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Doenças cardiovasculares: Angina Estável: Dor no peito que pode se confundir com infarto Bloqueio parcial das artérias coronárias na passagem de sangue Não chega a comprometer o abastecimento de nutrientes e/ou O2 Infarto Agudo do Miocárdio (IAM): Processo de necrose do miocárdio causado pelo bloqueio de sangue nas artérias coronárias devido à uma trombose (coágulo) A aterosclerose é a principal causa IAM constitui a causa mais frequente de morte nos países ocidentais industrializados Doença Isquêmica do Coração: Redução ou eliminação de sangue para abastecimento do miocárdio. Insuficiência Cardíaca Congestiva: O coração é incapaz de bombear sangue numa frequência proporcional às necessidades metabólicas dos tecidos Para uma boa oxigenação é necessário se ter uma boa perfusão e uma boa troca de gases (pulmão), precisando que a quantidade de sangue que chegue nos pulmões seja suficiente para realizar essa troca, e que os alveolos se dilatem, se enchendo de ar para fazer uma troca satisfatória Nessa insuficiência há a dilatação alveolar, mas, há deficiência na troca pela perfusão pobre, Provoca um desequilíbrio ácido básico Pode levar também a uma obstrução renal, pois o rim trabalha para retirar o excesso de alguma coisa que está em excesso no sangue ou reabsorver para poder aumentar os níveis de algum metabólito, trabalhando de acordo com que eles recebem em termo de volume sanguíneo Quando há uma ICC pode-se entender que a pessoa est[a com uma deficiência renal quando na verdade ela não tá Os rins estão prontos para trabalhar mas não tem perfusão suficiente Síndrome Coronariana Aguda (SCA): Refere-se a um conjunto de sintomas clínicos causados por isquemia miocárdica aguda Paciente desenvolve a sindrome devido ao infarto A causa mais comum é a doença aterosclerótica coronariana com ruptura da placa Pode levar também a ateriosclerose (enrijecimento/envelhecimento da artéria) devido a deposição de cálcio na camada de gordura A prevenção pode ser feita por vários testes: Bioquímicos Eletrocardiograma Avaliação física Desnivelamento Seguimento ST Quando o paciente tem sulfa, desnivelamento e seguimento ST, isso indica uma gravidade maior no fator de risco de o paciente tender ao infarto, chegando até o óbito Em pacientes com SCA um tratamento precoce pode reduzir a extensão da lesão Objetivos da avaliação inicial de pacientes com dor no peito: Evidenciar a probabilidade de os sintomas estarem relacionados à isquemia Evidenciar o risco de eventos cardíacos recorrentes Aterosclerose (Principal causa de IAM): Principal causa do comprometimento cardíaco Um processo multifatorial e complexo Pessoas com receptores de HDL defeituosos Fatores inflamatórios circulantes - artrite reumatóide Aumento do estresse oxidativo Ativação de lipoproteínas de baxa densidade - propicia desenvolvimento do ateroma Líder como causa de óbito Lesões ateroscleróticas: início da vida intrauterina Evolução silenciosa ao longo dos anos É caracterizada pela presença de ateromas (do grego: athera, mingau; sklerosis, endurecimento), espessamentos arteriais que, ao serem seccionados, mostram um depósito amarelado e pastoso feito quase somente de ésteres de colesterol É uma doença progressiva que se inicia com depósitos de lipídios no interior das células da musculatura lisa da parede interna das artérias. Essas lesões acabam se tornando placas calcificadas fibrosas que reduzem a luz das artérias, podendo até mesmo bloquea-las A consequente rugosidade da parede arterial induz a formação de coágulos sanguíneos, que também podem ocluir as artérias. A parada do fluxo sanguíneo (infarto) causa a morte dos tecidos privados de sangue Embora os ateromas possam ocorrer em muitas artérias diferentes, eles são mais frequentes nas artérias coronárias, que irrigam o coração, o que resulta nos infartos agudos do miocárdio (IAM) Fatores de risco: Se o paciente é diabético, tem um risco maior de desenvolver o infarto pois se for DM 1, a diminuição da insulina vai fazer com que o glucagon haja sem oposição e a glicose aumentada no sangue vai se ligar a algumas moléculas e pode alterar a capacidade metabólica das células endoteliais O glucagon aumentado induz a quebra de glicogênio e consequente aumento da glicemia e a lipólise, que vai aumentar os triglicerídeos séricos Aumentando o LDL e perturbando o perfil lipídico do paciente O excesso de glicose no sangue se liga a moléculas, perturbando suas propriedades, como pode acontecer com a LDL, que quando glicada tem mais chances de ser oxidada Produtos da oxidação da nicotina também podem gerar um estresse oxidativo e estimular a oxidação das LDLs Os radicais livres querem arrancar elétrons de algum lugar/molécula e eles podem arrancar da LDL oxidando-a Patogenia da Aterosclerose: Há duas hipóteses dominantes que buscam explicar os mecanismos por trás da aterosclerose: Um enfatiza a proliferação celular A outra foca a formação repetitiva e a organização dos trombos O ponto de vista contemporâneo incorpora elementos de ambas as teorias, e também integra os fatores de risco já citados: Hipótese da resposta a lesão Essa teoria descreve a aterosclerose como uma resposta inflamatória e de resolução crônica da parede arterial à lesão endotelial. Ocorre progressão da lesão através da interação de lipoproteínas modificadas, de macrófagos derivados de monócitos e de linfócitos T com os constituintes normais da parede arterial. De acordo com esse modelo, a aterosclerose é produzida pelos seguintes eventos patogênicos: Lesão endotelial: que causa (entre outras coisas) aumento da permeabilidade vascular, adesão de leucócitos e trombose; Acúmulo de lipoproteínas: principalmente LDL e suas formas oxidadas, na parede do vaso; Adesão de monócitos ao endotélio: seguida por migração para a íntima e transformação em macrófagos e células espumosas; Adesão plaquetária; Liberação de fatores das plaquetas, macrófagos e células da parede vascular ativados: induzindo recrutamento de células musculares lisas, seja da média, seja de precursores circulantes; Proliferação de células musculares lisas e a produção de matriz extracelular (MEC); Acúmulo de lipídios: extracelularmente e dentro das células (macrófagos e células musculares lisas). Fatores de Risco Processo Patogenético Primário Não Modificáveis Idade, Raça, Gênero Masculino, Genética Modificáveis pelo Estilo de Vida Dieta rica em gordura saturada e colesterol; pobre em frutas, vegetais e grãos Colesterol sanguíneo alto e estresse oxidativo Obesidade Síndrome metabólica de resistência à insulina Tabagismo Estresse oxidativo Sedentarismo Perfusão pobre, perfil lipídico adverso Modificáveis por Drogas Dislipidemia Estresse oxidativo Hipertensão Estresse oxidativo, vasoconstrição Não Tradicional Lipoproteína (LP)-a Trombogênese Elevação de Homocisteína (Hcy) Estresse oxidativo Infecção Inflamação Elevação dos fatores de coagulação Elevação da hs-CRP Papel da LDL na aterosclerose: Uma dieta rica em colesterol, triglicerídeos, combinada a fatores de risco (diabetes, homocisteína elevada, tabagismo etc) provocarão a oxidação dessa lipoproteína LDL modificada estimula expressão de MCP-1 nas células endoteliais Diferenciação de monócitos em macrófagos Recrutamento de monócitos do sangue através das moléculas de adesão: Moléculas de adesão: As selectinas: E-selectina e P-selectina medeiam o rolamento inicial de células inflamatórias ao longo das células endoteliais VCAM-1 (molécula-1 de adesão de célula vascular) e ICAM-1 (molécula-1 de adesão intercelular) Medeia a adesão e transmigração de monócitosno endotélio. LDLox estimula a expressão de moléculas de adesão em células endoteliais: Macrófagos expressam receptores que captam LDL modificada Células espumosas estimulam a cicatrização a partir das células musculares lisas ao invés de impedir, deixa a placa ateromatosa em um estado livre para crescimento A Inflamação: As células e vias inflamatórias contribuem para o início, a progressão e as complicações das lesões ateroscleróticas. Embora os vasos normais não se liguem as células inflamatórias, no início da aterogênese, as células endoteliais arteriais disfuncionais expressam moléculas de adesão que incentivam a adesão de leucócitos. A molécula de adesão a células vasculares-1 (VCAM-1), em particular, liga-se a monócitos e linfócitos T Depois que estas células aderem ao epitélio, migram para a íntima sob a influência de quimiocinas produzidas localmente. Os monócitos se transformam e mmacrófagos e englobam avidamente as lipoproteínas, inclusive o LDL oxidado Ocorre o recrutamente e a diferenciação dos monócitos em macrófagos (e, finalmente, em células espumosas), que são teoricamente protetores, porque essas células removem partículas lipídicas potencialmente prejudiciais. No entanto, o LDL oxidado potencializa a ativação dos macrófagos e a produção de citocinas Os macrófagos ativados também produzem espécies reativas de oxigênio que agravam a oxidação do LDL e elaboram fatores de crescimento que impulsionam a proliferação de células musculares lisas Os línfócitos T recrutados para a íntima interagem com os macrófagos e podem gerar um estado inflamatório crônico Não está claro se os linfócitos T estão respondendo a antígenos específicos (ex.: antígenos bacterianos ou virais, ou constituintes modificados da parede arterial e lipoproteínas) ou se são ativados inespecificamente pelo meio inflamatório local. Todavida, o linfócitos T ativados nas lesões da íntima em crescimento elaboram citocinas inflamatórias (ex.: IFN-gama), que podem estimular os macrófagos, bem como as células endoteliais e as células musculares lisas. Em consequência do estado inflamatório crônico, os leucócitos ativados e as células da parede vascular liberam fatores de crescimento que promovem a proliferação de células musculares lisas e síntese da matriz extracelular Proliferação do músculo liso: A proliferação de células musculares lisas da íntima converte uma estria gordurosa, a lesão mais inicial, em ateroma maduro e contribuem para o crescimento progressivo das lesões ateroscleróticas. As células musculares lisas da camada íntima podem ser recrutadas de precursores circulantes e que te mum fenótipo proliferativo e sintético distinto daquele subjacente às células musculares lisas da média As células musculares lisas recrutadas sintetizam MEC (notavelmente colágeno), que estabiliza as placas ateroscleróticas. No entanto, as células inflamatórias ativadas dos ateromas podem causar apoptose de células musculares lisas da íntima e também pode maumentar o catabolismo da MEC, resultando em placas instáveis. No pico hipertensivo a placa pode romper-se Consequências da doença aterosclerótica: Ruptura, ulceração ou erosão -> trombose Hemorragia em uma placa Ateroembolia (produção de microêmbolos por ruptura da placa); Formação de Aneurisma (perda de elasticidade, fraqueza, dilatação, ruptura) Marcadores de Risco Cardiovascular: O objetivo em se utilizar marcadores cardíacos para o monitoramento dos pacientes é para evitar danos mais graves e identificar o infarto logo de ínicio. Evidenciando a probabilidade desses sintomas estarem relacionados com isquemia. Lipoproteínas: Compostos mistos de proteínas e lipídeos que atuam principalmente no transporte de lipídeos no sangue e facilitam a interação dos lipídeos com enzimas. Transpote de lipídeos exógenos Transporte de lipídeos endógenos Transporte reverso do colesterol Características das lipoproteínas: Transportam colesterol e TAG (triacilglicerois) exógenos do intestino para os tecidos: Quilomícrons Grupo das partículas que transportam colesterol e TAG endógenos do fígado para os tecidos: VLDL (Lipoproteína de Densidade Muito Baixa) IDL (Lipoproteína de Densidade Intermediária) LDL (Lipoproteínas de Densidade Baixa) Partícula que realiza o transporte reverso do colesterol, levando-o dos tecidos para o fígado: HDL (Lipoproteína de Alta Densidade) Faz transporte reverso do colesterol, pegando o colesterol da placa ateromatosa e levando para o fígado para ser transformado em ácidos biliares Principais classes das lipoproteínas plasmáticas humanas algumas propriedades Composição (wt %) Lipoproteína Densidade (g/mL) Proteína Fosfolipídios Colesterol livre Esters de colesterol Triacilgliceróis Quilomicrons <1,006 2 9 1 3 85 VLDL 0,95-1,006 10 18 7 12 50 LDL 1,006-1,063 23 20 8 37 10 HDL 1,063-1,210 55 24 2 15 4 Captação do colesterol por endocitose mediada por receptores: Metabolismo das lipoproteínas: Via exógena: Os quilomícrons são formados na mucosa intestinal e têm a função de manter os lipídios exógenos em solução aquosa. Essas Lipoproteínas são liberadas na linfa intestinal (quilo), que circula pelos vasos linfáticos até serem drenadas pelo ducto torácico para as grandes veias do corpo. Após entrarem na circulação, adquirem do HDL lipoproteínas adicionais, como ApoE e ApoC (I, II e III). Os quilomícrons, então, aderem a sítios de ligação na superfície interna (endotélio) dos capilares nos músculos esqueléticos e no tecido adiposo. Nesses locais, seus TAG são hidrolisados pela ação da lipoproteína lipase (LPL), uma enzima extracelular ativada por ApoC II. Os monoacilgliceróis e ácidos graxos liberados por hidrólise são carreados pela albumina e captados pelos tecidos adiposo, para armazenamento, e muscular, como fonte energética; Assim, os quilomícrons vão diminuindo de tamanho, à medida que os TAG são hidrolisados, até serem reduzidos à forma de quilimícrons remanescentes, ricos em colesterol. Os remanescentes, então, transferem o excesso de fosfolipídios de superfície e as ApoA de volta para o HDL e dissociam-se do endotélio capilar, entrando novamente na circulação, sendo captados pelo fígado. Assim, os quilomícrons transferem TAG da dieta aos tecidos muscular e adiposo e o colesterol da dieta para o fígado. TG = triglicerídeos; CE = ester de colesterol; A, E, B e C = apolipoproteínas; PL = fosfolipídeo; FC = free cholesterol Via endógena: A função principal dessa via é transferir os lipídios derivados do fígado, especialmente TAG, para as células periféricas onde é realizado o metabolismo energético Esse processo é mediado pela ApoB 100, contina nas lipoproteínas carreadoras de lipídios endógenos (VLDL, IDL e LDL) Os lipídios hepáticos representam os lipídios que foram sintetizados pelo fígado ou lipídios dietéticos que foram transferidos para o fígado pela via exógena Assim como nos quilomícrons, a ApoC II na VLDL também ativa LPL nas células endoteliais. A lipólise progressiva dos TAG a partir do núcleo da VLDL transforma-a em IDL e subsequentemente em LDL Aproximadamente metade das partículas contendo ApoB 100 nesta via é removida, pelos receptores hepáticos de remanescentes, antes de passar pela lipólise completa. A porção restante é convertida por todo o caminho até LDL. O TAG neste LDL é, então, removido pela Proteína de Transferência de Ésteres de Colesterol (CETP), que remove o TAG do LDL e o troca pelos ésteres de colesteril do HDL Durante a transformação lipolítica do VLDL em LDL, o excesso de fosfolipídios e apolipoproteínas é transferido para o HDL, com exceção de ApoB 100 TG = triglicerídeos; CE = ester de colesterol; A, E, B e C = apolipoproteínas; PL = fosfolipídeo; FC = free cholesterol Apolipoproteínas: São as principais moléculas para a diferenciação daslipoproteínas (qualitativa), pois vai se ver que muito da diferenciação é em termo de percentual (quantitativo) na distribuição do seu conteúdo, por exemplo: HDL é a que tem mais proteína LDL é a que tem mais colesterol e éster de colesterol Quilomícron vai ter mais triglicerídeos A medida das apolipoproteínas aumenta a especificidade para a identificação dos fatores de risco coronarianos. O perfil de apolipoproteínas é indicado para pacientes que apresentam risco de aterosclerose, como: Hipercolesterolemia HDL-c reduzido Crianças com antecedentes familiares Uso de anticoncepcional Como medida preventiva em adultos a cada 5 anos Apo B: ApoB-100 é encontrada em LDL e VLDL É uma apolipoproteína que está na estrutura da LDL e VLDL; Quando aumentada significa que há mais LDL circulante, podendo levar ela a alcançar o endotélio Fator de risco cardiovascular Valores normais: 45 a 104 mg/dL Apo A-1: Encontrada na HDL Fator de proteção cardiovascular (ou seja, quando está baixa indica maior risco cardiovascular) Valores normais: 91 a 175mg/dL Lipoproteína (a): Lipoproteína modificada associada a doença arterial coronariana nas raças branca e amarela. Molécula muito pequena que se oxida facilmente, influenciando fortemente o desenvolvimento de ateroma Valores normais: < 30mg/dL Perfil lipídico: Colesterol total (CT): Presente na LDL, HDL e VLDL (não conta quilomícron porque após 12h de jejum não tem mais) Dosar colesterol total (não diferencia as lipoproteínas): Usar uma colesterol esterase que vai liberar o colesterol das glicoproteínas, com formação de peróxido de hidrogênio Triglicérides (TG): Presentes principalmente na VLDL HDL - colesterol (HDL-c): Transporta colesterol das células periféricas para o fígado Diminui a produção de moléculas de adesão Oxidação de LDL Facilita a saída de colesterol do endotélio LDL-colesterol (LDL-c): 70% do colesterol sérico é transportado pela LDL que quando oxidada favorece a aterosclerose; LDL-c = CT - HDL-c - TG/5 TG/5 = VLDL-c (60% TG, 12% colesterol e 28% fosfolipídeos e apolipoproteínas) Só é confiável se o TG for menor ou igual a 400 Após 12 horas de jejum não há quilomícrons na corrente sanguínea LDL pode sofrer oxidação, glicação, e assim facilitar a formação da placa de gordura Se o indivíduo tem defeito nos receptores, terá aumento de LDL circulante LDL é a lipoproteína mais rica em colesterol VLDL é o responsável pela maior parte da concentração de triglicerídeos após 12h de jejum Porque 50% dela corresponde a triglicerídeo e não tem mais quilomícron Variações nas dosagens dos lipídeos: Analíticas - metodologias Pré-analíticas - fatores intrínsecos do indivíduo Coeficiente de variação biológica (CVb) ANALITO INTERVALO DE VARIAÇÃO Colesterol total 1,7 a 11,6 (CVb) HDL-C 2,2 a 13,7 LDL-C 2,0 a 15,3 Triglicérides 5,3 a 74,0 A mobilização dos triacilgliceróis armazenados necessita da presença dos hormônios: Epinefrina; Glucagon Estímulo para a quebra dos triglicerídeos do tecido adiposo. Em jejum o glucagon estará aumentado e no estresse será a epinefrina. Depois de várias fases, estimula a ativação das lipases que quebrará os triglicerídeos, liberando ácidos graxos e glicerol (que é lipossolúvel, indo para a corrente sanguínea) Os triglicerídeos que se dosam estão na VLDL A primeira reação será a quebra do triglicerídeo A segunda reação é com glicerol, que será dosado e estará no soro, que deveria estar dentro da lipoproteína. Quando se for dosar o triglicerídeo do paciente, que é a partir do glicerol, irei considerar o glicerol que estava na estrutura dos triglicerídeos do VLDL principalmente, MAIS o glicerol que já estava no sangue. Condições para determinação do perfil lipídico: Estado metabólico estável; Nenhuma atividade física vigorosa nas 24 horas que antecedem a coleta; Dieta habitual e peso devem ser mantidos por pelo menos duas semanas antes da realização do exame; A repetição das dosagens deve ser realizada no mesmo laboratório; Evitar a ingesta de álcool nas 72 horas que antecedem a coleta; A partir de três meses após o parto; Realizar jejum prévio de 12h a 14h; Após processos infecciosos, inflamatórios, após 24 horas do infarto do miocárdio, ou cirurgia em geral, o perfil lipídico do paciente poderá estar temporariamente comprometido (CT ↓ e TG ↑). Recomenda-se aguardar pelo menos oito semanas para a determinação da lipidemia. Situações em que o glicerol livre está em maior concentração, superestimando os níveis de TG séricos: exercício recente, estresse emocional, doença hepática, diabetes melito, medicação intravenosa contendo glicerol, nutrição parenteral, hemodiálise. VALORES DE REFERÊNCIA DOS LÍPIDES PLASMÁTICOS ADOTADOS NO BRASIL SEGUNDO AS III DIRETRIZES BRASILEIRAS DE DISLIPIDEMIAS E PREVENÇÃO DA ATEROSCLEROSE: Lípides Valores (mg/dL) Categoria CT <200 200 - 239 >240 Ótimo Limítrofe Alto LDL-c <100 100 - 129 130 - 159 160 - 189 >190 Ótimo Desejável Limítrofe Alto Muito Alto HDL-c <40 >60 Baixo Alto TG <150 150 - 200 200 - 499 >500 Ótimo Limítrofe Alto Muito alto Diagnóstico laboratorial das dislipidemias: Hipercolesterolemia isolada: CT > 240 mg/dL com LDL-C > 160 mg/dL; Hipertrigliceridemia: Triglicérides > 200 mg/dL; Dislipidemias mistas: CT > 240 mg/dL com LDL-C > 160 mg/dL e TG > 200 mg/dL. HDL-colesterol baixo: HDL-C < 40 mg/dL, podendo ocorrer em associação com os tipos anteriores. Dislipidemias Primárias: Origem genética; Dislipidemias Secundárias: Dislipidemias secundárias a outras doenças (ex.: Hipotireoidismo, Diabetes melito e Obesidade); Dislipidemias secundárias a medicamentos (ex.: antihipertensivos, corticosteróides e isotretinoína – acne); Dislipidemias secundárias a hábitos de vida inadequados. Marcadores inflamatórios: Avaliam risco de doença arterial coronariana (aterosclerose coronariana) Proteína C reativa ultra sensível (PCR-US): Indica um estado inflamatório basal possivelmente relacionado a aterosclerose ou disfunção endotelial. Risco cardiovascular ALTO (> 0,3 mg/dL) MÉDIO (0,1 a 0,3 mg/dL) BAIXO (< 0,1 mg/dL) A PCR-us pode ser determinada para auxiliar a estratificação de risco de aterosclerose Marcadores pró-inflamatórios: TNF-alfa IL6 Marcadores de desestabilização da placa aterosclerótica: ICAM VCAM Mieloperoxidase Homocisteína: É um aminoácido intermediário formado quando há a interconversão dos aminoácidos metionina e cisteína, e em vários pontos deste processo metabólico é requerida a presença de ácido fólico e de enzimas contendo as vitaminas B6 e B12 como cofatores Valor normal: 5 - 15 nmol/L Elevações associadas a: Disfunção endotelial Trombogênica Maior gravidade da aterosclerose pois aumenta o stress oxidativo A patogenia da lesão vascular determinada pela Hcy, embora seu mecanismo ainda seja incerto, inclui: Lesão da célula endotelial Crescimento da musculatura lisa vascular Maior adesividade plaquetária Aumento da oxidação do LDL Colesterol em deposição na parede vascular Ativação direta da cascata da coagulação Marcadores bioquímicos cardíacos: Devem ser dosados em todos os pacientes com suspeita de SCA (sindrome coronariana aguda) juntamente com o exame físico e interpretação do eletrocardiograma Creatino quinase (CK ou CPK): Encontrada no músculo cardíaco, esquelético e no cérebro Favorece a reposição do ATP gasto na contração muscular No IAM os níveis de CK se comportam como os níveis de AST, porém sem influência hepática Apresenta 3 isoformas: CK-MM: predomina no músculo esquelético (mais de 95% da CK total) CK-MB: predomina no músculo cardíaco (menos de 6% da CK total) CK-BB: predomina no cérebro (raramente presente no soro) A CK representa a atividade de todas as isoenzimas A desvantagem está na sua elevação também em lesões no músculo esquelético Valores normais:<170 U/L Pode estar aumentada também em miocardite, taquiarritimias e outros: A atividade sérica de CK está muito elevada em todos os tipos de distrofia muscular, na hipertermia maligna, após exercícios intensos e em casos de traumas musculares O aumento da atividade sérica, então, depende de lesão muscular, com extravasamento do conteúdo intracelular, incluindo as enzimas, tais como CK. Porém, nas doenças musculares neurogênicas, como: Miastenia gravis Esclerose múltipla Poliomielite Doença de Parkinson A atividade sérica da enzima é normal A isoenzima que apresenta sensível alteração no músculo cardíaco alterado é a CK-2, ou CK-MB, sendo aquela a ser dosada para avaliação do risco e lesão do tecido muscular cardíaco (de 2 a 3% eleva-se até 10 - 15%) Enzima Fonte Janela diagnóstica Utilidade clínica CK total - Músculo esquelético - Músculo cardíaco - Cérebro - Aumento: 6 - 8h - Pico: 24 - 36h - Normalização: 3 - 4 dias Danos musculares sistêmicos CK-MB (CK-2) - Principalmente músculo cardíaco - Pequena fração no músculo esquelético - Aumento: 4 - 6h - Pico: 12 - 24h - Normalização: > 48h Auxílio no diagnóstico do IAM CK-MB: Apresenta boa especificidade para lesões no miocárdio, porém pode apresentar valores elevados junto a CK-MM quando há lesão no músculo esquelético A dosagem deve ser feita junto a CK total para cálculo da proporção da CK-MB com relação a CK total Pacientes podem apresentar níveis elevados de CK-MB sem elevação da CK total (faixa normal ampla), principalmente em pacientes com menor índice de massa muscular Índice relativo: 100% (CK-MB/CK Total) > 6% sugestivo de lesão no miocárdio < 6% sugestivo de lesão no músculo esquelético Eleva-se 4 a 8h após o infarto Atinge pico 12 a 24h após Normaliza-se 48 a 72h após Métodos: CK-MB enzimático (mede a atividade da enzima) - até 24 U/L CK-MB massa (imunológico - detecta a enzima) - até 5,1 ng/mL É mais sensível, determinação mais rápida Macro-CK CK-BB ou CK-MM ligadas a imunoglobulinas A (IgA) ou G (IgG) CK-BB pode influenciar no resultado da CK-MB Técnica mais utilizada para determinação da CK-MB: Solução: CK-BB não é inibida a 45ºC por 20 minutos como a CK-MB. CK-BB pode ser dosada após tal procedimento e obtém-se o valor da CK-MB pela subtração: CK-MB - CK-BB = CK-MB real Mioglobina: Hemoproteína transportadora de oxigênio no músculo cardíaco e esquelético (2% da proteína total do músculo) Eleva-se aproximadamente 1h após infarto (primeira a se elevar) Atingindo pico após 6 - 9h Normalização entre 12 e 24h É muito boa para se ver no ínicio, e não depois de dias É excretada pelos rins e seu aumento pode estar relacionado com a deteriorização da função renal Tem baixo peso molecular (18kDa), o que permiteum rápido extravasamento celular após a lesão Sua quantificação sérica foi defendida, apesar de pouco específica, por se elevar antes da CK-MB (CK-2) após um Infarto Agudo do Miocárdio Troponinas: São proteínas ligantes de tropomiosina, reguladoras da contração do músculo esquelético Principais subunidades das troponinas: TNT (subunidade ligada a tropomiosina) TNC (Ligadora de cálcio) TNI (Subunidade inibidora de actina) As formas de troponina encontradas no músculo cardíaco e esquelético diferem entre si, tornando a forma cardíaca um marcador extremamente específico para a lesão cardíaca Apresentam-se elevadas de 4 a 7h após o infarto, com pico de 12 a 18h e normalização em torno de 10 dias. São mais específicas que a CK-MB para infarto. Detectam pequenas lesões no músculo cardíaco antes mesmo que a CK-MB. Dosagem por métodos imunológicos. Valores normais: < 1ng/mL Marcadores mais utilizados: Troponina T (cTnT) Troponina I (cTnI) Vantagens de se utilizar ensaios de Troponina: Maior especificidade para a lesão miocárdica, na medida em que a CK-MB é encontrada em tecidos não cardíacos Habilidade em detectar pequenas quantidades de lesão miocárdica, não detectáveis pelas mensurações da CK-MB Existe uma tendência a acreditar que indivíduos com troponinas elevadas e CK-MB normal, tenham microinfartos ou algum grau de necrose Quadro comparativo da vida média dos marcadores de IAM Início Pico Normalização Mioglobina 1 a 3h 6 a 9h 24h Troponina T 2 a 4h 12h 7 a 10 dias Troponina I 4 a 6h 12h 7 a 10 dias CK-MB 3 a 5h 24h 2 a 4 dias CK-T 4 a 8h 12 a 24h 3 a 4 dias Se o paciente tem mioglobina normal, CK-MB e troponinas elevadas, com quanto tempo ele está de infarto? R: entre 1 e 3 dias após o infarto Mioglobina alta, CK-MB e troponina altas, com quanto tempo está o infarto? R: 1 dia de infarto Se apenas a troponina está elevada, com quanto tempo o paciente está de infarto? R: Mais que 3 dias BNP e NT-próBNP: Elevam-se em outros eventos como embolia pulmonar e são úteis no prognóstico dos pacientes Não há um consenso na literatura para guiar o tratamento pós-IAM hFAB: Proteína citoplasmática que atua na homeostase lipídica do músculo cardíaco Não é útil em pacientes com suspeita de IAM há 6 horas devido a rápida depuração renal Fator de risco independente para pacientes com SCA Pode ser encontrado em níveis mais baixos em outros tecidos, embora apresente boa especificidade Novos candidatos: Colina: Produto enzimático de fosfolipase D Está envolvida na disfunção endotelial, e é considerada um marcador de instabilidade da placa, bem como um marcador de isquemia severa. Prever eventos adversos, incluindo morte e parada cardíaca não-fatal. Copectina: Porção C terminal da provasopressina (baixa instabilidade no plasma-5 a 15min) Adiponectina: Efeito anti-inflamatório, anti-aterogênico e anti-angiogênico. Níveis reduzidos em deslipidemias e no IAM. Perspectivas: P-selectina Peptídeo Natriurético do Tipo B (BNP) Proteína Ligadora de Ácidos Graxos (FAB) Troponina de alsta sensibilidade Anorexina V Adiponectina Glicogênio Fosforilase-BB (G6P-BB) Multimarcadores: hFABP/cTn cTnT/IL-10/myeloperoxidase/PGF fibrinogen/NT-proBNP hFABP/NT-proBNP hFABP/NTproBNP/cTnT cTn/copeptin. IV Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio com Supradesnível do Segmento ST - 2009 Troponina e CKMB massa Tendência: Curva de Hs-Tn e um marcador para predizer riscos futuros como NT-proBNP e PCR Ensaios imunométricos:
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