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Aprendizado Baseado em Problemas (PBL) na Educação Médica

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SUS: PROBLEMA 1 – FECHAMENTO 1 15 de fevereiro de 2019 
 
1 Camila Cordeiro 
 
Objetivo 1: Descrever o método PBL 
comparando com o método tradicional de 
ensino. 
 
 
O aprendizado baseado em problemas é uma 
técnica de ensino inicialmente implantada na 
Universidade McMasters em Hamilton, Canadá, 
em 1964, depois implantado em várias faculdades 
de Medicina por todo o mundo, inclusive em 
outras faculdades como odontologia, saúde 
pública, psicologia, direito etc. Na década de 70 
foi criada uma nova faculdade de medicina na 
Holanda, em Maastricht, desde o início com um 
currículo baseado na solução de problemas, sendo 
hoje um grande centro de estudo dessa técnica de 
ensino. 
 
Fins 
do 
século 
XIX 
O Curso de Direito da Universidade de 
Harvard aplicou os princípios do PBL no 
método de caso. 
 
 
1910 
Publicado o Relatório Flexner, nos EUA e no 
Canadá, apontando falhas cometidas pela 
educação médica. As ideias nele contidas 
são coerentes com as mudanças que viriam 
a ser introduzidas nos programas (focados 
na aprendizagem ativa e centrada no 
estudante e na interdisciplinaridade), que 
hoje são vistos como inovadores. 
 
1930 
A Harvard Business School implantou a ideia 
de utilizar problemas da vida real como 
parte da aprendizagem, mas com uma 
abordagem diferenciada da aplicada na 
McMaster. 
 
1952 
Faculdade de Medicina da Case Western 
Reserve University (CWRU), em Cleveland, 
Ohio – Estados Unidos, aplicou um 
programa organizado em sistemas, que 
inspirou McMaster. O programa incluía: 1) 
integração interdisciplinar em uma 
estrutura de órgãos e sistemas; 2) maior 
número de disciplinas optativas; 4) controle 
do currículo com comissões temáticas e não 
pelo departamento. 
 
1965 
à 
1970 
- A literatura associou o termo Problem-
Based Learning – PBL à ocorrência de uma 
mudança curricular no Curso de Medicina 
da McMaster University Faculty of Health 
Sciences na cidade de Hamilton, província 
de Ontário – Canadá. Um grupo de 20 
professores deslocou-se de diversas 
universidades do mundo para a McMaster 
University, com a missão de iniciar um 
programa inovador de aprendizagem em 
Medicina. O grupo foi liderado por John 
Robert Evans que foi responsável pelo 
progresso da faculdade tanto em educação, 
quanto em pesquisa e extensão, no período 
de 1965-1972. 
 
 
1990 
Primeiras experiências de adoção da ABP no 
Brasil, nos currículos de educação médica da 
Universidade de Marília, no estado de São 
Paulo e da Universidade de Londrina, no 
Paraná. - O curso médico da Faculdade de 
Medicina de Marília –FAMEMA - adotou o 
PBL,implementou o novo currículo de forma 
gradual,série a série, e em 2002 graduou-se 
a primeira turma de estudante pela 
metodologia da ABP. 
 
 
Essa técnica de ensino tem como base a 
teoria racionalista de conhecimento, segundo a 
qual o conhecimento dos fatos é primariamente 
um produto da nossa capacidade de pensamento 
e, portanto, de dedução. Segundo os racionalistas, 
o sistema cognitivo humano procura estabelecer 
coerência na aquisição de conhecimentos e, ao 
entrar em contato com algo novo, ativa 
conhecimentos prévios, elabora e organiza, 
dentro de um contexto. 
Os princípios dessa técnica de ensino são: 
o o conhecimento prévio é um dos 
principais determinantes da 
quantidade de informações 
adquiridas; 
o o conhecimento prévio deve ser 
ativado por sinais de contexto (por 
exemplo, um título); 
o o conhecimento precisa ser 
estruturado para se tornar mais 
acessível à memória; 
o o conhecimento precisa ser 
elaborado e discutido para melhorar 
o acesso à memória; 
o o contexto também é importante 
para ativar a memória; 
o a motivação (extrínseca ou 
intrínseca) também é importante 
para ativar a memória. 
 
 
 
 
Origem e Princípios 
SUS: PROBLEMA 1 – FECHAMENTO 1 15 de fevereiro de 2019 
 
2 Camila Cordeiro 
 
 
 
 
Em vários países, a formação médica vem 
sendo discutida com vistas a adotar um currículo 
adequado à realidade dos sistemas de saúde. No 
Brasil, as diretrizes curriculares para os cursos de 
graduação em Medicina vêm acompanhando o 
contexto mundial de transformação de 
referenciais da educação e das políticas de saúde. 
Essas mudanças buscam uma nova orientação que 
possa contribuir para a formação do profissional 
que a sociedade contemporânea exige1. As 
discussões sobre a formação médica, além de se 
voltarem para a revisão dos conteúdos 
curriculares, também vêm repensando as 
metodologias de ensino no sentido de torná-las 
mais adequadas ao perfil do profissional que se 
quer formar. 
Os princípios norteadores do modelo de 
ensino ancorado na PBL permanecem atuais 
quando comparados com posicionamentos 
contemporâneos acerca da formação profissional, 
pois é regida por uma lógica que tenta romper 
com o acúmulo mecânico de informações 
propedêuticas antes da inserção dos futuros 
profissionais médicos em atividades da prática 
profissional. 
Um artigo publicado pela Rev. Bras. Edu. 
Médica mostrou os resultados positivos do PBL 
em relação ao método tradicional, destacando as 
capacidades: 
1. Efetivar relacionamento interpessoal; 
2. Comunicar-se de forma eficiente; 
3. Lidar com pacientes de culturas 
diferentes; 
4. Considerar aspectos psicossociais, 
5. Atuar em equipes; 
6. Lidar com questões éticas; 
7. Maior capacidade de promover 
saúde; 
8. Maior articulação entre Atenção 
primária e hospital. 
Assim, observa-se que estas competências 
fazem com que o médico não se reduza à 
intervenção, nem ao sistema hospitalar. 
Além do âmbito profissional, mudanças 
pessoas positivas também podem ser observadas 
no PBL: 
1. Autoaprendizagem; 
2. Busca por conhecimento; 
3. Iniciativa; 
4. Lidar com a crítica e limites pessoais; 
5. Aceitar responsabilidade; 
6. Lidar com incertezas; 
7. Lidar com saúde e bem estar pessoal. 
Na competência técnica, o aluno PBL 
apresentou as seguintes vantagens: 
1. História clínica elaborada; 
2. Diagnóstico exato; 
3. Melhor interpretação do ECG; 
4. Melhor sutura; 
5. Maior compreensão da M.B.E.; 
6. Uso da informática. 
Em algumas tarefas, ambos os métodos de 
ensino mostraram o mesmo grau de habilidade, 
tais como: 
1. Lidar com as próprias limitações; 
2. Saber usar laboratório; 
3. Realizar RCP; 
4. Usar oxigenoterapia. 
Em contrapartida, um estudo mostrou que o 
aluno do PBL deixa a desejar em: 
1. Conhecimento da fisiopatologia; 
2. Entendimento do processo da 
doença; 
3. Diagnóstico; 
4. Tomada de decisão e tratamento. 
 
 
Objetivo 2: Pesquisar a origem das escolas 
medicas no Brasil e no Mundo. 
 
 
 
A Medicina sempre foi ligada à religião pagã 
e a crendices populares. Ela foi institucionalizada 
a partir da Idade Média, após a fundação da 
Escola Médica de Salerno, situada numa pequena 
cidade ao sul da Itália. Essa escola foi fundada no 
século IX, no interior de um mosteiro, por monges 
da ordem dos Beneditinos. Ali foi regulamentada 
a primeira titulação médica, em 1140, quando se 
estabeleceu a obrigatoriedade de um exame 
oficial para o exercício da Medicina. Esta 
disposição foi reafirmada cem anos depois, em 
1240, no Edito de Nelfi, promulgado por Frederico 
II, que instituiu a obrigatoriedade de um curso 
superior de Medicina, em Salerno, para a forma- 
ção de médicos alopatas. 
PBL X Tradicional 
No Mundo 
SUS: PROBLEMA 1 – FECHAMENTO 1 15 de fevereiro de 2019 
 
3 Camila Cordeiro 
 
No Iraque, onde a Medicina foi criada por 
Ninrode, surgiu a primeira escola médica; em 
plena Idade Média, já havia a preocupação com a 
institucionalização e fiscalização da profissãomédica. No ano 931 depois de Cristo, as autori -
dades governamentais promoveram em Bagdá o 
primeiro exame público para credenciamento dos 
médicos em exercício. Diz a história que compare- 
ceram a esse exame 860 candidatos. 
“Em 2000 a.C., a Medicina egípcia já era tida 
como ciência avançada. Os médicos daquela 
época já usavam drogas, pomadas, poções 
mágicas e cirurgias superficiais. Entretanto, o 
remédio tido como milagroso, da época, era a 
mistura de óleo de crocodilo com urina e fezes 
humanas. Para os médicos da época, essa 
“mistura milagrosa” curava todo tipo de doenças. 
Por ter se originada do paganismo e da idolatria, a 
Medicina era uma mistura de religião-pagã e 
magia. Os médicos eram sacerdotes-pagãos, e 
lidavam com espíritos malignos e o 
sobrenatural” (Medicina, pág. 18, Editora 
Globo). Nesse mesmo livro diz que durante as 
cerimônias de cura, os médicos-curandeiros 
usavam máscaras macabras, cânticos e danças, 
cujo ritual exercia um efeito poderoso sobre a 
mente do doente, e por esse meio, o seu 
organismo era estimulado a reagir contra a 
doença, ajudando na sua recuperação. 
 
 
 
 
 
Século XIX 
No século XIX, depois da medicina dos físicos 
e cirurgiões, curiosos e feiticeiros, é iniciada no 
Brasil a denominada medicina pré-científica. Esta 
inicia com a criação das duas primeiras escolas 
médicas, a de Salvador, em fevereiro, e a do 
Rio de Janeiro, em abril de 1808, com a chegada 
de Dom João VI com sua família e corte. O Brasil 
passa a categoria de Reino em 1815, e logo, 
rompe com Portugal, em 1822, inclusive os laços 
culturais e científicos. Começam a desaparecer os 
físicos e cirurgiões de formação ibérica e dá-se 
início ao surgimento dos doutores das escolas 
nacionais com influência da escola francesa. 
Surgem os institutos de pesquisa 
Manguinhos, Bacteriológico e Butantã e 
sobressaem-se pesquisadores como Osvaldo Cruz, 
Adolfo Lutz, Carlos Chagas, Vidal Brasil, Pirajá da 
Silva, que trazem contribuições relevantes para a 
saúde pública nacional. Iniciam-se o saneamento 
básico das cidades, o ensino especializado, a 
assistência hospitalar, a indústria farmacêutica de 
alto padrão e a prática médico-cirúrgica. As 
escolas médicas denominadas faculdade de 
medicina, na reforma de 1832, continuam sendo 
em número de duas até o final do século, quando 
se cria a terceira escola médica, em 1897, a 
Faculdade de Medicina de Porto Alegre. 
 
Século XX 
Se o século XIX deu início ao ensino superior 
com a criação das escolas de medicina e o início 
da produção científica no nosso país, foi no século 
XX que as transformações se mostram em 
crescente aceleração – entre outras, vai da 
descoberta do raio-X à ressonância magnética – 
impulsionando mudanças significativas no 
entorno. Com o avanço e desenvolvimento 
científico e tecnológico, dentro da tendência 
mundial, as áreas do conhecimento se ampliaram 
e as especialidades se multiplicaram e novas 
profissões surgiram na área da saúde, assim como 
as denominadas medicinas alternativas. 
 
 
Objetivo 3: Explicar legislação do Mais 
Médicos e Diretrizes curriculares de 2014 
 
 
O Programa Mais Médicos (PMM) é parte de 
um amplo esforço do Governo Federal, com apoio 
de estados e municípios, para a melhoria do 
atendimento aos usuários do Sistema Único de 
Saúde (SUS). Além de levar mais médicos para 
regiões onde há escassez ou ausência desses 
profissionais, o programa prevê, ainda, mais 
investimentos para construção, reforma e 
ampliação de Unidades Básicas de Saúde (UBS), 
além de novas vagas de graduação, e residência 
médica para qualificar a formação desses 
profissionais. 
Assim, o programa busca resolver a questão 
emergencial do atendimento básico ao cidadão, 
mas também cria condições para continuar a 
garantir um atendimento qualificado no futuro 
No Brasil 
Mais Médicos 
SUS: PROBLEMA 1 – FECHAMENTO 1 15 de fevereiro de 2019 
 
4 Camila Cordeiro 
 
para aqueles que acessam cotidianamente o SUS. 
Além de estender o acesso, o programa provoca 
melhorias na qualidade e humaniza o 
atendimento, com médicos que criam vínculos 
com seus pacientes e com a comunidade. 
 A LEI Nº 12.871, DE 22 DE OUTUBRO DE 
2013, instituiu o Programa Mais Médicos e 
determina que os seguintes profissionais estão 
aptos a participar: brasileiros formados no Brasil; 
estrangeiros formados fora; brasileiros formados 
fora; ambos sem necessidade do Revalida. Os 
profissionais ingressos devem ficar no programa 
por três anos. Após divulgação dos selecionados, 
os médicos devem passar por um primeiro 
módulo, designado acolhimento, que possui 
duração de 4 (quatro) semanas, sendo executado 
na modalidade presencial, com carga horária 
mínima de 160 (cento e sessenta) horas, e 
contempla conteúdo relacionado à legislação 
referente ao sistema de saúde brasileiro, ao 
funcionamento e às atribuições do SUS, 
notadamente da Atenção Básica em saúde, aos 
protocolos clínicos de atendimentos definidos 
pelo Ministério da Saúde, à língua portuguesa e 
ao código de ética médica. 
As avaliações serão periódicas, realizadas 
ao final de cada módulo, e compreenderão o 
conteúdo específico do respectivo módulo, 
visando a identificar se o médico participante está 
apto ou não a continuar no Projeto. 
Além disso, o médico inscrito no programa 
tem direito à bolsa-formação, bolsa-supervisão; e 
bolsa-tutoria, assim como auxílio transporte e 
auxílio moradia para si e para seus dependentes. 
 bolsaformação com valor mensal de 
R$ 11.865,60. 
O Programa Mais Médicos está completando 
cinco anos de existência. Nesse período, garantiu 
18.240 médicos em 4.058 municípios (73% dos 
municípios brasileiros) e nos 34 distritos de saúde 
indígenas, enfrentando de forma inequívoca a 
insuficiência ou mesmo ausência desses 
profissionais nas periferias das grandes cidades, 
nos pequenos municípios, comunidades 
quilombolas indígenas e assentadas, sertão 
nordestino, populações ribeirinhas, entre outras, 
que nunca contaram ou não conseguiam fixar 
médicos.Esses profissionais estão garantindo 
atendimento a 63 milhões de brasileiros que não 
contavam com atendimento médico e que agora 
encontram atendimento nas unidades de saúde 
próximas de suas casas. 
Relatório elaborado pelo Tribunal de Contas 
da União (TCU), a partir da avaliação da chegada 
dos médicos em 1.837 municípios, traduz alguns 
dos impactos já sentidos pela população: 
 33% mais consultas na Atenção 
Básica destes municípios; 
 32% mais visitas domiciliares de 
médicos; 
 95% dos usuários disseram estar 
satisfeitos ou muito satisfeitos. 
 
Outros dados sobre o PMM 
 Foi criado em julho de 2013 para ampliar o atendimento 
médico principalmente em regiões mais carentes. 
 Em agosto de 2013, foi fechado acordo com a Opas para 
participação de médicos cubanos. 
 Participação de brasileiros formados no Brasil aumentou 
38% entre 2016 e 2017, de acordo com o Ministério da 
Saúde. 
Programa tem 18.240 vagas em mais de 4 mil municípios 
e 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) 
 Atende cerca de 63 milhões de brasileiros, de acordo 
com o Ministério da Saúde. 
 Participação de cubanos no programa tinha sido 
renovada no início deste ano por mais cinco anos. 
 Levantamento do governo divulgado em 2016 apontou 
que o programa é responsável por 48% das equipes de 
Atenção Básica em municípios com até 10 mil 
habitantes. 
 Em 1.100 municípios atendido pelo programa, o Mais 
Médicos representava 100% da cobertura de Atenção 
Básica, de acordo com dados divulgados em 2016. 
 
 
 
 
O Artigo 3 da Diretriz, prega que O graduadoem 
Medicina terá formação geral, humanista, crítica, 
reflexiva e ética, com capacidade para atuar nos 
diferentes níveis de atenção à saúde, com ações 
de promoção, prevenção, recuperação e 
reabilitação da saúde, nos âmbitos individual e 
Diretriz Curricular 2014 
SUS: PROBLEMA 1 – FECHAMENTO 1 15 de fevereiro de 2019 
 
5 Camila Cordeiro 
 
coletivo, com responsabilidade social e 
compromisso com a defesa da cidadania, da 
dignidade humana, da saúde integral do ser 
humano e tendo como transversalidade em sua 
prática, sempre, a determinação social do 
processo de saúde e doença. 
Dada a necessária articulação entre 
conhecimentos, habilidades e atitudes requeridas 
do egresso, para o futuro exercício profissional do 
médico, o Artigo 4 da Diretriz prega que a 
formação do graduado em Medicina desdobrar-
se-á nas seguintes áreas: 
 I - Atenção à Saúde; 
II - Gestão em Saúde; e 
III - Educação em Saúde. 
 
Atenção à Saúde: 
O médico deverá considerar o ser humano 
em todas as suas dimensões, respeitando as 
diferenças e não agir com privilégios e 
preconceitos, seguindo sempre prioridades 
definidas pela vulnerabilidade e pelo risco à saúde 
e à vida, como determina o SUS.O médico 
também deverá dar autonomia ao paciente, o 
tornando protagonista ativo da sua própria saúde. 
O médico também deverá realizar 
procedimentos com responsabilidade e 
segurança, assim como ter conhecimento clínico-
epidemiológico, para que assim, não prejudique o 
paciente, outros profissionais e a si. Além disso, 
deverá conhecer os princípios da Ética e Bioética. 
Outro ponto fundamental, é a comunicação com 
empatia e sensibilidade, resguardando o sigilo e 
autonomia do paciente. 
 
Gestão em Saúde: 
É fundamental ter consciência da Gestão do 
cuidado, sabendo elaborar um plano terapêutico 
com uso consciente das densidades tecnológicas. 
Além disso, a formação médica deve investir na 
promoção da saúde e na prevenção de riscos e 
danos, visando à melhoria dos indicadores de 
qualidade de vida, de morbidade e de 
mortalidade, por um profissional médico 
generalista, propositivo e resolutivo. Outros 
pontos abordados pela Diretriz é a necessidade de 
formação de médicos com liderança, bom 
trabalho em equipe, comunicação empática e 
participação social. 
 
 
Educação em Saúde: 
Art. 7º Na Educação em Saúde, o graduando 
deverá corresponsabilizar-se pela própria 
formação inicial, continuada e em serviço, 
autonomia intelectual, responsabilidade social, ao 
tempo em que se compromete com a formação 
das futuras gerações de profissionais de saúde, e 
o estímulo à mobilidade acadêmica e profissional, 
objetivando: ter autonomia e busca pelo 
conhecimento, aprender a lidar com o erro, ter 
curiosidade por respostas científicas, ter 
posicionamento crítico, comprometer-se com sua 
formação, dominar outro idioma. 
 
Atenção às necessidades individuais: 
Artigos 12 e 13 
História clínica: é fundamental o uso da 
ética, assim como a criação de vínculo com o 
paciente, sem julgamentos e com linguagem fácil. 
Também é importante saber identificar situações 
de emergência e investigar outras esferas da vida, 
como a social, para o pleno raciocínio clínico. O 
registro no prontuário com letra legível resguarda 
o médico e o paciente. 
Exame Físico: é fundamental esclarecer aos 
pacientes qualquer manobra realizada, com total 
cuidado, segurança e ética. 
Hipótese Diagnóstica: é fundamental 
esclarecer sobre as hipóteses, respeitando as 
dúvidas do paciente. Deve ser realizado exames 
para que outras hipóteses sejam afastadas. 
 
Atenção às necessidade de saúde coletiva: 
Artigo 14 e 15 
O medico deverá usar dados epidemiológicos 
e, sanitários e ambientais para saber priorizar 
problemas, entender a população para 
compreender o processo saúde-doença, construir 
projetos de intervenção coletiva, estimular a 
promoção e educação em saúde, incluir a 
perspectiva de outros profissionais para 
elaboração de projetos, participar da elaboração 
de metas e ações no âmbito do SUS. 
 
Graduação 
Artigo 24-37 
A graduação também deverá fornecer 
contato com temas transversais, como ensino de 
LIBRAS, cultura indígena e etc. Além disso, a lei 
12.871 de 2013 regulamenta O mínimo de 30% 
(trinta por cento) da carga horária prevista para o 
SUS: PROBLEMA 1 – FECHAMENTO 1 15 de fevereiro de 2019 
 
6 Camila Cordeiro 
 
internato médico da Graduação em Medicina será 
desenvolvido na Atenção Básica e em Serviço de 
Urgência e Emergência do SUS, respeitando-se o 
mínimo de dois anos deste internato. 
Os 70% (setenta por cento) da carga horária 
restante do internato incluirão, necessariamente, 
aspectos essenciais das áreas de Clínica Médica, 
Cirurgia, Ginecologia-Obstetrícia, Pediatria, Saúde 
Coletiva e Saúde Mental, em atividades 
eminentemente práticas e com carga horária 
teórica que não seja superior a 20% (vinte por 
cento) do total por estágio, em cada uma destas 
áreas. 
A jornada semanal de prática compreenderá 
períodos de plantão que poderão atingir até 12 
(doze) horas diárias, observado o limite de 40 
(quarenta) horas semanais, nos termos da Lei 
Federal nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, 
que dispõe sobre o estágio de estudantes. 
 As instituições deveram promover: 
1. Aprendizagem ativa do estudante, incluir 
dimensões ética e humanística, desenvolvendo, 
no aluno, atitudes e valores orientados para a 
cidadania ativa multicultural e para os direitos 
humanos; 
2. Promover a integração e a 
interdisciplinaridade em coerência com o eixo de 
desenvolvimento curricular, buscando integrar as 
dimensões biológicas, psicológicas, étnico-raciais, 
socioeconômicas, culturais, ambientais e 
educacionais; 
3. Promover a integração do PPC, a partir da 
articulação entre teoria e prática, com outras 
áreas do conhecimento, bem como com as 
instâncias governamentais, os serviços do SUS, as 
instituições formadoras e as prestadoras de 
serviços, de maneira a propiciar uma formação 
flexível e interprofissional, coadunando 
problemas reais de saúde da população; 
4. Incluir dimensões ética e humanística, 
desenvolvendo, no aluno, atitudes e valores 
orientados para a cidadania ativa multicultural e 
para os direitos humanos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências: 
1. Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso 
de Graduação em Medicina, 2014, MEC. 
2. Dois Séculos de Escolas Médicas no Brasil 
e a Avaliação do Ensino Médico no Panorama 
Atual e Perspectivas, Jadete Barbosa 
Lampert, Gazeta Médica da Bahia, 2008. 
3. Aprendizagem baseada em 
problemas:uma nova referência para a 
construção do currículo médico, Antonio 
Carlos de Castro Toledo Júnior1;, ET AL., Rev 
Médica de MG, 2008. 
4. O aprendizado baseado em problemas – 
PBL, Iolanda de F. L. Calvo Tibério(, ET AL, Rev 
Médica SP, 2003. 
5. Aprendizagem Baseada em Problemas na 
formação médica e o currículo tradicional de 
Medicina: uma revisão bibliografia, Romeu 
Gomes et al., Rev Bras de Educação Médica, 
2009. 
6. maismedicos.gov.br 
7. LEI Nº 12.871, DE 22 DE OUTUBRO DE 
2013. 
8. Escolas Médicas, Boletim UFMG, Nº 1942 
- Ano 42 30.05.2016.

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