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TCC BRINCADEIRAS E JOGOS

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BRINCADEIRAS E JOGOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL:
A IMPORTÂNCIA DO UNIVERSO LÚDICO NA APRENDIZAGEM
VILHENA – ro
2018�
Universidade Paulista
Educação a distância 
BRINCADEIRAS E JOGOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL:
A IMPORTÂNCIA DO UNIVERSO LÚDICO NA APRENDIZAGEM
VILHENA – RO
2018
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus que é a nossa luz em todos os momentos e se chegamos até aqui é porque Ele nos guiou.
Aos nossos maridos e filhas que estiveram nos motivando e nos amparando durante todo o curso.
Aos professores, tutores e orientadora que sempre nos auxiliaram para que fosse possível a conclusão deste trabalho.
Enfim, agradecemos a todos que direta ou indiretamente fizeram parte desta etapa de nossas vidas.
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Resumo
O presente trabalho visa analisar a importância do brincar no desenvolvimento e aprendizagem na Educação Infantil, sob o escopo das inteligências múltiplas e da ludicidade. Tem como objetivo conhecer o brincar, compreender o universo lúdico, onde a criança comunica-se consigo mesma e com o mundo, aceita a existência dos outros, estabelece relações sociais, constrói conhecimentos, desenvolvendo-se integralmente, e ainda, os benefícios que o brincar proporciona no ensino-aprendizagem infantil. Este trabalho trás, ainda, algumas considerações sobre os jogos, brincadeiras e brinquedos e como influenciam na socialização das crianças. Para realizar este trabalho, foi utilizada a pesquisa bibliográfica.
Palavras-chave
Brincar. Aprendizagem e Desenvolvimento Infantil. Educação. Ludicidade. Inteligências Múltiplas.
ABSTRACT
The present work aims to analyze the importance of playing in the development and learning in Early Childhood Education, under the scope of multiple intelligences and playfulness. Its purpose is to know how to play, to understand the playful universe, where the child communicates with himself and with the world, accepts the existence of others, establishes social relations, builds knowledge, develops fully, and also benefits in the teaching-learning of children. This work also brings some considerations about games, games and toys and how they influence the socialization of children. To perform this work, the bibliographic research was used.
Key words
Play. Learning and Child Development. Education. Ludicidade. Multiple Intelligences.
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Sumário
Introdução....................................................................................................................6
Capítulo I – CONSIDERAÇÕES SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL E AS BRINCADEIRAS E JOGOS PARA ESSA ETAPA DA EDUCAÇÃO............................8
1.1. A Educação Infantil na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional................8
1.2. Referencial Nacional para a Educação Infantil........................................................12
1.3. O Brincar......................................................................................................................13
1.3.1. A Importância do Brincar........................................................................................14
1.3.2. Crianças de zero a dois anos – O corpo, primeiro brinquedo..............................15
1.3.3. Crianças de dois a quatro anos – O lúdico e a compreensão da realidade..........17
1.3.4. Crianças de quatro a seis anos – Mudanças na área de desenvolvimento motor, intelectual, emocional, afetivo e social..............................................................................18
CAPÍTULO II – BRINCADEIRAS E JOGOS NA ESCOLA........................................20
2.1. Brincadeiras e jogos na sala de aula..........................................................................20
2.2. Brinquedoteca..............................................................................................................22
2.3. Jogos.............................................................................................................................23
CAPÍTULO III – INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS.......................................................26
3.1. A Teoria das Inteligências Múltiplas..........................................................................26
3.2. O jogo e o desenvolvimento das inteligências múltiplas..........................................28
3.3. Contribuições das Inteligências Múltiplas para a Educação..................................31
CAPÍTULO IV – PESQUISA DE CAMPO.....................................................................33
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................41
Introdução
A criança é um sujeito social e histórico, que faz parte de uma família, que se encontra em uma sociedade. É um ser que sente e pensa o mundo de um jeito muito próprio, possui relações com os que lhe são próximos e com quem tenta conhecer melhor seu mundo e as situações contraditórias que ela presencia. Por meio das brincadeiras, mostra seus anseios, seus desejos e as condições de vida a que é submetida.
A criança constrói o seu conhecimento a partir da interação com outras pessoas e com o meio em que vive. Compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das crianças, seres que permanecem únicos em suas individualidades e diferenças é o grande desafio da Educação Infantil e de todos os envolvidos.
A Educação Infantil é assegurada em lei a toda criança, independente de classe social, e tem o papel socializador, devendo propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com o outro, auxiliar o desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades corporais, afetivas, emocionais, estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e saudáveis.
Entretanto, o atendimento institucional às crianças no Brasil e no mundo apresenta, ao longo da história, divergências sobre sua finalidade social. As creches e as pré escolas foram criadas para atender exclusivamente a crianças de baixa renda, estratégia para combater a pobreza e resolver problemas ligados à sobrevivência das crianças. Constitui-se em um equipamento apenas para pobres onde as instituições eram mantidas com orçamento insuficiente, escassez de recursos materiais, precariedade de instalações e profissionais sem qualificação. O atendimento era oferecido como um favor aos poucos, selecionados de forma excludente, de característica assistencialista, que desconsiderava as questões de cidadania ligadas aos ideais de liberdade e igualdade.
Mudar essa concepção de educação envolve principalmente assumir as especificidades da Educação Infantil e rever concepções sobre a infância, as relações entre classes sociais, as responsabilidades da sociedade e o papel do Estado diante destas crianças.
As crianças da Educação Infantil têm necessidade de se relacionar com outras de sua idade e é através das brincadeiras e dos jogos que ela irá desenvolver a capacidade de repartir, respeitar, lidar com as frustrações, socializar-se e desenvolver coordenação motora.
O professor que atua na Educação Infantil tem a função de conduzir o aluno, oferecendo as mais diversas atividades lúdicas que promovam o desenvolvimento integral da criança.
CAPÍTULO I - CONSIDERAÇÕES SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL E AS BRINCADEIRAS E JOGOS PARA ESSA ETAPA DA EDUCAÇÃO
Na Educação Infantil, o professor precisa garantir o pleno desenvolvimento da criança em seus aspectos cognitivo, intelectual, psicomotor e afetivo.
Para desenvolver essas habilidades,o professor precisa conhecer a cultura que as crianças estão inseridas, ou seja, seu contexto social, para então planejar as atividades de modo que contribua positivamente para a aprendizagem. 
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 2010, p. 26), o professor deve incentivar “[...] a curiosidade, a exploração, o encantamento, o questionamento, a indagação e o conhecimento das crianças em relação ao mundo físico e social” [...], bem como deve garantir experiências que “[...] promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação de experiências sensoriais [...]” (BRASIL, 2010, p. 25). Ou seja, o professor será um mediador do conhecimento, sendo ele responsável em elaborar atividades que proporcionem às crianças a construção de novos saberes.
O foco, na primeira etapa da Educação Básica, conforme proposto nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 2010, p. 25) é que “as práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação Infantil devem ter como eixos norteadores as interações e as brincadeiras [...]”. Nesse sentido, o professor precisa entender que a criança será o centro de seu planejamento e que este deve ter como base atividades lúdicas, oportunizando experiências diversas, cujo intuito será proporcionar o pleno desenvolvimento da criança.
1.1. A EDUCAÇÃO INFANTIL NA LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL
O atendimento a crianças menores de sete anos em creches e pré-escolas apresentou um grande crescimento nas últimas décadas em nosso país, acompanhando a tendência nacional e internacional. 
Entre os fatores que explicam essa expansão, estão as modificações na organização e estrutura da família contemporânea, transformando o conceito e as necessidades de crianças pequenas; o avanço do conhecimento científico sobre o desenvolvimento da criança e o reconhecimento da importância da educação nos primeiros anos de vida. Esse reconhecimento traduziu-se na constituição de 1988, inciso IV do artigo 208, no qual se afirmou: ”O dever do Estado com a educação será efetivado mediante garantia de (,,,)atendimento em creche e pré-escola a crianças de zero a seis anos de idade”.Com a inclusão da creche no capítulo da Educação, a constituição explicita suas funções eminentemente educativas, a qual se agregam as ações de cuidado. A nova Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional (Lei n 9,394), de 20 de dezembro de 1996,reproduz este inciso da constituição Federal, no Art. 4º do título III (Do Direito à Educação e Do Dever de Educar). Quando se trata da Composição dos Níveis Escolares, no At.21, a LDB explicita: ”A educação escolar compõe-se de: I – Educação básica, formada pela educação infantil ensino fundamental e ensino médio; “(,,,)” . No capítulo sobre a Educação Básica, Seção II, trata especificamente da Educação infantil, nos seguintes termos:” Art. 29 , A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como base o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos: físico, psicológico, intelectual e social complementando a ação da família e da comunidade. Art. 30. A educação infantil será oferecida em: 1 – creches, ou entidades equivalentes, para crianças até três anos de idade; II – pré-escolas, para crianças de quatro a seis anos de idade. Art. 31. Na educação infantil, a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental. 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional diz ainda que a política voltada à Educação Infantil deverá ser: 
Centrada na criança como sujeito histórico, possibilitando-lhe desenvolvimento pleno e equilibrado, capaz de propulsionar a formação do cidadão competente em termos individuais e coletivos;
Fundamentada no conceito da formação integral da criança; pois a educação infantil não se esgota no caráter apenas assistencial, nem tão pouco e unicamente no desenvolvimento cognitivo. O que teremos que enfrentar é o desafio de implementar uma formação globalizante, que implica uma evolução favorável de ordem física, psíquica, social, moral, cognitiva e afetiva.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional deixa claro e relevante o papel dos Municípios na oferta da educação infantil que, como sistemas de ensino autônomo instituídos ou não, deverão observar os seguintes princípios:
 A Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica e destina-se á criança de zero a seis anos de idade, sendo um direito da criança, que o Estado tem o dever de cumprir (artigo 29).
As Instituições de Educação Infantil, integrando os sistemas de ensino, são as creches e as pré-escolas: creches ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade e pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade e onze meses (artigo 30).
A Educação Infantil, em complementação à ação da família, visa proporcionar condições adequadas de desenvolvimento físico, psicológico, intelectual e social da criança e promover a ampliação de suas experiências e conhecimentos, estimulando seu interesse pelo processo de transformação da natureza e pela convivência em sociedade (artigo 29).
A Educação Infantil, dadas as particularidades do desenvolvimento da criança de zero a seis anos se cumpre duas funções complementares e indissociáveis: cuidar e educar, complementando os cuidados e a educação realizados na família.
A Proposta pedagógica da Educação Infantil deve levar em conta o bem-estar da criança, seu grau de desenvolvimento, a diversidade social e cultural das populações infantis, os conhecimentos a serem universalizados e o regime de atendimento (tempo integral ou parcial).
A Avaliação, na Educação Infantil, realizada mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento da criança tomando como referência os objetivos estabelecidos para essa etapa da educação, não tem a função de promoção/retenção e não constitui pré-requisito para o acesso ao ensino fundamental (artigo 31).
As crianças com necessidades especiais, sempre que possível, em função de suas condições específicas, devem ser atendidas na rede regular de creches e pré-escolas, respeitando o direito a atendimento especializado, inclusive por órgão próprio do sistema, quando for o caso (artigo 58).
Os docentes da Educação Infantil devem ser formados em cursos de nível superior (em licenciatura, de graduação plena), admitida como formação mínima a oferecida em nível médio (modalidade normal), que contemplem conteúdos específicos relativos a essa etapa de educação (artigo 62).
A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, e orientação educacional para a educação infantil, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível pós graduação. (artigo 64).
 As instituições de Educação Infantil integram o Sistema Municipal de Ensino, podendo o Município, ainda, optar por se integrar ao Sistema Estadual de Ensino ou compor com ele um Sistema Único de Educação Básica (artigos 10 e 11).
Os órgãos do sistema municipal de ensino deverão baixar normas complementares, autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos de Educação Infantil (artigos 10 e 11).
 Os sistemas de Ensino promoverão a valorização dos profissionais que atuam em creches e pré-escolas, no que diz respeito à formação profissional, condições de trabalho, plano de carreira e remuneração condigna (artigo 67, 69 e 70).
Os sistemas de ensino definirão normas de gestão democrática dos estabelecimentos públicos de educação infantil, atendendo aos princípios de participação dos profissionais da educação, da família e da comunidade, na elaboração e execução do projeto pedagógico da instituição e da participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes (artigo 14).
 A Educação infantil orienta-se pelos princípios da educação em geral: igualdade de condições paraacesso e permanência na escola: liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; respeito a liberdade e apreço a tolerância; coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; valorização do profissional de educação escolar; gestão democrática de ensino público, na forma da lei e da legislação dos sistemas de ensino; garantia de padrão de qualidade; valorização da experiência extraescolar; vinculação entre educação escolar e as práticas sociais (artigo 3º).
Deve-se ressaltar que o texto legal, inciso IV, artigo 9º, prevê que: “A União incumbir-se-á de: (...) estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum”. 
1.2. REFERENCIAL NACIONAL PARA EDUCAÇÃO INFANTIL
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil aborda alguns pontos fundamentais de concepção e orientação para o profissional da Educação Infantil: 
Veio atender o cumprimento da lei 9.394/96 que, pela primeira vez na história de nosso país, estabeleceu que a Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica e veio trazer auxílio aos professores desta fase. 
É um guia de orientação que deve servir de base para discussões entre profissionais de um mesmo sistema de ensino ou no interior da instituição, na elaboração de projetos educativos singulares e diversos. Foi elaborado com o objetivo de apontar metas de qualidade que contribuam para que as crianças tenham um desenvolvimento integral de suas identidades, capazes de crescerem como cidadãos cujos direitos a infância seja reconhecido. Contribui também para que possa ser realizado, nas instituições o objetivo socializador dessa etapa educacional, em ambientes que propiciem o acesso e a ampliação dos conhecimentos da realidade social e cultural. 
Foi concebido de maneira a servir como um guia de reflexão de cunho educacional sobre objetivos, conteúdos e orientações didáticas para profissionais que atuam diretamente com as crianças de 0 à 6 anos, respeitando seus estilos pedagógicos e a diversidade cultural brasileira.
 
Assegura a criança: o direito à dignidade considerando suas diferenças individuais, sociais, econômicas, culturais, étnicas, religiosas, etc.; o direito a brincar, como forma particular de expressão, pensamento, interação e comunicação infantil; o acesso das crianças aos bens socioculturais disponíveis, ampliando o desenvolvimento das capacidades relativas à ética e a estética; a socialização da criança por meio de sua participação e inserção nas mais diversificadas práticas sociais, sem discriminação de espécie alguma; o atendimento aos cuidados essenciais associados à sobrevivência e ao desenvolvimento de sua identidade. 
1.3. O BRINCAR
Brincar é a comunicação e a expressão, associando pensamento e ação. É o ato intuitivo voluntário e espontâneo, uma atividade.
 
O Referencial Curricular para Educação Infantil diz que brincar é uma linguagem infantil que conserva o vínculo com aquilo que é ou não brincar. A brincadeira ocorre no plano da imaginação, quando a criança tem domínio da linguagem simbólica, ou seja, tem consciência da diferença entre brincadeira e realidade imediata. Na brincadeira a criança se apropria da realidade imediata e lhe dá novos significados. A brincadeira é, portanto a imitação da realidade transformada no plano das emoções. Ao brincar as crianças assumem outro papel e assumem características do papel assumido. A brincadeira favorece a autoestima, contribui para interiorização de determinados modelos de adultos. Através da brincadeira é possível ao professor observar as fases de desenvolvimentos da linguagem, do social, do afetivo e do emocional, podendo fazer intervenções baseadas na observação.
1.3.1. A IMPORTÂNCIA AO BRINCAR
As crianças sempre brincaram ao longo da história e em todas as culturas. A brincadeira ajuda a criança no seu desenvolvimento físico, mental, emocional e social. Tizuko Morchida Kishimoto (2001:18) diz: 
“... o brinquedo supõe uma relação íntima com a criança e uma indeterminação quanto ao uso, ou seja, a ausência de um sistema de regras que organizam sua utilização.”
O brinquedo estimula a representação da realidade. Representar é corresponder a alguma coisa e permitir sua evocação mesmo na sua ausência. O brinquedo coloca a criança na presença de produções: tudo que existe no cotidiano, a natureza e as construções humanas. É dar a crianças um substituto dos objetos reais, para que possa manipulá-los. 
As brincadeiras podem também incorporar um imaginário preexistente como os desenhos animados, seriados televisivos, ficção científica, mundo encantado dos contos de fadas, estórias de piratas, índios e bandidos. 
É preciso deixar que a emoção faça parte da vida da criança. A criança que não consegue brincar terá dificuldade para amar, pois brincar é a aceitação do intenso, é a aceitação do momento, é a aceitação do outro. 
As escolas devem deixar seus alunos brincarem e buscar junto aos pais, auxílio para que estes brinquem com seus filhos. Toda criança gosta de brincar com os pais, com a professora, com os avós ou com os irmãos. Brincar junto reforça os laços afetivos. É a manifestação do amor do adulto pela criança.
Por meio da brincadeira, explicitam as relações contraditórias que presenciam e a que são submetidas, mostrando com isso seu esforço para compreender o mundo, mostrando suas ideias e hipóteses sobre aquilo que buscam desvendar. O conhecimento não se faz por cópia da realidade, mas sim, pelo intenso trabalho de criação, significação e ressignificação.
Compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das crianças é o grande desafio do profissional da Educação Infantil. 
Brincar é algo essencial para a vida das crianças para o seu desenvolvimento e para a sua aprendizagem. Proporcionam oportunidades para a iniciativa, participação, atividades e socialização nos processos educativos.
A criança possui uma imaginação aguçada capaz e transformar seus bonecos em super-heróis, vencerem o mal e, desta forma, resolver seus conflitos. Possuem um pensamento mágico que os tornam fortes, lhes dão sentimentos de poder que contribuem para a diminuição da sensação da fraqueza diante do adulto. Assim atribuem vida aos objetos e brinquedos e depositam neles seus próprios sentimentos. É o ursinho de pelúcia quem está com raiva porque a mamãe brigou com ele ou o soldadinho que está triste porque o papai dele foi trabalhar e não levou, enfim, a criança brinca com os bonecos e bichos de pelúcia como se fossem pessoas de verdade. Desta forma ela se liberta da culpa, dos sentimentos negativos ao expressá-los através dos brinquedos e objetos.
Estas fantasias têm a função de equilibrar o emocional da criança, permitindo a dissipação da angústia e o aplacamento da ansiedade, funcionam também como um mecanismo de autodefesa e autoafirmação. 
Através do faz-de-conta a criança também aprende a entender o ponto de vista de outra pessoa, desenvolve habilidades na solução de problemas sociais e torna mais criativa acelerando se desenvolvimento intelectual. Esta é, portanto, uma etapa fundamental do desenvolvimento infantil, pois é através dela que a criança tenta elaborar seus conflitos e organizar simbolicamente o mundo real.
1.3.2. CRIANÇA DE ZERO A DOIS ANOS - O CORPO, PRIMEIRO BRINQUEDO
Antes de nascer a criança já descobre como é bom brincar. E começa já na barriga da mãe, chupando o próprio dedo, mexendo os pezinhos, chutando. Nos dois primeiros anos de vida, a descoberta do próprio corpo é fonte de prazer. Nessa fase em que a criança quer experimentar o mundo, colocar tudo na boca, tocar, cheirar, apertar, jogar, é precisoter um cuidado especial com brinquedos ofertados, que não podem ser muito frágeis nem ter pontas, peças pequenas, tintas tóxicas.
A mãe tem um papel fundamental no processo de desenvolvimento da criança. Piaget diz que o desenvolvimento cognitivo é a primeira etapa evolutiva correspondendo aos primeiros dois anos de vida, ou seja, sensório motor. É através do envolvimento da criança com pessoas e objetos em determinadas situações que surgem o que pode ser identificado como brinquedo e brincadeira. Através da integração da criança com os mesmos é que ela vai construindo o seu conhecimento e promovendo suas habilidades. Estudiosos, seguidores de Piaget afirmam que esta é uma fase em que o relacionamento com os demais e, sobretudo com a mãe, é essencial para o desenvolvimento sócio afetivo da criança. Erikson Apud (2002:62) coloca que:
 
“A etapa inicial é identificada pelo desenvolvimento do sentido da confiança básica, cujo processo depende principalmente da vinculação afetiva, estável e regular, entre a mãe e o filho pequeno. Aquela tem como principais responsabilidades às de atendê-lo em suas necessidades básicas e de lhe proporcionar carinho mediante brincadeiras e manifestação de afeto”.
Nessa fase, o desenvolvimento da linguagem também ocorre de forma mais acentuada, enriquecida com experiências derivadas da comunicação entre a criança e os demais, especialmente com emprego dos recursos lúdicos. Bouton (1976), concebe a esta fase a existência de dois períodos importantes no processo evolutivo da comunicação verbal: a pré-linguagem no 1º ano de vida e o da primeira linguagem que evolui durante o 2º ano. Caracterizam-se por sucessivos progressos no repertório fonético, porém, ainda sem conexão mas, que evoluem progressivamente, partindo inicialmente de sons isolados seguidos por vocalizações, balbucios e lalações para finalmente chegar à expressão das palavras ou gestos com certa significação. Os ganhos em ambos os períodos são resultantes dos exercícios de brincadeiras efetuadas tanto pela própria criança quanto pela participação de adultos, especialmente da mãe no “falar-lhe” e no brincar com o bebê. (Bruner, 1995).
1.3.3. CRIANÇAS DE DOIS A QUATRO ANOS - FANTASIAS AJUDAM A COMPREENDER A REALIDADE.
 
Nesse período as crianças ainda vivem imersas em um mundo muito particular, em um faz-de-conta solitário onde vivem vários papéis sociais como, por exemplo, o da mãe, o do pai, o do irmão exercitando-se desta forma para brincar com outras crianças, aprendendo a ceder e a compartilhar iniciando assim as brincadeiras simbólicas coletiva onde as regras sociais surgem e começam a ser internalizada. 
No faz-de-conta coletivo, que se inicia aproximadamente aos dois anos e meio, ainda não há a colaboração ou a competição manifesta, o que surgirá mais tarde nos jogos e regras, porém, já está presente a necessidade de respeitar, mesmo que parcialmente o outro, para poder ser aceita no grupo. As brincadeiras em conjunto é a melhor experiência de socialização já que para fazer parte do grupo é preciso aprender a controlar os próprios impulsos de hostilidade e desagregação, já que tais impulsos são reconhecidos pelas outras crianças que poderão vir a excluir ou menosprezar aqueles que não se integram bem.
Ao aprender a lidar com possíveis frustrações dos seus desejos não realizados de ter que aguardar a vez, comandar sempre a brincadeira de forma que gostaria a criança quebra a sua rigidez inicial e passa a jogar levando em conta diferentes perspectivas. É levada pelo grupo a ceder, a improvisar, a ter jogo de cintura e usar a imaginação e a intuição em equipe. Ao brincar aprende que não basta ter uma ideia divertida, é preciso mostrá-la em prática, argumentar, convencer o grupo de que vale a pena.
A força do grupo no brincar começa através de contatos breves e intermitentes e aos poucos leva a criança à abertura e socialização, ajudando-a a se liberar da dependência exagerada da mãe e a construir sua autonomia. O grupo propõe, estimula, desafia, negocia, decide. Acolhe e rejeita num contínuo movimento de progressivos ajustamentos recíprocos.
1.3.4. CRIANÇAS DE QUATRO A SEIS ANOS - SIGNIFICATIVAS MUDANÇAS NAS ÁREAS DE DESENVOLVIMENTO MOTOR INTELECTUAL, EMOCIONAL, AFETIVO E SOCIAL.
 
A criança se comunica usando frases completas para dizer o que deseja e sente, dar opiniões, escolhe o que quer. É muito criativa, gosta de inventar histórias. A brincadeira de faz-de-conta ajuda a desenvolver o pensamento da criança, que agora se apoia nas ideias e palavras. Ela é capaz de imaginar além do que está vendo. A família deve convidar a criança a contar suas histórias.
A criança nesta idade tem mais domínio sobre suas ações e movimentos, permanece mais tempo brincando em atitudes que exigem atenção como: encaixe de pequenas peças, recorte, colagem, desenho. Já sabe segurar lápis, gravetos, desenha formas que parecem o sol, bonecos e casas. Por meio do desenho ela expressa o que vê e o que sente. Desenhar ajuda a criança a, mais tarde, aprender ler e a escrever.
O pensamento e a linguagem da criança estão se tornando mais complexos, a criança se expressa com mais clareza. Sua habilidade de ouvir e sua atenção aumentaram.
Entre quatro e seis anos, a criança gosta de falar e conversar, brincar de faz-de-conta, desenhar, agradar e brincar com adultos de ser amada e apreciada por eles. A criança mostra que já tem opinião e vontade, diz o que quer e o que não quer fazer, sabe fazer escolhas. Gosta de inventar histórias, situações e personagens. É importante entender que, quando uma criança inventa história, ela não está mentindo, está brincando de faz-de-conta.
Nos ritos contidos nas brincadeiras infantis a criança é introduzida de forma viva e significativa ao mundo das regras sociais e morais, que contém a seriedade e o compromisso do respeito a um contrato estabelecido.
O brincar nos primeiros anos de vida, é uma situação altamente significativa para a formação da personalidade da criança, favorecendo a sua sociabilidade e criatividade, ajudando-a inclusive a identificar, controlar e canalizar impulsos provenientes de fantasias agressivas para atividades mais adaptadas.
Nesse processo, a organização da motricidade de representar a realidade, se entrelaça num movimento dinâmico que forma e reflete sua estruturação mental. O brincar da criança combina corpo e símbolo numa inspeção gradual e progressiva que contém regras sociais e morais que ajudam a manter-se ao outro e a liberdade.
CAPÍTULO II - BRINCADEIRAS E OS JOGOS NA ESCOLA
É importante utilizar os jogos e brincadeiras na sala de aula, pois quando se faz isso se cria a possibilidade de a criança aprender fazendo aquilo que ela mais gosta de fazer, ou seja, brincar ou jogar. Dessa forma, aprender se torna mais prazeroso para a criança, e por meio de jogos e brincadeiras as crianças aprendem regras, aprendem a se relacionar melhor com os colegas da classe, desenvolvem-se cognitivamente e afetivamente.
Além de ser um momento divertido para as crianças, é um momento de muito aprendizado também, por isso o jogo deve ser planejado de acordo com a faixa etária das crianças e também tem que se pensar na aprendizagem que será proporcionada à criança com determinado jogo.
A importância da brinquedoteca nas instituições de Educação Infantil ressalta o direito que a criança tem de brincar e se desenvolver como cidadã de forma saudável, sendo que é por meio das brincadeiras que elas desenvolvem a cognição, interação, a autonomia e assumem papéis sociais. O ambiente foi criado, “[...] para estimular a criança a brincar, possibilitando o acesso a uma grande variedade de brinquedos, dentro de um ambiente especialmente lúdico”. (CUNHA, 2010, p. 36). Ou seja, a intenção foi organizar um espaço acolhedor, que despertasse na criança o interesse pela brincadeira, pelo faz de conta, oportunizando a elas novas vivências e interações.2.1. BRINCADEIRAS E JOGOS NA SALA DE AULA
A criança esforça-se continuamente para entender o mundo e a brincadeira faz parte deste entendimento que a crianças tem do mundo. 
Quando uma criança imita as atitudes dos pais com seus brinquedos, na verdade esta tentando identificar seus atos, tentando entende-los.
Segundo Vygotsky (1991), “durante a pré-escola ou em idade escolar, as habilidades conceituais da criança são ampliadas a partir do brinquedo, do jogo, e, portanto, do uso da imaginação”. Segundo ele, “ao brincar, a criança está sempre acima da própria idade, acima de seu comportamento diário, maior do que é na realidade. Assim sendo, quando a criança imita os mais velhos em suas atividades culturalmente e/ou socialmente padronizadas, ela gera oportunidades para o seu próprio desenvolvimento intellectual”.
Em sala de aula, cabe ao professor definer o objetivo de determindo jogo, conforme um plano de aula vinculado a um projeto pedagógico da escolar.
Independente dos modos de mediação, o professor deve saber planejar, organizar o ambiente e os materiais e ter consciência da funcionalidade motivadora do lúdico e sua contribuição no desenvolvimento de seus alunos, ou seja, deve utilizá-lo como fim pedagógico.
Rizzo (1996), cita alguns procedimentos que auxiliam ao educador na realização de jogos:
incentivar a ação do aluno;
apoiar as tentativas do aluno, mesmo que os resultados, no momento, não pareçam bons;
incentivar a decisão em grupo no estabelecimento das regras;
apoiar os critérios escolhidos e aceitos pelo grupo para decisões, evitando interferir ou introduzir a escolha destes critérios;
limitar-se a perguntar, frente ao erro ou acerto, se concordam com os resultados ou se alguém pensa diferente e porquê, evitando apontar ou corrigir o erro;
estimular a comparação, termo a termo, entre grandezas lineares;
estimular a tomada de decisões que envolvam sempre que possível avaliação de grandeza;
estimular a discussão de ideias entre os jogadores e a criação de argumentos para defesa de seus pontos de vista;
estimular a criação de estratégias eficientes, discutindo os possíveis resultados;
estimular a antecipação dos resultados, no encaminhamento que se quer dar a partida;
incentivar a criação e uso de sistemas próprios de operar (ação mental).
Através das brincadeiras, há também uma maior aproximação não apenas entre os alunos, mas também com o professor, já que o aluno passa a ver o professor como uma pessoa mais próxima, uma vez que esse adulto esta fazendo parte do seu mundo no momento da brincadeira.
2.2. BRINQUEDOTECA
A brinquedoteca é um espaço que tem por objetivo estimular a criança a brincar, oferecendo-lhe um acervo de brinquedos e brincadeiras de diversos tipos através de pessoal treinado para esse atendimento. Cunha (1994:40) define-a como:
 “... um espaço criado para e estimular a criança a brincar, possibilitar o acesso a uma grande variedade de brinquedos dentro de um ambiente especialmente lúdico. É um lugar onde tudo convida a explorar, a sentir, a experimentar”. 
Os primeiros espaços surgiram nos Estados Unidos, por volta de 1934, na cidade de Los Angeles. O dono da uma loja de brinquedos queixou-se ao diretor da escola municipal de que crianças estavam roubando brinquedos de seu estabelecimento. O diretor chegou à conclusão que isto estava acontecendo porque as crianças não tinham jogos ou outras opções recreativas. Iniciou-se então um serviço de empréstimo de brinquedos, com recurso comunitário. Esse serviço existe até hoje, e é chamado de Los Angeles Toy Loan. Mas foi na Suécia, em 1963, que a ideia de emprestar brinquedos desenvolveu-se mais enfaticamente se expandiu, quando duas professoras, mães de crianças excepcionais, fundaram a primeira ludoteca, em Estocolmo. O objetivo era emprestar brinquedos e dar orientação às famílias de excepcionais sobre como poderiam brincar com seus filhos para melhor estimulá-los.
No Brasil, uma das primeiras experiências com brinquedoteca ocorreu em 1973, quando um setor da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais implantou uma ludoteca, em São Paulo. Os brinquedos eram utilizados nos moldes de uma biblioteca circulante.
Uma brinquedoteca pode ter vários objetivos, entre os quais: estimular o desenvolvimento integral das crianças, valorizar o brincar e as atividades lúdicas, possibilitar à criança o acesso a vários tipos de brinquedos e de brincadeiras, enriqueceras relações familiares, através da participação dos adultos nas atividades infantis emprestar brinquedos, desenvolver hábitos de responsabilidade e cooperação entre as crianças e entre crianças e adultos. 
Existem, no Brasil e no mundo inteiro, brinquedotecas que possuem um ou vários destes objetivos ou ainda com preocupações específicas, dependendo do contexto onde foram criadas. 
Assim, encontramos brinquedotecas: em hospitais, destinadas a amenizar o sofrimento das crianças internadas, terapêuticas, que auxiliam no trabalho com crianças portadoras de deficiências, anexas a Universidades, onde se realizam pesquisas sobre o desenvolvimento infantil e onde são testados novos brinquedos e brincadeiras comunitárias, também onde as relações de vizinhança são estimuladas, principalmente em clínicas psicológicas, quando colaboram no tratamento de crianças com dificuldades de comportamento. As “sucatecas” compostas por materiais de sucata se utilizam de brinquedos confeccionados com materiais em desuso. O que não se pode esquecer é que qualquer que seja o tipo, o acervo, os objetivos específicos da brinquedoteca, é que nela a criança tem a oportunidade de entender muita coisa através do brincar.
2.3. JOGOS
O termo jogo vem do latim “Jocu”, que significa gracejo. Expressa em seu sentido etimológico, brincadeira, passatempo sujeito a regras, que devem ser observadas quando se joga, significa também balanço, oscilação, astúcia, ardil, manobra.
O desenvolvimento infantil vive um processo acelerado de mudanças. A criança desenvolve potencialidades precocemente em relação ás teorias existentes, o estímulo que a criança possui atualmente é diferente do oferecido às crianças de vinte anos atrás. A mudança de comportamento do adulto em relação à criança gera atitudes diferentes. As crianças, hoje, são mais inteligentes. Famílias menos numerosas, pais que trabalham fora, crianças que frequentam escolas de educação infantil esse tipo de mudança de comportamento acaba por dar as crianças estímulos diferentes daqueles que eram oferecidos as crianças em casa com os irmãos e que só saiam para a escola com sete anos de idade. E, portanto, com esta criança que o educador tem que saber lidar, procurando atendê-la dentro do contexto educacional atual levando em conta o desenvolvimento em conjunto ideal: afetivo, cognitivo e corporal.
Os educadores muitas vezes se perdem a não conseguem atrair a atenção ou motivar seu aluno, mas, se o educando mudou o educador também precisa mudar. Os métodos de ensino tradicionais estão cada vez menos atraentes para a criança. É muito mais fácil e eficiente aprender por meio dos jogos e isso é válido para todas as idades. O jogo possui componentes do cotidiano e o envolvimento desperta o interesse tornando a criança sujeito ativo do processo. 
Os jogos são geralmente efetuados em grupo, e devem atender as necessidades sociais de inter-relação, de respeito às regras, competição, cooperação; emocionais: autocontrole, de desenvolvimento da capacidade criadora, de autoconceito, autoestima e valorização pelo desenvolvimento da capacidade de realização.
Através dos jogos a criança consegue ter acesso a realidade social, compreender como as regras são necessárias e como elas são construídas. Por outro lado, exatamente por este entendimento de social que vai sendo construído, ela tem no jogo de regras um momento próprio de elaboração das suas próprias regras.
Compreender, aceitar, submeter seus desejos e impulsos, conviver comfrustrações, controlar sua agressividade, perceber e considerar o outro é uma carga muito pesada para a criança. Essa oportunidade de discutir, de expressar suas necessidades tem também um papel de distinção, de folga e de alívio da realidade social e cultural a qual ela está submetida.
Segundo Jean Piaget, “o jogo é uma forma de atividade particular poderosa para estimular a vida social e a atividade construtiva da criança, e descreve quatro estruturas básicas de jogos infantis que vão se sucedendo e se sobrepondo na ordem a seguir”:
Jogo de exercício: Jogo sensorial: visual, auditivo tátil, olfativo, gustativo, motor e de manipulação.
 
Jogo simbólico dramático: Faz de conta, de papéis, de representação.
Jogo de construção: De montagem, de peças; de montagem mecânica, eletromecânica, elétrica, científica, artística; blocos, de encaixe.
Jogo de regras: jogos de reflexão, esportivo, estratégia, questões de perguntas e respostas, vocabulário complexo, análise matemática, montagem, quebra-cabeça, representação de cenas complexas.
CAPÍTULO III - INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
A Teoria das Inteligências Múltiplas criada por Howard Gardner, psicólogo americano e professor da Universidade de Harvard, trouxe uma conotação diferente à palavra inteligência, deixando de ser apenas a capacidade de respostas aos testes de quociente intelectual (QI), que requer muito das capacidades lógico-matemáticas e linguísticas, rejeitando uma variedade de outras capacidades que o indivíduo possui. 
Essa nova tendência educacional demonstra a importância da escola se atentar para o fato de que as pessoas são diferentes e que estas diferenças também precisam ser respeitadas no processo de aprendizagem, considerando que não existe um conjunto específico de estratégias que funcionem bem para todos os alunos, em todos os momentos.
Levando em consideração a variabilidade dos alunos, existe a necessidade dos professores usarem uma ampla variedade de estratégias de ensino, desta maneira, a medida em que o professor mudar a inteligência enfatizada, de apresentação para apresentação, sempre haverá momentos em que o aluno terá sua(s) inteligência(s) mais desenvolvida(s) que outras.
3.1. A TEORIA DA INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
A Teoria das inteligências Múltiplas, de Howard Gardner (1985) é uma alternativa para o conceito de inteligência como uma capacidade inata, geral e única, que permite aos indivíduos uma performance, maior ou mais ou menos, em qualquer área de atuação. 
Gardner acredita que nossas ações envolvem atividades simultâneas, ainda que com intensidade diversificada, de pelo menos sete inteligências diferentes. Desta maneira há necessidade de se repensar o atual sistema de educação, que na opinião de Gardner deveria ter como objetivo o desenvolvimento das inteligências, ajudando as pessoas a atingirem objetivos de ocupação e passatempo adequados ao seu espectro particular de inteligências
Em sua teoria sobre as Inteligências Múltiplas, Gardner identificou sete tipos de inteligências:
Inteligência Linguística: sensibilidade para o significado e ordem das palavras. Exemplos: oradores, escritores, poetas.
Inteligência Lógico-Matemática: habilidade em sistemas matemáticos, em noções de quantidade. Presença muito forte em matemáticos, engenheiros, bancários, contadores entre outros.
Inteligência Musical: habilidade para entender, apreciar e criar músicas. Músicos, compositores e dançarinos são exemplos dessa inteligência.
Inteligência Espacial: habilidade para pensar em figuras, para perceber o mundo visual mais exatamente e recriá-lo ou alterá-lo na mente ou no papel. Esta inteligência é altamente desenvolvida em artistas, arquitetos, desenhistas e escultores.
Inteligência Físico-Sinestésica: habilidade em utilizar o corpo como um modo de experimentar, praticar, se expressar ou para aproximar-se de seus objetivos. Mímicos, dançarinos, jogadores, educadores físicos e atores são algumas das pessoas que demonstram esse tipo de inteligência.
Inteligência Interpessoal: habilidade de perceber e entender os outros indivíduos, seu humor, desejos e motivações. Políticos e líderes religiosos, pais, professores experientes e terapeutas se utilizam desta inteligência. 
Inteligência Intrapessoal: conhecimento de suas próprias emoções. Alguns romancistas e consultores usam esta experiência para guiar os outros.
Após esse primeiro momento continuando seus estudos em seu processo de revisão da Teoria das Inteligências Múltiplas, o autor viu a necessidade de acrescentar à lista das sete inteligências originais à:
1. 	Inteligência Pictográfica: observada em pessoas que conseguem se expressar pela pintura, desenho, escultura ou imagens gráficas.
2.	Inteligência Naturalista: competência do homem de entender o mundo e a natureza, perceber e compreender a sua mortalidade, a vida como um todo e as diferenças entre os diversos tipos de vida existentes no planeta.
3. 	Inteligência Existencial: fazer perguntas básicas sobre a vida, a morte e o universo. Capacidade da pessoa em situar-se ao alcance da compreensão integral do cosmos, do infinito, assim como a capacidade de dispor de referências as características existenciais da condição humana, compreendendo de maneira integral o significado da existência, portanto, da vida e da morte, o destino do mundo físico e psicológico e a relação do amor por um outro, pela arte ou por uma causa.
 Porém, o mesmo não ocorre com a Inteligência Existencial ou Espiritual, embora o autor se sinta interessado, ele conclui que “o fenômeno é suficientemente desconcertante e a distância das outras inteligências suficientemente grande para ditar prudência, pelo menos por hora”, conclui o autor da Teoria, em seu livro intitulado “Inteligência: um conceito reformulado” (2001).
Gardner (2001) ainda explica que as inteligências não são objetos que podem ser contados, e sim, potenciais que poderão ser ou não ativados, dependendo dos valores de uma cultura específica, das oportunidades disponíveis nessa cultura e das decisões pessoais tomadas por indivíduos e/ou suas famílias, seus professores e outros.
3.2. O JOGO E O DESENVOLVIMENTO DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
Toda criança é igual a outra em alguns aspectos, e única em outros. Irá se desenvolver ao longo da vida como um resultado complexo de evolução biológica, histórico-cultural e individual de uma personalidade que passa por estágios desde bebê até a vida adulta. Essas crianças se adaptam em suas culturas complexas que refletem a diversidade e a riqueza da humanidade e possuem a habilidade de se recuperar de situações difíceis adaptando-se aos meios e aos desafios da vida. Porém, para essa recuperação o ambiente e a educação são essenciais. Um ambiente afetuoso e uma educação rica em estímulos ajudam a superar muitas privações atenuando os afeitos de consequências emocionais. Celso Antunes (1998:17) cita que:
“O jogo e seu sentido integral é o mais eficiente meio estimulador das inteligências. O espaço do jogo permite que a criança (e até mesmo o adulto) realize tudo quanto deseja. Quando entretido em um jogo, o indivíduo é quem quer ser, ordena o que quer ordenar, decide sem restrições. Graças a ele, pode obter satisfação simbólica do desejo de ser grande, do anseio por ser livre. Socialmente, o jogo impõe controle dos impulsos, a aceitação das regras mais sem que se aliene a elas, postas que são as mesmas estabelecidas pelos que jogam e não impostas por qualquer estrutura alienante. Brincando com a sua espacialidade, a criança se desenvolve na sua fantasia e constrói um atalho entre o mundo consciente, onde desejaria viver, e o mundo real, onde precisa conviver”.
A falta de estímulos compromete o desenvolvimento cerebral da criança, porém, é necessário também dosar esses estímulos, que em excesso possuem o mesmo sentido que a alimentação acima da medida necessária.
As inteligências em um ser humano sãoadquiridas aos poucos como que dosadas por inúmeros estímulos. Praticamente todos os seres humanos possuem essas inteligências, porém, a história genética de cada um pode fazer com que o efeito dos estímulos seja maior ou menor produzindo um efeito mais imediato ou mais lento. O estímulo quando usado adequadamente conduzem a aprendizagens significativas.
Celso Antunes, em seus estudos, coloca os educadores da educação infantil algumas habilidades que a criança poderá desenvolver de acordo com a proposta pedagógica de cada escola que são: observar, conhecer, comparar, localizar no tempo, separar/reunir, medir, relatar, combinar, conferir, localizar no espaço, classificar, criticar.
Da mesma forma, relaciona as inteligências e suas linhas de estimulação:
 Linguísticas: vocabulário, fluência verbal, gramática, alfabetização, memória verbal.
 Lógico-Matemático: conceituação, sistema de numeração, operação e conjunto, instrumentos de medida, pensamento lógico.
 Espacial: lateralidade, orientação espacial, orientação temporal, criatividade, alfabetização cartográfica.
 Musical: percepção auditiva, discriminação de ruídos, compreensão de sons, discriminação de sons, estrutura rítmica.
 Cinestésica: motricidade e coordenação manual, coordenação visomotora e tátil, percepção de formas, percepção de pesos e tamanhos paladar e audição.
Naturalista: curiosidade, exploração, descoberta, interação aventuras.
 Pictórica: reconhecimento de objetos, reconhecimento de cores, reconhecimento de formas e também, percepção de fundo, percepção viso-motor.
 Pessoal (interpessoal e intrapessoal): percepção corporal, autoconhecimento e relacionamento social, administração das emoções, ética e empatia, automotivação e comunicação interpessoal.
É interessante ao professor observar a criança e anotar seus progressos conservando uma ficha simples para cada inteligência e ir anotando os resultados para compreender melhor a criança.
Importa saber também que, o jogo só tem validade se usado na hora certa e essa hora é determinada pelo seu caráter desafiador, pelo interesse do aluno e pelo objetivo proposto. Jamais deve ser introduzido antes que o aluno revele maturidade para superar seu desafio e nunca quando aluno revele cansaço pela atividade ou tédio por seus resultados.
3.3. CONTRIBUIÇÕES DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS PARA A EDUCAÇÃO
A teoria das Inteligências Múltiplas defende uma mudança fundamental na maneira pelo qual as escolas estão estruturadas. 
Ela transmite aos educadores a mensagem de que os alunos que chegam à escola no início de cada dia têm o direito de viver experiências que ativem e desenvolvam todas as suas inteligências (ARMSTRONG, 2001).
GARDNER (1995), ao defender a necessidade de repensar os objetivos e métodos educacionais, negando a linha uniforme de educação e propondo a instrução centrada no indivíduo, o faz baseando-se em duas proposições separadas, mas que se relacionam. 
Primeiramente, por já estar bastante estabelecido que as mentes são muito diferentes uma das outras, a educação deveria ser modelada para responder a estas diferenças, garantindo que cada pessoa recebesse uma educação que maximizasse seu potencial intelectual. 
Após, apesar de algum dia ter sido possível que um indivíduo dedicado pudesse dominar todo o conhecimento existente no mundo, ou parte significativa deste conhecimento, atualmente esta possibilidade é impraticável (GARDNER, 1995).
Nenhum indivíduo pode dominar completamente nem mesmo um único corpo de conhecimento, quanto mais toda a série de disciplinas e competências.
Sabendo a priori que cada indivíduo possui seu espectro particular de inteligências, Gardner propõe que as escolas considerem as pessoas por inteiras e valorize outras formas de demonstração de competências. 
Segundo Gardner, a escola tem que estar centrada no indivíduo, desta maneira avaliaria as capacidades e tendências individuais, assim, ao se manifestarem de maneiras diferentes em níveis desenvolvimentais também diferentes, as inteligências têm que ser avaliadas e estimuladas de maneira adequada. 
Nos anos iniciais e fundamental, a instrução deve enfatizar a oportunidade, pois são nesses anos que as crianças podem descobrir alguma coisa sobre seus interesses e capacidades peculiares, baseando sempre na estimulação, sendo certo que a avaliação das inteligências desempenha um papel fundamental para o programa pedagógico baseado na teoria de Gardner, de maneira que permite sugerir rotas alternativas para a futura aprendizagem.
CAPÍTULO IV – PESQUISA DE CAMPO
Com o objetivo de verificar o quanto de conhecimento e compreensão o professor da Educação Infantil possui a respeito das brincadeiras e dos jogos, como são aplicadas e quais os tipos de atividades são desenvolvidas, foi elaborado um questionário com dez questões e distribuídos para dez professores da Escola SESC LER no período de realização do estágio de 25 de abril a 07 de junho de 2016. As questões foram:
Você vê diferença entre brincadeiras e jogos? Por que?
Qual o conceito que você possui sobre brincadeiras e jogos?
Na Educação Infantil, que importância você atribui às brincadeiras e jogos? Justifique sua resposta.
De que forma você trabalha as brincadeiras e jogos e quais são as atividades desenvolvidas em sua sala de aula? 
Qual o tempo destinado a cada um na rotina de sua turma?
Como os alunos se comportam diante dessas atividades?
Você acredita que as brincadeiras e jogos possibilitam maior desenvolvimento dos alunos? Por que?
O que a escola possibilita para auxiliar os trabalhos nessas áreas?
Que dificuldades você encontra na utilização das brincadeiras e jogos na escola?
Quais os aspectos positivos na utilização dessas estratégias?
Foram devolvidos dez questionário, os quais para melhor análise seguem abaixo, sob forma de índices, para melhor compreensão dos pensamentos dos professores em relação as brincadeiras e aos jogos.
Questão número 01 (Você vê diferença entre brincadeiras e jogos? Por que?):
10% - Negaram que haja diferença entre brincadeiras e jogos. Pois ambos tem regras e o mesmo objetivo que é o desenvolvimento da criança.
6% - Afirmaram que há diferença entre brincadeiras e jogos, porém não souberam defini-la.
84% - Afirmaram que há diferença entre brincadeiras e jogos, justificando da seguinte forma.
Tendo como base a justificativa da maioria dos professores, podemos observar o seguinte índice:
Jogos:
29% - Veem os jogos apenas como uma forma de competição onde se resulta em ganhar e perder.
71% - Consideram os jogos como um instrumento pedagógico que auxiliam no aprendizado da criança, no desenvolvimento do raciocínio, na interação com outras crianças, na aceitação de regras. Acreditam que no trabalho com os jogos a criança aprende a aceitar, ceder, argumentar e a criar estratégias para a solução de problemas.
Brincadeiras: 
23% - Acreditam que as brincadeiras são apenas diversão.
77% - Consideram as brincadeiras como sendo uma forma de socialização e diversão, onde a criança traz a sua realidade e a mostra, onde pode criar suas próprias regras, onde não existe competitividade, ganhadores ou perdedores, onde a criança tem a liberdade de escolher a forma mais agradável de brincar.
Questão número 02 (Qual o conceito que você possui sobre brincadeiras e jogos?):
 6% - Não souberam conceituar brincadeiras e jogos.
55% - Avaliam que brincadeiras e jogos se completam pois, ambos contribuem com resultados positivos para o desenvolvimento integral da criança da Educação Infantil, estimulando a socialização através da interação com outras crianças, desenvolvendo a coordenação motora e psicomotora, proporcionando desafios que estimulam a criança a buscar soluções o que resulta no aprendizado.
39% - Atribuem conceitos a brincadeiras e jogos da seguinte forma:
Jogos: 
Estimulao intelecto e o raciocínio lógico, é um exercício recreativo, uma forma esportiva de diversão, onde existe competição e aprendizado, é direcionada, com regras objetivos e metas.
Brincadeiras: 
Uma forma de diversão sem competição que traz aprendizado, que podem ser direcionadas ou não. Desenvolve a motricidade, é voltada para o estímulo da coordenação corporal, fundamental para a construção do pensamento e do conhecimento. 
Questão número 03 (Na Educação Infantil, que importância você atribui as brincadeiras e jogos? Justifique sua resposta.):
3% - Não souberam responder.
97% - Concordam que tanto as brincadeiras quanto os jogos são de fundamental importância para a Educação Infantil pois, tornam a escola e o aprendizado mais atraentes e prazerosos, tornando-se um misto de aprendizagem mútua, fantasia, interesse por competição e alegria. Essas atividades desenvolvem a percepção a imaginação, a iniciativa, o respeito. Envolvem num processo de interação, de integração no espaço social que a cerca. Auxiliam no processo de desenvolvimento físico e psicológico que podem ser usados pelo professor como instrumentos pedagógicos nesta fase, pois, a criança se mostra verdadeiramente se deixando conhecer. 
Questão número 04 (De que forma você trabalha as brincadeiras e jogos e quais são as atividades desenvolvidas em sua sala de aula?):
De que forma você trabalha as brincadeiras e os jogos?
16% - Não souberam responder.
84% - Responderam que trabalham de formas variadas: em sala, no pátio, de forma coletiva ou individual, livre ou dirigida visando também o nível de interesse e de desenvolvimento de cada aluno.com o objetivo de fixar conteúdos trabalhados em sala, desenvolver aspectos afetivos, coordenação, percepção e social.
Quais as atividades desenvolvidas em sala de aula?
32% - Não souberam responder.
68% - Citaram que desenvolvem atividades variadas como: bingo de letras ou de números, conversas, competição de leitura, adivinhas, imitação, montagem, roda, alfabeto móvel, cruzadinhas, caça-palavras, elefante colorido, vivo ou morto, passa anel, cobra cega, jogos com bola, dança da cadeira brincadeiras com música e gestos, pega-pega, quebra-cabeça, dominó, teatro, crachás, jogo da memória, baralho, sucatas, pula-corda, material de encaixe, brincadeiras ao ar livre e outras de opção dos próprios alunos. 
Questão número 05 (Qual o tempo destinado a cada um na rotina de sua turma?):
13% - Trabalham as brincadeiras e os jogos de uma a três vezes por semana.
35% - Destinam às brincadeiras e jogos, um tempo diário, que varia de cinco minutos a duas horas diárias.
52% - Utilizam o tempo necessário para o desenvolvimento de cada atividade, levando em consideração a expectativa, o interesse e o desenvolvimento dos alunos em relação às atividades. Destacam também que na Educação infantil a maioria dos conteúdos estão sempre relacionados com os jogos e as brincadeiras.
Questão número 06 (Como os alunos se comportam diante dessas atividades?):
100% - Descrevem um comportamento diferenciado das crianças quando se trata de atividades que envolvam brincadeiras e jogos. Elas torna mais participativas e motivadas. Mesmo as mais tímidas que participam com menos euforia, mostram um considerável desempenho no que é proposto. Algumas demonstram certa resistência ás regras mas sem deixar de participar.
Questão número 07 (Você acredita que as brincadeiras e jogos possibilitam maior desenvolvimento dos alunos? Por que?):
100% - Afirmam que as brincadeiras e os jogos possibilitam um melhor desenvolvimento do aluno porque é algo que faz parte do cotidiano e da infância da criança e que aprender brincando é mais divertido. Como conteúdo passa a ser oferecido de forma prazerosa e absorvido de forma natural, concluem que: estimulam a participação, fixam melhor o conteúdo, proporcionam melhor entendimento e o desenvolvimento da turma, ajudam a criança a se conhecer melhor e, aos poucos ir desenvolvendo suas potencialidades. Tornam-se mais criativos, socializados e desinibidos. 
Questão número 08 (O que a escola possibilita para auxiliar os trabalhos nessas áreas?):
10% - Não responderam.
10% - Afirmam que a escola não possibilita condições adequadas para que o professor realize um bom trabalho quando se trada de brincadeiras e jogos.
6% Responderam que a escola deixa a critério do professor o trabalho com estas atividades.
48% - Dizem que a escola dispõe de poucos recursos, oferecendo apenas o espaço físico e alguns materiais como: sucatas.
26% - Declaram receber da escola a ajuda necessária para realização de um bom trabalho no que se refere às brincadeiras e jogos. Dispõe de material didático/lúdico, espaço físico adequado e brinquedos. Possuem liberdade na execução das atividades e uma equipe de profissionais que buscam sempre novas propostas de práticas que visam o aprender brincando.
Questão número 09 (Que dificuldades você encontra na utilização das brincadeiras e jogos na escola?)
6% - Dizem não possuir dificuldades no desenvolvimento das atividades.
39% - Mencionam que o elevado número de alunos em sala de aula dificulta o desenvolvimento das atividades e propiciam a desordem e a indisciplina. As dificuldades se dão também por possuírem materiais inadequados, resistência de alguns pais em permitirem que seus filhos participem de jogos, mesmo que pedagógicos e o descuido dos alunos no manuseio do material.
55% - Encontram dificuldades tanto na falta de espaço físico quanto de materiais pedagógicos que são insuficientes para atender todas as crianças.
Questão número 10 (Quais os aspectos positivos na utilização dessas estratégias?):
3% - Não souberam responder.
97% - Concluem que essas estratégia possibilitam o desenvolvimento de habilidades como: exploração do meio, interação com outras crianças, cooperação, tomada de iniciativa e decisão, comunicação, etc., indispensáveis para a aquisição de outras habilidades e conhecimentos.
Diante do exposto, podemos observar que a maioria dos educadores que participaram da pesquisa percebem as diferenças entre brincadeiras e jogos e admitem as suas importâncias no cotidiano escolar para o desenvolvimento da criança, principalmente na Educação Infantil, que proporcionam uma aprendizagem prazerosa, participativa e produtiva. Observamos também que a maioria dos professores possuem o tempo necessário para a aplicação e realização das atividades com liberdade de estendê-lo se preciso for. 
Podemos ver também que falta à algumas escolas cumprirem o papel de facilitadoras, oferecendo aos seus profissionais, estímulos e recursos necessários para o desenvolvimento dos trabalhos dos professores junto a seus alunos.
Desta forma, com a realização da pesquisa, é notório que as brincadeiras e jogos, quando usados de forma adequada, tornam-se ferramentas importantes e fundamentais nas mãos dos educadores da Educação Infantil. Transformam a aprendizagem em uma maravilhosa forma de descobertas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir de pesquisa bibliográfica vemos que a criança aprende enquanto brinca, uma vez que a brincadeira ocorre de forma natural. É durante os jogos e as brincadeiras que as crianças extravasam seus sentimentos, conhecem os colegas e a si mesmas, interagindo de forma espontânea, bem como evoluem as estruturas psicológicas e cognitivas das crianças. 
Além da interação, a brincadeira, o brinquedo e o jogo proporcionam o desenvolvimento da memória, da linguagem, da atenção, da percepção, da criatividade e habilidade para melhor desenvolver a aprendizagem. Brincando e jogando a criança terá oportunidade de desenvolver capacidades indispensáveis a sua futura atuação profissional, tais como atenção, afetividade, o hábito de concentrar-se, dentre outras habilidades.
A ludicidade é necessária na infância, e deve ser vivenciada não apenas como diversão, mas com objetivo de desenvolver as potencialidades da criança, vistoque o conhecimento é construído pelas relações interpessoais e trocas recíprocas que se estabelecem durante toda a formação da criança.
Ao longo desse trabalho buscou-se compreender a importância de se utilizar os jogos e brincadeiras no processo de ensino-aprendizagem na educação infantil e como os professores incluem os jogos e brincadeiras na rotina da sala de aula, para proporcionar um aprendizado mais prazeroso, unindo os jogos e brincadeiras com aprendizagem, criando um momento de conhecimento e diversão.
Portanto, a introdução de jogos e atividades lúdicas no cotidiano escolar é muito importante, devido à influência que os mesmos exercem frente aos alunos, pois quando eles estão envolvidos emocionalmente na ação, torna-se mais fácil e dinâmico o processo de ensino e aprendizagem.
A presente pesquisa foi de grande valia para ampliar os conhecimentos acadêmicos sobre o tema pesquisado, através dela pode-se concluir que os jogos e brincadeiras, com a devida mediação de conhecimento pelo professor, devidamente incluído em seu planejamento, não utilizando apenas como um passa tempo na sala de aula, mas sim como ferramenta importante no auxílio do processo de ensino-aprendizagem infantil.
Conclui-se que o aspecto lúdico voltado para as crianças facilita a aprendizagem e o desenvolvimento integral nos aspectos físico, social, cultural, afetivo, psicológico e cognitivo, desenvolvendo o indivíduo como um todo, sendo assim, a educação infantil deve considerar o lúdico como parceiro e utilizá-lo amplamente para atuar no desenvolvimento e na aprendizagem da criança.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ARMSTRONG, Thomas. Inteligências múltiplas na sala de aula. 2ªed. Porto Alegre: Artmed, 2001. 192p.
BAQUERO, Ricardo. Vygotsky e a aprendizagem escolar. Trad. Ernani F. da Fonseca Rosa. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
BRASIL. ESTATUTO da Criança e do Adolescente. Lei n° 8.069, de 13/07/1990. Brasília, DF: Senado, 1990.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1998, volume: 1 e 2.
CUNHA, N, H. S. Brinquedoteca: um mergulho no brincar. 4ª ed. São Paulo: Aquariana, 2010.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa, São Paulo Paz e Terra, 1996 (Coleção Leitura), Editora: Paz e Terra.
GARCIA, R. M. R.; MARQUES, L. A. B. Aprendendo a brincar. Porto Alegre, RS: Novak Multimídia, 2001.
GARDNER, Howard. Estruturas da mente: a teoria das inteligências múltiplas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. 340p.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogo, brinquedo, brincadeira, e a educação. 14ª ed. São Paulo, 2011.
OLIVEIRA, Vera Barros de (Org.). O brincar e a criança do nascimento aos seis anos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.
RIZZO, G. Jogos Inteligentes: a construção do raciocínio na escola natural. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996.
VYGOTSKI, L. S. A Formação Social da Mente. 4. ed. Tradução José Cipolla Neto e outros. São Paulo: Martins Fontes, 1991. 168p.
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia 
Universidade Paulista – Polo Vilhena
Orientação: Prof. Ana Beatriz

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