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Intoxicação por Metais Pesados e Arsênio

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Nome: Thaciani Caldeira da Silva Data: 21/06/19
Disciplina: Química Toxicológica
Caso 1) M.V.N., 5 anos, apresenta baixo desempenho escolar, com dificuldades de aprendizado. A mãe também relata ao médico, que a criança apresenta quadros de hipertensão, sendo também diagnosticado um quadro de glicosúria, aminoacidúria e fosfaturia, indicando problemas renais, com degeneração do túbulo proximal.
Supondo intoxicação por metais pesados, qual(is) o(s) possível(is) agente(s) causador(es) da intoxicação? Justifique.
Chumbo, pois a intoxicação por esse metal pesado tem como alvo principal o sistema nervoso, podendo causar transtornos de déficit de aprendizagem, defeitos comportamentais e outros problemas de desenvolvimento. Além de afetar rins, ossos, coração e sangue.
Quais as análises hematológicas e toxicológicas que podem auxiliar na identificação da intoxicação?
Há diminuição nos níveis de hematócrito e hemoglobina; anemia normocítica e normocrônica - mesmo não associada à deficiência de ferro, pode ser leve a moderada em adultos e possivelmente grave em crianças, evidencia-se tardiamente e quando o nível de Pb-S perdura com aumento significativo. Há depósito de RNA basófilo nas hemácias.
Em termos biomoleculares, o chumbo age de três maneiras principais: 
Ligação a diversas proteínas estruturais, enzimáticas e receptoras; Interferência em diversas vias metabólicas, principalmente mitocondriais e de segundo-mensageiros que regulam o metabolismo de energia celular; Efeitos mutagênicos in vitro e carcinogênicos em ratos.
No cérebro, o cálcio é um componente crítico de numerosas funções bioquímicas e metabólicas e o chumbo tem a capacidade de mimetizar e competir com o cálcio alterando essas funções: bloqueia a entrada de cálcio para os terminais nervosos, inibe as ATPases do cálcio, sódio e potássio, afetando o transporte de membrana; inibe a utilização de cálcio pelas mitocôndrias diminuindo a produção de energia essencial às funções cerebrais, interfere com os receptores do cálcio acoplados a segundos mensageiros. A exposição crônica pode causar efeitos cardiovasculares, hematológicos, neuropsiquiátricos, reprodutivos e renais, bem como efeitos sobre o crescimento e desenvolvimento.
Caso 2) Avalie os quadros clínicos abaixo:
 Caso A - Mulher de 23 anos, natural do Estado de Minas Gerais, residente na cidade de Januária, no Norte do Estado. Relatou que, em março de 1971, foi morar em casa cuja igual era fornecida por poço artesiano. No fim de maio, surgiram manchas escuras pequenas assintomáticas no pescoço. Veio à consulta em julho de 1971 apresentando manchas hipercrômicas puntiformes, disseminadas pelo rosto, pescoço, tronco e membros. No abdome, observava-se coloração azulada extensa, entremeada de pontos brancos em grande quantidade no seu interior. Na ocasião, a paciente informou que o marido e uma irmã também desenvolveram o mesmo quadro. Pelo quadro clínico e pelos dados epidemiológicos foi levantada a suspeita de ingestão Do composto tóxico pela água, hipótese reforçada pela informação da paciente de que um vizinho, que utilizava a mesma água, também começou a desenvolver o mesmo aspecto. O paciente foi orientado a mandar realizar a análise química da água, a qual indicou que o líquido era impróprio para beber por conter alto teor de metal (Analistas: Cláudio Vieira Dutra e Oswaldo Balbino. Instituto de Tecnologia Industrial do Estado de Minas Gerais. Laudo 41910, de 19-12-71). Mudou-se de casa e observou a atenuação das manchas. A paciente passou a evitar a exposição à luz solar. Seis meses após, começaram a aparecer pequenas lesões hiperceratósicas nas mãos e pés. 
Caso B - Mulher de 19 anos, irmã da paciente do caso 1. Consultou em junho de 1979 apresentando manchas hipercrômicas disseminadas pelo pescoço, tronco e membros, pele ictiosiforme nas pernas e hiperceratoses palmo-plantares. Todas as lesões tiveram início na mesma época em que a irmã apresentou queixas.
2.1) Quais (al) o(s) possívieis (el) causador(es) dos 2 quadros clínicos? Justifique sua resposta.
Arsênio. Vários sistemas do organismo são afetados pela exposição crônica a arsênio. Uma das principais características da toxicidade crônica no homem da exposição a arsênio por via oral são lesões cutâneas que são caracterizadas por hiperpigmentação, hiperqueratose e hipopigmentação que aparece em 6 meses a 3 anos. Esta condição também leva normalmente a cancro da pele.
2.2) Descreva o quadro, em termos clínicos, de intoxicação aguda pelo agente escolhido em 2.1)
Os sinais e os sintomas de toxicidade variam com a forma, a quantidade e a concentração ingerida e as taxas de absorção e excreção dos vários compostos arsênicos. Com a toxicidade aguda, os efeitos clínicos geralmente se desenvolvem em questão de minutos a horas de ingestão.
As manifestações dermatológicas, por sua vez, são proeminentes e incluem erupções morbiliformes, alopecia, descamação, hiperpigmentação, hiperqueratose das palmas das mãos e solas dos pés, doença de Bowen e carcinomas espinocelulares e basocelulares. Ocorre o aparecimento de linhas características em unhas chamadas de “linhas de Mees”, comumente ocorrendo 4 a 6 semanas após a intoxicação. Manifestações crônicas ocorrem em intoxicações de menor intensidade e contínuas potenciais incluem hipertensão, doença vascular periférica, diabetes melito, doença de Addison, hipotireoidismo, hipertireoidismo, perfuração de septo nasal, câncer epidermoide, câncer do trato respiratório, angiossarcoma hepático e leucemia.
Caso 3) Adolescente de 17 anos foi admitida no hospital com hipertensão arterial severa (200/130mmHg), dor de cabeça, irritabilidade, alterações de motilidade e sudorese. Apresentava tremor nas extremidades, e segundo a adolescente isso a dificultava a escrita. Segundo a mesma, mora na casa da avó, num bairro de classe média. O padrão de alimentação foi questionado, sendo que a mesma descreve, devido a atividade pesqueira dos pais, ingerir frutos do mar e peixes de água doce regularmente.
A intoxicação causada pelo mercúrio é silenciosa e pode levar meses ou anos para se manifestar através de sinais como:
Fraqueza, cansaço frequente;
Perda do apetite e consequente emagrecimento;
Úlcera no estômago ou no duodeno; danos renais;
O contato direto pode causar irritação na pele e inchaço na pele
Quando existe neurotoxidade devido ao acumulo de mercúrio no sistema nervoso central pode haver:
Nervosismo, ansiedade, irritabilidade; mudanças de humor;
Apatia ou agressividade, confusão mental;
Insônia, pesadelos frequentes;
Esquecimentos e lapsos de memória;
Dor de cabeça, enxaqueca, dor nos músculos;
Tontura, labirintite; delírio, alucinações, tendência a suicídio;
Dentes fracos e quebradiços, ou moles, com tendência à queda.
Alguns peixes de água doce e salgada são fontes naturais de mercúrio, mas estes possuem pequenas quantidades que geralmente não são nocivas à saúde. Os peixes que possuem um menor risco de contaminação por este metal.
Em caso de suspeita de contaminação deve-se marcar uma consulta médica e informa-lo sobre sua suspeita. O médico poderá solicitar exames que possam identificar se a intoxicação por mercúrio, chamada de mercurialismo.
A confirmação da contaminação pode ser feita através do exame de sangue que mede a quantidade de Mércurio no sangue ou através da medição da quantidade no fio de cabelo. Segundo a Organização Mundia da Saúde a concentração máxima de mercúrio no cabelo deve ser inferior a 7 (µg/g).
Outros exames também podem ser necessários para medir as consequências do mercúrio para a saúde, como por exemplo ressonância magnética, eletroencefalograma, exames hormonais e exames específicos para cada órgão, dependendo dos tecidos afetados.
Questão 4) Na ilha de Bohol nas Filipinas 27 crianças morreram. Os alunos da escola primária de San José passaram mal ao comer um doce à base de mandioca. O quadro clínico da intoxicação caracterizou-se por manifestações de vômito, dores abdominais, cefaléialatejante, diarréia e sonolência. Também ocorrem distúrbios neurológicos como torpor e coma, além de convulsões e contrações musculares.
4.1) Qual o agente causador da intoxicação e como o mesmo gera sua ação toxica?
Glicosídeos cianogênicos presentes em alimentos como a mandioca brava liberam ácido cianídrico, que causa quadros de asfixia característico do cianeto. Se a mandioca for ingerida sem passar por processo de cozimento a uma temperatura de 70°C, pode provocar problemas gastrointestinais - vômitos, náuseas, diarreia - e distúrbios neurológicos, como convulsões, dilatação da pupila e até coma. Sonolência e irritação da mucosa respiratória também são sintomas comuns que podem aparecer.
Questão 5) M.R.V. e toda sua família, após a ingestão de uma salada de batatas, apresentou um quadro de salivação, diarréia, miose, bradicardia, hipotensão, fadiga muscular. O quadro evoluiu para coma. Inicialmente, suspeitou-se de uma intoxicação por organofosforados ou carbamatos. O exame laboratorial confirmou uma inibição de 80-90% da acetilcolinesterase.
5.1) Qual(is) o(s) possível(is) causa(s) da intoxicação? Contraste as hipóteses?
A solanina é um alcaloide: uma espécie de composto orgânico que funciona como mecanismo de defesa para a planta. Em humanos, a substância aparenta ter um efeito tóxico maior do que em outros animais. Os principais sintomas de sua ingestão costumam serem diarréias, vômitos e problemas gastrointestinais.
Questão 6) O câncer de esôfago é o terceiro em freqüência entre os tumores do aparelho digestivo, sendo mais frequente no homem que na mulher (3:1). Incide principalmente a partir da sexta década e raramente antes dos 30 anos.
6.1) Apresente fatores relacionados a influência de alimentação sobre a prevalência de câncer esofágico e estomacal.
Alguns fatores são:
O consumo frequente de bebidas muito quentes como chimarrão, chá e café, em temperatura de 65ºC ou mais, pode levar ao câncer de esôfago.
O consumo de bebidas alcoólicas pode causar câncer de esôfago, não havendo níveis seguros de ingestão. É importante destacar que, não só o consumo regular, como também o consumo excessivo e esporádico de qualquer tipo de bebida alcóolica.
O excesso de gordura corporal favorece o desenvolvimento de câncer de esôfago. A obesidade também facilita o desenvolvimento da doença do refluxo gastroesofagiano (DRGE), importante fator de risco para o desenvolvimento da doença.
Consumo de carnes processadas (exemplo: salsicha, presunto, blanquette de peru, entre outros).
O tabagismo isoladamente é responsável por 25% dos casos de câncer de esôfago. O risco aumenta rapidamente com a quantidade de cigarros consumida. Mesmo as pessoas que já fumaram, mas interromperam, possuem risco aumentado de desenvolver este câncer quando comparadas aos que nunca fumaram.
Estão associadas à maior incidência desse tumor história pessoal de câncer de cabeça, pescoço ou pulmão.
Infecção pelo Papilomavírus humano (HPV).
Tilose (espessamento da pele nas palmas das mãos e na planta dos pés), acalasia (falta de relaxamento do esfíncter entre o esôfago e o estômago), esôfago de Barrett (crescimento anormal de células do tipo colunar para dentro do esôfago), lesões cáusticas (queimaduras) no esôfago e Síndrome de Plummer-Vinson (deficiência de ferro).
Exposição a poeiras da construção civil, de carvão e de metal, vapores de combustíveis fósseis, óleo mineral, herbicidas, ácido sulfúrico e negro de fumo está associada ao desenvolvimento de câncer de esôfago. Os trabalhadores da construção civil, metalurgia, indústria de couro, eletrônica, mineração e agricultura, engenheiros eletricistas, mecânicos, extratores de petróleo, motoristas de veículos a motor, trabalhadores de lavanderias/lavagem a seco e serviços gerais podem apresentar risco aumentado de desenvolvimento da doença.
 Questão 7) Em Sentinela- RS, em 2004, o milho utilizado no arraçoamento dos animais causou uma intoxicação. Este foi produzido e processado na propriedade. Morreram 7 porcas e 8 leitões, e foram relatados dois casos de aborto. Os sinais clínicos foram apatia, anorexia, icterícia, urina amarelada com sangue e fotossensibilização. A gama-glutamil transferase (GGT) e a bilirrubina total mostraram-se elevadas nos animais necropsiados. Os principais achados de necropsia incluíam icterícia generalizada, fígado amarelo-alaranjado, edema de parede da vesícula biliar e presença de líquido amarelado nas cavidades abdominal e pericárdica. As lesões microscópicas mais importantes foram encontradas no fígado e consistiam em tumefação, degeneração e necrose individual de hepatócitos, proliferação de ductos biliares e colestase. Em alguns animais sobreviventes, além da perda de peso observou-se o desenvolvimento de carcinoma-heptocelular. O diagnóstico foi baseado nos sinais clínicos, nos achados de necropsia e de histopatologia.
7.1) Qual ou quais as toxinas que podem ter gerado tal intoxicação e justifique sua resposta?
 A aflatoxina causa necrose aguda, cirrose e carcinoma de fígado em diversas espécies animais. Aflatoxicose é uma intoxicação resultante da ingestão da aflatoxina em alimentos e rações contaminadas. As aflatoxinas são um grupo de compostos tóxicos produzidos por certas cepas dos fungos Aspergillus flavus e A. parasiticus. Em condições favoráveis de temperatura e umidade, estes fungos crescem em certas rações e alimentos, resultando na produção das aflatoxinas. As contaminações ocorrem com maior intensidade em nozes, amendoins e outras sementes oleosas, incluído o milho e sementes de algodão.
A carcinogênese hepática representa o mais importante efeito de toxicidade crônica das aflatoxinas. Esta capacidade tem sido demonstrada extensivamente, sobretudo em relação à AFB1, em muitas espécies animais, incluindo peixes, aves, roedores, carnívoros e primatas. Nestes animais, a AFB1 induz à formação de carcinoma hepatocelular (CHC), mesmo quando ingerida em quantidades muito baixas, o que permite considerá-la como um dos mais potentes hepatocarcinógenos naturais. Embora o fígado seja o alvo primário, o desenvolvimento de tumores em outros órgãos, como pâncreas e intestino, tem sido observado em animais alimentados com rações contendo aflatoxinas.

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