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ODONTOGERIATRIA 2012
Prof. Ana Carolina
FUNÇÕES DO SISTEMA MASTIGATÓRIO E SUA IMPORTÂNCIA NO PROCESSO DIGESTIVO. 
 O aparecimento de algumas doenças ou o uso de medicamentos afetam também a cavidade bucal, bem como os dentes e os seus tecidos de suporte. Estes problemas podem afetar posteriormente a fala, a mastigação e o bem-estar geral, levando a um declínio na qualidade de vida.
 Quais as alterações na boca com o passar dos anos?
À medida que os anos passam, torna-se evidente que o nosso corpo muda, e a boca não é imune a estas alterações. As mudanças mais notadas são:
• Mucosas mais sensíveis e finas
• Diminuição da quantidade de saliva, provocada por vezes por medicamentos para outras doenças
Quais as alterações na boca com o passar dos anos?
 Quais os problemas mais frequentes?
Perda dentária – este será porventura o problema com maior incidência nas pessoas mais idosas.
Cáries radiculares
Cáries radiculares – com as alterações nas gengivas, decorrentes dos anos, a raiz do dente fica exposta, levando não só a um aumento de sensibilidade dentária, como também ao aparecimento de cáries radiculares.
Doenças periodontais,
Doenças periodontais – a doença periodontal afeta os tecidos de suporte dos dentes (gengiva e osso) e pode levar à perda de dentes.
Ciclo mastigatório
Ciclo mastigatório é constituído por uma série de movimentos dos alimentos dentro da cavidade bucal, durante os quais, além de sua diminuição em volume, recebe a vital umectação (“molhamento”) da saliva, facilitando sua redução e preparo para a ingestão
Ciclo mastigatório.
A participação dos dentes (em bom estado ou  de próteses bem adaptadas) é fundamental desde a colocação dos alimentos na boca, onde são cortados pelos incisivos, sendo que os  mais resistentes, como as carnes, são dilacerados pelos caninos. Passado este estágio é iniciada a trituração, tornando, pela ação dos pré-molares, mais fácil o “molhamento” do bolo alimentar.
Ciclo mastigatório.
A função é complementada pela ação dos molares (primeiros, segundos e terceiros), cuja trituração no estilo pilão/cuia acaba, com a fundamental ajuda  da  língua, bochechas, lábios, por formatar o bolo alimentar para a sua ingestão e trabalho pelos demais componentes do sistema digestivo(Brunetti et al. 1998).
Ciclo mastigatório
Para que esta trituração/maceração ocorra é preciso que os dentes participem ativamente: por isto eles possuem pilão (cúspides “pontas”) e cuia (fossas onde as pontas das cúspides se alojam) .
Ciclo mastigatório
Com os diversos movimentos do único osso móvel da face, a mandíbula,os dentes masseram o alimento reduzindo o bolo  à forma semi pastosa
DIETA MACIA/PASTOSA
 Dietas mais macias/pastosas se acumulam mais sob a superfície dentária dando início aos problemas gengivo/periodontais. 
DIETA MACIA/PASTOSA
Alterações funcionais (perdas de dentes não repostas e/ou prótese não adaptadas com dentes desgastados levam à perda Dimensão Vertical da  face, com problemas para o ciclo mastigatório e até para a Articulação Temporo-Mandibular 
DIETA MACIA/ PASTOSA.
Alteração do tônus  dos músculos da mastigação (que não serão tão exigidos no dia-a-dia) com evidentes comprometimentos estéticos (rosto com sulcos pronunciados)
O CICLO MASTIGATÓRIO
INCISIVOS:CORTAR
CANINOS:DILACERAR
PRÉ-MOLARES:TRITURAR
MOLARES : MACERAR E TRITURAR
SALIVA:UMECTAÇÃO DO ALIMENTO
LÍNGUA, BOCHECHA E LÁBIO: FORMATAR O BOLO ALIMENTAR PARA A INGESTÃO.
FORMAÇÃO DO BOLO ALIMENTAR.
COM A PERDA DE ALGUNS DENTES OU A PRESENÇA DE PRÓTESES A EFICÁCIA MASTIGATÓRIA É DIMINUÍDA, CONSEQUENTEMENTE O IDOSO DEVE SER INSTRUÍDO A MASTIGAR MAIS VEZES , A FIM DE SE OBTER UM BOLO MAIS BEM FORMADO.
DIFICULDADE MASTIGATÓRIA
 X 
COMPROMETIMENTO SISTÊMICO
PROCEGUINDO NO PROCESSO DE DIFICULDADE MASTIGATÓRIA, O IDOSO COMEÇA A BUSCAR ALIMENTOS MENOS CONSISTENTES, OS QUAIS NA MAIORIA DAZ VEZES SERÃO MAIS POBRES EM NUTRIENTES, O QUE PROVOCARÁ DEFICIÊNCIA NUTRICIONAL.
Uma boa e balanceada alimentação é o sustentáculo da saúde na 3ª idade, e para bem aproveitar estes nutrientes, é preciso Ter os dentes remanescentes (ou próteses) em condições ideais para que seja feita uma trituração adequada e, com isso, um bom preparo do bolo alimentar.
Dietas .
A mudança para dietas mais pastosas/macias, para suplantar tais problemas bucais, longe de resolver o problema, em médio prazo, só causa seu incremento e perda de um bom viver entre os mais idosos.
O idoso se recusa a usar alimento sólidos, usa muito líquido nas refeições, pode ter regurgitação nasal, dificuldade de mastigação, isolamento durante a refeição (vergonha de atos incovenientes vômitos, regurgitação nasal, tosse, espirros - ou de ser repreendido durante o almoço e ou jantar em família).
 LEMBRE:SE
 A PERDA DE UM DENTE ACABA POR ENVOLVER TODO O ORGANISMO DO INDIVÍDUO.
 Em geral as dietas deveriam conter :
1) Menos Carboidratos refinados e mais alimentos sólidos com complexos B e Ferro.   
2) Menos gorduras. 
3)Proteínas-especialmente as animais- leite,queijos e ovos,para um bom suprimento de cálcio e ferro,bem como a soja e seus derivados. 
Em geral as dietas deveriam conter :
4)Sucos frescos de frutas como complemento vitamínico 
5)Ingestão de líquidos para suprir a xerostomia decorrente da idade e/ou medicamentos(sugere-se 08 copos/dia nestes casos)   
SALIVA.
A digestão se inicia na boca e a saliva é responsável por umidificar e proteger os tecidos bucais.
SALIVA.
A função da saliva não é apenas manter a boca úmida – ela torna possível a mastigação e a deglutição dos alimentos, ajudando na digestão. 
Saliva.
A saliva também age como um lubrificante, ajudando a proteger os dentes contra a cárie dental e prevenindo infecções, através do controle de bactérias e fungos na boca.
Secura bucal: uma queixa comum  para boa parte dos idosos
A diminuição da salivação ou a xerostomia, conhecida como boca seca, leva a diversos problemas como:
Níveis insuficientes de saliva podem causar problemas incluindo:
 -Dificuldade para mastigar, engolir, ou falar
- Mau hálito (halitose).
- Cárie dental, erosão dental e doença gengival.
- Lábios rachados.
Níveis insuficientes de saliva podem causar problemas incluindo:
 -Língua áspera, ressecada
- Feridas bucais e úlceras
- Sensação de queimação na boca
- Candidíase bucal
- Sono interrompido por causa da sede
- Problemas no uso de próteses dentárias 
Secura bucal: uma queixa comum  para boa parte dos idosos
	Diminuição fisiológica do fluxo salivar ocorre pelo envelhecimento ela têm seus sintomas potencializados pelo uso de variadas medicações com este efeito colateral/adverso como  por exemplo alguns remédios usados para controlar  diariamente a hipertensão e diabetes,doenças muito  prevalentes  na 3a Idade .
 
 
 Secura bucal
As pessoas  apresentam redução da secreção de saliva e a saliva que resta é normalmente espessa ou espumante. A mucosa fica com aparência ressecada e frágil e a língua pode apresentar fissuras,onde se acumularão muitos restos de alimentos o quê agrava o mau hálito.
Secura bucal.
Com o intuito de reduzir os efeitos da boca seca poderão ser utilizados substitutos salivares e estes recursos aliviam o desconforto da secura da boca  estimulando a produção ou substituindo a saliva ausente ou diminuída . 
Substitutos salivares.
Estes produtos se apresentam em forma de géis, cremes dentais, enxaguatórios , sprays  e chicletes que melhoram a umidade e textura da língua e das mucosas. 
Flúor , agentes antibacterianos e um excelente controle da higiene bucal , também  com o uso de  higienizadores linguais , diminuem os riscos associados à xerostomia
Dicas adicionais para aliviar os sintomas de boca seca:
 - Evitar bebidas alcoólicas
- Evitar o uso de enxaguatorios bucais com álcool
- Evitarbebidas com cafeína, inclusive chá, café e alguns refrigerantes
Dicas adicionais para aliviar os sintomas de boca seca:
 - Evitar comidas picantes e salgadas que podem causar dor em uma boca seca
- Evitar comida muito seca, como farinha e biscoitos
- Usar um umidificador à noite no quarto
- Usar um lubrificante nos lábios rachados
HALITOSE.
Outro aspecto geralmente observado no idoso é a halitose, muitas vezes citada pelo paciente como tendo origem odontológica.O  profissional deve imediatamente observar se existem crostas sobre a língua, um aumento das enzimas bacterianas (teste BANA) e a análise de acúmulo de placa bacteriana e locais de sangramento.
TESTE BANA
Método enzimático de diagnóstico complementar, capaz de detectar uma infecção periodontal associada á presença de alguns microrganismos periodontopatogênicos anaeróbios (Porphyromonas gingivalis, Bacteróides forsythus, Treponema denticola
Inapetência
A inapetência (falta de apetite) é um dos grandes responsáveis pela piora do estado de saúde dos idosos. 
FATORES DA INAPETÊNCIA.
Dentre eles chama atenção a dificuldade de deglutição dos alimento, interferindo no transporte desse alimento da boca até o estômago. Este fato chama-se de disfagia, e não é uma doença e sim um sinal de algum mal funcionamento da orofaringe ou esôfago.
ALTERAÇÕES NA LÍNGUA.
O aumento do depósito de gorduras e crescimento de tecido fibroso na língua, ocasiona sua hipertrofia, diminuição da mobilidade, alteração na força de propulsão, levando a incoordenação dos movimentos e menor amassamento do alimento junto ao palato, não forma o bolo alimentar.
Artrose da Articulação Temporo-Mandibular
 Leva a uma diminuição da força mastigatória; o alimento é pouco triturado e ocorre a incapacidade de lateralizar o alimento na boca.
A perda das papilas gustativas, alteram o paladar do idoso, sendo um dos maiores responsáveis pela recusa na alimentação. As perdas dentárias ou próteses mal adaptadas completam o terrível quadro.
Todas estas disfunções resultam em engasgos, tosses e pigarros constantes, mesmo sem estar se alimentando. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS.
Entendemos que uma mudança nas condutas daqui por diante, irá diminuir profundamente a incidência de patologias  bucais, já que quanto mais se educam as populações, menores serão  os males  a ocorrer nos diversos sistemas orgânicos dos indivíduos da 3a  Idade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS.
 A Odontogeriatria, pertence ao clínico geral, devidamente conhecedor das particularidades da odontologia para a terceira idade e não somente aos novos especialistas, pois não serão uns poucos colegas que poderão enfrentar sozinhos o desafio de bem atender 15/16 milhões de idosos brasileiros.
           
CONSIDERAÇÕES FINAIS.
Grande desafio é a mudança do paradigma bucal do idoso brasileiro: de um belo par de Próteses Totais bem confeccionadas (e usadas por eles) para um idoso que alcança os 70/80/90 anos com muitos elementos dentários em sua cavidade bucal e que necessitará não de apenas de reembasamentos, mas de um verdadeiro programa preventivo voltado para a terceira idade. Esta é a grande meta da Odontologia neste século .       
CONSIDERAÇÕES FINAIS.
Também se enfatiza a importância de se ter uma dentição (natural ou com próteses) em perfeito funcionamento, em nome da ingestão de bons nutrientes, formatação adequada de bolo alimentar com um claro ganho na saúde geral do indivíduo e por decorrência mais um fator para o aumento da expectativa de vida das pessoas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Segundo estimativas mundiais, o número de idosos deve duplicar até 2025. Para o Brasil, a projeção é de 33 milhões de pessoas com esse perfil, cerca de 19 milhões a mais que hoje. Em paralelo, acredita-se que neste período, de cada 3 pacientes que visitarem os consultórios dentários, 2 serão idosos. Pensando nisto, a odontologia ampliou sua atuação ao atendimento especialmente geriátrico.
Salientamos que atender idosos é muito mais que meramente um desenvolvimento de habilidades técnicas específicas e sim abrir suas percepções para o ser humano que está à sua frente, para o qual ir ao dentista é um programa e uma troca de experiências pessoais e não agir simplesmente como um mero prestador de serviços.
DÚVIDAS????
BIBLIOGRAFIA
Rosa A.G.F.; Fernandez R.A.C.; Pinto V.G.; Ramos L.R. Condições de saúde bucal em pessoas de 60 anos ou mais no município de São Paulo. Rev Saúde Pública 1992;
26:155-60.
Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública. Núcleo de Estudos e Pesquisas de Sistemas de Saúde. Levantamento
epidemiológico em saúde bucal: Estado de São Paulo, 1998. São Paulo: FSP-USP/NEPESS; 1999.
Maria Lúcia Lebrão M.L.; Duarte Y.A.O. O PROJETO SABE (SAÚDE, BEM-ESTAR E ENVELHECIMENTO)NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
BIBLIOGRAFIA
Silva S.R.C. Autopercepção das condições bucais em pessoas com 60 anos e mais de idade. [dissertação] São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da Universidade
de São Paulo; 1999.
Ministério da Saúde. Secretaria Nacional de Programas Especiais de Saúde. Divisão Nacional de Saúde Bucal. Levantamento epidemiológico em Saúde Bucal: Brasil, zona
urbana, 1986. Brasília: CDMS; 1989.
Odontogeriatria- Noções de Interesse Clínico, RUI FONSECA BRUNETTI, FERNANDO LUIZ BRUNETTI MONTENEGRO

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