Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Avaliação de vitalidade fetal, fórcipe e puerpério Sofrimento fetal - Pode ser crônico ou agudo, sendo que cada um deles carrega suas próprias manifestacoes, características causais e exames clínicos. Sofrimento fetal crônico - Crescimento intrauterino restrito - CIUR - Para diagnosticar, o primeiro passo é calcular a idade gestacional correta, através do comprimento cabeça nadega medido na ultrassonografia do 1 trimestre. - Rastreio • A medida da Altura do Fundo Uterino é o exame de rastreio do CIUR na população em geral - há correlação importante desde a 18 semana até a 30 semana. Às 20 semanas, 20cm de AFU. • O rastreio de CIUR nas pacientes em pre-natal de alto risco é feito com USG. - Na curva de AFU x IG, as marcações devem estar entre as curvas de percentil 10 e 90. - O fundo uterino pequeno, abaixo do p10, não significa CIUR, podendo ser oligodramnia. - AFU acima de p90, pensa-se em macrossomia, polidramnia ou gemelaridade. - A relação é tao correta que, se a medida da AFU entre a 18 e 30 semana estiver 3cm abaixo da esperada, suspeita-se de CIUR ou oligodramnia, devendo ser realizado um exame ultrassonografico. Sofrimento fetal agudo Sofrimento fetal crônico Perda aguda, súbita, da oxigenação fetal Requer resolução imediata da gestação Parto! Ocorre durante o trabalho de parto. Manifestações são alterações no batimento cardíaco fetal e no perfil biofísico fetal Redução paulatina da oxigenação fetal Surge durante o pré-natal (geralmente de alto risco) Pacientes hipertensas, lupicas, diabéticas. Manifesta-se por CIUR, alteracoes de dopplervelocimetria, oligodramnia. Oligodramnia não é diagnostico de sofrimento cronico, mas, se não houver perda progressiva vaginal, é um indicio de insuficiência placentária O sofrimento fetal crônico pode descompensar, tornando-se agudo. @tentandosermedica ILA Somam-se as maiores medidas dos maiores bolsões de líquido amniótico. ILA entre 8 e 18, normal ILA de 5 a 8, liquido reduzido ILA menor que 5, oligodramnia - USG com oligodramnia: ILA < 5cm (normal é entre 8-18) - USG com CIUR: peso fetal inferior ao percentil 10 para a idade gestacional - Oligodramnio pode se manifestar juntamente a CIUR. - A primeira medida que se altera quando o feto tem restrição de crescimento é a circunferência abdominal. Logo, o indicador mais sensível de CIUR é a CA. - Tipos de CIUR • 5 - 10% dos casos de CIUR são do tipo simétrico, podendo ser causados por uma agressão no primeiro trimestre da gestação: uso de drogas (medicamentos), trissomias, infecções. O feto se torna todo pequeno, proporcionalmente. CIUR simétrico ou tipo I. • 80% dos casos de CIUR são gerados por sofrimento crônico, por agressões geradas no 2 ou 3 trimestre, na segunda metade da gravidez há diminuição do ritmo de crescimento fazendo com que o feto cresce de forma assimétrica. Esse tipo de CIUR, tipo II, é o CIUR classicamente causado por insuficiência placentária (HAS, DM) • CIUR tipo III existe, é o tipo de crescimento restrito misto, extremamente raro e caracterizando-se por associação entre ambos: assimetria precoce. Causado por cromossomopatias. Arteria uterina • Estuda as alterações maternas à gestação, ou seja, a invasão trofoblastica. • Não havendo correta invasao trofoblastica, a resistencia ao fluxo consinua alta, passando pouco sangue à placenta, gerando insuficiencia placentaria. • Alterações nas artérias uterinas permitem prever CIUR e pre-eclampsia • No 1 trimestre é normal aparecer incisura bilateral de artéria uterina, mas, a partir das 26 semanas essa incisura deve desaparecer • A persistência da incisura bilateral da artéria uterina é marcador de risco para CIUR e pre- eclampsia Arteria umbilical • O normal é que a resistencia da artéria umbilical seja cada vez mais baixa, a fim de que o fluxo seja alto ao feto. Com o progredir da gestacao, a resistencia da a. umbilical deve cair. • Quando há alteração, a resistencia da artéria uterina aumenta. • O pico é a sistole, o vale é a diástole. O normal é que a diástole fique cada vez mais cheia, de modo que o tamanho do vale se aproxime do pico. Se a diástole afunda, significa que o fluxo diminui. • Diastole zero - Se a altura da diástole é zero, há gravidade, mas não há indicação de parto imediato - avalia-se a cerebral media para ver se o feto aguenta esperar • Diastole reversa - Se a altura da diástole é negativa, abaixo da linha zero, 90% da placenta não está mais funcionando - há indicação de parto imediato � � � NORMAL DIASTOLE ZERO DIASTOLE REVERSA @tentandosermedica Sofrimento fetal agudo - Há 4 formas de avaliar o sofrimento fetal agudo: (1) movimentação fetal; (2) Microanalise do sangue; (3) ausculta cardíaca; (4) perfil biofísico Arteria cerebral média • A cerebral média normal é um vaso de alta resistencia. Para avaliar a cerebral média, compara-se o fluxo (resistencia) na cerebral media com o fluxo (resistencia) na artéria umbilical. • Se esta chegando pouco sangue ao feto, o organismo dele prioriza o fluxo para órgãos nobres (cerebro, coração e adrenais), num processo de centralização da circulação. • O sangue vai mais para a adrenal, mas não para os rins, o que cursa com oligodramnia. • O que se ve na cerebral esta ocorrendo tambem no coração e nas adrenais. • Quando há sofrimento, insuficiência placentaria a resistencia na umbilical aumenta (relacao sistole/diastole sobe) e a resistencia na cerebral media é menor (relacao sístole/ diastole diminui) • Relação: (S/D) umbilical / (S/D) cerebral media > = 1 • A centralização não é indicação de parto imediato por si só. Se o feto precisar de corticoterapia para amadurecimento pulmonar, (<32s) avalia-se o ducto venoso para averiguar se o feto consegue esperar. Ducto venoso • Avalia-se o feto com menos de 32 semanas e com centralizacao para eventual corticoterapia. • ONDA A: avalia a função cardíaca das câmaras direitas. Se a onda A esta negativa, significa que o sangue não flui do coração direito para frente, que o fluxo do coração direito retorna ao sistema venoso. • O normal é que a onda A esteja presente • Se a onda A estiver negativa, o risco de morte é iminente � � Normal Anormal Movimentaç ão fetal • O normal é que o feto se movimente ao menos 5 vezes em 1 hora • Poderá ser < 5mov/h se: sono, drogas, hipóxia • Não é um exame eficaz para diminuir risco de morte fetal • Orientar mobilograma (ingesta alimentar, decúbito lateral esquerdo, contar movimentos por 1 hora) Microanalise do sangue fetal • Paciente com certo grau de dilatação, Rotura da bolsa, coleta sangüínea do couro cabeludo do feto. • pH < 7,20 havendo dilatação é padrao ouro para diagnostico de hipóxia fetal • Não é muito utilizado, muito invasivo @tentandosermedica Ausculta do BCF AUSCULTA INTERMITENTE • Ausculta com sonar ou pinar • Ausculta antes, durante e depois da contração • Paciente de baixo risco: ausculta de 30/30 minutos na dilatação e 15/15 minutos no período expulsivo. • Paciente de Alto risco: ausculta de 15/15 minutos na dilatação e 5/5 minutos no período expulsivo. CARDIOTOCOGRAFIA • é um excelente exame que avalia BCF x contração uterina x movimentacao fetal • Não deve ser realizada de rotina em pacientes de baixo risco, porque aumenta o numero de partos prematuros em fetos sem alteração real • Rotina apenas no alto risco • Medidor da atividade uterina no fundo uterino, transdutor de ausculta do BCF, botão para acusar movimentação fetal a ser acionado pela gestao. • Análise do exame: linha de base, variabilidade, acelerações e desacelerações Perfil biofísico fetal • É a cardiotocografia com outros 4 parâmetros ultrassonograficos:Volume do liquido amniotico + movimento fetal + movimento respiratório fetal + tonus fetal. • Exame que permite avaliação de sofrimento agudo (CTB) e crônico (ILA) • A pontuação de cada parâmetro vai de 0 (ausente) a 2 (normal) • O primeiro parâmetro do perfil biofísico a ter alteração é a CTB, logo, se a CTB esta normal, não precisa ser feito o perfil biofisico. • O último parâmetro a alterar é o liquido amniotico • O perfil biofísico simplificado é a avaliação apenas da CTB e liquido amniotico - primeiro e último parametro a alterar. @tentandosermedica CARDIOTOCOGRAFIA - Medidor da atividade uterina no fundo uterino, transdutor de ausculta do BCF, botão para acusar movimentação fetal a ser acionado pela gestao. - Análise do exame: linha de base, variabilidade, acelerações e desacelerações - Linha de base • é a média dos batimentos em 10 minutos • Taquicardia: linha de base > 160 bpm • Bradicardia: linha de base < 110 bpm - Variabilidade é um sinal de boa oxigenação do sistema nervoso (simpatico e parassimpático) • Diferenca entre maior e menor batimento (sem considerar aceleracoes/desaceleracoes) •Aumentada: > 25 bpm - não é diagnostico de sofrimento fetal agudo, mas não é tranquilizadora •Moderada: de 6 a 25 bpm - é tranquilizadora •Mínima: < 5 bpm - sono fetal (usa buzina), uso de medicamento ou asfixia •Ausente: 0 - Aceleraçoes: aumento de 15bpm por 15 segundos • Padrao reativo: 2 acelerações em 20 minutos • Juntamente com a variabilidade é o parâmetro que some primeiro - Desaceleracoes • DIP I - precoce ou cefálico - DIP coincide com contração - Ocorre por compressão do polo cefálico e reflexo vagal - Não é indicativo de sofrimento fetal • DIP II - tardio - DIP, bradicardia após a contração - Reflete asfixia, o feto esta sofrendo com a contração - DIP II de repetição requer parto - Condutas perante DIP II: ressuscitação intrauterina (decubito lateral esquerdo, mascara de oxigenio, suspender ocitocina, corrigir hipotensao, caso presente) + parto pela via mais rápida (forceps ou cesárea). @tentandosermedica • DIP III - variável ou umbilical - Na maioria dos casos não reflete sofrimento, mas compressão do cordão umbilical. - Compressao do cordão pode ser causada pelo reflexo de prensão palmar. - A desaceleração varia, podendo ocorrer antes, depois ou concomitantemente à contracao. - Não é sofrimento fetal, Não exige conduta adicional, apenas acompanhamento do trabalho de parto! - Se a banca mostra imagem com recuperação muito lenta do batimento, se não houver retorno à linha de base, se houver padrao bifásico (padrao em W - afunda, sobe, afunda de novo) - parto, pois esses padrões são de DIP III desfavorável, com hipóxia fetal! recuperação lenta não retorna à linha de base padrao em W CLASSIFICACAO DA CTB CATEGORIA 1 Linha de base entre 110-160bpm Variabilidade normal sem DIP II ou DIP III Aceleracoes presentes ou ausentes CATEGORIA 2 Não é categoria I nem categoria III CATEGORIA 3 Sem variabilidade com DIP II recorrente ou DIP III recorrente ou Bradicardia mantida @tentandosermedica FORCIPE - O importante é saber os tipos (modelos existentes) e as condições para aplicá-los - Condições para aplicação de fórcipe: • Dilatacao total - ausência de colo do útero. • A pelve tem que ser proporcional (por exemplo, feto insinuado, plano 0 de DeLee) - desproporção cefalopelvica indica cesárea • Canal de parto deverá estar livre • Insinuacao • Conhecer a variedade de posição • Bexiga vazia - reto não precisa esvaziar • Amniotomia • O operador deverá saber fazer uso do fórcipe Simpson • É o mais simples dos fórcipe • Faz pequenas rotações • Não serve para variedade de posição transversa (occipito posterior esquerdo e direito) Piper • Utilizado para cabeça derradeira• Parto pélvico - “parto pélvico é o piper do pelvico” Kielland • Forceps de rotação • Utilizado para grande rotação • Roda variedade de posição transversa (OET) A pegada ideal do fórcipe Biparietomalomentoniana @tentandosermedica Na vida real, não se utiliza mais fórcipe medio (para plano 0 a +2), mas para prova pode TODOS TEM QUE ESTAR PRESENTES Ausência de colo Pelve proporcional Livre canal de parto Insinuacao Conhecer variedade Amniotomia Reto e bexiga Puerpério - Puerpério imediato: 1 a 10 dias - Puerperio tardio: 11 a 45 dias Puerpério normal Mamas • Saida do colostro no primeiro dia - esclarecer que é suficiente para manter o RN• Apojadura - descida do leite até o terceiro dia: mamas turgidas, pode haver hipertermia Ovários • Mulher que não amamenta ovula em 6 - 8 semanas• Mulher em aleitamento exclusivo tem certa protecao - deve ser utilizada progesterona ou diu Útero • Involucao à cicatriz umbilical após o parto • Retorno à posição intrapélvica em 2 semanas • Colo uterino permanece aberto até o final da 1 semana Vagina • Processo de “crise vaginal” - ressecamento importante como forma de proteção do colo aberto na primeira semana. • 30 dias sem atividade sexual é o ideal Lóquios • Avermelhados: até o 4 dia • Esbranquicados após o 10 dia • Loquiacao vermelho rubra após a 2 semana é indicativa de restos placentarios • Odor fétido, febre e pus são indicativos de infecção Puerpério patológico Infecções puerperais Endometrite • Mamas normais e Febre persistente > 48h no período entre o 2 e 10 dia pós parto • Nas primeiras 24h após o parto pode haver febre, pela REMT • O principal fator de risco é a cesariana, mas podem ser tambem: anemia, desnutricao, ruptura prematura de membranas ovulares, múltiplos toques vaginais,… • Etiologia é polimicrobiana, por ascensão de microorganismos da flora vaginal • Diagnóstico é feito pela febre associada a dor abdominal, loquiacao fétida, útero subinvoluido e doloroso à palpação • Tratamento é feito com clindamicina + gentamicina esquema intravenoso até que a paciente complete 48-72 horas afebril e assintomática. Na alta, nao precisa de ATB ambulatorial. Hemorragia Juntamente à pré eclampsia, principal causa de mortalidade materna • Tonus - principal causa de hemorragia puerperal é a atonia uterina • Trauma - revisão do canal de parto é necessaria para averiguar laceração de canal (uso de fórceps? distocia de espaduas?) • Tecido - a presença de restos teciduais pode ser evitada pela inspecao da placenta quando da dequitacao • Trombo - coagulopatia é a causa mais rara. Atonia uterina • Fatores de risco: gemelaridade, polidramnia, corioamnionite (utero infiltrado), trabalho de parto muito rapido (parto taquitocito) ou muito lento. • Prevenção: 10 UI IM de ocitocina no 3 período (conduta ativa na dequitacao) • Há atonia? Massagem uterina + ocitocina venosa (+ misoprostol) • Manobra de Hamilton - punho fechado empurrando o útero de dentro da vagina contra a mão que pressiona a parede abdominal. • Rafia de B-Lynch • Rafia vascular - ligadura de arteria uterina, hipogastrica, mesenterica • Embolizacao de arteria uterina (hemodinamicista de plantão na maternidade) - hipotético • Histerectomia @tentandosermedica
Compartilhar