no reto com migração larvária para o ceco). Tempo de embrionamento dos ovos: 4-6 horas Ciclo evolutivo: direto As fêmeas depois da copula, ficam um tempo no intestino pata desenvolvimento, depois não conseguem liberar os ovos, com isso migram (durante 4 a 6 horas) para a região perianal e sofrem pressão de O2 que rompe o útero e libera os ovos. Quando os ovos são liberados inicia o prurido na região perianal, o que geralmente ocorre no período noturno. Devido o prurido há outros sintomas que se manifestam: insônia, irritabilidade, prurido vulvar em mulheres e manifestações digestivas. Eventualmente pode ocorrer apendicite e infecção urinária. Estes sintomas variam em intensidade de acordo com a carga parasitária, e ocorre pela ação irritativa e resposta inflamatória local. Os vermes adultos possuem o esôfago arredondado e o bulbo visível ao microscópio (o que pode definir o diagnostico). As larvas dentro dos ovos amadurecem em 4 a 6 horas, portanto ao chegar na região perianal os ovos já estão com as larvas maduras e infectantes, por conta disso é comum a auto-infecção, principalmente em crianças. Trichuris trichiura – causa Tricuríase. Habitat: intestino grosso Transmissão: Ingestão de ovos embrionados dos parasitos provenientes de alimentos, água, mãos sujas ou ar. Tempo de embrionamento dos ovos: 2 a 3 semanas em condições adequadas de temperatura e umidade. Ciclo evolutivo: direto Este nematelminto possui a região caudal que difere entre os machos e fêmeas e é utilizada para o movimento (para encontrar a fêmea e copular) e a região cefálica que fica enfiada na mucosa. Após a copula os ovos são liberados nas fezes. Patogenia e Sintomatologia: A infecção geralmente é assintomática. Os sintomas aparecem em casos de alta infestação pela ação traumática (lesões na mucosa intestinal) e espoliação sanguínea. Sintomas: Infecções moderadas: eosinofilia, diarreia e cólicas intestinais e Infecções graves: diarreia intermitente com presença de muco e sangue, dor abdominal, tenesmo, anemia e desnutrição grave. Em crianças pode ocorrer prolapso retal. Obs: todos os nematelmintos possuem tempo de maturação no solo/ambiente externo (geohelmintos), então a meta da OMS é eliminar geohelmintos implementando saneamento básico. Fatores que interferem na prevalência de verminoses intestinais ≈ Baixo nível sócioeconômico; ≈ Condições precárias de saneamento básico; ≈ Má educação sanitária; ≈ Contaminação fecal do solo ou piso da habitações por falta de instalações sanitárias; ≈ Disseminação dos ovos através de chuvas, insetos e aves; ≈ Viabilidade dos ovos no solo por meses ou anos em condições adequadas de temperatura e umidade; ≈ Resistência dos ovos aos desinfetantes usuais devido à composição da casca do ovo. Diagnóstico: ≈ Identificação de ovos ≈ Eventualmente encontro de vermes adultos Por exame de fezes: Métodos: Hoffman (sedimentação espontânea), Faust (centrífugo-flutuação) e Ritchie (centrífugo- sedimentação). Anal swab ou teste da fita adesiva (para diagnóstico da enterobiose é o método mais eficaz, figura abaixo) Profilaxia ≈ Princípios gerais de saneamento básico visando combater a contaminação da água e alimentos com as fezes humanas. ≈ Medidas de proteção individual como cuidado quanto à procedência e processamento dos alimentos e higiene (educação sanitária). ≈ Tratamento dos doentes: - Anti-helmínticos de largo espectro (mebendazol e albendazol) - Especiais para a enterobiose: Fervura ou lavagem de roupas de cama ; Higiene pessoal pela manhã e Utilização de macacões para dormir e higiene das mãos e unhas. Aquisição ativa Ancilostomose Agentes etiológicos: Ancylostoma duodenale e Necator americanos. Habitat dos adultos: Intestino delgado (onde se fixam pela cápsula bucal provida de estruturas perfurantes ou cortantes). Ciclo evolutivo: ovos larvas rabditóides larvas filarióides vermes adultos machos e fêmeas. A larva rabditoide se forma no interior do ovo após 18 a 24h e depois é eliminada no solo (1 e 2), depois a larva rabditoide da origem a larva filarioide (3), que é a forma infectante, após a infecção a larva passa pelo pulmão (4) e vai ate o intestino delgado onde se torna um adulto jovem (5). Morfologia: Ovo: são elípticos ou ovóides, de casca fina e transparente. Possuem espaço claro entre a casca e a célula ovo. O A. duodenale possui cerca de 60m e N. americanus 70 m. Larva rabditoide: esôfago do tipo rabditóide, isto é, com a metade anterior cilíndrica, um pseudobulbo no meio, seguido de uma porção estreita e de um bulbo posterior, terminal (1/3 do corpo). Larva filarióide: esôfago muito longo e cilíndrico, sem dilatação bulbar. O deslocamento das larvas no solo é por meio de geotropismo, termotropismo, hidrotropismo e tigmotropismo. Vermes adultos: são vermes redondos e pequenos, de cor branca, com +- 1 cm de comprimento. Estruturas características: cápsula bucal e bolsa copulatória. Características diferenciais dos adultos: Transmissão: Ocorre pela penetração ativa pela pele de larvas infestantes (larva filarióide) que vivem em solo úmido. Para A. duodenale, ocasionalmente a transmissão se dá por via oral, nesse caso o ciclo ocorre diretamente no intestino, sem migração pulmonar. Patogenia: As lesões causadas no organismo humano diferem segundo a carga infectante, fase da infecção, localização e estágio em que se encontram os parasitas. A patogenia desta infecção se da: penetração cutânea migração larvária pelo pulmão permanência dos adultos no intestino. Devido a penetração cutânea o hospedeiro pode apresentar dermatite caracterizada por prurido, edema e eritema e posteriormente erupção papulovesicular. Quando ocorre a migração larvária pelo pulmão (fase discreta) pode ocorrer tosse e febre; e a eosinofilia torna-se aparente (o N. americanus permanece por mais tempo no pulmão que o A. duodenale). E quando os adultos permanecem no intestino ocorre lesões da mucosa intestinal (através dos dentes de A. doudenale ou placas cortantes de N. americanus) gerando cólicas intermitentes, dor epigástrica, náuseas, vômito e diarreia. Devido a permanência no intestino pode ocorrer espoliação sanguínea (os vermes adultos se alimentam do sangue do hospedeiro), anemia ferropriva microcítica e hipocrômica (perda constante de hemoglobina e carência de ferro), alterações em outros órgãos (medula óssea, coração, fígado e rins; em consequência da anemia). Obs: A gravidade dos casos de anemia está relacionada com a carência nutricional. Estronigiloidíase Agente etiológico: Strongyloides stercoralis Formas evolutivas: • Fêmea parasita partenogenética (2.2mm) • Ovo • Larva rabditóide (200-300m) • Larva filarióide (500m) • Macho de vida livre (0.7mm) • Fêmea (1-1.5mm) de vida livre Ciclo evolutivo: Ciclo Direto: Fêmea partenogenética Ovo Larva rabditóide (Lr) Larva filarióide infestante (Lf) Fêmea partenogenética. Ciclo Indireto: Fêmea partenogenética Ovo Larva rabditóide (Lr1) Larva rabditóide (Lr2) Macho e Fêmea de vida livre Ovo Larva rabditóide (Lr) Larva filarióide infestante (Lf) Fêmea partenogenética. No ciclo indireto ocorre ciclo pulmonar. Habitat da fêmea partenogenética no hospedeiro humano: duodeno e porção superior do jejuno. Transmissão: pode ocorrer heteroinfecção, que é a penetração de larvas infectantes (Lf) que vivem no solo úmido. Essas larvas chegam ao solo juntamente com as fezes de portadores da verminose ou são formadas a partir do ciclo indireto no solo. Auto-infecção interna, quando ocorre penetração de larvas filarióides pela mucosa intestinal. Ou Auto-infecção-externa quando ocorre penetração de larvas filarióides pela mucosa perianal. Sintomatologia: Relacionada com: penetração na pele; migração durante o ciclo pulmonar; migração e permanência na mucosa intestinal ou migração para localizações ectópicas. Pode ocorrer lesões cutâneas (dermatite com prurido), Lesões pulmonares (tosse, febre e eventualmente broncopneumonia), Lesões intestinais (enterite (catarral, edematosa ou ulcerosa) com dor abdominal, constipação, náuseas e perda de peso). * Em indivíduos imunodeprimidos pode ocorrer hiperinfecção com agravamento do quadro clínico. Diagnóstico: Ancilostomose e Estrongiloidíase • Exame de fezes Ancilostomose – busca de ovos ou larvas* Estrongiloidose – busca de larvas • Métodos de concentração: ovos ou larvas Método de Hoffman* Método de Ritchie • Métodos de detecção de larvas: Seguem os princípios de termo e hidrotropismo das larvas • Método de Baermann* • Método de Rugai e Rugai modificado * Larvas de ancilostomídeos podem eclodir dos ovos após 24 horas. Comparação entre as larvas de S. stercoralis e de ancilostomídeos: Comparação entre as larvas de Strongyloides stercoralis e ancilostomídeos: Comparação entre as larvas rabditóides de Strongyloides stercoralis e de ancilostomídeos Comparação entre as larvas rabditóides de S. stercoralis e de ancilostomídeos: Profilaxia: Ancilostomose e Estrongiloidíase Medidas de saneamento básico e educação sanitária, Uso de calçados, Tratamento dos indivíduos parasitados com Anti-helmínticos de largo espectro (mebendazol e albendazol) ou Ivermectina: para estrongiloidíase disseminada. Técnicas de diagnostico ≈ Hoffman ou Lutz, Pans e Jamen (Sedimentação espontânea) Coloca uma porção de fezes em um copo, adiciona agua e homogeneíza. Coloca uma gaze no cálice de sedimentação e transfere o conteúdo do copo, obtendo o pré-filtrado (retira o feijão, milho, etc...). Depois adiciona 10mL em um cálice de sedimentação e adiciona agua até 1/3 do cálice, deixa sedimentar por 1hora. Com um canudo transfere uma gota do sedimentado para uma lamina, adiciona lugol e visualiza no microrscopio as formas parasitarias. ≈ Faust Centrifuga-flutuação Coloca uma porção de fezes em um copo, adiciona agua e homogeneíza. Coloca uma gaze no cálice de sedimentação e transfere o conteúdo do copo, obtendo o pré-filtrado (retira o feijão, milho, etc...). Depois coloca o pré-filtrado em um tubo de ensaio, centrifuga e ressuspende o sedimento em sulfato de zinco 33%. O Sulfato de Zinco 33% possui alta densidade, com isso as formas parasitarias sobem na solução. Com a alça bacteriológica colhe o material da superfície e coloca na lamina, adiciona lugol, coloca a lamínula e observa em microscópio as formas parasitarias. ≈ Retchie ou Formol-éter Centrifugo-sedimentação É semelhante a técnica de Faust mas ao invés de adicionar sulfato de zinco, adiciona-se formol-éter o que deixa o sedimento mais limpo pois o formol preserva as estruturas morfológicas e o éter retira as gotículas de gordura. Após a sedimentação o tubo de ensaio fica com o sedimento mais no fundo, depois o formol, sedimento de gordura e éter (de baixo para cima nesta ordem). Esta é a técnica mais rápida, porem com mais custo. A desvantagem é que ela é mais toxica para o laboratorista por conta do uso do éter(toxico), pode udar acetato de etila mas continua sendo toxico (um pouco menos). ≈ Técnica de Willis Mais utilizado na veterinária. Mistura material fecal com solução saturada de CaCl, com isso os ovos vão para a superfície da solução. Principio: flutuação espontânea (não usa a centrifuga). Obs: preparação da lamina: se colocar muito sedimento na lamina ocorre sobreposição das estruturas e algumas formas parasitarias passam desapercebidas. ≈ Kato-Katz ou CopoKit Técnica quali e quantitativa, é possível visualizar numero de ovos de Helmintos por grama de fezes. Não pode colocar conservante nas fezes se não perde a possibilidade de quantificação. Antes de colocar as fezes na lamina ela é filtrada para retirar os resíduos que podem atrapalhar a técnica. Na lamina de vidro coloca um molde que possui diâmetro e profundidade conhecida, com a espátula coloca as fezes no molde. Retira o molde e coloca uma gota de diadanizador (possui glicerol) no botão de fezes, coloca papel celofane sobre o botão de fezes, inverte a lamina e um papel sulfite e esmaga o botão e analisa no microscópio. Nesta técnica não e possível enxergar, por exemplo, o miracidio, apenas o contorno do ovo. Esta técnica é considerada pela OMS padrão ouro para o diagnostico de Esquistossomose. É utilizada também para o controle de cura (verifica se o paciente esta respondendo ao tratamento). Para acompanhamento de cura este exame é feito 3x em períodos diferentes de pós tratamento, analisando se há ovos e se o miracidio está vivo. Para os helmintos Ancylostomideos e Taenia esta técnica não é a ideal porque os ovos são sensíveis e podem rachar se confundindo com resíduos. ≈ Técnica de Rugai Técnica para identificação / detecção de larvas. Principio da técnica: hidro e termotropismo. Técnica Baerman Moraes (técnica antiga e perigosa para o laboratorista, pois gotículas podem cair e infectá-lo). Esta técnica utiliza vidro de relógio, funil de vidro acoplado com mangueira de látex, presilia e aparato para segurar o equipamento. Coloca gaze no funil e fezes recém emitidas, fecha a gaze e adiciona agua a 42ºC, aguarda 1hora e recolhe o vidro de relógio. Então para diminuir o risco de infecção utiliza-se um cálice de sedimentação, faze sobre o “parasito filtro”. Coloca fezes na gaze, fecha e coloca agua 42ºC, com isso o risco é menor porque o equipamento é fechado. Coccideos Oportunistas São parasitos encontrados em varias espécies de aves e outros animais, algumas espécies podem parasitar o homem sendo pouco patogênicas para indivíduos imunocompetentes e fatal para indivíduos imunocomprometidos (AIDS e/ou infecções oportunistas), acometendo preferencialmente estes últimos, com exceção do Criptosporidium que podem cometem crianças menores de 5 anos. São protozoários do filo apicomplexa. São organismos intracelulares que possuem ciclo evolutivo complexo e parasitam preferencialmente células epiteliais do intestino. Possuem fase de reprodução assexuada (esquisogonia) e outra fase sexuada (gametogonia). Dentre as espécies que parasitam os homens as principais são: Isospora belli, Cryptosporidium spp. e Cyclospora cayetanensis. Cryptosporidium spp.: Foi isolado em 1906 por Tyzer, seu primeiro caso foi em coelhos, anos depois houve o primeiro caso de infecção humana e depois foi relacionado à AIDS e teve sua reincidência surgindo no momento dos primeiros casos de AIDS. Espécies que parasitam o homem: C. parvum e C. hominis. Transmissão: pode ocorrer de animal para pessoa, mas é preferencialmente por via hídrica com água contaminada com oocistos. Habitat: intestino delgado e eventualmente em outros locais do intestino. Pode aparecer também no trato respiratório e nas vias biliares, porém não é comum. É um parasito intracelular e extracitoplasmatico, ou seja, fica no meio da bicamada lipídica do enterócitos. Forma infectante: oocisto com 4 esporozoítos. Ciclo evolutivo: ingestão de oocistos esféricos contendo 4 esporozoítos, que ao chegar no intestino liberam as formas esporozoítas (desencistamento) que invadem os enterócitos do hospedeiro sem invadir o citoplasma. Diferenciam-se em trofozoíta e se reproduzem assexuadamente formando o meronte I, que se replicam de forma esquizogônica e dão origem a merozoítas que rompem o enterócito, a partir disso o parasita pode seguir dois caminhos, invadir nova célula ou entrar em nova fase de meronte II e formar gametas. Quando entra na fase de meronte II, o parasito forma micro e macrogametas, que se fundem para formar o zigoto, o zigoto já é chamado de esperoocisto e pode ser de parede espessa ou delgada. Os de parede espessa irão ser responsáveis pela disseminação no ambiente externo e os de parede delgada serão responsáveis pela autoinfecção no intestino do hospedeiro. Os esporozoítos de parede delgada são liberados e invadem os enterócitos formando o meronte (trofozoíto) que entra no ciclo esquizogônico (núcleo esporula formando merozoita que rompe o enterócito). A partir do 2º ciclo no enterócito há a opção de retornar para a célula e formar o meronte que dará origem aos macro (feminono) e microgametócitos (masculino), que se fundem formando zigoto, depois oocisto e o ciclo continua. Os oocistos que são liberados no ambiente externo já estão maduros, então o individuo infectado libera vários oocistos nas fezes, que possuem alto potencial infectante, porém a doença não se manifesta em todos os indivíduos, apenas se manifesta nos indivíduos com imaturidade imunológica ou imunodeficientes que não conseguem eliminar os parasitas antes da infecção intestinal. Fora do organismo humano o parasito vive por aproximadamente 6 meses em condições favoráveis de temperatura e umidade. A dose para infecção do hospedeiro é considerada baixa, aproximadamente 30 oocistos já são capazes de causar doença. A multiplicação do parasito no enterócito é rápida e há comprometimento de muitos enterócitos em período curto de tempo, com isso as consequências são alterações histológicas no intestino delgado como atrofia local, resposta inflamatória pela presença de leucócitos, diarreia bastante profusa e resposta Th1 com IL-12 e progressão de reposta com Th2 (prostaglandinas e TNF-alfa). Há também redução da absorção de vitamina B12 e mal absorção de lactose e fosfatase alcalina. Pacientes com HIV considera-se que possuem linfócitos T CD4 abaixo de 150 mm³, sendo assim são indivíduos mais susceptíveis à desenvolver a sintomatologia decorrente da criptosporidiose. Período de incubação: 2 a 14 dias. Sintomatologia: em pacientes imunocompetentes ocorre infecção assintomática ou com presença de diarreia simples com cura espontânea em adultos e em crianças diarreia aguda autolimitada de aproximadamente 10 dias. A partir do momento que a criança possui o primeiro surto ela cria proteção e não possui para criptosporidioses subsequentes, caso não possuam imunodeficiências. Em pacientes imunodeficientes há diarreia intensa, crônica e severa, náuseas, vômitos, cólicas, flatulências, intolerância a lactose, mal estar, má absorção, desidratação, desnutrição; é necessária reposição hídrica constante e pode levar ao óbito em 5-7 dias. Tratamento: não existe tratamento para esta parasitose, é necessário reestabelecer, estabilizar a resposta imune do hospedeiro, porém mesmo assim a parasitose não é eliminada de uma só vez. Tratamento que ajuda: nitozoxanida (anita) Diagnóstico: - Pesquisa de oocistos nas fezes: como é muito pequeno não é visto no exame de fezes convencional, é necessário então o método de álcool ácido resistente (pois o parasita é álcool ácido resistente) e para isso pode utilizar diversas colorações como Ziehl Nielsen. Técnica: 1)Realizar esfregaço em lamina, deixar secar, 2) Corar, a coloração primária pode ser feita com fucsina (rosa) ou safranina (vermelho), 3) Tratar a lamina com solução álcool e ácido (descorando a lamina); como os parasitas são álcool acido resistentes eles permanecerão corados em um fundo branco, sendo difícil visualizar, então, para isso realiza-se uma contra- coloração ou coloração secundária com corante verde ou azul, 4) Coloração secundária com verde malaquita ou azul de metileno, contrastando os oocistos. A técnica de Ziehl Nielsen modificado utiliza fucsina com azul de metileno, a Kynioun utiliza fucsina com verde malaquita e a Safranina utiliza safranina com azul de metileno. O lugol não é utilizado, pois conforme dito os parasitas são muito pequenos. As técnicas de Hoffman e Ritchie também não são utilizadas pelo mesmo motivo. - Pesquisa de oocisto em material de biopsia intestinal: feita a partir da retirada do fragmento de tecido e submetido a histopatologia padrão com eosina fucsina. No corte tecidual é visto formas arredondadas na borda da célula. - Imunofluorescencia: pesquisa com anticorpos monoclonais específicos para antígenos de Cryptosporidium. - Elisa: captura de antígenos nas fezes ou anticorpos circulantes. - Imunocromatografia: semelhante a teste de gravidez, possui um substrato solido com antígenos monoclonais para Cryptosporidium e normalmente para Giardia também, com isso é utilizada amostras de fezes diluídas. - PCR: pode ser utilizado para detecção de parasitos nas fezes e analise de agua de abastecimento. Isospora belli Observado em 1860 e primeiro caso em 1950. Até a década de 80 era raramente encontrado. Começaram a ocorrer mais casos com o surgimento da AIDS. É um parasito intracelular verdadeiro, habita o citoplasma de enterócitos. É maior que o Cryptosporidium mas também não é visto com facilidade em sedimentos fecais convencionas, por não se corar com o lugol, pode ser confundido com esporos fungicos. É necessária técnica de álcool acido resistente para confirmar o diagnostico. Ciclo evolutivo: ingestão de oocistos esporulados que possuem esporozoítos, que são liberados na luz intestinal. Invadem as células epiteliais da mucosa do intestino delgado (íleo) e se diferenciam em trofozoítos, que entram em fase de replicação merogonica ou esquizogonica formando merozoitos, que rompem as células e invadem novos enterócitos que podem refazer o cisto. Os merozoítos podem também dar origem a macro e microgametocitos que se fundem para formar o zigoto, que é o oocisto imaturo o qual é eliminado nas fezes. No ambiente externo após aproximadamente 24 horas sofre maturação, a maturação completa ocorre quanto o esporocisto produz 4 esporozoítos. Então diferente do Cryptosporidium as parasitemias são menores, pois não ocorre autoinfecção. Aspectos morfológicos: o oocisto imaturo possui esporoblasto no sei interior, que é visualizado em sedimento fecal, este esporoblasto se divide em dois esporocistos e dentro de cada um formam quatro esporozoitas, que é o estagio maduro. Período de incubação: 7-9 dias. Sintomatologia: semelhante a do Cryptosporidium, então não é possível diferenciar através do quadro clinico. Só manifesta sintomatologia quando o numero de células comprometidas for maior que 100 por mm³, quando isso ocorre há 8 a 10 evacuações diárias com 2 a 4L diarreicos por dia (intensa). Possui também alterações na mucosa intestinal e em infecções maciças possui diminuição de células absortivas. Em pacientes imunocompetentes geralmente é assintomático e com cura espontânea. Diagnóstico: - Exame de fezes convencional: pode ser observado, porém como não se cora com lugol é de difícil diferenciação, por ter a mesma cor do fundo da lamina. Então não fecha diagnostico. Quando são encontradas formas compatíveis é necessário que seja submetido a coloração álcool acido resistente, com técnica igual do Crypto. - Coloração álcool acido resistente: Os esporozoitos são os que ficam corados, permitindo a diferenciação com o Crypto. Pode ser realizado também: biopsia de tecido, elisa (captura de antígenos nas fezes) e epifluorescencia (observa as fezes convencionais por microscopia fluorescente, e como os isospora possuem fluorescência espontânea, ou seja, tem fluorescência natural, os oocistos ficam azuis e possuem formato elíptico, além disso em amostras frescas é possível observar os esporoblastos, podendo diferenciar do Crypto, que não tem fluorescência e nem esporoblasto). Tratamento: sulfametoxazol (trimetropina), metronidazil e quinacrina. Cyclospora cayetanensis Possui ciclo evolutivo semelhante do Isospora. Forma infectante: esporocistos Ciclo evolutivo: ingestão de cistos esporulados contendo 2 esporocistos com 2 esporozoítos. No intestino delgado os esporozoítos são liberados e invadem as células, se diferenciam em trofozoítos e se multiplicam por esquizogonia formando merozoitas que rompem as células e entram em novos enterócitos refazendo o ciclo completo. Além disso, podem dar origem a macro e microgametocitos que se fundem para formar o zigoto que geram oocistos não esporulados que são eliminados nas fezes. A esporulação ocorre em dias a semanas a temperatura de 22 a 32ºC. Transmissão: ingestão de oocistos esporulados através da agua e alimentos contaminados. Não ocorre autoinfecção pela necessidade de esporulação no ambiente. Sintomatologia: em pacientes imunocompetentes é assintomático e em imunoconprometidos possui diarreia, fadigam sensação de queimação no estomago, náuseas, podem apresentar períodos de diarreia alternados com evacuação normal. Indivíduos com linfócitos T CD4 abaixo de 200 mm³ são mais susceptíveis a sintomatologia. Diagnostico: semelhante aos anteriores. Em sedimento fecal convencional não é possível identificar a forma como Cyclospora, é necessária a coloração álcool acido resistente. Possui morfologia circular assim como o Crypto, mas se diferencia pois, a álcool acido resistência é menor que a do Crypto, então em esfregaço os que não estão menos corados são os Cyclospora. Tratamento: bactrim (sulfatoxazol com trimetropim), primaquina, metronidazol e quinacrina. Controle dos Coccideos oportunistas: Higiene pessoal, em manipulação de alimentos, fervura e tratamento de aguas. Esta no padrão de potabilidade de agua a pesquisa de coccídeos. Diferenciação: Morfologia: Cryptosporidium spp.: possui 4 esporozoítos soltos no oocisto. Nas fezes são encontrados oocistos esporulados Isospora: é elíptico e em sua forma madura possui 2 esporocistos (vesículas) com 4 esporozoítas em cada. Nas fezes são encontrados oocistos não esporulados Cyclospora: possui oocisto redondo (maior que do Crypto), cada oocisto possui 2 esporocistos (vesículas) e cada esporocisto possui 2 esporozoítas dentro. Nas fezes são encontrados oocistos não esporulados Exames: Cryptosporidium spp.: AAR grande, epifluorescencia negativa. Isospora: AAR grande. Epifluorescencia positiva. Cyclosporidium: AAR menor (parcial). Fluorescencia espontânea quando analisado no microscópio de fluorescência sem corante, então possui epifluorescencia positiva. Além destas diferenciações é possível fazer esporulação in vitro com micromato de potássio.ao adicionar o micromato de potássio e aguardar 10 minutos será possível observar na amostra fecal que se for Crypto irá sair de dentro do oocisto os esporozoítos e se for Cyclo eles ficarão dentro do oocisto. Protoparasitose sistêmicas Toxoplasmose Protozoário Toxoplasma gondii, é do sub filo apicomplexa, sendo assim possuem ciclo evolutivo complexo que conta com fase assexuada (por esquizogonia) e sexuada (por gametogonia e fusão de gametas).Os protozoários possuem células com conjunto de organelas que estão envolvidas no processo de interação e invasão celular, são elas anel colar na parte anterior e interna. Além disso, possui citoesqueleto disposto em espiral, que permite que os parasitas se locomovam como parafusos e cheguem à célula para invadir. Estes parasitas possuem o Gato como hospedeiro definitivo, e o homem e outros mamíferos como hospedeiro intermediário. Ciclo evolutivo no hospedeiro definitivo (gato): No gato ocorre a fase sexuada, gerando formação e fusão de gametas, formando o oocisto maduro que é o zigoto. Todo o processo neste hospedeiro ocorre dentro das células epiteliais, por isso é chamado de enteroepitelial. O gato pode entrar em contato com o parasita ingerindo oocistos maduros de outros gatos, os oocistos maduros possuem 2 esporocistos contendo 4 esporozoítas em cada esporocisto. Quando isso acontece os esporozoítos entram na célula e formam trofozoítas, que amadurecem e entram no ciclo esquizogônico, dado origem ao esquizonte, que dá origem aos merozoítas, que rompem os enterócitos podendo invadir novos enterócitos e refazer o ciclo ou dar origem aos gametócitos femininos e masculinos, que podem se fundir e originar os oocistos jovens (imaturos), que possuem um esporoblasto, esta forma é eliminada nas fezes dos gatos. No ambiente externo o oocisto imaturo amadurece e dá origem ao oocisto maduro que possui 2 esporocistos com 4 esporozoítos entro de cada esporocisto, esta forma amadurece em no mínimo 24horas no ambiente externo e é a forma infectante. Então os gatos não eliminam as formas infectantes. Ciclo evolutivo no hospedeiro intermediário: O hospedeiro intermediário pode ser aves ou mamíferos, incluindo o homem, nestes ocorrem a fase assexuada que é extra-intestinal. A transmissão para o homem pode ocorrer pela ingestão de oocistos maduros eporulados presentes em alimentos ou água contaminada ou pela ingestão de cistos contendo bradizoítas presentes em carnes contaminadas. Quando o homem entra em contato com o parasita os esporozoítos ou bradizoítas invadem células do sistema fagocítico mononuclear. Quando isso acontece os bradizoítas continuam na mesma forma e os esporozoítas se tornam trofozoítos, que se multiplicam rapidamente, esta forma denomina-se taquizoíta. O Taquizoíta é então de divisão rápida e parasita as células que passam a ser chamadas de pseudocistos, que se rompem rapidamente, e liberam mais taquizoítas que invadem novas células. Esta é a fase aguda da doença, de estabelecimento do parasito no hospedeiro. Depois de 1 a 4 meses, os taquizoítas mudam de comportamento e saem das células monociticas mononucleares e de outras células sanguíneas e passam a invadir células teciduais e diminuem a velocidade de multiplicação, com isso se tornam bradizoítas. Isso acontece quando a resposta imune especifica contra o parasita se torna mais efetiva, confinando o parasita na célula (não os eliminando totalmente). Como a divisão dos bradizoítas é lenta as células que eles estão parasitando ficam hiperplásicas e acomodam os parasitas, e passam a ser chamadas de cistos, esta fase faz parte da fase mais avançada da doença e é chamada de fase crônica. Certo momento os parasitas param de se multiplicar e ficam latentes durante vários anos. Em casos de imunossupressão os parasitas tendem a romper os cistos e voltar a fase de replicação rápida, taquizoítas, levando a reagudização da doença. Quando isso ocorre os parasitas possuem tropismo para o SNC e causar encefalite Toxoplasmose pós-natal: Maioria dos casos são assintomáticos, possui período de incubação de 5- 20 dias. Os casos sintomáticos (Fase aguda) podem apresentar febre, adenopatia (aumento dos gânglios), mialgia, simulação de quadro gripal. As formas graves em adultos são raras. Toxoplasmose congênita ou neonatal: Somente durante a fase aguda de infecção da infecção materna os parasitas são passados para o feto (na forma de trofozoíta). Quanto menor o tempo de gestação, mais o feto é afetado. O curso da doença depende da idade gestacional e da capacidade protetora dos anticorpos maternos (IgG). No inicio da gestação a placenta é mais espessa, sendo mais difícil a transmissão, porém possui maiores consequências, já a partir do terceiro trimestre da gestações a placenta é mais delgada e a transmissão é facilitada, mas os acometimentos são mais leves. Quando a toxoplasmose congênita ocorre os principais sintomas são: retinocoroidite, calcificações cerebrais, perturbações neurológicas, hidrocefalia (Tétrade de Sabin). Na vida intrauterina o feto pode passar da fase aguda para a crônica, porem os cistos tendem a calcificar e se estiverem no cérebro pode apresentar hidrocefalia. Obs: Gestante com toxoplasmose em fase crônica não precisa de tantos cuidados, mas se esta na fase aguda é gestante de alto risco e é encaminhado para setor especifico. Toxoplasmose em imunodeprimidos: Doença oportunista extremamente grave em pacientes com AIDS, sintomatologia mais pronunciada nos casos de reagudização, na maioria dos casos: encefalite aguda. Possuem os sintomas da toxoplasmose pós-natal mais acentuados, assim como crianças. Este quadro também pode estar presente em indivíduos com uso prolongado de corticoides que adquiriram a doença no período intrauterino, nestes pode ocorrer encefalite aguda com presença de perda de memoria, convulsão e etc. Nota: micronemas ocorrem quando o parasita encosta na célula, com isso todas as organelas do parasita migram para a parte apical e liberam as organelas para invadir. Perfil de anticorpos: na fase aguda há IgM, IgG (de baixa avidez – pouca afinidade pelo antígeno) e IgA (que inicia junto com a IgM, mas para de ser produzida rapidamente). Na fase crônica normalmente tem IgG e em alguns casos tem IgM residual (que pode continuar para o resto da vida). Nos casos que possuem IgM e IgG, principalmente em gestantes, é necessário fazer teste de avidez da IgG para definir a fase da doença. Na reagudização o perfil sorológico é compatível com a fase crônica, apesar da rápida replicação. Transmissão: além da contaminação via oral pode ocorrer também por transfusão de sangue (na fase aguda) e por transplante de órgãos (na fase aguda e crônica). Diagnóstico: Reação de Sabin-Fildman: esta em desuso, mas tem valor histórico. É um teste baseado em viabilidade, também chamado de teste do corante. Adiciona-se soro do individuo com anticorpos líticos e corante. Caso no soro tenha parasitas os anticorpos irão lisá-los e o corante irá entrar no parasita, significando que o teste é positivo. Hemaglutinação indireta: em gestantes não e útil pois não consegue identificar a hemaglutinina. Imunofluorescencia indireta: semelhante ao elisa, mas utiliza anticorpo marcado com fluorescência. Elisa: utiliza uma placa com antígenos fixados, e adiciona-se o soro do paciente, caso tenha anticorpos eles se ligarão aos antígenos, depois faz lavagem, e adiciona-se anticorpo secundário, que reconhece especificamente a parte FC de IgM ou IgG, depois coloca substrato e se gerar cor pode verificar se que é positivo. Elisa de captura: detecção de infecção em fase aguda. IgA marcador de fase aguda, mas não é rotina, porque o SUS não paga pois o elisa de captura é baixa. Intradermoreação; inquéritos dermatológicos, para estudo prevalência em determinada região. Teste de avidez: baseado na técnica de elisa, mas tem a adição de uma substancia denaturante (ureia 3 normal), se o complexo antígeno anticorpo não for muito forte quando coloca denaturante ele se separa, submete a lavagem, e ao colocar o anticorpo conjugado não se mostra positivo. Então se o elisa normal é positivo e o elisa comdenaturante é negativo ou mais baixo, significa que o teste de avidez é baixo, então é de baixa avidez (fase aguda), já se as duas reações forem positivas significa que o IgG é de alta avidez (fase crônica). Parasitológico: Cultura de fibroblastos humanos (com liquido amniótico, se + é porque adquiriu quando era feto), Inoculação em animais de laboratório (apenas para separação de cepas), exame de lavado broncoalveolar (em casos de suspeita de reagudização). Sorologia durante pré-natal (IMPORTANTE): Se IgM e IgG negativas: ausência de infecção Se IgG + e IgM -: infecção progressa Se IgG – e IgM+: colher nova amostra após uma semana, se IgG – e IgM + falsa reação positiva, mas se IgG + e IgM + soro conversão – infecção aguda. Se IgG + e IgM +: verificar concentração. Se IgM > 4 provavel infecção aguda, se IgM<4 necessário fazer teste de avidez, se Avidez <30 infecção aguda, se avidez entre 30 e 60 indeterminado (gestante deve ter acompanhamento) e se avidez >60 infecção progressa. PCR: usado para amplificação em liquido amniótico para acompanhamento. Profilaxia: Cuidados quanto à procedência e manipulação dos alimentos, cozimento adequado de carnes, evitar contato com gatos e locais onde eles se encontram, acompanhamento de gestantes e pacientes imunodeprimidos. Tratamento: Medicamentos a base de sulfa (P.ex. sulfadiazina) e antifólicos (pirimetamina). Malária Agentes etiológicos: os mais prevalentes no Brasil são: Plasmodium vivax (maior incidência) e P. falciparum, que ocorrem mais próximo a Amazônia legal. Além destas espécies existem também o P. ovale e o P. malariae que são mais prevalentes no continente africano. Sintomas: clássicos: febre em intervalos regulares, relacionados ao tempo do ciclo do parasita nos eritrócitos. Ciclo evolutivo no inseto vetor: o vetor da malária é o mosquito Anopheles, que por sua vez é o hospedeiro definitivo (onde ocorre a fusão dos gametas). O mosquito adquire o parasita a partir da ingestão de gametócitos presentes no sangue humano. Os gametócitos masculinos sofrem exflagelação (corpo de célula com 8 flagelos) dando origem a 8 gametas, e os gametócitos femininos se fundem aos masculinos para formar o zigoto chamado de oocineto (esta etapa ocorre no interior do estômago do inseto). O oocineto é a forma ameboide móvel, que depois de formado migra e se fixa na parte de fora do estomago (parede externa) formando o oocisto, que é imóvel e possui envoltório resistente. Dentro do oocisto formam-se esporozoítas pelo processo de esporogonia. Os esporozoítos ao se formarem dentro do oocisto, eles sofrem maturação, rompem o oocisto e migram para a glândula salivar do mosquito, onde se alojam, assim quando o inseto pica o hospedeiro ele introduz os esporozoítos. Obs: quem tem o habito de picar os hospedeiros são as fêmeas do inseto vetor em período de repasto sanguíneo, ou seja, da copula até a desova. Ao picar o hospedeiro ela ingere sangue e regurgita, dando inicio ao ciclo no hospedeiro intermediário. Obs: cada gametócito masculino sofre 3 mitoses sucessivas e dá origem a 8 gametas masculinos por exflagelação, enquanto que cada gametócito feminino evolui diretamente para 1 gameta feminino Ciclo evolutivo no hospedeiro intermediário – homem: o ciclo se inicia a partir do momento que são inoculados esporozoítos. Quando isso acontece os esporozoítos caem na circulação sanguínea e migram para o fígado, invadindo os hepatócitos, no interior dos hepatócitos eles se diferencial em trofozoítos. Os trofozoítos amadurecem e se tornam esquizontes, que formam os merozoítos, depois eles rompem todos juntos do hepatócitos e vão para a circulação. Na circulação os merozoitos invadem hemácias e se diferem em trofozoítos e depois esquizontes que darão origem novamente aos merozoítas. Os merozoítas podem romper as hemácias e invadir outras células, refazendo o ciclo ou podem dar origem aos gametócitos, que se fundem apenas nos hospedeiros definitivos (vetor). Então no hospedeiro intermediário há a fase pré- eritrocitica que ocorre no fígado e é muito rápida (parasita se multiplica apenas 1 vez nos hepatócitos e todos vão ao mesmo tempo para o sangue e invadem hemácias) e a fase eritrocítica que ocorre de fato nas hemácias. Os P. vivax, P. falciparum e P. ovale possuem 48horas para completar o ciclo e o P. malariae possuem o tempo de 72horas para o ciclo. Este tempo é referente ao tempo do parasita chegar até a diferenciação de merozoítas e romper a célula (da entrada no parasita no hospedeiro até o rompimento das células). Os picos febris, chamados de paroxismos maláricos, ocorrem de acordo com o tempo de geração nas hemácias. Enquanto o parasita está se multiplicando na hemácia ele consome a hemoglobina e forma o pigmento hemozoina, que é um pigmento amarelo (pigmento malárico), que é tóxico para o hospedeiro, então quando as hemácias se rompem há a liberação da hemozoina acumulada que causa a febre. Os P. vivax e P. ovale podem após a cronificação da doença causar recaídas, pois nem todos os esporozoítos que invadem os hepatócitos fazem o ciclo pré-eritrocitico, então neste caso mesmo sem ter entrado em contato com outros insetos o paciente apresenta paroxismo malárico novamente, devido a latência de alguns esporozoítos nos hepatócitos, assim no período de um ano eles podem ficar ativos e dar origem a merozoítas que cairão na corrente sanguínea e continuarão o ciclo. Estes esporozoítos que ficam latentes são chamados de hipnozoítas. Obs: esta latência não acontece com o P. falciparum. Morfologia: Esquizontes: possuem vários fragmentos celulares, e cada um dos fragmentos dão origem a um merozoita. Ocupam toda a área da hemácia parasitada. Trofozoítas: podem ter uma ou duas cromatinas. Os trofozoítas do P. vivax são maiores que as do falciparum, possuem citoplasma mais grosseiro, e tem sempre uma única cromatina e um único trofozoíta por célula. As hemácias parasitadas pelo vivax possuem granulações de Schuffner. Os trofozoítas do P. falciparum ficam em circulação profunda. Gametócitos: os gametócitos do P. falciparum possuem formato de salsicha / bananinha. Os gametócitos do P. vivax são semelhantes aos esquizontes e possuem algumas manchas, mas é difícil de diferenciar as duas formas (gametócitos e esquizontes do vivax). A diferenciação de espécies é importante! No sangue periférico são visualizados trofozoítas com uma ou duas cromatinas, gametócitos e esquizontes. Se tiver na amostra gametócitos em formato de salsicha e esquizontes o indivíduo possui infecção mista. Se tiver trofozoítas com cromatinas e gametócitos o indivíduo possui infecção por P. falciparum. Transmissão: além da inoculação de esporozoítas durante a picada do mosquito Anopheles, pode ocorrer também por transfusões de sangue (sem importância epidemiológica). Patogenia e sintomatologia: Paroxismo malárico (rompimento das hemácias pelos merozoítas e liberação da hemozoina), possui denominações dependendo da espécie: P. falciparum: febre terçã maligna (42hrs), P. vivax e P. ovale: febre terçã benigna (42hrs) e P. malariae: febre quartã (72hrs). A definição de benigna e maligna se dá pela característica de os parasitas exporem os antígenos próprios das hemácias, formando protuberâncias nestas células, chamadas de quinobes, com isso as hemácias parasitadas tendem a se agregar entre si e formar coágulos, que podem levar a quadros clínicos mais graves, como danos cerebrais, coma malárico e morte. Então os que possuem esta cito aderência, ou seja, o P. falciparum é chamado de maligno, os demais que não possuem a citoaderencia são chamados de benignos. Anemia: pela destruição das hemácias Hipoglicemia: consumo de glicosepelos parasitas. Hepato e esplenomegalia: acumulo da hemozoina (pigmento malárico) no fígado e baço. Nefropatia: em casos mais graves. Resistencia a infecção por Plasmodium: existem condições que levam o hospedeiro a ser resistente ao Plasmodium, por exemplo, para qualquer espécie a alteração conformacional da hemácia a torna mais resistente a infecção por este parasita, a deficiência de Glicose-6-fosfato também gera resistência. Para o P. vivax a ausência do antígeno Duffy nas hemácias leva a resistência, quando Duffy esta presente o vivax adentra nas hemácias, quando esta ausente ele não invade. Além disso, o vivax é seletivo para hemácias mais jovens. Já, para o P. falciparum há infecção em qualquer hemácia e há mais de um parasita por hemácia, então a infecção costuma ser maior. Diagnostico: deve ser realizado exame clinico e laboratorial, sendo que o laboratorial deve ser feito mesmo na presença da clinica evidenciada. O laboratorial normalmente é feito por esfregaço ou gota espessa principalmente (padrão ouro). Além desses pode ser utilizado elisa e IFI. Gota espessa: coloca-se 3 gotas de sangue misturadas em uma pequena área, espera secar e quando a gota esta seca, passa a lamina em fluxo lento de agua, com isso ocorre a desglobunização (hemácias lisam e a hemoglobina é liberada), depois faz a coloração, deixando as hemácias transparentes. Este método é padrão ouro pois analisa-se um volume maior de sangue em uma área de tamanho normal. Utilizado em centros com infra-estrutura laboratorial e pessoal capacitado. Obs: o falciparum pode conter um ou mais trofozoítos por hemácia, já o vivax possui sempre apenas um por hemácia e as granulações nas hemácias. Teste rápido: avalia dois tipos de proteínas, no Brasil são utilizados testes associados. As proteínas avaliadas são a proteína rica em histidina e LDH. A Rica em histidina é característica do P. falciparum e a LDH está em todas as espécies. Para realização deste teste utiliza sangue com diluente em contato com a base do teste que é uma fita de nitrocel que possui anticorpos para as duas proteínas, quando ocorre a formação de complexos formam-se bandas. Quando a infecção é por P. falciparum ocorre a formação de 2 bandas, quando é por P. vivax forma-se apena suma banda. O resultado é revelado em 15 minutos, porém é um teste qualitativo, não é possível avaliar a parasitemia. Este teste possui sensibilidade de 88-94% e aproximadamente 100% de especificidade. Utilizados em áreas remotas, áreas não endêmicas e epidemias; plantões noturnos e finais de semana. QBC ou teste do capilar: Combina a concentração dos parasitas pela centrifugação do sangue nos capilares e a coloração dos ácidos nucléicos (DNA e RNA) do parasita pelo fluocromo laranja de acridina. Quando apís centrifugado há na parede das hemácias pontos laranja, significa que estão parasitadas. A indústria possui também um kit para diferenciar as espécies, utilizando uma objetiva de microscópio, que corrige o erro do capilar, se é visto um formato de salsicha significa que a infecção é por P. falciparum, se tiver bolinhas esta parasitado por P, vivax. Utilizados em regiões endêmicas como teste alternativo à gota espessa e na triagem em bancos de sangue. Outros Métodos de diagnóstico da Malária: Detecção de antígenos plasmodiais por Radioimunoensaio (RIA) e ELISA, Detecção de anticorpos anti-Plasmodium por Imunofluorescência (IFA), ELISA, Aglutinação e Western Blotting e PCR (Nested-PCR e PCR multiplex). Profilaxia – Medidas de proteção individual e coletiva: Prevenção do contato com o vetor (determinação do local de construção de casas, utilização de telas, mosquiteiros, repelentes e quimioprofilaxia), combate aos insetos adultos (uso de inseticidas domésticos, inseticidas de ação residual e nebulização), combate às formas aquáticas dos vetores (saneamento no peridomicílio) e medidas contra o parasito (diagnóstico e tratamento precoces). Tratamento: Utilização de compostos quimioterápicos como a quinina, cloroquina, mefloquina, primaquina, doxiciclina, azitromicina, artemisina e combinação de atovaquone e proguanil. As opções de tratamento estão em um guia da OMS que difere dependendo do perfil do paciente e esquema de tratamento. Obs: Resistência a drogas anti-maláricas: deve-se a mutações espontâneas sofridas pelo parasita levando à pressão seletiva e consequentemente ao aparecimento de isolados resistentes. Leishmaniose Compromete um largo espectro de doenças, pois é causada por várias espécies. A leishmaniose pode ser de forma cutânea, cutânea difusa, monocutanea e visceral. Tem semelhança com a Doença de Chagas por ambas serem transmitidas por insetos, a leishmania pelo flebotomineo e a Chagas pelo triatomíneo (barbeiro). Além disso, ambas possuem ciclo evolutivo e tipo de reprodução simples, por fissão binária, diferente do Plasmodium (Malária) e do Toxoplasma que possuem fase sexuada e assexuada, ambos sendo do grupo apicomplexa, e possuírem organelas com complexo apical. A Leishmaniose junto com a filariose linfática e esquistossomose são doenças sistêmicas importantes para a OMS. A Leishmania possui flagelo, mitocôndria diferenciada chamada de cinetoplasmo (DNA extracromossomico circular, minicirculos e maxicirculos, no DNA do cinetoplasto estão os genes que conferem resistência e os genes de diferenciação entre espécies). Classificação das espécies: existem mais de 20 espécies que acometem o homem em todo o mundo e elas são divididas em complexos: Complexo Donovani (Leishmanioses viscerais): L. donovani (velho mundo), L. donovani infantum, L. donovani chagasi (no Brasil é a que causa a Leshmania chagasi – calazar). Complexo Mexicana (Leishmanioses cutâneas, lesões fechadas – costumam evoluir para cura espontânea ou podem causar Leishmaniose cutânea difusa): a mais importante é a L. amazonenses. Complexo Brasiliensis (causam as formas cutâneas, com lesões abertas ou viscerais e podem evoluir para mucocutanea, não evoluem para cura expontanea): L. braziliensis (acomete toda extensão de mata atlântica, mais no Brasil), L. braziliensis guyanensis (ocorre mais no norte da região amazônica), as demais espécies não acometem tanto o Brasil. Complexo tropica (formas cutâneas exclusivamente no velho mundo): L. tropica, L. major, L. aethiopica. Formas evolutivas: amastigotas, forma que vive e se multiplica no interior de macrófagos, sofrem divisão binária até “encher” a célula, quando isso acontece, rompe a célula. Como esta forma está no interior de macrófagos a lise desta célula produz quimiocinas que atraem novos macrófagos. Quando os macrófagos se rompes há a indução de resposta inflamatória local levando a lesões cutâneas. Os amastigotas são formas arredondadas, sem flagelos que se dividem por fissão binaria. Quando o amastigota é internalizado pelo vetor (flebotomineo) ele evolui para promastigota, esta forma se multiplica por fissão binaria no intestino do inseto e de tempos em tempos ele migra para a glândula salivar. Os promastigotas que estão na glândula salivar são considerados a forma infectante e os que estão se multiplicando no intestino são chamados de forma pro cíclica. As fêmeas de flebotomineo precisam enriquecer a alimentação, para isso ela se alimenta do sangue humano e regurgita jogando promastigotas no local, com isso estes parasitas não são destruídos pelo complemento, mas o C3 pode se ligar facilitando o processo de fagocitose, então a fagocitose pode ocorrer de maneira direta ou indireta, com auxilio da proteína C3 do complemento. Após ser fagocitado, no interior do macrófago o promastigota evolui para amastigota e o ciclo continua. Obs: a Leishmania possui um bom mecanismo deescape, pois estes parasitam gostam de ambientes ácidos e de um tipo celular, os macrófagos. Então quando são fagocitados ficam em fagossomos e depois fagolisossomos, que possuem enzimas que deixam o ambiente acido que ao invés de matar o parasita faz com que o mesmo se diferencie em amastigota. Na forma visceral o parasita esta preferencialmente em macrófagos do baço, fígado e medula óssea, e a maioria dos sintomas estão relacionados a localização destes parasitas. Nota: os cães são comuns como reservatórios de leishmania. Transmissão: inoculação de promastigotas pela picada de fêmeas do mosquito Flebotomineo (mosquito palha). No Velho Mundo havia diversas espécies, no Novo Mundo o gênero mais importante é o Lutzomia longepalpis. Formas Clinicas: Visceral: multiplicação pela via hematogenica vai para macrófagos do baço, fígado e medula óssea. Depois de aproximadamente 4 meses gera sinais gerais como febre, anemia, leucopenia, trombocitopenia, que ocorrem pois o parasita por ficar na MO comprometem a formação de células como hemácias, leucócitos e plaquetas. Em longo prazo pode gerar certo grau de imunossupressão, sangramento gengival, ascite e pode levar a óbito. Cutânea: possui papula no local da picada que aumenta de tamanho e forma lesão fechada, possui autocura. Quando o paciente tem imunodepressão previa, exemplo pelo uso de imunossupressores, pode evoluir para forma cutânea difusa. Se não houver remissão das lesões com tratamento por 15 dias – 1 mês é necessário reiniciar o tratamento, pois na pausa os parasitas se disseminam novamente. Ulcerada: lesões do centro para a extremidade, borda delimitada, não possui cura espontânea. Alguns hospedeiros possuem disseminação não relacionada ao comprometimento do sistema imune, mas talvez por variação da cepa do parasita. Alguns evoluem para monocutaneas outras não. Podem causar destruição da mucosa do nariz, boca e faringe, gerar lesões comprometendo a derme, epiderme, cartilagem, lesões de aspectos ruins (desconfigurantes), lesões abertas susceptíveis a contaminações e com cheiro desagradáveis. Diagnostico: Parasitológico: Análise de material obtido de punção biópsia de medula óssea ou aspirado esplênico (para forma visceral) ou análise de material obtido de raspagem, aspirado ou biópsia das lesões (para forma cutânea). Pesquisa de formas amastigotas em esfregaços corados (Corantes: Giemsa ou Leishman). Pesquisa de formas promastigotas em meios de cultura pré- semeados ( Meios: NNN-BHI ágar sangue ou LIT). Métodos imunológicos: elisa, imunofluorescencia, aglutinação direta. Intradermorreação de montenegro: inocula-se antígenos intradermicos de Leishmania que reestimula o individuo, caso ele tenha células de memoria há ativação clonal e forma resposta inflamatória que pode ser mensurada no local. Se o paciente tem leishmania avançada, com leucopenia a intradernorreação será negativa, devido a incapacidade de resposta imune. PCR: Presença de DNA de Leishmania a partir da utilização de oligonucleotídeos de sequências conservadas do parasita. Os oligonucleotídeos + utilizados são baseados em seqüências de DNA do cinetoplasto (mini- ou maxi-círculo) – PCR multiplex para identificação de espécies. Exames complementares: avaliam o prognostico do paciente: Mielograma, Hemograma, Velocidade de hemossedimentação, Proteínas totais e frações, Eletroforese de proteínas. Profilaxia: Eliminação do Inseto Vetor, Medidas de Proteção individual, Vacinação. Tratamento: Antimoniais pentavalentes (Glucantime e Pentostan), Anfotericina B (é menos toxica para o hospedeiro e gera bons resultados, é utilizada quando há resistência a antimoniais, na fase monocutanea pode ser associada aos antimoniais). Doença de Chagas Agente etiológico: Trypanosoma cruzi Vetor: triatomíneo (barbeiro – mais importante), Panstrongylos e Rhodnius. Ciclo evolutivo: tripomastigota metaciclico (forma infectante) invade as células do local da inoculação, e evoluem para amastigota que se multiplicam por fissão binaria até romper as células, quando isso acontece eles se convertem em tripomastigotas sanguíneos que podem invadir novas células ou ir para a corrente sanguínea. Os tripomastigotas sanguíneos podem infectar novos triatomíneos, após a inoculação eles vão para o intestino, evoluem para epimastigotas que se multiplicam por fissão binaria e depois vão para a ampola retal e são chamados de tripomastigotas metaciclicos que são eliminados nas fezes e podem infectar novos vertebrados quando realizam hematofagia e defecam no local. Transmissão: além da contaminação pelas fezes do barbeiro é possível ocorrer também pela transfusão sanguínea, via tranplascentaria em casos congênitos, transmissão oral (açaí contaminado), transplante de órgãos e transmissão por acidentes entre profissionais da área da saúde. Patogenia e sintomatologia: Fase aguda (30 a 45 dias): edema no local da picada: Chagoma inicial (pele), Sinal de Romanã (quando o parasita penetra na mucosa ocular – edema unilateral e bipalpebral), febre, linfonodos palpáveis, miocardite reversível, hepatoesplenomegalia e anorexia. Em crianças com menos de 5 anos pode levar a morte. Fase crônica (após vários meses – até 30 anos): forma indeterminada (sem sintomatologia aparente), casos cardíacos (cardiopatia chagásica com insuficiência cardíaca e arritmia que podem levar a morte súbita), casos digestivos com megacólon (constipação de evolução lenta) e megaesôfago (disfagia). Existem também casos mistos com comprometimento cardíaco e digestivo. Diagnostico: Direto: sangue, esfregaço e gota espessa. Indireto: xenodiagnóstico e hemocultura. Imunologico: elisa, IFI (IgM e IgG), fixação de complemento (Machado Guerreiro). Hemaglutinação indireta, intradermorreação. Molecular: PCR Profilaxia: Utilização de inseticidas (grande eficácia no extermínio dos vetores (desde que usados constantemente)), Melhoria das habitações, Controle da transmissão transfusional (triagem sorológica de doadores), Adoção de normas de biossegurança para evitar a transmissão por acidentes de laboratório e outras formas de transmissão ocupacional. Tratamento: Fase aguda (tratamento antiparasitário): nepurtimox e benzonidazol. Fase crônica (tratamento sintomático): tratamento antiparasitário ineficaz. 38 Protoparasitologia Pediculose Agentes etiológicos: Pediculus capitis (piolho da cabeça), Pediculus humanos (piolho do corpo), Pthirus púbis (piolho da região pubiana, conhecido como “chato”). São ectoparasitas, insetos anopluros, ou seja, não possuem asas e possuem 3 pares de patas, o que os diferenciam os aracnídeos que possuem 4 pares de patas. Ciclo de vida: ovo (lêndia) ninfa (estágio larvado) inseto adulto. As lêndias costumam ficar em locais de fácil eliminação. Os piolhos fazem ovoposição depositando os ovos e uma substancia com ação cimentante em cima para que os ovos não “caiam”. É possível analisar se as lêndias estão vivas, se estiverem translucidas significa que há larva dentro (ninfa), e se estiverem opacas significa que a larva já eclodiu. Pediculus capitis: costuma ficar em regiões mais quentes (nuca e atrás da orelha), se alimentam de sangue e liberam excreções que, junto com o andar do piolho, causam a coceira. O modo de aquisição é por contato direto, geralmente em confinamento de pessoas, escolas, creches ou pelo compartilhamento de fomentes (objetos pessoais) como boné, toalha, pente e etc. São mais prevalentes em estações mais frias e conseguem se camuflar. Os ovos (lêndias) ficam associados aos fios de cabeço. O tratamento pode ser feito com deltametrina ou permetrina e retirada mecânica. Pediculus
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