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DAM 2 - Trabalho sobre Tombamento

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Direito Administrativo. 
Professor: Hipólito 
Aluna: Isadora Giordano 
 
Doutrinas utilizadas: Direito Administrativo, ​Fernanda Marinela​, 11° edição, 2017. 
Direito Administrativo,​ Marcelo Galante​, Volume 1, 2010. 
 
 
I. Intervenção na Propriedade. 
I.I. Modalidades de intervenção. 
 
I.I.I Tombamento. 
A fim de conservar patrimônios históricos e garantir que mantenham a sua original 
identidade, a nossa Constituição Federal de 1988 demonstra interesse em preservar 
momentos da sociedade que obtiveram passagem por bens imóveis e móveis, contudo, a 
mesma estabelece requisitos para que essa garantia seja cumprida. 
Com extrema relevância nesse assunto, é importante salientar que o Tombamento é 
assegurado por um Decreto- Lei n°25/1937 visando essa proteção. 
Com um breve conceito, o Poder Público determina que haja a restrição que um 
proprietário tem sobre o seu bem, impondo sobre este uma série de especificações a serem 
seguidas, com o intuito de preservar características importantes para nossa cultura 
histórica. 
Essa intervenção tem caráter absoluto visando a conservação de patrimônios 
históricos e artísticos nacionais, sendo de interesse público, vinculando assim esse bens a 
alguns fatos relevantes na formação da história e cultura do país. 
A Constituição Federal ao longo dos artigos 24 ao 30 estabelece concorrência, como 
forma de legislar sobre a proteção desses patrimônios. 
Marinela, traz um conceito sobre a proteção dos bens referentes à cultura brasileira: 
“bens de natureza material e imaterial, tombados individualmente ou em conjunto, 
portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores 
da sociedade brasileira nos quais se incluem: as formas de expressão; os modos de criar, 
de fazer e viver; as criações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras, os objetos, 
documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais 
e os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, 
paleontológico, ecológico e científico”. ​(Marinela, 2017, p. 956) 
Ainda nesse sentido, a Constituição esclarecedora no seu art 216 §1° a conservação 
desses patrimônios depende também da comunidade, contando assim o Poder Público com 
essa colaboração garantida na Lei maior. (BRASIL, 1988, online) 
 
I.I.I.I. Bens de tombamento 
 
Levando em consideração a divergência apresentada na doutrina, os objetos de 
tombamentos, sendo de qualquer natureza, móveis e/ou imóveis, tanto materiais quanto 
imateriais, também se encontram os bens públicos ou privados. 
No entanto, essa divergência está relacionada aos bens públicos, a competência 
para o tombamento seria tão somente da União sobre os bens dos Estados, Municípios, 
Distrito Federal, criando uma espécie de hierarquia, devendo o Estado tombar somente os 
bens dos próprios Municípios. Essa Autonomia estaria prevista no Decreto-lei n°3.365/41 
visando sua proteção, caracterizando na verdade uma desapropriação. 
Orientação não defendida por Marinela, justificando que o tombamento não toma 
para si a propriedade, e fundamentando também que deveria haver um interesse da 
competência, ou seja, um Município não poderia tombar um bem que pertence a União, 
prejudicando a preservação, pois o interesse é do município e o mesmo não tem 
competência para isso. 
Fronte a isso, Marinela, utiliza-se do Decreto-Lei n° 25/37 especificando o 
procedimento necessário para essa proteção. O mesmo dita que o tombamento se fará de 
ofício, quando os patrimônios pertencerem à União, aos Estados e aos Municípios, tendo 
em vista inclusive que a entidade da qual o bem de interesse pertencer deverá ser 
notificada. A divergência mencionada, vai defronte com o Decreto-Lei n° 3.365 que restringe 
os bens da União. 
É previsto também que o tombamento possa ser feito por uma pessoa política, 
visando a proteção de seus próprios bens, restringindo assim o próprio direito sobre o bem, 
essa tese é vista como inadequada para alguns doutrinadores. 
Já os bens de origem estrangeira não podem serem objetos de tombamento, 
incluindo nessa exclusão consulados instalados no país, bens das representações 
diplomáticas, veículos de empresas estrangeiras mesmo que estas atuem no Brasil, como 
também obras advindas de outros países para exposição, de acordo com o Decreto- Lei n° 
25/37. 
 
I.I.I.II. Modalidades 
 
Em um primeiro momento tem como principal característica os destinatários, 
podendo ser geral e individual. O geral visa preservar bens em um bairro, cidade, sem 
individualizados. Em contrapartida o tombamento individual atinge um bem específico. 
Este procedimento divide-se em tombamento voluntário, previsto no art.7 do 
Decreto-Lei n°25/37, que dita sobre o proprietário restringir o patrimônio, desde que atenda 
os requisitos de integração ao patrimônio histórico do Brasil. 
E compreende em tombamento compulsório, quando o Estado impõe, emitindo 
apenas uma notificação à entidade, sobre os bens públicos tombados, no entanto no caso 
de bens particulares é realizado o procedimento de tombamento com iniciativa do Poder 
Público, mesmo contra a vontade do proprietário. 
Há também o tombamento provisório e definitivo, que é o lapso de tempo da 
notificação inicial até o fim do procedimento administrativo, e o definitivo ocorre depois. 
Porém, os dois têm a mesma eficácia, distinguem-se apenas pela transcrição no registro 
quando for definitivo. 
 
I.I.I.III. Obrigações 
 
a) Obrigaçoes Positivas do que se pode fazer: 
 
1) Dever de conservação: obras para preservar, o proprietário não se isenta de cuidar 
por não ter dinheiro, comunicando o órgão competente para que tome providência, 
sob pena de multa. O Poder Público arcará com as despesas se necessário, sob 
pena de desapropriação, também independente de notificação poderá o mesmo 
projetar e executar os trabalhos às suas custas. 
2) Direito de preferência: em caso de alienação onerosa do bem, a preferência é da 
competência onde se encontra o bem. 
3) Inalienabilidade: sendo característica do tombamento, o bem é inalienável. Não 
sendo absoluto. 
4) O dever de comunicar a autoridade competente em caso de extravio ou roubo, no 
prazo de 5 dias. 
5) Registro especial para quem trabalha com antiguidades de obra de arte . 
6) No caso de venda por leilão, apresentar-se-a uma relação dos objetos aos órgãos 
competente, autenticando-os. 
 
b) Obrigações de não fazer, ou obrigações negativas: 
1) não se pode deturpá-las, nem repara-las, ou pintar, ou restaurar sem autorização do 
Instituto competente, sob pena de multa e caracterização de crime previsto no art 62 
da Lei n°9605/98. 
2) Quando for bem móvel, não pode retirá-lo do país, apenas na hipótese de 
Intercâmbio Cultural como exposição. 
3) a proibição de exportação do bem, estando sujeito a sequestro, sob pena de multa 
de 50% do valor do bem ou caracterização do crime de Contrabando 
4) É proibido que o vizinho do patrimônio, sem autorização, fazer construção que lhe 
reduza visibilidade, bem como colocação de anúncio ou cartazes. 
Enfim a obrigação de suportar a fiscalização do Poder Público. 
 
sendo de extrema relevância, trazer para o presente estudo, o dever de indenizar, em regra 
não à essa obrigação, somente quando o proprietário demonstrar ter sofrido dano. 
 
I.I.I.IV. Indenização 
 
A doutrina traz que o tombamento não gera direito a indenização, pois o mesmo não 
gera prejuízo, a fundamentação seria que, é dever conservar o bem uma coisa benéfica, 
não apresentando características necessária que compreendem na indenização por dano. 
Entretanto há exceções, tendo em vista o princípio da isonomia, deixando o ônus da 
intervenção para o proprietário. 
Reconhece assim o dever de indenizar se ocorre encargo desproporcionalpara com 
o proprietário, como também se houver despesas exorbitantes para a preservação do 
patrimônio, devendo ser de responsabilidade assim do Poder Público. 
 
I.I.I.V. Procedimento 
 
O processo de tombamento é o seguimento de atos preparatórios e indispensáveis 
para que se conclua o tombamento válido que ocasionará na inscrição no Livro de Tombo. 
O órgão competente manifesta interesse no bem, afim de preservar um patrimônio, 
assim tem sua inscrição imediata no Livro apenas notificando a pessoa jurídica com o intuito 
de que já produzir efeitos legais. Quando o proprietário requisitar o tombamento , nesse 
caso voluntário, deverá ser ouvido o órgão competente. Assim feito, será notificado em 15 
dias, para anuir o tombamento ou impugná-lo, apresentando suas justificativas. 
Se houver anuência, ou se o proprietário não contestar, a autoridade mandará um 
despacho para que passe a ser inscrito no Livro. 
Já em caso de impugnação, terá o prazo de 15 dias para que o Instituto manifeste 
defendendo seu propósito, em consequencia, independente das custas, o processo será 
remetido ao Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 
que decidirá a respeito, dentro de 60 dias. Podendo haver arquivamento do procedimento 
se favorável ao proprietário ou fazendo sua inscrição. 
O procedimento de tombamento não aceita recurso, sendo amparado pelo 
Decreto-lei n°25/37. Contudo a única possibilidade de recurso é julgado pelo presidente da 
República. O recurso acima citado é fundamentado nos princípios do contraditório e da 
ampla defesa, levando em consideração que respeitará o procedimento constitucional. 
O tombamento definitivo só se dá com a inscrição no livro, devendo haver 
homologação, como também poderá anular ou revogar o tombamento, medida tomada 
apenas pelo instituto responsável. 
Quando se tratar de patrimônio Imóvel, dependerá assim de um registro de Imóveis. 
De acordo com o Decreto-Lei n° 25/37 o Presidente da República determinará de 
ofício ou em grau de recurso interposto por qualquer legítimo interessado, cancelar o 
tombamento de bens pertencentes a União, aos Estados, aos Municípios ou a qualquer 
pessoa, jurídica ou naturais. 
 
I.I.I.VI. Extinção 
 
Essa medida é peculiar para a administração, tendo em vista a importância do 
patrimônio histórico para o Brasil e a estabilidade do pressuposto fático que autorizará essa 
intervenção.no Entanto, adminite-se que a sua constituição também não é verdadeira, 
considerando a possibilidade do desaparecimento do interesse inicial que fundamenta, um 
exemplo é a destruição de um patrimônio por um evento da natureza. 
Estará sujeito a revogação o patrimônio se assim lhe convier a Administração 
Pública, sujeitando-se a estudo de conveniência e oportunidade. Se tratando de caso 
inconveniente a administração Pública poderá assim revogá-lo. 
Será caso se anulação de procedimento, se o ato for tido como ilegal. 
E caso de cancelamento, se ainda no tombamento provisório o Poder Público não 
concluir o procedimento em tempo hábil, ou ainda que não cumpra os requisitos de 
conservação. 
Ainda nesse sentido, é dever do Estado preservar o bem, vem sendo resolvidas 
ações do Ministério Público, para que na prática, o Poder Público por meio de ação civil 
pública o cumprimento de sua competência.

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