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Manejo Integrado de Pragas e Doenças na Cultura do Café Acadêmicos: Acassio Brito; Francisco Santos; Rafael Coimbra; Sonicley Maia; Taiane Matias Boa Vista 2016 Universidade Federal de Roraima Centro de Ciências Agrárias Departamento de Fitotecnia Disciplina: Cultura do Urucum, Guaraná, Café e Pimenta do Reino 1 INTRODUÇÃO O Brasil é o maior exportador mundial de café, e o segundo maior consumidor do produto, área estimada de 2,25 milhões de hectares A safra alcançou 43,24 milhões de sacas de 60 kg de café beneficiado. O cultivo majoritariamente está presente nos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Rondônia, Paraná e Goiás, que correspondem a cerca de 98,65% da produção nacional. Outros Estados produtores respondem por 1,35% da safra: Acre, Ceará, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Pará, Mato Grosso e Rio de janeiro. 2 Entre janeiro a dezembro de 2015, o café representou 7% das exportações do agronegócio brasileiro, ocupando a 5ª posição no ranking, com receita de US$ 6,16 bilhões, o equivalente a 37,1 milhões de sacas de 60kg. Os principais destinos foram os Estados Unidos, Alemanha, Itália, Japão e Bélgica. A cadeia produtiva de café é responsável pela geração de mais de oito milhões de empregos no país, proporcionando renda, acesso à saúde e à educação para os trabalhadores e suas famílias. 3 O manejo integrado de pragas (MIP) e pouco exercido na cafeicultura brasileira, adotam-se apenas algumas medidas que minimizam o impacto de agroquímicos no ambiente. As principais pragas na cafeicultura são, atualmente, o bicho-mineiro, a broca-do-café e as cigarras, nematoides que serão detalhadas a seguir: 4 5 Pragas e Doenças Por praga entende-se como qualquer forma de vida vegetal ou animal, ou qualquer agente patogênico daninho ou potencialmente daninho para os vegetais ou produtos vegetais. As pragas e doenças do cafeeiro causam perdas no desenvolvimento das plantas, na sua produtividade e, ainda, em alguns casos levam à redução da vida produtiva podendo causar até sua morte. 6 Os prejuízos são a redução da capacidade fotossintética, pela destruição das folhas e, principalmente, pela queda das mesmas com reflexos no pegamento da florada e portanto na produção do ano seguinte e na longevidade da planta. A populacao de P. coffeella é maior em cafezais com maiores espaçamentos, portanto, mais abertos e arejados. Cafezais em regiões mais quentes apresentam maior número de gerações da praga, e, portanto, maior o risco de prejuízos. 7 Bicho-mineiro (Perileucoptera coffeella) Coloca os ovos na parte superior das folhas. Com a eclosão dos ovos as larvas passam a alimentar-se do tecido existente entre as duas epidermes da folha, formando áreas vazias (“minas”), o que caracteriza o nome da praga. 8 Bicho-mineiro (Perileucoptera coffeella) 8 Controle biológico: No Brasil, o bicho-mineiro é parasitado por grande número de insetos (parasitoides), entre eles: Colastes letifer, Mirax sp, Eubadizon punctatus. Além de predadores pertencentes a família Vespidae, que destroem as galerias de P. coffeella para se alimentar das suas lagartas, como: Protonectarina sylveirae, Brachygastra lecheguana, Brachygastra augusti. Controle cultural: É feito através de capinas oportunas, adubação racional, conservação do solo, espaçamentos adequados e uso racional de fungicidas cúpricos. 9 Controles Controle químico: O nível de controle da praga e variável, em razão da época que ocorre. Os ingredientes ativos recomendados para controle da praga são: abamectina (avermectina), antranilamida, benzoilureia, carbamatos, éter piridiloxipropilico, neonicotinoides. 10 Controle por armadilha – Denominadas Ecospray F-65, essas armadilhas sonoras objetivam a captura de fêmeas adultas de Q. gigas. Devem ficar ligadas de 30 a 40 minutos por ponto de amostragem. As fêmeas são atraídas pelo som de uma corneta e são mortos por pulverização de inseticida em circuito fechado, que não atinge o ambiente. Controle químico – Utilizam-se os mesmos agroquímicos sistêmicos indicados para o bicho-mineiro, com aumento de 20% a 30%. Além disso a recepa (poda), depois do uso eficiente do controle químico , pode ajudar na recuperação da planta. 11 Controles É uma praga bastante prejudicial ao cafeeiro, pois ataca os frutos em qualquer estagio de maturação, de verdes a maduros (cerejas) ou secos. Assim, condições de alta umidade (ou seja, espaçamentos menores e de lavouras bem enfolhadas) favorece o aumento da praga. O café beneficiado pode perder até 20% de seu peso. O ataque pode afetar também a qualidade do café produzido, pois quanto maior o número de grãos atacados menor será o seu valor de cotação. 12 Broca-do-café (Hypothenemus hampei) Controle Químico - A maneira mais eficiente de controlar a broca do café é em seu ‘’período de transição’’. O defensivo com melhor índice de eficiência para a broca são os inseticidas formulados a base de Endosulfan. Controle biológico – Vespa-de-uganda, Prorops nasuta (Waterston, 1923), Hymenoptera: Bethylidae e o fungo: Beauveria bassiana. Controle cultural – Catação profilática dos grãos de café que ficam no chão ou na planta, após a colheita, para diminuição dos focos de infestação. 13 Controles Controle Alternativo: utilização de armadilhas com semioquímicos para captura desse inseto. 14 A praga tem preferencia por lavouras adultas, instaladas em solos argilosos, muito embora também seja comum em solos arenosos. Devido a sucção da seiva pelas ninfas, localizadas, preferencialmente, próximas a raiz principal, causa o definhamento progressivo das plantas nas épocas secas do ano. As folhas tornam-se cloróticas e, juntamente com flores e frutos, caem, enquanto as extremidades dos ramos secam. Existem diversos tipos de cigarras que atacam o cafeeiro. As mais comuns são dos gêneros Quesada, Carineta e Fidicina. 15 Cigarrinhas (Hemiptera: Cicadellidae) Controle por armadilha – Denominadas Ecospray F-65, essas armadilhas sonoras objetivam a captura de fêmeas adultas de Q. gigas. Devem ficar ligadas de 30 a 40 minutos por ponto de amostragem. As fêmeas são atraídas pelo som de uma corneta e são mortos por pulverização de inseticida em circuito fechado, que não atinge o ambiente. Controle químico – Utilizam-se os mesmos agroquímicos sistêmicos indicados para o bicho-mineiro, com aumento de 20% a 30%. Além disso a recepa (poda), depois do uso eficiente do controle químico , pode ajudar na recuperação da planta. 16 Controles São vermes que atacam o sistema radicular do cafeeiro, tornando as plantas fracas e improdutivas, dificultando a absorção de água e sais minerais, causando morte das raízes, queda das folhas, diminuição da produção e até a morte das plantas. A sua influência na produção do café é bastante variável e depende das condições climáticas da região, do tipo de solo, das práticas culturais adotadas e das espécies presentes na área. No cafeeiro, as espécies mais disseminadas pertencem aos gêneros Meloidogyne (nematóide das galhas) e Pratylenchus (nematóide das lesões). 17 Nematóides Antes da implantação do cafezal; Na implantação da cultura; Após a implantação da cultura; A melhoria dos tratos culturais; Manejo Cultural; Manejo Biológico; Controle Químico. 18 Estratégias de manejo integrado dos nematoides O ácaro vermelho se alimenta das folhas do cafeeiro, furando as células e sugando seu conteúdo. Com a ação da praga, a folha perde seu brilho e apresenta um aspecto bronzeado. O problema do ácaro é que, por raspar a superfície das folhas, ocasiona uma redução na capacidade fotossintética da planta. A praga também pode provocar a desfolha do cafeeiro e um retardamento no Desenvolvimento de plantas jovens. 19 Ácaro Vermelho Formigas Lesmas e caramujos Mosca das frutas Coleopteros que atacam brotações novas Tripes vermelhos Pulgões e cigarrinhas Cupins 20 Pragas de menor importânciaPRAGAS QUARENTERÁRIAS A1 COLEOPTERA Trogoderma granarium, grãos armazenados em geral; 21 a)Parte aérea: Ferrugem-da-folha (Hemileia vastatrix) Cercosporiose (Cercospora coffeicola) Mancha aureolada (Pseudomonas syringae pv. garcae) Mancha de phoma (Phoma tarda ou Boeremia exigua) Mancha anular (Coffee Ringspot Virus) Atrofia dos ramos (Xylellafastidiosa) b) Doenças do tronco e sistema radicular: Rhizoctoniose (Rhizoctonia solani) Roseliniose (Rosellinia spp.) Antracnose (Colletotrichumsp) 22 Doenças Doença mais importante - Temperaturas favoráveis: 21-23ºC; Causa desfolha (redução 50% na produção) Agravada em altitude e adensamento Controle: Cultivares resistentes. Fungicidas (atingir no máx. 5% infestação): Cúpricos e/ou sistêmicos-via solo/foliar 23 Ferrugem-da-folha (Hemileia vastatrix) Fungicidas cúpricos: óxido cuproso, oxicloretode cobre, calda bordalesa sistêmicos: via solo e foliar (triazóis + estrobilurinas; triazóis + calda Viçosa) 24 Ocorre mais em solos arenosos e ácidos; Nutricional, principalmente relação N/K e deficiência Ca; Temperatura baixa, alta UR e irrigação acentuam mais a doença; Prejudicam a qualidade da bebida, pois afetam a polpa, fica aderente ao pergaminho, provocando o chochamento e queda d o fruto Controle: adubação adequada e triazóis + estrobilurinas 25 Cercosporiose (Cercospora coffeicola) Problemática em regiões de altitudes elevadas (>900m), com ventos fortes e frios (ferimentos na folha) e temperaturas > 19ºC. Baixa matéria orgânica no solo, excesso de adubação N e K, inadequado manejo de micronutrientes e o adensamento na entrelinha. Controle: Uso de quebra-ventos. Adubação equilibrada. Químico 26 Mancha de phoma (Phoma costaricensis) As lavouras instaladas em locais de maiores altitudes e desprotegidas da ação dos ventos. Alta infestação em mudas (viveiros) Elevada umidade e temperaturas (<21ºC) Problema sério após granizo. Controle: Uso de quebra-ventos Evitar deficiência ou excesso de N Químico (princ. Cobre) Poda e retirada do material doente Proteção lateral nos viveiros 27 Mancha aureolada (Pseudomonas syringae) As folhas e frutos surgem manchas de cor clara de aspecto oleoso que depois se transformam em lesões necróticas Controle Controle químico (cúpricos; clorotalonil,triazóis) Uso de quebra-ventos; limpeza de restos culturais 28 Mancha manteigosa (Colletotrichum gloeosporioides) O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é uma filosofia de controle de pragas que procura preservar e incrementar os fatores de mortalidade natural, através do uso integrado de todas as técnicas de combate possíveis, selecionadas com base nos parâmetros econômicos, ecológicos e sociológicos. Estratégias para MIP: Uso de variedades resistentes; Rotação de culturas; Adubação; Aração do solo; 29 Manejo Integrado de Pragas 1 – Reconhecimento das pragas-chave da cultura; 2 – Reconhecimento dos inimigos naturais da cultura; 3 – Amostragem da população dos organismos prejudiciais; 4 - Escolher e utilizar as táticas de controle. 30 Estratégias para o Manejo Agroecológico de Pragas e Doenças O MIP é essencialmente um sistema de apoio de tomada de decisões no controle de pragas, considerando os impactos ecológicos, econômicos e sociais. O sucesso do MIP depende da conscientização dos produtores agrícolas, dos consumidores, dos pesquisadores e até mesmo da indústria de agrotóxicos, sobre a necessidade de reduzir o impacto ambiental da produção de alimentos e procurar alternativas compatíveis com as características ecológicas e econômicas locais. 31 A identificação das pragas e o seu monitoramento no campo em conjunto com dados sobre a fenologia e desenvolvimento da planta, e da presença de inimigos naturais presente em determinada área devem ser levados em consideração para a tomada de decisão sobre o sistema integrado de medidas de controle a ser utilizado. 32 Figura 2 - Local de maior ocorrência das pragas e doenças no cafeeiro. 33 Pragas e Doenças Tabela 1 - Época crítica de ocorrência das principais pragas e doenças do cafeeiro Zona da Mata Mineira. Vale ressaltar que estas épocas podem variar de uma região para outra. 34 A realização das ações de manejo integrado não só possibilitam uma safra de qualidade, mas também conquistam a confiança do cafeicultor em relação às mais adequadas práticas agrícolas para o desenvolvimento do cultivo. 35 OBRIGADO !!! 36
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