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Grupo 3 
3° ano A - FIMCA
FISIOPATOLOGIA CASO 4 
1. RELEMBRAR OS CONCEITOS DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
R: Entre as células de defesa estão os linfócitos T-CD4+, principais alvos do HIV, 
vírus causador da AIDS, e do HTLV, vírus causador de outro tipo de doença 
sexualmente transmissível. São esses glóbulos brancos que organizam e 
comandam a resposta diante dos agressores. Produzidos na glândula timo, eles 
aprendem a memorizar, reconhecer e destruir os microrganismos estranhos que 
entram no corpo humano. 
O HIV liga-se a um componente da membrana dessa célula, o CD4, penetrando no 
seu interior para se multiplicar. Com isso, o sistema de defesa vai pouco a pouco 
perdendo a capacidade de responder adequadamente, tornando o corpo mais 
vulnerável a doenças. Quando o organismo não tem mais forças para combater 
esses agentes externos, a pessoa começar a ficar doente mais facilmente e então 
se diz que tem AIDS. 
Janela imunológica é o intervalo de tempo decorrido entre a infecção pelo HIV até a 
primeira detecção de anticorpos anti-HIV produzidos pelo sistema de defesa do 
organismo. 
Na maioria dos casos, a duração da janela imunológica é de 30 dias. Porém, esse 
período pode variar, dependendo da reação do organismo do indivíduo frente à 
infecção e do tipo do teste (método utilizado e sensibilidade). 
Se um teste para detecção de anticorpos anti-HIV é realizado durante o período da 
janela imunológica, há a possibilidade de gerar um resultado não reagente, mesmo 
que a pessoa esteja infectada. Dessa forma, recomenda-se que, nos casos de 
testes com resultados não reagentes em que permaneça a suspeita de infecção pelo 
HIV, a testagem seja repetida após 30 dias com a coleta de uma nova amostra. É 
importante ressaltar que, no período de janela imunológica, o vírus do HIV já pode 
ser transmitido, mesmo nos casos em que o resultado do teste que detecta 
anticorpos anti-HIV for não reagente. 
2. CONCEITUAR AIDS E HIV 
R: AIDS é uma sigla originada do inglês, que significa Síndrome da Imunodeficiência 
Adquirida (acquired immunodeficiency syndrome). É o estágio final da doença 
provocada pelo HIV, um vírus que causa graves danos ao sistema imunológico. 
HIV também é uma sigla com origem no inglês, que significa Vírus da 
Imunodeficiência Humana (Human Immunodeficiency Virus), um vírus pertencente à 
classe dos retrovírus. 
Esse vírus ataca as células de defesa do corpo, deixando o organismo vulnerável a 
todo tipo de doenças, desde gripes a infecções mais graves como tuberculose ou 
câncer. As células mais atingidas pelo HIV são os linfócitos T CD4+. 
Ser portador do HIV não é o mesmo que ter AIDS. Muitos indivíduos soropositivos 
vivem anos sem manifestar sintomas e sem desenvolver a doença, embora possam 
transmitir o vírus a outros através de relações sexuais desprotegidas, 
compartilhamento de seringas contaminadas ou ainda de mãe para filho, durante a 
gravidez e amamentação. 
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3. COMPREENDER A IMPORTÂNCIA DA AIDS NO CONTEXTO MUNDIAL E 
BRASILEIRO 
R: O Brasil registrou uma redução de 16% no número de detecções de AIDS nos 
últimos seis anos, segundo o Boletim Epidemiológico divulgado pelo Ministério da 
Saúde. Em 2012, a taxa de detecção era de 21,7 casos por cada 100 mil habitantes 
e, em 2017, foram 18,3, uma queda de 15,7%. Ainda segundo o boletim, nos últimos 
quatro anos também houve queda de 16,5% na taxa de mortalidade pela síndrome 
passando de 5,7 mortes por 100 mil habitantes em 2014 para 4,8 óbitos em 2017. 
Para o ministério, a ampliação do acesso à testagem e a redução do tempo entre o 
diagnóstico e o início do tratamento são razões para a queda. O diagnóstico precoce 
é importante para que a pessoa com o vírus HIV não desenvolva AIDS e controle o 
vírus no organismo com os remédios disponíveis. 
O boletim mostra ainda a diminuição da transmissão vertical do HIV, quando o bebê 
é infectado durante a gestação. A taxa de detecção de HIV em bebês reduziu em 
43% entre 2007 e 2017, caindo de 3,5 casos para 2 por cada 100 mil habitantes. 
Nos últimos 7 anos, houve ainda redução de 56% de infecções de HIV em crianças 
expostas ao vírus após 18 meses de acompanhamento. 
De 1980 a junho de 2018, o Brasil registrou 926.742 casos de AIDS no Brasil, uma 
média de 40 mil novos casos por ano. O número anual de casos de AIDS vem 
diminuindo desde 2013, quando atingiu 43.269 casos; em 2017 foram registrados 
37.791 casos. 
Os novos dados ainda mostram que 73% das novas infecções de HIV ocorrem no 
sexo masculino, sendo que 70% dos casos entre homens estão na faixa de 15 a 39 
anos. 
Atualmente, 2018, há 830 mil pessoas convivendo com o vírus do HIV/AIDS no país, 
segundo informações do Ministério da Saúde. Destas, apenas 548 mil estão em 
tratamento. Há ainda uma boa parte da população que não sabe que tem a infecção. 
4. CONHECER OS MODOS DE TRANSMISSÃO DO HIV E AS POLÍTICAS 
PÚBLICAS PARA CONTROLE DA TRANSMISSÃO 
R: - Sexual (sexo sem camisinha); 
- Parenteral (transfusão sanguinea, agulhas/seringas compartilhadas, 
instrumentos perferucortantes); 
- Vertical ( mãe infectada para seu filho durante a gravidez, pela placenta, no 
parto e na amamentação). 
Para se prevenir contra o HIV, o mais importante é não se colocar em situação de 
risco para a infecção pelo vírus, ou seja: 
- Faça sexo (vaginal, anal ou oral) sempre com proteção 
- Não compartilhe agulhas e seringas 
- Não reutilize objetos perfurocortantes no geral 
- Redução de parceiros 
- No caso de violência sexual, comunique as autoridades o quanto antes e vá a 
um hospital, de preferência especializado, para que eles possam ministrar os 
remédios de profilaxia de infecção pelo HIV ou outras doenças sexualmente 
transmissíveis (DST). 
- Teste rapido 
- Tratamento e acompanhamento psicologico 
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As chances de não se desenvolver essas doenças quando a profilaxia é feita poucas 
horas após o ato é muito maior. Se você já foi diagnosticado com HIV, para se 
prevenir a AIDS o mais importante é que você tome todos os seus medicamentos 
conforme prescrição e siga todas as demais orientações médicas, além de procurar 
ter uma vida mais saudável, se alimentando bem, mantendo o peso compatível com 
a sua idade, sexo e altura e, se ainda fuma, deixar de fumar. No caso de infecções 
oportunistas ou outros sintomas enquanto está se tratando do HIV, é importante 
procurar assistência médica para tomar as providências corretas contra a doença o 
quanto antes, que incluem medicações que não interfiram com os seus 
antirretrovirais. 
5. IDENTIFICAR QUAIS PACIENTES ESTÃO SUSCETÍVEIS À 
CONTAMINAÇÃO PELO VÍRUS 
R: Todos estão sujeitos a contrair o vírus HIV, uma vez que a doença não escolhe 
cor de pele, idade, gênero ou preferências sexuais, contudo, há alguns 
comportamentos de risco para a infecção por HIV: 
- Relação sexual (vaginal, anal ou oral) com pessoa infectada sem o uso de 
preservativos 
- Compartilhamento de seringas e agulhas, principalmente, no uso de drogas 
injetáveis 
- Reutilização de objetos perfurocortantes com presença de sangue ou fluidos 
contaminados pelo HIV 
Mulheres HIV-positivas que queiram engravidar também precisam tomar as 
providências, sob orientação médica, para não transmitir o vírus para os seus filhos 
durante a gestação, parto ou amamentação. 
6. CONHECER OS MICRORGANISMOS (ETIOLOGIA) RELACIONADOS À 
AIDS 
R: O HIV é um retrovírus com genoma RNA, da Família Retroviridae (retrovírus) e 
subfamília Lentivirinae. Pertence ao grupo dos retrovírus citopáticos e não-
oncogênicos que necessitam, para multiplicar-se, de uma enzima denominada 
transcriptase reversa, responsável pela transcrição do RNA viral para uma cópia 
DNA, que pode, então, integrar-se ao genoma do hospedeiro. Além disso, todos os 
membros da família retrovírus têm a capacidade de infectar linfócitosatravés do 
receptor CD4. Aparentemente, o HIV- 1 e o HIV-2 passaram a infectar o homem há 
poucas décadas. Além disso, todos têm a capacidade de infectar linfócitos através 
do receptor CD4. 
7. O ENTENDER OS PROCESSOS RELACIONADOS À INFECÇÃO PELO 
AGENTE NA CÉLULA HOSPEDEIRA (PATOGÊNESE) 
R: A primeira estação de captura do HIV é o sistema mononuclear fagocitário, que 
desempenha um papel importante na disseminação do HIV no organismo. Esse 
sistema celular engloba, além dos leucócitos circulantes no sangue, um grande 
número de células tissulares, como os macrófagos situados nos alvéolos 
pulmonares, nos gânglios linfáticos e no baço, entre outras. As células do sistema 
mononuclear fagocitário desempenham, assim, um papel importante na 
disseminação do HIV no organismo. 
Após a captação de antígenos estranhos, os macrófagos entram em contato com um 
subgrupo dos linfócitos T CD4. Os linfócitos T CD4 apresentam uma concentração 
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especialmente acentuada da molécula CD4 em sua superfície celular, sendo, por 
esse motivo, sensíveis a uma infecção por HIV liberado pelos macrófagos. 
A multiplicação do HIV desencadeia sérias consequências, levando, inicialmente, a 
um distúrbio funcional e, finalmente, por efeito citopático, ao desaparecimento por 
destruição dos linfócitos T CD4. A redução numérica dos linfócitos T CD4 é 
característica da infecção por HIV, sendo a expressão da destruição celular induzida 
pelo vírus. O mecanismo de destruição das células ocorre através de ações diretas e 
indiretas. 
Como efeitos citopáticos diretos podemos ressaltar o acentuado aumento da 
membrana celular durante a liberação do vírus, o acúmulo de DNA-provírus não 
integrado, formação de complexos intracelulares entre moléculas CD4 e os 
envoltórios proteicos HIV-gp. Os efeitos citopáticos indiretos incluem: infecção de 
células matrizes ou células precursoras CD4 e depleção seletiva de uma 
subpopulação de linfócitos T CD4 (CDC, 1996). 
Com a depleção dos linfócitos T CD4, o sistema imunológico é atingido em seu 
ponto mais sensível. Os linfócitos T CD4, com acentuação da molécula CD4, 
desempenham um papel central nas reações imunológicas. Correspondentemente à 
sua função auxiliar e indutora, os linfócitos T CD4 dirigem, juntamente com a 
cooperação de outros componentes celulares do sistema imunológico, a evolução da 
defesa frente à infecção. 
Células T, CD8 positivas e diferenciadas são, então, capazes de eliminar células alvo 
infectadas pelo vírus, delimitando a disseminação da infecção viral. Mesmo linfócitos 
B, que não são timo-dependentes, encontram-se sob a influência de linfócitos T 
CD4. Essa trama complexa de cooperação celular se desequilibra, quando a 
influência indutora e auxiliadora dos linfócitos T CD4 não mais se encontra à 
disposição. 
8. SE O PACIENTE NÃO SE TRATAR QUAL É A HISTÓRIA NATURAL DA 
DOENÇA (ASPECTOS CLÍNICOS) 
R: Os sintomas clínicos são variados. Acontece desde um quadro gripal simples até 
sintomas semelhantes à mononucleose infecciosa, a chamada mononucleose-like. 
Outros sintomas como febre, linfadenopatia, faringite, mialgia, artralgia, exantema, 
cefaleia, hepatoesplenomegalia, perda de peso, náusea e vômito também podem 
surgir. Em alguns casos ocorre candidíase oral, neuropatia periférica, 
meningoencefalite e síndrome de Guillain-Barré. 
Após a infecção aguda ocorre a estabilização da viremia em níveis variados, set 
points. Estes são definidos pela velocidade de replicação e quantidade de vírus, viral 
clearance. Muitas vezes o set point é utilizado como fator prognóstico da doença. Da 
mesma forma que a queda na contagem de células TCD4. Pesquisas mostram que o 
maior o número de sintomas observado durante a infecção aguda foi associado aos 
casos de maior carga viral inicial. 
INFECÇÃO ASSINTOMÁTICA – em geral sem sintomas clínicos; em alguns casos 
pode surgir linfoadenopatia generalizada persistente em sítios não inguinais. Apesar 
de esse estágio receber a denominação de assintomático, o período é de contínua 
replicação viral. Além de abatimento progressivo do sistema imunológico, com 
transmissão do vírus. 
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SINTOMÁTICA INICIAL - os sintomas podem variar. Podem incluir condições como 
febre, suor noturno, cefaleia, fadiga, perda de peso. Linfadenopatia persistente pode 
estar presente. Podem surgir doenças dermatológicas como herpes zoster, herpes 
simplex recorrente e leucoplasia pilosa oral. Infecções bacterianas como tuberculose 
também podem aparecer. 
SINTOMÁTICA INTERMEDIÁRIA – caracterizada pela contagem de linfócitos do tipo 
TCD4+, entre 200 e 500 células / mm3 e pelos mesmos sintomas da fase anterior, 
que em geral tornam-se mais graves. 
SINTOMÁTICA TARDIA - fase em que a contagem de linfócitos do tipo TCD4+ está 
entre 50 e 200 células/mm3. Há alto risco de pneumonia por Pneumocistis carinii, 
criptosporidíase, encefalite por Toxoplasma gondii e candidíase esofágica. 
INFECÇÃO AVANÇADA – os acometidos pela infecção ao chegar nessa fase da 
doença possuem contagem de linfócitos do tipo TCD4+ abaixo de 50céls/mm3. 
Podem ocorrer todas as manifestações clínicas anteriores. O risco é aumentado 
para citomegalovirose disseminada 
9. COMO SÃO FEITOS OS DIAGNÓSTICOS DE INFECÇÃO PELO HIV? 
R: O diagnóstico do HIV normalmente é realizado através de testes que detectam o 
vírus na saliva ou no sangue. Eles podem ser realizados a partir de 30 dias após a 
exposição, isso porque os exames (laboratorial e teste rápido) busca por anticorpos 
contra o HIV no sangue para detectar a infecção. Existem vários testes para 
determinar em que estágio a doença está, dentre eles: 
Contagem de CD4: As células CD4 são um tipo de glóbulo branco que é 
especificamente destruído pelo HIV. A contagem de células CD4 em uma pessoa 
sem HIV pode variar de 500 a mais de 1.000. Mesmo que o paciente não apresente 
sintomas, quando a infecção por HIV progride para AIDS a contagem de CD4 cai 
para menos de 200 
Carga viral: O teste mede a quantidade de vírus no sangue e, normalmente, quanto 
maior a carga viral, menor a condição geral de saúde da pessoa. 
O médico também pode solicitar testes para outras infecções ou complicações 
relacionadas ao HIV/AIDS: 
- Tuberculose 
- Hepatite 
- Toxoplasmose 
- Outras doenças sexualmente transmissíveis 
- Danos nos rins e fígado 
- Infecções de trato urinário 
Tipos de teste 
- Testes convencionais: O teste convencional foi o primeiro a ser desenvolvido. A 
ele, dá-se o nome de Ensaio Imunoenzimático, ou ELISA. Nele os profissionais de 
laboratório colhem uma amostra do sangue do paciente e buscam por anticorpos 
contra o vírus. Se a amostra não apresentar nenhuma célula de defesa específica 
para o HIV, o resultado é negativo e, então, oferecido ao paciente. Porém, caso 
seja detectado algum anticorpo anti-HIV no sangue, é necessária a realização de 
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um teste adicional, o chamado teste confirmatório, para que se tenha certeza 
absoluta do diagnóstico. Nele, os profissionais buscam por fragmentos de HIV na 
corrente sanguínea do paciente 
- Teste rápido: Ele funciona da mesma forma que o teste convencional, com a 
diferença de que o resultado sai no mesmo dia, cerca de trinta minutos até duas 
horas após a realização do exame. Isso permite que o paciente fique sabendo do 
resultado no momento da consulta médica e receba o aconselhamento pré e pós-
teste, muito importante para esclarecer dúvidas a respeito das formas de 
transmissão e também de tratamento 
- Fluído oral: O teste de fluido oral é a mais recente modalidade de testagem. Para 
realizar o exame, é necessário retirar uma amostra do fluido presente na boca, 
principalmente das gengivas e da mucosa da bochecha, com o auxílio de uma 
haste coletora. O resultado sai em 30 minutos e pode ser realizado emqualquer 
lugar, dispensando estruturas laboratoriais. No entanto, o teste de fluido oral serve 
apenas como triagem para o paciente 
- Testes confirmatórios: São usados como testes confirmatórios os exames Western 
Blot, o Teste de Imunofluorescência indireta para o HIV-1 e o Imunoblot. Eles são 
requeridos somente quando o resultado de testes convencionais ou testes rápidos 
é positivo. Eles são necessários porque, algumas vezes, os exames podem dar 
resultados falso-positivos em decorrência de algumas doenças, como artrite 
reumatoide, doenças autoimunes e alguns tipos de câncer não diagnosticados. 
SLIDE DO PROF: 
Ensaio imunoenzimatico (ELISA) para anticorpo) 
Janela imunológica - 6 a 12 semanas ( máximo 6 meses) 
Western blot (confirmatório) + ELISA = 100% 
Antes da soroconversão: PCR ou ELISA para p24 
Em neonatos filhos de mães soropositivas? 
 - Dois testes negativas com 30 dias de intervalo 
 - anticorpos passivos duram 12 - 15 meses 
 - RT-PCR pode ser usado 
10. APÓS O DIAGNÓSTICO COMO É FEITO O ACOMPANHAMENTO DO 
PACIENTE? 
R: Atualmente existem medicamentos antirretrovirais, que são coquetéis antiaids que 
aumentam a sobrevida dos soropositivos, eles agem inibindo a multiplicação do HIV 
no organismo e, consequentemente, evitam o enfraquecimento do sistema 
imunológico. Os medicamentos agem em diferentes partes do ciclo de multiplicação 
do HIV dentro do organismo, evitando a formação de novos vírus e a destruição das 
células de defesa. Cada classe de medicação age em uma fase desse ciclo e para 
que o tratamento seja mais eficaz, são utilizadas combinações de diferentes classes. 
É importante lembrar que ainda não há uma medicação que consiga destruir todos 
os vírus existentes no paciente e que alguns permanecem “escondidos” e podem 
voltar a se multiplicar se ele parar de tomar a medicação. 
Esse tratamento pode apresentar falhas como a baixa adesão (complexidade + 
intolerância à droga); interações farmacológicas/baixa adsorção/excreção rápida; 
fatores individuais (contagem de CD4 + MHC); cepas resistentes adquiridas; 
resultado: redução parcial da replicação > seleção de mutantes resistentes; variação 
das drogas usadas pode das bons resultados 
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Assim como é muito importante que o paciente com HIV faça uso das medicações 
corretamente para que aumente a sua expectativa de vida e reduza as possíveis 
complicações do HIV, que incluem a AIDS, também é essencial ter diversos 
cuidados e regras com a saúde. Por exemplo, alimentação saudável, tome suas 
vacinas, cuidado com animais de estimação e não fumar. 
11. QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS DOENÇAS OPORTUNISTAS QUE 
ACOMETEM O PACIENTE? 
R: São diversas as complicações que uma pessoa vivendo com HIV pode 
desenvolver, a principal delas é a AIDS, mas, com o tratamento adequado é possível 
retardar bastante este processo. Contudo, o vírus deixa a pessoa mais suscetível a 
outras doenças, como um grande número de infecções e de tipos de cânceres. 
Dentre as infecções temos: 
- Tuberculose: É a infecção oportunista mais comum associada ao HIV e uma 
das principais causas de morte entre pessoas com AIDS. É extremamente 
comum que pessoas com HIV também estejam infectadas com tuberculose. 
- Salmonela: A infecção é contraída através da ingestão de alimentos ou água 
contaminada. Entre os sintomas estão diarreia severa, febre, calafrios, dor 
abdominal e vômitos e é muito mais incidente entre soropositivos do que em 
soronegativos. 
- Citomegalovírus: O vírus da herpes, que é transmitido através de contatos 
com fluídos corporais, fica inativo ou dormente em uma pessoa com um 
sistema imunológico saudável. Contudo, se a imunidade da pessoa está 
baixa, ele reaparece, o que é comum em soropositivos. O vírus pode causar 
dano aos olhos, trato digestivo, pulmões e outros órgãos. 
- Candidíase: A infecção causa inflamações e o aparecimento de um 
revestimento branco espesso nas membranas mucosas da boca, língua, 
esôfago ou vagina. Em crianças, os sintomas são ainda mais severos na 
boca ou no esôfago, o que pode tornar o ato de comer bastante doloroso. 
- Meningite criptocócica: é uma infecção do sistema nervoso central, associada 
ao HIV, ocasionada por fungos encontrados no solo. Esta doença também 
pode estar ligada à pássaros ou fezes de morcego. 
- Toxoplasmose: É uma infecção potencialmente fatal causada por um parasita 
transmitido usualmente por gatos. O animal infectado libera o parasita nas 
fezes, que é quando ele pode ser transmitido a humanos e outros animais. 
- Criptosporidiose: É uma infecção intestinal parasitária comumente encontrada 
em animais, transmitida para os humanos através da ingestão de água ou 
alimentos contaminados. O parasita cresce no intestino, levando a diarreias 
severas e crônicas em pacientes com AIDS. 
12. QUAL A ETIOLOGIA E PATOGÊNESE DOS PACIENTES COM PNEUMONIA 
OPORTUNISTA? 
R: As infecções pulmonares mais freqüentes nos pacientes sidéticos são: as 
pneumonias bacterianas, a pneumonia por Pneumocystis carinii, as micobacterioses 
(TBC/micobactérias atípicas), as infecções por fungos (Cryptococcus neoformans, 
Histoplasma capsulatum, Aspergillus sp), por vírus (CMV, herpes simplex, 
adenovírus) e por protozoários (Toxoplasma gondii, Strongyloides stercoralis). 
PNEUMONIAS BACTERIANAS 
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Indivíduos HIV+ apresentam mais pneumonias bacterianas do que a população 
geral. Os agentes etiológicos mais frequentemente envolvidos nas pneumonias 
bacterianas dos pacientes sidéticos são o S. pneumoniae (21,1 a 40%), o H. 
influenzae (13,5 a 26%), S. aureus (especialmente nos drogaditos EV), bacilos 
gram–/P. aeruginosa (7%) e agentes atípicos. 
O quadro clínico caracteriza-se por uma apresentação aguda de 3 a 5 dias causada 
geralmente por pneumococo, com bacteremia, leucocitose com desvio para a 
esquerda, hipoxemia e aumento do gradiente alvéolo-arterial de oxigênio. 
13. ANALISE AS DIFERENÇAS ENTRE AS PNEUMONIAS DA COMUNIDADE E 
DOS PACIENTES COM AIDS 
R: Pneumonia adquirida na comunidade desenvolve-se em indivíduos com pouco ou 
nenhum contato com instituições ou ambientes médicos. Os patógenos mais 
comumente identificados são Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae, 
bactérias atípicas (i. e., Chlamydia pneumoniae, Mycoplasma pneumoniae e 
Legionella sp) e vírus. Os sinais e sintomas compreendem febre, tosse, produção de 
escarro, dispneia, taquipneia e taquicardia. O diagnóstico baseia-se na 
apresentação clínica e em radiografia de tórax. O tratamento é com antibióticos 
escolhidos empiricamente. O prognóstico é excelente para os pacientes 
relativamente jovens e/ou para os indivíduos sadios, mas muitas pneumonias, em 
especial quando causadas por S. pneumoniae, Legionella, Staphylococcus aureus e 
vírus influenza, são graves ou mesmo fatais para pacientes mais idosos e mais 
enfermos. 
Pneumonia no hospedeiro imunocomprometido costuma ser causada por patógenos 
incomuns, mas também pode ser causada pelos mesmos patógenos que aqueles 
que causam a pneumonia adquirida na comunidade. Os sinais e sintomas 
dependem do patógeno e das condições que comprometem o sistema imune. O 
diagnóstico baseia-se em hemoculturas e espécimes broncoscópicos das secreções 
respiratórias, às vezes com culturas quantitativas. O tratamento depende da 
deficiência do sistema imune e do patógeno. 
14. RELACIONE OS ACHADOS DA RADIOGRAFIA COM AS ALTERAÇÕES 
MORFOLÓGICAS NA PNEUMONIA 
R: Pneumonia da comunidade, os achados do raio-x de tórax geralmente não 
distinguem um tipo de infecção de outro, embora os seguintes achados sejam 
sugestivos: 
- Infiltrados multilobares sugerem infecção por S. pneumoniae ou Legionella 
pneumophila. 
- Uma pneumonia intersticial (na radiografia de tórax aparece como o 
aumento na trama vascular pulmonar, opacidades reticularessubpleurais 
que aumentam do ápice às bases dos pulmões e faveolamento periférico) 
sugere etiologia viral ou micoplasmática. 
- A pneumonia cavitária sugere S. aureus ou uma etiologia fúngica ou 
micoplasmática. 
Pneumonia e imunodeprimidos, faz-se um raio-x de tórax e uma avaliação da 
oxigenação (geralmente por oximetria de pulso) em pacientes imunocomprometidos 
com sinais e sintomas respiratórios, ou febre. Se houver infiltrado ou hipoxemia, 
deve-se fazer exames diagnósticos. A radiografia do tórax pode ser normal na 
pneumonia por Pneumocystis jirovecii, mas geralmente há hipoxia. 
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Radiografias de tórax que revelam consolidação localizada habitualmente indicam 
infecção por bactérias, micobactéria, fungos ou Nocardia sp. O padrão intersticial 
difuso tem maior probabilidade de ser decorrente de infecção viral, pneumonia por P. 
jirovecii, lesão por fármaco ou radiação, ou edema pulmonar. Lesões nodulares 
difusas sugerem micobactéria, Nocardia sp, fungos, ou tumor. Doença cavitária 
sugere micobactéria, Nocardia sp, fungos ou bactérias, particularmente S. aureus. 
15. QUAL O AGENTE ETIOLÓGICO DA TUBERCULOSE? 
R: É uma doença infecto-contagiosa causada por uma bactéria Mycobacterium 
tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK), que afeta principalmente os pulmões, mas, 
também podem ocorrer em outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges 
(membranas que envolvem o cérebro). 
16. A TB É UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL OU APARECE 
COMO DOENÇAS ISOLADAS? EXPLIQUE 
R: No entanto, a tuberculose continua sendo um grave problema de saúde pública. 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), um terço da humanidade está 
contaminado - e desses dois bilhões de pessoas, a cada ano nove milhões 
desenvolverão a doença e 1,7 milhão morrerão: um indivíduo a cada 18,5 segundos. 
Em termos de prevenção, tratamento e cura, o primeiro marco importante foi o 
surgimento da vacina BCG. A tuberculose já deveria estar sob controle, mas isso 
não ocorre por se tratar de uma enfermidade ligada às condições socioeconômicas 
da população. Fatores como desnutrição e o aparecimento de novas cepas (variante 
genética específica de um organismo) de bactérias, resistentes ao tratamento, 
contribuem para dificultar o controle. Além disso, a vacina não é 100% eficaz. 
 O Brasil registra queda no número de casos desde 1999, mas ainda se destaca, 
negativamente, no cenário mundial. Com uma incidência de 47 casos a cada grupo 
de 100 mil habitantes, o país ocupa o 15º lugar entre as 22 nações responsáveis por 
80% do total de pacientes no mundo. Acredita-se que existem no país, hoje, 60 
milhões de contaminados, com 110 mil novos casos por ano - e cinco mil mortes 
anuais. São Paulo e Rio de Janeiro são os dois municípios com mais pacientes 
novos por ano, cerca de 6 mil em cada um. O controle da tuberculose será 
alcançado apenas quando a sociedade e os governos assumirem que precisam 
atuar de modo conjunto, buscando erradicar a miséria, a fome e as más condições 
de habitação das populações carentes, pois a periferia das grandes cidades e os 
bolsões de pobreza, como as favelas, continuam sendo o maior obstáculo no 
combate à doença. Para a OMS, o desafio era reduzir pela metade, até 2015, o 
número de casos e de mortes causadas pela tuberculose, além de eliminar a doença 
como problema de saúde pública até 2050, atingindo a taxa de um caso por milhão 
de habitantes. 
17. EXPLICAR A PATOGÊNESE DA TUBERCULOSE 
R: Quando uma pessoa inala as gotículas contendo os bacilos de Koch, muitas 
delas ficam no trato respiratório superior (garganta e nariz), onde a infecção é 
improvável de acontecer. Contudo, quando os bacilos atingem os alvéolos a infecção 
pode se iniciar. Em primeiro lugar, os bacilos multiplicam-se nos alvéolos e um 
pequeno número entra na circulação sangüínea disseminando-se por todo o corpo. 
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Dentro de 2 a 10 semanas no entanto, o sistema imune usualmente intervem, 
impedindo que os bacilos continuem a se multiplicar, prevenindo disseminação 
posterior. 
A infecção tuberculosa, sem doença, significa que os bacilos estão no corpo da 
pessoa, mas o sistema imune os está mantendo sob controle. O sistema imune faz 
isto produzindo células chamadas macrófagos que fagocitam os bacilos e formam 
uma “barreira”, o granuloma, que mantém os bacilos sob controle. A infecção 
tuberculosa é detectada apenas pela prova tuberculínica (ver mais adiante). As 
pessoas infectadas e que não estão doentes não transmitem o bacilo. 
18. QUAIS T IPOS DE TUBERCULOSE? COMO OCORRE SUA 
DISSEMINAÇÃO? 
R: Dependendo do local em que a bactéria se aloja, a tuberculose pode ser: 
- Tuberculose pulmonar: É a forma mais comum da doença e ocorre devido a 
entrada do bacilo nas vias respiratórias e alojamento nos pulmões. Esse tipo 
de tuberculose é caracterizado por tosses secas e constantes com ou sem 
sangue, sendo a tosse a principal forma de contágio, já que as gotículas de 
saliva liberadas por meio da tosse contêm os bacilos de Koch, podendo 
infectar outras pessoas. 
- Tuberculose miliar: É uma das formas mais graves da tuberculose e ocorre 
quando o bacilo entra na corrente sanguínea e chega a todos os órgãos, 
havendo grande risco de meningite. Além do pulmão ser gravemente afetado, 
vários outros órgãos também podem ser. 
- Tuberculose óssea: Apesar de não ser muito comum ocorre quando o bacilo 
consegue penetrar e se desenvolver nos ossos, o que pode provocar dor e 
inflamação, que nem sempre é inicialmente tratada como sendo tuberculose. 
Saiba mais sobre a tuberculose óssea. 
- Tuberculose ganglionar: É causada pela entrada do bacilo no sistema 
linfático, podendo acometer os gânglios do tórax, virilha, abdômen ou, mais 
frequentemente, do pescoço. Esse tipo de tuberculose extrapulmonar não é 
contagioso e tem cura quando tratada da maneira correta e de acordo com as 
orientações do médico. Entenda o que é tuberculose ganglionar, sintomas, 
contágio e como é feito o tratamento. 
- Tuberculose pleural: Ocorre quando o bacilo afeta a pleura, tecido que 
reveste os pulmões, causando intensa dificuldade em respirar. Esse tipo de 
tuberculose extrapulmonar não é contagioso, no entanto pode ser adquirido 
ao entrar em contato com pessoa com tuberculose pulmonar ou ser uma 
evolução da tuberculose pulmonar. Saiba mais sobre a tuberculose pleural. 
A tuberculose é transmitida por via aérea em praticamente a totalidade dos casos. A 
infecção ocorre a partir da inalação de gotículas contendo bacilos expelidos pela 
tosse, fala ou espirro do doente com tuberculose ativa de vias respiratórias. 
19. RELACIONE OS PRINCIPAIS ACHADOS MACROSCÓPICOS NA 
TUBERCULOSE COM AS ALTERAÇÕES À RADIOGRAFIA 
R: Pode ter diversas apresentações, desde o achado típico da doença cavitária e 
apical até infiltrado retículo-nodular difuso. A apresentação clássica (tuberculose 
pós- primária), predomina nos lobos superiores, com consolidações e áreas de 
escavação, além de disseminação endobrônquica do processo inflamatório. Esses 
pacientes costumam apresentar quadro constitucional com tosse produtiva por mais 
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Grupo 3 
3° ano A - FIMCA
de duas semanas. Paciente imunodeprimidos e crianças têm mais chance de 
apresentar tuberculose primária, sendo o padrão miliar pulmonar uma forma 
comumente vista em emergências. Pneumonia tuberculosa, derrame pleural 
volumoso por tuberculose pleural e linofonodomegalias hílares também podem ser 
vistas nesses pacientes. 
20. EXPLIQUE OS ASPECTOS ETIOLÓGICOS E CLÍNICOS DA 
TOXOPLASMOSE, ASSIM COM SUA EVOLUÇÃO CLÍNICA E 
PROGNÓSTICOS 
R: ASPECTO ETIOLÓGICO 
O agente causal, Toxoplasma gondii é um protozoário coccídio intracelular, próprio 
dos gatos, e que pertencem à família Sarcocystidae, da classe Sporozoa. 
ASPECTO CLÍNICO E EVOLUÇÃO 
É geralmente assintomática,nos quadro agudos, simulando uma mononucleose. 
Pode apresentar febre, linfoadenopatia, linfocitose e dores musculares que 
persistem durante dias a semanas. Ocorre transmissão transplacentária, em que o 
feto apresentará lesão cerebral, deformidades físicas e convulsões desde do 
nascimento até um pouco depois. Pacientes imunodeficientes são mais acometidos 
pela infecção, podendo apresentar cerebrite, corioretinite, pneumonia, envolvimento 
músculo- esquelético generalizado, miocardite, rash maculopapular e/ou morte. 
Toxoplasmose cerebral é um componente freqüente da AIDS. 
PROGNÓSTICO 
O prognóstico para humanos é considerado desfavorável nos casos de rápida 
progressão da doença, na presença de lesões multifocais do SNC, com 
hiperextensão dos membros ou quando o início do tratamento é demorado. 
As pessoas com SIDA que recuperaram de uma toxoplasmose aguda apresentam 
um risco elevado de terem episódios futuros, uma vez que os parasitas quiescentes 
podem reactivar-se. Para prevenir esta situação, um doente com SIDA deve iniciar 
um regime com medicamentos preventivos e continuar a tomar a medicação 
enquanto o sistema imunitário continuar enfraquecido. Uma combinação 
farmacológica profilática popular ― trimetoprim/sulfametoxazol ― também ajuda a 
prevenir a pneumonia por Pneumocystis jiroveci (antigamente designado por 
Pneumocystis carinii), uma infecção que atinge os doentes com SIDA com um 
sistema imunitário enfraquecido. Esta combinação farmacológica pode ser 
responsável pela diminuição da toxoplasmose cerebral observada nos doentes com 
SIDA. Muitos casos de toxoplasmose congénita podem ser curados com 
medicamentos. Mesmo as crianças com infecções graves quando do nascimento 
podem nunca apresentar sinais de lesão grave a longo prazo se tiverem um 
diagnóstico e um tratamento precoces. 
Se uma grávida desenvolver toxoplasmose, o risco do seu filho ter uma 
toxoplasmose congénita reduz-se em 60% se ela for tratada adequadamente com 
medicamentos.

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