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SÍNTESE PROTEICA Prof.: Dra. Juliana Milani Araujo SÍNTESE DE PROTEÍNAS Etapa final no fluxo da informação genética. Compõe 44% do peso seco do corpo humano. Em função da abundância de proteínas – recursos celulares consideráveis são dedicados à síntese proteica. Papel central no transporte, catálise, estrutura e regulação. A SÍNTESE PROTEICA OCORRE EM 5 ETAPAS 1. Ativação do aa: formação do aminoacil-tRNA. 2. Iniciação: ligação da subunidade pequena e do metionina-acil-tRNA no sitio AUG. 3. Elongação: o polipeptídeo nascente e elongado pela ligação de novos aa. 4. Terminação: a parada na síntese se da pelo encontro de um stop codon e o polipeptídeo se desliga. 5. Enovelamento e processamento pos-transcricional do Polipeptídeo. A transferência de informação de uma sequência de 4 letras mRNA para uma sequência de 20 letras de aa, é mais complexa do que a síntese de nucleotídeos. A uma correspondência direta entre a transcrição do DNA em RNA. Não ocorre correspondência entre os códons de 3 nucleotídeos do mRNA e os aa que representam. aa são anexados covalentemente em tRNA, que se associam a rRNA, e junto com mRNA, constroem uma cadeia polipeptídica. 3 RNAS SÃO NECESSÁRIOS NA SÍNTESE PROTÉICA mRNA (RNA mensageiro) processado: carrega a “informação”(ou seja, a seqüência de bases) para a síntese da proteína. rRNA (RNA ribossômico): e um constituinte estrutural e funcional dos ribossomos, aonde a síntese protéica vai acontecer. tRNA (RNA transportador): carrega os aa que serão adicionados a proteína nascente, e faz a “leitura”da sequência de bases do mRNA. Isso quer dizer que o tRNA e a molécula que decodifica o código genético. RIBOSSOMO 20 nm em diâmetro – facilmente detectados em microscopia eletrônica. Constituidos por 65% rRNA e 35 % proteínas ribossomais. O sitio ativo, das ligações pepitidicas, é constituído basicamente de RNA – classificados como “ribozimas”. Alguns ribossomos estão livres no citosol – maioria está ligada a membrana externa do RE – chamado de REG. Todos os ribossomos são constituídos por duas subunidades - cada uma contém um rRNA e várias proteínas. Procariotos tem ribossomos 70S. Uma unidade 30S (16S RNA e 21 prts) e outra 50S (5S RNA, 23S RNA e 34 prts). Eucariotos tem ribossomos 80S. Uma unidade 40S (18S RNA e 33 prts) e uma 60S (5S RNA, 28S RNA, 5,8S RNA e~49 prts). Mitocôndrias e cloroplastos tem ribossomos 70S, similares aos bacterianos. Ribossomos livres no citosol sintetizam proteínas que vão ser utilizadas no citosol ou outras organelas. Prts contendo pontes dissulfeto não podem ser sintetizadas por essa subpopulação, pois o citosol e um ambiente redutor. Ribossomos do REG, sintetizam prts que serão exportadas, direcionadas a outras organelas ou inseridas em membrana. Nesse caso, as proteínas são “internalizadas” no REG concomitantemente ao processo de tradução. A associação das subunidades ribossomais e sua dissociação em cada ciclo de tradução são fundamentais ao processo de tradução. O começo da síntese está inerentemente regulado pela montagem dos ribossomos sobre o mRNA. O recrutamento da subunidade pequena ao mRNA é a primeira etapa – células possuem mecanismos para controle. Início da tradução – mRNA e um tRNA iniciador ligam-se à unidade ribossomal pequena. Uma vez ligada, a subunidade maior se junta e forma um ribossomo ativo – começa a leitura do mRNA em sequência 5`>3`. De acordo com que os códons são encontrados, um tRNA entra nos centros de decodificação do ribossomo. Ao encontrar um códon de terminação, o ribossomo é liberado e dissocia as subunidades. mRNA tem em geral, 300 nucleotídeos de comprimento. Assim, múltiplos ribossomos podem ocupar cada mRNA – polissomo. A estrutura do ribossomo facilita a formação da ligação peptídica. Sítio A – local de ligação do aminoacil-tRNA. Sítio P – para ligação do peptidil-tRNA. Sítio E – local de saída, ocupado pelo tRNA liberada. mRNA e o polipeptídeo presente passam por canais separados no ribossomo. Isso exige que não estejam enovelados. O ribossomo induz uma torção no mRNA entre os sítios A e P, para permitir o pareamento de bases com dos tRNAs. Os polipeptídeos formam suas estruturas tridimensionais após passarem pelo túnel ribossomal de saída. ATIVAÇÃO DE AA PARA A SÍNTESE PROTEICA Para a síntese de um polipeptídeo com uma sequência definida por um mRNA, dois requisitos são necessários: 1. O grupamento carboxila de cada aa deve ser ativado para facilitar uma ligação peptídica. 2. Uma conexão deve ser estabelecida entre cada aa novo e a informação no mRNA que a codifica. Ambos são satisfeitos por ligações covalentes do aa ao tRNA antes da síntese proteica. Cada aa é anexado ao seu tRNA no citosol, e não no ribossomo. Estes são ativados e conectados a tRNAs específicos. Uma aminoacil-tRNA-sintase distina é responsável pela ligação de cada um dos 20 aa aos seus tRNAs. Cada aa tem sua enzima específica – porém ela pode reconhecer mais de um tRNA. TRNA E O RECONHECIMENTO PRECISO PELA TRNA-SINTASE A fidelidade da síntese proteica exige que cada sintase seja específica de um único aa e certos tRNAs. A interação entre as sintases e o tRNA é referido como segundo código genético. Papel fundamental na manutenção da precisão da síntese proteica. Existem posições de nucleotídeos que estão envolvidos na discriminação do substrato pelas sintases. Alguns nucleotídeos são conservados em todos os tRNAs e não servem para discriminar. 10 ou mais nucleotídeos específicos podem estar envolvidos no reconhecimento de um tRNA pela sua sintase específica. A PROVA DE CORREÇÃO GARANTE A FIDELIDADE DAS SINTASES A aminoacilação do tRNA ativa um aa para formação peptídica e junta o aa a um adaptador. Isso garante a localização correta do aa em um peptídeo crescente. No entanto, a identidade do aa em um tRNA não é conferida pelo ribossomo. Assim, a ligação do correta do aa é essencial à fidelidade da síntese proteica. Falhas em um proteína são eliminadas quando a mesma é degradada e não são passadas para gerações futuras. Assim, elas têm menos significado biológico do que erros no DNA. O grau de fidelidade na síntese proteica é suficiente para garantir que a maioria não contenha nenhum erro. Uma molécula defeituosa em geral não tem importância quando a célula contém diversas cópias corretas da mesma proteína. INICIAÇÃO DA SÍNTESE Recrutamento da subunidade menor do ribossomo ao mRNA. Identificação do códon de iniciação. Associação do tRNA carregado com o mRNA e recrutamento da subunidade maior para ativar o ribossomo. Seqüências específicas de bases no mRNA ajudam o complexo de iniciação a identificar o códon AUG iniciador. Também chamada de sítio de ligação do ribossomo (RBS). A INICIAÇÃO REQUER MUITOS FATORES PROTEICOS ELONGAÇÃO DA CADEIA POLIPEPTÍDICA O polipeptídeo nascente é alongado por meio de ligação covalente de sucessivos aa. A elongação exige proteínas citosólicas conhecidas como fatores de elongação (EF-Tu, EF-Ts r EF-G) e GTP. As células utilizam 3 etapas para adicionar cada resíduo de aa. 1ª etapa – o aminoacil-tRNA chega ao ribossomo com ajuda do EF-Tu. Necessita da hidrólise do GTP e dá tempo à prova de correção da interação códon-anticódon. 2ª etapa – uma ligação peptídica é formada entre dois aa ligados por seustRNAs nos sítios ribossomais A e P. 3ª etapa – translocação do peptidil- tRNA do sítio A para o P. TERMINAÇÃO DA SÍNTESE PROTEICA A terminação é sinalizada pelo códon de parada no mRNA (UAA, UAG, UGA). Três fatores de liberação (RF-1, RF- 2, RF-3) contribuiem para: 1- hidrólise do peptidil-tRNA terminal, 2- liberação do polipeptídeo livre do último tRNA, não carregado do sítio P, 3- dissociação do ribossomo. ENOVELAMENTO DE PROTEÍNAS, MODIFICAÇÃO E MARCAÇÃO Para obter formas biologicamente ativas, os polipeptídeos devem se enovelar nas conformações tridimensionais corretas. Algumas proteínas enovelam espontaneamente, outras necessitam de ajuda das chaperonas. Modificações pós-transcricionais modulam a atividade de muitas proteínas. Diversas proteínas são modificadas no RE. AS SEQUÊNCIAS-SINAL DIRECIONAM PROTEÍNAS AOS DESTINOS CELULARES CORRETOS Seqüência sinalizadora (15 a 60 aminoácidos) Sinal de distribuição típico (região N- terminal). Peptidades-sinal – removem a sequência- sinal da proteína, após o enderaçamento tenha completado. Cada sequência especifica um destino particular na célula. Reconhecida por receptores de enderaçamento complementares que guiam proteínas ao seu destino. UMA PARTÍCULA DE RECONHECIMENTO DE SINAL (SRP) DIRECIONA SEQUÊNCIAS-SINAL DO RE PARA UM RECEPTOR ESPECÍFICO NA MEMBRANA DO RE RUGOSO Sec61 - centro do translocador da membrana do RE 1 2 A MAIORIA DAS PROTEÍNAS SINTETIZADAS NO RE RUGOSO É GLICOSILADA Cerca de metade das proteínas eucarióticas é glicosilada. A maioria das proteínas (hidrossolúveis e de membrana) sintetizadas no RER é glicosilada - glicoproteínas. Poucas proteínas no citosol é glicosilada ou apresenta uma glicosilação simples – adição de uma N-acetilglicosamina a um resíduo de Ser ou Thr. Glicosilação no lúmen do RER: transferência de um oligossacarídeo precursor pré-formado (composto de N- acetilglicosamina, manose e glicose, contendo um total de 14 açúcares) ao grupo N da cadeia lateral de um aa asparagina. OLIGOSSACARÍDEOS SÃO UTILIZADOS COMO RÓTULOS PARA MARCAR O ESTADO DE ENOVELAMENTO DA PROTEÍNA Glicosil-transferase – adiciona glicose a aqueles oligossacarídeos que estão associados a proteínas desenoveladas Chaperonas (calnexina e calreticulina): lectinas que se ligam a oligossacarídeos nas proteínas que não estão enoveladas corretamente. Depois de enovelada corretamente a glicose é retirada da proteína para sair do RE PROTEÍNAS ENOVELADAS INADEQUADAMENTE SÃO EXPORTADAS DO RE E DEGRADADAS NO CITOSOL Muitas transportadas para o RE falham na tentativa de alcançar seu enovelamento ou estado oligomérico adequado Voltam para o citosol, onde serão degradadas, por um mecanismo de retrotranslocação (deslocamento ) Sec6 1 Segue uma via similar, utilizando mesmo tipo de translocador que medeia a importação Remove as cadeias oligossacarídicas Polipeptídeo desglicosilado é ubiquitinado Auxilia na distinção DIFERENÇA ENTRE PROCARIOTOS E EUCARIOTOS – SÍNTESE PROTÉICA.