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M a te ri a l D id á ti c o lectralectra C e n t r o d e F o r m a ç ã o P r o f i s s i o n a l ® WWW.ESCOLAELECTRA.COM.BR MÓDULO ELETROTÉCNICA Prezado Aluno, Você acaba de adquirir um material didático de excelente qualidade. Seu conteúdo foi elaborado por uma junta de professores treinados, capacitados e atuantes no mercado de trabalho. Semestralmente, é revisado e atualizado para manter o alto padrão de qualidade Electra. Além do mais, os exames e as aulas do seu curso serão baseados nesta apostila. Isso facilita seu aprendizado, já que poderá absorver o máximo de informações dadas pelo seu professor, fazendo o mínimo de anotações possível. Tudo isso torna este material um instrumento muito valioso para a sua formação profissional. Portanto, utilize bem o seu material didático e exija que seu professor também o utilize. É um direito seu. Comunique qualquer problema à secretaria de sua unidade. Bons estudos! Equipe Electra Matérias Pág. 1 Automação 5 2 Eletrônica Industrial 41 3 Instalações Elétricas II 95 4 Máquinas e Transformadores 157 5 Redes Elétricas 209 6 Sistema de Potência 241 7 Automação Industrial 281 8 Eletricidade II 311 5 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Automação ÍNDICE 1 – INTRODUÇÃO 2 – FUNÇÕES LÓGICAS/INTRODUÇÃO A LINGUAGEM LADDER 2.1 – Função E ou AND 2.2 – Função OU ou OR 2.3 – Função NÃO ou NOT 2.4 – Funções Derivadas 2.4.1 – Função NÃO E ou NAND/Função NÃO OU ou NOR 2.5 – Funções Combinacionais 2.5.1 – Função OU EXCLUSIVO ou EXOR 2.5.2 – Função COINCIDÊNCIA ou NÃO OU EXCLUSIVO ou EXNOR 3 – CIRCUITOS COMBINACIONAIS 3.1 –Expressões Booleanas Obtidas de Circuitos Lógicos 3.2 – Circuitos Lógicos Obtidos de Expressões Booleanas 3.3 – Tabela da Verdade Obtida de Expressões Booleanas e Circuitos Lógicos 3.4 – Expressões Booleanas e Circuitos Lógicos Obtidos a Partir de Tabelas da Verdade 3.4.1 – Soma de Produtos 3.5 – Simplificação de Circuitos Combinacionais Através do Diagrama de Vietch-Karnaugh 3.5.1 – Diagrama para Duas Variáveis 3.5.2 – Diagrama para Três Variáveis 3.5.3 – Diagrama para Quatro variáveis 3.6 – Projetos de Circuitos Combinacionais 4 – CIRCUITOS DE COMANDO ELÉTRICO 4.1 – Introdução 4.2 – Dispositivos de comando dos Circuitos 4.3 – Dispositivos de Proteção 4.4 – Funcionamento Básico de um Dispositivo Eletromagnético 4.4.1 – Contactores e Chaves Magnéticas 4.4.2 – Identificação dos Bornes dos Contactores 4.4.3 – Identificação dos Bornes do Relé Térmico 4.5 – Circuitos com Comandos Elétricos 4.5.1 – Comando dos Contactores 4.5.2 – Intertravamento de Contactores 4.6 – Dispositivos de Desligamento e Acionamento de Motores 4.6.1 – Chave de Partida Direta 4.6.2 – Chave de Partida Direta com reversão do Sentido de Rotação 4.6.3 – Chave de Partida Triãngulo/Estrêla 5 – BIBLIOGRAFIA 6 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Automação 1 - INTRODUÇÃO Definição Automação industrial pode ser definida como a tecnologia que se ocupa da utilização de sistemas mecânicos, eletroeletrônicos e computacionais na operação e controle da produção. Inclui a idéia de usar potência elétrica ou mecânica para acionar algum tipo de máquina, adicionando à máquina algum tipo de inteligência para ela executar a tarefa de modo eficiente, seguro e econômico, sem ou com a mínima interferência do homem. Vantagem da máquina sobre o homem - Não reclama - Não faz greve - Não pede aumento de salário - Não tira férias - Trabalha no escuro, etc Desvantagem da máquina - Capacidade limitada de tomar decisões - Precisa de programação para operar - Requer ajustes periódicos - Requer manutenção periódica - Consome energia - Custo de propriedades Automação e mão de obra - Automação reduz mão de obra, mas ainda é necessário operador - Automação cria alguma outra atividade - Em vez de fazer a tarefa diretamente, o operador monitora a máquina que faz automaticamente a tarefa. - Altera habilidades e exigências do operador Quando se faz necessário automatizar o processo - Quando a atividade profissional apresenta risco aos operadores - Quando se necessita aumentar a produção - Quando se necessita reduzir os gastos, mesmo que a médio e longo prazo - Quando a atividade exige raciocínio numérico, etc. Classificação da automação industrial É possível classificar as diferentes formas de automação industrial em três áreas não claramente delimitadas: a automação fixa, a automação programável e a automação flexível. A automação fixa está baseada numa linha de produção especialmente projetada para a fabricação de um produto específico e determinado. É utilizada quando o volume de produção deve ser muito elevado, e o equipamento é projetado adequadamente para produzir altas quantidades de um único produto ou uma única peça em forma rápida e eficiente, isto é para ter uma alta taxa de produção. Um exemplo de automação fixa é encontrado nas indústrias de automóvel. O equipamento é, em geral, de custo elevado, devido a alta eficiência e produtividade. Porém devido à alta taxa de produção, o custo fixo é dividido numa grande quantidade de unidades fabricadas. Assim os custos unitários resultantes são relativamente baixos se comparados com outros métodos de produção. O risco que se enfrenta com a produção fixa é que, devido ao investimento inicial ser alto, se o volume de vendas for menor do que o previsto, então só custos unitários serão maiores do que o previsto, e conseqüentemente a taxa interna de retorno de investimento será menor. Outra dificuldade existente ao adotar um sistema de automação fixa é que o equipamento é especialmente projetado para produzir um produto ou peça específica, e se o ciclo de vida do produto acabar, por mudanças de projeto ou modelo, por exemplo, o equipamento pode tornar obsoleto. Portanto a automação fixa não é adequada para produtos com ciclo de vida breve ou para produções de baixo ou médio volume. A automação programável está baseada num equipamento com capacidade para fabricar uma variedade de produtos com características diferentes, segundo um programa de instruções previamente introduzido. Esse tipo de automação é utilizado quando o volume de produção de cada produto é baixo, inclusive para produzir um produto unitário especialmente encomendado, por exemplo. O equipamento de produção é projetado para ser adaptável às diferentes características e configurações dos produtos fabricados. Essa adaptabilidade é conseguida mediante a operação do equipamento sob o controle de um programa de instruções preparado para o produto em questão. Esse programa, freqüentemente, pode ser introduzido no sistema através de um teclado numérico, por meio de um programa de computador, entre outras possibilidades. Assim, a operação do equipamento operatriz sempre dependerá das instruções indicadas por esse programa de controle. Em termos de economia, o custo do equipamento pode ser diluído num grande número de produtos, mesmo que estes tenham diferentes configurações ou, em alguns casos, sejam completamente diferentes. Devido às características de programação e adaptabilidade, vários produtos diferentes podem ser fabricados em pequenos lotesou inclusive em forma unitária. A terceira classe de automação industrial é a automação flexível, que pode ser entendida como uma solução de compromissos entre a automação fixa e a programável e, em geral, parece ser mais indicada para um volume médio de produção. Os sistemas de produção baseados na automação flexível têm algumas características da automação fixa e outras da automação programável. Assim, por exemplo, um sistema de manufatura flexível pode ser projetado para produzir uma única peça, mas com dimensões diferentes, ou diferentes materiais, entre outras variações, certamente limitadas. 7 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Automação Uma das características que distinguem a automação programável da automação flexível (embora esta distinção nem sempre possa ser estabelecida nos casos práticos), é que, nos sistemas que utilizam à primeira, os produtos são fabricados em lotes. Quando a fabricação de um lote é completada, o equipamento é reprogramado para processar o próximo lote. Nos sistemas de produção baseados na automação flexível, deferentes produtos podem ser fabricados ao mesmo tempo no mesmo sistema de fabricação: é só programar o computador central para desviar as diferentes peças e materiais para as estações de trabalho adequadas. Essa característica permite um nível de versatilidade que nem sempre é possível encontrar na automação programável, tal como foi definida aqui. 2 - FUNÇÕES LÓGICAS / INTRODUÇÃO À LINGUAGEM LADDER Neste momento pretendemos revisar as principais funções lógicas, bem como introduzir os conceitos iniciais da linguagem ladder, a primeira linguagem destinada especificamente à programação de CLPs. Por ser uma linguagem gráfica baseada em símbolos semelhantes aos encontrados nos esquemas elétricos (contatos e bobinas), as possíveis diferenças existentes entre os fabricantes de CLPs, quanto à representação das instruções, são facilmente assimiladas pelos usuários, como exemplificados abaixo. CONTATO NA CONTATO NF CONTATO NA CONTATO NF O nome Ladder deve-se à representação da linguagem se parecer com uma escada (ladder em inglês), na qual duas barras verticais paralelas são interligadas pela Lógica de Controle formando os degraus (rung) da escada. Portanto, a cada Lógica de Controle existente no Programa de Aplicação dá-se o nome de rung, a qual é composta por Colunas e Linhas, conforme apresentado abaixo: Linha 1 Rung 1 1 1 Linha 2 Linha 1 2 Rung 2 A quantidade de Colunas e Linhas, ou Elementos e Associações, que cada rung pode ter é determinada pelo fabricante do PLC, podendo variar conforme a CPU utilizada. Em geral, este limite não apresenta uma preocupação ao usuário durante o desenvolvimento do Programa de Aplicação, pois os softwares de Programação indicam se tal quantidade foi ultrapassada, por meio de erro durante a compilação do Programa de Aplicação. 2.1- FUNÇÃO E ou AND É aquela que assume valor “0” quando uma ou mais variáveis forem iguais a “0” e só assume valor “1” quando todas as variáveis forem iguais a “1”. Podemos dizer que a função em questão executa a operação de multiplicação. A expressão algébrica que representa a função é: S = A . B ou AB (para duas variáveis), lida da forma: S = A e B. O circuito abaixo representa a função de forma análoga: Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna Saída 8 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Automação Situações possíveis: - Chave A aberta (0) e chave B aberta (0), não haverá circulação de corrente e a lâmpada ficará apagada (0); - Chave A aberta (0) e chave B fechada (1), não haverá circulação de corrente e a lâmpada ficará apagada (0); - Chave A fechada (1) e chave B aberta (0), não haverá circulação de corrente e a lâmpada ficará apagada (0); - Chave A fechada (1) e chave B fechada (1), haverá circulação de corrente e a lâmpada ficará acesa (1). Podemos agora construir uma tabela de estados possíveis das chaves com a respectiva situação da lâmpada, e esse processo chamaremos de TABELA DA VERDADE. A B S 0 0 0 0 1 0 1 0 0 1 1 1 Esta tabela representa a função E, onde só haverá resultado “1” quando todas as variáveis forem também “1”. Podemos observar que as chaves fechadas ou abertas representam níveis lógicos de dois únicos estados, “0” ou “1” , logo o sistema numérico que representa a função é o binário. Para representar fisicamente a função vamos observar o símbolo abaixo: Os símbolos que representam as funções lógicas são chamados de PORTAS e o caso acima é referente a PORTA E de duas entradas que executa a tabela da verdade da função E. Podemos estruturar portas com mais de duas variáveis de entrada, através de combinações feitas pelas próprias portas de duas entradas. Veja o exemplo abaixo: S = (A.B).C A tabela da verdade é assim distribuída: A B C S 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 1 1 0 1 0 0 0 1 0 1 0 1 1 0 0 1 1 1 1 A combinação de portas acima é representada por uma única porta de três variáveis de entrada, como na figura abaixo. É importante salientar, que também podemos representar portas com "n" variáveis de entrada. Existem diversos componentes físicos que executam funções lógicas, e estes deverão interpretar o algarismo do sistema numérico em questão ou nível lógico, através da quantidade de energia existente em seus terminais, sendo mais objetivo, através da diferença de potencial elétrico. Como exemplo veja a situação abaixo: 9 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Automação - cinco volts contínuos (5VDC) representa o nível lógico “1” e - zero volts contínuos (0VDC) representa o nível lógico “0”. Não necessariamente os componentes seguem os níveis de energia acima para suas representações lógicas, porém nos estudos desta apostila iremos sempre considerar o maior valor de energia como nível lógico “1”. Função AND em Linguagem ladder: EXERCÍCIOS 01) Desenhar a tabela da verdade e escrever a expressão algébrica de uma porta E de quatro entradas: 02) Complete a tabela da verdade onde A,B, e C representam as entradas de uma porta E: A B C S 1 1 1 0 0 1 1 1 1 1 1 0 03) No gráfico abaixo, identifique os estados lógicos nos intervalos t0 a t4: 2.2 FUNÇÃO OU ou OR É a função que assume o valor “1” quando uma ou mais variáveis forem iguais a “1” e só assume o valor “0” quando todas as variáveis forem iguais a “0”. Sua representação algébrica fica da seguinte forma: S = A+B (para duas variáveis) e lê-se: S = A ou B Vejamos o esquema elétrico abaixo que representa a função OU: Para que a lâmpada fique acesa basta uma das chaves estarem fechada (1), e a situação de lâmpada apagada (0) só ocorrerá quando as duas chaves estiverem abertas (0). 10 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Automação Logo podemos montar a tabela da verdade : A B S 0 0 0 0 1 1 1 0 1 1 1 1 A porta que executa a função é a PORTA OU e seu símbolo é assim representado: Da mesma forma que a porta AND, podemos representar portas OU com mais de duas variáveis de entrada. Para três variáveis a tabela da verdade é estruturada da seguinte forma: A B C S 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 0 1 0 1 1 1 1 0 0 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 Função OR em Linguagem ladder: EXERCÍCIOS 01) Descrevao trem de pulso de saída da porta abaixo, a partir da forma de onda de entrada: 02) Desenhe um circuito que executa a função OU de quatro variáveis, a partir de portas OU com duas variáveis de entrada. 2.3 - FUNÇÃO NÃO ou NOT É também chamada de função complemento, pois o seu resultado será sempre o número que falta para se chegar ao último algarismo do grupo de algarismos do sistema numérico em questão. Sendo o sistema binário constituído de apenas dois algarismos, podemos dizer que o resultado é o inverso da variável, quando igual a “0”assume o valor “1” e quando igual a “1” assume o valor “0”, surgindo então outra denominação que é a de função inversora. 11 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Automação É representada algebricamente da seguinte forma: S = A ou S = A' e lê-se: “A” BARRADO ou NÃO “A”. O circuito a seguir funciona de forma análoga a função NÃO: Quando a chave está aberta (0) a lâmpada está acesa (1) e quando a chave está fechada (1) a lâmpada esta apagada (0). A tabela da verdade da função é expressa da seguinte forma: A A 0 1 1 0 O bloco lógico que executa a função é chamado de PORTA NÃO ou, mais conhecido, PORTA INVERSORA e sua simbologia é assim representada: Função NOT em Linguagem ladder: EXERCÍCIOS 01) Dado o circuito abaixo, qual o nível lógico da saída “S”: 02) Ainda para o circuito acima, escreva sua expressão algébrica sendo a entrada igual a “B” e a saída retirada no segundo inversor: 03) Desenhe: a) Uma porta OU a partir de uma porta AND associada a portas INVERSORAS e b) Uma porta AND a partir de uma porta OU associada a portas INVERSORAS. 2.4 - FUNÇÕES DERIVADAS 2.4.1– FUNÇÃO NÃO E ou NAND/FUNÇÃO NÃO OU ou NOR É o complemento (inverso) da função E, e é representada algebricamente como: S = AB (para duas variáveis) e lê-se: S = A e B barrados. 12 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Automação O circuito abaixo demonstra o equivalente elétrico da função: A lâmpada só ficará apagada (0) quando as duas chaves estiverem fechadas (1). A tabela da verdade da expressão acima é a seguinte: A B S 0 0 1 0 1 1 1 0 1 1 1 0 A porta que executa a função é a PORTA NAND e esta poderá ter duas ou mais variáveis de entrada. Sua simbologia é a seguinte: Função NAND em Linguagem ladder: OU É o complemento (inverso) da função OU, e é representada algebricamente como: S = BA + (para duas variáveis) e lê-se: S = A ou B barrados. Observe abaixo o circuito análogo à função OU: Para que a lâmpada fique apagada (0) basta que uma das chaves esteja fechada (1). A tabela da verdade é assim expressa: A B S 0 0 1 0 1 0 1 0 0 1 1 0 13 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Automação A porta que representa a função é a PORTA NOR e esta poderá também ter duas ou mais variáveis de entrada. Sua simbologia é a seguinte: Função NOR em Linguagem ladder: EXERCÍCIO 01) Qual a porta lógica que representa a tabela da verdade abaixo? A B C S 1 1 1 0 0 0 1 1 0 0 0 1 1 0 1 1 0 1 0 1 2.5- FUNÇÕES COMBINACIONAIS 2.5.1– FUNÇÃO “OU EXCLUSIVO” ou EXOR É aquela que assume o valor “1” na saída, quando as duas variáveis de entrada forem diferentes entre si, ou seja, uma das entradas deve ser exclusiva. Sua representação algébrica é a seguinte: S = BA⊕ (S = BABA + ) e lê-se: S = A ou exclusivo B Observe o esquema elétrico abaixo que representa a função EXOR: Para que a lâmpada fique acesa (1), as chaves A e B devem estar em estados diferentes, fechado (1) e aberto (0) ou aberto (0) e fechado (1), respectivamente. A tabela da verdade é assim mostrada: A B S 0 0 0 0 1 1 1 0 1 1 1 0 14 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Automação A porta que executa a função é a PORTA EXOR e sua simbologia é: Função EXOR em Linguagem ladder: 2.5.2 - FUNÇÃO COINCIDÊNCIA ou NÃO OU EXCLUSIVO ou EXNOR É aquela que assume o valor "1" na saída, quando houver uma coincidência nos valores das duas variáveis de entrada. Podemos dizer que a sua expressão é o complemento da função EXOR, ou seja, S = BA⊕ . Porém sua verdadeira representação algébrica é assim definida: S = A ~ B (S = ABBA +. ) e lê-se: A coincidência B Abaixo, um circuito elétrico que pode representar a função EXNOR: Para que a lâmpada fique acesa (1), as duas chaves devem estar no mesmo estado, fechado (1) ou aberto (1). Veja agora sua tabela da verdade: A B S 0 0 1 0 1 0 1 0 0 1 1 1 A porta que executa a função é a PORTA EXNOR e sua simbologia é assim mostrada: Função EXNOR em Linguagem ladder: 15 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Automação EXERCÍCIO 1) Explique porque o circuito a seguir não pode representar uma única porta EXNOR de quatro variáveis de entrada. 3 - CIRCUITOS COMBINACIONAIS Até aqui vimos expressões algébricas que descreviam circuitos de uma única porta, apesar de ser algumas portas, a combinação de outras. A partir de agora, estudaremos circuitos complexos, com a combinação de duas ou mais portas. Para isso, inicialmente, devemos chamar as expressões algébricas de expressões booleanas, isto porque todas as expressões podem ser submetidas ao modelo matemático de George Boole, também conhecido como álgebra de Boole. 3.1 - EXPRESSÕES BOOLEANAS OBTIDAS DE CIRCUITOS LÓGICOS Podemos escrever a expressão booleana que é executada por qualquer circuito lógico. Vejamos, por exemplo, qual a expressão que o circuito abaixo executa: Vamos dividir o circuito em duas partes: Na saída S1, teremos o produto A . B, pois o bloco número 1 é uma porta E, então a expressão de S1 será: S1 = AB Esta saída S1 é injetada em uma das entradas da porta OU pertencente ao bloco número 2 do circuito. Na outra entrada da porta OU, está a variável "C", e a expressão da segunda parte do circuito será: S = S1+ C. Para sabermos a expressão final, basta substituir a expressão S1 na expressão acima, ficando então: S = (AB)+C 16 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Automação EXERCÍCIO 01) Escreva a expressão booleana dos circuitos abaixo: a) b) c) 3.2 - CIRCUITOS LÓGICOS OBTIDOS DE EXPRESSÕES BOOLEANAS Podemos também desenhar um circuito lógico que execute uma expressão booleana qualquer, a partir de sua expressão característica. Por exemplo, o circuito que executa a expressão S = A+B é uma porta OU e sua representação será: Para circuitos mais complexos devemos observar alguns procedimentos, por exemplo: S = (A+B) . C . (B+D) Faremos como na aritmética elementar, iniciaremos pelos parênteses, fazemos primeiramente as multiplicações e após, as somas. Dentro do primeiro parêntese, temos a soma booleana A+B, logo, o circuito que executa esse parêntese será a porta OU. Dentro do segundo parêntese, temos a soma booleana B+D, logo, o circuito que executa esse parêntese será também a porta OU. Até aqui teremos: 17 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Automação Agora, temos uma multiplicaçãobooleana dos dois parênteses, juntamente com a variável "C", e o circuito que executa esta multiplicação será uma porta E. Temos então: O circuito completo será: EXERCÍCIO 01) Desenhe o circuito que executa as seguintes expressões booleanas: a) S = ( )CBAABC .++ b) S = CDBA +. c) S = ( ) DDCBA .⎥⎦⎤⎢⎣⎡ ++ 3.3 - TABELA DA VERDADE OBTIDA DE EXPRESSÕES BOOLEANAS E CIRCUITOS LÓGICOS Uma maneira de se fazer o estudo de um circuito lógico é a utilização da tabela da verdade, que, como vimos, anteriormente, é um mapa onde se colocam todas as situações possíveis, de uma dada expressão booleana, juntamente com o valor por esta assumida. Para extrairmos a tabela da verdade de um circuito lógico, devemos primeiramente transforma-lo na sua expressão booleana característica. Já com a expressão booleana em mãos, iremos seguir os procedimentos abaixo: 1º - Montamos o quadro de possibilidades; 2º - Montamos colunas para os vários membros da expressão; 3º - Preenchemos essas colunas com seus resultados; 4º - Montamos uma coluna para o resultado final; 5º - Preenchemos essa coluna com os resultados finais. Para esclarecer este processo, tomemos, por exemplo, o circuito: Sua expressão será: S = BDAABC ++ 18 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Automação Temos na expressão acima 4 variáveis : A; B; C e D, logo, teremos 24 possibilidades de combinações. O quadro de possibilidades ficará da seguinte forma: A B C D 1º membro ABC 2º membro DA 3º membro B Resultado final S 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 1 1 0 0 1 0 0 0 1 1 0 0 1 1 0 0 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 1 0 0 1 1 1 0 1 0 0 1 1 1 1 0 1 1 0 0 1 1 1 1 0 0 0 1 0 1 1 1 0 1 0 0 0 0 1 1 1 0 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 0 1 EXERCÍCIOS 01) Monte a tabela da verdade das expressões booleanas abaixo: a) S = CBACBACBACBA ........ +++ b) S = ( )[ ] ( )[ ]BCDCBA +++ .. 02) Represente a tabela da verdade do circuito a seguir: 3.4 - EXPRESSÕES BOOLEANAS E CIRCUITOS LÓGICOS OBTIDOS A PARTIR DE TABELAS DA VERDADE 3.4.1- SOMA DE PRODUTOS Considere a tabela da verdade abaixo: ESTAD A B C S 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1 2 0 1 0 0 3 0 1 1 0 4 1 0 0 0 5 1 0 1 0 6 1 1 0 0 7 1 1 1 1 19 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Automação Ela contém as variáveis A, B e C. Note que somente duas combinações de variáveis gerarão uma saída "1". No estado 1, dizemos que uma entrada "não A AND não B AND C" ira gerar uma saída "1". A expressão booleana que identifica esta situação é CBA .. . A outra combinação de variáveis que ira gerar uma saída "1" é mostrada no estado 7 da tabela. Nesta situação teremos "A AND B AND C e sua expressão será ABC. Essas duas combinações possíveis são, então, submetidas juntas a uma operação OR para formar a expressão booleana completa da tabela da verdade. Logo: S = CBACBA .... + A expressão final é chamada forma de soma-de-produtos de uma expressão booleana ou na forma de MINTERMOS (∑ m). Note que a expressão pode ser descrita através de portas lógicas com um padrão bastante familiar AND-OR: EXERCÍCIO 01) Desenhe os circuitos lógicos, a partir das tabelas da verdade abaixo. a) A B C S 0 0 0 1 0 0 1 0 0 1 0 1 0 1 1 0 1 0 0 0 1 0 1 1 1 1 0 0 1 1 1 1 b) A B C D S 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 1 0 1 0 0 1 1 0 0 1 0 0 1 0 1 0 1 1 0 1 1 0 1 0 1 1 1 1 1 0 0 0 0 1 0 0 1 0 1 0 1 0 0 1 0 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 3.5 - SIMPLIFICAÇÃO DE CIRCUITOS COMBINACIONAIS ATRAVÉS DO DIAGRAMA DE VEITCH-KARNAUGH Os diagramas de Veitch-Karnaugh permitem a simplificação de expressões características com duas, três, quatro ou mais variáveis, sendo que para cada caso existe um tipo de diagrama mais apropriado. Este modelo de simplificação trabalha com padrão de função AND-OR ou OR-AND. Para não complicarmos muito adotaremos o padrão AND-OR. 20 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Automação Exemplo: Desta forma, todos os padrões de funções lógicas, devem ser inicialmente transformados em um dos dois padrões citados acima. Esta sistemática torna-se inviável em determinadas simplificações, pois passamos a ter dois procedimentos complexos ao invés de um, para situações assim, o melhor é utilizar somente o modelo de Boole para simplificações. Exemplo: 1) S = )()()( BABABA +++ Passando para o padrão AND-OR, temos: BABABA ... ++ Podemos observar que a transformação foi simples, portanto viável. 2) S = ( )ACDCDBAC .+⎟⎠⎞⎜⎝⎛ ++ Aplicando o 2º Teorema de De Morgan, temos: ( ) ( )ACDCDCBA .+ Também podemos aplicar o 1º Teorema De Morgan: ).()( DCACDCBA +++ Aplicando a propriedade distributiva: DCCCCADCBA +++ Se CC. = 0, então, por fim: DCCADCBA ++ Este tipo de expressão exigiu uma complexibilidade de manobras para chegarmos a uma expressão AND-OR, uma pessoa que consegue chegar com facilidade até este ponto, significa que a mesma possui um bom domínio de álgebra de Boole, dispensando assim, a alteração do processo de simplificação para o modelo de Veitch-Karnaugh. 3.5.1 - DIAGRAMA PARA DUAS VARIÁVEIS Vejamos inicialmente as possibilidades que duas variáveis podem fornecer: ESTADO A B 0 0 0 1 0 1 2 1 0 3 1 1 Estes estados deverão ser distribuídos racionalmente nas quadrículas do modelo geométrico de Veitch-Karnaugh. Substituindo por seus valores lógicos, temos: 21 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Automação Através dos conceitos de transformação em MINTERMOS, podemos ainda substituir os valores por expressões. Devemos ter consciência de que chegaríamos ao mesmo objetivo com MAXTERMOS, porém para este assunto todas as transformações estarão baseadas em MINTERMOS. Logo: Veja na figura a seguir, que para cada dupla de quadrículas possuímos uma variável em comum. Após todas as observações, notamos que cada linha da tabela da verdade possui sua região própria no diagrama e essas regiões são, portanto, os locais onde devem ser colocados os valores de saída (S) que a expressão assume nas diferentes possibilidades. Para entendermos melhor o significado deste conceito, vamos observar o exemplo: A tabela da verdade abaixo mostra o estudo de uma função de duas variáveis e ao lado sua expressão não simplificada. A B S S = ABBABA ++ 0 0 0 0 1 1 1 0 1 1 1 1 Primeiramente vamos colocar no diagrama, o valor que a expressão assume em cada estado. Uma vez entendida a colocação dos valores no diagrama, assumidos pela expressão em cada estado, vamos verificar como podemos efetuar a simplificação. Para isto, utilizamos o seguinte método: Tentamos agrupar as regiões onde "S" é igual a "1", no menor número possível de pares. As regiões onde "S" é "1", que não puderem ser agrupadas em pares, serão consideradas isoladamente. Assim, temos: Notamos que um par é o conjunto de duas regiões onde "S" é "1", que tem um lado em comum, ou seja, são vizinhos. O mesmo "1" pode pertencer a mais de um par. Feito isto, escrevemos a expressão de cada par, ou seja, a região que o par ocupa no diagrama. O "Par 1" ocupa a região A e sua expressão será: Par 1 = A O "Par 2" ocupa a região B e sua expressão será: Par 2 = B Agora basta unirmosas expressões ao operador OU, para obtermos a expressão simplificada "S", logo: S = Par 1 + Par 2 S = A + B 22 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Automação Como podemos notar, esta é a expressão de uma porta OU, pois a tabela da verdade também é da porta OU. É evidente que a minimização da expressão, simplifica o circuito e consequentemente, diminui o custo e a dificuldade de montagem. EXERCÍCIO: 01) Simplifique o circuito que executa a tabela da verdade abaixo, através do diagrama de Veitch-Karnaugh. A B S 0 0 1 0 1 1 1 0 1 1 1 0 3.5.2 - DIAGRAMA PARA TRÊS VARIÁVEIS Para três variáveis temos o diagrama com a seguinte distribuição dos estados: Podemos também substituir por seus valores lógicos: E por expressões: Notamos que para cada quadrupla de quadrículas existe uma variável em comum. Como no estudo para duas variáveis, podemos agrupar as quadrículas formando duplas. Porém, agora podemos também formar quádruplos de quadrículas adjacentes ou em sequência, e ainda podemos utilizar as duplas laterais, pois estas se comunicam. Veja os exemplos de possíveis quadras: Para melhor compreensão, vamos transpor para o diagrama, a tabela da verdade: 23 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Automação A B C S Expressão extraída da tabela sem simplificação: S = CBACBACBACBACBACBA ............ +++++ 0 0 0 1 0 0 1 1 0 1 0 0 0 1 1 1 1 0 0 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 Transpondo para o diagrama. Para efetuarmos a simplificação, primeiramente, localizamos as quadras e escrevemos suas expressões, estas quadras podem ter quadrículas comuns. Feita a localização das quadras, agora localizaremos os pares e também escrevemos suas expressões. Não devemos considerar os pares já incluídos nas quadras, porém pode acontecer de termos um ou mais pares formados com um elemento externo à quadra e um outro interno. Por fim, localizamos e escrevemos as expressões dos termos isolados. Sendo assim, destacamos os seguintes grupos: Escrevendo suas expressões temos: Quadra = B Par 1 = CA Par 2 = CA A expressão final minimizada será a união das expressões encontradas através do operador OU: S = CACAB ++ O circuito que executa a tabela será então desenhado na forma a seguir: 24 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Automação EXERCÍCIOS 01) Ache a expressão simplificada das tabelas da verdade abaixo, através dos diagramas de Veitch-Karnaugh, a partir das saídas "1" das tabelas. a) b) c) A B C S A B C S A B C S 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 1 0 0 1 1 1 0 1 1 1 1 0 0 1 1 0 0 1 1 0 0 1 1 0 1 1 1 0 1 0 1 0 1 0 1 1 0 1 1 1 0 1 1 1 0 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 02) Simplifique a expressão S = CBACBACBACBACBA .......... ++++ através do diagrama de Veitch-Karnaugh, utilizando o padrão AND-OR. 3.5.3 - DAGRAMA PARA QUATRO VARIÁVEIS Para quatro variáveis, os estados são distribuídos no diagrama na forma abaixo: Substituindo por seus valores lógicos, temos: 25 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Automação E por suas expressões: Observamos que para cada grupo de oitavas, existe uma variável em comum. Além das duplas e quadras que podemos formar para este número de variáveis podemos também agrupar oitavas adjacentes horizontais e verticais utilizando até mesmo as quadras laterais e superiores com as inferiores, pois as laterais e os extremos se comunicam. Vejamos os exemplos de grupos de oitavas: 26 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Automação Para elucidarmos melhor as regras acima, vamos transpor para o diagrama de Veitch-Karnaugh a seguinte tabela da verdade: A B C D S Expressão extraída da tabela sem simplificação: S = DCBADCBADCBADCBADCBA DCBADCBADCBADCBADCBA ............... ............... ++++ +++++ 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 1 0 0 0 0 1 1 0 0 1 0 0 1 0 1 0 1 1 0 1 1 0 1 0 1 1 1 1 1 0 0 0 0 1 0 0 1 1 1 0 1 0 0 1 0 1 1 0 1 1 0 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 Transpondo para o diagrama Para efetuarmos a simplificação, seguimos o mesmo procedimento dos diagramas de três variáveis, a única observação é que para quatro variáveis o principal agrupamento será a oitava. Devemos ressaltar que neste diagrama, os lados e os extremos se comunicam, ou seja, podemos formar oitavas, quadras e pares com as quadrículas localizadas nos lados e nos extremos. Logo, destacamos os seguintes grupos: Escrevendo suas expressões temos: Oitava = B Quadra = DC. 27 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Automação A expressão final será: S = Oitava + Quadra S = B + DC. O circuito que executa a tabela será assim desenhado EXERCÍCIOS 01) Simplifique as expressões que executam as tabelas da verdade abaixo, através do diagrama de Veitch-Karnaugh, a partir das saídas "1" das tabelas. a) b) c) A B C D S A B C D S A B C D S 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 0 0 1 0 0 0 0 1 0 1 0 0 1 0 0 0 0 1 1 1 0 0 1 1 0 0 0 1 1 0 0 1 0 0 1 0 1 0 0 0 0 1 0 0 1 0 1 0 1 0 0 1 0 1 0 0 1 0 1 0 0 1 1 0 1 0 1 1 0 0 0 1 1 0 1 0 1 1 1 0 0 1 1 1 0 0 1 1 1 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 1 1 0 0 0 0 1 0 0 1 1 1 0 0 1 0 1 0 0 1 1 1 0 1 0 0 1 0 1 0 1 1 0 1 0 0 1 0 1 1 1 1 0 1 1 0 1 0 1 1 0 1 1 0 0 1 1 1 0 0 0 1 1 0 0 1 1 1 0 1 0 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 02) Simplifique a expressão abaixo através do diagrama de Veitch-Karnaugh, utilizando o padrão AND-OR. S = DCBADCBADCBADCBADCBA DCBADCBADCBADCBADCBADCBA ............... .................. ++++ ++++++ 3.6 - PROJETOS DE CIRCUITOS COMBINACIONAIS Podemos utilizar um circuito lógico combinacional para solucionar problemas em que necessitamos de uma resposta, quando acontecerem determinadas situações, situações estas, representadas pelas variáveis de entrada. Para construirmos estes circuitos, necessitamos de uma expressão característica, como vimos em estudos anteriores. Precisamos então, obter uma expressão que represente uma dada situação. Para extrairmos uma expressão de uma situação, o caminho mais fácil será o de obtermos a tabela da verdade desta situação e, em seguida, levantamos a expressão. Esquematicamente temos: 28 MATERIAL DIDÁTICO Escola TécnicaElectra – Automação Tomemos como exemplo a figura abaixo: A figura representa o cruzamento das ruas A e B. Neste cruzamento, queremos instalar um sistema automático para semáforos, com as seguintes características: 1ª - Quando houver carros transitando somente na rua B, os semáforos 2 deverão permanecer verdes para que estas viaturas possam trafegar livremente. 2ª - Quando houver carros transitando somente na rua A, os semáforos 1 deverão permanecer verdes pelo mesmo motivo. 3ª - Quando houver carros transitando nas ruas A e B, devemos abrir os semáforos para rua A, pois é a preferencial. Para solucionarmos este problema, podemos utilizar um circuito lógico. Para montarmos este circuito, necessitamos de sua expressão. Vamos agora, analisando a situação, obter sua tabela da verdade. Primeiramente, vamos estabelecer as seguintes convenções: a) Existência de carro na rua A → A=1 b) Não existência de carro na rua A → A=0 c) Existência de carro na rua B → B=1 d) Não existência de carro na rua B → B=0 e) Verde dos sinais 1 acesos → V1=1 f) Verde dos sinais 2 acesos → V2=1 g) Quando V1=1, o vermelho estará apagado → Vm1=0 h) Quando V2=1, o vermelho estará apagado → Vm2=0 Vamos montar a tabela da verdade: SITUAÇÃO A B V1 Vm1 V2 Vm2 0 0 0 1 0 1 2 1 0 3 1 1 A situação "0" representa a ausência de veículos em ambas as ruas. Se não temos carros, tanto faz os sinais permanecerem abertos ou fechados. Logo podemos preencher a primeira linha da seguinte forma: SITUAÇÃO A B V1 Vm1 V2 m2 0 0 0 Ø Ø Ø Ø A situação "1" representa a presença de veículo na rua B e ausência de veículo na rua A, logo, devemos acender o sinal verde para a rua B. Temos então na linha dois a distribuição: SITUAÇÃO A B V1 Vm1 V2 Vm2 1 0 1 0 1 1 0 29 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Automação A situação 2 representa a presença de veículo na rua A e ausência de veículo na rua B, logo, devemos acender o sinal verde para rua A. Temos então: SITUAÇÃO A B V1 Vm1 V2 Vm2 2 1 0 1 0 0 1 A situação 3 representa a presença de veículos em ambas as ruas, logo, devemos acender o sinal verde para rua A, pois esta é a preferencial. Temos então: SITUAÇÃO A B V1 Vm1 V2 Vm2 3 1 1 1 0 0 1 A tabela totalmente preenchida é vista a seguir: SITUAÇÃO A B V1 Vm1 V2 0 0 0 Ø Ø Ø 1 0 1 0 1 1 2 1 0 1 0 0 3 1 1 1 0 0 Vamos transpor as saídas para o diagrama de Veitch-Karnaugh e retirar a expressão simplificada para cada caso. Notamos que as expressões de V1 e Vm2 são idênticas, o mesmo ocorrendo com V2 e Vm1. O circuito, a partir destas expressões, é assim desenhado: EXERCÍCIOS 01) Deseja-se utilizar um amplificador de uma única entrada para ser conectado a três aparelhos: um toca-fitas, um toca- discos e um rádio. Vamos elaborar um circuito lógico que nos permitirá ligar os aparelhos ao amplificador, obedecendo as seguintes prioridades: 1ª - Toca discos. 2ª - Toca-fitas. 3ª - Rádio. 02) Deseja-se em uma empresa, implantar um sistema de prioridade nos seus intercomunicadores, da seguinte maneira: Presidente: 1ª prioridade. Vice-presidente: 2ª prioridade. Engenharia: 3ª prioridade. Chefe de seção: 4ª prioridade. 03) Desenhe um circuito para, em conjunto de três chaves, detectar um número par destas ligadas. 04) Elabore um circuito lógico que permita encher automaticamente um filtro de água de dois recipientes e vela, conforme desenho na figura abaixo. A eletroválvula permanecerá aberta quando tivermos nível "1" de saída do circuito, e permanecerá desligada quando tivermos nível "0". O controle será efetuado por dois sensores A e B, colocados nos recipientes "a" e "b" respectivamente. 30 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Automação 4- CIRCUITOS DE COMANDO ELÉTRICO 4.1 - INTRODUÇÃO A cada dia que passa os equipamentos elétricos e mecânicos vão dando lugar aos microprocessadores. Tanto na vida profissional como na cotidiana, estamos sendo envolvidos por estes componentes que se juntam a outros, formando os sistemas computadorizados. Na indústria, estes sistemas estão sendo empregadas para facilitar e melhorar o serviço. Estamos vivendo na “era da automação”. Na indústria, o computador chegou para aumentar a produção, reduzir gastos e principalmente para automatizar máquinas. Um microprocessador, por exemplo, pode tomar decisões no controle de uma máquina, pode ligá-la, desligá-la, movimentá-la, sinalizar defeitos e até gerar relatórios operacionais. Mas, por trás dessas decisões, está a orientação do microprocessador, pois elas estão baseadas em linhas de programação (código de máquina). Ocorre que paralelamente aos microprocessadores há a automação industrial obtida através de comando elétrico, o qual consiste da interligação de diversos dispositivos eletromagnéticos com a finalidade de acionar um ou mais circuitos e/ou equipamentos. Assim nosso estudo de automação industrial tem como ponto de partida os comandos elétricos, até chegarmos no que há de maior aplicação na indústria hoje que são os Controladores Programáveis ( CLP ou PLC ). Os circuitos elétricos são dotados de dispositivos que permitem: a) Interrupção da passagem da corrente por seccionamento – São os aparelhos de comando, tais como: interruptores, chaves de faca simples, contactores, disjuntores etc; b) Proteção contra curto-circuito e sobrecargas – Em certos casos, o mesmo dispositivo permite alcançar os objetivos acima citados, como os disjuntores. 4.2 - DISPOSITIVOS DE COMANDO DOS CIRCUITOS a) Interruptores Interrompem o fio fase do circuito, podendo ser unipolar, bipolar ou tripolar, de modo a ser possível o desligamento de todos os condutores fase simultaneamente. b) Dispositivos Eletromagnéticos São todos os componentes que se aproveitam de um campo magnético gerado a partir da eletricidade, sendo encontrados nos mais variados ramos da automação industrial. Como exemplo tem relês, contactoras, chave magnética, eletroválvulas, solenóides, etc. c) Chaves Eletrônicas Utilizam circuitos eletrônicos com SCRs e TRIACs como substitutos dos contatos, embora, necessitem de outra chave para iniciar a condução nesses componentes. 4.3 - DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO Os condutores e equipamentos que fazem parte de um circuito elétrico devem ser protegidos automaticamente contra curto-circuitos e contra sobrecargas (intensidade de corrente acima do valor compatível com o aquecimento do condutor e que poderiam danificar a isolação do mesmo ou deteriorar o equipamento) e outras anormalidades. Dentre eles podemos citar: a) Fusível É uma resistência devidamente protegida e que deve fundir com a passagem da corrente excessiva. Sua ação pode ser imediata ou com retardo. Existe fusível tipo rolha, cartucho (virola ou faca), etc. 31 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Automação b) Disjuntor Pode servir como protetor contra curto-circuito e sobrecarga, além de estabelecer ou romper a passagem da corrente pela ação direta do operador. Internamente, o disjuntor é composto por dois elementos metálicos com coeficiente de dilatação diferentes (latão e aço) soldados, que se torcem, desligando o disjuntror, quando há aquecimento provocado pela sobrecarga ou curto-circuito. c) Dispositivo DR (Diferencial Residual) Tem a finalidade de proteger vidas humanas contra choques provocados no contato acidental com redes e equipamentos elétricos energizados. Oferecem também proteção contra incêndios que podem ser provocados por falha de isolamento dos condutores e equipamentos.d) Relés de máxima e mínima tensão Interrompem o circuito, na falta de fase, mantendo-o desligado mesmo com a normalização do circuito, para evitar que o pico de tensão, ao retorno da fase, danifique o equipamento. Ou desliga o circuito sempre que a tensão fique acima ou abaixo de um valor determinado. Nota: Alguns dispositivos de proteção ao desligarem o ramal de alimentação da carga com problema pode religar o ramal, após a verificação do problema que ocasionou o desligamento, ou até para desativar provisoriamente para a substituição, ou manutenção, de componentes do ramal. Este é o caso dos disjuntores, chaves seccionadoras com fusível e Diferencial Residual (DR). Porém, alertamos que esses dispositivos de forma alguma podem substituir os interruptores, botoeiras ou quaisquer outros dispositivos de comando ou manobra. 4.4 - FUNCIONAMENTO BÁSICO DE UM DISPOSITIVO ELETROMAGNÉTICO Os relés consistem em chaves eletromagnéticas que tem por função abrir ou fechar contatos a fim de conectar ou interromper circuitos elétricos, sendo constituído por bobina ou solenóide, núcleo de ferro, contatos e armadura. Os outros dispositivos eletromagnéticos têm funcionamento semelhante ao relé. Existem dois tipos de contatos: - Normalmente Aberto (NA ou NO) Quando a bobina ou solenóide é energizada ele se fecha. - Normalmente Fechado (NF ou NC) Quando a bobina ou solenóide é energizado ele se abre. 4.4.1 CONTACTORES E CHAVES MAGNÉTICAS Muitas vezes, temos necessidade de comandar circuitos elétricos à distância (controle remoto), quer manual, quer automaticamente. Contactores e chaves magnéticas são dispositivos com dois circuitos básicos, de comando e de força que se prestam a esse objetivo. O circuito de comando opera com corrente pequena, apenas o suficiente para operar uma bobina, que fecha o contato do circuito de força. O circuito de força é o circuito principal do contactor que permite a ligação do motor, da máquina operatriz; utiliza correntes elevadas. Esquematicamente, podemos representar o circuito de uma chave magnética da maneira apresentada na figura a seguir: O fechamento da chave S1 faz circular uma corrente através do solenóide criando um campo magnético que atrai a armadura do relé, fechando o contato. 32 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Automação Diagrama de ligação de uma chave magnética Eletromar Neste esquema temos uma chave magnética trifásica. Ela serve para ligar e desligar motores ou quaisquer circuitos, com comando local ou à distância (controle remoto). O comando pode ser um botão interruptor, chave unipolar, chave-bóia, termostato, pressostato etc. No caso de botões, há um circuito especial que mantém a chave ligada depois que se retira o dedo do botão. Os contactores são semelhantes às chaves magnéticas, porém simplificados, pois não possuem relé térmico de proteção contra sobrecargas. 4.4.2 – IDENTIFICAÇÃO DOS BORNES DOS CONTACTORES BOBINA PRINCIPAIS AUXILIARES CONTATOS CONTATOS 2 4 6 14 22 1 3 5 13 21 A2 A1 As bobinas têm os bornes indicados pelas letras A1 e A2 e os contatos são identificados por números, que indicam: Contatos Principais: os números ímpares são as entradas de força (1,3 e 5) e os números pares as saídas (2,4 e 6). Contatos Auxiliares: são identificados por um par de algarismos que indicam: 1º algarismo indica a posição sua posição física nos contactores, 1 para o primeiro, 2 para o segundo e assim sucessivamente. 2º algarismo indica o estado do contato: NA ou NO (Normalmente Aberto), 3 na parte superior e 4 na parte inferior. NF ou NC (Normalmente Fechado), 1 na parte superior e 2 na parte inferior. 33 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Automação 4.4.3 – IDENTIFICAÇÃO DOS BORNES DO RELÉ TÉRMICO 2 4 6 96 98 1 3 5 95 97 Os contatos 1,3 e 5 ficam acoplado nas saídas 2,4 e 6 do contactor e os contatos 2,4 e 6 vão para a carga (motor). Quando há uma sobrecarga no circuito o relé desarma e conseqüentemente o contato NA se fechará e o NF abrirá. 4.5 – CIRCUITOS COM COMANDOS ELÉTRICOS De posse da compreensão do princípio de funcionamento dos dispositivos eletromagnéticos, passemos a analisar algumas experiências que se utilizam destes componentes. Antes, porém, vejamos certas definições básicas: • Circuito de Controle É um circuito que utiliza baixas correntes e diversos componentes que permitem a energização da bobina de ligação do circuito de força. • Circuito de Força É o circuito principal do contactor que permite a ligação do motor, da máquina operatriz. Utiliza correntes elevadas. • Contato normalmente aberto (NA). É o contato acionado automaticamente pela bobina de ligação; quando a bobina não está energizada ele está aberto. Seus símbolos são: • Contato normalmente fechado (NF). É o contato que, quando a bobina não está energizada, ele está fechado. Seus símbolos são: • Botões de comando Servem para ligar e parar o motor da máquina operatriz; por meio dos botões de comando completa-se o circuito da bobina de ligação (botão LIGA) ou interrompe-se o circuito (botão DESLIGA). Seus símbolos são: • Contato térmico Serve para desligar o circuito, quando há sobrecorrente; é também denominado relé térmico ou relé bimetálico. Seu símbolo é: Contato fechador Contato abridor 34 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Automação 4.5.1 – COMANDO DOS CONTACTORES Acompanhando-se o diagrama de ligação abaixo, que representa um contactor trifásico comandado por botoeira e um contato auxiliar, nota-se que, quando o contato “L” da botoeira (ligação) é pressionado, fecha-se o circuito de alimentação da bobina “B” e, consequentemente fecham-se os contatos principais e o auxiliar. Com o fechamento deste último, formou-se um circuito paralelo de alimentação da bobina, de modo que, quando retiramos a pressão do botão de ligação “L”, a alimentação da bobina não é interrompida; este contato auxiliar faz o papel de contato de selo. Para o desligamento, faz-se necessário acionar o botão “D” da botoeira, que, estando em série com a bobina, interrompe a alimentação da mesma. 4.5.2 – INTERTRAVAMENTO DE CONTACTORES É um sistema elétrico ou mecânico destinado a evitar que dois ou mais contactores se fechem acidentalmente ao mesmo tempo, provocando curto-circuito ou mudança da seqüência de funcionamento de um determinado circuito. Intertravamento elétrico No intertravamento elétrico é inserido um contato auxiliar abridor de um contactor no circuito de comando que alimenta a bobina do outro contactor, deste modo, faz-se com que o funcionamento de um dependa do outro. 4.6 – DISPOSITIVOS DE DESLIGAMENTO E ACIONAMENTO DE MOTORES Os motores devem ter uma chave de partida para o seu acionamento e/ou desligamento. As chaves devem conter um dispositivo de proteção de proteção contra curto-circuito (fusível ou disjuntor), um dispositivo de comando (contactor) e um dispositivo de proteção contra sobrecargas (relé de sobrecarga). Para motores até 5 CV (e excepcionalmente até 30 CV), ligados a uma rede secundária trifásica, pode-se usar chave de partida direta. Acima desta potência, deve-se empregar dispositivo de partida que limite a corrente de partida a um máximo de 225% da corrente nominaldo motor. 35 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Automação 4.6.1 – CHAVE DE PARTIDA DIRETA O circuito abaixo permite partir ou parar um motor, através de dois botões de contato momentâneo (botoeiras). Note o contato auxiliar da contactora, usado para manter sua energização após o operador soltar o botão de partida (S1). Já o botão de parada (S0) é do tipo normal fechado (NF). Ao ser pressionado ele interrompe o circuito, desenergizando a contactora e, portanto, abrindo também o contato auxiliar de auto-retenção. Diagrama de Força Diagrama de Comando Note que este circuito, no caso de interrupção da rede elétrica, se desarma automaticamente. Isso é importante para segurança. Caso simplesmente fosse utilizada uma chave 1 pólo, 2 posições para acionar a contactora, ao retornar a energia elétrica (no caso de um “apagão”, por exemplo) o motor seria energizado, pois a chave se manteria na posição ligada. 4.6.2 – CHAVE DE PARTIDA DIRETA COM REVERSÃO DO SENTIDO DE ROTAÇÃO Neste caso existem dois botões de contato momentâneo para partir o motor (B1 e B2). Um deles faz o motor girar no sentido horário e o outro no sentido anti-horário. Um terceiro botão desliga o motor (S0), independentemente do sentido de rotação. Note os contatos auxiliares NA das contatoras usados para auto-retenção. Além disso, as contatoras se inibem mutuamente através dos contatos auxiliares NF. Assim, se a contactora C1 estiver energizada, a contactora C2 não pode ser energizada, e vice-versa. Isso impede que o operador, inadvertidamente, acione simultaneamente os dois sentidos de giro do motor. Caso as duas contactoras fossem energizadas simultaneamente, o resultado seria a queima dos fusíveis de força (pois teríamos curto- circuito entre as fases invertidas). S R 36 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Automação Note que para inverter o giro do motor basta inverter duas fases. 4.6.3 – CHAVE DE PARTIDA TRIÂNGULO/ESTRÊLA Neste caso, partimos o motor na configuração estrela, de forma a minimizar a corrente de partida e, após determinado tempo especificado no relé temporizado, comuta-se o motor para a configuração triângulo. Ao pressionar B1, energiza-se a contactora C3, que por sua vez energiza a contactora C1. Isso liga o motor à rede trifásica na configuração estrela. Após o tempo especificado no relé temporizado RT, a contactora C3 é desenergizada e a contactora C2 energizada. C1 continua energizada, pois existe um contato auxiliar de C1 para efetuar sua auto-retenção. Com isso, o motor é conectado a rede trifásica na configuração triângulo. R S 37 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Automação 5 – BIBLIOGRAFIA Manuais Técnicos da WEG Manuais Técnicos da Siemens Site da WEG – www.weg.com.br Site da Siemens – www.siemens.com.br R S 41 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial SUMÁRIO 1. Diodo Zener ......................................................................................................................... 45 1.1 Polarização do Zener ......................................................................................................... 46 1.2 Regulador de Tensão .................................................................................................. 48 1.3 Diodo Zener ideal e diodo Zener real .......................................................................... 49 1.4 Efeitos Zener................................................................................................................ 50 2. Diodo LED ............................................................................................................................ 50 2.1 Funcionamento .................................................................................................................. 52 3. Tiristores .............................................................................................................................. 52 3.1 Retificador Controlado de Silício (SCR) ............................................................................ 53 3.2 SCR Ideal ..................................................................................................................... 55 3.3 Polarização Direta ....................................................................................................... 56 3.4 Polarização Reversa .................................................................................................... 57 3.5 Modos de disparo de um SCR ..................................................................................... 58 3.5.1 Corrente de gatilho .............................................................................................. 58 3.5.2 Corrente de retenção e corrente de manutenção ................................................ 59 3.5.3 Sobretemperatura ................................................................................................ 60 3.5.4 Sobretensão ......................................................................................................... 60 3.5.5 Degrau de tensão dv/dt ( Δv/ Δt) .......................................................................... 60 3.5.6 Luz ou radiação ................................................................................................... 61 3.6 Analogia com 2 transistores .............................................................................................. 61 3.7 Bloqueio ou comutação do SCR.................................................................................. 62 3.7.1 Comutação natural............................................................................................... 62 3.7.2 Comutação Forçada ............................................................................................ 63 3.8 Características estáticas do SCR ................................................................................ 64 4 DIAC .................................................................................................................................... 65 5 TRIAC .................................................................................................................................. 66 5.1 Funcionamento do TRIAC ................................................................................................. 68 5.1.1 Corte ........................................................................................................................... 68 5.1.2 Circuitos e Aplicações ................................................................................................ 68 6 Transistores Especiais ......................................................................................................... 70 6.1 FET .................................................................................................................................... 70 42 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial 6.2 MOSFET ............................................................................................................................ 71 6.3 Tipos de MOSFET ............................................................................................................. 73 6.3.1 MOSFET de depleção................................................................................................ 73 6.3.2 MOSFET de enriquecimento ...................................................................................... 74 6.3.3 Características dos FETs ............................................................................................ 75 6.3.4 Aplicações dos FETs .................................................................................................. 76 6.4 IGBT ................................................................................................................................... 76 6.4.1 Aplicação do IGBT – Inversor de tensão .................................................................... 80 6.5 Transistor de Unijunção(UJT) ............................................................................................ 81 6.5.1 Constituição Interna .................................................................................................... 81 6.5.2 Princípio de Funcionamento ....................................................................................... 82 6.5.3 Características Técnicas ............................................................................................. 82 7 Amplificadores Operacionais ............................................................................................... 83 7.1 Amplificador Operacional Ideal ........................................................................................ 84 7.2 Amplificador Operacional Real .................................................................................... 85 7.3 Terra Virtual ................................................................................................................. 86 7.4 Circuitos Básicos ............................................................................................................... 87 7.4.1 Configuração inversora ............................................................................................... 87 7.4.2 Configuração não inversora ........................................................................................ 88 7.4.3 Amplificador Somador ................................................................................................. 89 7.4.4 Amplificador Subtrator ................................................................................................ 90 7.4.5 Comparador ................................................................................................................ 91 8 Bibliografia ........................................................................................................................... 92 43 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 - Simbologia do diodo zener ........................................................................................................................ 45 Figura 2 - Gráfico diodo zener .................................................................................................................................... 46 Figura 3 - Exemplo de um circuito com Diodo Zener .............................................................................................. 47 Figura 4 - Gráfico Zener............................................................................................................................................... 49 Figura 5 - Gráfico do Diodo Zener Ideal .................................................................................................................... 50 Figura 6 - Gráfico Diodo Zener Real .......................................................................................................................... 50 Figura 7 - Diodo LED .................................................................................................................................................... 52 Figura 8 - SCR: Simbologia, Camadas e Junções .................................................................................................. 54 Figura 9 - Estrutura interna de um SCR .................................................................................................................... 54 Figura 10 - Encapsulamento para o SCR ................................................................................................................. 54 Figura 11- SCR com encapsulamento tipo rosca e tipo disco ............................................................................... 55 Figura 12 - (a) Polarização direta (b) Características estáticas de um SCR ideal. ........................................... 56 Figura 13 - (a) SCR bloqueado em polarização direta (b) Analogia com Diodos (c) Efeito de Polarização direta nas junções ......................................................................................................................................................... 57 Figura 14 - (a) SCR bloqueado em polarização reversa (b) Analogia com diodos (c) Efeito da polarização reversa nas junções ..................................................................................................................................................... 58 Figura 15 - Circuito de disparo de um SCR .............................................................................................................. 59 Figura 16 - Circuito de Disparo ................................................................................................................................... 59 Figura 17 - SCR disparado por degrau de tensão ................................................................................................... 61 Figura 18 - Modelo de um SCR com dois transistores complementares ............................................................. 62 Figura 19 - Circuito para comutação natural do SCR ............................................................................................. 63 Figura 20 - Comutação forçada por chave ............................................................................................................... 63 Figura 21 - Comutação forçada por capacitor .......................................................................................................... 64 Figura 22 - Características estáticas reais de um SCR .......................................................................................... 64 Figura 23 - Símbolo de um DIAC ............................................................................................................................... 65 Figura 24 - Estrutura interna de um DIAC ................................................................................................................ 66 Figura 25 - Símbolo de um TRIAC ............................................................................................................................. 67 Figura 26 - Circuito controlador de potência com TRIAC ....................................................................................... 69 44 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial Figura 27 - Circuito de luminosidade para lâmpadas incandescentes .................................................................69 Figura 28 - Interruptor de potência com TRIAC .......................................................................................................69 Figura 29 - Circuito sequenciador de luzes ..............................................................................................................70 Figura 30 - (a) Estrutura de um JFET (b) Regiões de depleção .........................................................................71 Figura 31 - Curvas características de um JFET de canal n ...................................................................................71Figura 32 - Desenho básico de um MOSFET ..........................................................................................................72 Figura 33 - Esquema moderno de uma estrutura de um MOSFET ......................................................................73 Figura 34 - Desenho do MOSFET de depleção .......................................................................................................74 Figura 35 - (a) NMOS (b) PMOS ..............................................................................................................................74 Figura 36 - Desenho do MOSFET de enriquecimento ............................................................................................75 Figura 37 - Comparação entre dispositivos semicondutores .................................................................................77 Figura 38 - Estrutura do IGBT .....................................................................................................................................78 Figura 39 - Esquema da operação física do IGBT ..................................................................................................79 Figura 40 - Circuito simplificado de um IGBT ...........................................................................................................80 Figura 41 - Bloco funcional de um inversor de 6 pulsos .........................................................................................81 Figura 42 - Circuito equivalente de um UJT .............................................................................................................81 Figura 43 - Simbologia de um amplificador Operacional ........................................................................................83 Figura 44 - Esquema de um amplificador diferencial ..............................................................................................84 Figura 45 - Representação das entradas e saídas de um amplificador operacional .........................................87 Figura 46 - Configuração Inversora ...........................................................................................................................88 Figura 47 - Configuração não inversora ....................................................................................................................89 Figura 48 - Circuito de um amplificador somador ....................................................................................................89 Figura 49 - Circuito de um Amplificador Subtrator ...................................................................................................90 Figura 50 - Circuito comparador .................................................................................................................................91 Figura 51 Circuito com diodos em antiparalelo ........................................................................................................91 45 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial SEMICONDUTORES ESPECIAIS 1. Diodo Zener O diodo Zener é um diodo semicondutor que polarizado reversamente mantém a tensão fixa em seus terminais. O nome diodo zener está associado a três tipos de aplicação: diodos reguladores de tensão, diodos de referência de tensão e diodos supressores de transientes. O último item na prática é pouco usado devido a existência dos varistores. Neste curso o zener será analisado como regulador de tensão e como referência de tensão. As aplicações em eletrônica industrial são diversas: desde aplicações em fontes de alimentação até circuitos digitais. Um díodo zener é constituído por uma junção PN de material semicondutor (silício ou germânio) e por dois terminais, o Ânodo (A) e o Cátodo (K) da mesma forma que o diodo semicondutor. Figura 1 - Simbologia do diodo zener A diferença entre eles é que o zener atua na região de polarização reversa, que é chamada de região zenerrá mostrada na figura abaixo: 46 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial Figura 2 - Gráfico diodo zener O diodo Zener pode funcionar polarizado diretamente ou indiretamente. Quando está polarizado diretamente , funciona como outro díodo qualquer. Não conduz enquanto a tensão aos seus terminais for inferior a 0,7 V (díodo de silício) e a partir desta tensão começa a conduzir, primeiro pouco e depois cada vez mais depressa, sendo não linear a curva de crescimento da corrente com a tensão. Por esse fato, a sua tensão de condução não é única, sendo considerada de 0,6 ou 0,7 V. Um díodo vulgar polarizado inversamente praticamente não conduz. Existe uma pequena corrente inversa, chamada de saturação e devida unicamente à geração de pares de elétron-lacuna na região de carga espacial, à temperatura ambiente. No díodo Zener acontece a mesma coisa. A diferença entre os dois tipos de díodo é que, no díodo convencional, ao atingir uma determinada tensão inversa, cujo valor depende do díodo, este aumenta bruscamente a condução (avalanche) e a corrente elevada acaba por destruir o díodo, não sendo possível inverter o processo, enquanto no díodo Zener, ao atingir uma tensão chamada de Zener, o díodo aumenta a condução sem se destruir e mantém constante a tensão aos seus terminais. Existem várias tensões de Zener (uma para cada díodo) como, por exemplo, 5,1 V e 6,3 V. Quanto ao valor da corrente máxima admissível, existem vários tipos de díodo. O valor indicado é o da potência. Por exemplo, existem díodos Zener de 400 mW, além de outros valores. O valor da corrente máxima admissível depende desta potência e da tensão de Zener. É por isso que o díodo Zener se encontra normalmente associado com uma resistência em série, destinada precisamente a limitar a corrente a um valor admissível. 1.1 Polarização do Zener O díodo zener quando polarizado inversamente (ânodo a um potencial negativo em relação ao cátodo) permite manter uma tensão constante aos seus terminais (U Z ) sendo por isso muito utilizado na estabilização/regulação da tensão nos circuitos. Corrente direta Tensão Zener Corrente reversa 47 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial Figura 3 - Exemplo de um circuito com Diodo Zener A potência dissipada por um diodo zener é dada pela fórmula: PZ = VZIZ Por exemplo, se VZ = 6,2V e IZ = 12mA, então: PZ = 6,2V x 12mA = 74,4mW. Desde que a potência não seja ultrapassada, o diodo zener pode operar dentro da região de ruptura sem ser destruído. Muitas vezes na especificação do fabricante inclui-se também a corrente máxima que um diodo pode suportar, em função da máxima potência que o mesmo pode suportar. Assim: IZM = PZM / VZ onde: IZM = máxima corrente de zener especificada PZM = potência especificada VZ = tensão de zener Se quisermos saber a corrente especificada de um diodo zener de 6,2V com uma especificação de potência de 500mW, então: IZM = 500mW / 6,2v = 80,6mA Isto significa que, se houver uma resistência limitadora de corrente suficiente para manter a corrente de zener abaixo de 80,6mA, o diodo zener pode operar dentro da região de ruptura sem se danificar. 48 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial Levando-se em conta uma tolerância de 10% (por exemplo), acima ou abaixo do valor de 6,2V, então é aconselhável para maior segurança recorrer ao procedimento abaixo: IZM = 500mW / 6,2V(x 1,1) = 73,3mA Quando um diodo Zener está operando na região de ruptura, um aumento na corrente produz um ligeiro aumento na tensão. Isto significa que o diodo zener tem umapequena resistência, que também é denominada impedância zener (ZZT), também referenciada à corrente de teste IZT para medir VZ. Assim por exemplo, para um diodo fictício 1NZX45, com as especificações VZT = 12V; IZT = 20mA e ZZT = 5Ω, indica que o diodo zener tem uma tensão de 12V e uma resistência de 5Ω para uma corrente de 20mA. 1.2 Regulador de Tensão Os díodos zener são definidos pela sua tensão de zener (UZ) mas para que possa existir regulação/estabilização de tensão aos seus terminais a corrente que circula pelo díodo zener (IZ) deve manter-se entre os valores de corrente zener definidos como máximo e mínimo, pois se é menor que o valor mínimo, não permite a regulação da tensão e, se é maior, pode romper a junção PN por excesso de corrente. Para que ocorra o efeito regulador de tensão é necessário que o diodo Zener opere dentro da região de ruptura, respeitando-se as especificações da corrente máxima. Considere o circuito abaixo: A corrente que circula por RS que é a própria corrente que circula pelo diodo Zener é dada pela fórmula: IRS = (VE - VZ) / RS Para entender como funciona a regulação de tensão, suponha que a tensão VE varie para 9V e 12V respectivamente. Devemos então obter o ponto de saturação (interseção vertical), fazendo com que VZ = 0. a) obtenção de q1 (VZ = 0), temos: I = 9/500 = 18mA b) obtenção de q2 (VZ = 0), temos: I = 12/500 = 24mA Para obter o ponto de ruptura (interseção horizontal), fazemos IZ = 0. 49 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial a) obtenção de q1 (IZ = 0), temos: VZ = 9V b) obtenção de q2 (IZ = 0), temos: VZ = 12V O gráfico então fica com o aspecto a seguir: Figura 4 - Gráfico Zener Analisando o gráfico acima, observa-se que embora a tensão VE varie para 9V e 12V respectivamente, haverá mais corrente no diodo zener implicando nas interseções q1 e q2. Portanto embora a tensão VE tenha variado de 9 a 12V, a tensão zener ainda é aproximadamente igual a 6V. Basta para isso comparar a diferença entre q1 e q2, onde observa-se que a tensão de saída permaneceu praticamente constante mesmo que a tensão de entrada tenha variado. Essa é a idéia de regulação de tensão. 1.3 Diodo Zener ideal e diodo Zener real Na primeira aproximação, podemos considerar a região de ruptura como uma linha vertical. Isto quer dizer que a tensão de saída (V Z ) será sempre constante, embora haja uma grande variação de corrente, o que equivale a ignorar a resistência zener. Isto significa que num circuito o díodo zener pode ser substituído por uma fonte de tensão com resistência interna nula. 50 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial Figura 5 - Gráfico do Diodo Zener Ideal Na segunda aproximação deve ser levada em consideração a resistência zener (R Z ) em série com uma bateria ideal. Isto significa que quanto maior for a corrente, esta resistência produzirá uma queda de tensão maior. Isto quer dizer que na região de ruptura a linha é ligeiramente inclinada, isto é, ao variar a corrente haverá uma variação, embora muito pequena, da tensão de saída (V Z ). Essa variação da tensão de saída será tanto menor quanto menor for a resistência de zener. Figura 6 - Gráfico Diodo Zener Real 1.4 Efeitos Zener Efeito de zener – ao aplicar ao díodo uma tensão inversa de determinado valor (VZ) é rompida a estrutura atómica do díodo e vencida a zona neutra, originando assim a corrente eléctrica inversa. Este efeito verifica-se geralmente para tensões inversas VR <5 Volt e o seu valor pode ser variado através do grau de dopagem (percentagem de impurezas) do silício ou do germânio. Efeito de avalanche – Para tensões inversas VR >7 Volt, a condução do díodo é explicada exclusivamente pelo efeito de avalanche. Quando se aumenta o valor da tensão inversa, aumenta também a velocidade das cargas eléctricas (electrões). A velocidade atingida pode ser suficiente para libertar electrões dos átomos semicondutores, através do choque. Estes novos electrões libertados e acelerados libertam outros, originando uma reacção em cadeia, à qual se dá o nome de efeito de avalanche. Para tensões inversas VR, entre 5V e 7V, a condução do díodo é explicada cumulativamente pelos dois efeitos (efeito de zener e efeito de avalanche). 2. Diodo LED LED é a sigla em inglês para Light Emitting Diode, ou Diodo Emissor de Luz. O LED é um diodo semicondutor (junção P-N) que quando energizado emite luz visível por isso LED (Diodo Emissor de Luz). A luz não é monocromática (como em um laser), mas consiste de uma banda espectral relativamente estreita e é produzida pelas interações energéticas do elétron. O processo de emissão de luz pela aplicação de uma fonte elétrica de energia é chamado eletroluminescência. Em qualquer junção P-N polarizada diretamente, dentro da estrutura, próximo à junção, ocorrem recombinações de lacunas e elétrons. Essa recombinação exige que a energia possuída por esse elétron, que até então era livre, seja liberada, o que ocorre na forma de calor ou fótons de luz. 51 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial No silício e no germânio, que são os elementos básicos dos diodos e transistores, entre outros componentes eletrônicos, a maior parte da energia é liberada na forma de calor, sendo insignificante a luz emitida (devido a opacidade do material), e os componentes que trabalham com maior capacidade de corrente chegam a precisar de irradiadores de calor (dissipadores) para ajudar na manutenção dessa temperatura em um patamar tolerável. Já em outros materiais, como o arseneto de gálio (GaAs) ou o fosfeto de gálio (GaP), o número de fótons de luz emitido é suficiente para constituir fontes de luz bastante eficientes. A forma simplificada de uma junção P-N de um led demonstra seu processo de eletroluminescência. O material dopante de uma área do semicondutor contém átomos com um elétron a menos na banda de valência em relação ao material semicondutor. Na ligação, os íons desse material dopante (íons "aceitadores") removem elétrons de valência do semicondutor, deixando "lacunas" (ou buracos), portanto, o semicondutor torna-se do tipo P. Na outra área do semicondutor, o material dopante contém átomos com um elétron a mais do que o semicondutor puro em sua faixa de valência. Portanto, na ligação esse elétron fica disponível sob a forma de elétron livre, formando o semicondutor do tipo N. Os semicondutores também podem ser do tipo compensados, isto é, possuem ambos os dopantes (P e N). Neste caso, o dopante em maior concentração determinará a que tipo pertence o semicondutor. Por exemplo, se existem mais dopantes que levariam ao P do que do tipo N, o semicondutor será do tipo P. Isso implicará, contudo, na redução da Mobilidade dos Portadores. A Mobilidade dos Portadores é a facilidade com que cargas n e p (elétrons e buracos) atravessam a estrutura cristalina do material sem colidir com a vibração da estrutura. Quanto maior a mobilidade dos portadores, menor será a perda de energia, portanto mais baixa será a resistividade. Na região de contato das áreas, elétrons e lacunas se recombinam, criando uma fina camada praticamente isenta de portadores de carga, a chamada barreira de potencial, onde temos apenas os íons "doadores" da região N e os íons "aceitadores" da região P, que por não apresentarem portadores de carga "isolam" as demais lacunas do material P dos outros elétrons livres do material N. Um elétron livre ou uma lacuna só pode atravessar a barreira de potencial mediante a aplicação de energia externa (polarização direta da junção). Aqui é preciso ressaltar um fato físicodo semicondutor: nesses materiais, os elétrons só podem assumir determinados níveis de energia (níveis discretos), sendo as bandas de valência e de condução as de maiores níveis energéticos para os elétrons ocuparem. A região compreendida entre o topo da de valência e a parte inferior da de condução é a chamada "banda proibida". Se o material semicondutor for puro, não terá elétrons nessa banda (daí ser chamada "proibida"). A recombinação entre elétrons e lacunas, que ocorre depois de vencida a barreira de potencial, pode acontecer na banda de valência ou na proibida. A possibilidade dessa recombinação ocorrer na banda proibida se deve à criação de estados eletrônicos de energia nessa área pela introdução de outras impurezas no material. 52 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial Como a recombinação ocorre mais facilmente no nível de energia mais próximo da banda de condução, pode-se escolher adequadamente as impurezas para a confecção dos leds, de modo a exibirem bandas adequadas para a emissão da cor de luz desejada (comprimento de onda específico). 2.1 Funcionamento A luz emitida não é monocromática, mas a banda colorida é relativamente estreita. A cor, portanto, dependente do cristal e da impureza de dopagem com que o componente é fabricado. O led que utiliza o arseneto de gálio emite radiações infra-vermelhas. Dopando-se com fósforo, a emissão pode ser vermelha ou amarela, de acordo com a concentração. Utilizando-se fosfeto de gálio com dopagem de nitrogênio, a luz emitida pode ser verde ou amarela. Hoje em dia, com o uso de outros materiais, consegue-se fabricar leds que emitem luz azul, violeta e até ultra-violeta. Existem também os leds brancos, mas esses são geralmente leds emissores de cor azul, revestidos com uma camada de fósforo do mesmo tipo usado nas lâmpadas fluorescentes, que absorve a luz azul e emite a luz branca. Com o barateamento do preço, seu alto rendimento e sua grande durabilidade, esses leds tornam-se ótimos substitutos para as lâmpadas comuns, e devem substituí-las a médio ou longo prazo. Existem também os leds brancos chamados RGB (mais caros), e que são formados por três "chips", um vermelho (R de red), um verde (G de green) e um azul (B de blue). Uma variação dos leds RGB são leds com um microcontrolador integrado, o que permite que se obtenha um verdadeiro show de luzes utilizando apenas um led. Figura 7 - Diodo LED 3. Tiristores O Tiristor é um dispositivo semicondutor multicamada biestável, composto de quatro ou mais junções, que permitem o chaveamento do estado de corte para estado de condução e vice-versa. Como exemplo, podemos citar o SCR e o TRIAC. Um tiristor é funcionalmente diferente de um diodo porque mesmo quando o dispositivo está diretamente polarizado ele não irá conduzir enquanto não ocorrer um pulso na porta. Ao invés de precisar de um sinal continuamente na porta (como nos TBJs e MOSFETs), os tiristores são ligados por um pulso. Para os SCRs, o sinal de controle é um pulso de corrente, tiristores DB-GTO usam um pulso de tensão e os LASCRs um pulso de luz. Uma vez ligado, o tiristor continua ligado enquanto o dispositivo estiver diretamente polarizado. 53 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial 3.1 Retificador Controlado de Silício (SCR) Os Tiristores SCR’s funcionam analogamente a um diodo, porém possuem um terceiro terminal conhecido como Gatilho (Gate ou Porta). Este terminal é responsável pelo controle da condução (disparo). Em condições normais de operação, para um SCR conduzir, além de polarizado adequadamente (tensão positiva no Ânodo), deve receber um sinal de corrente no gatilho, geralmente um pulso. A principal aplicação que os SCR têm é a conversão e o controle de grandes quantidades de potência em sistemas CC e CA, utilizando apenas uma pequena potência para o controle. Isso se deve à sua ação de chaveamento rápido, ao seu pequeno porte e aos altos valores nominais de corrente e tensão em que podem operar. Algumas características dos SCR’s: ¾ São chaves estáticas bi-estáveis, ou seja, trabalham em dois estados: não condução e condução, com a possibilidade de controle. ¾ Em muitas aplicações podem ser considerados chaves ideais, mas há limitações e características na prática. ¾ São compostos por 4 camadas semicondutoras (P-N-P-N), três junções (P-N) e 3 terminais (Ânodo, Cátodo e Gatilho). ¾ São semicondutores de silício. O uso do silício foi utilizado devido a sua alta capacidade de potência e capacidade de suportar altas temperaturas. ¾ Apresentam alta velocidade de comutação e elevada vida útil; ¾ Possuem resistência elétrica variável com a temperatura, portanto, dependem da potência que estiverem conduzindo. ¾ São aplicados em controles de relés, fontes de tensão reguladas, controles de motores, ¾ Choppers (variadores de tensão CC), Inversores CC-CA, Ciclo-conversores (variadores ¾ de freqüência), carregadores de baterias, circuitos de proteção, controles de iluminação e de aquecedores e controles de fase, entre outras. As figuras abaixo apresentam a simbologia utilizada e as camadas, junções e terminais, o tipo de estrutura para as camadas do SCR e o tipo de encapsulamento: 54 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial Figura 8 - SCR: Simbologia, Camadas e Junções Figura 9 - Estrutura interna de um SCR Figura 10 - Encapsulamento para o SCR 55 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial Figura 11- SCR com encapsulamento tipo rosca e tipo disco 3.2 SCR Ideal Um SCR ideal se comportaria com uma chave ideal, ou seja, enquanto não recebesse um sinal de corrente no gatilho, seria capaz de bloquear tensões de valor infinito, tanto com polarização direta como reversa. Bloqueado, o SCR ideal não conduziria qualquer valor de corrente. Tal característica é representada pelas retas 1 e 2 na Figura 12. 56 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial Figura 12 - (a) Polarização direta (b) Características estáticas de um SCR ideal. 3.3 Polarização Direta A figura 13 apresenta um circuito de polarização direta de um SCR onde podemos verificar: ¾ Tensão do Ânodo positiva em relação ao Cátodo ¾ J1 e J3 polarizadas diretamente ¾ J2 polarizada reversamente: apresenta maior barreira de potencial ¾ Flui pequena Corrente de Fuga Direta de Ânodo para Cátodo, IF (Forward Current). ¾ Bloqueio Direto – DESLIGADO 57 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial Figura 13 - (a) SCR bloqueado em polarização direta (b) Analogia com Diodos (c) Efeito de Polarização direta nas junções 3.4 Polarização Reversa A figura 14 apresenta um circuito de polarização direta de um SCR onde podemos verificar: ¾ Tensão de Cátodo positiva em relação ao Ânodo ¾ J2 diretamente polarizada ¾ J1 e J3 reversamente polarizadas: apresentam maiores barreiras de potencial ¾ Flui pequena Corrente de Fuga Reversa de Cátodo para Ânodo, IR (Reverse Current). ¾ Bloqueio Reverso – DESLIGADO 58 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial Figura 14 - (a) SCR bloqueado em polarização reversa (b) Analogia com diodos (c) Efeito da polarização reversa nas junções 3.5 Modos de disparo de um SCR Um SCR é disparado (entra em condução) quando aumenta a Corrente de Ânodo IA nas seguintes maneiras: 3.5.1 Corrente de gatilho É o procedimento normal de disparo do SCR. Quando estiver polarizado diretamente, a injeção de um sinal de corrente de gatilho para o cátodo (IG ou IGK), geralmentena forma de um pulso, leva o SCR ao estado de condução. 59 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial A medida que aumenta a corrente de gatilho para cátodo, a tensão de bloqueio direta diminui até que o SCR passa ao estado de condução. A Figura 15 apresenta um circuito para disparo do SCR. Enquanto diretamente polarizado o SCR só começa a conduzir se receber um comando através de um sinal de corrente (geralmente um pulso) em seu terminal de gatilho (Gate ou Porta). Esse pulso polariza diretamente o “segundo diodo formado pelas camada N e P” e possibilita a condução. Enquanto tivermos corrente entre ânodo e cátodo o SCR continua conduzindo, sendo ele cortado (bloqueado) somente quando a mesma for praticamente extinta. Nesta condição, as barreiras de potencial formam-se novamente e o SCR precisará de um novo sinal de corrente no gatilho para voltar ao estado de condução. Polarizado reversamente o SCR funciona como um diodo, bloqueando a passagem de corrente, mesmo quando efetuado um pulso em seu Gatilho. Figura 15 - Circuito de disparo de um SCR Como entre o gatilho e o cátodo há uma junção PN, temos uma tensão de aproximadamente 0,7V. Desta forma, analisando o circuito da figura 5.2. podemos determinar os requisitos para o circuito de disparo do SCR. Figura 16 - Circuito de Disparo 3.5.2 Corrente de retenção e corrente de manutenção Para entrar em condução o SCR deve conduzir uma corrente suficiente, cujo valor mínimo recebe o nome de Corrente de Retenção IL (Latching Current). O SCR não entrará em condução se a Corrente de Gatilho IGK for suprimida antes que a Corrente de Ânodo IA atinja o valor da Corrente de Retenção IL. 60 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial Uma vez retirada a corrente de gatilho, a mínima Corrente de Ânodo IA para manter o SCR em condução é chamada Corrente de Manutenção IH (Holding Current). Se a Corrente de Ânodo for menor que a Corrente de Manutenção, as barreiras de potencial formam-se novamente e o SCR entrará em Bloqueio. A Corrente de Retenção é maior que a Corrente de Manutenção (IL > IH). O valor de IL é em geral de duas a três vezes a corrente de manutenção IH. Ambas diminuem com o aumento da temperatura e vice-versa. É por este motivo que dizemos que o SCR é uma Chave de Retenção (ou Travamento) porque uma vez em condução, permanece neste estado enquanto a Corrente de Ânodo IA for maior que a Corrente de Manutenção (IA > IH), mesmo sem corrente no gatilho (IGK). 3.5.3 Sobretemperatura O aumento brusco da temperatura aumenta o número de pares elétrons-lacunas no semicondutor provocando maior corrente de fuga, o que pode levar o SCR ao estado de condução. O disparo por aumento de temperatura deve ser evitado. 3.5.4 Sobretensão Se a tensão direta ânodo-cátodo VAK for maior que o valor da tensão de ruptura direta máxima VDRM (VBO), fluirá uma corrente de fuga suficiente para levar o SCR ao estado de condução. Isto acontece porque o aumento da tensão VAK em polarização direta acelera os portadores de carga na junção J2 que está reversamente polarizada, podendo atingir energia suficiente para provocar a avalanche e disparar o SCR. Este fenômeno faz com que muitos elétrons choquem-se e saiam das órbitas dos átomos do semicondutor ficando disponíveis para condução e permitindo o aumento da corrente de fuga no SCR e levando-o ao estado de condução. O disparo por sobretensão direta diminui a vida útil do componente e, portanto, deve ser evitado. A aplicação de uma sobretensão reversa, ou seja, uma tensão ânodo-cátodo maior que o valor da tensão de ruptura reversa máxima (VRRM ou VBR) danificará o componente. 3.5.5 Degrau de tensão dv/dt ( Δv/ Δt) Se a taxa de crescimento da tensão ânodo-cátodo VAK no tempo for alta (subida muito rápida da tensão VAK) pode levar o SCR ao estado de condução. Em polarização direta a Junção J2 está reversamente polarizada e se comporta como um capacitor carregado, como podemos observar na figura 17. 61 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial Figura 17 - SCR disparado por degrau de tensão Num capacitor a corrente de carga relaciona-se com a tensão pela expressão: Assim, quando for aplicada uma tensão VAK a capacitância da Junção J2 fará circular uma corrente no gatilho tanto maior quanto maior for a variação da tensão no tempo (Δv/Δt). Esta corrente no gatilho pode ser suficiente para disparar o SCR. O valor máximo de dv/dt é dado pelo fabricante em catálogos. O disparo por degrau de tensão deve ser evitado pois pode provocar queima do componente ou disparo intempestivo. O circuito de proteção é chamado de Snubber e será estudado adiante. 3.5.6 Luz ou radiação Se for permitida a penetração de energia luminosa (luz) ou radiante (fótons, raios gama, nêutrons, prótons, elétrons ou raios X) nas junções do semicondutor, haverá maior combinação de pares elétrons-lacunas, provocando maior corrente de fuga, o que pode levar o SCR ao estado de condução. É o caso do SCR ativado por luz, chamado foto-SCR ou LASCR (Light-Activated Silicon Controlled Rectifier). 3.6 Analogia com 2 transistores A figura 18 apresenta um circuito com dois transistores complementares (PNP e NPN) que permitem uma analogia ao funcionamento do SCR e demonstra a ação de retenção (travamento) devido à realimentação positiva no circuito. De uma maneira simplificada, com polarização direta, a injeção de um sinal de corrente no gatilho do circuito 62 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial provoca um efeito de realimentação em que o aumento da corrente na base de Q2 aumenta a corrente de fuga no coletor de Q2 e da base de Q1 e, conseqüentemente, a corrente de coletor de Q1. Esta, por sua vez, realimenta a corrente de base de Q2 e assim sucessivamente até ambos os transistores entrarem em saturação. Figura 18 - Modelo de um SCR com dois transistores complementares 3.7 Bloqueio ou comutação do SCR O desligamento de um SCR é chamado de Bloqueio ou Comutação. O SCR é uma chave de retenção, ou seja, uma vez disparado e conduzindo, o gatilho perde o controle. A única forma de bloquear um SCR é reduzir a corrente de ânodo IA para um valor menor que o valor da corrente de manutenção IH durante um certo tempo. Este é o tempo necessário para o desligamento do SCR, toff. Devemos portanto lembrar: ¾ Diodos e SCR’s somente bloqueiam quando praticamente é extinta a corrente entre ânodo-cátodo e não por aplicação de tensão reversa. ¾ Para um SCR comutar, ou seja, passar do estado de condução para o estado de não ¾ condução, também chamado de bloqueio, a Corrente de Ânodo IA deve ser reduzida a ¾ um valor abaixo do valor da corrente de manutenção IH, durante um certo tempo (tempo de desligamento tq). ¾ O tempo de desligamento é da ordem de 50 a 100µs para os SCR normais e de 5 a 10µs para os SCR rápidos. 3.7.1 Comutação natural A Comutação Natural acontece quando a Corrente de Ânodo IA for reduzida a um valor abaixo da Corrente de Manutenção IH. A Corrente de Manutenção é cerca de 1000 vezes menor que a corrente nominal do SCR. Em circuitos de corrente alternada a corrente passa por zero em algum momento do ciclo. Isso já é suficiente para o bloqueio do SCR em freqüências comerciais (50 ou 60Hz). A Figura 19 apresenta um circuito em que ocorre a Comutação Natural. Fechada a chave Ch1 e pulsando a chave Ch2 o SCR entra em 63 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial condução e permanece até que o momento em que a corrente passe por zero no ciclo alternado. Nesse momentoIA < IH e o SCR bloqueia. Figura 19 - Circuito para comutação natural do SCR 3.7.2 Comutação Forçada Em circuitos de corrente contínua a tensão permanece positiva no ânodo. Como a corrente não diminui naturalmente, deve-se provocar a redução da Corrente de Ânodo através da Comutação Forçada. Há duas formas para isso: ¾ Desviando-se a corrente por um caminho de menor impedância provocando IA < IH; ¾ Aplicando-se tensão reversa e forçando-se a operação na região de polarização reversa. Note que isso também fará IA < IH. A Figura 20 apresenta um circuito para Comutação Forçada onde a chave Ch1 permitirá um caminho que drenará a corrente do SCR levando-o ao bloqueio. Figura 20 - Comutação forçada por chave A Figura 21 apresenta um circuito para Comutação Forçada através de um capacitor. 64 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial Quando a chave Ch1 for fechada, o capacitor aplicará tensão reversa levando o SCR ao bloqueio. Devemos lembrar que o SCR deverá conduzir durante o tempo necessário para que o capacitor esteja totalmente carregado e que a chave pode ser outro semicondutor (outro SCR ou um transistor, por exemplo). Figura 21 - Comutação forçada por capacitor 3.8 Características estáticas do SCR Existem limites de tensão e corrente que um SCR pode suportar. Tais limites constituem as características estáticas reais como mostra a Figura 22. As curvas 1 e 2 apresentam as características para o SCR no estado de bloqueio, enquanto as curvas 1 e 3 mostram as características para o SCR com Corrente de Gatilho IGK, para ambas as polarizações. Podemos, então, verificar na Figura 22, que a curva característica de um SCR real apresenta três regiões distintas: ¾ Bloqueio em Polarização Reversa – curva 1 ¾ Bloqueio em Polarização Direta – curva 2 ¾ Condução em Polarização Direta – curva 3 Figura 22 - Características estáticas reais de um SCR 65 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial 4 DIAC O DIAC, ou DIode for Alternating Current, é um gatilho bidirecional, ou diodo que conduz corrente apenas após a tensão de disparo ser atingida, e pára de conduzir quando a corrente elétrica cai abaixo de um valor característico, chamada de corrente de corte. Este comportamento é o mesmo nas duas direções de condução de corrente. A tensão de disparo é por volta dos 30 volts para a maioria destes dispositivos. Este comportamento é de certa forma similar, porém mais precisamente controlado e ocorrendo em menor valor, ao comportamento de uma lâmpada de neon. O DIAC é normalmente usado para disparar TRIACs e SCRs. SIMBOLOGIA: Figura 23 - Símbolo de um DIAC Como um DIAC é um gatilho bidirecional, seus terminais não são marcados como anodo ou catodo mas a maioria é marcada como A1 ou MT1 e A2 ou MT2. O DIAC pode ser visto como a justaposição de duas estruturas PNPN em ordens inversas (PlN1P2N2 e P2NlPlN3). Cada estrutura é responsável pela condução num sentido, quando disparada. Aplicando-se ao dispositivo uma tensão com a polaridade indicada na figura 2 a estrutura que está apta a conduzir é PlNlP2N2. Nessa hipótese, na região de bloqueio, a junção J1 está diretamente polarizada e a J2, inversamente polarizada, sendo essa a junção responsável pelo bloqueio. A junção J4 esta ligeiramente polarizada no sentido inverso devido à queda ôhmica na região P1 resultante da passagem de uma pequena corrente de fuga pelo dispositivo. Essa corrente ao atingir a região P2 se bifurca em 2 componentes: uma que atravessa lateralmente a região P2 até atingir 0 contacto metálico e outra que atravessa a junção J3, diretamente polarizada. A polarização direta dessa junção é uma conseqüência da resistividade não-nula do material da região P2: a passagem de uma corrente (lateral) e acompanhada de uma diferença de potencial que também polariza a junção J3 diretamente. 66 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial Figura 24 - Estrutura interna de um DIAC A relação entre essas 2 componentes de corrente não e fixa: para baixos níveis predomina a que atravessa lateralmente a região P2 e para níveis mais elevados, a que atravessa a junção J3. Para disparar o DIAC então, basta elevar a corrente que o atravessa. Assim eleva-se a corrente de emissor do transistor NlP2N2 (corrente através da junção J3) e, portanto o valor de N1P2N2 α (no outro sentido seriam o transistor N1P1N3 e a junção J4). O processo convencional de disparo do DIAC consiste na elevação da tensão aplicada acima de um valor (dito) de disparo. Ele também pode ser disparado pelos outros processos comuns a todos os tiristores (elevação de temperatura, incidência de luz, etc). Para permanecer em condução a corrente deve ser maior do que um valor de manutenção. Se a corrente cai abaixo desse valor o dispositivo comuta para o bloqueio. O processo de corte pode ser acelerado pela passagem de uma corrente de recuperação no sentido inverso ao sentido prévio de condução. Essa corrente, contudo é limitada pois existe o risco de disparo do DIAC no outro sentido. 5 TRIAC Um TRIAC , ou TrIode for Alternating Current é um componente eletrônico equivalente a dois retificadores controlados de silício (SCR/tiristores) ligados em antiparalelo e com o terminal de disparo gate ligados juntos. Este tipo de ligação resulta em uma chave electrónica bidirecional que pode conduzir a corrente elétrica nos dois sentidos. O TRIAC faz parte da família de transistores de potência. Um TRIAC pode ser disparado tanto por uma tensão positiva quanto negativa aplicada no eletrodo de disparo (gate). Uma vez disparado, o dispositivo continua a conduzir até que a corrente elétrica caia abaixo do valor de corte, como o valor da tensão final da metade do ciclo de uma corrente alternada. Isto torna o TRIAC um conveniente dispositivo de controle para circuitos de corrente alternada ou C.A, que permite acionar grandes potências com circuitos accionados por correntes da ordem de miliampere. 67 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial SIMBOLOGIA: Figura 25 - Símbolo de um TRIAC Também podemos controlar o início da condução do dispositivo, aplicando um pulso em um ponto pré- determinado do ciclo de corrente alternada, o que permite controlar a percentagem do ciclo que estará alimentando a carga (também chamado de controle de fase). O TRIAC de baixa potência é utilizado em várias aplicações como controles de potência para lâmpadas dimmers, controles de velocidade para ventiladores entre outros. Contudo, quando usado com cargas indutivas, como motores elétricos, é necessário que se assegure que o TRIAC seja desligado corretamente, no final de cada semi-ciclo de alimentação elétrica. Para circuitos de maior potência, podemos utilizar dois SCRs ligados em antiparalelo, o que garante que cada SCR estará controlando um semi-ciclo independente, não importando a natureza da carga. O disparo da estrutura principal, a semelhança do DIAC, eleva-se a corrente de emissor do transistor NPN da estrutura de 4 camadas que estiver diretamente polarizada sofre uma elevação, fazendo com que a soma dos α ’s tenda à unidade. Essa elevação da corrente através do TRIAC pode ser obtida como no DIAC ou, graças a estrutura auxiliar, injetando-se ou removendo-se uma corrente pelo terminal PORTA (G), independentemente da tensão no terminal MT2. Existem, portanto 4 modos de disparo do TRIAC via terminal PORTA. a) Quadrante I; VMT2 positivo e IG positivo. b) Quadrante IV; VMT2 positivo e IG negativo. c) Quadrante II; VMT2 negativo e IG positivo. d)Quadrante III; VMT2 negativo e IG negativo. Para injetar ou remover uma corrente pela porta é preciso aplicar uma tensão de porta (VG–MT1) positiva ou negativa respectivamente. A amplitude dessa tensão necessária para provocar o disparo é pequena (≈ 0,8 V), apenas o suficiente para polarizar diretamente a junção P2N2 (injeção) ou P2N3 (remoção). A corrente que circula entre os terminais G e MT1 é formada por duas componentes: i) uma pela região P2 no “canal” formado entre as regiões N2 e N3 e, ii) outra pela junção diretamente polarizada (P2N2 ou P2N3). 68 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial Essa segunda componente é responsável pelo disparo. Tal coma no SCR, para o TRIAC permanecer em condução uma vez cessado o pulso de disparo é preciso que a corrente através dele (IMT2) seja inicialmente maior do que um valor de “latching” e depois, maior do que um valor de manutenção. O processo de corte é idêntico ao do DIAC. 5.1 Funcionamento do TRIAC Nesse circuito o controle do ângulo de condução e feito a partir de um defasador RC variável e um DIAC. O TRIAC é disparado no I e III quadrantes; alternando-se, e é cortado quando a corrente tende a inverter. O funcionamento é simples: Suponha o TRIAC conduzindo. Quando a corrente tender a inverter, o TRIAC corta e a tensão de rede aparece sobre ele e o defasador RC (desprezando-se a pequena impedância da carga). A tensão sobre o capacitor cresce até atingir (se atingir) a tensão de disparo do DIAC (VD). Nesse momento o DIAC dispara e circula um pulso de corrente intensa pela porta do TRIAC. Esse pulso provoca o seu disparo e descarrega parcialmente o capacitor. Quando a sua intensidade cai o DIAC corta e a descarga do capacitor prossegue através do potenciômetro e do TRIAC. Ela não e total porque existe uma pequena tensão sobre o TRIAC em condução. 5.1.1 Corte Uma diferença fundamental entre a operação de um TRIAC e de um par de SCR’s como chave AC é que cada SCR só conduz num sentido, dispondo de um longe tempo para se recuperar (maior do que um semiciclo). Com o TRIAC isso não é possível: ele precisa se recuperar no exíguo intervalo de tempo ao redor do cruzamento de zero da sua corrente enquanto ela é menor do que os valores de manutenção (IH) (no sentido prévio de condução) e de “latching” (IL) (no outro sentido). Se isso não ocorre, o TRIAC comuta para condução no outro sentido. Durante o processo de corte, a corrente através do TRIAC é formada pela soma de dois componentes: i) uma de recuperação (remoção dos portadores acumulados nas regiões centrais), e ii) outra de deslocamento (dv/dt; remoção de portadores da junção responsável pelo bloqueio direto, J1 ou J2, devido ao seu alargamento). 5.1.2 Circuitos e Aplicações Abaixo tem-se exemplos de circuitos com TRIAC: 69 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial Figura 26 - Circuito controlador de potência com TRIAC Figura 27 - Circuito de luminosidade para lâmpadas incandescentes Figura 28 - Interruptor de potência com TRIAC 70 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial Figura 29 - Circuito sequenciador de luzes 6 Transistores Especiais 6.1 FET O transistor de efeito de campo (FET – field effect transistor) é um dispositivo de três terminais. O nome efeito de campo deriva-se do fato de que a corrente no dispositivo é controlada pelo ajuste da tensão aplicada externamente. Existem três tipos principais de FET: o transistor de efeito de campo de junção (JFET), o FET com o semicondutor de óxido metálico (MOSFET – metal-oxide-semiconductor FET) e o FET de alta mobilidade eletrônica (HEMT – high- electron-mobility transistor). Analisaremos aqui o comportamento das curvas de corrente versus tensão num dispositivo JFET. A figura 30 (a) mostra um diagrama da estrutura de um JFET e identifica os três terminais com os quais fazemos as conexões elétricas externas. Conforme mostrado na figura, uma barra de material tipo n tem regiões de material tipo p incrustado em cada lado. As duas regiões p são interligadas e o fio condutor que sai delas é chamado terminal da porta (Gate – G). Um dos terminais do extremo da barra tipo n é chamado de dreno (D) e o outro terminal do extremo é chamado de fonte (source – S). A região de material n situada entre as regiões p é chamada de canal. O transistor mostrado na figura é então chamado de JFET canal n. Conforme veremos, a tensão aplicada à porta controla o fluxo de corrente do dreno para fonte. 71 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial Figura 30 - (a) Estrutura de um JFET (b) Regiões de depleção Quando uma tensão externa (VDS) for aplicada entre o dreno e a fonte, de tal modo que o dreno seja positivo em relação à fonte, uma corrente será estabelecida pelo fluxo de elétrons através do material n da fonte para o dreno. Portanto a corrente convencional fluirá do dreno para a fonte e será limitada pela resistência do material n. Em uma operação normal do JFET uma tensão é aplicada entre a porta e a fonte de tal modo que as junções pn de cada lado do canal n ficam polarizadas reversamente. Portanto a porta fica negativa em relação à fonte, conforme ilustrado na figura 30(b). Observe-se na figura 30(b) que a tensão reversa (VGS) cria um par de regiões de depleção, estreitando o canal n e, portanto aumentando a sua resistência. Assim, se VGS cresce, a regiões de depleção também crescem e, portanto a corrente ID deverá diminuir para uma tensão nos terminais dreno-fonte (VDS) fixa (veja figura 2). Se a tensão reversa (VGS) é mantida fixa, à medida que VDS eleva-se ligeiramente acima de 0 Volts observa-se que a corrente ID aumenta na proporção direta, conforme mostrado na figura 2. Isto é esperado em acordo com a lei de Ohm. No entanto, à medida que VDS continua aumentando, as regiões de depleção sentem o efeito reverso da tensão VDS (potencial positivo no terminal dreno crescendo gradativamente) e passam a aumentar além daquelas já criadas pela tensão VGS. Quando as duas regiões de depleção se tocarem no meio do canal, devido ao aumento de VDS, a corrente no canal (ID) não mais crescerá, alcançando um certo valor chamado corrente de saturação (Veja a figura abaixo): Figura 31 - Curvas características de um JFET de canal n 6.2 MOSFET 72 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial O princípio básico do transistor MOS é na verdade bem simples e foi proposto e patenteado já em 1928, por Lilienfeld, um homem muito à frente do seu tempo. Dizemos à frente do seu tempo, pois a realização física do ransistor MOS não foi possível na época, pela não maturidade tecnológica. A Fig. 32 ilustra um desenho esquemático do transistor, como apresentado na patente. A limitação tecnológica da época refere-se ao não controle e alta densidade de estados e cargas de superfície do semicondutor. Esta alta densidade de estados de superfície produzia uma blindagem do semicondutor, impedindo assim uma modulação da densidade de portadores, portanto, da condutância entre os contatos de fonte e dreno, pela tensão de porta. Finalmente, apenas em 1960, obteve-se sucesso na fabricação do transistor MOS, na Bell Labs, por D. Kahng e M. Atalla. A Fig. 2 mostra um desenho esquemático do transistor MOS tipo nMOS (substrato p). O transistor MOS é um dispositivo de 4 terminais, sendo estes: fonte, dreno, porta e substrato. O transistor pMOS é complementar ao nMOS, ou seja, é formado por substrato tipo n e regiões de fonte e dreno tipo p. Figura 32 - Desenho básico de um MOSFET73 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial Figura 33 - Esquema moderno de uma estrutura de um MOSFET 6.3 Tipos de MOSFET MosFet de empobrecimento ou depleção MosFet de enriquecimento NMOS (canal tipo N) PMOS (canal tipo P) CMOS (transistor NMOS e PMOS no mesmo chip) 6.3.1 MOSFET de depleção Tal como no J-Fet um dos extremos do canal é a Fonte, e o outro o Dreno; e sobre o canal existe uma delicada capa de óxido de silício (SiO2) sobre a qual é aplicada uma camada de alumínio (Al) para formar a Porta ou Gate. O Dreno é ligado ao pólo positivo da bateria e a Fonte ao negativo. Se a tensão na Gate ou Porta for zero (VG= 0 Volt) a corrente de dreno (ID) será limitada apenas pela resistividade do canal n (que não é elevada). Porém, se aplicarmos uma tensão inversa entre o gate e a fonte (Gate negativa em relação à Fonte) forma-se um campo eletrostático que repelirá os elétrons livres que no material N, são os portadores de corrente, formando-se, desta forma, uma zona de depleção, cuja profundidade dependerá da tensão aplicada. 74 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial Figura 34 - Desenho do MOSFET de depleção Simbologia: (a) (b) Figura 35 - (a) NMOS (b) PMOS 6.3.2 MOSFET de enriquecimento A zona P é mais larga, sendo o canal restrito a pequenas porções de material N junto à fonte e ao dreno. Tal como no Fet de empobrecimento, o gate ou porta é isolada do canal por uma camada de óxido de silício. Neste transistor, no entanto, a porta ou gate recebe uma tensão positiva em relação à fonte, de modo que o campo eletrostático assim formado, em vez de repelir os elétrons, os atrai, formando um canal N entre a fonte e o dreno (a tracejado na figura). A formação deste canal permite, então, a circulação da corrente de dreno (ID) cuja intensidade, irá depender da tensão de gate (VG), já que a profundidade do canal entre a Fonte e o Dreno será determinada pelo campo eletrostático. Se a tensão gate – fonte (VGS) for nula não se formará o canal induzido logo não haverá corrente de dreno (ID). No caso do MosFet de canal N o dreno deve ser ligado ao positivo da bateria, e a Fonte ao negativo, sendo a gate ou porta ligada ao positivo através de um divisor de tensão destinado a fornecer a exata tensão da gate. É importante recordar que, como a resistência de entrada é infinita (já que o gate é eletricamente isolada do canal) o gate de um MosFet não consome qualquer corrente, daí a necessidade do divisor. SiO2 Al Substrato Canal induzido 75 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial Figura 36 - Desenho do MOSFET de enriquecimento Simbologia: 6.3.3 Características dos FETs IDmáx Máxima corrente de dreno. IGmáx Máxima corrente de gate. VGSmáx Máxima tensão permitida entre dreno e fonte . VGSOmáx Máxima tensão permitida entre gate e fonte com o dreno aberto. VDGOmáx Máxima tensão permitida entre dreno e gate com a fonte aberta. IDSS Corrente de dreno com o gate em curto-circuito com a fonte (VGS= 0). Especifica-se para uma determinada tensão VDS. V(P)GS Tensão de estrangulamento (pinch-off) entre o gate e a fonte. Especifica-se para determinada tensão VDS e corrente ID, para as quais se considera o canal cortado. 76 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial PD Potência total máxima dissipável para uma determinada temperatura em condições normais de funcionamento (PD= VDS x ID) gm Transcondutância (expressa a relação entre o aumento da corrente de dreno e a tensão gate-fonte G D V IΔΔ=mg , mantendo-se constante VDS. A unidade é o Siemens. 6.3.4 Aplicações dos FETs Os MosFets tipo depleção são semelhantes aos J-Fet, pelo que têm aplicações semelhantes, nomeadamente como amplificadores de sinais. Os MosFets tipo enriquecimento têm a sua maior aplicação nos circuitos digitais por razões ligadas ao baixo consumo e ao reduzido espaço que ocupam. 6.4 IGBT Os IGBTs (Insulated Gate Bipolar Transistor) são interruptores eletrônicos resistentes, eficientes e relativamente rápidos. O IGBT reúne a facilidade de acionamento dos MOSFET’s e sua elevada impedância de entrada com as pequenas perdas em condução dos TBP (Transistores Bipolares de Potência). Sua velocidade de chaveamento é determinada, a princípio, pelas características mais lentas – as quais são devidas às características do TBP. Assim, a velocidade dos IGBT’s é semelhante à dos TBP; no entanto, nos últimos anos tem crescido gradativamente, permitindo a sua operação em freqüências de dezenas de kHz, nos componentes para correntes na faixa de dezenas e até centenas de Ampères. Juntando o que há de bom nesses dois tipos de transistores, o IGBT é um componente que se torna cada vez mais recomendado para comutação de carga de alta corrente em regime de alta velocidade. Abaixo, apresentamos um gráfico contendo uma comparação entre os principais dispositivos semicondutores de potência quanto às suas características de tensão, corrente e freqüência de operação. Nesta figura, vemos que os tiristores são os dispositivos que conseguem suportar os maiores valores de corrente e tensão, mas não podem operar em freqüências de chaveamento elevadas. Como podemos ver a partir desta figura, os IGBT’s possuem uma capacidade de suportar maiores tensões e podem operar em mais altas freqüências que os transistores bipolares de potência e podem suportar maiores tensões e correntes que os MOSFET’s de potência. Como podemos notar a partir deste gráfico, a região de operação segura do IGBT é maior que as regiões reservadas ao MOSFET e ao transistor TBP, o que era desejado. 77 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial Figura 37 - Comparação entre dispositivos semicondutores Na figura a seguir, apresentamos a estrutura de um típico IGBT de canal tipo N. Todas as discussões apresentadas aqui estão relacionadas com o dispositivo de canal tipo N, pois o canal tipo P é análogo e possui uma operação física dual àquela apresentada para o de canal tipo N. Sua estrutura muito semelhante àquela apresentada por um transistor MOSFET. Onde, no caso o IGBT, teremos uma dupla difusão de uma região do tipo P e uma do tipo N. Abaixo da região da porta (Gate), uma camada de inversão pode ser formada a partir da aplicação de uma certa tensão entre a porta e o emissor (emitter), tal como é feito em um MOSFET para fazê-lo entrar em condução. A principal diferença entre essa estrutura do IGBT e a de um MOSFET é a inclusão de um substrato P+ (O símbolo “+” foi colocado para indicar que esta região é fortemente dopada, enquanto que o símbolo “-” indica que a região é fracamente dopada) onde é conectado o terminal de coletor (collector). Esta mudança tem como efeito a inclusão de características bipolares ao dispositivo. Esta camada P+ tem como objetivo a inclusão de portadores positivos – lacunas – na região de arrastamento (Drift region) como é feito em um transistor bipolar do tipo pnp. Na estrutura do IGBT, é importante notar que o terminal de porta está conectado à duas regiões – isoladas do material semicondutor através de uma camada isolante de óxido de silício (SiO2) – ao invés de ser apenas uma região como costumamos ver em MOSFET’s. Assim, como veremos, o IGBT apresenta formação de dois canais ao invés de apenas um. 78 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – EletrônicaIndustrial Figura 38 - Estrutura do IGBT O IGBT é freqüentemente utilizado como uma chave, alternando os estados de condução (On-state) e corte (Off-state) os quais são controlados pela tensão de porta, assim como em um MOSFET. Se aplicarmos uma pequena tensão de porta positiva em relação ao emissor, a junção J1 da figura anterior ficará reversamente polarizada e nenhuma corrente irá circular através dessa junção. No entanto, a aplicação de uma tensão positiva no terminal de porta fará com que se forme um campo elétrico na região de óxido de silício responsável pela repulsão das lacunas pertencentes ao substrato tipo P e a atração de elétrons livres desse mesmo substrato para a região imediatamente abaixo da porta. Enquanto não houver condução de corrente na região abaixo dos terminais de porta, não haverá condução de corrente entre o emissor e o coletor porque a junção J2 estará reversamente polarizada, bloqueando a corrente. A única corrente que poderá fluir entre o coletor e o emissor será a corrente de escape (leakage). Uma característica desta região de operação é a tensão direta de breakdown, determinada pela tensão breakdown da junção J2. Este é um fator extremamente importante, em particular para dispositivos de potência onde grandes tensões e correntes estão envolvidas. A tensão de breakdown da junção J2 é dependente da porção mais fracamente dopada da junção, isto é, a camada N- . Isto s deve ao fato de que a camada mais fracamente dopada resulta em uma região de depleção desta junção mais larga. Uma região de depleção mais larga implica em um valor máximo de campo elétrico na região de depleção que o dispositivo poderá suportar sem entrar em breakdown mais baixo, o que implica no fato de que o dispositivo poderá suportar altas tensões na região de corte. Esta é a razão pela qual a região N- da região de arrastamento é mais levemente dopada que a região tipo P da região de corpo (Body). Os dispositivos práticos geralmente são projetados para possuírem uma tensão de breakdown entre 600 V e 1200 V. Ao aplicarmos uma tensão entre porta e emissor do dispositivo, fazendo a porta possuir uma tensão positiva com relação ao emissor, uma corrente de pequena intensidade e de curta duração circula pela porta de forma a carregar a capacitância parasita que existe entre a porta e a porção semicondutora logo abaixo do terminal de porta. Como já foi dito, a tensão faz com que um campo elétrico apareça entre o terminal de porta e a porção de semicondutor p logo abaixo da porta. Este campo elétrico atrai alguns elétrons livres da própria região tipo p e alguns elétrons livres das porções n+ localizadas dentro desse substrato p, em virtude do fato de essa região estar fortemente dopada. Ao aumentarmos a tensão entre a porta e o emissor, conseqüentemente, aumentaremos esse campo elétrico e mais portadores negativos serão atraídos para a região imediatamente abaixo do terminal de porta. 79 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial Quando a tensão entre a porta e o emissor atinge um determinado valor limite – que depende do dispositivo - conhecida como tensão de limiar (threshold voltage), simbolizada por Vth, a quantidade de elétrons livres atraídos pelo campo elétrico é tamanha que a região imediatamente abaixo da porta acaba por se transformar do tipo p para o tipo n, fenômeno conhecido como inversão – sendo a camada que sofreu o processo recebe o nome de camada de inversão, mais comumente conhecida como canal. Com a formação deste canal, temos uma ligação do tipo n entre a pequena região n+ e a região de arrastamento, tal canal permite a condução de corrente através de uma pequena região na junção J1 que estava reversamente polarizada antes de a tensão entre porta e emissor atingir o valor limiar. Dessa forma, elétrons serão transportados através deste canal até a região de arrastamento onde irão fazer parte da corrente que circula pela junção J3 que está diretamente polarizada, fazendo com que o “diodo” formado pela junção J3 entre em condução. Com este efeito, temos que a camada p+ conectada ao coletor injeta lacunas positivamente carregadas na região de arrastamento n-. Essa injeção de lacunas da região de arrastamento causa a modulação da condutividade da região de arrastamento onde as densidades de ambos os portadores, elétrons livres e lacunas, atingem valores muito mais elevados que àquela que a região n- geralmente apresenta. É esta modulação de condutividade que dá ao IGBT sua baixa tensão de condução entre os terminais de coletor e emissor do IGBT por causa da reduzida resistência da região de arrastamento – isto se deve ao fato de que a condutividade de um material semicondutor é proporcional à densidade de portadores deste material. Assim, o IGBT poderá drenar correntes elevadas com poucas perdas de potência, assim como o que ocorre em um transistor bipolar. Algumas das lacunas injetadas na região n- são recombinadas nesta mesma região com os elétrons livres desta camada. No entanto, a maior parte das lacunas que alcançam a região não se recombinam e alcançam a junção J2 que está reversamente polarizada. Assim, as lacunas encontram um campo elétrico favorável ao seu movimento, justamente por causa da polarização reversa da junção. Com este campo elétrico da junção J2, as lacunas serão arrastadas por meio da corrente de difusão pela região de arrastamento atravessando a junção J2 até serem coletadas pela região do tipo p onde está conectado o terminal de coletor. A operação física do IGBT descrita aqui é ilustrada na figura apresentada abaixo: Figura 39 - Esquema da operação física do IGBT 80 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial Analisando a figura acima e verificando como é a operação física do IGBT, podemos facilmente deduzir um modelo para descrever o funcionamento do dispositivo usando apenas componentes eletrônicos conectados de forma a funcionar de modo equivalente ao IGBT. Olhando a figura acima, vemos que temos ao longo do dispositivo três fatias de semicondutores formando uma junção PNP que é a mesma que forma um transistor bipolar de potência cuja base é conectada à região central e os terminais de coletor e emissor são conectados do mesmo modo que no TBP. Na parte de cima da figura, temos uma estrutura que opera exatamente como um MOSFET de potência cuja corrente de dreno é injetada na região de arrastamento que corresponde à base do transistor PNP de potência que temos ao longo do IGBT. Essa corrente de dreno do MOSFET atua como o disparo do transistor. Assim, podemos modelar o IGBT pelo circuito equivalente da figura abaixo. Figura 40 - Circuito simplificado de um IGBT 6.4.1 Aplicação do IGBT – Inversor de tensão Uma das aplicações de IGBT que mais são utilizadas em eletrônica de potência é a construção de inversores de tensão, os quais produzem tensão alternada através de tensão contínua. Tal processo é muito utilizado na construção de filtros ativos de potência e em sistemas de transmissão HVDC (High Voltage Direct Current) de energia elétrica. A Usina de Itaipu pertencente ao Brasil e ao Paraguai (que durante muitos anos foi a maior usina hidrelétrica do mundo) produz energia com o sistema de corrente alternada, sendo que metade da produção (pertencente ao Brasil) é gerada em 60Hz e a outra metade (pertencente ao Paraguai) é gerada em 50Hz. No entanto, boa parte da energia produzida pela parte paraguaia é vendida ao Brasil que consome tensão alternada em 60Hz. O problema foi resolvido instalando-se um retificador de potência que transforma a tensão a ser transmitida em tensão contínua e a energia é transmitida em DC até os centros consumidores (o principal é a cidadede São Paulo) onde é novamente alternada, agora em 60Hz para ser enviada aos transformadores que irão abaixar a tensão para a distribuição entre os consumidores de energia. Este inversor de tensão pode geralmente ser construído com o uso de GTO’s (Gate Turn-Off Thyristor) ou IGBT’s. No caso de inversores de tensão que serão aplicados na construção de filtros ativos de potência dá-se preferência ao emprego de IGBT’s devido à sua possibilidade de operar em elevadas freqüências. O bloco básico de construção de um inversor de tensão usando IGBT’s é apresentado no esquema abaixo: 81 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial Figura 41 - Bloco funcional de um inversor de 6 pulsos 6.5 Transistor de Unijunção(UJT) Os UJT (Unijunction Transistor) podem ser utilizados em osciladores de baixa freqüência, disparadores, estabilizadores, geradores de sinais dente de serra e em sistemas temporizados. Simbologia: 6.5.1 Constituição Interna Basicamente o transistor de unijunção é constituído por uma barra de material semicondutor do tipo N (de alta resistividade) com terminais nos extremos. Tais contactos não constituem junções semicondutoras, e assim, entre B2 (base 2) e B1 (base 1) temos, na prática uma resistência, formada pelo material semicondutor N. O material do tipo P como material do tipo N formam a única junção PN semicondutora interna. Tudo se passa como se o bloco do tipo N fosse formado por duas simples resistências (Rb2 e Rb1), em série, tendo ligado no seu ponto central um diodo (terminal E ou Emissor). O terminal do emissor (E) está mais próximo da base 2 (B2). Figura 42 - Circuito equivalente de um UJT E B1 B2 E B1 B2 82 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial 6.5.2 Princípio de Funcionamento O valor resistivo normal entre os terminais da base 2 e 1 é relativamente alto (tipicamente entre 4 KΩ e 12 KΩ). Assim, se ligarmos o terminal B2 a um potencial positivo (tipicamente entre 6 e 30 Volt), e o terminal B1 ao negativo, uma corrente muito pequena circulará por Rb2 e Rb1. Ao mesmo tempo, Rb2 e Rb1 formam um divisor de tensão, em cujo ponto intermédio surge uma tensão menor, porém proporcional àquela que foi aplicada a B2. Suponhamos que Rb2 e Rb1 têm valores iguais, de 5 KΩ cada um. Assim, se aplicarmos (com a polaridade indicada) 10 Volt entre B2 e B1, o “cátodo” do “diodo” do emissor terá uma tensão de 5 Volts. Ao aplicarmos, então, uma tensão de entrada no emissor (E) do UJT, esta terá que, inicialmente vencer a barreira de potencial intrínseca da junção PN (≅ 0,6V) e, em seguida, superar a própria tensão que polariza o “cátodo” (5 Volts no exemplo). Nesse caso, enquanto a tensão aplicada ao terminal do emissor (E) não atingir 5,6 Volt (0,6V + 5V) não haverá passagem de corrente pelo emissor através de Rb1 para a linha de negativo da alimentação. Mantendo-se no exemplo, uma tensão de emissor igual ou maior do que 5,6 Volts determinará a passagem de uma corrente; já qualquer tensão inferior (a 5,6V) será incapaz de originar passagem da corrente elétrica pelo emissor (E) e por Rb1. Enquanto os 5,6V não forem atingidos, a corrente será nula, como através de um interruptor aberto. Alcançando os 5,6V, tudo se passa como se o tal interruptor estivesse fechado. A corrente que circulará estará limitada unicamente pelo valor resistivo intrínseco de Rb1. Como a transição de corrente nula, para corrente total, entre emissor (E) e base 1 (B1) se dá sempre de forma abrupta (quando a tensão de emissor chega à tensão/limite de disparo), podemos considerar o UJT como um simples interruptor acionado por tensão. 6.5.3 Características Técnicas • Tensão entre bases (Vbb) – é a máxima tensão que pode ser aplicada entre as bases. • Tensão entre emissor e base 1 (Vb1e) – é a máxima tensão que pode ser aplicada entre esses dois terminais. • Resistência entre bases (Rbb) – é a resistência existente entre os dois terminais de base. • Corrente de pico de emissor (Ie) – é a corrente máxima que pode circular entre o emissor e a base 1 quando o transistor é disparado. • Razão intrínseca de afastamento (η) 1b bb R R η = Rbb = Rb1 + Rb2 η é a chamada razão intrínseca de afastamento, que nada mais é do que o fator do divisor de tensão. A faixa típica de variação de η é de 0,5 a 0,8. + 6 a 30 Volt _ + V1 83 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial 2N2646 tem um η de 0,65. Se este UJT for Por exemplo, o usado com uma tensão de alimentação de 10 Volt V1 = η x V V1 = 0,65 x 10 V1 = 6,5V V1 é a chamada tensão intrínseca de afastamento porque ela mantém o diodo emissor com polarização inversa para todas as tensões aplicadas ao Emissor, inferiores a V1. Se V1 for igual a 6,5 Volt, então temos de aplicar um pouco mais (≅ 0,6V) do que os 6,5V para polarizar diretamente a junção PN e haver condução entre Emissor e a Base 1. 7 Amplificadores Operacionais Os amplificadores operacionais são dispositivos extremamente versáteis com uma imensa gama de aplicações em toda a eletrônica. Os amplificadores operacionais são amplificadores de acoplamento direto, de alto ganho, que usam realimentação para controle de suas características. Eles são hoje encarados como um componente, um bloco fundamental na construção de circuitos analógicos. Internamente, são constituídos de amplificadores transistorizados em conexão série. Externamente, são geralmente representados pelo símbolo, Figura 43 - Simbologia de um amplificador Operacional em que convencionalmente só entradas e saídas aparecem e não as conexões das fontes de alimentação. Os amplificadores operacionais são usados em amplificação, controle, geração de formas de onda senoidais ou não em freqüências desde C.C. ate vários Megahertz. Com emprego na realização das funções clássicas matemáticas como adição, subtração, multiplicação, divisão, integração e diferenciação, os amplificadores operacionais são os elementos básicos dos computadores analógicos. São úteis ainda em inúmeras aplicações em instrumentação, V1 – Tensão intrínseca de afastamento. η - Razão intrínseca de afastamento, 84 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial sistemas de controle, sistemas de regulação de tensão e corrente, processamento de sinais, etc. A estrutura interna de um amplificador operacional é formada utilizando-se a configuração mostrada abaixo que é chamada de diferencial. Figura 44 - Esquema de um amplificador diferencial O Amplificador Diferencial é um circuito eletrônico capaz de receber dois sinais ao mesmo tempo e fornecer uma saída com o resultado que será a diferença amplificada destes sinais. Há um grande número de possibilidades de se aplicar sinais em suas entradas: ¾ Terminação Simples: é quando um sinal é aplicado numa entrada e a outra é conectada ao terra; ¾ Terminação Dupla: é quando dois sinais de polaridades opostas são aplicados nas entradas; ¾ Modo Comum: é quando um mesmo sinal, podendo ser também de mesmo potencial e de defasagem 0º entre si, é aplicado nas entradas. 7.1 Amplificador Operacional Ideal As propriedades de um circuito amplificador operacional ideal são: a) ganho de tensão diferencial infinito b) ganho de tensão de modo comum igual a zero c) tensão de saída nula para tensão de entrada igual a zero d) impedância de entrada infinita e) impedância de saída igual a zero f) faixa de passagem infinita g) deslocamento de fase igual a zero h) deriva nula da tensão de saída paravariações de temperatura Na prática, as limitações dos amplificadores operacionais são muitas, ocorrendo, entretanto, um contínuo aperfeiçoamento das características dos mesmos pelos seus fabricantes. 85 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial 7.2 Amplificador Operacional Real Algumas considerações: Ganho de tensão - Normalmente chamado de ganho de malha aberta, medido em C.C.(ou em freqüências muito baixas), é definido como a relação da variação da tensão de saída para uma dada variação da tensão de entrada. Este parâmetro, notado como A ou Avo, tem seus valores reais que vão desde alguns poucos milhares até cerca de cem milhões em amplificadores operacionais sofisticados. Normalmente, Av0 é o ganho de tensão diferencial em C.C.. O ganho de modo comum é, em condições normais, extremamente pequeno. Tensão de "offset" - A saída de um amplificador operacional ideal é nula quando suas entradas estão em curto circuito. Nos amplificadores reais, devido principalmente a um casamento imperfeito dos dispositivos de entrada, normalmente diferencial, a saída do amplificador operacional pode ser diferente de zero quando ambas entradas estão no potencial zero. Significa dizer que há uma tensão C.C. equivalente, na entrada, chamada de tensão de "offset". O valor da tensão de "offset" nos amplificadores comerciais estão situado na faixa de 1 a 100 mV. Os componentes comerciais são normalmente dotados de entradas para ajuste da tensão de "offset". Corrente de "offset" - O amplificador operacional ideal apresenta impedância de entrada infinita. Os amplificadores operacionais reais, entretanto, apresentam correntes C.C. de polarização em suas entradas. Essas correntes são, geralmente devidas às correntes de base dos transistores bipolares de entrada do amplificador operacional ou ainda correntes de fuga da porta do transistor de efeito de campo em amplificadores dotados de FETs à entrada. Como, na prática, os dispositivos simétricos de entrada não são absolutamente iguais, as duas correntes de entrada são sempre ligeiramente diferentes. A diferença dessas correntes é chamada de corrente de "offset" de entrada. Faixas de passagem - Existem várias maneiras de definir a faixa de passagem de um dispositivo. No caso dos amplificadores operacionais é usual referir-se a "Unit-Gain Crossover Frequency" - a freqüência em que o ganho de tensão passa pelo ganho unitário e que chamaremos fu. Nos amplificadores reais, esta freqüência pode estar na faixa de 1 kHz até 100 MHz. Amplificadores operacionais monolíticos apresentam fu na faixa dos 0,5 a 5 MHz. Medidas do tempo de subida (ts) para pequenos sinais com o amplificador operacional na configuração não inversora a ganho unitário, permitem, com o uso da expressão: , obter valores da faixa de passagem muito próximos ao fu definido. Muito importante nos amplificadores operacionais é a faixa de passagem a plena potência. Essa faixa de passagem, muito menor que fu é definida como a máxima freqüência em que uma onda senoidal de sinal grande pode ser obtida à saída sem distorção apreciável. Geralmente a faixa de passagem à plena potência é especificada a uma dada saída, tipicamente 10V. "Slew Rate" - Este parâmetro está ligado à faixa de passagem à plena potência. Quando num operacional é injetado um sinal senoidal de alta freqüência, de amplitude superior a um certo valor prefixado, observa-se a sua saída uma onda triangular. A inclinação desta forma de onda triangular é o "slew rate”. Esta limitação tem origem nas características de construção do dispositivo e está diretamente ligado a um elemento, o chamado capacitor de compensação de fase e à máxima taxa com que este pode ser carregado. Este capacitor, que nos amplificadores operacionais monolíticos apresenta tipicamente 30 pF, conta com 86 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial fontes de corrente de cerca de 30mA disponíveis para carregá-lo. Assim, dependendo da amplitude do sinal desejado na saída, o amplificador operacional "não consegue acompanhar o sinal de entrada". Como a corrente num capacitor é dada pela capacitância vezes a taxa de variação da tensão (fórmula abaixo), ocorre limitação chamada "slew rate": VI c t V ISr t C Δ= Δ Δ= =Δ Em amplificadores operacionais monolíticos, de uso geral, Sr vale alguns Volts por microssegundos. Em amplificadores operacionais construídos pela técnica de C.I.s híbridos, este valor pode ser muito grande, por exemplo, Sr = 2000 V/ms. Tendo comentado os parâmetros acima, convém lembrar também que a impedância de entrada nos amplificadores operacionais não é infinita sendo da ordem de 10000000W em operacionais monolíticos, da ordem de 10¹² W em operacionais com entradas dotadas de FET e até 10¹³W em operacionais construídos com dispositivos discretos. Da mesma forma, a impedância de saída não é nula, apresentando os operacionais práticos, valores que podem ir de alguns ohms a cerca de 3 kW. 7.3 Terra Virtual Para explicar melhor este conceito assumiremos que o ganho do AOP seja infinito. Então sabemos que a relação ideal é V O = A(V + - V - ) é sempre válida. Portanto podemos afirmar que: 0 0VV V A + −− = ≈ Pois V O é finito e A = α. Porque se utiliza o sinal de “aproximadamente igual” ao invés de “igual” a zero na expressão dada? – Isto é feito para lembrar que estamos na realidade empregando um artifício matemático (formalmente, devemos dizer que A tende a infinito, mas não o é – na prática A situa-se tipicamente entre 10 5 e 10 7 ). Desta forma podemos notar que teremos uma tensão de entrada V - igual (tendendo) ao valor de tensão de saída. Esta técnica nos permite dizer que quanto maior for A, mais o valor da entrada V + se aproxima do valor da entrada V - para valores finitos de V S . Em outras palavras, ela nos chama a atenção que pela tensão das entradas do AOP pois é como se as entradas inversoras e não inversora estivessem sido curto circuitado. Sabemos também que não existe corrente por onde tem um curto momentâneo. Denominou-se o termo curto circuito virtual para designar este estado onde as tensões em dois pontos distintos são idênticas (como em um curto-circuito) e suas correntes são nulas. Pode-se empregar o conceito de terra virtual nos amplificadores sempre que considerarmos o mesmo com ideal sempre curto circuitando, mas não fisicamente. 87 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial 7.4 Circuitos Básicos Os amplificadores operacionais apresentam, geralmente, circuitos de entrada em configuração diferencial. A figura 45 mostra as entradas inversora (-), não inversora (+), as tensões de entrada eA , eB e a tensão de saída eS. Figura 45 - Representação das entradas e saídas de um amplificador operacional 7.4.1 Configuração inversora Inicialmente vamos fazer um reconhecimento dos componentes utilizados no circuito. Temos o gerador de sinais V E que está alimentando o circuito. Temos um AOP com um ganho A qualquer (note as duas entradas inversora e não inversora e a saída) e demais características que a principio podemos considerar ideais. A saída VO do AOP é a própria saída do circuito representa por VOUT. Temos ainda dois resistores R1 e RF, note que R1 está ligando eletricamente o sinal de entrada(VE) com a entrada inversora do AOP. , RF está fornecendo um caminho elétrico entre a saída(VOUT) e a entrada inversora do AOP. Com isso concluímos a analise do circuito, agora vamos analisá-lo. Seguindo a regra, a grandeza mais importante em um circuito analógico é o ganho de tensão do circuito, denominado de A V . A fórmula do amplificadorinversor é mostrada abaixo: 1 2 1 2 2 1 in out out in I I V V R R V R V R = − = − = − 88 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial Figura 46 - Configuração Inversora O amplificador inversor tem a entrada não-inversora ligada à terra e soma as entradas da entrada e da saída na entrada inversora. A forma de se analisar isso é perceber que, quando a entrada inversora e a entrada não inversora são iguais e opostas, não há fluxo de corrente para a entrada do amplificador operacional, e as duas tensões de entrada serão iguais. Em outras palavras, tanto a trajetória de entrada quando a de realimentação estão alimentando a mesma resistência interna no amplificador operacional. Portanto, se as duas correntes são iguais mas opostas em sinal, então as tensões que elas induzem através desse resistor interno também serão iguais e opostas – portanto, a tensão geral no terminal inversor é zero. 7.4.2 Configuração não inversora O amplificador não-inversor envia a entrada para o terminal não-inversor. A realimentação deve,obviamente, ir para a entrada inversora. O ganho é ajustado por amostragem da tensão de saída através de um divisor de tensão. Ajustando-se a razão de R1 para R2, pode-se variar a intensidade da realimentação e, dessa forma, mudar o ganho. Aqui, use a regra que diz que as tensões de entrada devem ser as mesmas. Mais uma vez, a utilização da regra fornece imediatamente o ganho. Nesse caso, a fim de evitar desvio em função de uma não-correspondência de corrente de entrada, é comum colocar um resistor em série em linha com a entrada não-inversora e ajustá-lo para a impedância efetiva na entrada inversora. A tensão de saída do amplificador em função da tensão de entrada é mostrada abaixo: 89 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial 2 1 2 2 1 2 1 2 2 in out in out out in V V RV V R R RV V R R V R R V R + − = = + = + += Figura 47 - Configuração não inversora 7.4.3 Amplificador Somador Amplificador somador tem a finalidade somar dois ou mais valores de entradas analógicas ou digitais em tempo real. Exemplo pode-se somar uma rampa, uma senoíde e um nível contínuo instantaneamente em tempo real. Empregado em misturadores de sinal. Circuito: Figura 48 - Circuito de um amplificador somador A equação da tensão de saída em função das entradas é mostrada abaixo: 90 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial 1 2 1 1 1 ...F F Fs E E ENR R RV V V V R R R = + + + 7.4.4 Amplificador Subtrator O Amplificador subtrator tem a finalidade de amplificar as diferenças de tensões entre as entradas . Este circuito é extremamente analógica, inclusive em circuito empregando os AOP’s Exemplo se conectarmos um transdutor em um amplificador inversor, tanto o sinal do transdutor quanto à interferência serão amplificados. Por outro lado , se conectarmos a saída do transdutor em um amplificador de diferenças, só o sinal do transdutor é amplificado, já que o sinal de interferência é captado praticamente da mesma forma pelo dois fios que carregam o sinal de tensão comum aos dois fios, ao passo que o sinal do transdutor é uma diferença de tensão entre esses dois fios. A tensão na saída deste circuito é proporcional a diferença entre as tensões da entrada (V 1 – V 2 ) e qualquer sinal comum as duas entradas não é amplificado, ou em outras palavras, é rejeitado. A constante de proporcionalidade é dada simplesmente pela razão entre R F / R 1 . Figura 49 - Circuito de um Amplificador Subtrator Equação Geral: 1 2 1 ( )Fs RV V V R = − − 91 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial 7.4.5 Comparador Freqüentemente precisamos comparar uma tensão com outra para verificar qual delas é a maior. Tudo o que precisamos é uma resposta sim/não. Um comparador é um circuito com duas tensões de entrada (não inversora e inversora) e uma tensão de saída. Quando a tensão não inversora for maior que a tensão inversora, o comparador produzirá uma alta tensão; quando a entrada não inversora for menor que a entrada inversora, a saída se baixa. A saída alta simboliza a resposta sim e a resposta não será mais baixa. A maioria dos circuitos comparadores são construídos por AOP’s na configuração de malha aberta ou às vezes tendo sua tensão de saída limitada por diodo zener. Na maioria dos casos o diodo zener também é utilizado como tensão de referência. Figura 50 - Circuito comparador Equação Geral: ( )sV A V V+ −= − Na prática quando se projetam circuitos comparadores, é muito comum a utilização de dois diodos em antiparalelo, colocados entre os terminais da entrada para proteger o estágio diferencial contra possíveis sobretensões ou sobrecorrentes que possam danificar o integrado. Conforme o circuito abaixo: Figura 51 Circuito com diodos em antiparalelo 92 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Eletrônica Industrial Exercícios: 1) Pesquisar as diferenças entre eletrônica analógica e digital citando três equipamentos onde os dois tipos de eletrônicas trabalham em conjunto. 2) Desenhar o símbolo do amplificador operacional e escreva a função matemática que ele executa. 3) Relacionar três características de um amplificador operacional ideal, explicando de forma simplificada cada uma delas. 4) Como definimos o melhor amplificador operacional através de seu SLEW RATE? 5) Pesquisar a folha de dados dos amplificadores operacionais 741 de dois fabricantes diferentes e crie uma tabela de comparação entre eles. 6) Cite três aplicações para o amplificador inversor com realimentação negativa. 7) Comente sobre o conceito de terra virtual 8) Cite aplicações para circuitos somadores 9) Cite aplicações para circuito subtratores 10) Como funcionam os circuitos comparadores? 8 Bibliografia ¾ RASHID, Muhammad Harunur. Power Electronics – Circuits, devices and applications. 2ª ed. Prentice Hall, New Jersey: 1993. ¾ http://www.elec.gla.ac.uk/groups/dev_mod/papers/igbt/igbt.html ¾ http://www.mathworks.com/access/helpdesk/help/toolbox/powersys/igbt.shtml ¾ http://www.coltec.ufmg.br/alunos/270/semicondutores/igbt.html ¾ http://www.mitsubishichips.com/datasheets/power/powermos_index.html ¾ http://sites.uol.com.br/rick.machado/engenhar.htmlhttp://orbita.starmedia.com/~tecnofac/eletronica/ig bt.htm ¾ Dispositivos eletrônicos e teoria de circuitos, 6ª edição; editora Prentice Hall do Brasil Ltda; Robert Boylestad e Lovis Nashelsky. ¾ Eletrônica, 4ª edição Vol. I e II, Malvino editora Makron Books; 95 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II 1 – Introdução Projetar uma instalação elétrica de uma edificação consiste em: · Quantificar e determinar os tipos e localizar os pontos de utilização de energia elétrica; · Dimensionar, definir o tipo e o caminhamento dos condutores e condutos; · Dimensionar, definir o tipo e a localização dos dispositivos de proteção, de comando, de medição de energia elétrica e demais acessórios. 1.1 – Definições Unidade consumidora: qualquer residência, apartamento, escritório, loja, sala, dependência comercial, depósito, indústria, galpão, etc., individualizado pela respectiva medição; Ponto de entrega de energia: É o ponto de conexão do sistema elétricopúblico (Light, Ampla, etc) com as instalações de utilização de energia elétrica do consumidor; Entrada de serviço de energia elétrica: Conjunto de equipamentos, condutores e acessórios instalados desde o ponto de derivação da rede de energia elétrica pública até a medição; Potência instalada: É a soma das potências nominais dos aparelhos, equipamentos e dispositivos a serem utilizados na instalação consumidora. Inclui tomadas (previsão de cargas de eletrodomésticos, TV, som, etc.), lâmpadas, chuveiros elétricos, aparelhos de ar-condicionado, motores, etc.; Aterramento: Ligação à terra, por intermédio de condutor elétrico, de todas as partes metálicas não energizadas, do neutro da rede de distribuição da concessionária e do neutro da instalação elétrica da unidade consumidora. 1.2 – Partes componentes de um projeto elétrico O projeto é a representação escrita da instalação e deve conter no mínimo: · Plantas; · Esquemas (unifilares e outros que se façam necessários); · Detalhes de montagem, quando necessários; · Memorial descritivo; · Memória de cálculo (dimensionamento de condutores, condutos e proteções); · ART. Normas técnicas a serem consultadas na elaboração de um projeto elétrico · ABNT (NBR 5410 e NBR 5419) · Normas da concessionária elétrica local (Light, Ampla, Copel, etc.) · Normas específicas aplicáveis 2 – Modalidade de ligações Os prédios são alimentados, normalmente, pela rede de energia da empresa concessionária local (Light, Ampla, Copel etc.). Excepcionalmente, o consumidor terá energia com geração própria, geralmente, isso acontece em caráter provisório, até a concessionária local tenha condições de abastecer, ou quando se deseja ter um sistema de alimentação próprio, em caso de haver uma interrupção provisória por parte da concessionária. As ligações da instalação predial à rede de distribuição da concessionária se classificam em: a) Provisórias → Quando se referem a um serviço de instalação de caráter transitório e que, dentro de determinado tempo, serão substituídas por instalações permanentes. É o que acontece com as ligações de força provisórias para o funcionamento de máquinas para a construção, durante a fase de execução de obras de um edifício. b) Temporárias → Quando se destinam a funcionar apenas durante um determinado tempo, após o qual serão desligados e removidos os equipamentos. É o que acontece nas ligações pra circos, parques de diversões ou festejos de ruas de caráter cívico, religioso ou popular. c) Definitivas → Quando se destinam as instalações de caráter permanente. As tensões de fornecimento ao consumidor podem ser em baixa tensão (220 V / 127 V – 380 V / 220 V no caso da Light) ou em média e alta-tensão (6 kV – 13,2 kV – 13,8 kV, 25 kV, 138 kV ou 230 kV). 3 – Ramais A ligação de uma instalação à rede de distribuição de energia é feita por um ramal de ligação. Este ramal é constituído de duas partes: 96 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II a) Ramal externo → É o trecho compreendido entre a rede de distribuição e o limite da propriedade particular com a via pública. b) Ramal interno → É o trecho situado na propriedade particular. Os ramais de ligação podem ser classificados em aéreo, subterrâneo ou misto (ramal de entrada subterrâneo ligado à rede aérea da concessionária). Aéreo Subterrâneo Misto 4 – Etapas de um projeto 4.1 – Determinação da carga estimada A primeira etapa de um projeto de instalações elétricas é uma estimativa preliminar da carga para uma consulta prévia à concessionária de energia elétrica local. Usam-se, em geral, tabelas de normas aprovadas ou de uso consagrado. No caso de residências e apartamentos, nos quais, em geral, se emprega a iluminação incandescente, não há necessidade da elaboração de um projeto luminotécnico. Abaixo temos as tabelas utilizadas para essa estimativa. 97 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II Tabela 4.1 Densidade de carga de ponto de luz Local Densidade de carga (W/m²) Residências Salas 25 - 30 Quartos 20 Escritórios 25 - 30 Copa e cozinha 20 - 25 Banheiro 10 Dependências 10 Diversos Escritórios, salas de aula 30 - 40 Lojas 30 - 40 Hotéis Recepção 50 - 70 Quartos 10 - 15 Bibliotecas 30 - 50 Bancos 30 - 40 Igrejas 10 - 20 Laboratórios 40 - 50 Restaurantes 15 - 20 Depósitos 5 - 10 Galerias de arte 30 - 40 Auditórios Platéia 10 - 20 Palco 150 - 300 Garagens comerciais 5 - 10 No caso de escritórios, estabelecimentos comerciais e industriais, não se dispensam o projeto de iluminação, principalmente se a iluminação for fluorescente, lâmpadas mistas, vapores metálicos etc. Os equipamentos de utilização de uma instalação podem ser alimentados diretamente (elevadores, motores), através de tomadas de corrente de uso especifico (TUEs) ou através de tomadas de corrente de uso não específico (tomadas de uso geral, TUGs); Número mínimo de TUGs: Residências · Recintos com área < 8 m2 – no mínimo 1 tomada. · Recintos com área > 8 m2 – no mínimo 1 tomada para cada 5m ou fração de perímetro, espaçadas tão uniformemente quanto possível. · Cozinhas e copas – 1 tomada para cada 3,5m ou fração de perímetro, independente da área; acima de bancadas com largura > 30cm prever no mínimo 1 tomada. · Banheiros – no mínimo 1 tomada junto ao lavatório, a uma distância mínima de 60cm do boxe, independentemente da área. · Subsolos, varandas, garagens, sótãos – no mínimo 1 tomada, independentemente da área. Critérios para a determinação da potência mínima de TUGs: · Banheiros, cozinhas, copas, áreas de serviço, lavanderias e assemelhados – atribuir 600 VA por tomada, para as 3 primeiras tomadas e 100 VA para cada uma das demais. · Demais recintos – atribuir 100 VA por tomada. Comerciais · Escritórios com áreas iguais ou inferiores a 40 m² - 1 tomada para cada 3 m ou fração de perímetro, ou 1 tomada para cada 4 m²,adotam-se o que conduzir ao maior número de tomadas. · Escritórios com áreas superiores a 40 m² - 10 tomadas para os primeiros 40 m²; 1 tomada para cada 10 m² ou fração de área restante. · Lojas – 1 tomada para cada 30 m² ou fração, não computadas as tomadas destinadas a letreiros, vitrines e demonstração de aparelhos. Obs.: No caso das lojas considerarem 200 VA por cada TUG. 98 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II Número mínimo de TUEs: A quantidade de TUEs é estabelecida de acordo com o número de aparelhos de utilização, devendo ser instaladas a no máximo 1.5m do local previsto para o equipamento a ser alimentado · Critérios para a determinação da potência de TUEs: · Atribuir para cada TUE a potência nominal do equipamento a ser alimentado As potências típicas de aparelhos eletrodomésticos são tabeladas Para transformas as potências das TUG’s de VA para W, basta multiplicar pelo fator 0,9. TODAS AS TOMADAS DEVERÃO ESTAR ATERRADAS! Tabela 4.2 Potências típicas dos eletrodomésticos 99 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II Exemplos: 1 – Calcular a carga estimada de uma residência com: - sala: 4m x 4m = 16 m² - 2 quartos: 3 m x 3m = 9 m² cada (1 condicionador de ar de 10.000 BTU’s em cada) - 1 cozinha: 3,6 m x 2,50 m = 9 m² - 1 banheiro: 2.00 m x 2,00 m = 4 m² (com chuveiro elétrico de 4.400 W) - varanda: 3,00m x 1,50 m = 4,50 m² Solução: Iluminação: Sala = 30 W x 16 m² = 480 W Quartos = 2 x 9 m² x 20 W =360 W Cozinha = 9 m² x 20 W = 180 W Banheiro = 4 m² x 10 W = 40 W Varanda = 4,50 m² x 10 W = 45 W Total = 1.105 W Tomadas TUE’s Sala = 16 m ÷ 1 tomada/5 m = 3,2 = 4 tomadas (400 VA x 0,9 = 360 W) Quartos = 12 m ÷ 1 tomada/5 m = 2,4 = 3 x 2 = 6 tomadas (600 VA x 0,9 = 540 W) Cozinha = 12,20 m ÷ 1 tomada / 3,5 m = 3,48 = 4 tomadas (600 + 400 = 1.000 VA x 0,9 = 900 W) Banheiro = 1 tomada (100 VA x 0,9 = 90 W) Varanda = 1 tomada (100 VA x 0,9 = 90 W) Total = 1.980 W TUG’s Chuveiro = 4.400 W Condicionador de ar = 2 x 1.400 = 2.800 W Total da carga estimada = 1.105 + 1.980 + 2.800 = 5.885 W 2 – Calcular a carga estimada de uma loja comercial com: - Salão:8 m x 20 m = 160 m² (3 condicionadores de ar de 30.000 BTU’s) - Copa: 1,50 m x 2,50 m = 3,75 m² (1 cafeteira elétrica) - Banheiro: 1,50 m x 2,00 m = 3 m² Solução: Iluminação: Salão = 160 m² 40 W = 6.400 W Copa = 3,75 m² x 20 W = 75 W Banheiro = 3 m² x 10 W = 30 W Total = 6.505 W Tomadas TUG’s Salão = 160 m² ÷ 1/30 m² =5,3 = 6 tomadas (1.200 VA x 0,9 = 1.080 W) Copa = 8 m ÷ 1 tomada/3,5 m² = 2,28 = 3 tomadas (600 + 200 = 800 VA x 0,9 = 720 W) Banheiro = 1 tomada (100 VA x 0,9 = 90 W) Total = 1.890 W TUE’s Condicionador de ar = 3 x 3.600 W = 10.800 W Cafeteira = 1.000 W Total = 11.800 W Total da carga estimada = 6.505 + 1.890 + 11.800 = 20.185 W 4.2 – Divisão das cargas em circuitos Devemos procurar dividir os pontos ativos (luz e tomadas) de modo que a carga se distribua, tanto quanto possível, uniformemente entre as fases do circuito, e de modo que os circuitos terminais tenham aproximadamente a mesma potência. Além disso, deve-se atender às seguintes recomendações: . A carga máxima de aparelhos de iluminação e TUG’s, por circuito, será de 1.200 W em 127 V e 2.400 W em 220 V; . Equipamentos com potência igual ou superior a 1.200 W devem ser alimentados por circuitos individuais; . Condicionadores de ar devem ter circuitos individuais; . No caso de circuitos monofásicos, cada circuito deverá ter seu próprio condutor neutro; . As tomadas da copa-cozinha e área de serviço devem fazer parte de circuito(s) exclusivo(s); 100 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II . Sempre que possível, devem-se projetar circuitos independentes para a parte social (sala, varanda, lavabo, WC, etc.), para a parte íntima (quartos, suítes, etc.) e parte de serviço (cozinha, copas, lavanderia, etc.) Todos os circuitos deverão partir dos quadros terminais e/ou de distribuição que deverão ser localizados em locais estratégicos, de preferência na região central de concentração das cargas visando, também, a segurança, facilidade de acesso, estética. Em residências, normalmente, são colocados nas circulações, cozinhas, área de serviço etc. Em condomínios deverá haver tantos quadros terminais quantos forem os sistemas de utilidades do prédio (iluminação, elevadores, bombas, etc.) 4.3 – Potência instalada e potência de demanda A potência instalada (Pinst) ou potência nominal (Pn) de um setor de uma instalação, ou de um circuito, é a soma das potências nominais dos equipamentos de utilização (inclusive tomadas de corrente). Pertencentes ao mesmo. Na realidade, não se verifica o funcionamento de todos os pontos ativos simultaneamente, de modo que não seria econômico dimensionar os alimentadores do quadro geral e quadros de distribuição, considerando a carga como a soma de todas as potências nominais instaladas. Considera-se que a potência realmente demandada pela instalação (Pd), seja inferior à instalada (Pinst), e a relação entre ambas é designada como fator de demanda, que se representa pela letra f. Em outras palavras, multiplicando-se o fator de demanda pela carga instalada, obtém-se a potencia demandada. Para fins de solicitação de solicitação de ligação do ramal de serviço, cada concessionária (Light, Ampla, etc) tem as suas tabelas específicas para o cálculo de demanda, apenas para essa finalidade. Pd = Palim = f x Pinst Claro que a experiência do dia-a-dia do projetista fará com que ele mesmo encontre um fator de demanda ideal para o seu projeto. Para auxiliar o projetista a NBR-5410 apresenta tabelas com valores básicos de fator de demanda. Tabela 4.3 – Fatores de demanda para unidades residenciais Potência instalada de iluminação e tomadas (kW) Fator de Demanda (f) 0 < P1 ≤ 1 0,86 1 < P1 ≤ 2 0,75 2 < P1 ≤ 3 0,66 3 < P1 ≤ 4 0,59 4 < P1 ≤ 5 0,52 5 < P1 ≤ 6 0,45 6 < P1 ≤ 7 0,40 7 < P1 ≤ 8 0,35 8 < P1 ≤ 9 0,31 9 < P1 ≤ 10 0,27 10 < P1 0,24 Convém lembrar que P1 e a soma das potências de iluminação, de tomadas de uso geral (TUG’s) e das tomadas de uso específico que não se destinarem à ligação de aparelhos fixos (chuveiros, condicionadores de ar, bombas etc). Para calcularmos, de acordo com a norma, a potência de alimentação, ou seja, a demanda máxima (Palim) deve fazer: Palim = f (P1 + P2) Onde P2 é a soma das potências dos aparelhos fixos da unidade residencial. Podem-se, também, usar as tabelas 4.4 e 4.5 para a determinação do fator de demanda para instalações em geral. Tabela 4.4 – Fatores de demanda para instalações em geral Uso Fator de Demanda (f) Iluminação 1 Aquecimento e condicionador de ar 1 Tomadas (TUG’s) onde N é o número de Tomadas (Não considerar as destinadas à ligação de aparelhos fixos) 0,1 + 0,9 N Aquecimento de água (boillers, chuveiros, torneiras etc.) 1 Fogões e fornos elétricos 0,7 101 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II Tabela 4.5 – Fatores de demanda globais de acordo com a finalidade do prédio Tipo Potência Instalada (kW) Fator de Demanda global (f) Prédios de apartamentos Até 3 3,1 a 120 Acima de 120 1 0,35 0,25 Prédios de escritórios Até 20 Acima de 20 1 0,70 Hotéis (sem cozinhas) Até 20 20,1 a 100 Acima de 100 1 0,4 0,3 Hospitais Até Acima de 50 0,4 0,2 Colégios, quartéis e semelhantes Até 15 Acima de 15 1 0,4 Exemplos: 1 – Calcule a potência de demanda de um circuito residencial com as seguintes cargas: • 3 lâmpadas incandescentes de 100 W; • 5 tomadas de uso geral (100 VA); . Utilizando a tabela 4.3 P1 = Iluminação e TUG = (3 x 100 W) + (5 x 100 W x 0,9) = 300 W + 450 W = 750 W P alim = 750 W x 0,86 = 645 W Utilizando a tabela 4.4 Iluminação = 3 x 100 W x 1 = 300 W TUG’s = 0,1 + 0,9 = 0,28 x 5 x 100 x 0,9) = 126 W 5 P alim = 426 W Neste caso, devemos adotar o cálculo que levou ao maior resultado final. 2 – Calcule a potência de demanda de um circuito destinado a alimentar um forno elétrico de 1.500 W. Palim = 0,7 x 1.500 W = 1.050 W 4.4 – Cálculo da intensidade de corrente Todos os circuitos deverão estar protegidos contra curtos-circuitos, sobrecargas e outras anomalias, através dos dispositivos de segurança, tais como: disjuntores, fusíveis, contactores, relés, etc. Mas, para isso, se torna necessário o cálculo das correntes nominais e de projeto. 4.4.1 – Cálculo da corrente nominal (In) Corrente nominal é aquela consumida pelo aparelho, equipamentos ou circuitos, sendo dada por: Circuitos monofásicos: In = P(watt) = ampères U(volt) x η x cos φ In = corrente nominal (A) U = tensão (V)P = potência (W) Circuitos trifásicos (3 Ф + N): η = rendimento cos φ = fator de potência In = P(watt) = ampères 2 x U(volt) x η x cos φ Circuitos trifásicos equilibrados: In = P(watt) = ampères √3 x U(volt) x η x cos φ 102 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II Tabela 4.6 – Fator de potência e rendimentos dos equipamentos mais comuns Equipamentos cos φ η Lâmpadas incandescentes 1 1 Lâmpadas mistas 1 1 Lâmpadas fluorescentes com starter 0,5 0,6 a 0,83 Lâmpadas fluorescentes com reator 0,8 a 0,98 0,6 a 0,83 Lâmpadas de vapor de mercúrio 0,5 0,95 Lâmpadas de vapor de sódio 0,85 0,9 Equipamentos resistivos 1 1 Motores trifásicos (tipo gaiola) Até 600 W 0,5 - 1 a 4 CV 0,75 0,75 5 a 50 CV 0,85 0,80 Mais de 50 CV 0,90 0,90 Obs.: verificar sempre a placa do motor Exemplos: 1 – Calcular a corrente de consumo de um circuito composto por 8 lâmpadas incandescentes de 60 W, ligadas numa rede monofásica de 127 V. In = P = 8 x 60 W = 480 W = 3,8 A U x η x cos φ 127 V x 1 x 1 127 V 2 – Calcular a corrente de consume de um motor trifásico, tipo gaiola, de 5 CV ligado a uma rede trifásica de 220 V. In = P = 1 x 5 CV x 736 W = 3.680 W = 12,64 A √3 x U x η x cos φ 1,73 x 220 x 0,9 x 0,85 291,16 V 4.3.2 – Corrente de projeto (Ip) nos alimentadores Normalmente, todos os pontos de utilização funcionarão simultaneamente, principalmente as tomadas, de modo que se pode considerar no dimensionamento dos alimentadores uma corrente inferior (Ip), a que corresponderia ao uso simultâneo de todos os aparelhos. A corrente de projeto Ip é obtida multiplicando a corrente nominal, correspondente à potência nominal, pelos seguintes fatores: (f1) Fator de demanda – aplicável a circuitos de distribuição (entre o quadro geral de entrada de energia e quadro de distribuição) tabelas 4.4 e 4.5 . (f2) Fator de utilização – decorre do fato que nem sempre um equipamento é solicitado a trabalhar com sua potência nominal. Isto acontece com motores e não deve ser aplicado a lâmpadas e tomadas, aparelhos de aquecimento e condicionadores de ar, que nestes casos deve ser considerado o fator igual a 1. (f3) – fator que leva em consideração um aumento futuro de carga. (f4) – fator aplicável a circuitos de motores, f4 = 1,25 para um único motor; f4 = 1,25 para o maior motor, quando o circuito alimentar diversos motores. Ip = In x f1 x f2 x f3 x f4 Exemplos: 1 – Calcule a corrente nominal do circuito de uma residência, alimentado, sob tensão de 120 V monofásica, com: • 2 lâmpadas de 200 W = 2 x 200 W = 400 W; • 4 lâmpadas de 100 W = 4 x 100 W = 400 W; • 6 TUG’s de 100 VA = 6 x 100 VA x 0,9 = 540 W; • 1 tomada de 600 VA = 600 VA x 0,9 = 540 W. In = Pn = 400 + 400 + 540 + 540 = 15,67 A U 120 f1 = não é aplicado em circuitos terminais. f2 = f3 = f4 = 1 logo Ip = 15,67 x 1 x 1 x 1 = 15,67 A. A corrente de projeto é, no caso, igual à corrente nominal. 2 - Determinar as correntes de projeto de um escritório de engenharia, alimentação trifásica em 220V, com: 103 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II • 24 luminárias fluorescentes 4 x 40 W, compensados, com reator PR; • 20 TUG’s de 200 VA cada (monofásicas em 127 V); • 5 condicionadores de ar de 2.100 W. Iluminação fluorescente Pn = 24 x 4 x 40 W = 3.840 W cos φ = 0,85, η = 0,65 e f1 = 1 Ip = P = 3.840 = 18,24 A √3 x U x η x cos φ 1,73 x 220 x 0,65 x 0,85 TUG’s Pn = 20 x 200 VA x 0,9 = 3.600 W (0,9 é o cos φ adotado para as TUG’s) f1 = 0,1 + 0,9 = 0,145 20 Pp = 3.600 x 0,145 = 522 W In = P = 522 = 4,11 A U 127 Condicionadores de ar cos φ = 0,75, η = 0,75 e f1 = 1 Pn = 5 x 1.200 x 1 = 10.500 W In = P = 10.500 = 48,99 A √3 x U x η x cos φ 1,73 x 220 x 0,75 x 0,75 Corrente total = 18,24 + 4,11 + 48,99 = 71,34 A 4.3.3 – determinação dos condutores Para definirmos a bitola dos condutores dos circuitos, deve-se levar em consideração a queda de tensão máxima admissível entre o quadro de distribuição e o ponto mais distante. A queda de tensão máxima admissível pela NBR-5410 é: • Iluminação e tomadas: 3% • Motores, fornos e outros circuitos indutivos: 5% O ideal é adotar no máximo 2% para ambos os casos. Na tabela a seguir, temos a seção mínima do condutor levando-se em consideração: • Material do eletroduto (magnético ou não-magnético); • Corrente do projeto; • Fator de potência; • Queda de tensão máxima admissível; • Comprimento do circuito; e • Tensão entre as fases. ΔU = V/A x km Ip x ℓ ΔU = queda de tensão admissível em Volts. Ip = corrente do circuito em ampère ℓ = distância entre o quadro de distribuição e o ponto mais distante do circuito em metros. 104 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II Tabela 4.7 – Quedas de tensão unitária. Condutores isolados com PVC (Pirastic Antiflam e Pirastic-flex Antiflam) em eletroduto ou calha fechada. Eletroduto ou calha de material não-magnético Eletroduto ou calha material magnético Circuito monofásico Circuito trifásico Circuito mono ou tri Seção cosφ = 0,8 cos φ = 1 cosφ = 0,8 cos φ = 1 cosφ = 0,8 cos φ = 1 mm² (V/A x km) (V/A x km) (V/A x km) (V/A x km) (V/A x km) (V/A x km) 1,5 23 27,6 20 24 23 27,6 2.,5 14 16,8 12 14,4 14 16,8 4 8,7 10,4 7,5 19 8,7 10,4 6 5,8 7 5,1 6,1 5,8 7 10 3,5 4,2 3 3,6 3,5 4,2 16 2,3 2,5 1,95 2,1 2,3 2,5 25 1,5 1,7 1,27 1,4 1,5 1,7 35 1,1 1,2 0,95 1 1,1 1,2 50 0,83 0,83 0,72 0,72 0,83 0,75 70 0,61 0,55 0,53 0,48 0,61 0,55 95 0,47 0,42 0,41 0,37 0,47 0,42 120 0,39 0,31 0,34 0,27 0,4 0,32 150 0,34 0,27 0,3 0,24 0,35 0,28 185 0,3 0,24 0,26 0,21 0,31 0,25 240 0,25 0,18 0,22 0,15 0,26 0,21 Exemplo: Um circuito trifásicxo em 220 V, com 50 metros de comprimento,alimenta um QDF que serve a diversos motores. A corrente nominal total é 130 A. Pretende-se usar eletroduto de aço. Considerando uma queda de tenção de 2% determine a bitola dos condutores. ΔU = 0,02 x 220 = 4,4 V 50 m = 0,05 km ΔU = 4,4 = 0,67 V/A x km, entrando na tabela considerando cos φ = 0,8 por Ip x ℓ 130 x 0,05 se tratar de circuitos alimentando motores temos o cabo # 70 mm². No caso de pequenas cargas podemos calcular a bitola dos condutores multiplicando a potência do circuito (W) pela distância (m) e utilizar as tabelas 4.8 e 4.9. Tabela 4.8 – Soma dos produtos potência x distâncias (Wm) U = 127 V % de queda de tensão Seção 1% 2% 3% 4% mm² ∑[P(watts) x ℓ (metros)] 1,5 5.263 10.526 15.789 21.052 2,5 8.773 17.546 26.319 35.092 4 14.036 28.072 42.108 56.144 6 21.054 42.108 63.162 84.216 10 35.090 70.100 105.270 140.360 16 56.144 112.288 168.432 224.576 25 87.725 175.450 263.175 350.900 35 122.815 245.630 368.445491.260 50 175.450 350.900 526.350 701.800 70 245.630 491.260 736.890 982.520 95 333.335 666.710 1.000.065 1.333.420 120 421.080 842.170 1.263.240 1.604.320 150 526.350 1.052.700 1.579.050 2.105.400 185 649.165 1.298.330 1.947.495 2.596.660 240 842.160 1.684.320 2.526.480 3.368.640 300 1.052.700 2.105.400 3.158.100 4.210.800 400 1.403.600 2.807.200 4.210.800 5.614.400 500 1.754.500 3.509.000 5.263.500 7.018.000 105 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II Tabela 4.9 – Soma dos produtos potência x distâncias (Wm) U = 220 V % de queda de tensão Seção 1% 2% 3% 4% mm² ∑[P(watts) x ℓ (metros)] 1,5 21.054 42.108 63.163 84.216 2,5 35.090 70.100 105.270 140.200 4 56.144 112.288 168.432 224.576 6 84.216 168.432 253.648 336.864 10 140.360 280.720 421.080 561.440 16 224.576 449.152 673.728 898.304 25 350.900 701.800 1.052.700 1.403.600 35 491.260 982.520 1.473.780 1.965.040 50 701.800 1.403.600 2.105.400 2.807.200 70 982.520 1.965.040 2.497.560 3.930.080 95 1.333.420 2.666.840 4.000.260 5.333.680 120 1.604.320 3.368.640 5.052.960 6.737.280 150 2.105.400 4.210.800 6.316.200 8.421.600 185 2.596.660 5.193.320 7.789.980 10.386.640 240 3.368.640 6.737.280 10.105.920 13.474.560 300 4.210.800 8.421.600 12.632.400 16.843.200 400 5.614.400 11.228.800 16.843.200 22.457.600 500 7.018.000 14.036.000 21.054.000 28.072.000 Exemplo: Calcule as bitolas dos circuitos, em 110 V com 2% de queda de tensão, de uma residência, representados abaixo: 10 m 20 m 25 m 30 m 1.500 W 200 W 3.600 W 1.000 W 12 A LI M E N T A D O R MEDIDOR 5 0 m QDLF 43 Circuito 1: 200 W x 10 m = 2.000 Wm, pela tabela poderia até utilizar o fio # 1,5 mm², mas como a bitola mínima recomendada para é o # 2,5 mm², é esse que adotaremos. Circuito 2: 1.500 W x 25 m = 37.500 Wm, # 6 mm². Circuito 3: 3.600 W x 20 m = 72.000 Wm, # 10 mm² Circuito 4: 1.000 W x 30 m = 30.000 Wm, # 4 mm² Alimentador: 200 W + 1.500 w + 3.600 W + 1.000 W = 6.300 W , como vamos atender a edificação com uma entrada trifásica, teremos: 6.300 w ÷ 3 = 2.100 W x 50 m = 105.000 Wm, # 16 mm². Obs.: Lembramos que estamos considerando que todos os pontos serão utilizados simultaneamente, sem fazermos a avaliação da potência demandada. 4.3..4 – Determinação da bitola dos eletrodutos 106 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II O eletroduto é caracterizado pelo seu diâmetro nominal ou diâmetro externo (em mm). Existem: • eletrodutos flexíveis, também denominados de conduítes, podendo ser em PVC ou metálico; • eletrodutos rígidos (aço ou PVC) e semi-rígidos (polietileno). No mesmo eletroduto podemos colocar vários condutores de circuitos diferentes, desde que eles se originem do mesmo quadro de distribuição. O número máximo de condutores dentro do mesmo eletroduto é de 10 condutores. Estes condutores devem ocupar no máximo 53% da seção total, o ideal é trabalhar com 40% ou 33% de ocupação máxima. Na tabela abaixo temos o número máximo de condutores tipo Pirastic Antiflam, que podem ser colocados dentro do mesmo eletroduto emPVC, considerando todos os condutores com a mesma bitola. Tabela 4.10 – Número de condutores isolados com PVC, em eletroduto de PVC Número de condutores no eletroduto Seção 2 3 4 5 6 7 8 9 10 mm² Tamanho nominal 1,5 16 16 16 16 16 16 20 20 20 2,5 16 16 16 20 20 20 20 25 25 4 16 16 20 20 20 25 25 25 25 6 16 20 20 25 25 25 25 32 32 10 20 20 25 25 32 32 32 40 40 16 20 25 25 32 32 40 40 40 40 25 25 32 32 40 40 40 50 50 50 35 25 32 40 40 50 50 50 50 60 50 32 40 40 50 50 60 60 60 75 70 40 40 50 50 60 60 75 75 75 95 40 50 60 60 75 75 75 85 85 120 50 50 60 75 75 75 85 85 x 150 50 60 75 75 85 85 x x x 185 50 75 75 85 85 x x x x 240 60 75 85 x x x x x x Equivalência em polegadas: 16 mm = 3/8” 20 mm = ½” 25 mm = ¾” 32 mm = 1” 40 mm = 1 ¼” 50 mm = 1 ½” 60 mm = 2” 75 mm = 2 ½” 85 mm = 3” Agora, se os condutores não tiverem as mesmas bitolas devemos somar as seções transversais de todos eles e aplicarmos as tabelas 4.11 e 4.12. Tabela 4.11 – Taxa de ocupação para eletrodutos de aço Tamanho nominal Ocupação máxima diâmetro externo 40% da área 33 % da área (mm) (mm²) (mm²) 16 53 44 20 90 75 25 152 125 31 246 203 41 430 354 47 567 468 59 932 769 75 1.525 1.258 88 2.147 1.771 100 2.816 2.323 113 3.642 3.005 Equivalência em polegadas: 16 mm = 3/8” 20 mm = ½” 25 mm = ¾” 31 mm = 1” 41 mm = 1 ¼” 47 mm = 1 ½” 59 mm = 2” 75 mm = 2 ½” 88 mm = 3” 100 mm = 4” 113 mm = 6” 107 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II Tabela 4.12 – Dimensões totais dos condutores isolados Pirastic Antiflan Pirastic-flex seção nominal diâmetro ext(mm) área total (mm²) diâmetro ext área total (mm²) fio / cabo fio / cabo (mm) (mm²) 1,5 2,5 / 3,0 6,2 / 7,1 3,1 7,5 2,5 3,4 / 3,7 9,1 / 10,7 3,7 10,7 4 3,9 / 4,2 11,9 / 13,8 4,2 13,8 6 4,4 / 4,8 15,2 / 18,1 5,1 20,4 10 5,6 / 5,9 24,6 / 27,3 6,6 34,2 16 6,5 / 6,9 33,2 / 37,4 7,8 47,8 25 8,5 56,7 x x 35 9,5 71 x x 50 11,5 104 x x 70 13,5 133 x x 95 15 177 x x 120 16,5 214 x x 150 18,5 269 x x 185 20,5 330 x x 240 23,5 434 x x Exemplo: 1 – determine a bitola do eletroduto de PVC capaz de acondicionar 6 condutores de 2,5 mm². Utilizando a tabela 4.10 o eletroduto é 20 mm ou ½”. 2 – Determine o eletroduto de aço capaz de acondicionar 4 cabos de 4 mm² e 2 cabos de 6 mm². Cabos de 4 mm² = 4 x 13,8 = 55,2 mm² (tabela 4.11) Cabos de 6 mm² = 2 x 18,1 = 36,2 mm² (tabela 4.11) Total da área ocupada pelos 6 cabos = 91,4 mm² O eletroduto será pela tabela 4.12 = 25 mm 0u ¾”. 5 – Instalações de motores 5.1 – Potência de um motor Podemos considerar para um motor as seguintes potências: • Potência nominal (Pn) ou de saída → É a potência mecânica no eixo do motor sendo expressa em CV (736 W), ou kW e eventualmente em HP (746 W); • Potência de entrada (Pe) → Corresponde à potência absorvida da rede elétrica para o seu desempenho. A relação entre a potência nominal (Pn) e a potência de entrada (Pe) é denominada de rendimento mecânico (η) do motor. η = Pn Pe 5.2 – Fator de potência (cos φ) Quando num circuito existe intercalada uma ou mais bobinas, como é o caso dos motores, observa-se que a potência total fornecida, que é denominada pelo produto da corrente lida num amperímetro pela ddp lida num voltímetro (VA), não é igual à potência lida num wattímetro (W) A potência obtida pela multiplicação da tensão pela corrente, chama-se potência total ou potência aparente (S), é a sua unidade é o VA ou kVA, quando passar de 1.000 VA. Já, a potência lida pelo wattímetro, recebe o nome de potência real ou nominal, sendo expressa em W ou kW, quando superior a 1.000 W. 108 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II O fator de potência é o cosseno do ângulo de defasagem entre a potência aparente e a potência nominal, como já foi visto em Eletricidade II e em Sistema de Potência. cos φ = P (kW) S (kVA) 5.3 – Circuitos de motores Entende-se por circuito de motor o conjuntoformado pelos condutores e dispositivos necessários ao comando, controle e proteção do motor, do ramal e da linha alimentadora. M contactora sobrecarga relé de QDF fusível ou disjuntor ra m al d o m ot o r M alimentação geral Para calcularmos as correntes dos alimentadores, utilizam-se as seguintes fórmulas: a) Para apenas um motor, neste caso o alimentador geral é o próprio ramal do motor: I ≥ 1,25 x In I = corrente do alimentador In = corrente nominal do motor b) Para vários motores que não partem simultaneamente: I ≥ 1,25 x In (maior motor) + ∑ In (motores restantes) I ≥ 1,25 x In (maior motor) +[ Fd x ∑ In (motores restantes)] Onde Fd é o fator de demanda. c) Para dois ou mais motores partindo simultaneamente: I ≥ 1,25 x In (motores que partem juntos) + ∑ In (motores restantes) I ≥ 1,25 x In (motores que partem juntos) + [Fd x ∑ In (motores restantes)] Obs.: Para calcular o ramal do motor deve-se levar em consideração o fator de serviço (Fs) que multiplicado pela intensidade nominal da corrente, fornece a corrente a considerar no ramal do motor para o dimensionamento dos condutores, isto é, a corrente que pode ser utilizada continuamente. Exemplos: 1 – Calcule a corrente no ramal de um motor trifásico de 7,5 CV em 220 V, considerando cos φ = 0,85 e η = 0,9. In = 736 x 7,5 = 18,9 A 220 x 1,73 x 0,85 x 0,9 Corrente no alimentador = I = 1,25 x 18,9 = 23,6 A 109 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II 2 – Calcular a corrente no alimentador, 220 V, que alimenta os seguintes motores: A – 15 Cv B – 10 CV C – 5 CV Os motores partem individualmente. In (A) = 736 x 15 = 37,92 A 220 x 1,73 x 0,85 x 0,9 In(B) = 736 x 10 = 25,28 A 220 x 1,73 x 0,85 x 0,9 In (C) = 736 x 5 = 12,65 A 220 x 1,73 x 0,85 x 0,9 I = (1,25 x 37,92) + 25,28 + 12.65 = 85,33 A 5.4 – Dimensionamento dos condutores com base na queda de tensão Os ramais e alimentadores são dimensionados com base na queda de tensão máxima permitida pelas normas. • 5% no circuito desde o quadro de distribuição até o motor mais afastado sendo: 4% no alimentador e 1% no ramal do motor. Podemos calcular a bitola dos condutores utilizando as expressões: - Monofásicos S = 2ρ [(I1 x ℓ1 x cos φ1) + (I2 x ℓ2 x cos φ2) + ...] = 2 x 0,0179 x ∑ I x ℓ x cos φ u u - Trifásicos S = √3 x 0,0179 x ∑ I x ℓ x cos φ u Onde : S = bitola do condutor em mm² ρ = resistividade do condutor = 0,0179 Ω mm²/m (cobre) ou 0,031 Ω mm²/m (alumínio) I = corrente em ampère ℓ = distância em metros cos φ = fator de potência u = queda de tensão absoluta em volts. Exemplo: Calcular a bitola mínima para alimentar um motor trifásico de 5 CV, 220 V, Fs = 1,15, a 30 m do quadro de distribuição considerando 2% de queda de tensão. In = 736 x 5 = 12,65 A 220 x 1,73 x 0,85 x 0,9 Ip = 1,25 x 12,65 x 1,15 = 18,18 A 2% de 220 V = 0,02 x 220 = 4,4 V S = 1,73 x 0,0179 x 18,18 x 30 = 3,8 mm², cujo valor comercial é 4 mm². 4,4 A fim de facilitar o nosso trabalho, transcrevemos a tabela para escolha dos condutores considerando o produto da corrente pela distancia (A x m) Tabela 5.1 – Escolha dos condutores em função dos ampères x metros – sistema trifásico. 110 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II Tensões entre 220 V 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% linhas 380 V 0,57% 1,15% 1,73% 2,30% 2,90% 3,40% 4% 4,60% Isolamento PVC Ampères x metros (mm²) condutores singelos de cobre - instalação em eletrodutos 1,5 106 213 320 426 533 639 746 853 2,5 178 355 533 711 888 1066 1244 1421 4 284 568 853 1137 1421 1705 1990 2274 6 426 853 1279 1705 2132 2558 2985 3411 10 711 1421 2132 2842 3553 4264 4974 5685 16 1137 2274 3411 4548 5685 6822 7959 9096 25 1776 3553 5329 7106 8882 10659 12435 14212 35 2487 4974 7461 9948 12435 14923 17410 19987 50 3553 7106 10659 14212 17765 21318 24871 28424 70 4974 9948 14953 19891 24871 29845 34819 39794 95 6751 13501 20252 27003 33753 40504 47255 54006 120 8527 17054 25582 34109 42636 51163 59690 68218 150 10659 21318 31977 42636 53295 63954 74613 85272 185 13146 26292 39438 52584 65730 78877 92023 105169 240 17054 34109 51163 68218 85272 102326 119381 136435 300 21318 42636 63954 85272 106590 127908 149226 170544 400 28424 56848 85272 113696 142120 170544 198968 227392 500 35530 71060 106590 142120 177650 213180 248710 284240 Exemplo: Um motor de indução trifásico, 220 V, 7,5 CV, acha-se a 28 metros do quadro de distribuição. Admitindo-se uma queda de tensão de 1% neste ramal, qual deverá ser a seção do condutor a empregar? cos φ = 0,85 e η = 0,90. In = 7,5 x 736 = 18,96 A 220 x 1,73 x 0,85 x 0,9 Corrente do ramal será: Ip = 1,25 x 18,96 = 23,70 A Produto I x ℓ = 23,7 x 28 = 663,6 Am Verificamos pela tabela acima que devemos empregar o condutor # 10 mm². 5.5 – Cálculo do ajuste do relé térmico e fusível do ramal de um motor 5.5.1 – Relé térmico Para calcularmos o ajuste do relé térmico devemos utilizar os seguintes fatores sobre as correntes nominais: • 1,15 – quando não há elevação de temperatura; • 1,25 – quando há elevação de temperatura. A finalidade do relé térmico é a proteção contra sobrecargas durante o regime de funcionamento. 5.5.1 – Fusíveis ou disjuntores Serão calculados para suportar a corrente de partida do motor durante um curto intervalo de tempo. Quando, porém, o motor estiver em regime, se houver sobrecarga prolongada ou curto-circuito no ramal, deverão atuar, interrompendo a corrente. Na tabela abaixo vemos a porcentagem do valor da corrente em relação ao valor nominal e que deverá ser usada nos dispositivos de proteção. Tabela 5.2 –Porcentagem da corrente a considerar na proteção dos ramais. 111 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II Motor com Tipo de Método de Motor sem letra-código motor partida letra-código Letra % Mono, tri, de in- A plena A 150 dução em gaiolas tensão 300% B até E 250 e síncronos F até V 300 com tensão até 30A = 250% A 150 reduzida acima de 30 A B até E 200 200% F até V 250 tri em anéis X 150% X Vamos, agora, dar um exemplo de um projeto completo de alimentação e proteção de vários motores. Exemplo: Determinar todos os elementos do esquema abaixo, considerando todos os motores trifásicos, em gaiola, 220 V, cos φ = 0,85, η = 0,9, Fs = 1,15, 2% de queda de tensão, e com elevação de temperatura. 5 CV 10 CV7,5 CV 3m RL2RL1 K1 3m 20mGERAL Fs1 10 m RL3 K2 K3 Fs2 3m 10 m Fs3 Correntes nominais: M1 = 736 x 5 = 12,65 A 220 x 1.73 x 0,85 x 0,9 M2 = 736 x 7,5 = 18,9 A 220 x 1,73 x 0,85 x 0,9 M3 = = 736 x 10 = 25,28 A 220 x 1,73 x 0,85 x 0,9 Correntes para determinação das bitolas dos cabos:M1 = 1,25 x 12,65 x 1,15 = 18,18 A x 23m = 418 A x m = # 4 mm² (ver tab. 5.1) Ajuste do relé = 18,7 A M2 = 1,25 x 18,9 x 1,15 = 27,17 A x 33 m = 897 am = # 10 mm² Ajuste do relé = 27,5 A M3 = 1,25 x 25,28 x 1,15 = 36,34 A x 43 m = 1.563 Am = # 16 mm² Ajuste do relé = 36,3 A Correntes da proteção de cada ramal, considerando todas as letras-código = A: 112 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II M1 = 12,65 x 1,5 (150%) = 18,97 A = 20 A (valor comercial) M2 = 27,17 x 1,5(150%) = 28,35 A = 30 A (valor comercial) M3 = 25,28 x 1,5 (150%) = 37,92 A = 40 A (valor comercial) Proteção e bitola do alimentador geral: I ≥ 1,25 x 25,28 + (12,65 + 27,17) = 71,42 A Por segurança a proteção geral será de 90 A. (valor comercial) Se a distância do PC ao QDF for de 80 m e considerando 2% de queda de tensão teremos: 71,42 A x 80 m = 5714 Am = # 50 mm² 6 - Aterramento – NBR 5419 Aterramento significa acoplamento permanente de partes metálicas com o proteção simultaneamente. O aterramento elétrico tem três funções principais: a) Proteger o usuário do equipamento das Descargas Atmosféricas, através da viabilização de um caminho alternativo para o Terra, de Descarga Atmosférica. b) Descarregar cargas Estáticas acumuladas nas Carcaças das máquinas ou equipamentos para o Terra. Facilitar o funcionamento dos Dispositivos de Proteção (Fusíveis, Disjuntores, etc.), através da corrente desviada para a terra. propósito de formar um caminho condutor de eletricidade tanto quanto assegurar continuidade elétrica e capacitar uma condução segura qualquer que seja o tipo de corrente. c) Há dois tipos básicos de aterramento: o aterramento funcional e o de proteção. O primeiro consiste do aterramento de um condutor do sistema, geralmente o neutro, e objetiva garantir a utilização correta e confiável da instalação. O segundo é constituído pelas medidas destinadas à proteção contra choques elétricos provocados por contatos indiretos. Podemos ainda ter o aterramento funcional e de proteção em um único condutor. As características e a eficácia dos aterramentos devem satisfazer às prescrições de segurança das pessoas e funcionais da instalação. O valor da resistência de aterramento deve satisfazer às condições de proteção e de funcionamento da instalação elétrica. Qualquer que seja sua finalidade (proteção ou funcional) o aterramento deve ser único em cada local da instalação. NOTA: Para casos específicos de acordo com as prescrições da instalação, podem ser usados separadamente, desde que sejam tomadas as devidas precauções. A seleção e instalação dos componentes dos aterramentos devem ser tais que: a) o valor da resistência de aterramento obtida não se modifique consideravelmente ao longo do tempo; b) resistam às solicitações térmicas, termomecânicas e eletromecânicas; c) sejam adequadamente robustos ou possuam proteção mecânica apropriada para fazer face às condições de influências externas. Devem ser tomadas precauções para impedir danos aos eletrodos e a outras partes metálicas por efeitos de eletrólise. OBJETIVOS DO ATERRAMENTO • Obter uma resistência de aterramento a mais baixa possível, para correntes de falta à terra; • Manter os potenciais produzidos pelas correntes de falta dentro de limites de segurança de modo a não causar fibrilação do coração humano; • Fazer que os equipamentos de proteção sejam mais sensibilizados e isolem rapidamente as falhas à terra; • Proporcionar um caminho de escoamento para terra de descargas atmosféricas; • Usar a terra como retorno de corrente do sistema MRT; • Escoar as cargas estáticas geradas nas carcaças dos equipamentos. ELEMENTOS DE UM SISTEMA DE ATERRAMENTO 113 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II ESQUEMAS DE ATERRAMENTO A NBR-5410 classifica os sistemas de distribuição em baixa tensão em função das ligações à terra da fonte de alimentação (geralmente um transformador) e das massas, de acordo com a seguinte simbologia, constituída de 2 ou 3 ou, eventualmente, 4 letras: • A primeira letra representa a situação da alimentação em relação à terra: 9 T = um ponto diretamente aterrado. 9 I = isolação de todas as partes vivas em relação à terra ou aterramento de um ponto através de uma impedância. • A segunda letra representa a situação das massas da instalação elétrica em relação à terra: 9 T = massas diretamente aterradas, independente do aterramento eventual de um ponto da alimentação. 9 N = massas ligadas diretamente ao ponto da alimentação aterrado ( em CA o ponto aterrada é normalmente o neutro ); • outras letras indicam a disposição do condutor neutro e do condutor de proteção 9 S = funções de neutro e de proteção asseguradas por condutores distintos. 9 C = funções de neutro e de proteção combinadas em um único condutor.( condutor PEN ) As instalações elétricas de baixa tensão devem ser executadas de acordo com os esquemas TT, TN (podendo ser: TN-S, TN-C ou TN-C-S) e IT. Esquema TN Este esquema possui um ponto de alimentação diretamente aterrado, sendo as massas ligadas a esse ponto através de condutor de proteção: 9 TN-S, o condutor neutro e o de proteção são distintos; 9 TN-C-S, o condutor neutro e o de proteção são combinados em um único condutor em uma parte da instalação; 9 TN-C, o condutor neutro e o de proteção são combinados em um único condutor ao longo de toda a instalação. P E Condutor de eqüipotencialidade P condutor de aterramanet Terminal peincipal elemento condutor de aterramento (canalização de água) Elemento condutor Condutor de eqüipotencialidade massa PE figura - Elementos de um sistema de aterramento OBS: NUNCA UTILIZE O NEUTRO DA REDE ELÉTRICA COMO TERRA, A NÃO SER EM CASOS ESPECÍFICOS – CONDUTOR PEN ( ver 5410/97) 114 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II Figura – Esquema TN-C Figura – Esquema TN-S Esquema TT (neutro aterrado) Este esquema possui um ponto de alimentação diretamente aterrado, estando as massas da instalação ligado à eletrodos de aterramento eletricamente distintos do eletrodo de aterramento da alimentação. Esquema IT (neutro isolado ou aterrado por impedância) 115 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II Este esquema não possui nenhum ponto de alimentação diretamente aterrado, somente as massas da instalação são aterradas. Ligações à Terra Os aterramentos podem ser ligados em conjunto ou separadamente, para finalidades de proteção ou funcionais de acordo com as exigências da instalação, no Brasil a maioria das instalações são separadas apesar da terra ser sempre terra, as concessionárias de força e de telefonia sempre exigem seus terras independentes, sem falar das companhias de informática que também querem o seu. Aterramentos separados causam diferença de potencial entre eles o que pode causar problemas na instalação, a NB-3 recomenda que seja instalado um condutor principal de eqüipotencialidade que reúna: • condutor de proteção principal • condutor de aterramento principal • condutor de aterramento dos sistemas APLICAÇÃO DOS ESQUEMAS TT,TN E IT Quando a instalação possui um transformador ou gerador próprio, como é o caso das indústrias e de certos prédios institucionais e comerciaisde porte, via de regra, a opção é pelo esquema TN. Mas, quando o prédio é alimentado por transformador exclusivo de propriedade da concessionária, tem-se que consultara concessionário a respeito da utilização de seu neutro como condutor PEN. Para instalações alimentadas por rede pública de baixa tensão, caso das residências e pequenos prédios de todos os tipos, devido ao aterramento recomendado para o neutro, o esquema IT fica eliminado e o TT é o mais indicado. Quando existirem equipamentos com elevado nível de correntes de fuga, o esquema TT não é recomendado, em virtude da possibilidade de disparos intempestivos dos dispositivos DR’s e quando existirem equipamentos com elevada vibração mecânica, o uso de um esquema TN não é indicado, devido à possibilidade de rompimento dos condutores. CHOQUES ELÉTRICOS Chamamos de choque elétrico a sensação desagradável provocada pela circulação de corrente no corpo humano. As conseqüências de um choque elétrico podem variar de um simples susto até a morte, dependendo da intensidade de corrente e da duração desta. Os choques podem ser por contatos: 9 Diretos: quando a pessoa toca diretamente um condutor energizado. 9 Indiretos: quando a pessoa toca a massa de um equipamento que normalmente não está energizada, mas que, por falha da isolação principal, ficou energizada. Causas dos contatos diretos: 9 Ignorância, 9 imprudência 9 ou negligência. Características dos contatos indiretos: 116 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II 9 imprevisíveis e freqüentes, representam maior perigo e recebem uma importância maior na Norma. SISTEMAS DE ATERRAMENTO A resistividade do solo varia com o tipo de solo, mistura de diversos tipos de solo, teor de umidade, temperatura, compactação e pressão, composição química dos sais dissolvidos na água retida e concentração dos sais dissolvidos na água retida. Os sistemas de aterramento devem ser realizados de modo a garantir a melhor ligação com a terra. Os principais são: 1. Uma haste simples cravada no solo; 2. Hastes alinhadas; 3. Hastes em triângulo; 4. Hastes em quadrado; 5. Hastes em círculos; 6. Placas de material condutor enterrado no solo (exceto o alumínio); 7. Fios ou cabos enterrados no solo. O sistema mais eficiente de aterramento é o sistema de malha de terra. DEFINIÇÕES Terra – massa condutora da terra, cujo potencial elétrico em qualquer ponto é considerado, por convenção, igual a zero; Eletrodo de aterramento – condutor ou conjunto de condutores em contato íntimo com o solo e que garante(m) uma ligação elétrica com ele. O tipo e a profundidade de instalação dos eletrodos de aterramento devem ser de acordo com as condições do solo, a eficiência de qualquer eletrodo depende das condições do local, o projeto deve considerar o desgaste do eletrodo devido a corrosão, aqui no Brasil os eletrodos mais usados são os do tipo Copperwel. Na instalação dos eletrodos deve tomar o cuidado do tipo de fechamento da malha se em triangulo ou linear, todos sabem que para efeito de curto - circuito o fechamento linear é mais eficiente, para correntes de descarga atmosféricas o fechamento mais indicado é o triangulo. Mas como atender aos 2 casos se deve haver eqüipotencialidade entre os aterramentos? É simples o que interessa a corrente de fuga é como ela vê o aterramento antes de sua chegada a malha, ou seja, os cabos de descida dos sistemas de pára-raios devem ser interligados em eletrodos que inicialmente possam propiciar fácil escoamento, ou seja, as primeiras hastes devem estar interligadas na forma de triangulo, o restante da malha não interessa. Condutor de proteção (PE) - condutor prescrito em certas medidas de proteção contra choques elétricos e destinados a ligar diretamente: a) Massas, b) Elementos condutores estranhos à instalação, c) Terminal de aterramento principal, d) Eletrodos de aterramento, e/ou e) Pontos de alimentação ligados à terra ou ao ponto neutro artificial. Condutor PEN - condutor ligado à terra, garantindo ao mesmo tempo as funções de condutor de proteção e de condutor neutro; é uma combinação PE (condutor de proteção) + N (neutro) e não é considerado um condutor vivo. Condutor de aterramento – condutor de proteção que liga o terminal (ou barra) de aterramento principal ao eletrodo de aterramento. Ligação equipotencial – ligação elétrica destinada a colocar no mesmo potencial ou em potenciais vizinhos as massas e os elementos condutores estranhos à instalação; podendo ter uma instalação três tipos de ligação equipotencial: a) A ligação equipotencial principal; b) Ligações equipotenciais suplementares; c) Ligações eqüipotenciais locais não ligadas à terra. Condutor de equipotencialidade – condutor de proteção que garante uma ligação equipotencial. Condutor de proteção principal – condutor de proteção que liga os diversos condutores de proteção da instalação ao terminal de aterramento principal. Malhas de aterramento - A malha de aterramento é indicada para locais cujo solo seja extremamente seco. Esse tipo de eletrodo de aterramento, normalmente, é instalado antes da montagem do contra-piso do prédio, e se estende por quase toda a área da construção. A malha de aterramento é feita de cobre, e sua “janela” interna pode variar de tamanho dependendo da aplicação, porém a mais comum está mostrada na figura abaixo. PROCEDIMENTOS PARA MEDIÇÃO DO TERRA Malha de aterramento 117 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II Medida através do “Medidor de Resistência de Terra” tipo “Megger” ou similar: Este processo consiste, basicamente, em aplicarmos uma tensão entre terra a ser medido e o terra auxiliar (eletrodos fixos ou eletrodos de corrente) e medirmos a resistência do terreno até o ponto desejado (eletrodo móvel ou eletrodo de tensão). O esquema de ligações é mostrado na figura abaixo: PROCEDIMENTOS PARA CORREÇÃO DA RESISTÊNCIA DE ATERRAMENTO Todo sistema de aterramento depende da sua integração com o solo e da resistividade aparente. Se o sistema já está fisicamente definido e instalado, a única maneira de diminuir sua resistência elétrica é alterar as características do solo, usando um tratamento químico. O tratamento químico dever ser empregado somente quando: • Existe o aterramento no solo, com uma resistência fora da desejada, e não se pretende altera-lo por algum motivo; • Não existe outra alternativa possível, dentro das condições do sistema, por impossibilidade de trocar o local, e o terreno tem resistividade elevada. CARACTERÍSTICAS DO TRATAMENTO QUÍMICO DO SOLO Um aterramento elétrico é considerado satisfatório quando sua resistência encontra-se abaixo dos 10 Ω. Quando não conseguimos esse valor, podemos mudar o número ou o tipo de eletrodo de aterramento. No caso de haste, podemos mudá-la para canaleta (onde a área de contato com o solo é maior), ou ainda agruparmos mais de uma barra para o mesmo terra.Caso isso não seja suficiente, podemos pensar em uma malha de aterramento. Mas imaginem um solo tão seco que, mesmo com todas essas técnicas, ainda não seja possível chegar-se aos 10 Ω. Nesse caso a única alternativa é o tratamento químico do solo. O tratamento do solo tem como objetivo alterar sua constituição química, aumentando o teor de água e sal e, conseqüentemente, melhorando sua condutividade. O tratamento químico deve ser o último recurso, visto que sua durabilidade não é indeterminada. O produto mais utilizado para esse tratamento é o Erico – ge.l Os materiais a serem utilizados para um bom tratamento químico do solo devem ter as seguintes características: 9 Boa higroscopia; 9 Não ser corrosivo; 9 Baixa resistividade elétrica; 9 Quimicamente estável no solo; 9Não ser tóxico; 9 Não causar danos a natureza. O tipo mais recomendado de tratamento químico, é o uso do Gel químico, que é constituído de uma mistura de diversos sais que, em presença da água, formam o agente ativo do tratamento. Suas propriedades são: 9 Quimicamente estável; 9 Não solúvel em água; 9 Higroscópico; 9 Não é corrosivo; 9 Não é atacado pelos ácidos contidos no solo; 9 Seu efeito é de longa duração. EXERCÍCIOS 118 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II 1. (Tec_Jud_Elet_Telec - 2003 ) As instalações de baixa tensão, de acordo com a NBR 5410, devem obedecer a esquemas de aterramento básicos, os quais são classificados de acordo com o aterramento da fonte de alimentação da instalação — o transformador sendo o caso mais comum — e das massas. Tais esquemas são designados por uma simbologia em que são utilizadas algumas letras. No caso das duas letras iniciais, a primeira indica a situação da alimentação em relação à terra, enquanto a segunda fornece as características do aterramento das massas. Com relação a esse assunto, e considerando a figura acima, que mostra um esquema de aterramento, julgue os itens que se seguem. a) O esquema de aterramento apresentado na figura é do tipo IT.Errado b) Faltas diretas do tipo fase-massa em um mesmo equipamento normalmente resultam em correntes inferiores a uma corrente de curto-circuito fase-neutro. Certo c) Se o condutor PE, ao invés de ser ligado à terra, fosse ligado ao condutor N (neutro), o esquema resultante passaria a ser do tipo TN-C. Certo d) O esquema de aterramento mostrado é adequado somente em caso de redes subterrâneas de distribuição. Errado e) Se ocorrer uma falta entre um condutor fase e a massa, a corrente de falta circulará também pelo secundário do transformador. Certo 2 . (Casa da Moeda-2005) Considere as afirmações a respeito de esquemas de aterramento. I - Os dispositivos de proteção diferencial residual (DR) podem ser empregados quando a instalação tem esquema de aterramento do tipo TN-C. II - Quando a instalação tem como esquema de aterramento o do tipo TN, é possível proteger o usuário somente com o uso do disjuntor. III - Quando a instalação tem como esquema de aterramento o do tipo TT, é impossível proteger o usuário somente com o uso do disjuntor. Está(ão) correta(s) a(s) afirmação(ões): (A) I, apenas. (B) I e II, apenas. (C) I e III, apenas. (D) II e III, apenas. (E) I, II e III. 3. (Casa da Moeda-2005) De acordo com a NBR 5410, no esquema TN-S de proteção contra contatos indiretos, deve ser previsto, nos quadros de distribuição parciais, um terminal (ou barra) de aterramento, onde NÃO devem ser ligados os condutores de: (A) aterramento. (B) aterramento funcional. (C) ligação equipotencial. (D) proteção. (E) neutro. 4. (Casa da Moeda-2005) 119 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II As ligações dos condutores fase, neutro e de proteção, mostradas na figura acima, estão de acordo com as prescrições da norma brasileira NBR 5410 e caracterizam o esquema de aterramento de sistemas elétricos trifásicos do tipo: (A) TN-S (B) TN-C-S (C) TN-C (D) TT (E) IT 5. (Casa da Moeda-2005) Um técnico, ao realizar a manutenção de uma instalação elétrica de baixa tensão, não se preocupou em verificar se os circuitos dessa instalação estavam adequadamente distribuídos entre as fases. Após algum tempo de uso da instalação, ocorreu o rompimento do fio neutro do alimentador do quadro de onde saem os circuitos terminais, provocando a queima de um equipamento. Uma possível causa desta queima é o surgimento de: (A) impulso de corrente no equipamento danificado. (B) impulso de tensão no equipamento danificado. (C) variação na freqüência da instalação. (D) sobretensão na fase onde o circuito que alimenta o equipamento estava ligado. (E) harmônicos devido ao desequilíbrio e posterior rompimento do fio neutro. 6. (Casa da Moeda-2005) Após o dimensionamento dos circuitos de uma instalação elétrica no esquema de aterramento TN, o projetista verificou que, em um determinado circuito, a proteção contra contatos indiretos não se verificou. A medida que NÃO soluciona o problema apresentado é a(o): (A) troca do disjuntor de proteção por outro com desarme mais rápido. (B) diminuição das cargas neste circuito. (C) diminuição do comprimento do circuito. (D) utilização de dispositivos de proteção diferencial residual - DR. (E) aumento da bitola do fio do circuito. 7. Qual é a diferença entre Terra e Neutro? R: NEUTRO é um condutor fornecido pela concessionária de energia elétrica, pelo qual há o retorno da corrente elétrica e TERRA é um condutor construído através de uma haste metálica e que, em situações normais, não deve possuir corrente elétrica circulante. ATENÇÃO: A grande diferença entre Terra e Neutro é que, pelo neutro há corrente circulando, e pelo terra não. Quando houver alguma corrente circulando pelo terra, normalmente ela deverá ser transitória, isto é, desviar uma descarga atmosférica para o Terra por exemplo. O Fio Terra, por norma, vem identificado pelas letras PE, e deve ser de cor VERDE e AMARELA. 8. (Petrobrás-2004) A respeito de aterramento elétrico, julgue os itens subseqüentes. A. A seleção, a instalação e a manutenção dos componentes do aterramento devem ser tais que o valor da resistência do aterramento varie bastante ao longo do tempo, para atender às necessidades da instalação elétrica e em função das condições externas. ERRADO B. Segundo as normas brasileiras, os possíveis eletrodos de aterramento incluem condutores nus, hastes, tubos e armações metálicas do concreto. CERTO C. Os eletrodos de aterramento embutidos nas fundações dos prédios devem, preferencialmente, ser constituídos por um anel no fundo da escavação, executado quando da construção das fundações. Além disso, as armações de concreto armado devem ser interconectadas a esse anel, na medida do possível, assegurando, assim, a eqüipotencialidade do conjunto. CERTO 120 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II D. No caso de haver antena externa de televisão em uma edificação que não possua sistema de proteção contra descargas atmosféricas, o mastro metálico da antena não deverá ser aterrado. ERRADO E.A existência do condutor PEN é a característica principal do esquema de aterramento conhecido por TN-S, em que as funções de neutro e de proteção são exercidas por condutores diferentes. ERRADO F. Em algumas circunstâncias, o tratamento químico do solo pode ser um procedimento útil na manutenção do valor da resistência de um aterramento em patamar aceitável. CERTO Anexo 1 – Cálculo de Demanda segundo normas da Light 1 Determinação da carga instalada, 2 Avaliação de demandas, 2.1 Método de avaliação - Seção A 2.1.1 Expressão geral para cálculo de demanda 2.1.2 Avaliação de demanda de entradas de serviço individuais e de circuitos de serviço dedicados ao uso de condomínios 2.1.3 Avaliação de demanda de entradas coletivas 2.1.3.1 Avaliação de demanda de entradas coletivas com um único Agrupamento de medidores 2.1.3.2 Avaliação de demanda de entradas coletivas com mais de um Agrupamento de medidores 2.2 Método de avaliação - Seção B 2.2.1 Metodologia para aplicação 2.2.1.1 Avaliação de demanda de entradas coletivas, exclusivamente residenciais, compostas de 4 a 300 unidades de consumo 2.2.1.2 Avaliação de demanda de entradas coletivas mistas 3 Exemplos de avaliação de demandas APRESENTAÇÃO A presente Regulamentaçãotem por finalidade fixar as condições mínimas para projeto e execução de entradas de serviço individuais, isoladas, com medição direta e indireta, nas modalidades residencial, comercial e industrial, com fornecimento de energia em tensão secundária de distribuição, na área de concessão da LIGHT Serviços de Eletricidade S.A. Todas as prescrições técnicas aqui contidas, elaboradas no âmbito da concessionária, devem ser rigorosamente atendidas. Entretanto, tais prescrições não dispensam o usuário do necessário conhecimento e amparo na Legislação e Normas Técnicas específicas, atinentes à projeto e execução de instalações elétricas em baixa tensão. À concessionária é reservado o direito de, em qualquer tempo, alterar seu conteúdo, no todo ou em parte, por motivo de ordem técnica ou legal, sendo tais alterações comunicadas através dos seus órgãos próprios. Esta Seção 01.00.00 - Revisão 01 / 2002 de 25 / 02 / 2002, cancela e substitui a ante rior de mesmo número. CARGA INSTALADA E AVALIAÇÃO DE DEMANDAS EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM BAIXA TENSÃO 1 - DETERMINAÇÃO DA CARGA INSTALADA Exemplo de determinação de carga instalada : A carga instalada é determinada a partir do somatório das potências nominais dos aparelhos, dos equipamentos elétricos e das lâmpadas, existentes nas instalações. No caso de não disponibilidade das potências nominais dos equipamentos e aparelhos eletrodomésticos, recomenda-se a utilização da TABELA 10, que fornece as potências médias, aproximadas, dos principais equipamentos e aparelhos. No cálculo para determinação da carga instalada, não deverão ser computadas as potências de aparelhos de reserva. Para determinação da potência de motores, considerar os valores nominais de placa dados pelo fabricante, ou quando não for possível essa verificação, considerar cada 1 HP ou 1 CV = 1500 Watts (motores e aparelhos de ar condicionado) . 121 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II 2 - AVALIAÇÃO DE DEMANDAS A avaliação da demanda deverá ser obrigatoriamente efetuada, a partir da carga total instalada ou prevista para a instalação, qualquer que seja o seu valor, e será utilizada na definição da categoria de atendimento e no dimensionamento dos equipamentos e materiais das entradas de serviço monofásicas e trifásicas. Quando um determinado conjunto de cargas é analisado, verifica-se que, em função da utilização diversificada dessas cargas, um valor máximo de potência é absorvida por esse conjunto num mesmo intervalo de tempo, geralmente inferior ao somatório das potências nominais de todas as cargas existentes. Nesse caso, um bom conhecimento a cerca da utilização da instalação, permite ao projetista a adoção de fatores de demanda ou diversidade a serem aplicados à carga instalada, proporcionando um refinamento no dimensionamento dos materiais e equipamentos da entrada de serviço, de forma a melhor compatibilizá-la técnica e economicamente, sem contudo comprometer a sua confiabilidade e segurança. 2 .1 - MÉTODO DE AVALIAÇÃO - SEÇÃO A CAMPO DE APLICAÇÃO : ENTRADAS DE SERVIÇO INDIVIDUAIS . Avaliação e dimensionamento de entrada de serviço individual, isolada, (residencial, comercial e industrial), com atendimento através de ramal de ligação independente; . Avaliação e dimensionamento do circuito dedicado à cada unidade de consumo individual (apartamento, loja, sala etc) derivada de ramal de entrada coletivo. ENTRADAS DE SERVIÇO COLETIVAS . Avaliação e dimensionamento dos circuitos de uso comum em entrada coletiva residencial, com até 3 (três) unidades de consumo; . Avaliação e dimensionamento dos circuitos de uso comum em entrada coletiva não residencial; . Avaliação e dimensionamento dos circuitos de uso comum dedicado às cargas não residenciais, em entrada coletiva mista; . Avaliação e dimensionamento dos circuitos de uso comum em vilas com até 3 (três) unidades de consumo; CIRCUITOS DE SERVIÇO DEDICADOS AO USO DE CONDOMÍNIOS . Avaliação e dimensionamento da carga de circuito de serviço de uso do condomínio, em entrada coletiva residencial com até 3 (três) unidades de consumo; . Avaliação e dimensionamento da carga de circuito de serviço de uso do condomínio, em entrada coletiva não residencial; . Avaliação e dimensionamento da carga de circuito de serviço de uso do condomínio, dedicado exclusivamente às unidades de consumo não residenciais, em entrada coletiva mista com circuitos de serviços independentes; . Avaliação e dimensionamento da carga de circuito de serviço de uso do condomínio, em entrada coletiva mista com um único sistema de serviço dedicado a todas as unidades de consumo. 2.1.1 - EXPRESSÃO GERAL PARA CÁLCULO DE DEMANDA Dentro dos limites estabelecidos pelo “Campo de Aplicação” atinente a essa seção, o dimensionamento de circuitos individuais ou coletivos, deverá ser feito a partir da demanda calculada através da seguinte expressão: D (kVA) = d 1 + d 2 + ( 1, 5 x d 3 ) + d 4 + d 5 + d 6 Onde : d1 (kW ou kVA) = demanda de iluminacão e tomadas, calculada com base nos fatores de demanda da TABELA 1, considerando o fator de potência igual a 1,0 (um). 122 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II d2 (kW ou kVA) = demanda de aparelhos para aquecimento de água (chuveiros, aquecedores, torneiras, etc), calculada conforme TABELA 2, considerando o fator de potência igual a 1,0 (um). d3 (CV) = demanda de aparelhos de ar condicionado tipo janela, calculada conforme TABELAS 3 e 4, respectivamente, para uso residencial e não residencial. d4 (kVA) = demanda de unidades centrais de condicionamento de ar, calculada a partir das respectivas correntes máximas fornecidas pelos fabricantes, considerando o fator de demanda individual igual a 100%. d5 (kVA) = demanda de motores elétricos e máquinas de solda tipo motor - gerador, calculada conforme TABELA 5. d6 (kW ou kVA) = demanda de máquinas de solda a transformador e aparelhos de Raio X, calculada conforme TABELA 6. PREVISÃO MÍNIMA DE CARGA : No cálculo da demanda através do método estabelecido em 2.1, além dos valores de carga mínima para iluminação e tomadas de uso geral, constantes da TABELA 1, os seguintes valores mínimos de potência para “ar condicionado tipo janela” deverão ser considerados: A seguir, é apresentada uma metodologia para avaliação de demandas, composta por duas seções aplicativas, que podem ser empregadas isolada ou conjuntamente, dependendo da característica da instalação. Cumpre todavia ressaltar, que a adoção de tal metodologia, não subtrai a responsabilidade técnica do projetista da instalação quanto ao indispensável conhecimento das características operativas da carga, que permita o dimensionamento adequado dos materiais e equipamentos, o que pode implicar, inclusive, na adoção de outros métodos de avaliação de demanda que não o apresentado nesta regulamentação, desde que tecnicamente justificado e previamente submetido ao conhecimento e aprovação pela concessionária. Para unidades de consumo residencial, isoladas, com atendimento através de ramal de ligação independente : 1 x 1 CV / unidade de consumo Para unidades de consumo residenciais (apartamentos) derivadas de ramal de entrada coletivo: 1 x 1 CV / unidade de consumo com área até 70,0 m² 2 x 1 CV / unidade de consumo com área superior a 70,0 m² até 100,0 m² 3 x 1 CV / unidade de consumo com área útil superior a 100,0 m² Para unidades de consumo não residenciais derivadas de ramal de entrada coletivo: Escritórios : 1 x 1 CV por cada 20, 0 m² de área útil Lojas : 1 x 1 CV / unidade de consumo com área útil até 20,0 m² 2 x 1 CV / unidade de consumo com área útil entre 20,0 e 40,0 m² 3 x 1 CV / unidade de consumo com área útil superiora 40,0 m² NOTA: No caso de lojas e escritórios, servidos por sistema de refrigeração central, não deverá ser feita a previsão mínima conforme anteriormente estabelecida. 2.1.2 - AVALIACÃO DA DEMANDA DE ENTRADAS DE SERVIÇO INDIVIDUAIS E DE CIRCUITOS DE SERVIÇO DEDICADOS AO USO DE CONDOMÍNIOS A demanda deverá ser calculada com base na carga instalada, compatibilizada com as previsões mínimas, estabelecidas na TABELA 1 e no tópico “PREVISÃO MÍNIMA DE CARGA” , aplicada à expressão geral e critérios definidos em 2.1.1. 2.1.3 - AVALIAÇÃO DA DEMANDA DE ENTRADAS COLETIVAS Além das demandas individuais de cada unidade de consumo (UC) e do serviço de uso comum do condomínio (Ds), deverão ser determinadas as demandas de cada trecho do circuito de uso comum do ramal coletivo, indicadas conforme a seguir: 2.1.3.1 - AVALIAÇÃO DA DEMANDA DE ENTRADAS COLETIVAS COM UM ÚNICO AGRUPAMENTO DE MEDIDORES Onde : DR - Demanda do ramal de entrada. DPG - Demanda da protecão geral da entrada DAG - Demanda de cada agrupamento de medidores Ds - Demanda do circuito de serviço de uso do condomínio O valor de cada uma dessas demandas, será determinado através da aplicação da expressão geral e dos critérios estabelecidos em 2.1.1, ao conjunto da carga instalada compatibilizada com as previsões mínimas, inerente ao trecho do circuito analisado. 123 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II A demanda da Proteção geral (DPG), será igual a demanda do único “Agrupamento de medidores” (DAG) , determinada através da aplicação da expressão geral e dos critérios estabelecidos em 2.1.1, à carga total instalada das unidades de consumo (UC’s) compatibilizada com as previsões mínimas. D = D A demanda do Ramal de entrada (DR) será a demanda determinada através da aplicação da expressão geral e dos critérios estabelecidos em 2.1.1 à carga total instalada das unidades de consumo e do circuito de serviço de uso do condomínio, compatibilizadas com as previsões mínimas, sendo o seu resultado multiplicado por 0,90. DR = D( Unidades de consumo / Serviço) x 0, 90 2.1.3.2 - AVALIAÇÃO DA DEMANDA DE ENTRADAS COLETIVAS COM MAIS DE UM AGRUPAMENTO DE MEDIDORES Onde : DR - Demanda do ramal de entrada. DPG - Demanda da proteção geral da entrada DAG - Demanda de cada agrupamento de medidores Ds - Demanda do circuito de serviço de uso do condomínio O valor de cada uma dessas demandas, será determinado através da aplicação da expressão geral e dos critérios estabelecidos em 2.1.1, ao conjunto da carga compatibilizada com as previsões mínimas, inerente ao trecho do circuito analisado. A demanda referente a cada Agrupamento de medidores (DAG) , será determinada através da aplicação da expressão geral e dos critérios estabelecidos em 2.1.1 à carga total instalada das unidades de consumo (UC’s) pertencentes ao agrupamento analisado, compatibilizada com as previsões mínimas. Essa demanda será também utilizada para o dimensionamento do equipamento de proteção do circuito dedicado ao agrupamento ( prumada ou Bus), quando existente. A demanda da Proteção geral (DPG ) será determinada através da aplicação da expressão geral e dos critérios estabelecidos em 2.1.1, à carga total instalada das unidades de consumo (UC’s) que compõem os agrupamentos de medidores, compatibilizada com as previsões mínimas. A demanda do Ramal de entrada (DR) será a demanda determinada através da aplicação da expressão geral e dos critérios estabelecidos em 2.1.1, à carga total instalada das unidades de consumo (UC’s) e do circuito de serviço de uso do condomínio, compatibilizadas com as previsões mínimas, sendo o seu resultado multiplicado por 0,90. DR = D( Unidades de consumo / Serviço) x 0, 90 NOTA : Relativamente às situações anteriormente descritas (com um único ou mais de um agrupamento de medidores), recomenda-se atenção especial ao fato de que em algumas cargas similares com utilização diferenciada, são aplicados fatores de demanda distintos. Nesses casos, cada parcela da expressão geral definida em 2.1.1, será obtida pela soma das demandas das cargas similares, avaliadas separadamente. Exemplo : d1 total = d1 (iluminação e tomadas em escritório) + d1 (iluminação e tomadas de serviço do condomínio) + d1 (iluminação e tomadas em lojas) + ... Essa recomendação é válida para a análise de qualquer trecho de circuitos coletivos de uso comum, onde cargas similares com utilização diferenciada estiverem presentes. 2.2 - MÉTODO DE AVALIAÇÃO - SEÇÃO B O método apresentado nessa seção é aplicável, somente, na avaliação das demandas de circuitos de uso comum de entradas de serviço coletivas, com finalidade exclusivamente residencial, compostas de 4 a 300 unidades de consumo (Apartamentos) , e na avaliação da demanda de circuitos de uso comum dedicados às cargas residenciais (mais de 3 unidades de consumo) em entradas coletivas mistas. São abrangidos os circuitos de uso comum em edifícios e conjuntos residenciais, bem como Apart-hotéis com finalidade residencial. Também é aplicável na determinação da demanda das cargas de circuitos de serviço de uso comum do condomínio, com dedicação exclusivamente residencial (mais de 3 unidades de consumo). CAMPO DE APLICAÇÃO : ENTRADAS COLETIVAS EXCLUSIVAMENTE RESIDENCIAIS QUE “UTILIZEM EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS INDIVIDUAIS PARA AQUECIMENTO DE ÁGUA” . Avaliação da demanda e dimensionamento dos circuitos de uso comum em entradas coletivas exclusivamente residenciais, compostas de 4 a 300 unidades de consumo (Casas ou apartamentos), que utilizem equipamentos para aquecimento de água (chuveiros com potência nominal individual até 4, 4 kW) ; 124 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II ENTRADAS COLETIVAS EXCLUSIVAMENTE RESIDENCIAIS QUE “NÃO UTILIZEM EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS INDIVIDUAIS PARA AQUECIMENTO DE ÁGUA” . Avaliação da demanda e dimensionamento dos circuitos de uso comum em entradas coletivas exclusivamente residenciais(Prédios ou Condomínios horizontais), compostas de 4 a 300 unidades de consumo residenciais, que não utilizem equipamentos para aquecimento de água; ENTRADAS COLETIVAS MISTAS . Avaliação da demanda e dimensionamento do circuito de uso comum dedicado à parcela da carga residencial, composta de 4 a 300 unidades de consumo residenciais, que utilizem equipamentos para aquecimento de água (chuveiros com potência nominal individual até 4, 4 kW) ; . Avaliação da demanda e dimensionamento do circuito de uso comum dedicado à parcela da carga residencial, composta de 4 a 300 unidades de consumo residenciais, que não utilizem equipamentos para aquecimento de água ; CIRCUITOS DE SERVIÇO DE USO DO CONDOMÍNIO, EXCLUSIVAMENTE RESIDENCIAL . Avaliação da demanda e dimensionamento de circuito de serviço dedicado ao uso do condomínio, exclusivamente residencial. . Avaliação da demanda e dimensionamento de circuito de serviço de uso do condomínio, dedicado exclusivamente às unidades de consumo residenciais, em entradas coletivas mistas, com circuitos de serviços independentes. 2.2.1 - METODOLOGIA PARA APLICAÇÃO A determinação da demanda relativa a um conjunto de unidades de consumo residencial (apartamentos), deverá ser feita através da utilização das TABELAS 7-A e 7-B, onde são obtidas as demandas em kVA por unidade de consumo residencial (casa ou apartamento) em função da sua área útil. TABELA 7-A - Aplicável às unidades de consumo que utilizem equipamentos elétricos individuais para aquecimento de água (chuveiro com potência nominal individual até 4, 4 kW). IMPORTANTE : Quando utilizados equipamentos elétricos individuais de aquecimento de água, com potência nominal superior a 4, 4 kW, é recomendável que o projetista aplique um fator de segurança no valor da demanda em kVApor apartamento, não inferior a 10 %. TABELA 7-B - Aplicável às unidades de consumo residenciais que não utilizem equipamentos elétricos individuais para aquecimento de água. A seguir, aplica-se a TABELA 8, onde é obtido o Fator de diversidade correspondente ao número de unidades de consumo que compõem o conjunto analisado. As TABELAS 7-A e 7-B são aplicáveis, exclusivamente, na determinação da demanda de unidades de consumo residenciais com área útil de até 400 m². Para unidades de consumo com área superior, deverá ser empregada a seguinte expressão: D = 0,034939 x S 0,895075 Onde: D = Demanda do apartamento em kVA. S = Área útil em m2 da unidade de consumo residencial A expressão anterior é aplicável, somente, à área útil da unidade de consumo residencial, não devendo ser consideradas áreas de garagem e outras áreas de uso comum dos edifícios. Nos casos de entradas coletivas cujas unidades de consumo residenciais possuam áreas úteis diferentes, para determinacão da área útil equivalente a ser aplicada nas TABELAS 7-A ou 7-B, deverá ser utilizada a média ponderada das áreas envolvidas. Exemplo : Num edifício com 20 apartamentos com área útil de 100 m2 e 20 com área útil de 50 m2, considerando um único agrupamento de medidores, este deverá ser tratado como um edifício com 40 apartamentos com área útil de 75 m2 . A Demanda do circuito de serviço do condomínio (DS), destinado ao uso exclusivamente residencial, deverá ser determinada através do somatório das demandas parciais das cargas inerentes, calculadas conforme a seguir: Para as cargas de iluminacão: 100% para os primeiros 10 kW. 25% para os demais. Para as cargas de tomadas: 20% da carga total. Para os motores: Aplicação da TABELA 9, para cada tipo de motor existente na instalação, com utilização destinada ao uso do condomínio do edifício. Outras cargas eventualmente existentes em condomínios (serviço), como motores para piscinas, saunas, centrais de refrigeração ou de aquecimento, deverão ser tratadas do mesmo modo, individualmente, aplicandose o fator de demanda de 100% à cada uma delas. 125 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II 2.2.1.1 - AVALIAÇÃO DA DEMANDA DE ENTRADAS COLETIVAS EXCLUSIVAMENTE RESIDENCIAIS , COMPOSTAS DE 4 A 300 UNIDADES DE CONSUMO Demanda individual das unidades de consumo residenciais : A demanda individual da unidade de consumo, será determinada através da aplicação da expressão geral e dos critérios estabelecidos em 2.1, “ MÉTODO DE AVALIAÇÃO - SEÇÃO A”, à carga instalada de cada unidade de consumo, compatibilizada com as previsões mínimas. Demanda do circuito de serviço de uso do condomínio (DS ) : Será determinada através da aplicação do critério estabelecido em 2.2, “MÉTODO DE AVALIAÇÃO – SEÇÃO B”, às cargas de serviço do condomínio. Demanda de agrupamentos de medidores (DAG) : A demanda de um agrupamento de medidores (D AG), composto por um conjunto de unidades consumidoras residenciais, deverá ser determinada através da aplicação da metodologia estabelecida em 2.2 , “MÉTODO DE AVALIAÇÃO - SEÇÃO B ”. Demanda da proteção geral (DPG ) : Será determinada através da aplicação da metodologia estabelecida em 2.2, do “MÉTODO DE AVALIAÇÃO - SEÇÃO B” , ao conjunto composto por todas as unidades de consumo existentes. Demanda do ramal de entrada (DR ) : Será determinada através do somatório das demandas da Proteção geral (DPG ) e do Serviço de uso do condomínio (DS), sendo o seu resultado multiplicado por 0,90. DR = ( DPG + DS ) x 0,90 2.2.1.2 - AVALIACÃO DA DEMANDA DE ENTRADAS COLETIVAS MISTAS Nas entradas coletivas mistas, onde unidades de consumo residenciais e não residenciais tenham o fornecimento de energia efetivado por um mesmo ramal de entrada coletivo, a avaliação das demandas deverá ser feita conforme os seguintes procedimentos: Demanda individual das unidades de consumo, residenciais e não residenciais: A demanda individual de cada unidade de consumo (UC), residencial ou não residencial, será determinada através da aplicação dos critérios estabelecidos em 2.1 , do “MÉTODO DE AVALIAÇÃO - SEÇÃO A”, à carga instalada de cada unidade de consumo, compatibilizada com as previsões mínimas. DAG = ( Dresidencial + Dnão residencial ) x 0, 90 Demanda da proteção geral (DPG ) : Será determinada através da aplicação do “ MÉTODO DE AVALIAÇÃO - SEÇÃO A”, contido em 2.1, no conjunto total de cargas não residenciais, e, do “MÉTODO DE AVALIAÇÃO - SEÇÃO B”, contido em 2.2, no conjunto total de cargas residenciais, sendo o somatório dessas parcelas, multiplicado por 0, 90, a demanda da Proteção geral da entrada coletiva ( DPG ). DPG = ( Dresidencial + D não residencial ) x 0, 90 Demanda do ramal de entrada (DR ) : Em função das características do sistema de serviço de uso do condomínio, deverá ser adotada uma das alternativas a seguir : Circuito de serviço único DR = [ Dresidencial + D( não residencial / Serviço ) ] x 0,90 Onde: Dresidencial = Demanda da carga total residencial, calculada através do “MÉTODO DE AVALIACÃO - SEÇÃO B”, estabelecido em 2.2. D( não residencial / Serviço ) = Demanda determinada através da aplicação do MÉTODO DE AVALIAÇÃO - SEÇÃO A”, estabelecido em 2.1, ao conjunto de cargas não residenciais e do serviço de uso do condomínio. Circuitos de serviços independentes DR = [ Dresidencial + DSR + D(não residencial / Serviço ) ] x 0, 90 Onde: 126 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II Dresidencial = Demanda da carga total residencial calculada através da aplicação do “MÉTODO DE AVALIACÃO - SEÇÃO B”, estabelecido em 2.2. DSR = Demanda da carga do circuito de serviço dedicado exclusivamente às unidades de consumo residenciais, calculada através da aplicação do “MÉTODO DE AVALIACÃO - SEÇÃO B”, estabelecido em 2.2. Demanda do circuito de servico de uso do condomínio (DS ): Circuito de serviço único Quando um único sistema de serviço for dedicado à todas as unidades de consumo (residenciais e não residenciais ) existentes na edificação, a demanda de serviço deverá ser determinada através da aplicação da expressão geral e dos critérios estabelecidos em 2.1, “ MÉTODO DE AVALIAÇÃO - SEÇÃO A”, à carga instalada do serviço, compatibilizada com as previsões mínimas. Circuitos de serviços independentes Nos casos em que, as unidades de consumo residenciais e não residenciais, forem atendidas por circuitos de serviços independentes, a demanda do circuito de serviço dedicado às unidades de consumo não residenciais deverá ser calculada através da aplicação da expressão geral e dos critérios estabelecidos em 2.1, “ MÉTODO DE AVALIAÇÃO - SEÇÃO A”, à carga total instalada desse circuito, compatibilizada com as previsões mínimas. A demanda do circuito de serviço dedicado às unidades de consumo residenciais , será determinada através da aplicação da metodologia estabelecida em 2.2, “ MÉTODO DE AVALIAÇÃO - SEÇÃO B”. Demanda de agrupamento de medidores (DAG ) : Quando de um mesmo agrupamento de medidores, forem derivadas unidades de consumo com características de utilização diferentes (residencial e não residencial), a demanda total do agrupamento será obtida pelo somatório das demandas parciais , determinadas através da aplicação do critério estabelecido em 2.1 ,“MÉTODO DE AVALIAÇÃO - SEÇÃO A” ao conjunto de cargas não residenciais, e, da aplicação da metodologia estabelecida em 2.2, “MÉTODO DE AVALIAÇÃO - SEÇÃO B ” ao conjunto de cargas residenciais, sendo o resultado multiplicado por 0, 90. D(não residencial / Serviço) = Demanda da carga total das unidades de consumo não residencial e do circuito de servico dedicado à essas unidades de consumo, determinada conjuntamente, pela aplicaçãodo “MÉTODO DE AVALIACÃO - SEÇÃO A”, estabelecido em 2.1. 3 - EXEMPLOS DE AVALIACÃO DE DEMANDAS CASO 1 – Residência isolada, área útil de 300 m², com fornecimento de energia através de ramal de ligação independente, tensão 220/127 V. A - DETERMINACÃO DA CARGA INSTALADA E DA CATEGORIA DE ATENDIMENTO Carga instalada (CI) = 6000 + (3 x 4400) + (2 x 2500) + 1500 x [(3 x 1) + (2 x 3/4)] + 1500 [(1 + 1/2) + (2 x 1/6)] + 9000 (W) Carga instalada ( CI ) = 6000 + 13200 + 5000 + 6750 + 2750 + 9000 = 42,70 kW Para a determinação da categoria de atendimento e o dimensionamento dos materiais e equipamentos da entrada de serviço, é necessário avaliar a demanda da instalacão, a partir da carga instalada compatibilizada com as previsões mínimas. B - COMPATIBILIZACÃO DA CARGA INSTALADA COM AS PREVISÕES MÍNIMAS Iluminação e tomadas Pela TABELA 1, a previsão mínima é 30 W / m², logo: 30 W / m² x 300 m² = 9000 W Como 9000 W (previsão mínima) > 6000 W (carga instalada), a carga a ser considerada na avaliação da demanda será 9000 W. Aparelhos de aquecimento Como no tópico “ Previsão mínima de carga” não é feita qualquer exigência : Carga a ser considerada = 3 chuveiros x 4400 W 2 torneiras x 2500 W 1 Sauna x 9000 W Aparelhos de ar condicionado tipo janela 127 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II Conforme tópico “Previsão mínima de carga”, previsão mínima = 1 x 1 CV (residência isolada) Como 1 CV ( previsão mínima ) < 4, 5 CV ( carga instalada), a carga a ser considerada na avaliação da demanda será 4, 5 CV. Motores Como no tópico “Previsão mínima de Carga” não é feita qualquer exigência : Carga a ser considerada = 1 x 1 CV 1 x 1/2 CV 2 x 1/6 CV C - AVALIACÃO DAS DEMANDAS PARCIAIS (kVA) Conforme estabelecido em 2.1 , “MÉTODO DE AVALIAÇÃO - SEÇÃO A”, temos : Iluminação e tomadas (TABELA 1) - FP = 1,0 C1 = 9, 0 kW d1 = (0,80 x 1) + (0,75 x 1) + (0,65 x 1) + (0,60 x 1) + (0,50 x 1) + (0,45 x 1) + (0,40 x 1) + (0,35 x 1) + (0,30 x 1) d1 =4, 80 kVA Aparelhos de aquecimento (TABELA 2) - FP = 1,0 C2 = ( 3 x 4400 W ) + (2 x 2500 W ) + (1 x 9000 W ) d2 = ( 3 x 4400 ) x 0,70 + ( 2 x 2500 ) x 0,75 + ( 1 x 9000 ) x 1, 0 = 22,65 kVA Aparelhos de ar condicionado tipo janela (TABELA 3) C3 = (3 x 1 CV ) + (2 x 3 / 4 CV ) d3 = (3 x 1 CV) + (2 x 3/4 CV) x 0, 70 = 3, 15 CV Motores (TABELA 5) C5 = ( 1 x 1 CV ) + ( 1 x 1 / 2 CV ) + ( 2 x 1 / 6 CV ) Pela TABELA 5 : 1 CV (M ø ) = 1, 56 kVA Nº de motores = 4 1 / 2 CV (M ø ) = 1, 18 kVA Fator de demanda = 0,70 1 / 6 CV (M ø ) = 0, 45 kVA d5 = [1, 56 + 1, 18 + ( 2 x 0, 45 )] x 0,70 = 2, 55 kVA D – DETERMINAÇÃO DA DEMANDA TOTAL DA INSTALAÇÃO Dtotal = d1 + d2 + ( 1, 5 x d3 ) + d5 Dtotal = 4,80 + 22,65 + (1,5 x 3,15 ) + 2,55 Dtotal = 34,73 kVA A entrada individual isolada, será trifásica, atendida através de ramal de ligação independente, e a demanda total avaliada (Dtotal) será utilizada para o dimensionamento do ramal de entrada, da proteção geral e demais materiais componentes da entrada de serviço. CASO 2 – Edificação de uso coletivo, composta por 3 unidades de consumo residenciais (apartamentos), cada apartamento com área útil de 96 m² e o serviço (condomínio) com área 290 m² , em tensão 220 / 127 V, um único agrupamento de medidores (3 apartamentos). Características da carga instalada : Por unidade de consumo (apartamento) Iluminação e tomadas - 2100 W Aparelhos de aquecimento (chuveiro) - 1 x 4400 W Aparelhos de ar condicionado tipo janela - 2 x 3/4 CV Circuito de serviço de uso do condomínio Iluminação e tomadas - 3000 W Aparelhos de aquecimento (chuveiro) - 1 x 4400 W Motores 2 bombas d’água de 2 CV (1 reserva) - 3 ø 1 bomba recalque de esgoto de 3 CV - 3 ø Circuito de serviço de uso do condomínio Iluminação e tomadas Previsão mínima (TABELA 1) = 5 W/m² x 290 m² = 1450 W Como 1450 W ( previsão mínima ) < 3000 W ( carga instalada ) ; Carga a ser considerada = 3000 W Aparelhos de aquecimento Como no tópico “Previsão mínima de Carga” não é feita qualquer exigência; Carga a ser considerada = 1 x 4400 W 128 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II Motores Como no tópico “Previsão mínima de carga” não é feita qualquer exigência; Carga a ser considerada = ( 1 x 2 CV ) + ( 1 x 3CV ) Conforme estabelecido em 2, como se trata de entrada coletiva residencial com até 3 unidades de consumo, a determinação das demandas parciais e total, será feita através da aplicação do “MÉTODO DE AVALIAÇÃO - SEÇÃO A”, estabelecido em 2.1. A - DETERMINAÇÃO DA CARGA INSTALADA E DA CATEGORIA DE ATENDIMENTO Por unidade de consumo residencial (apartamento): Carga instalada total ( CI ) = 2100 + 4400 + 1500 (2 x 3/4) = 8,75 kW É necessário calcular a demanda a partir da carga instalada compatibilizada com as previsões mínimas, para determinar a categoria de atendimento e dimensionar os materiais e equipamentos atinentes ao circuito individual dedicado a cada unidade de consumo (apartamento). Circuito de serviço de uso do condomínio : Carga instalada total ( CI ) = 3000 + 4400 + 1500 [(1 x 2) +(1 x 3)] = 14, 90 kW É necessário calcular a demanda a partir da carga compatibilizada com as previsões mínimas, para determinar a categoria de atendimento e dimensionar os materiais e equipamentos inerentes, sendo o serviço do condomínio visto como uma unidade de consumo. B - COMPATIBILIZAÇÃO DA CARGA INSTALADA COM AS PREVISÕES MÍNIMAS Por unidade de consumo residencial ( apartamento ) : Iluminação e tomadas Previsão mínima (TABELA 1) = 30 W/m² x 96 m² = 2880 W Como 2880 W > 2200 W (mínimo) > 2100 W (carga instalada), a carga por apartamento a ser considerada na avaliação da demanda será 2880 W. Aparelhos de aquecimento Como no tópico “Previsão mínima de carga” não é feita qualquer exigência; Carga a ser considerada = 1 x 4400 W Aparelhos de ar condicionado tipo janela Conforme tópico “Previsão mínima de carga”, previsão mínima = 2 x 1 CV / unidade de consumo com área superior a 70,0 m² e até 100,0 m² Como 2 x 1 CV ( previsão mínima ) > 2 x 3/4 ( carga instalada ), Carga a ser considerada = 2 x 1CV C - AVALIAÇÃO DAS DEMANDAS (kVA) Demanda das unidades de consumo residenciais (apartamentos) Iluminação e tomadas ( TABELA 1 ) - FP = 1,0 C1 = 2, 88 kW d1 = ( 1 x 0, 80 ) + ( 1 x 0, 75 ) + ( 0, 88 x 0, 65 ) = 2, 12 kVA Aparelhos de aquecimento ( TABELA 2 ) - FP = 1,0 C2 = 1 x 4400 W d2 = 1, 0 x 4400 = 4, 4 kVA Aparelhos de ar condicionado ( TABELA 3 ) C3 = 2 x 1CV d3 = 2 x 1,0 = 2 CV Dtotal (UC) = d1 + d2 + ( 1,5 x d3 ) = 2,12 + 4,4 + ( 1,5 x 2 ) Demanda por unidade de consumo (apartamento) = 9, 52 kVA A categoria de atendimento será trifásica, em tensão 220 / 127 V. A demanda servirá para dimensionar os materiais e equipamentos dos circuitos individuais, dedicados às unidades de consumo residenciais (apartamentos), trifásicas. Demanda do circuito de serviço de uso do condomínio (DS) : Iluminação e tomadas (TABELA 1) - FP = 1,0 C1 = 3000 W d1 = 3000 x 0, 80 = 2400 W = 2,40 kW Aparelhos de aquecimento (TABELA 2) - FP = 1,0 C2 = 1 x 4400 W d2 = 4400 x 1, 0 = 4,4 kVA Motores (TABELA 5) C5 = ( 1 x 2 CV ) + ( 1 x 3 CV ) 129 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II Pela TABELA 5 : 2 CV (3 ø ) = 2,70 kVA Nº de motores = 2 3 CV (3 ø ) = 4,04 kVA Fator de demanda = 0, 80 d5 = (2,70 + 4,04) x 0,80 = 5,39 kVA DS = d1 + d2 + d5 = 2, 4 + 4,4 + 5,39 = 12,19 kVA Demanda do circuito de serviço do condomínio (Ds) = 12,19 kVA Essa demanda servirá para dimensionar os materiais e equipamentos do circuito de serviço do condomínio, visto como uma entrada individual trifásica, tensão 220 / 127 V.Demanda do Agrupamento (DAG): O agrupamento de medidores é formado pelas 3 unidades de consumo (apartamentos). Iluminação e tomadas (TABELA 1) - FP = 1,0 Carga compatibilizada ( C1 ) = 3 x 2880 W = 8640 = 8,64 kW d1 = (0, 80 x 1) + (0,75 x 1) + (0,65 x 1) + (0,60 x 1) + (0,50 x 1) + (0,45 x 1) + (0,40 x 1) + (0,35 x 1)+ (0,30 x 0,64) d1 = 4, 69 kVA Aparelhos de aquecimento (TABELA 2) - FP = 1,0 C2 = 3 x 4400 W = 13200 W = 13, 2 kW d2 = 13, 2 x 0,70 = 9, 24 kVA Aparelhos de ar condicionado tipo janela (TABELA 3) C3 = 3 x 2 x 1CV = 6 x 1CV d3 = (6 x 1CV) x 0,70 = 4, 2 CV DAG = d1 + d2 + ( 1, 5 x d3 ) = 4, 69 + 9, 24 + ( 4, 2 x 1, 5 ) Demanda do agrupamento ( DAG) = 20,23 kVA Essa demanda servirá para dimensionar os equipamentos e materiais do circuito de uso comum dedicado ao agrupamento de medidores. Demanda da proteção geral (DPG) Como o circuito de serviço de uso do condomínio é derivado antes da proteção geral de entrada, somente as cargas do agrupamento (apartamentos) influenciam no dispositivo de proteção geral do prédio, logo: DPG = DAG = 20, 23 kVA Demanda da proteção geral de entrada ( DPG ) = 20, 23 kVA Essa demanda servirá para dimensionar o equipamento de proteção geral da entrada coletiva. Demanda do ramal de entrada (DR) É importante notar que, na avaliação da demanda desse trecho coletivo da instalação, todas as cargas estarão envolvidas. Porém, quando da avaliação da demanda de cargas similares que, devido à característica de utilização lhes sejam atribuídos fatores de demanda diferentes, a demanda do conjunto de cargas analisado será o somatório das demandas parciais, calculadas separadamente. Iluminação e tomadas (TABELA 1) - FP = 1,0 Como às cargas dos apartamentos e do serviço do condomínio, são atribuídos fatores de demanda diferentes para o mesmo tipo de carga, temos que : d1 total = d1 (apartamentos) + d1 (serviço) d1 total = 4, 69 + 2, 4 = 7, 09 kVA Aparelhos de aquecimento (TABELA 2) - FP = 1,0 C2 (apartamentos) = 3 x 4400 W = 13, 2 kW C2 (serviço) = 1 x 4400 W = 4, 4 kVA Pela TABELA 2 : Nº de aparelhos = 4 Fator de demanda = 0,66 d2 = (13, 2 + 4, 4) x 0,66 = 11, 62 kVA Aparelhos de ar condicionado tipo janela (TABELA 3) C3 = 3 x 2x 1CV d3 = d3 (apartamentos) = ( 3 x 2 x 1CV ) x 0,70 = 4, 2 CV Motores (TABELA 5) C5 = C5 (serviço) = ( 1 x 2 CV ) + ( 1 x 3 CV ) d5 = d5 (serviço) = 5,39 kVA DR = [ d1 + d2 + ( 1,5 x d3 ) + d5 ] x 0, 90 = [ 7, 09 + 11, 62 + (4,2 x 1,5) + 5,39] x 0, 90 130 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II DR = 27, 36 kVA Demanda do ramal de entrada ( DR ) = 27, 36 kVA Essa demanda será utilizada para o dimensionamento dos condutores, materiais e equipamentos do Ramal de entrada coletivo. CASO 3 - Entrada coletiva exclusivamente residencial, composta por 10 apartamentos de 2 quartos (área útil = 70m²) e 10 apartamentos de 3 quartos (área útil = 90 m²), sistema de serviço único com área útil de 600 m², em 220/ 127 V, com 2 agrupamentos de medidores (um com 10 apartamentos de 70 m² e outro com 10 de 90 m²). Características da carga instalada Por apartamento de 2 quartos (70 m²) Iluminação e tomadas - 1800 W Aparelhos de aquecimento - 1 x 4400 W (chuveiro) Aparelhos de ar condicionado tipo janela - 1 x 1 CV Por apartamento de 3 quartos (90 m²) Iluminação e tomadas - 2100 W Aparelhos de aquecimento - 1 x 4400 W (chuveiro) Aparelhos de ar condicionado tipo janela - 1 x 1 CV 2 x 3/4 CV Circuito de serviço de uso do condomínio Iluminação - 3000 W Tomadas - 5000 W Aparelhos de aquecimento - 1 x 4400 W (chuveiro) Motores - 2 elevadores de 10CV - 3 ø 2 bombas de 5 CV (1 reserva) - 3 ø 2 bombas de 3 CV (1 reserva) - 3 ø Como se trata de “Entrada coletiva exclusivamente residencial”, a carga instalada e as demandas das unidades de consumo residenciais, do serviço de uso do condomínio e dos trechos coletivos, serão determinadas conforme a seguir: Avaliação e dimensionamento dos circuitos individuais dos apartamentos Pelo “Método de Avaliação - Seção A”, estabelecido em 2.1. Avaliação da demanda e dimensionamento dos trechos coletivos Pelo “Método de Avaliação - Seção B”, estabelecido em 2.2. A - DETERMINAÇAO DA CARGA INSTALADA E DA CATEGORIA DE ATENDIMENTO Por apartamento de 2 quartos (70 m²) Carga instalada total ( CI ) = 1800 + 4400 + 1500 (1 CV) = 7, 70 kW É necessário calcular a demanda a partir da carga compatibilizada com as previsões mínimas, para determinar a categoria de atendimento e dimensionar os materiais e equipamentos inerentes a cada unidade de consumo (apartamento de 2 quartos - 70m²). Por apartamento de 3 quartos (90 m²) Carga instalada total ( CI ) = 2100 + 4400 + 1500 [(1 x 1 CV ) + (2 x 3/4 CV)] = 10, 25 kW É necessário calcular a demanda a partir da carga compatibilizada com as previsões mínimas, para determinar a categoria de atendimento e dimensionar os materiais e equipamentos inerentes a cada unidade de consumo (apartamento de 3 quartos - 90m²). Circuito de serviço de uso do condomínio Carga instalada total ( CI ) = 3000 + 5000 + 4400 + 1500 [(2 x 10) + (5 + 3)] = 54,40 kW É necessário calcular a demanda a partir da carga compatibilizada com as previsões mínimas, para determinar a categoria de atendimento e dimensionar os materiais e equipamentos inerentes ao circuito de serviço de uso do condomínio, visto como uma unidade de consumo individual. Avaliação da demanda e dimensionamento do circuito de serviço do condomínio Pelo “Método de Avaliação - Seção B”, estabelecido em 2.2. B - COMPATIBILIZAÇÃO DA CARGA INSTALADA COM AS PREVISÕES MÍNIMAS Apartamento de 2 quartos (70 m²) Como na determinação da demanda para dimensionamento dos equipamentos e materiais dos circuitos individuais de cada unidade de consumo, será aplicado o “Método de Avaliação - Seção A”, estabelecido em 2.1, é necessário compatibilizar a carga instalada com as previsões mínimas. Iluminação e tomadas (TABELA 1) Previsão mínima (TABELA 1) = 30 W/m² x 70 m² = 2100 W Como 2100 W < 2200 W (mínimo) > 1800 W (carga instalada) Carga a ser considerada = 2100 W = 2,10 kW Aparelhos de aquecimento (TABELA 2) Como no item “Previsão mínima de carga” não é feita qualquer exigência: Carga a ser considerada = 1 x 4400 W = 1 x 4,4 kW 131 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II Aparelhos de ar condicionado tipo janela (TABELA 3) Conforme item “Previsão mínima de carga”, previsão mínima = 2 x 1CV Como 2 x 1CV (previsão mínima) > 1 x 1CV (carga instalada) Carga a ser considerada = 2 x 1CV Apartamento de 3 quartos ( 90 m² ) Como na determinação da demanda para dimensionamento dos equipamentos e materiais dos circuitos individuais de cada unidade de consumo, será aplicado o “Método de Avaliação - Seção A”, estabelecido em 2.1, é necessário compatibilizar a carga instalada com as previsões mínimas. Iluminação e tomadas (TABELA 1) Previsão mínima (TABELA 1) = 30 W/m² x 90 m² = 2700 W Como 2700 W > 2200 W (mínimo) > 2100 W (carga instalada) Carga a ser considerada = 2700 W = 2,70 kW Aparelhos de aquecimento (TABELA 2) Como no item “Previsão mínima de carga” não é feita qualquer exigência: Carga a ser considerada = 1 x 4400 W = 1 x 4,4 kW Aparelhos de ar condicionado tipo janela (TABELA 3) Conforme item “Previsão mínima de carga”, previsão mínima = 2 x 1CV Como 2 x 1CV (previsão mínima) < [(1 x 1CV) +(2 x 3/4 CV)] (carga instalada) Carga a ser considerada = (1 x 1CV) + ( 2 x 3/4CV) C - AVALIAÇÃO DAS DEMANDAS ( kVA) Demanda individual por apartamento de 2 quartos ( 70 m² ) Demanda determinada conforme “Método de Avaliação - Seção A”, estabelecido em 2.1. Iluminação e tomadas ( TABELA 1 ) - FP = 1,0 C1 = 2,2 kW d1 = (0,80 x 1) + (0,75 x 1)+ (0,65 x 0,2) = 1,68 kVA Aparelhos de aquecimento de água ( TABELA 2 ) - FP = 1,0 C2 = 1 x 4,4 kW d2 = (1 x 4,4 kW) x 1,0 = 4,4 kW = 4,4 kVA Aparelhos de ar condicionado tipo janela ( TABELA 3 ) C3 = (2 x 1CV) d3 = ( 2 x 1CV) Dtotal( UC) = d1 + d2 + (1,5 x d3) = 1,68 + 4,4 + (1,5 x 2,0) = 9.08 kVA Demanda por unidade residencial ( apart° de 2 quartos - 70 m²) = 9.08 kVA A categoria de atendimento será trifásica em 220 / 127 V. Essa demanda servirá para dimensionar os equipamentos e materiais dos circuitos individuais, dedicados às unidades de consumo residenciais trifásicas (apartamentos de 2 quartos - 70 m²). Demanda individual po apartamento de 3 quartos ( 90 m² ) Demanda determinada conforme “ METODO DE AVALIAÇÃO - SEÇÃO A”, estabelecida em 2.1. Iluminação e tomadas (TABELA 1) - FP = 1,0 C1 = 2,7 kW d1= (0,80 x 1) + (0,75 x 1) + (0,65 x 0,7) = 2,01kVA Aparelhos de aquecimento d’ água (TABELA 2) - FP = 1,0 C2 = 1 x 4,4 kW d2 = (1 x 4,4 kW) x 1,0 = 4,4 kVA Aparelhos de ar condicionado tipo janela (TABELA 3) C3 = [(1 x 1CV) + (2 x 3/4CV) d3 = (2,5 CV) x 1,0 = 2,5CV Dtotal(UC) = d1 + d2 + (1,5 x d3) = 2,01 + 4,4 + (1,5 x 2,5) = 10,16kVA Demanda por unidade residencial ( apart° de 3 quartos - 90 m²) = 10, 16 kVA A categoria de atendimento será trifásica em 220 / 127 V. Essa demanda servirá para dimensionar os equipamentos e materiais dos circuitos individuais, dedicados às unidades de consumo residencial trifásicas (apartamentos de 3 quartos - 90 m²). Demanda do circuito de serviço de uso do condomínio (DS) Conforme “Método de Avaliação - Seção B”, em 2.2 : 132 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II Iluminação (Seção B - demanda de serviço) - FP = 1,0 d1 (iluminação) = 1,0 x 3000 W = 3,0 kW = 3,0 kVA Tomadas (Seção B - demanda de serviço) - FP = 1,0 d1 (tomadas) = 0,20 x 5000 W = 1,0 kW = 1,0 kVA Chuveiro (Seção B - demanda de serviço) - FP = 1,0 d2 (chuveiro) = 1,0 x 4400 W = 4,4 kW = 4,4 kVA Motores ( Seção B - TABELA 9) 2 x 10 CV = 17, 31 kVA 1 x 5 CV = 6, 02 kVA 1 x 3 CV = 4, 04 kVA d5 (motores) = 17,31 + 6,02 + 4,04 = 27,37 kVA * Não são computadas potências de motores de reserva. Ds = d1 + d2 + d5 = (3, 0 + 1, 0) + 4,4 + 27, 37 = 35,77 kVA Demanda do circuito de serviço de uso do condomínio ( DS ) = 35,77 kVA A categoria de atendimento será trifásica em 220 / 127 V. Essa demanda servirá para dimensionar os equipamentos e materiais do circuito de serviço de uso do condomínio, dedicado às unidades de consumo residenciais. Demanda dos agrupamentos (DAG) As unidades de consumo residenciais utilizam equipamentos de aquecimento de água (chuveiros de até 4,4 kW), e, são distribuídas em dois agrupamentos de medidores, com a seguinte composição: Agrupamento 1 - 10 apartamentos de 70 m². Agrupamento 2 - 10 apartamentos de 90 m². Conforme “Método de Avaliação - Seção B”, em 2.2 ; Demanda do agrupamento 1( DAG1) Como as unidades de consumo utilizam equipamentos individuais de aquecimento de água : Da TABELA 7-A: apartamento 70 m² = 2,12 kVA / apartamento Da TABELA 8: 10 apartamentos => Fator de Diversidade = 9, 64 DAG1 = 2, 12 x 9, 64 = 20, 43 kVA Demanda do agrupamento de medidores 1 (DAG1) = 20,43 kVA Essa demanda servirá para dimensionar os equipamentos e materiais do circuito coletivo de uso comum, dedicado às unidades de consumo residenciais (apartamentos de 2 quartos - 70m²). Demanda do agrupamento 2( DAG2) Como as unidades de consumo utilizam equipamentos individuais de aquecimento de água : Da TABELA 7-A : apartamento 90 m² = 2, 66 kVA / apartamento Da TABELA 8 : 10 apartamentos => Fator de Diversidade = 9,64 DAG2 = 2,66 x 9,64 = 25,60 kVA Demanda do agrupamento de medidores 2 (DAG2) = 25,60 kVA Essa demanda servirá para dimensionar os equipamentos e materiais do circuito coletivo de uso comum, dedicado às unidades de consumo residenciais (apartamentos de 3 quartos - 90m²). Demanda da proteção geral (DPG) Para determinar a demanda da Proteção geral da entrada coletiva (DPG), serão consideradas todas as unidades de consumo (apartamentos), menos a carga do serviço de uso do condomínio, que é derivada antes do dispositivo de proteção geral de entrada. Composição da carga: 10 apartamentos de 70 m² 10 apartamentos de 90 m² Como os apartamentos possuem áreas úteis diferentes, aplicando-se a média ponderada, conforme estabelecido em 2.2, “Método de Avaliação - Seção B”, temos : Total de unidades de consumo equivalente = 20 apartamentos com área de 80 m² Da TABELA 7-A : apartamento 80 m² = 2, 38 kVA / apartamento Da TABELA 8 : 20 apartamentos => Fator de Diversidade = 17, 44 DPG = 2, 38 x 17,44 DPG = 41, 58 kVA Demanda da proteção geral de entrada (DPG) = 41,58 kVA Essa demanda servirá para dimensionar o equipamento de proteção geral da entrada coletiva, dedicado às unidades de consumo residenciais (apartamentos). Demanda do ramal de entrada (DR) 133 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II Conforme estabelecido em 2.2, “Método de Avaliação - Seção B”, a demanda do ramal de entrada ou demanda total da entrada coletiva, será determinada através da soma das demandas da Proteção geral de entrada ( DPG ) com a demanda do circuito de serviço de uso do condomínio ( DS ), multiplicada por 0, 90. DR = [DPG + DS ] x 0,90 = [ 41,58 + 35,77 ] x 0,90 DR = 69, 62kVA Demanda do ramal de entrada (DR) = 69,62 kVA Essa demanda servirá para dimensionar os condutores, equipamentos e materiais, do ramal de entrada coletivo, dedicado às unidades de consumo residenciais (apartamentos) e ao circuito de serviço de uso do condomínio, ou seja, à toda a entrada coletiva. CASO 4 – Entrada coletiva mista ( residencial / comercial ) com as seguintes características: Tensão de fornecimento em 220/127 V; 20 apartamentos com área útil de 60 m²; 12 lojas com área útil de 30 m²; Serviço exclusivo para os apartamentos; Serviço exclusivo para as lojas com área útil de 240m²; Dois agrupamentos de medidores, sendo um para os 20 apartamentos e o outro para as 12 lojas. Características da carga instalada Por apartamento (60 m²) Iluminação e tomadas - 2000 W Aparelhos de aquecimento - 1 x 4400 W (chuveiro) Aparelhos de ar condicionado tipo janela - 1 x 3/4 CV Por loja Iluminação e tomadas - 3200 W Aparelhos de aquecimento - 1 x 4400 W (chuveiro) Circuito de serviço dedicado às unidades de consumo residenciais Iluminação - 3000 W Tomadas - 4000 W Motores - 2 elevadores de 10 CV - 3 _ 2 bombas de 5 CV (1 reserva) - 3 _ 2 bombas de 3 CV - 3 _ Circuito de serviço dedicado às unidades de consumo não residenciais (lojas) Iluminação - 4000 W Tomadas - 5000 W Aparelhos de aquecimento d’água - 1 x 4400 W (chuveiro) Unidade central de condicionamento de ar ( 3__) - IN = 100 A ( cos _ = 0, 90 ) Motores - 2 bombas de 5 CV (1 reserva) - 3_ Como se trata de entrada coletiva mista ( residencial / comercial ), a avaliação da carga e das demandas das unidades de consumo (apartamentos e lojas), do serviço residencial, do serviço não residencial e dos trechos coletivos, será feita conforme a seguir: Avaliação e dimensionamento individual dos apartamentos Pelo “Método de Avaliação - Seção A”, estabelecido em 2.1. Avaliação e dimensionamento individual das lojas Pelo “Método de Avaliação - Seção A”, estabelecido em 2.1. Avaliação e dimensionamento do circuito de “serviço residencial” Pelo “Método de Avaliação - Seção B”, estabelecido em 2.2. Avaliação e dimensionamento do circuito de “serviço não residencial” Pelo “Método de Avaliação - Seção A”, estabelecido em 2.1. Avaliação e dimensionamento dos trechos coletivos Pelo “Método de Avaliação - Seção A”, estabelecido em 2.1,para as cargas não residenciais e pelo”Método de Avaliação - Seção B”, estabelecido em 2.2, para as cargas residenciais. A - DETERMINAÇÃO DA CARGA INSTALADA E DA CATEGORIA DE ATENDIMENTO Por apartamento (60m²) Carga instalada = 2000 + 4400 + 1500 (1 x 3/4 CV) = 7,52 kW É necessário calcular a demanda a partir da carga compatibilizada com as previsões mínimas, para determinar a categoria de atendimento e dimensionar os materiais e equipamentos ao serviço. Como o circuito de serviço inerente a cada unidade de consumo residencial. 134 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II Por loja (30 m²) Carga instalada = 3200 + 4400 = 7,60 kW É necessário calcular a demanda a partir da carga compatibilizada com as previsões mínimas, para determinar a categoria de atendimento e dimensionar os materiais e equipamentos inerentes a cada unidade de consumo não residencial. Circuito de serviço de uso do condomínio “residencial” Carga instalada = 3000 + 4000 + 1500 [(2 x 10 CV) + (1 x 5 CV) +(2 x 3 CV)] = 53,50 kW É necessário calcular a demanda a partir da carga compatibilizada com as previsões mínimas, para determinar a categoria de atendimento e dimensionar os materiais e equipamentos inerentes ao serviço. Como o circuito de serviço é dedicado exclusivamente às unidades de consumo residenciais (apartamentos), a demanda será determinada pelo “Método de Avaliação - Seção B”, estabelecido em 2.2 . Circuito de serviço de uso do condomínio “não residencial” Carga instalada = 4000 + 5000 + 4400 +(�3 x 220 V x 100 A x 0,90) + 1500 (1 x 5 CV) Carga instalada = 55,19 kW É necessário calcular a demanda a partir da carga compatibilizada com as previsões mínimas, para determinar a categoria de atendimento e dimensionar os materiais e equipamentos inerentes a cada unidade de consumo. Como o circuito de serviço e dedicado exclusivamente às unidades de consumo não residenciais (lojas), a demanda será determinada através da aplicação do “ Método de Avaliação - Seção A”, estabelecido em 2.1, à carga instalada compatibilizada com as previsões mínimas. B - COMPATIBILIZAÇÃO DA CARGA INSTALADA COM AS PREVISÕES MÍNIMAS Por apartamento (60 m²) Iluminação e tomadas Previsão mínima (TABELA 1) = 30 W/m² x 60 m² = 1800 W = 1,8 kW Como 1,8 kW (previsão) < 2,0 kW (carga instalada) < 2,2kW (carga mínima); Carga a ser considerada = 2,2 kW Aparelhos de aquecimento (Tabela 2) Conforme item “Previsão mínima de carga” não é feita qualquer exigência: Carga a ser considerada = 1 x 4400 W = 4,4 kW Aparelhos de ar condicionado tipo janela ( Tabela 3) Como no item “Previsão mínima de carga” previsão mínima = 1 CV Como 1 CV (previsão mínima) > 3/4 CV(carga instalada) Carga a ser considerada = 1 CV Por Loja (30 m²) Iluminação e tomadas (TABELA 1) Previsão mínima (tabela) = 20 W/m² x 30 m² = 600 W = 0,6 kW Como 0,6 kW (previsão) < 3,2 kW (carga instalada): Carga a ser considerada = 3,2 kW Aparelhos de Aquecimento (Tabela 2) Como no item “Previsão mínima de carga” não é feita qualquer exigência: Carga a ser considerada = 1 x 4400 W = 1 x 4,4 kW Aparelhos de ar condicionado tipo janela (Tabela 3) Conforme item “previsão mínima de carga”, em instalações servidas por sistema de ar condicionado central, não é feita previsão de ar janela. Serviço não residencial Iluminação e tomadas Previsão mínima (TABELA 1) = 5 W/m² x 240 m² = 1200 W = 1,2 kW Como 1,2 kW (previsão mínima) < 9,0 kW (carga instalada); Carga a ser considerada = 9,0 kW Aparelhos de aquecimento Como no tópico “Previsão mínima de carga” não é feita qualquer exigência : Carga a ser considerada = 1 x 4400W = 4,4 kVA Unidade de ar condicionado central: Como no tópico “Previsão mínima de carga” não é feita qualquer exigência: Carga a ser considerada = �3 x 220 V x 100 A = 38,10 kVA Motores Como no tópico “Previsão mínima de carga” não é feita qualquer exigência : 135 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II Carga a ser considerada = 1 x 5 CV C - AVALIAÇÃO DAS DEMANDAS (kVA) Por apartamento (60 m²) Iluminação e tomadas (Tabela 1) - FP = 1,0 C1 = 2,2 kW d1 = (0,80 x 1) + (0,75) + (0,65 x 0,2) = 1,68 kVA Aparelhos de aquecimento (Tabela 2) - FP = 1,0 C2 = 4,4 kW d2 = 4,4 x 1,0 = 4,4 kVA Aparelhos de ar condicionado tipo janela ( Tabela 3) C3 = 1CV d3 = 1 x 1,0 = 1CV Dtotal = d1 + d2 +1,5 x d3 = 1,68 + 4,4 + (1,5 x1) = 7,58 kVA Demanda por apartamento (60 m²) = 7,58 kVA A categoria de atendimento será monofásica em 127 V. Essa demanda servirá para dimensionar os condutores, equipamentos e materiais dos circuitos individuais, dedicados às unidades de consumo residenciais (apartamentos). Por Loja (30 m²) Iluminação e tomadas (TABELA 1) C1 = 3,2 kW d1 = 0,80 x 3,2 = 2,56 kVA Aparelhos de Aquecimento (Tabela 2) - FP = 1,0 C2 = 4,4 kW d2 = 4,4 x 1,0 = 4,4 kVA Aparelhos de ar condicionado tipo janela (Tabela 3) As instalações são servidas por sistema de ar condicionado central. Dtotal = d1 + d2 = 2,56 + 4,4 = 6,96 kVA Demanda por Loja (30 m²) = 6,96 kVA A categoria de atendimento será monofásica em 127 V. Essa demanda servirá para dimensionar os condutores, equipamentos e materiais dos circuitos individuais, dedicados às unidades de consumo não residenciais (lojas). Demanda do circuito de serviço não residencial (DSNR) Será aplicado o “Método de Avaliação - Seção A”, estabelecido em 2.1. Iluminação e tomadas (Tabela 2) - FP = 1,0 C1 = 9,0 kW d1 = 0,80 x 9,0 = 7,20 kVA Aparelhos de aquecimento (Tabela 2) - FP = 1,0 C2 = 1 x 4,4 kW d2 = 1,0 x 4,4 = 4,4 kVA Unidade central de condicionamento de ar (Nota tabela 4) C4 = 38,10 kVA d4 = 1,0 x 38,10 = 38,10 kVA Motores (Tabela 5) C5 = 1 x 5 CV (3_) = 6,02 kVA Nº de motores = 1 Fator de demanda = 1,0 d5 = 1,0 x 6,02 = 6,02 kVA DSNR = d1 + d2 + d4 + d5 = 7,20 + 4,4 + 38,10 + 6,02 DSNR = 55,72 kVA Demanda do circuito de serviço não residencial (DSNR) = 55,72 kVA A categoria de atendimento será trifásica em 220 / 127 V. Essa demanda servirá para dimensionar os condutores, equipamentos e materiais, do circuito do serviço do condomínio, dedicado às unidades de consumo não residenciais (lojas). Demanda do circuito de serviço residencial (DSR) Iluminação (Seção B - demanda de serviço) - FP = 1,0 C1 = 3000 W d1 = (iluminação) = 1,0 x 3000 = 3,0 kVA 136 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II Tomadas (Seção B - demanda de serviço) - FP = 1,0 C1 = 4000 W d1 = (tomadas) = 0,20 x 4000 = 0,8 kVA Motores (Tabela 9) 2 x 10 CV ( 3 _ ) = 17,31 kVA] 1 x 5 CV ( 3 _ ) = 6,02 kVA 2 x 3 CV ( 3 _ ) = 6,06 kVA “Não são computados motores de reserva” d5 (motores)= 17,31 x 6,02 + 6,06 = 29,39 kVA DSR = d1 (total) + d5 DSR = (3,0 + 0,8) + 29,39 = 33,19 kVA Demanda do circuito de serviço não residencial (DSR) = 33,19 kVA A categoria de atendimento será trifásica em 220 / 127 V. Essa demanda servirá para dimensionar os condutores, equipamentos e materiais, do circuito do serviço do condomínio, dedicado às unidades de consumo não residenciais (apartamentos). Demanda dos Agrupamentos (DAG) São dois os agrupamentos de medidores, com a seguinte composição: Agrupamento 1 - 20 apartamentos de 60 m² Agrupamento 2 - 12 lojas de 30 m² Demanda do Agrupamento 1 (DAG1) Como se trata de agrupamento de medidores, exclusivo de unidades de consumo residenciais, deverá ser aplicado o “Método de Avaliação - Seção B”, estabelecido em 2.2. Como as unidades de consumo utilizam equipamentos individuais de aquecimento de água : Da TABELA 7-A : Apartamento 60 m² = 1, 84 kVA / Apartamento Da TABELA 8 : 20 apartamentos Fator de Diversidade = 17, 44 DAG1 = 1,84 x 17,44 = 32, 09 kVA Demanda do Agrupamento 1 (DAG 1) = 32,09 kVA Essa demanda servirá para dimensionar os condutores, equipamentos e materiais, do circuito dedicado ao Agrupamento de medidores das unidades de consumo residenciais (apartamentos). Demanda do Agrupamento 2 (DAG2) Como se trata de agrupamento dedicado às unidades de consumo não residenciais, deverá ser aplicado o “Método de Avaliação - Seção A”, estabelecido em 2.1, nas cargas das lojas, compatibilizadas com as previsões mínimas. Compatibilização da carga instalada das lojas com as previsões mínimas: Iluminação e tomadas Previsão mínima (TABELA 1) = 30 W / m² x 30 m² = 900 W = 0,90 kW por loja como 0,9 kW (previsão mínima) < 3,2 kW (carga instalada) : Carga a ser considerada = 3,2 kW por loja para 12 lojas carga a considerar = 12 x 3,2 = 38,40 kW Aparelhos de aquecimento Como no item “Previsão mínima de Carga” não é feita qualquer exigência : Carga a ser considerada = 1 x 4,4 kW = 4,4 kW por loja Para 12 lojas carga a considerar = 12 x 4,4 kW = 52,80 kW NOTA : Como as lojas são servidas por unidade central de ar condicionado, não é necessário prever aparelhos de ar tipo janela. Cálculo da demanda do agrupamento 2 (DAG2) Iluminação e tomadas (TABELA 1) – FP = 1,0 d1 = 0,80 x 38,40 = 30,72 kVA Aparelhos de aquecimento (TABELA 2) – FP = 1,0 d2 = 0,45 x 52,80 = 23,76 kVA DAG2 = d1 + d2 = 30,72 + 23,76 DAG2 = 54,48 kVA Demanda do Agrupamento 2 (DAG 2) = 54, 48 kVA Essa demanda servirá para dimensionar os condutores, equipamentos e materiais, do circuito trifásico dedicado ao Agrupamento de medidores das unidades de consumo não residenciais (lojas). Demanda da Proteção Geral (DPG) Conforme estabelecido em 2.2.1.2 “Avaliação da demanda de entradas coletivas mistas”, considerando que os serviços estão conectados antes do dispositivo de proteção geral de entrada, a demanda da Proteção geral (DPG) será determinada pelo somatório das demandas dos agrupamentos, multiplicado por 0, 90. DPG = [ DAG1 + DAG2 ] x 0,90 = [ 32,09 + 54,48 ] x 0,90 DPG = 77,91 kVA 137 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II Demanda Proteção geral de entrada (DPG) = 77, 91 kVA Essa demanda servirá para dimensionar o equipamento de proteção geral da entrada coletiva. Demanda do Ramal de entrada (DR) Conforme estabelecido em 2.2.1.2 “Avaliação da demanda de entradas coletivas mistas” : DR = [ Dresidencial + DSR + D ( não residencial / Serviço) ] x 0, 90 Nesse caso, somente a parcela “D ( não Residencial / Serviço)” necessita ser determinada , através do “Método de Avaliação - Seção A” estabelecido em 2.1, aplicado às cargas das unidades de consumo não residenciais e do serviço não residencial, compatibilizadas com as previsões mínimas. Como as cargas já foram compatibilizadas anteriormente, têm-se que: Iluminação e tomadas ( TABELA 1) – FP = 1,0 d1 = d1 (lojas) + d1 (serviço não residencial) d1 = 30,72 + 7,20 = 37,92 kVA Aparelhos de aquecimento (TABELA 2) – FP = 1,0 Carga das lojas = 12 x 4,4 kW Carga do serviço não residencial = 1 x 4,4 kW Pela TABELA 2, para 13 aparelhos F.D. = 0,43 d2 = 0,43 x 13 x 4, 4 = 24,59 kVA Unidade central de condicionamento de ar ( NOTA TABELA 4 ) d4 = 38,10 kVA Motores (TABELA 5) Carga do serviço não residencial = 1 x 5 CV (3_) Pela TABELA 5, têm-se: 5 CV (3_) = 6, 02 kVA N° de motores = 1 (serviço) = 1 F.D. = 1, 0 d5 = 6, 02 x 1,0 = 6, 02 kVA D( não residencial / Serviço ) = d1 + d2 + d4 + d5 = 37,92 + 24,59 + 38,10 + 6,02 D( não residencial / Serviço ) = 106,63 kVA Determinação da demanda do Ramal de entrada ( DR ) : DR = [ Dresidencial + DSR + D( não residencial / Serviço ) ] x 0, 90 Valores já calculados das parcelas : Dresidencial = DAG1 = 32, 09 kVA DSR = 33,19 kVA D( não residencial / Serviço ) = 106,63 kVA DR = [ 32, 09 + 33,19 + 106,63 ] x 0,90 DR = 154, 71 kVA Demanda do Ramal de entrada (DR) = 154, 71 kVA Essa demanda servirá para dimensionar os condutores, equipamentos e materiais do ramal de entrada coletivo. CASO 5 Entrada coletiva mista ( residencial / comercial ) com as seguintes características: “Sistema de aquecimento de água das unidades de consumo à gás” Tensão de fornecimento em 220/127 V; 20 apartamentos com área útil de 60 m²; 12 lojas com área útil de 30 m²; Serviço exclusivo para os apartamentos; Serviço exclusivo para as lojas com área útil de 240 m²; Dois agrupamentos de medidores, sendo um para os 20 apartamentos e o outro para as 12 lojas. Características da carga instalada Por arpartamento ( 60 m² ) Iluminação e tomadas - 2000 W Aparelhos de ar condicionado tipo janela - 1 x 3/4 CV Por loja (30 m²) Iluminação e tomadas - 3200 W Circuito de serviço dedicado às unidades de consumo residenciais Iluminação - 3000 W Tomadas - 4000 W Motores - 2 elevadores de 10 CV - 3_ 2 bombas de 5 CV (1 reserva) - 3_ 138 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II 2 bombas de 3 CV - 3_ Circuito de serviço dedicado às unidades de consumo não residencial (lojas) Iluminação - 4000 W Tomadas - 5000 W Unidade central de condicionamento de ar (3_ ) - IN = 100 A ( cos _ = 0, 90 ) Motores - 2 bombas de 5 CV (1 reserva) - 3_ Como se trata de entrada coletiva mista ( residencial / comercial ), a avaliação da carga e das demandas das unidades de consumo (apartamentos e lojas), do serviço residencial, do serviço não residencial e dos trechos coletivos, será feita conforme a seguir: Avaliação e dimensionamento individual dos apartamentos Pelo “Método de Avaliação - Seção A”, estabelecido em 2.1. Avaliação e dimensionamento individual das lojas Pelo “Método de Avaliação - Seção A”, estabelecido em 2.1. Avaliação e dimensionamento do circuito de “Serviço residencial” Pelo “Método de Avaliação - Seção B”, estabelecido em 2.2. Avaliação e dimensionamento do circuito de “Serviço não residencial” Pelo “Método de Avaliação - Seção A”, estabelecido em 2.1. Avaliação e dimensionamento dos trechos coletivos Pelo “Método de Avaliação - Seção A”, estabelecido em 2.1, para as cargas não residenciais e pelo”Método de Avaliação - Seção B”, estabelecido em 2.2, para as cargas residenciais. A - DETERMINAÇÃO DA CARGA INSTALADA E DA CATEGORIA DE ATENDIMENTO Por apartamento (60 m²) Carga instalada = 2000 + 1500 (1 x 3/4 CV) = 3, 12 kW Será necessário calcular a demanda a partir da carga compatibilizada com as previsões mínimas, para o dimensionamento dos equipamentos e materiais dos circuitos individuais dedicados a cada unidade de consumo residencial. Por loja (30 m²) Carga instalada = 3200 = 3, 2 kW Será necessário calcular a demanda a partir da carga compatibilizada com as previsões mínimas, para o dimensionamento dos equipamentos e materiais dos circuitos individuais dedicados a cada unidade de consumo não residencial (loja). Circuito de serviço de uso do condomínio “residencial” Carga instalada = 3000 + 4000 + 1500 [(2 x 10 CV) + (1 x 5 CV) +(2 x 3 CV)] = 53, 50 kW Como o circuito de serviço é dedicado exclusivamente às unidades de consumo residenciais (apartamentos), a demanda será determinada pelo “Método de Avaliação - Seção B”, estabelecido em 2.2 . Circuito de serviço de uso do condomínio “não residencial” Carga instalada = 4000 + 5000 +( 3 x 220 V x 100 A x 0, 90) + 1500 (1 x 5 CV) Carga instalada = 50, 79 kW Como o circuito de serviço é dedicado exclusivamente às unidades de consumo não residenciais (lojas), a demanda será determinada através da aplicação do “ Método de avaliação - Seção A”, estabelecido em 2.1, à carga instalada compatibilizada com as previsões mínimas. B - COMPATIBILIZAÇÃO DA CARGA INSTALADA COM AS PREVISÕES MÍNIMAS Por apartamento (60 m²) Iluminação e tomadasPrevisão mínima (TABELA 1) = 30 W/m² x 60 m² = 1800 W = 1, 8 kW Como 1, 8 kW (previsão ) < 2, 0 kW (carga instalada) < 2, 2 kW (carga mínima); Carga a ser considerada = 2, 2 kW Aparelhos de aquecimento (TABELA 2) Conforme item previsão de carga , não é feita qualquer exigência: Aparelhos de ar condicionado tipo janela (TABELA 3) Conforme item “Previsão mínima de carga”, previsão mínima = 1CV Como 1 CV (previsão mínima) > 3 / 4 CV (carga instalada) Carga a ser considerada = 1CV Por Loja (30 m²) Iluminação e tomadas ( TABELA 1) Previsão mínima (TABELA 1) = 20 W/m² x 30 m² = 600 W = 0, 6 kW Como 0, 6 kW (previsão) < 3, 2 kW (carga instalada) : Carga a ser considerada = 3, 2 kW 139 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II Aparelhos de aquecimento (TABELA 2) Conforme item “Previsão mínima de carga” não é feita qualquer exigência. Aparelhos de ar condicionado tipo janela (TABELA 3) Conforme item “Previsão mínima de carga”, em instalações servidas por sistema de ar condicionado central, não é feita previsão de ar janela. Serviço não residencial Como no cálculo será empregado o “Método de Avaliação - Seção A”, é necessário compatibilizar a carga instalada com as previsões mínimas. Iluminação e tomadas Previsão mínima (TABELA 1) = 5 W / m² x 240 m² = 1200 W = 1, 2 kW Como 1, 2 kW (previsão mínima) < 9, 0 kW (carga instalada); Carga a ser considerada = 9, 0 kW Aparelhos de aquecimento Como é utilizado sistema de aquecimento de água à gas, não há qualquer previsão ou carga nessa modalidade a considerar. Unidade Central de Condicionamento de ar Como no tópico “Previsão mínima de carga” não é feita qualquer exigência : Carga a ser considerada = 3 x 220 V x 100 A = 38,10 kVA Motores Como no tópico “Previsão mínima de carga” não é feita qualquer exigência : Carga a ser considerada = 1 x 5 CV C - AVALIAÇÃO DAS DEMANDAS (kVA) Por apartamento (60 m²) Iluminação e tomadas (TABELA 1) - FP = 1,0 C1 = 2, 2 kW d1 = (0,80 x 1) + (0,75 x 1) + (0,65 x 0,2) = 1,68 kVA Aparelhos de ar condicionado tipo janela (TABELA 3) C3 = 1CV d3 = 1 x 1,0 = 1CV D total = d1 + 1,5 x d3 = 1,68 + (1,5 x 1) = 3,18 kVA Demanda por apartamento (60 m²) = 3, 18 kVA A categoria de atendimento será monofásica em 127 V. Essa demanda servirá para dimensionar os condutores, equipamentos e materiais dos circuitos individuais, dedicados às unidades de consumo residenciais (apartamentos). Por Loja (30 m²) Iluminação e tomadas ( TABELA 1) C1 = 3, 2 kW d1 = 0,80 x 3,2 = 2,56 kVA Aparelhos de ar condicionado tipo janela (TABELA 3) As instalações são servidas por sistema de ar condicionado central. D total = d1 = 2,56 kVA Demanda por Loja (30 m²) = 2, 56 kVA A categoria de atendimento será monofásica em 127 V. Essa demanda servirá para dimensionar os condutores, equipamentos e materiais dos circuitos individuais, dedicados às unidades de consumo não residenciais (Lojas). Demanda do circuito de serviço não residencial (DSNR) Será aplicado o “Método de Avaliação - Seção A”, estabelecido em 2.1. Iluminação e tomadas (TABELA 1) C1 = 9,0 kW d1 = 0,80 x 9,0 = 7,20 kW Unidade central de condicionamento de ar ( NOTA TABELA 4 ) C4 = 38,10 kVA d4 = 1,0 x 38,10 = 38,10 kVA Motores (TABELA 5 ) C5 = 1 x 5 CV ( 3f ) = 6,02 kVA N° de motores = 1 Fator de demanda = 1, 0 d5 = 1,0 x 6,02 = 6,02 kVA 140 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II DSNR = d1 + d4 + d5 = 7,20 + 38,10 + 6,02 DSNR = 51,32 kVA Demanda do circuito de serviço não residencial (DSNR) = 51,32 kVA Essa demanda servirá para dimensionar os condutores, equipamentos e materiais, do circuito de serviço do condomínio, dedicado às unidades de consumo não residenciais (lojas). Demanda do circuito de serviço residencial (DSR) Conforme “Método de Avaliação - Seção B”; Iluminação (Seção B - demanda de serviço) C1 = 3000 W d1 (iluminação) = 1, 0 x 3000 W = 3, 0 kW Tomadas (Seção B - demanda de serviço) C1 = 4000 W d1 (tomadas) = 0, 20 x 4000 W = 0, 8 kW Motores (TABELA 9) 2 x 10 CV (3 _ ) = 17, 31 kVA 1 x 5 CV (3 _ ) = 6, 02 kVA 2 x 3 CV (3 _ ) = 6, 06 kVA “Não são computados motores de reserva “ d5 (motores) = 17, 31 + 6, 02 + 6, 06 = 29, 39 kVA DSR = d1 total + d5 DSR = (3, 0 + 0,8) + 29,39 = 33,19 kVA Demanda do circuito de serviço residencial (DSR) = 33, 19 kVA Essa demanda servirá para dimensionar os condutores, equipamentos e materiais, do circuito de serviço do condomínio, dedicado às unidades de consumo residenciais (apartamentos). Demanda dos Agrupamentos (DAG) São dois os agrupamentos de medidores, com a seguinte composição: Agrupamento 1 - 20 apartamentos de 60 m² Agrupamento 2 - 12 lojas de 30 m² Demanda do Agrupamento 1 (DAG1) Como se trata de agrupamento de medidores, exclusivo de unidades de consumo residenciais, deverá ser aplicado o “Método de Avaliação - Seção B”, estabelecido em 2.2. Como as unidades de consumo não utilizam equipamentos individuais de aquecimento de água : Da TABELA 7-B : Apartamento 60 m² = 1, 64 kVA / Apartamento Da TABELA 8 : 20 apartamentos Õ Fator de Diversidade = 17, 44 DAG1 = 1, 64 x 17,44 = 28, 52 kVA Demanda do Agrupamento 1 (DAG 1) = 28, 52 kVA Essa demanda servirá para dimensionar os condutores, equipamentos e materiais, do circuito dedicado ao Agrupamento de medidores das unidades de consumo residenciais (apartamentos). Demanda do Agrupamento 2 (DAG2) Como se trata de agrupamento dedicado às unidades de consumo não residenciais, deverá ser aplicado o “Método de Avaliação - Seção A”, estabelecido em 2.1, nas cargas das lojas, compatibilizadas com as previsões mínimas. Compatibilização da carga instalada das lojas com as previsões mínimas: Iluminação e tomadas Previsão mínima (TABELA 1) = 20 W / m² x 30 m² = 600 W = 0, 60 kW por loja como 0, 60 kW (previsão mínima) < 3, 2 kW (carga instalada) : Carga a ser considerada = 3, 2 kW por loja para 12 lojas Õ carga a considerar = 12 x 3, 2 = 38, 40 kW NOTA : Como as lojas são servidas por unidade central de ar condicionado, não é necessário prever aparelhos de ar tipo janela. Cálculo da demanda do agrupamento 2 (DAG2) Iluminação e tomadas (TABELA 1) - FP = 1,0 d1 = 0,80 x 38,40 = 30, 72 kVA DAG2 = d1 DAG2 = 30,72 kVA Demanda do Agrupamento 2 (DAG 2) = 30,72 kVA A categoria de atendimento será trifásica em 220 / 127 V. Essa demanda servirá para dimensionar os condutores, equipamentos e materiais, do circuito dedicado ao Agrupamento de medidores das unidades de consumo não residenciais (lojas). Demanda da Proteção Geral (DPG) 141 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II Conforme estabelecido em 2.2.1.2 “Avaliação da demanda de entradas coletivas mistas”, considerando que os serviços estão conectados antes do dispositivo de proteção geral de entrada, a demanda da proteção geral (DPG) será determinada pelo somatório das demandas dos agrupamentos, multiplicado por 0,90. DPG = [ DAG1 + DAG2 ] x 0,90 = [ 28,52 + 30,72 ] x 0,90 DPG = 53,32 kVA Demanda Proteção geral de entrada (DPG) = 53,32 kVA Essa demanda servirá para dimensionar o equipamento de proteção geral da entrada coletiva. Demanda do Ramal de entrada (DR) Conforme estabelecido em 2.2.1.2 “Avaliação da demanda de entradas coletivas mistas” : DR = [ Dresidencial + DSR + D( não residencial / Serviço) ] x 0, 90 Nesse caso, somente a parcela “D ( não Residencial / Serviço)” necessita ser determinada , através do “Método de Avaliação - Seção A” estabelecido em 2.1, aplicado às cargas das unidades de consumo não residenciais e do serviço não residencial, compatibilizadas com as previsões mínimas. Como as cargas já foram compatibilizadas anteriormente,tem-se que: Iluminação e tomadas ( TABELA 1) d1 = d1 (lojas) + d1 (serviço não residencial) d1 = 30,72 + 7,20 = 37,92 kW Unidade central de condicionamento de ar ( NOTA TABELA 4 ) d4 = 38,10 kVA Motores (TABELA 5) Carga do serviço não residencial = 1 x 5 CV (3 _ ) Pela TABELA 5, têm-se: 5 CV (3_) = 6,02 kVA N° de motores = 1 (serviço) = 1 F.D. = 1, 0 d5 = 6,02 x 1,0 = 6,02 kVA D ( não residencial / Serviço ) = d1 + d4 + d5 = 37,92 + 38,10 + 6,02 D ( não residencial / Serviço ) = 82,04 kVA Determinação da demanda do Ramal de entrada ( DR ) : DR = [ Dresidencial + DSR + D( não residencial / Serviço ) ] x 0,90 Valores já calculados das parcelas : Dresidencial = DAG1 = 28,52 kVA DSR = 33,19 kVA D( não residencial / Serviço ) = 82,04 kVA DR = [ 28,52 + 33,19 + 82,04 ] x 0,90 DR = 129,38 kVA Demanda do Ramal de entrada (DR) = 129,38 kVA Essa demanda servirá para dimensionar os condutores, equipamentos e materiais do ramal de entrada coletivo. Tabelas 1 - (Método de avaliação - Seção A) Carga mínima e Fatores de demanda para instalações de iluminação e tomadas de uso geral 2 - (Método de avaliação - Seção A) Fatores de demanda de aparelhos para aquecimento de água 3 - (Método de avaliação - Seção A) Fatores de demanda para aparelhos de ar condicionado tipo janela - Utilização residencial 4 - (Método de avaliação - Seção A) Fatores de demanda para aparelhos de ar condicionado tipo janela - Utilização não residencial 5 - (Método de avaliação - Seção A) Demandas médias e Fatores de demanda para motores 6 - (Método de avaliação - Seção A) Fatores de demanda individuais para máquinas de solda a transformador, aparelhos de raios X e Galvanização 7 - A - (Método de avaliação - Seção B) Demandas de apartamentos em função das áreas - Unidades de consumo que utilizem equipamentos elétricos individuais para aquecimento de água 7 - B - (Método de avaliação - Seção B) Demandas de apartamentos em função das áreas - Unidades de consumo que não utilizem equipamentos elétricos individuais para aquecimento de água 8 - (Método de avaliação - Seção B) Fatores de diversificação de cargas em função do nº de apartamentos 9 - (Método de avaliação - Seção B) Determinação da potência em função da quantidade de motores 10 - Potências médias de aparelhos eletrodomésticos 142 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II 143 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II 144 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II 145 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II 146 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II 147 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II 148 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II 149 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II 150 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II Anexo 2 – Tabelas para determinação da entrada de serviço 151 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II 152 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II 153 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Instalações Elétricas II REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CREADER – Hélio – Instalações Elétricas Recon – Light S.A. NISKIER – Júlio e A C Mancytrini – Instalações Elétricas http://paginas.terra.com.br/servicos/AdvancedRF/at4.htm http://www.fisica-potierj.pro.br/Sobre_Raios_%20e_Outros/Aterramento.pdf http://www.inforede.net/Technical/Layer_1/Theory/Grounding_2_(POR).pdf www.sabereletronica.com.br 157 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores X TRANSFORMADORES UNIDADE I A NATUREZA DO MAGNETISMO O fenômeno do magnetismo foi descoberto através de um material chamado magnetita. Como seu estado natural a magnetita apresenta propriedades magnéticas, eram classificados como imã natural. CAMPOS MAGNÉTICOS Todo o imã tem dois pontos opostos que atraem prontamente pedaços de ferro. Esses pontos são chamados de pólos do imã: o pólo norte e o pólo sul. Exatamente da mesma forma que cargas elétricas iguais se repelem mutuamente e cargas opostas se atraem, os pólos magnéticos iguais se repelem mutuamente, e os pólos opostos se atraem. O imã atrai pedaços de ferro através de uma força que existe em torno do imã, chamada de campo magnético. N S FLUXO MAGNÉTICO Φ O conjunto de todas as linhas do campo magnético que emergem do pólo norte do imã é chamado de fluxo magnético. A unidade do fluxo magnético no SI é o weber ( Wb ) DENSIDADE DE FLUXO MAGNÉTICO B A densidade de fluxo magnético é o fluxo magnético por unidade de área de uma secção perpendicular ao sentido do fluxo, dado por: B = Φ A Onde B = densidade de fluxo magnético, em teslas ( T ) Φ = fluxo magnético, Wb A = área em metros quadrados ( m² ) PERMEABILIDADE DE MATERIAIS MAGNÉTICOS Os materiais magnéticos são aqueles que são atraídos ou repelidos por um imã e que podem ser magnetizados por eles mesmos. A permeabilidade se refere à capacidade do material magnético de concentrar o fluxo magnético. Qualquer material facilmente magnetizado tem alta permeabilidade. A permeabilidade relativa é uma medida da permeabilidade para diferentes materiais relativamente ao ar ou ao vácuo, representado por μr ELETROMAGNETISMO Uma corrente elétrica ao atravessar um condutor produz um campo magnético em torno do condutor. A intensidade do campo magnético em torno do condutor que conduz uma corrente depende dessa corrente. I Corrente no condutor Limalha de ferro 158 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores Polaridade de um condutor isolado A regra da mão direita é uma forma conveniente de se determinar a relação entre o fluxo da corrente num condutor ( fio ) e o sentido das linhas de força do campo magnético em volta do condutor. Segure o fio que conduz a corrente com a mão direita, feche os quatro dedos em volta do fio e estenda o polegar ao longo do fio. O polegar indica o sentido do fluxo da corrente, os dedos indicarão o sentido das linhas de força em torno do condutor. UNIDADES MAGNÉTICAS Ampéres-espira NI A intensidade de um campo magnético numa bobina de fio depende da intensidade da corrente que flui nas espiras da bobina. Quanto maior a corrente, mais forte o campo magnético; Quanto mais espiras, mais concentradas as linhas de força. O produto corrente x espiras, é conhecido como força magnetomotriz ( fmm ). fmm = ampéres x espiras = NI Onde: fmm = força magnetomotriz, AeN = número de espiras I = corrente, A Intensidade de Campo H Se uma bobina com um certo número de ampéres-espira for esticada até atingir o dobro do seu comprimento original, a intensidade do campo magnético, isto é, a concentração das linhas de força, terá a metade do seu valor original. A intensidade do campo depende portanto do comprimento da bobina, expresso por: H = NI L Onde: H = intensidade do campo magnético, ampéres-espira por metro ( Ae/m ) NI = ampéres-espira L = distancia entre os pólos da bobina, m Histerese Quando a corrente numa bobina de fio é invertida milhares de vezes por segundo, a histerese pode ser responsável por uma perda considerável de energia. Histerese quer dizer “seguir atrás” , isto é, o fluxo magnético num núcleo de ferro segue atrás dos aumentos ou diminuições da força magnetizadora. A curva de histerese é formada por uma série de curvas que mostram as características de um material magnético. Correntes em sentidos opostos produzirão intensidades de campo + H e – H em sentidos opostos. Analogamente, se encontram polaridades opostas para a densidade de fluxo + B e – B. 159 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores +B, T -H 0 +H Ae/m -B Curva de histerese para materiais magnéticos CIRCUITOS MAGNÉTICOS Um circuito magnético pode ser comparado a um circuito elétrico no qual uma fem produz uma corrente. Seja um circuito magnético simples. Os ampéres-espira NI da força magnetomotriz produzem o fluxo magnético. Portanto, a fmm se compara à fem ou à tensão elétrica, e o fluxo Φ comparado à corrente. A oposição que um material oferece à produção do fluxo é chamada de relutância, que corresponde à resistência. Relutância Ρ A relutância é inversamente proporcional à permeabilidade. O ferro possui alta permeabilidade e, conseqüentemente, baixa relutância. O ar possui baixa permeabilidade e, portanto, alta relutância. A relutância pode ser expressa por: Ρ = L μA onde: L = comprimento da bobina, m μ = permeabilidade do material magnético, ( T m ) / Ae A = área da secção reta da bobina, m² Lei de Ohm para os circuitos magnéticos Correspondente a I = V / R, Φ = fmm Ρ onde: Φ = fluxo magnético, Wb fmm = força magnetomotriz, Ae Ρ = relutância, Ae/Wb INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA Se um condutor atravessar linhas de força magnética, ou se linhas de força atravessarem um condutor, induz-se uma fem, ou uma tensão nos terminais do condutor. Em resumo: 1. Quando as linhas de força são interceptadas por um condutor ou quando as linhas de força interceptam um condutor, é induzida uma fem, ou uma tensão no condutor. 2. É preciso haver um movimento relativo entre o condutor e as linhas de força a fim de se induzir a fem. 3. Mudando-se o sentido da intersecção, mudar-se-á o sentido da fem induzida. 160 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores A aplicação mais importante do movimento relativo entre o condutor e o campo magnético ocorre nos geradores elétricos. Num gerador cc, são alojados eletroímãs fixos num invólucro cilíndrico. Vários condutores na forma de bobina giram num núcleo dentro do campo magnético, de modo que esses condutores interceptam continuamente as linhas de força. Como resultado, é induzida uma tensão em cada um dos condutores. Como os condutores estão em série na bobina, as tensões induzidas se somam para produzir a tensão de saída do gerador. Lei de Faraday da Tensão Induzida O valor da tensão induzida depende do número de espiras da bobina e da velocidade com que o condutor intercepta as linhas de força ou o fluxo. Tanto o condutor quanto o fluxo podem se deslocar. vind = N ΔØ Δt Onde: vind = tensão induzida, V N = número de espiras da bobina ΔØ / Δt = velocidade com que o fluxo intercepta o condutor, Wb/s Sistema Internacional de Unidades de Magnetismo Denominação Símbolo Unidade Fluxo Densidade de fluxo Potencial Intensidade de campo Relutância Permeabilidade relativa Permeabilidade Ф B fmm H Ρ μr μ Wb T Ae Ae/m Ae/Wb Adimensional B/H = (T.m)/Ae EXERCÍCIOS PROPOSTOS 1 – Qual a densidade de fluxo em teslas quando existe um fluxo de 600 Wb através de uma área de 0,0003 m² ? 2 – Calcule os ampéres-espira de uma bobina com 1.500 espiras e uma corrente de 4 mA. 3 – Calcule a intensidade de campo de uma bobina com 40 espiras, 10 cm de comprimento e passando por ela uma corrente de 3A 4 – Uma bobina tem uma fmm de 500 Ae e uma relutância de 2 x 106 Ae/Wb. Calcule o fluxo total Φ. 5 – O fluxo de um eletroímã é de 6 Wb. O fluxo aumenta uniformemente até 12 Wb num intervalo de 2 s. Calcule a tensão induzida numa bobina que contenha 10 espiras se a bobina estiver parada dentro do campo magnético. 6 – Qual a densidade de fluxo de um núcleo contendo 20.000 linhas e uma área da secção reta de 5 cm² ? 7 – Um núcleo formado por uma folha de aço é enrolado com 1.500 espiras de fio através do qual passa uma corrente de 12 mA. Se o comprimento da bobina for de 20 cm, calcule a fmm e a intensidade de campo. 8 – Uma bobina possui intensidade de campo de 300 Ae. O seu comprimento é duplicado de 20 para 40 cm para o mesmo valor de NI. Qual a nova intensidade de campo magnético ? 9 – No campo estacionário de uma bobina de 500 espiras, calcule a tensão induzida produzida pela seguinte variação: 4 Wb aumentando para 6 Wb em 1 s. 10 – Um circuito magnético tem uma bateria de 10 V. ligada a uma bobina de 50Ω com 500 espiras num núcleo de ferro de 20 cm de comprimento. Calcule a fmm e a intensidade do campo H. N S V 161 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores TRANSFORMADORES UNIDADE II TRANSFORMADORES O transformador básico é formado por duas bobinas isoladas eletricamente e enroladas em torno de um núcleo comum. Para se transferir a energia elétrica de uma bobina para outra usa-se o acoplamento magnético. A bobina que recebe a energia elétrica de uma fonte ca é chamada de primário. A bobina que fornece energia para uma carga ca é chamada de secundário. O núcleo dos transformadores usados em baixa frequência é feito geralmente de material magnético. Os de alta freqüência são feitos de ferro em pó e cerâmica ou de materiais não magnéticos. A finalidade básica do transformador é transformar os níveis de tensão e corrente. Outras finalidades que o transformador possui é de filtrar alguma componente cc e isolar o circuito da rede. Se assumir que um transformador funcione sob condições ideais ou perfeitas, a transferência de energia de uma tensão para outra se faz sem nenhuma perda. Nestas condições podem ocorrer em 4 hipóteses simplificadoras: 1 – Os enrolamentos tem resistências nulas ( sem perda no cobre ). 2 – Não tem perdas no ferro 3 – Só existe fluxo mútuo ou seja não existe fluxo de dispersão. 4 – O fluxo mútuo é criado com força magnetomotriz nula ( Im = 0 ). RELAÇÃO DE ESPIRAS OU DE TENSÃO E1 = N1 E2 = N2 RELAÇÃO DE CORRENTE N1 = I2 N2 = I1 RELAÇÃO DE IMPEDÂNCIA Considerando ainda o trafo ideal P1 = P2 , é transferida uma quantidade máxima de potência de um circuito para outro quando a impedância dos dois circuitos for a mesma ou quando estiverem “casadas”. Se os dois circuitos tiverem impedâncias diferentes, deve ser usadoum transformador de acoplamento como um dispositivo casador de impedâncias entre os dois circuitos. Deste forma, podemos relacionar: N1 = Z1 N2 Z2 Considerando estas relações, podemos afirmar: N1 > N2 – O trafo é chamado de abaixador N1 < N2 – O trafo é chamado de elevador Como N1, N2, V1 e V2 são parâmetros fixos, I1 é a corrente refletida no primário de I2 da carga do secundário. RELAÇÃO POTÊNCIA Pp = Ps Vp x Ip = Vs x Is Pp = Vp x Ip Ps = Vs x Is Considerando ainda o trafo ideal Pp = Ps, ou seja, é transferida uma quantidade máxima de potência do primário para o secundário, onde a relação de potência do primário para o secundário seja igual. EXERCÍCIOS PROPOSTOS 1 – Um transformador com núcleo de ferro funcionando numa linha de 120 V possui 500 espiras no primário e 100 espiras no secundário. Calcule a tensão no secundário. 2 – Quando o enrolamento do primário de um transformador de núcleo de ferro funciona com 120 V, a corrente no enrolamento é de 2A . Calcule a corrente no enrolamento do secundário se a tensão for aumentada para 600 V. 3 – Um transformador para campainha com 240 espiras no primário e 30 espiras no secundário retira 0,3 A de uma linha de 120 V. Calcule a corrente no secundário. 4 – Um transformador cujo primário está ligado a uma fonte de 110 V libera 11 V. Se o número de espiras do secundário for de 20 espiras, qual o número de espiras do primário ? quantas espiras adicionais será necessário acrescentar ao secundário para que possa fornecer 33 V ? 5 – Um transformador de potência é usado para acoplar energia elétrica de uma linha de alimentação para um ou mais componentes do sistema. Num tipo de transformador de potência há três enrolamentos secundários separados, cada um projetado para uma tensão de saída diferente 50 V, 25 V e 10 V. O primário do transformador está ligado a uma fonte de alimentação de 120 V e possui 100 espiras. Calcule o número de espiras de cada secundário. 162 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores 6 – Utiliza-se um transformador de saída de 60:1 para “casar” um transistor de saída com uma bobina móvel de alto-falante de 4 Ω. Calcule a impedância do circuito de saída. 7- Um transformador abaixador de 6:1 “casa” uma carga de entrada a uma carga do secundário de 800 Ω. Calcule a impedância da entrada. 8 – A saída de um transformador elevador de 1:18 é usada para “casar” um microfone com impedância de um circuito de grade de 35 Ω. Calcule a impedância do microfone. 9 – Calcule a razão de espiras de um transformador usado para “casar” uma carga de 50 Ω com uma linha de 450 Ω. 10 – Um transformador elevador requer 100 espiras no seu primário de 120 V. Para se obter uma saída de 300 V, qual o número de espiras que precisa ser adicionado ao primário ? 11 – O primário de 110 V de um transformador de potência tem 220 espiras. Três secundários fornecem (a) 600 V (b) 35 V e (c) 12,5 V. Calcule o número de espiras necessárias em cada secundário. 12 – Calcule a tensão nas velas de ignição ligadas ao secundário de uma bobina com 60 espiras no primário e 36000 espiras no secundário, se o primário está ligado a um alternador de 12 V. 13 – Um transformador ideal com 2400 espiras no primário e 600 espiras no secundário retira 9,5 A de uma linha de 220 V. Calcule Is e Vs. 14 – Um transformador para campainha reduz a tensão de 110 V para 11 V. se houver 20 espiras no secundário, qual o número de espiras no primário e a razão de espiras / 15 – Calcule a razão de espiras de um transformador para “casar” uma carga de 20 Ω com uma outra de 72000 Ω. 16 – Calcule a razão de espiras de um transformador usado para “casar” uma carga de 14400Ω com uma carga de 400 Ω. Transformador descarregado Se o enrolamento secundário de um transformador estiver formando um circuito aberto, a corrente do primário será muito baixa e será chamada de corrente sem carga. A corrente sem carga produz o fluxo magnético e alimenta as perdas por histerese e por correntes parasitas no núcleo. Portanto, a corrente sem carga IE é formada por duas componentes: a componente da corrente de magnetização IM e a componente de perda no núcleo IH. A corrente de magnetização está atrasada em relação à tensão aplicada ao primário Vp de 900, enquanto a componente de perda no núcleo IH está sempre em fase com Vp. Observe também que a tensão aplicada ao primário Vp e a tensão induzida no secundário Vs estão representadas 1800 fora de fase. Como na prática IH é pequena comparada a IM, a corrente de magnetização IM é praticamente igual à corrente total sem carga IE. IE também é chamada de corrente de excitação. IH Vs Vp θ IM IE Diagrama de fasores Onde: IH = IE cos θ IM = IE sen θ EXERCÍCIOS PROPOSTOS 1 – Quando o secundário de um transformador de potência está aberto, a corrente sem carga no primário é de 0,4 A . Se o fator de potência do circuito de entrada do primário for de 0,10 , qual a corrente de excitação IE, a corrente de perda no núcleo IH e a corrente de magnetização IM ? 163 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores CIRCUITO EQUIVALENTE DO TRANSFORMADOR REAL X1 R2 X2 R1 Iexc Rfe Xm Ife Im R1 – resistência do enrolamento 1 R2 – resistência do enrolamento 2 X1 – reatância do enrolamento 1 X2 – reatância do enrolamento 2 Rfe – resistência equivalente a perda no ferro Xm – reatância de magnetização Iexc – corrente de excitação Ife – corrente equivalente a perda no ferro Im – corrente de magnetização R1 R2 X1 X2 = parâmetros longitudinais Rfe Xm = parâmetros transversais Os parâmetros transversais sempre são mostrados do lado da fonte Os parâmetros longitudinais referidos do mesmo lado ou são iguais ou quase iguais R1 = R’2, assim como, X1 = X’2 Circuito equivalente do trafo real referido a um lado X1 R’2 X’2 R1 Iexc Rfe Xm Ife Im DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS LONGITUDINAIS ENSAIO DE CURTO-CIRCUITO - Com o secundário do trafo em curto, com tensão nula, ou quase nula, alimenta-se o circuito - Eleva-se gradualmente a tensão da fonte até que o I lado seja igual ao Im - Mede-se Pcc, Vcc, Icc ( = Im ) W A V 164 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores Req = R1 + R’2 Xeq = X1 = X’2 Zeq = Req + j Xeq Zeq = Req² + Xeq² Zeq = Vcc / Icc Pcc = Req.Icc² Req = Pcc / Icc² Como Zeq² = Req² + Xeq² Xeq² = Zeq² - Req² Xeq = Zeq² - Req² Como R1 = R’2 = Req / 2 X1 = X’2 = Xeq / 2 DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS TRANSVERSAIS ENSAIO EM ABERTO - Com o secundário do trafo em aberto, com tensão nominal no lado primário, alimenta-se o circuito - Mede-se P0, V0, I0 W P0 é a potência dissipada em Rfe P0 = V0² / Rfe Rfe = V0² / P0 Ife = V0 / Rfe I0 = Ife + Im I0 = Ife² + Im² Im = I0² - Ife² Xm = V0 / Im EXERCÍCIOS PROPOSTOS 1 – QUESTÃO Um transformador em ensaio, foi verificado as seguintes situações: Ensaio em curto-circuito P = 60 W V = 44 V I = 2,0 A Ensaio em aberto P = 34 W V = 220 V I = 0,22 A A V 165 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores Determine: A – Os parâmetros longitudinais X1, X’2, R1, R’2 B – Os parâmetros transversais Rfe, Xm 2 – QUESTÃO De acordo com os parâmetros longitudinaisX1, X’2, R1, R’2 que foram encontrados na questão 1, determine a relação de espiras do transformador ensaiado, informando se o mesmo é abaixador ou elevador. Eficiência e Perdas de um transformador A eficiência de um transformador é igual à razão entre a potência de saída do enrolamento secundário e a potência de entrada no enrolamento do primário. Um transformador ideal tem 100 por cento de eficiência porque ele libera toda a energia que recebe. Devido as perdas no núcleo e no cobre, a eficiência do transformador na prática é inferior a 100 por cento. Ef = potência de saída = Ps ( % ) potência de entrada Pp Os transformadores reais apresentam perdas no cobre e perdas no núcleo. A perda no cobre é representada pela potência perdida nos enrolamentos do primário e do secundário devido à resistência ôhmica dos enrolamentos. A perda no cobre dada em watts, é determinada por: Perda no cobre = I²p Rp + I²s Rs Onde: Ip = corrente do primário, A Is = corrente do secundário, A Rp = resistência do enrolamento do primário, Rs = resistência do enrolamento do secundário, As perdas no núcleo têm origem em dois fatores: perda por histerese e perdas por correntes parasitas. A perda por histerese se refere à energia perdida pela inversão do campo magnético no núcleo à medida que a corrente alternada de magnetização aumenta e diminui e muda de sentido. A perda por correntes parasitas ou correntes de Foucault resulta das correntes induzidas que circulam no material do núcleo. A perda no cobre dos dois enrolamentos pode ser medida por meio de um wattímetro. O wattímetro é inserido no circuito do primário do transformador enquanto o secundário é curto-circuitado. A tensão aplicada ao primário aumenta até que a corrente especificada para carga máxima flua através do secundário curto-circuitado. Neste ponto, o wattímetro indicará a perda no cobre. A perda no núcleo também pode ser determinada por meio de um wattímetro colocado no circuito do primário aplicando-se a tensão especificada ao primário, com o circuito secundário aberto. Em função das perdas no cobre e no núcleo, podemos determinar a eficiência da seguinte forma: Ef = potência de saída . potência de saída + perdas no cobre + perdas no núcleo Em função das perdas no cobre e no núcleo, considerando ainda, o fator de potência da carga, podemos determinar a eficiência da seguinte forma: Ef = VsIs x FP . ( VsIs x FP ) + perda no cobre + perda no núcleo REGULAÇÃO DE TENSÃO É a queda de tensão percentual introduzida no sistema pelo trafo. Δv 1% = V2Ф – V2c x 100% V2c V2Ф – tensão de saída sem carga V2c – tensão de saída com carga EXERCÍCIOS PROPOSTOS 1 – Um transformador de 240/720 V, corrente secundária 6,94 A é submetido a um teste de perda no cobre através de curto-circuito. No início do teste, varia-se a tensão do primário até que o amperímetro através do secundário indique a corrente especificada para o secundário com carga máxima. A resistência medida do enrolamento do primário é de 0,05 Ω e a do enrolamento do secundário é de 1,5 Ω. Calcule a perda total no cobre. 2 – Num mesmo transformador do exercício anterior, num teste com circuito aberto para a verificação de perdas no núcleo no transformador, quando a tensão do primário é fixada na tensão especificada de 240 V, o wattímetro no circuito indica 80 W. se o fator de potência da carga for de 0,8, qual a eficiência do transformador com carga máxima ? 3 – Um transformador fornece 44 VA a uma carga com eficiência de 90 por cento. Qual a potência de entrada do transformador ? 4 – Um transformador de 250 kVA e 2400/480 V apresenta uma perda no cobre de 3760 W e uma perda no núcleo de 1060 W. Qual a eficiência quando o transformador estiver completamente carregado para um FP de 0,8 ? 166 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores 5 – Um teste de circuito aberto para a avaliação das perdas no núcleo de um transformador de 10 kVA e 240/720 V fornece uma leitura de 60 W. A resistência medida do lado baixo do enrolamento é de 0,03 Ω e a do lado alto é de 1,3 Ω. Calcule (a) a perda total no cobre e (b) a eficiência do transformador quando o fator de potência da carga for de 0,85. 6 – Um teste de curto-circuito para a avaliação das perdas no cobre com carga máxima dá uma leitura de 175 W no wattímetro. O transformador submetido ao teste é um transformador abaixador de 240/24 V que tem especificação para a corrente do secundário com carga máxima de 60 A . Se a resistência do primário for de 0,7 Ω qual a resistência do secundário ? 7 – Um transformador de 10 kVA e 2400/240 V em 60 Hz tem uma resistência no enrolamento primário de 6 Ω e uma resistência no enrolamento secundário de 0,06 Ω. A perda no núcleo é de 60 W. calcule (a) a perda no cobre com carga máxima, (b) a eficiência do transformador quando estiver completamente carregado com um FP de 0,9 e (c) a sua eficiência se o FP for de 0,6. 8 – Um transformador de 10 kVA e 7200/120 V tem uma resistência no enrolamento do primário de 12 Ω e no enrolamento do secundário de 0,0033 Ω. Calcule a perda no cobre (a) com carga máxima, (b) com meia carga (5 kVA), (c) com uma carga de 2 kVA. 9 – Um transformador retira 275 W e fornece 180 W para uma carga com um FP de 100 por cento. Calcule a eficiência do transformador. 10 – Um teste com circuito aberto para a avaliação da perda no núcleo do transformador de 5 kVA fornece uma leitura no wattímetro de 70 W. se o FP da carga for de 85 por cento, qual a eficiência do transformador com carga máxima ? POLARIDADE DE BOBINA Para identificação da polaridade da bobina, ou seja, o sentido da corrente nos enrolamentos, torna-se necessário a identificação sobre a tensão de fase através do secundário, uma vez que a fase dessa tensão na verdade depende do sentido dos enrolamentos em volta do núcleo. As tensões estão em fase ou 1800 fora de fase com relação à tensão do primário. Polaridade aditiva = em contra fase Polaridade subtrativa = tensões em fase Como o trafo é fechado, podemos por ensaio determinar esta polaridade. Ligando a fonte ao lado de alta, deixa o lado de baixa em vazio. Ligar o voltímetro interligando os terminais de baixa e de alta conforme a figura. V1 V2 O voltímetro fará a leitura. Soma: Aditiva = tensão em contra-fase Diferença: Subtrativa = tensão em fase Por exemplo: Trafo 10:1 220 / 22 V Ou leremos 220 + 22 = 242 V Ou leremos 220 – 22 = 198 V Por soma, olhando pelo lado da fonte a direita recebe o nome H1, H2 no primário. X2,X1 no secundário, conforme a figura abaixo. H2 X2 H1 X1 Trafo V Trafo 167 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores Por diferença, olhando pelo lado da fonte a direita recebe o nome H1, H2 no primário. X1, X2 no secundário, conforme a figura abaixo. H2 X1 H1 X2 ESPECIFICAÇÕES PARA O TRANSFORMADOR A capacidade do transformador é dada em quilovolt-ampéres (kVA). Como a potência num circuito ca depende do fator de potência da carga e da corrente que passa pela carga, uma especificação de saída em quilowatts deve se referir ao fator de potência. Ps = kVA x FP (kW) Além da capacidade do trafo, as demais especificações são basicamente dados pela tensão nominal primária e secundária, sendo conhecidos da seguinte forma: Por exemplo; Trafo 112,5 kVA – 13,2 kV/ 220 V – onde o primeiro valor corresponde a tensão primária e o segundo a tensão secundária As especificações de corrente devem ser dadas pelas equações de potência do trafo, dados a seguir: Para um trafo monofásico P = V x I Para um trafo trifásico P = 3 x V x I DIMENSIONAMENTO DE TRANSFORMADORES PARA UMA DETERMINADA CARGA Considerando a carga como fator determinante de um circuito, determina-se o transformador necessário para uma determinada carga de acordo com a sua potência total instalada, podendo ser dada em kVA ou kW considerando um fator de potência. Geralmente, utiliza-se a Demanda Total do circuito para determinação do transformador. EXERCÍCIOS PROPOSTOS 1 – Qual a saída em quilowatts de um transformador de 5 kVA 2400/120 V que alimenta a carga nominal com os seguintes fatores de potência: (a) 100 por cento, (b) 80 por cento e (c) 40 por cento ? Qual a corrente de saída especificada para o transformador ? 2 – A especificação de um transformador de fonte de alimentação que deve funcionar numa linha de alimentação de 60 Hz e 120 v precisa indicar o seguinte; 600 V em 90 mA; 6,3 V em 3 A; 5 V em 2 A . Calcule a especificação de potência deste transformador. 3 – Uma determinada fábrica necessita ser alimentada por um transformador trifásico de potência, onde deverá alimentar as seguintes cargas: Motor de Calandra 5 x 60 CV – FP= 0,88 Motor de Esteiras 4 x 20 CV – FP = 0,90 Forno de indução 1 x 50 kW – FP=1,0 Iluminação e tomadas – 35 kW – FP=1,0 Determine um transformador mínimo necessário para esta carga em kVA e a corrente primária e secundária para os níveis de tensão 13,2 kV / 380 V. 4 – Para a mesma fábrica necessita ser alimentada por um transformador trifásico de potência, para um circuito interno, onde deverá alimentar a carga: Iluminação e tomadas – 40 kVA – FP=0,85 Determine um transformador mínimo necessário para esta carga em kW e a corrente primária e secundária para os níveis de tensão 380 V / 220 V. AUTOTRANSFORMADOR O autotransformador constitui um tipo especial de transformador de potência. Ele é constituído por um só enrolamento. Fazendo-se derivações ou colocando-se terminais em pontos ao longo do comprimento do enrolamento, podem ser obtidas diferentes tensões. O autotransformador possui um único enrolamento entre os terminais A e C. É colocada uma terminação no enrolamento, de onde sai um fio que forma o terminal B. O enrolamento AC é o primário enquanto o enrolamento BC forma o secundário. A simplicidade do autotransformador o torna mais econômico e de dimensões mais compactas. Entretanto, ele não fornece isolação elétrica entre os circuitos do primário e do secundário. Trafo 168 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores A B C C EXERCÍCIOS PROPOSTOS 1 – Um autotransformador abaixador com 55 espiras está ligado a uma linha ca de 110 V. Se desejarmos uma saída de 28 V , qual o número de espiras do secundário e o número da espira a receber um terminal ? 2 – Um autotransformador abaixador de 600/480 V alimenta uma carga de 10 kVA. Calcule as correntes nas linhas do primário e do secundário e a corrente no enrolamento comum a ambos os circuitos do primário e do secundário. 3 – Um autotransformador de partida que é utilizado para dar partida num motor de indução numa linha de 440 V aplica 70 por cento da tensão da linha ao motor durante o período da partida. Se a corrente no motor for de 140 A na partida, qual a corrente retirada da linha ? 4 – Um autotransformador contendo 200 espiras é ligado a uma linha de 120 V. para se obter uma saída de 24 V, calcule o número de espiras do secundário e o número da espira onde deverá ficar o terminal móvel do transformador contando a partir do terminal A. 5 – Determine a tensão secundária de um autotransformador cuja linha é alimentada por 220 V com 100 espiras no primário e deseja-se 25 espiras no secundário. LIGAÇÕES ENTRE TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS Os transformadores trifásicos podem ser formados por três transformadores monofásicos separados mas idênticos ou por uma única unidade trifásica contendo enrolamentos trifásicos. Os enrolamentos dos transformadores podem ser ligados para formar um conjunto de qualquer uma das formas abaixo: Ligação Delta-Delta (primário/secundário) P S Ligação Estrela-Estrela (primário/secundário) P S 169 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores Ligação Estrela-Delta (primário/secundário) P S Ligação Delta-Estrela (primário/secundário) P S Relações de Tensão e Corrente para Ligações comuns de Transformadores 3-Φ. Ligação do Transformador (do primário ao secundário) Primário Secundário Linha Fase Linha Fase Tensão Corrente Tensão Corrente Tensão* Corrente Tensão Corrente Δ – Δ Υ - Υ Υ - Δ Δ - Υ V V V V I I I I V V / 1,73 V / 1,73 V I / 1,73 I I I / 1,73 V / a V / a V / a V / a aI aI aI aI V / a V / 1,73a V / a V / 1,73a aI / 1,73 aI aI / 1,73 aI * a = N1 / N2; 1,73 = 3 EXERCÍCIOS PROPOSTOS 1 – Se a tensão V da linha for de 2.200 V para um conjunto de transformadores 3-Φ, qual a tensão através de cada enrolamento do primário do transformadores para os quatro tipos de ligação de transformadores. 2 – Se a corrente da linha for de 20,8 A para uma ligação de um transformador 3-Φ, qual a corrente através de cada enrolamento do primário para as quatro configurações do transformador ? 3 – Para cada tipo de ligação de transformador, calcule a corrente da linha do secundário e a corrente de fase do secundário se a corrente da linha do primário I for de 10,4 A e a razão de espiras for 2:1. 4 – Numa ligação Y-Δ trifásica, cada transformador tem uma razão de tensão de 4:1. Se a tensão da linha do primário for de 660 V, calcular (a) a tensão da linha do secundário, (b) a tensão através de cada enrolamento do primário, e (c) a tensão através de cada enrolamento do secundário. 5 – A tensão da linha do secundário de um conjunto de transformadores Δ-Y é de 411 V. Os transformadores têm razão de espiras de 3:1. calcule (a) a tensão da linha do primário, (b) a corrente em cada enrolamento ou bobina do secundário se a corrente em cada linha do secundário for de 60 A, e (c) a corrente da linha do primário. neutro 170 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores TIPOS DE TRANSFORMADORES Transformadores Trifásico de Distribuição e Força 30 a 5.000 kVA Características: Classes de tensão de 7,2 a 36 kV, imersos em líquido isolante ( óleo mineral ou silicone ), normais com suporte para poste ou rodas, flangenados e acessórios. Construção: Núcleo em lâminas de aço-silício GO, enrolamento em cobre eletrolítico esmaltado, resfriamento por circulação natural, normas ABNT NBR 5356/5380/5440 – Fabricação União. Transformadores Trifásico a Seco em Epóxi de 30 a 5.000 kVA Características: Classes de tensão de 15/25 kV, a seco classe “F”, isento de manutenção, resistente a umidade, IP 00/54 Construção: Núcleo em lâminas de aço-silício GO, enrolamentos moldados ou encapsulados a vácuo em resina epóxi auto-extinguível norma ABNT NBR 10295 IEC 726 – Fabricação União. Transformadores tipo Pad-mounted de 75 a 1.000 kVA Características: Classes de tensão de 15/25 kV, imersosem líquido isolante ( óleo mineral ou silicone ), próprio para instalações onde exista trânsito de pedestres. Construção: gabinete de proteção do IP54, núcleo em lâminas de aço- silício GO, enrolamento em cobre eletrolítico esmaltado, resfriamento por circulação natural, normas ABNT NBR 5356/ANSI C57.12.26 – Fabricação União. Transformadores Seminovos, revisados de 15 a 30.000 kVA ( 30 MVA ) Características: Classes de tensão de 1,2 a 145 kV, a seco e a óleo, normais com suporte para poste ou rodas, flangenados e acessórios. Fabricação União. Transformadores e Autotransformadores de 0,5 a 1.500 kVA Características: Classes de tensão de 1,2 kV, isolamento a seco, trifásicos, classe de temperatura B/F/H. Construção: Núcleo em lâminas de aço-silício GO, enrolamento em cobre eletrolítico esmaltado com 99,9% de pureza, impregnação em verniz poliéster ou moldados em epóxi, IP 00, normas ABNT NBR 10295 e 5380 – Fabricação União. 171 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores CONDIÇÃO DE PARALELISMO DE TRANSFORMADOR O funcionamento em paralelo de transformadores se realiza quando dois ou mais se alimentam com a mesma rede pelo lado primário e se interligam por seus secundários a energia transformada a rede secundária comum. Condições necessárias: A – Devem ter igual relação de transformação em vazio. B – Devem apresentar a mesma tensão de curto-circuito e mesma impedância percentual. C – Devem haver em todos igual sequência de fases no secundário e coincidir as fases, correspondentes a A,B, C e Neutro. D – Devem possuir o mesmo nível de tensão primário e secundário, assim como, trabalharem na mesma freqüência de oscilação. TRANSFORMADORES UNIDADE III – PARTE A1 TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS Para realizar a medida de grandes valores de magnitudes elétricas de corrente e tensão, mediante os instrumentos convencionais de corrente alternada, resulta necessário ampliar os alcances e garantir a segurança do trabalho com esses aparelhos. A ampliação desses alcances em circuitos de corrente alternada e a garantia e segurança na medição de levadas tensões e correntes consegue-se com a ajuda dos transformadores de medidas, mais conhecidamente, transformador de corrente ( TC ) e transformador de potencial ( TP ). A – TRANSFORMADOR DE CORRENTE – TC O Transformador de corrente é um equipamento capaz de reduzir a corrente que circula no seu primário para um valor inferior no secundário, compatível com o instrumento registrador de medição. Os TC’s são constituídos de um enrolamento primário, feito normalmente de poucas espiras de cobre, um núcleo de ferro e um enrolamento secundário para a corrente nominal padronizada normalmente de 5 A. O valor a corrente secundária do TC varia segundo a corrente circulante no primário. Temos, dessa forma uma relação de transformação de corrente, mais conhecido como RTC. Exemplo: Um TC com dados de placa 100 / 5 ou 100:5 RTC = I prim I séc Logo, neste caso RTC = 100 / 5 RTC = 20 Este valor de RTC = 20, significa dizer que para cada 20 A no primário do TC, temos 1 A no seu secundário. Representação esquemática da ligação de um TC I1 P Em série S C/ a carga Os transformadores de intensidade são fabricados para correntes nominais primárias, desde frações até dezenas de milhares de ampéres. Mediante os bornes de conexão L1 e L2 (linha), o enrolamento primário conecta-se diretamente no circuito, circulando através dele a corrente alternada medida I1. Aos bornes do secundário A1 e A2 ( instrumento de medida ), são conectados as bobinas dos amperímetros e bobinas de intensidade de wattímetros, fasímetros e medidores de energia, conectados em série. Dado que a resistência das bobinas de intensidade dos instrumentos de medida é pequena, o transformador de intensidade trabalha praticamente num regime próximo ao do curto-circuito. Com o objetivo de diminuir a queda de tensão nos condutores de conexão, que possuem relativamente um elevado comprimento, os transformadores de intensidade destinados a outras aplicações, por exemplo, instalações em subestações abertas, têm intensidade nominal secundária de 1 A. As escalas dos instrumentos destinados a trabalhar com o transformador de intensidade graduam-se, tendo em conta a relação nominal de transformação, isto é, diretamente em valores de corrente primária. A 172 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores Cuidados devem ser tomados para não deixar em aberto os terminais secundários dos TC’s, quando da desconexão dos equipamentos de medida a eles ligados, pois, do contrário, surgirão tensões elevadas, devido ao fato de não haver o efeito desmagnetizante no secundário, tomando a corrente de excitação o valor da corrente primária e originando um fluxo muito intenso no núcleo, provocando elevadas perdas no ferro. Isto poderá danificar a isolação do TC e levar perigo à vida das pessoas. TRANSFORMADORES UNIDADE III – PARTE A2 TIPOS DE TRANSFORMADORES DE CORRENTE A ABNT classifica os transformadores de corrente, de acordo com a sua construção em: A – TC do tipo barra É aquele em que o primário é constituído por uma barra fixada através do núcleo, conforme figura abaixo: B – TC do tipo enrolado É aquele em que o enrolamento primário é constituído de uma ou mais espiras envolvendo o núcleo. C – TC do tipo janela É aquele constituído de uma abertura através do núcleo, por onde passa o condutor, fazendo a vez do enrolamento primário, ou seja, o próprio condutor é o enrolamento primário. D – TC do tipo bucha É aquele cujas características são semelhantes do TC do tipo barra, porém a sua instalação é feita na bucha dos equipamentos ( trafo, disjuntores, etc ) que funciona como enrolamento primário. E – TC do tipo núcleo dividido É aquele cujas características são semelhantes do TC do tipo janela, em que o núcleo pode ser separado para permitir envolver um condutor que funciona como o enrolamento primário. 173 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores TRANSFORMADORES UNIDADE III – PARTE A3 ALICATES DE MEDIDAS Os alicates de medida representam uma variedade dos transformadores de intensidade, sendo utilizados para medição sem corte prévio do circuito elétrico. A peça fundamental dos transformadores de alicate é o núcleo partido, composto de finas chapas de aço especial, sobre o qual é colocado o secundário fechado no aparelho de medida, montado normalmente nos braços do alicate. As metades do núcleo estão sujeitas a um mecanismo articulado. Devido a um sistema especial de mola,ambas as metades do núcleo apertam-se fortemente uma contra a outra, com o qual garante-se o fechamento e a baixa resistência do circuito elétrico. O primário estará representado pelo circuito elétrico cujo condutor é “abraçado” pelas metades do núcleo partido. Os TC’s estão divididos em dois tipos: TC p/ serviço de medição - Devem ser projetados para assegurar a proteção dos aparelhos a que estão ligados (amperímetros, medidores de energia – kWh, kVArh, etc ) TC p/ serviço de proteção - São equipamentos a que devem ser conectados os relés do tipo ação indireta, ou simplesmente relés secundários. TIPOS DE LIGAÇÕES DE TC Os TC’s podem ser ligados da seguinte forma: Ligação em Y (estrela) Ligação em Δ A forma de ligar os TC’s dependerá da utilização dos circuitos a qual estarão submetidos. EXERCÍCIOS PROPOSTOS 1 – Calcule a RTC dos TC’s abaixos: TC 200 : 5 TC 400 : 5 TC 500 : 5 TC 2000 : 5 TC 8000 : 5 2 – Calcule a corrente secundária no TC 300:5 quando circular em seu primário 180 A 3 – Calcule a corrente primária no TC125:5 quando circular em seu secundário 4,2 A 4 – Desenvolva um circuito de modo que tenha uma corrente de medida de 250 A, inserindo um TC e um amperímetro para medir esta corrente. 5 – Desenvolva um circuito de medição de energia na qual é utilizado um TC para a leitura de corrente da carga 6 – Desenvolva um circuito de proteção para um motor de 75 CV – 220 V – 3-Φ utilizando um TC e relé de proteção bimetálico 7 – Demonstre um circuito elétrico de uma subestação na qual é utilizado um TC para proteção no disjuntor geral e um TC para a medição 8 – Dimensione um TC para um quadro de distribuição contendo as seguintes cargas: Motor 25 CV – 220 V – 3-Φ Iluminação – 15 kW – FP=1,0 Tomadas – 10 kW – FP=1,0 Ar condicionado central In= 20 A – 220 V – 3-Φ 174 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores 9 – Qual o motivo pelo qual não deve se deixar em aberto o circuito secundário de um TC existindo uma carga ligada no primário 10 – Pesquise e demonstre o esquema de ligação de um TC de uma subestação utilizado para proteção de relé secundário 50-51N. TRANSFORMADORES UNIDADE III – PARTE B1 B - TRANSFORMADORES DE POTENCIAL - TP É um equipamento capaz de reduzir a tensão do circuito para níveis compatíveis com a máxima suportável pelos aparelhos de medida. A tensão nominal primária do TP é função da tensão nominal do sistema elétrico ao qual está ligado. A tensão secundária, no entanto, é padronizada e tem seu valor fixo de 115 V. variando-se a tensão primária, a tensão secundária varia na mesma proporção. Os TPs podem ser construídos para ser ligados entre fases de um sistema ou entre fase e neutro ou terra. Os TPs devem suportar uma sobretensão permanente de até 10%, sem que lhes ocorra nenhum dano. São próprios para alimentar instrumentos de impedância elevada, tais como voltímetros, bobinas de potencial de medidor de energia, etc. A norma classifica os TPs em dois grupos de ligação. O grupo 1 abrange os TPs projetados para ligação entre fases, sendo o de maior aplicação na medição industrial. O grupo 2 corresponde aos TPs projetados para ligação entre fase e neutro em sistemas com o neutro aterrado sob impedância. Os TPs podem ser construídos para uso ao tempo ou abrigado. Também são fornecidos em caixa metálica, em banho de óleo ou em resina epóxi. Ao contrário dos TCs, quando se desconecta a carga do secundário em um TP, os seus terminais devem ficar em abertos, pois, se um condutor de baixa resistência for ligado, ocorrerá um curto-circuito franco, capaz de danificar a isolação do mesmo. De modo similar aos transformadores de potência, os transformadores de potencial tem as mesmas características, porém com uso específico para instrumentos de medição, podendo ser utilizados em voltímetros, medidores de energia, wattímetros, etc. Esquema de ligação P2 P1 S2 S1 115 V C 175 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores TRANSFORMADORES UNIDADE III – PARTE B2 TIPOS DE TRANSFORMADORES DE POTENCIAL Transformador de tensão monofásico para trabalhar com tensão de 10000 Volts Transformador de tensão monofásico para trabalhar ao tempo com tensão de 30000 Volts Transformador de tensão monofásico para trabalhar ao tempo com tensão de 45000 Volts Transformador monofásico para 3000 Volts de tensão primária, isolamento a seco 176 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores MÁQUINAS ELÉTRICAS UNIDADE IV PARTE A Princípio de Funcionamento do Motor de Indução O dispositivo apresentado na figura 1 será utilizado para demonstrar o princípio de funcionamento de um motor de indução. Este dispositivo consiste de um imã suspenso por um fio. Sob o imã um disco de cobre ou alumínio está apoiado sob um mancal que está por sua vez apoiado em uma placa de ferro. Neste dispositivo o campo do imã permanente completa-se através do conjunto disco-placa de ferro. Figura 1 - Princípio de Funcionamento do Motor de Indução A medida que o imã girar o disco irá acompanhá-lo. Este fato se deve às correntes parasitas que aparecerão no disco devido a seu movimento relativo em relação ao campo magnético. Lei de Lenz explica o sentido contrário da tensão induzida (e conseqüentes correntes parasitas) que irá produzir o campo que tenderá a se opor a força, ou seja, ao movimento que produziu a tensão induzida. Estas correntes parasitas tenderão a criar sob o polo N do imã um polo S no disco e sob o polo S do imã um polo N no disco. Enquanto durar o movimento, que produz as correntes parasitas, estes pólos serão criados no disco. O disco desta maneira irá girar no mesmo sentido do imã pela atração existente entre estes pares de pólos que tenderão a alinhar-se. Um fato extremamente importante é que o disco irá girar a uma velocidade menor que a do imã, pois caso contrário não existiria movimento relativo entre o imã e o disco e como conseqüência não existiriam as correntes parasitas nem os pólos, nem o movimento do disco e nem o torque. Desta forma, o disco deve escorregar em velocidade para que se produza torque. A diferença de velocidade que existe entre a velocidade síncrona do campo magnético girante e a velocidade um pouco menor na qual gira o disco é chamada de escorregamento (s), e é normalmente expressa em porcentagem. Motores de Indução Trifásicos (MIT) Um motor de indução é composto basicamente de duas partes: um Estator e um Rotor. O estator constitui a parte estática de um motor e o rotor sua parte móvel. O estator é composto de chapas finas de aço magnético tratadas termicamente para reduzir ao mínimo as perdas por correntes parasitas e histerese. Estas chapas têm o formato de um anel com ranhuras internas (vista frontal) de tal maneira que possam ser alojados enrolamentos que deverão criar um campo magnético no estator. O rotor, composto de chapas finas de aço magnético tratadas termicamente como o estator, tem também o formato de um anel (vista frontal), com os enrolamentos alojados longitudinalmente. O motor de indução é o motor de construção mais simples. Estator e rotor são montados solidários, com um eixo comum aos “anéis” que os compõem. A aplicação de uma tensão nos enrolamentos do estator irá fazer com que apareça uma tensão nos enrolamentos do rotor. Assim o estator pode ser considerado como o primário de um transformador e o rotor como seu secundário. O espaço entre o estator e o rotor é denominado entreferro. A figura 2 apresenta esquematicamente um MIT. 177 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores Figura 2 – Máquina de indução Conforme se pode observar na figura 2, no estator de uma MIT os enrolamentos, ou bobinas, são em número de três. Estas bobinas, alojadas nas ranhuras do estator, podem ser ligadas em estrela ou triângulo. No rotor os enrolamentos, enrolados longitudinalmente a seu eixo, podem ser realizados de duas maneiras, o que dá origem a dois tipos de rotor: • Rotor Gaiola de Esquilo: tipo mais comum, tem no rotor os condutores da bobinas curto-circuitados em cada terminal por anéis terminais contínuos (figura 3a). • Rotor Bobinado: neste tipo de rotor, condutores de cobre que formam uma bobina são colocados em diversas ranhuras (usualmente isolados do núcleo) e podem, no caso de existirem três bobinas, ser ligado em estrela ou triângulo. Neste caso, cada terminal do enrolamento trifásico é ligado a anéis coletores que são isolados do eixo do rotor.Usualmente um resistor trifásico equilibrado variável é ligado aos anéis coletores através de escovas a fim de variar a corrente na partida (figura 3b). (a) (b) Figura 3 – Rotor gaiola de esquilo e bobinado Algumas vezes a máquina tipo gaiola é chamada de máquina sem escovas e a máquina com rotor bobinado é chamada de máquina de anéis. Rotor em gaiola de esquilo Rotor de gaiola simples. Os condutores são colocados em cavas paralelamente ao veio da máquina. Estes condutores encontram-se curto- circuitados em cada extremidade por um anel condutor. O conjunto do material condutor tem o aspecto de uma gaiola de esquilo, donde deriva o nome dado a este tipo de rotor. Em certos tipos de rotores a gaiola é inteiramente moldada, constituindo o conjunto um dispositivo extraordinariamente robusto. Os condutores podem ser de cobre ou de alumínio. O alumínio sob pressão é frequentemente utilizado. Junto os anéis que os curto-circuitam. Como será visto mais à frente, estes motores podem ter um binário de arranque de fraca intensidade. A corrente absorvida nesta situação é várias vezes superior à corrente nominal. Rotor de gaiola dupla. Este tipo de rotor comporta duas gaiolas concêntricas. A gaiola exterior é construída para ter uma resistência suficientemente elevada de modo a permitir um bom binário de arranque, enquanto que a gaiola interior é constituída por uma resistência baixa de modo a garantir um bom rendimento em funcionamento nominal. Como será visto mais à frente, no arranque funcionará essencialmente a gaiola exterior, enquanto que na situação normal será a gaiola interior a funcionar. O grande benefício que se obtém da utilização de motores deste tipo consiste no aumento do binário de arranque. Consegue-se também uma ligeira diminuição do valor da corrente de arranque. 178 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores Rotor de gaiola de barras profundas. Este tipo de rotor tem o aspecto da gaiola simples, embora as barras que constituem o seu enrolamento sejam de considerável profundidade. As suas características de arranque são análogas às do rotor de gaiola dupla. Enrolamentos do rotor em gaiola. A construção mais simples consiste em montar os condutores do rotor nas respectivas cavas e curto-circuitá-las por intermédio de dois anéis, um em cada topo. Frequentemente este enrolamento é obtido vazando alumínio no núcleo do rotor, montado num molde, moldando-se ao mesmo tempo as alhetas destinadas à ventilação. Como os condutores estão curto-circuitados permanentemente, não há necessidade de os isolar. Figura 6 - Várias formas possíveis para as barras das gaiolas. A figura 6 apresenta algumas formas dos condutores (definidos pela forma da respectiva cava) tanto para máquinas de gaiola simples como de gaiola dupla, bem ainda como de barras profundas. Motor de rotor bobinado O motor de rotor bobinado difere do motor de rotor em gaiola de esquilo apenas no que se refere ao rotor. O rotor é constituído por um núcleo ferromagnético laminado sobre o qual são alojadas as espiras que constituem o enrolamento trifásico, geralmente dispostas em forma estrela. Os 3 terminais livres de cada uma das bobinas do enrolamento trifásico são ligados a 3 anéis coletores. Esses 3 anéis coletores são ligados externamente a um reostato de arranque formado por 3 resistências variáveis, ligadas também em estrela. Deste modo os enrolamentos do rotor também ficam em circuito fechado. A função do reostato de arranque, é de reduzir as correntes de arranque elevadas, no caso de motores de elevada potência. A medida que o motor vai ganhando velocidade, as resistências vão sendo progressivamente retiradas do circuito até ficarem curto-circuitadas, quando o motor passa a funcionar no seu regime nominal. Dessa forma, o motor de rotor bobinado também funciona com os elementos do rotor em curto-circuito ( tal como o motor com rotor em gaiola de esquilo ). O motor de indução de rotor bobinado substitui o de rotor em gaiola de esquilo em potências muito elevadas devido ao abaixamento da corrente de arranque permitida pela configuração do rotor. Apesar de ser utilizado em casos onde as velocidades de serviço são constantes, é preferencialmente aplicado em velocidades de serviço variáveis. Enrolamentos de Campo Quanto ao enrolamento de campo, encontramos dois tipos: Motores de enrolamento de campo com três bobinas, mais conhecido como de 6 terminais que podem ser ligadas da seguinte forma: A ligação para 220 V deverá ser triângulo 1 2 3 4 5 A ligação para 380 V deverá ser estrela 1 2 3 4 5 6 179 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores Motores de enrolamento de campo com seis bobinas, mais conhecido como de 12 terminais. A ligação para 220 V deverá ser duplo triângulo e a ligação para 760 V deverá ser uma estrela com bobinas em série. 220V 760V 1 2 3 1 2 3 4 5 6 4 5 6 7 8 9 7 8 9 10 11 12 10 11 12 A ligação para 380 V deverá ser em dupla estrela e a ligação para 440 V um delta com as bobinas em série. 380 V 440 V 1 2 3 1 2 3 4 5 6 4 5 6 7 8 9 7 8 9 10 11 12 10 11 12 MOTORES ASSÍNCRONOS Alguns motores de corrente alternada têm rotores que não são quer imãs permanentes quer eletroímãs convencionais. Estes rotores são feitos de metais não-magnéticos, como o alumínio, e não têm nenhuma conexão elétrica. Todavia, o isolamento elétrico deles não os impede de ficarem 'magnetizados' ou 'imantados'. Quando um rotor feito de alumínio é exposto a campos magnéticos alternados, correntes elétricas começam a fluir por ele e estas correntes induzidas tornam o rotor magnético. Esse é um fenômeno básico do eletromagnetismo denominado indução eletromagnética. Tais motores, que usam desse fenômeno para tornarem seus rotores magnetizados, são chamados de 'motores A.C de indução'.Os motores de indução são provavelmente o tipo o mais comum de motor de C. A., comparecendo em muitos eletrodomésticos (ventiladores, motores de toca-discos etc.) e aplicações industriais. Fornecem bom torque, começam facilmente a girar, e são baratos. Um motor de indução trabalha ' movendo' um campo magnético em torno do rotor --- o denominado 'campo magnético girante'. O estator que cerca o rotor contem eletroímãs sofisticado. O estator não se movimenta, mas sim o campo magnético que ele produz! Com um uso inteligente de vários recursos eletromagnéticos (espiras de curto circuito, capacitores etc.), o estator pode criar pólos magnéticos de que se deslocam em um círculo e se movimenta em torno do rotor. Na ilustração abaixo, o pólo norte do estator 'gira' no sentido anti-horário em torno do rotor. Nos motores CA podemos distinguir três velocidades importantes que influem no funcionamento e características dos motores, a saber: Velocidade síncrona ( Ns) = é a velocidade do campo magnético rotativo existente no campoindutor. Velocidade do rotor (Nr) = é a velocidade desenvolvida pelo rotor e pelo eixo do motor, pois este está preso ao rotor. 180 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores Velocidade de escorregamento (N) = é a diferença entre as velocidades síncrona e a que o rotor está girando. As velocidades dos motores na prática são medidas em RPM ( rotações por minuto ). - Motores Assíncronos são aqueles cuja velocidade do rotor não é síncrona com a freqüência da rede CA. Nr < Ns Ns= 120f / P N= Ns - Nr S = ((Ns-Nr)/Ns) x 100 Ex: um motor de 2 pólos ligado a uma rede 60Hz tem em seu rotor girando a 3550 rpm, teremos: Nr = 3550 rpm, Ns= 120x60/2= 3600 rpm logo, S = (3600-3550)/3600 = 0,0138 x 100= 1,38 % de escorregamento percentual. Quando um motor assíncrono está em vazio o escorregamento é baixo, porque Nr se aproxima de Ns. Quando se aplica carga no eixo do motor o escorregamento aumenta. À primeira vista, as máquinas de indução podem ser também consideradas como máquinas de excitação única, porque são aplicadas a seu estator apenas tensões alternadas polifásicas. Mostraremos, contudo, que uma tensão alternada de freqüência variável é induzida no seu rotor, da mesma maneira que se induz uma tensão alternada, por ação transformadora, num secundário de um transformador . A máquina de indução, conseqüentemente, é uma máquina de dupla excitação, na qual uma tensão alternada CA é aplicada a ambos os enrolamentos, ao do estator (armadura) e ao do rotor . A tensão aplicada ao enrolamento da armadura é uma tensão de excitação de freqüência (normalmente) constante e de potencial também (normalmente) constante, suprida por um barramento polifásico ou monofásico, da mesma maneira que nas máquinas síncronas. A tensão aplicada ao rotor é uma tensão induzida de freqüência e potencial variáveis, produzida como conseqüência da velocidade do rotor com relação à velocidade síncrona. De todos os tipos de motores estudados até agora (motores CC e motores polifásicos CA síncronos), o motor de indução de gaiola de esquilo é o mais simples no aspecto construtivo. Não tem comutador, nem anéis coletores, nem quaisquer contatos movéis entre o rotor e o estator. Este tipo de construção leva a muitas vantagens, inclusive a uma operação isenta de manutenção, indicando-se sua aplicação em localizações remotas, e sua operação em situações severas de trabalho onde a poeira e outros materiais abrasivos sejam fatores a serem considerados. Por esta razão, é correntemente o motor de CA polifásico mais largamente utilizado. Enquanto o motor de indução é talvez o mais simples de todos os motores, sob o ponto de vista de operação e trabalho, a teoria de sua operação é bastante sofisticada. É devido à ação geradora que ocorre, produzindo correntes e um resultante campo magnético oposto, que o motor de indução pode ser classificado como uma máquina duplamente excitada. Além disso, como em todas as máquinas, enquanto o torque eletromagnético é o resultado da interação entre os campos magnéticos produzidos pelas duas correntes de excitação, ocorre simultaneamente uma ação geradora. No motor síncrono CA, ocorriam a ação-motor e a ação geradora à velocidade síncrona do campo magnético girante. No motor de indução CA, nem a ação-motor nem a ação-gerador poderão ocorrer à velocidade síncrona. Por isso, as máquinas que funcionam sob o princípio de indução são classificadas como assíncronas ou não síncronas. O torque desenvolvido na situação de motor parado para cada um dos condutores individuais no rotor pode ser expresso em função do fluxo ou corrente (que produz o fluxo), no estator e no rotor, respectivamente, como: T= k t x Φ x Ir x cos Φr Como um princípio unificante, o torque desenvolvido em cada condutor de ums máquina duplamente excitada é proporcional a Φ1 Φ2 cos Φ, onde Φ1 Φ2 representam os fluxos resultantes produzidos pelas duas tensões de excitação, e Φ é o ângulo entre os fluxos. Assim, o torque é produzido pela repulsão ou atração de dois campos magnéticos. Este princípio, portanto, é igualmente verdadeiros para instrumentos eletrodinamométricos e para alto-falantes dinâmicos. onde Kt é uma constante de torque para o número de pólos, o enrolamento, as unidades empregadas, etc. Φ é o fluxo produzido por cada pólo unitário do campo magnético girante que concatena o condutor do rotor. Ir cos Φr é a componente da corrente do rotor em fase com Φ. CORRENTE NOMINAL Quanto a corrente nominal no motor podemos determinar como sendo: Para motores monofásicos I = P(cv) x 736 (A) V x η x cos θ Para motores trifásicos I = P(cv) x 736 .(A) 1,73 x V x η x cos θ 181 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores onde: P(cv) – potência do motor em CV, sendo convertida para W V – tensão nominal, Volts η - rendimento do motor cos θ - fator de potência do motor MOTOR SÍNCRONO O motor síncrono não tem inerentemente torque de partida, isto é, não parte por si mesmo sem um enrolamento de compensação. Como os motores de indução, os motores síncronos possuem enrolamentos no estator que produzem o campo magnético girante, mas, o circuito do rotor de um motor síncrono é excitado por uma fonte de corrente contínua proveniente de uma excitatriz, que é um pequeno gerador de corrente contínua. O motor síncrono não tem partida própria, necessitando, portanto, que o rotor seja arrastado até a velocidade síncrona por um meio auxiliar. Existem motores em que a partida é dada por condutores em gaiolas embutidos na face dos polos do rotor. Inicia- se a partida como motor de indução e no momento certo excita-se os polos do rotor e o motor entra em sincronismo. Entre as vantagens dos motores síncronos, em relação aos de indução, está o fato de que o entreferro nas máquinas síncronas é maior. O enrolamento de indução do rotor desenvolve, portanto, durante a partida uma relação razoavelmente grande de sua reatância para sua para sua resistência. Embora isso possa resultar em maiores correntes de partida e menores fatores de potência para o desenvolvimento do mesmo torque, ou mesmo de um torque menor, o fato resulta em melhor velocidade de escorregamento a vazio do motor síncrono. O motor síncrono parte e funciona à velocidade síncrona ou a uma velocidade próxima dela, através dos enrolamentos amortecedores que propiciam uma partida como a de um motor de indução.Operação: Durante o período transitório, quando se acelera um motor síncrono, como se ele fosse motor de indução, teremos uma corrente de armadura circulando no enrolamento do estator. Está corrente que estará sendo limitada essencialmente pela tenção induzida e pela corrente circulante nas barras de enrolamento amortecedor do rotor, por ação-transformador. Quando se energiza o campo cc(e o rotor entra em sincronismo), por outro lado, o fluxo do motor induz nos condutores do estator uma tensão CA. Uma vez que o motor síncrono está em paralelo com o barramento, a corrente que o motor solicita da rede, como resultado da ação-motor, é uma corrente sincronizante, requerendo-se, portanto, uma potencia sincronizante para manter o seu motor em sincronismo com a frequência de rotaçao do fluxo do estator. O motor síncrono AC usa eletroímãs como estatores para fazer girar o rotor que é um ímã permanente. O rotor gira com fre- qüência igual ou múltipla daquela da AC aplicada. Este motor é essencialmente idêntico a um gerador elétrico;realmente, geradores e motores têm configuração bastante próximas. Um gerador usa do trabalho mecânico para produzir a energia elétrica enquanto que um motor usa a energia elétrica para produzir trabalho mecânico. O rotor, na ilustração acima, é um ímã permanente que gira entre dois eletroímãs estacionários. Como os eletroímãs são alimentados por corrente alternada, seus pólos invertem suas polaridades conforme o sentido da corrente inverte. O rotor gira enquanto seu pólo norte é 'puxado' primeiramente para o eletroímã esquerdo e 'empurrado' pelo eletroímã direito. Cada vez que o pólo norte do rotor está a ponto de alcançar o pólo sul de um eletroímã estacionário, a corrente inverte e esse pólo sul transforma-se um pólo norte. O rotor gira continuamente, terminando uma volta para cada ciclo da corrente alternada. Como sua rotação é perfeitamente sincronizada com as reversões da C.A, este motor é denominado 'motor elétrico síncrono da C. A.'. O motor da bomba d'água de máquinas de lavar roupa, por exemplo, são desse tipo. Os motores de C.A síncronos são usados somente quando uma velocidade angular constante é essencial para o projeto. Entretanto, os motores síncronos ilustram um ponto importante sobre motores e geradores: são, essencialmente, os mesmos dispositivos. Se você conectar um motor C.A síncrono à rede elétrica domiciliar e o deixar girar, extrairá energia do circuito elétrico e fornecerá trabalho mecânico. Mas, se você ligar uma lâmpada incandescente no cordão de força que sai desse mesmo motor e girar bem rapidamente seu rotor (com um sistema de rodas acopladas e manivela), gerará 'eletricidade' e a lâmpada acenderá. 182 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores MÁQUINAS ELÉTRICAS UNIDADE IV PARTE B Partida do Motor de Indução Embora haja algumas exceções, de uma maneira geral, um motor de indução requer aproximadamente seis vezes a sua corrente nominal para partida a tensão nominal. Na maioria das utilizações, residenciais ou industriais, pequenos motores de indução do tipo gaiola, de baixa potência, podem partir com ligação direta à rede, sem que se verifiquem quedas na tensão de suprimento e sem que se verifique no motor um grande aumento do período de aceleração, desde o repouso, até sua velocidade nominal. Pelos elevados valores das correntes de partida as concessionárias de energia responsáveis pelo fornecimento de energia residencial e comercial estabelecem limites de potência para a partida a plena carga de grandes motores. Deve-se portanto utilizar sistemas de partida visando a diminuição da corrente de partida. No meio industrial, a adoção de um sistema de partida eficiente envolve considerações quanto à capacidade da instalação, requisitos da carga a ser considerada, além da capacidade do sistema gerador. As próximas seções apresentam os principais métodos de partida utilizados com MITs. Partida direta É o modo de partida mais simples, com o estator ligado diretamente à rede. O motor parte com as suas características naturais. No momento da colocação em funcionamento, o motor comporta-se como um transformador em que o secundário, constituído pela gaiola do rotor, muito pouco resistiva, está em curto-circuito. A corrente induzida no rotor é elevada. Sendo as correntes primária e secundária sensivelmente proporcionais, o pico de corrente resultante é elevado; I partida = 5,0 a 7,5 I nominal. O conjugado de partida é, em média; C partida = 0,5 a 1,5 C nominal. Apesar das suas vantagens (aparelhagem simples, conjugado de partida elevado, partida rápida, preço baixo), a partida direta só é interessante nos casos em que: a potência do motor é baixa, relativamente à potência disponível na rede, de modo a limitar as perturbações originadas pelo pico de corrente, a máquina movimentada não necessita de uma aceleração progressiva e está equipada com um dispositivo mecânico (redutor, por exemplo) que evita uma partida muito rápida, o conjugado de partida tem que ser elevado,. Em contrapartida, sempre que: a corrente exigida possa perturbar o bom funcionamento de outros aparelhos ligados ao mesmo circuito, provocado pela queda de tensão que ela causa, a máquina não aguente golpes mecânicos, o conforto ou a segurança dos usuários sejam considerados (caso das escadas rolantes, por exemplo), torna-se necessário utilizar um artifício para diminuir a corrente exigida ou o conjugado de partida. O processo mais usado consiste em partir o motor sob tensão reduzida. De fato, uma variação da tensão de alimentação tem as seguintes conseqüências: na corrente de partida varia proporcionalmente à tensão de alimentação, n o conjugado de partida varia proporcionalmente ao quadrado da tensão de alimentação. Exemplo: se a tensão for dividida por √3, a corrente é sensivelmente dividida por √3, e o conjugado é dividido por 3. 183 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores Partida com Tensão Reduzida com Autotransformador Motores de indução trifásicos de tipo gaiola podem arrancar com tensão reduzida usando um único autotransformador (ou autocompensador) trifásico ou três transformadores trifásicos como mostra a figura 4. Os taps do autotransformador variam de 50 a 80% da tensão nominal. A chave tripolar de duas posições é colocada na posição de “partida” e deixada lá até que o motor tenha acelerado a carga até aproximadamente a velocidade nominal, sendo então imediatamente levada à posição “funcionamento”, aplicando-se a tensão total da rede. Figura 4 – Partida com tensão reduzida através de autotransformador 184 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores O motor é alimentado a tensão reduzida através de um autotransformador, que é desligado do circuito no final da partida. A partida é feita em três tempos: No primeiro tempo, o autotransformador é ligado primeiro em estrela e em seguida o motor é ligado à rede, por intermédio de uma parte dos enrolamentos do autotransformador. A partida é feita com uma tensão reduzida, que é função da relação de transformação. O autotransformador está geralmente equipado com derivações, que permitem escolher a relação de transformação e, portanto, o valor da tensão reduzida mais apropriado. Antes de passar à ligação a tensão plena, a ligação em estrela é aberta. A fração do enrolamento ligada à rede constitui então uma indutância ligada em série como o motor. Esta operação é realizada quando se atinge a velocidade de equilíbrio, no final do primeiro tempo. A ligação à plena tensão é feita após o segundo tempo, que geralmente é muito curto (uma fração de segundo). As indutâncias ligadas em série com o motor são curto-circuitadas e em seguida o autotransformador é desligado do circuito. A corrente e o conjugado de partida variam nas mesmas proporções. Dividem-se por (U rede / U reduzida)2. Obtêm-se os seguintes valores: Ia = 1,7 a 4 I partida direta Ca = 0,5 a 0,85 C partida direta A partida é feita sem interrupção da corrente no motor. Assim, evitam-se os fenômenos transitórios resultantes da interrupção. Podem, no entanto, produzir-se fenômenos transitórios da mesma natureza no momento da ligação à tensão plena, se não forem tomadas certas precauções. De fato, o valor da indutância ligada em série com o motor após a abertura da ligação estrela é elevado, relativamente ao do motor. Daí resulta uma queda de tensão elevada, que provoca um pico de corrente transitória no momento da ligação a plena tensão. Para evitar este inconveniente, no circuito magnético do autotransformador existe um entreferro, cuja presença dá lugar a uma diminuição do valor da indutância. Este valor é calculado de tal modo que, no momento daabertura da ligação estrela, no segundo tempo, não há variação de tensão nos terminais do motor. A presença do entreferro tem como conseqüência um aumento da corrente magnetizante do autotransformador, que aumenta a corrente exigida na rede durante o primeiro tempo de arranque. Este modo de partida é geralmente utilizado para motores com potência superior a 10 kW. Implica, no entanto, no emprego de equipamentos relativamente caros, devido ao preço elevado do autotransformador. Partida Estrela-Triângulo Em termos de simplicidade e custo, esta é a maneira mais conhecida de partida de um motor de indução. Para que se possa aplicar este método é necessário que o motor permita o acesso a seus terminais das bobinas do estator, de tal forma que seja possível efetuar-se a conexão estrela durante a partida, e delta na operação. Quando ligadas em estrela, a tensão imposta à cada bobina é reduzida em 1/3, ou seja, 57,7 % da tensão da linha. Assim, por meio de chaves como mostra a figura 10, é possível fazer partir um motor de indução em estrela, com pouco mais da metade da tensão nominal aplicada à cada bobina e posteriormente funcionar em delta com toda a tensão de linha. A corrente de linha para a partida fica reduzida a 1/3 da corrente nominal. O chaveamento da posição estrela para a posição delta deve ser feito tão rapidamente quanto possível para eliminar grandes correntes transitórias devidas a perda momentânea de potência. 185 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores Este processo de partida só pode ser utilizado num motor em que as duas extremidades de cada um dos três enrolamentos estatóricos estejam ligadas à placa de terminais. Por outro lado, o enrolamento deve ser feito de tal modo que a ligação triângulo corresponda à tensão da rede; por exemplo, para uma rede trifásica de 380 V, é necessário um motor bobinado em 380V triângulo e 660 V estrela. O princípio consiste em partir o motor ligando os enrolamentos em estrela à tensão da rede, o que é o mesmo que dividir a tensão nominal do motor em estrela por √3 (no exemplo dado acima, tensão da rede 380 V = 660 V/ √3). O pico de corrente de partida é dividida por 3: Ia = 1,5 a 2,6 I partida direta Efetivamente, um motor 380 V/ 660 V ligado em estrela à tensão nominal de 660 V absorve uma corrente √3 vezes menor do que em ligação triângulo a 380 V. Sendo a ligação estrela feita a 380 V, a corrente é novamente dividida por √3, logo, no total, por 3. Uma vez que o conjugado de partida é proporcional ao quadrado da tensão de alimentação, ele próprio também é dividido por 3: Ca = 0,2 a 0,5 C partida direta. A velocidade do motor estabiliza quando os conjugados motor e resistente se equilibram, geralmente entre 75 e 85% da velocidade nominal. Os enrolamentos são então ligados em triângulo e o motor recupera as suas características nominais. A passagem da ligação estrela à ligação triângulo é controlada por um temporizador. O fechamento do contator triângulo se dá com um atraso de 30 a 50 milisegundos após a abertura do contator estrela, o que evita um curto-circuito entre fases, uma vez que os dois contatores não podem ficar fechados simultaneamente. A corrente que atravessa os enrolamentos é interrompida pela abertura do contator estrela. Volta a estabelecer-se quando o contator triângulo fecha. Esta passagem para triângulo fecha. Esta passagem para triângulo é acompanhada de um pico de corrente transitória muito curto, mas muito elevado, devida à força contra-eletromotriz do motor. A partida estrela-triângulo é indicada para as máquinas que tem baixo conjugado resistente, ou que partem em vazio. Em virtude do regime transitório no momento da ligação triângulo, pode ser necessário, acima de uma determinada potência, utilizar uma variante para limitar estes fenômenos transitórios: n temporização de 1 a 2 segundos na passagem estrela-triângulo. Esta temporização permite uma diminuição da força contra-eletromotriz, logo do pico de corrente transitória. Esta variante só pode ser utilizada se a máquina tem inércia suficiente para evitar uma desaceleração excessiva durante a temporização. n partida em 3 tempos: estrela-triângulo+resistência-triângulo. O desligamento subexiste, mas a resistência, ligada em série durante cerca de três segundos com os enrolamentos ligados em triângulo, reduz o pico de corrente transitória. n partida estrela- triângulo+resistência-triângulo sem desligamento. A resistência é ligada em série com os enrolamentos, imediatamente antes da abertura do contator estrela. Evita-se assim a interrupção da corrente e, portanto o aparecimento de fenômenos transitórios. A utilização destas variantes exige a aplicação de componentes suplementares, o que pode ter como conseqüência um aumento considerável do custo de instalação. A utilização de um dispositivo estático do tipo Altistart pode ser, em muitos casos, uma boa solução. 186 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores Partida de Motor de Indução de Rotor Bobinado O torque de partida do motor de indução de rotor bobinado pode ser ajustado por meio de resistências externas associadas ao circuito do rotor, ou seja através da conexão de resistores variáveis em série com cada bobina do rotor. Limitando-se a corrente no circuito do rotor, com torque adequado no instante da partida, a corrente de linha no estator é consideravelmente reduzida. A figura 11 mostra um esquema de tal motor, sem os anéis coletores e com os detalhes do sistema de controle composto de resistências. Na posição “desligado”, mesmo com o motor energizado, o rotor não gira devido ao circuito do rotor estar aberto. O motor arranca ao primeiro contato da chave com a posição de máxima resistência. O motor irá acelerar na medida em que a manopla move-se no sentido horário, diminuindo-se a resistência do rotor. Na posição final, o rotor é completamente curto-circuitado. Se o dispositivo for projetado de tal modo que as resistências permaneçam no circuito, o dispositivo de partida pode servir também como controlador de velocidade. Soft-Start (partida progressiva) A alimentação do motor, quando é colocado em funcionamento, é feita por aumento progressivo da tensão, o que permite uma partida sem golpes e reduz o pico de corrente. Este resultado obtém-se por intermédio de um conversor com tiristores, montados 2 a 2 em cada fase da rede. A subida progressiva da tensão de saída pode ser controlada pela rampa de aceleração ou dependente do valor da corrente de limitação, ou ligada a estes dois parâmetros. Um conversor estático do tipo Altistart é um regulador com 6 tiristores, que é utilizado para partida e parada progressivas de motores trifásicos de rotor em curto-circuito. Assegura: no controle das características de funcionamento, principalmente durante os períodos de partida e parada, na proteção térmica do motor e do controlador, na proteção mecânica da máquina movimentada, por supressão dos golpes e redução da corrente de partida. Permite partir todos os motores assíncronos. Pode ser curto-circuitado no final da partida por um contator, mantendo o controle do circuito de comando. Além do controle da partida, permite ainda: nova desaceleração progressiva, na parada com frenagem. 187 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores MÁQUINAS ELÉTRICAS UNIDADE IV PARTE C 1 - Motores de Indução Monofásicos Os motores monofásicos são assim chamados porque os seus enrolamentos de campo são ligados diretamente a uma fonte monofásica. Os motores de indução monofásicos são a alternativa natural aos motores de indução polifásicos, nos locais onde não se dispõe de alimentação trifásica, como residências, escritórios, oficinas e em zonas rurais. Apenas se justifica a suautilização para baixas potências (1 a 2 KW). Entre os vários tipos de motores elétricos monofásicos, os motores com rotor tipo gaiola destacam-se pela simplicidade de fabricação e, principalmente, pela robustez, confiabilidade e manutenção reduzida. Por terem somente uma fase de alimentação, não possuem um campo girante como os motores polifásicos, mas sim um campo magnético pulsante. Isto impede que tenham binário de arranque, tendo em conta que no rotor se induzem campos magnéticos alinhados com o campo do estator. Para solucionar o problema de arranque utilizam-se enrolamentos auxiliares, que são dimensionados e posicionados de forma a criar uma segunda fase fictícia, permitindo a formação do campo girante necessário para o arranque. Os motores monofásicos são classificados em motores comutadores, motores de indução ou motores síncronos, conforme o método usado para lhes dar a partida, da seguinte forma: • Motor comutador. -motor ca em série (ou universal série). -motor de repulsão. • Motor de indução -motores de fase dividida. (a) Motor com capacitor de partida. (b) Motor com capacitor. -motor de indução com partida de repulsão. -motor com pólo sombreado. • Motor síncrono. Motor comutador. Motor ca série. Quando um motor comum cc série é ligado a uma fonte de alimentação ca, a corrente retirada pelo motor é baixa em virtude da alta impedância do campo em série. Disto resulta um baixo torque de rotação. Para se reduzir à reatância do campo ao mínimo, os motores ca série são construídos com o menor número de espiras possível. A reação da armadura é superada utilizando-se enrolamentos compensadores nas peças polares. As características de funcionamento são semelhante ás dos motores série. A velocidade aumenta até um valor alto com a diminuição da carga. O torque é alto para correntes altas da armadura, de modo que o motor tenha um bom torque de partida. Os motores ca série funcionam com maior eficiência em baixas freqüências. Alguns deles, de maiores dimensões, usados em locomotivas, funcionam em 25hz ou menos. Entretanto, são projetados modelos menores com potência de fração de cavalo-vapor (cv), para funcionar em 50hz ou 60hz. Motor de repulsão. O motor de repulsão tem uma armadura e um comutador semelhante ao do motor cc. Entretanto, as escovas não estão ligadas à fonte de alimentação, mas estão curto-circuitadas. Os enrolamentos do estator produzem uma corrente nos enrolamentos do rotor por indução. Está corrente produz pólos magnéticos no rotor. A orientação desses pólos depende da posição das escovas. A interação do campo do rotor com o campo do estator cria o torque do motor. O motor de repulsão tem um alto torque de partida e alta velocidade com cargas leves. Ele é usado onde se espera cargas pesadas de partida. 188 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores Motor de indução. O motor de indução monofásico não tem partida própria. O campo magnético criado no estator de alimentação ca permanece alinhado num sentido. Este campo magnético, embora estacionário, pulsa com a onda seno da tensão. Este campo pulsante induz uma tensão nos enrolamentos do rotor, mas o campo do rotor só pode se alinhar com o campo do estator. Com estes dois campos em linha reta, não aparece nenhum torque. É necessário então fazer o rotor girar através de algum dispositivo auxiliar. Uma vez atingida a rotação do rotor com velocidade suficiente, a interação entre os campos do rotor e do estator manterá a rotação. O rotor continuará a aumentar a velocidade, tentando engatar na velocidade de sincronismo. Finalmente, ele atingirá uma velocidade de equilíbrio igual à velocidade de sincronismo menos o escorregamento. Motor de fase dividida. Se dois enrolamentos do estator de impedâncias diferentes estiverem separados de 90 graus elétricos, mas ligados em paralelo a uma fonte monofásica, o campo produzido parece girar. Este é o principio da divisão de fase. No motor de fase dividida o enrolamento da partida ou auxiliar tem uma resistência mais alta e uma reatância mais baixa do que a do enrolamento principal. Quando a mesma tensão(vt) é aplicada aos dois enrolamentos, a corrente no enrolamento principal(im) segue atrás da corrente no enrolamento da partida (is). O ângulo ∅ entre o enrolamento principal e da partida constitui uma diferença de fase suficiente para fornecer um campo magnético rotativo fraco que dá para produzir o torque de partida. Quando o motor atinge uma velocidade predeterminada, geralmente 70 a 80 por cento da velocidade de sincronismo, uma chave centrifuga montada sobre o eixo do motor se abre, desligando assim o enrolamento da partida. Pelo fato de ter um baixo torque de partida, esse tipo de motor é amplamente usado para cargas com partida relativamente fácil. Freqüentemente ele é usado em dimensões maiores do que1/3 hp. As aplicações mais comuns incluem as maquinas de lavar e ferramentas de marcenaria. Motor com capacitor de partida. Colocando-se um capacitor em série com o enrolamento de partida de um motor de fase dividida, pode-se melhorar as características da partida. Pode-se fazer a corrente do enrolamento da partida seguir adiante da tensão. Pode-se fazer ∅ aproximadamente 90º, o que resulta num torque de partida mais alto. Este motor também emprega uma chave centrífuga para desligar o enrolamento de partida. Portanto, o capacitor fica no circuito somente durante o período da partida. Motor com capacitor. O motor com capacitor funciona com um enrolamento auxiliar e um capacitor em série permanentemente ligado à linha. A capacitância em série pode ser de um valor para a partida e outro valor para a rotação.À medida que o motor gira aproximando-se da velocidade de sincronismo, a chave centrífuga desliga uma seção do capacitor. Motor de indução com partida por repulsão. Como um motor cc, o rotor do motor de indução com partida por repulsão possui enrolamentos ligados a um comutador. As escovas da partida fazem contato com o comutador de modo que o motor parte como um motor de repulsão. À medida que o motor se aproxima da velocidade máxima, um dispositivo centrífugo curto-circuita todos os segmentos do comutador, de modo que ele funcione como um motor de indução. Este tipo de motor é construído em dimensões que variam de ½ a 15 hp e é usado em aplicações que exigem um alto torque de partida. Motor de pólo sombreado ou pólo fendido. Produz-se um pólo sombreado através de uma bobina de curto-circuito enrolada em torno de uma parte de cada pólo do motor. A bobina é formada geralmente por uma única cinta ou faixa de cobre. O efeito dessa bobina é o de produzir um pequeno movimento de varredura do fluxo do campo de um lado ao outro da peça polar à medida que o campo pulsa. Esse ligeiro desvio do campo magnético produz um pequeno torque de partida. Portanto, os motores de pólo sombreado possuem partida própria. À medida que o campo aumenta na peça polar é induzida uma corrente na bobina de sombreamento. Esta corrente produz um campo magnético que se opõe ao campo principal. O campo principal se concentra, portanto, do lado oposto das peças polares. À medida que o campo começa a diminuir o campo da bobina de sombreamento se somará ao campo principal. Essa concentração de fluxo desloca-se então para a outra borda da peça polar. Esse método de partida de motores é usado em motores muito pequenos, até cerca de 1/25 hp, para girar pequenos ventiladores, aparelhos domésticos pequenos e relógios. Motor síncrono. Existem vários tipos de motores que trabalham em relógios elétricos, em pratos de toca discos e outros dispositivos que exigem precisão na rotação. Um tipo é chamado de motor síncrono de warren. Sua partida é dada utilizando-se bobinas de sombreamento na peça polar. O motor atingea velocidade de sincronismo a partir dos efeitos das correntes parasitas que fluem no ferro do rotor e da histerese. Sua maior aplicação está nos relógios e outros dispositivos marcadores de tempo. Tipos de Motores de indução monofásicos: Motor de Pólos Sombreados (ou shaded pole); Motor de Fase Dividida (ou split phase); Motor de Condensador de Partida (ou capacitor - start); Motor de Condensador Permanente (ou permanent - split capacitor); Motor com Dois Condensadores (ou two-value capacitor). Seguidamente vamos apresentar o funcionamento, características, vantagens e aplicações dos vários tipos de motores monofásicos. 1.1 - Motor de Pólos Sombreados O motor de pólos sombreados, também chamado de motor de campo distorcido (ou shaded pole), graças ao seu processo de arranque, é o mais simples, confiável e econômico do motores de indução. Construtivamente existem diversos tipos, sendo que uma das formas mais comuns é a de pólos salientes. Cada pólo vai ter uma parte (em geral 25% a 35% do mesmo) é abraçada por uma espira de cobre em curto-circuito. A corrente induzida nesta espira faz 189 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores com que o fluxo que a atravessa sofra um atraso em relação ao fluxo da parte não abraçada pela mesma. O resultado disto ‚ semelhante a um campo girante que se move na direção da parte não abraçada para a parte abraçada do pólo, produzindo o binário que fará o motor partir e atingir a rotação nominal. O sentido de rotação, portanto, depende do lado em que se situa a parte abraçada do pólo. Consequentemente, o motor de campo distorcido apresenta um único sentido de rotação. Este geralmente pode ser invertido, mudando-se a posição da ponta de eixo do rotor em relação ao estator. Existem outros métodos para se obter inversão de rotação, mas muito mais dispendiosos. Quanto ao desempenho, os motores de campo distorcido apresentam baixo binário de arranque (15% a 50% do nominal), baixo rendimento e baixo fator de potência. Devido a esse fato, eles são normalmente fabricados para pequenas potências, que vão de alguns milésimos de cv a 1/4 cv. Pela sua simplicidade, robustez e baixo custo, são ideais em aplicações tais como: movimentação de ar (ventiladores, exaustores, purificadores de ambiente, unidades de refrigeração, secadores de roupa e de cabelo, pequenas bombas e compressores, projetores de slides, gira-discos e aplicações domésticas. Apesar de sua aparente simplicidade, o projeto deste tipo de motor é de extrema complexidade, envolvendo conceitos de duplo campo girante, campos cruzados e complexa teoria eletromagnética. 1.2 - Motor de Fase Dividida (Split.Phase) Este motor possui um enrolamento principal e um auxiliar (para o arranque), ambos defasados de 90 graus. O enrolamento auxiliar cria um deslocamento de fase que produz o binário necessário para a rotação inicial e a aceleração. Quando o motor atinge uma rotação predeterminada, o enrolamento auxiliar‚ é desligado da rede através de uma chave que normalmente é atuada por uma força centrífuga (chave ou disjuntor centrífugo) ou em casos específicos, por relé de corrente, chave manual ou outros dispositivos especiais. Como o enrolamento auxiliar é dimensionado para atuar apenas no arranque, se não for desligado logo após o arranque danifica-se. O ângulo de desfasamento que se pode obter entre as correntes do enrolamento principal e do enrolamento auxiliar é pequeno e, por isso, estes motores têm binário de arranque igual ou pouco superior ao nominal, o que limita a sua aplicação a potências fracionárias e a cargas que exigem pouco binário de arranque, tais como máquinas de escritórios, ventiladores e exaustores, pequenos polidores, compressores herméticos, bombas centrífugas, etc. 1.3 - Motor de Condensador de Partida (Capacitor-Start) É um motor semelhante ao de fase dividida. A principal diferença reside na inclusão de um condensador eletrolítico em série com o enrolamento auxiliar de arranque. O condensador permite um maior ângulo de desfasamento entre as correntes dos enrolamentos principal e auxiliar, proporcionando assim, elevados binários de arranque. Como no motor de fase dividida, o circuito auxiliar é desligado quando o motor atinge entre 75% a 80% da velocidade síncrona. Neste intervalo de velocidades, o enrolamento principal sozinho desenvolve quase o mesmo binário que os enrolamentos combinados. Para velocidades maiores, entre 80% e 90% da velocidade síncrona, a curva do binário com os enrolamentos combinados cruza a curva de binário do enrolamento principal de maneira que, para velocidades acima deste ponto, o motor desenvolve menor binário, para qualquer escorregamento, com o circuito auxiliar ligado do que sem ele. Devido ao fato de o cruzamento das curvas não ocorrer sempre no mesmo ponto e, ainda, o disjuntor centrífugo não abrir sempre exatamente na mesma velocidade, é prática comum fazer com que a abertura aconteça, na média, um pouco antes do cruzamento das curvas. Após a abertura do circuito auxiliar o seu funcionamento é idêntico ao do motor de fase dividida. Com o seu elevado binário de arranque (entre 200% e 350% do binário nominal), o motor de condensador de partida pode ser utilizado numa grande variedade de aplicações e‚ fabricado para potências que vão de ¼ cv a 15 cv. 1.4 - Motor De Condensador Permanente (Permanent.Split Capacitor) Neste tipo de motor, o enrolamento auxiliar e o condensador ficam permanentemente ligados, sendo o condensador do tipo electrostático. O efeito deste condensador é o de criar condições de fluxo muito semelhantes às encontradas nos motores polifásicos, aumentando, com isso, o binário máximo, o rendimento e o fator de potência, além de reduzir sensivelmente o ruído. Construtivamente são menores e isentos de manutenção, pois não utilizam contactos e partes móveis, como nos motores anteriores. Porém o seu binário de arranque, é inferior ao do motor de fase dividida (50% a 100% do conjugado nominal), o que limita sua aplicação a equipamentos que não requerem elevado binário de arranque, tais como: máquinas de escritório, ventiladores, exaustores, sopradores, bombas centrifugas, esmeris, pequenas serras, furadeiras, condicionadores de ar, pulverizadores, etc. São fabricados normalmente para potências de 1/50 a 1,5 cv. Rotor Rotor 190 MATERIAL DIDÁTICO Escola Técnica Electra – Máquinas e Transformadores 1.5 - Motor Com Dois Condensadores (Two.Value Capacitor) É um motor que utiliza as vantagens dos dois anteriores: arranque como o do motor de condensador de partida e funcionamento em regime idêntico ao do motor de condensador permanente. Porém, devido ao seu alto custo, normalmente são fabricados apenas para potências superiores a 1 cv. Fase Auxiliar capacitor permanente Capacitor de arranque Fase principal chave 2 - Motores universais Antes de comentarmos sobre os verdadeiros motores elétricos AC, vejamos um tipo intermediário de motor denominado motor universal. Esse motor pode funcionar tanto com alimentação DC como AC. Um verdadeiro motor elétrico DC não aceita alimentação AC (essa inverte o sentido da corrente a cada meio ciclo e isso apenas causaria trepidações); do mesmo modo, um verdadeiro motor AC (como veremos) não aceita alimentação DC (essa não oferecerá as convenientes alterações do sentido da corrente para o correto funcionamento do motor). Porém, se substituirmos os ímãs permanentes dos estatores dos motores DC por eletroímãs e ligarmos (em série) esses eletroímãs no mesmo circuito do rotor e comutador, teremos um motor universal. Eis a ilustração dessa 'engenhoca': Nos motores universais, tanto estator como rotor são eletroímãs com bobinas em série e concordância.