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10 Intervenção do Estado na propriedade

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Intervenção do Estado na propriedade
DIREITO DE PROPRIEDADE:
· Garantia constitucional: Art. 5.º, XXII – é garantido o direito de propriedade.
· Proteção na legislação: Art. 1.231. A propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em contrário.
· Características: 
· Caráter absoluto: o proprietário pode utilizar de seu bem da forma que melhor lhe aprouver, desde que respeite o princípio da função social da propriedade: “Art. 5.º, XXIII – a propriedade atenderá a sua função social”.
· Caráter exclusivo: o proprietário pode utilizar de seu bem sem a interferência de terceiros, sendo esse direito oponível erga omnes.
· Caráter perpétuo: não existe um prazo máximo para a utilização desse direito. Assim, o proprietário só perderá tal qualidade quando realizar a transferência do bem a outrem.
· Nenhuma dessas características é absoluta, pois poderá o Estado, usando do princípio da supremacia do interesse público, realizar limitações à propriedade privada em benefício coletivo.
· A intervenção do Estado na propriedade privada terá como fundamento o princípio da supremacia do interesse público ou a prática de alguma ilegalidade pelo particular. Em regra decorre do poder de polícia. No caso das desapropriações não estará a Administração usando do mencionado poder, já que nessa forma de intervenção transfere-se a propriedade do bem particular para o Estado, ou seja, não se trata de mera restrição, mas sim de verdadeira supressão.
Fundamentos: 
Art. 5.º, XXII – “é garantido o direito de propriedade”. 
Art. 5.º, XXIII – “a propriedade atenderá a sua função social”. 
Art. 5.º, XXIV – “a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição”. 
Art. 5.º, XXV – “no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano”. 
Art. 182, § 4.º “É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento sob pena, sucessivamente, de: [...] III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais”. 
Art. 184. “Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.” 
Art. 191. “Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.” 
Art. 243. “As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5.º.”
FORMAS DE INTERVENÇÃO:
INTERVENÇÕES RESTRITIVAS:
Limitação administrativa: A limitação administrativa é uma restrição de caráter geral decorrente do uso do poder de polícia. Ex: o caso da estipulação de uma altura máxima para as construções em determinado bairro.
Se a limitação impossibilitar por completo a utilização do bem, estaremos diante de uma desapropriação indireta (desapropriação que não respeitou os procedimentos legais), logo, o ato será considerado ilícito.
Características:
· Poder de policia
· Limitação geral (não é feita a um proprietário específico, mas sim a toda a coletividade)
· Atividade administrativa ou legislativa (lei ou ações administrativas da autoridade competente).
· Direito pessoal (a restrição é direcionada aos particulares).
· Não gera indenização (apenas sem houver especifica redução do valor econômico do bem e aquisição antes da instituição da limitação). 
· Prazo prescricional: 5 anos. 
A simples limitação administrativa, que, segundo a definição de Hely Lopes Meirelles, “é toda imposição geral, gratuita, unilateral e de ordem pública condicionadora do exercício de direitos ou de atividades particulares às exigências do bem-estar social”. 3. É possível, contudo, que o tombamento de determinados bens, ou mesmo a imposição de limitações administrativas, traga prejuízos aos seus proprietários, gerando, a partir de então, a obrigação de indenizar. [...] (STJ, 1.ª Turma, REsp 901319/SC). 
2. A jurisprudência do STJ pacificou-se no sentido da responsabilização do Estado na indenização decorrente de limitação administrativa, desde que preenchidos certos requisitos; dentre eles, que a aquisição do imóvel tenha se dado antes da ocorrência da restrição administrativa. (STJ, 1.ª Seção, AR 2075/PR). 
Servidão Administrativa: é um direito real que impõe ao proprietário do bem o dever de tolerar uma restrição estatal realizada em prol do interesse público. Ex: colocação de uma placa com o nome da rua no muro de uma casa; passagem de tubulação de gás e fiação elétrica em determinado terreno.
Características: 
· Poder de policia
· Intervenção especifica (atinge imóveis determinados) [a doutrina majoritária admite a intervenção em bens públicos, desde que seja respeitada a hierarquia entre os entes federativos].
· Direito real (a restrição é direcionada ao bem)
· Pode ocorrer por meio de lei, ato administrativo, acordo ou decisão judicial.
· Registro (para que se dê eficácia erga omnes, faz-se necessário o registro da servidão no Cartório de Registro de Imóveis).
· Indenização (se houver dano) terá o proprietário direitos indenizatórios caso comprove que a servidão lhe causou algum dano anormal e específico. 
· Perpétua (a servidão é instituída por prazo indeterminado, somente existindo a sua extinção em situações pontuais, tais como ausência de interesse público e desaparecimento do bem gravado). 
Requisição Administrativa: é utilizada em casos de iminente perigo público. Art. 5.º, XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano. Ex: caso de um policial que pega a moto de um particular para perseguir um bandido que se encontra armado, com reféns e dirigindo um carro em alta velocidade. 
Características:
· Podem ser requisitados: bens móveis, imóveis, semoventes e serviços. 
· Motivo da requisição: situação de iminente perigo público. 
· Duração: temporária. 
· Indenização: só será feita de forma ulterior e se houver dano ao bem requisitado.
Tombamento: visa a preservação da própria coisa (intervenção autorreferente), em outras palavras, busca a conservação do patrimônio histórico, cultural, arqueológico, artístico, turístico e paisagístico. Tal intervenção pode ser efetivada de forma concorrente pelos diversos entes federativos. 
· Município: possui competência para tombamento de bens de interesse local. 
· Estado: possui competência para tombamento de bens de interesse regional. 
· União: possui competência para tombamento de bens de interesse nacional.
Constituição Federal: art. 216, § 1.º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação. 
Decreto 25/1937: é a normafederal que regulamenta o tombamento, explicitando, entre outros pontos, os bens sujeitos a essa forma de intervenção, formas e procedimento para efetivação da medida.
Bens sujeitos ao tombamento: 
· Bens móveis e imóveis existentes no País e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico. 
· Equiparam-se aos bens os monumentos naturais, bem como os sítios e paisagens que importe conservar e proteger pela feição notável com que tenham sido dotados pela natureza ou agenciados pela indústria humana. 
· Podem ser tombados os bens pertencentes às pessoas físicas e jurídicas (de direito privado ou público).
Bens NÃO sujeitos ao tombamento segundo o Decreto 25/1937:
· Pertençam às representações diplomáticas ou consulares acreditadas no País. 
· Adornem quaisquer veículos pertencentes a empresas estrangeiras, que façam carreira no País. 
· Incluam-se entre os bens referidos no art. 10 da Introdução do Código Civil (sucessão por morte), e que continuam sujeitas à lei pessoal do proprietário; 
· Pertençam a casas de comércio de objetos históricos ou artísticos. 
· Sejam trazidas para exposições comemorativas, educativas ou comerciais; 
· Sejam importadas por empresas estrangeiras expressamente para adorno dos respectivos estabelecimentos.
Formas de tombamento: 
· Voluntário: ocorrerá sempre que o proprietário pedir e a coisa se revestir dos requisitos necessários para constituir parte integrante do patrimônio histórico e artístico nacional, a juízo do Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ou sempre que o mesmo proprietário anuir, por escrito, à notificação, que se lhe fizer, para a inscrição da coisa em qualquer dos Livros do Tombo. 
· Compulsório: ocorrerá quando o proprietário se recusar a anuir à inscrição da coisa.
Procedimento: decorre de um processo administrativo.
· O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), por seu órgão competente, notificará o proprietário para anuir ao tombamento, dentro do prazo de quinze dias, a contar do recebimento da notificação, ou para, se desejar impugnar, oferecer dentro do mesmo prazo as razões de sua impugnação. 
· No caso de não haver impugnação dentro do prazo assinado, que é fatal, o diretor do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional mandará por simples despacho que se proceda à inscrição da coisa no competente Livro do Tombo. 
· Se a impugnação for oferecida dentro do prazo assinado, far-se-á vista da mesma, dentro de outros quinze dias fatais, ao órgão de que houver emanado a iniciativa do tombamento, a fim de sustentá-la. Em seguida, independentemente de custas, será o processo remetido ao Conselho Consultivo do Serviço do IIPHAN, que proferirá decisão a respeito, dentro do prazo de sessenta dias, a contar do seu recebimento. Dessa decisão não caberá recurso.
Efeitos: 
· Direito de preferência: O tombamento não impede a alienação do bem pelo seu proprietário. Entretanto, caso venda venha a ser feita por meio de leilão judicial, deverá ser dada, em igualdade de oferta, preferência aos entes federativos na arrematação. Art. 892, § 3.º, CPC. No caso de leilão de bem tombado, a União, os Estados e os Municípios terão, nessa ordem, o direito de preferência na arrematação, em igualdade de oferta.
· Alienação judicial: os entes federativos possuem direito de preferência na arrematação do bem. 
· Alienação extrajudicial: não existe o direito de preferência.
· Dever de conservação do bem: O proprietário do bem tombado deverá conservá-lo realizando todas as obras e reparos necessários à preservação da coisa. Entretanto, caso não possua condições financeiras, deverá avisar ao Poder Público, sob pena de receber uma multa. 
· Dever de comunicação: No caso de extravio ou furto de qualquer objeto tombado, o respectivo proprietário deverá dar conhecimento do fato ao Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, dentro do prazo de cinco dias, sob pena de multa de dez por cento sobre o valor da coisa.
· Não destruição do bem: As coisas tombadas não poderão, em caso nenhum, ser destruídas, demolidas ou mutiladas, nem, sem prévia autorização especial do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ser reparadas, pintadas ou restauradas, sob pena de multa de cinquenta por cento do dano causado.
· Retirada do País: A coisa tombada não poderá sair do País, senão por curto prazo, sem transferência de domínio e para fim de intercâmbio cultural, a juízo do Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
· Fiscalização: As coisas tombadas ficam sujeitas à vigilância permanente do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que poderá inspecioná-los sempre que for julgado conveniente, não podendo os respectivos proprietários ou responsáveis criar obstáculos à inspeção, sob pena de multa que será elevada ao dobro em caso de reincidência. 
· Regras aos vizinhos do bem: Sem prévia autorização do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, não se poderá, na vizinhança da coisa tombada, fazer construção que lhe impeça ou reduza a visibilidade, nem nela colocar anúncios ou cartazes, sob pena de ser mandado destruir a obra ou retirar o objeto, impondo-se neste caso a multa de cinquenta por cento do valor do mesmo objeto.
· Indenização: Como regra, o tombamento não enseja nenhum tipo de indenização ao proprietário do bem. Todavia, caso haja, em virtude da intervenção, o esvaziamento do valor econômico do bem ou a necessidade de gastos extraordinários, deverá o proprietário ser indenizado pelo ônus suportado.
Extinção: O tombamento poderá ser extinto por: 
· Revogação: quando não mais existirem conveniência e oportunidade em relação à proteção do bem, poderá a Administração providenciar a extinção do tombamento por meio da revogação. 
· Anulação: ocorrerá quando existir alguma ilegalidade no procedimento ou nos requisitos para o tombamento, podendo essa medida ser fruto de uma decisão administrativa (autotutela) ou judicial. 
· Desaparecimento do bem: nesse caso, ocorrerá a extinção do tombamento, em decorrência da não mais subsistência do bem protegido. Podemos citar o caso de um incêndio que destrói diversos documentos históricos que haviam sido tombados. 
· Cancelamento: caso o proprietário requeira ao Poder Público auxílio para a conservação do bem e este não se pronuncie, existirá o cancelamento da intervenção.
Ocupação Temporária: Essa forma de intervenção faz que o Estado possa usar por um prazo determinado bens privados para apoiar a execução de obras ou serviços públicos. Pode a ocupação ocorrer de forma gratuita ou onerosa. Ex: Administração poderá alocar seus maquinários no terreno ao lado da estrada que está sendo duplicada por uma obra estatal.
	Como regra, não haverá indenização. Todavia, quando aquele espaço estiver ligado a uma futura desapropriação, ou nos casos de o interessado conseguir comprovar um efetivo prejuízo decorrente da ação estatal, deverá o Poder Público indenizar o proprietário do bem.
Características:
· Duração da intervenção: temporária. 
· Motivo da ocupação: necessidade pública, tais como a realização de uma obra ou a prestação de um serviço público.
· Indenização: como regra, não há indenização. Salvo se a ocupação estiver ligada a uma desapropriação ou nos casos de o proprietário conseguir comprovar um efetivo prejuízo decorrente da intervenção.
DESAPROPRIAÇÃO: é uma forma originária de aquisição da propriedade, ou seja, o bem passa a ser do domínio estatal livre de qualquer ônus de natureza real. É a única que retira do particular a propriedade de seu bem, podendo esta ocorrer, segundo a própria Constituição Federal, por necessidade ou utilidade pública e ainda por interesse social. Art. 5.º, XXIV. A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvadosos casos previstos nesta Constituição. 
	 A desapropriação poderá atingir diversos tipos de bens, sejam eles móveis ou imóveis, públicos ou privados, corpóreos ou incorpóreos, dispondo o Decreto 3.365/1941 que: Art. 2.º Mediante declaração de utilidade pública, todos os bens poderão ser desapropriados pela União, pelos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios.
Bens NÃO estão sujeitos à desapropriação:
· Direitos personalíssimos
· Moeda corrente
· Pessoas
· Margens dos rios navegáveis (Súm. 479 STF)
· Pequena propriedade produtiva (art. 185 CF)
Pressupostos:
Utilidade pública: o Estado efetiva a intervenção com a finalidade de realizar uma obra ou de prestar serviços de interesse coletivo. Segundo o Decreto 3.365/1941, a desapropriação por utilidade pública pode ter como fundamento: Segurança nacional, Defesa do estado, Socorro público em caso de calamidade, Salubridade pública, Criação e melhoramento de centros de população, seu abastecimento regular de meios de subsistência, Aproveitamento industrial das minas e das jazidas minerais, das águas e da energia hidráulica, Assistência pública, obras de higiene e decoração, casas de saúde, clínicas, estações de clima e fontes medicinais, Exploração ou conservação dos serviços públicos, Abertura, conservação e melhoramento de vias ou logradouros públicos; execução de planos de urbanização; parcelamento do solo, com ou sem edificação, para sua melhor utilização econômica, higiênica ou estética; construção ou ampliação de distritos industriais, Funcionamento dos meios de transporte coletivo, Preservação e conservação dos monumentos históricos e artísticos, isolados ou integrados em conjuntos urbanos ou rurais, bem como as medidas necessárias a manter-lhes e realçar-lhes os aspectos mais valiosos ou característicos e, ainda, a proteção de paisagens e locais particularmente dotados pela natureza, Preservação e a conservação adequada de arquivos, documentos e outros bens móveis de valor histórico ou artístico, Construção de edifícios públicos, monumentos comemorativos e cemitérios, Criação de estádios, aeródromos ou campos de pouso para aeronaves, Reedição ou divulgação de obra ou invento de natureza científica, artística ou literária, Demais casos previstos por leis especiais.
Necessidade pública: a medida impõe-se como solução para uma situação emergencial, podendo essa forma de intervenção ser utilizada exatamente nas mesmas situações que ensejam a desapropriação por utilidade pública.
Interesse social: A desapropriação por interesse social tem como fundamento a redução das desigualdades sociais e o auxílio à população de baixa renda. Segundo a Lei 4.132/1962, essa forma de intervenção poderá se basear nos seguintes fundamentos: Aproveitamento de todo bem improdutivo ou explorado sem correspondência com as necessidades de habitação, trabalho e consumo dos centros de população a que deve ou possa suprir por seu destino econômico, Estabelecimento e a manutenção de colônias ou cooperativas de povoamento e trabalho agrícola, Manutenção de posseiros em terrenos urbanos onde, com a tolerância expressa ou tácita do proprietário, tenham construído sua habilitação, formando núcleos residenciais de mais de dez famílias, Construção de casas populares, As terras e águas suscetíveis de valorização extraordinária, pela conclusão de obras e serviços públicos, notadamente de saneamento, portos, transporte, eletrificação armazenamento de água e irrigação, no caso em que não sejam ditas áreas socialmente aproveitadas, Proteção do solo e a preservação de cursos e mananciais de água e de reservas florestais, Utilização de áreas, locais ou bens que, por suas características, sejam apropriados ao desenvolvimento de atividades turísticas. Por fim, além dos pressupostos supramencionados, para que se retire de forma compulsória a propriedade de alguém, deverá existir uma justa e prévia indenização, que será feita, como regra, em dinheiro.
Modalidades de desapropriação:
Desapropriação comum: Também denominada desapropriação geral ou ordinária, é aquela que se fundamenta em alguma necessidade, utilidade pública ou interesse social. Observe que essa forma de intervenção não representa uma punição ao proprietário do bem, logo, deverá este ser indenizado pelo Poder Público de maneira justa, prévia e em dinheiro. 
· Indenização justa: valor de mercado do bem + danos emergentes + lucros cessantes + correção monetária, feita a partir da avaliação do bem.
· Indenização prévia: será realizada antes da transferência do bem. 
· Indenização em dinheiro: o Poder Público deverá pagar a quantia ou depositá-la judicialmente, em espécie.
Desapropriação sancionatória (função social da propriedade):
Propriedade urbana: A Constituição Federal previu que as propriedades urbanas devem respeitar o plano diretor do município em que se encontrem e, caso o proprietário descumpra tais comandos, algumas medidas sancionatórias poderão ser impostas, entre elas a desapropriação em virtude da não adequação do imóvel a sua função social. Caso o proprietário de um imóvel descumpra as diretrizes instituídas pelo plano diretor, poderá a Administração municipal adotar medidas a fim de forçar o particular a realizar o adequado aproveitamento da área urbana, respeitando-se, dessa forma, a função social instituída por lei. 
Medidas sancionatórias:
· Parcelamento ou edificação compulsórios: 
· 1 ano – a partir da notificação, para que seja protocolado o projeto no órgão municipal competente.
· 2 anos – a partir da aprovação do projeto, para iniciar as obras do empreendimento.
· Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) progressivo no tempo: A alíquota do imposto será majorada sucessivamente pelo prazo de cinco anos consecutivos e não excederá duas vezes o valor referente ao ano anterior, respeitada a alíquota máxima de quinze por cento. 
· Desapropriação: Caso nenhuma das duas medidas anteriores tenha solucionado o problema, poderá o Poder Público municipal desapropriar o imóvel com pagamento mediante títulos da dívida pública (TDP), de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
Propriedade Rural: Art. 184, CF. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social [...]. Pra que uma propriedade rural cumpra a sua função social, alguns requisitos deverão ser preenchidos de forma cumulativa: 
· Aproveitamento racional e adequado. 
· Utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente. 
· Observância das disposições que regulam as relações de trabalho. 
· Exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
Quanto à indenização, será esta paga ao proprietário de maneira justa, prévia e em Títulos da Dívida Agrária (TDA), com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, cuja utilização será definida em lei. 
São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária: 
· A propriedade produtiva. 
· A pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra.
Desapropriação sancionatória (confisco): O confisco decorre de atos ilícitos praticados pelo proprietário do bem (urbano ou rural), o qual, em virtude da gravidade de sua conduta, será desapropriado sem ter direito a nenhuma indenização. 
Características:
· Atinge propriedades urbanas ou rurais que forem usadas para o cultivo de plantas psicotrópicas (drogas) ou para a exploração de trabalho escravo. 
· O proprietário não terá direito a nenhuma indenização. 
· O imóvel desapropriado será utilizado para fins de reforma agrária ou para programas de habitação popular. 
· A competência para desapropriar é da União.
1. Gleba, no artigo 243 da Constituição do Brasil, só pode ser entendida como a propriedade na qual sejam localizadas culturasilegais de plantas psicotrópicas. O preceito não refere áreas em que sejam cultivadas plantas psicotrópicas, mas as glebas, no seu todo. (STF, Tribunal Pleno, RE 543974/MG, 26.03.2009).
Desapropriação Indireta: também denominada apossamento administrativo, ocorre nas situações em que o Poder Público intervém de forma supressiva no bem privado sem, entretanto, observar os procedimentos administrativos e judiciais cabíveis. Em outras palavras, o Estado desapropria um bem particular sem a existência do devido processo legal. Os requisitos caracterizadores da desapropriação indireta são
· Apossamento do bem pelo Estado sem a observância do devido processo administrativo ou judicial. 
· Destinação pública ao bem que foi desapropriado de forma indireta. 
· Irreversibilidade da situação.
Art. 35. Os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não podem ser objeto de reivindicação, ainda que fundada em nulidade do processo de desapropriação. Qualquer ação, julgada procedente, resolver-se-á em perdas e danos.
A indenização será quantificada judicialmente por meio de uma ação de desapropriação indireta e paga mediante o sistema constitucional dos precatórios (art. 100, CF). Segundo a doutrina majoritária, a competência deve ser do local onde estiver situado o bem imóvel, já que se trata de uma ação de natureza real. Art. 47, CPC. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa. 
O prazo prescricional para o particular reclamar seu direito indenizatório será de DEZ ANOS!
Desapropriação Privada: o novo Código Civil instituiu uma forma de desapropriação efetivada por particulares. Art. 1.228, § 4.º O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante.
Desapropriação por Zona: Ocorre nas situações em que se faz necessário desapropriar as áreas contíguas a uma obra estatal, podendo esse fenômeno ser motivado por duas razões: 
· Necessidade de extensão da obra. 
· Valorização extraordinária dos terrenos vizinhos à obra. Art. 4.º, Decreto-lei 3.365/191. 
A desapropriação poderá abranger a área contígua necessária ao desenvolvimento da obra a que se destina, e as zonas que se valorizarem extraordinariamente, em consequência da realização do serviço. Em qualquer caso, a declaração de utilidade pública deverá compreendê-las, mencionando-se quais as indispensáveis à continuação da obra e as que se destinam à revenda.
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DA DESAPROPRIAÇÃO: para que a desapropriação seja considerada lícita, faz-se imprescindível a instauração de um procedimento administrativo em respeito, especialmente, aos princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. 
· Competência legislativa: Apenas a União poderá legislar sobre desapropriação. Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: [...] II – desapropriação. 
· Competência declaratória: Está relacionada à declaração por meio de lei ou decreto da necessidade ou utilidade pública e do interesse social em relação a algum bem, sendo essa competência concorrente entre todos os entes federativos, desde que estes atuem dentro de seu âmbito territorial. Excepcionalmente as desapropriações comuns poderão ser declaradas por outras pessoas jurídicas, quais sejam: DNIT poderá declarar a desapropriação para fins de implantação do sistema nacional de viação. ANEEL poderá declarar a desapropriação para fins de instalação de empresas concessionárias e permissionárias de energia elétrica. 
· Desapropriação sanção – urbana: Município. 
· Desapropriação sanção – rural: União. 
· Desapropriação confisco: União.
· Competência executiva: Está relacionada à implementação da execução da desapropriação após a devida declaração de necessidade, utilidade pública ou interesse social, podendo ser promovida por todos os entes federativos e, segundo o Decreto-lei 3.365/1941: Art. 3.º Os concessionários de serviços públicos e os estabelecimentos de caráter público ou que exerçam funções delegadas de poder público poderão promover desapropriações mediante autorização expressa, constante de lei ou contrato.
Fases:
Declaratória: o Poder Público, por meio de um ato discricionário, declara o bem que deseja desapropriar e especifica a finalidade de tal medida, podendo esta ação ser efetivada por meio de uma lei de efeitos concretos ou por um decreto expedido pelo chefe do Poder Executivo. 
Requisitos:
· Descrição dos recursos orçamentários que serão utilizados na futura indenização do expropriado. 
· Identificação clara e precisa do bem submetido à desapropriação, devendo-se mencionar, inclusive, as eventuais benfeitorias existentes. 
· Explicitação do fundamento legal que possibilitou a desapropriação, ou seja, deve ser descrita em que lei, artigo e inciso a intervenção se baseia. Descrição da futura finalidade do bem. 
· Identificação do sujeito passivo (pessoa física ou jurídica) que vai sofrer a desapropriação.
Efeitos: Apesar de a declaração de desapropriação não retirar do particular a propriedade de seu bem, em virtude do princípio da supremacia do interesse público, alguns efeitos da força expropriatória do Estado já surgem nessa fase inicial.
· Direito de penetração: poderá o Poder Público adentrar no imóvel para fins de avaliações e medições, podendo, inclusive, existir o uso da força policial para a efetivação de tal medida, desde que se respeitem os limites da proporcionalidade e razoabilidade. 
· Fixação do estado do bem: a Administração, após a declaração de desapropriação, fará uma avaliação no bem para fins de fixar o valor da futura indenização. Portanto, as benfeitorias posteriores a esse ato somente serão remuneradas se forem consideradas necessárias ou úteis. Neste último caso, faz-se imprescindível a autorização do ente expropriante. 
· Caducidade: após o ato declaratório, terá o Poder Público um prazo para efetivar a desapropriação, pois não poderá o particular passar o resto de sua vida à espera da efetivação da intervenção.
· Desapropriação por necessidade pública: 5 anos. 
· Desapropriação por utilidade pública: 5 anos. 
· Desapropriação por interesse social: 2 anos.
Executiva: também denominada de executória, ocorre quando existe o pagamento da prévia indenização e a efetivação da transferência do bem particular para as mãos do Poder Público. 
· Execução administrativa: nesse caso, o proprietário concorda com a desapropriação e esta se aperfeiçoa de maneira amigável, devendo o Estado indenizar o particular, sem a necessidade de intervenção do Poder Judiciário, ou seja, tudo se resolve na própria esfera administrativa. 
· Execução judicial: ocorrerá nos casos em que o proprietário discorde do valor ofertado pela Administração ou quando não se saiba a quem pertence bem expropriado. Nessas situações, faz-se necessária a interposição da ação de desapropriação.
Procedimento judicial:
· Petição inicial: Além dos requisitos previstos no Código de Processo Civil, a petição inicial deverá conter a oferta do preço e será instruída com um exemplar do contrato, do jornal oficial que houver publicado o decreto de desapropriação ou cópia autenticada de ambos, e a planta ou descrição dos bens e suas confrontações. Ademais, o juiz, ao despachar a inicial, designará um perito de sua livre escolha, sempre que possível, técnico, para proceder à avaliação dos bens podendo o autor e o réu indicar assistente técnico do perito.
· Citação: far-se-á por mandado na pessoa do proprietário dos bens; a do marido dispensa a da mulher; a de um sócio, ou administrador, a dos demais, quando o bem pertencer à sociedade; a do administrador da coisa no caso de condomínio, exceto o de edifício de apartamento constituindo cada um propriedade autônoma, a dos demais condôminos e a do inventariante, e, se não houver, a do cônjuge, herdeiro,ou legatário, detentor da herança, a dos demais interessados, quando o bem pertencer a espólio.
· Contestação: só poderá versar sobre vício do processo judicial ou impugnação do preço. Qualquer outra questão deverá ser decidida por ação direta, ou seja, em virtude da necessária separação dos poderes, não poderá o juiz adentrar na análise da conveniência e oportunidade do ato expropriatório.
· Imissão provisória na posse: Se o expropriante alegar urgência e depositar a quantia arbitrada, o juiz mandará imiti-lo provisoriamente na posse dos bens. Portanto, mesmo antes de findo o processo já poderá o Poder Público usufruir do objeto fruto da desapropriação. Logo, para a concessão dessa medida dois requisitos são necessários: urgência + depósito do valor arbitrado.
· Súmula 652. Não contraria a Constituição o art. 15, § 1.º, do Decreto-lei 3.365/41 (Lei da Desapropriação por utilidade pública). 
· Quanto à alegação de urgência, que não poderá ser renovada, obrigará o expropriante a requerer a imissão provisória dentro do prazo improrrogável de 120 dias, a qual deverá ser registrada no registro de imóveis competente. Entretanto, caso o Poder Público fique omisso durante esse prazo, a imissão provisória não será concedida. 
· Sentença: O juiz indicará na sentença os fatos que motivaram o seu convencimento e deverá atender, especialmente, à estimação dos bens para efeitos fiscais; ao preço de aquisição e interesse que deles aufere o proprietário; à sua situação, estado de conservação e segurança; ao valor venal dos da mesma espécie, nos últimos cinco anos, e à valorização ou depreciação de área remanescente, pertencente ao réu. Dessa sentença caberá apelação com efeito simplesmente devolutivo, quando interposta pelo expropriado, e com ambos os efeitos, quando o for pelo expropriante.
Indenização: Os particulares afetados por uma desapropriação deverão ser ressarcidos dos prejuízos causados pela atuação pública, devendo, como regra, ser indenizados em dinheiro de forma justa e prévia ao ato expropriatório. 
· Justa: leva em consideração o valor de mercado do bem + danos emergentes que decorram da perda da propriedade + lucros cessantes comprovados + correção monetária, feita a partir da avaliação do bem. 
· Compensatórios: são aqueles destinados a compensar o particular que teve uma perda de renda em virtude da imissão provisória na posse efetivada pelo poder público. Os juros compensatórios serão devidos quando (requisitos cumulativos): 
· a) Ocorrer imissão provisória na posse. 
· b) O proprietário comprovar uma efetiva perda de renda decorrente da privação da posse. 
· c) O imóvel desapropriado possuir graus de utilização da terra e de eficiência na exploração superiores a zero. Segundo o STF os juros compensatórios serão de 6% ao ano.
· Moratórios: destinam-se a recompor a perda decorrente do atraso no efetivo pagamento da indenização fixada na decisão final de mérito, e somente serão devidos à razão de até 6% ao ano, a partir de 1o de janeiro do exercício seguinte àquele em que o pagamento deveria ser feito, nos termos do art. 100 da Constituição.
· Honorários advocatícios: A base de cálculo dos honorários advocatícios em desapropriação é a diferença entre a oferta e a indenização, corrigidas ambas monetariamente (Súmula 617 do STF). Todavia, o STF, por meio da ADIN 2332, prelecionou que não poderá existir um teto máximo para os honorários advocatícios.
· Prévia: será realizada antes da transferência do bem. 
· Dinheiro: o Poder Público deverá pagar a quantia ou depositá-la judicialmente, em espécie.
Direito de Extensão: A desapropriação poderá recair sobre a área total do bem ou apenas em parte deste. Todavia, em algumas situações poderá o proprietário solicitar administrativa ou judicialmente o seu direito de extensão. Em algumas desapropriações parciais a área remanescente torna-se completamente inútil e inaproveitável. Assim, poderá o interessado solicitar que a desapropriação leve em consideração a totalidade do bem, aumentando-se, dessa forma, o quantum indenizatório.
Tredestinação: Quando o Poder Público faz a declaração de necessidade, utilidade pública ou do interesse social na desapropriação, terá de mencionar para qual finalidade essa medida está sendo adotada. Todavia, em algumas situações a Administração acaba dando outra destinação ao bem expropriado; nesses casos, estaremos diante de uma tredestinação. 
· Licita: finalidade distinta, mas respeitado o interesse público. 
· Ilícita: finalidade distinta com desvio de finalidade. 
Retrocessão: A retrocessão caracteriza-se pela possibilidade de o particular que sofreu a desapropriação solicitar o retorno de seu bem, caso este tenha sofrido uma tredestinação ilícita. Apesar de existir uma enorme divergência doutrinária, prevalece na jurisprudência nacional a teoria de que a retrocessão, por ter natureza de direito real, garante ao particular expropriado o direito de reaver seu patrimônio mediante a efetivação do pagamento do valor atualizado do bem.

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