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93 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : V er ôn ic a - 14 -0 2- 20 12 // R ed im en sio na m en to - C ris tin a / D ia gr am aç ão : M ár ci o - 15 -0 2- 20 13 Análise dAs demonstrAções Contábeis Unidade III 7 ANÁLISE AVANÇADA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS EBITDA – Earning Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization O EBITDA representa o potencial de geração genuinamente operacional de caixa que o ativo operacional de uma empresa é capaz de produzir, antes inclusive de considerar o custo de qualquer capital tomado emprestado. Não corresponde ao efetivo fluxo de caixa físico já ocorrido no período, porque parte das vendas pode não estar recebida e parte das despesas pode não estar paga. Assim que recebidas todas as receitas e pagas todas as despesas, esse é o valor de caixa produzido pelos ativos, antes de computadas as receitas e as despesas financeiras (juros), impostos (sobre o lucro), a depreciação, a amortização e a exaustão. É determinado pela soma do lucro operacional (antes do IR) e das despesas não desembolsáveis (depreciação/amortização). É um indicador financeiro equivalente ao fluxo de caixa, evidenciando a capacidade da empresa em remunerar os credores e acionistas. O EBITDA concentra informações no operacional e na capacidade da empresa em gerar caixa. Essa é a principal razão para a exclusão das receitas e despesas financeiras (juros pagos a credores), posto que não apresentam vínculos com a atividade, embora sejam muitas vezes inevitáveis ao fomento da atividade. Além do mais, o EBITDA exclui do seu efeito – apesar de serem itens operacionais, que não impactam diretamente o fluxo de caixa – depreciação, exaustão e amortização. Modelo simplificado – EBITDA (+) receita bruta; (–) deduções e impostos; (=) receita líquida; (–) custos; (=) lucro bruto; (–) despesas operacionais; (=) lucro operacional; 94 Unidade III Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : V er ôn ic a - 14 -0 2- 20 12 // R ed im en sio na m en to - C ris tin a / D ia gr am aç ão : M ár ci o - 15 -0 2- 20 13 (+/‑) receitas / despesas financeiras; (=) Resultado EBITDA. EBITDA – como calcular? Reinaldo Luiz Lunelli Um indicador financeiro bastante utilizado pelas empresas de capital aberto e pelos analistas de mercado é o chamado EBITDA, cujo conceito ainda não é claro para muitas pessoas. A sigla corresponde a Earning Before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization, ou seja, lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização. Conceito Em linhas gerais, o EBITDA representa a geração operacional de caixa da companhia, ou seja, o quanto a empresa gera de recursos apenas em suas atividades operacionais, sem levar em consideração os efeitos financeiros e de impostos. Difere do EBIT, conhecido como o lucro na atividade, no que se refere à depreciação e amortização, pois o EBIT considera esses efeitos contábeis. A utilização do EBITDA ganha importância, porque analisar apenas o resultado final da empresa (lucro ou prejuízo) muitas vezes tem sido insuficiente para avaliar seu real desempenho em um dado período, já que muitas vezes é influenciado por fatores difíceis de serem mensurados. Cálculo do EBITDA Um primeiro passo é calcular o lucro operacional que, de acordo com o critério utilizado no Brasil, é obtido como a subtração, a partir da receita líquida, do custo das mercadorias vendidas (CMV), das despesas operacionais e das despesas financeiras líquidas (despesas menos receitas com juros e outros itens financeiros). Vale lembrar que a definição de lucro operacional em boa parte do mundo exclui o resultado financeiro. Já para calcular o EBITDA, é preciso somar do lucro operacional a depreciação e amortização inclusas no CMV e nas despesas operacionais. Isso porque essas contas não representam saída de caixa efetiva no período. Em resumo, a depreciação de um equipamento quantifica a perda de sua capacidade produtiva graças ao uso ou tempo, e, portanto, a perda de seu valor para a empresa. Essa perda, vale ressaltar, é apenas econômica e não financeira, ou seja, não há um desembolso efetivo do recursos no período. Outra conta que deve ser acrescentada no EBITDA é a despesa financeira líquida, que foge do escopo de análise do indicador, ou seja, de efetivo desempenho operacional. Assim, para o cálculo do EBITDA, adicionam‑se os juros, depreciação e amortização ao lucro operacional líquido antes dos impostos. 95 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : V er ôn ic a - 14 -0 2- 20 12 // R ed im en sio na m en to - C ris tin a / D ia gr am aç ão : M ár ci o - 15 -0 2- 20 13 Análise dAs demonstrAções Contábeis Vale lembrar que muitas empresas já publicam diretamente o indicador, que não é de divulgação obrigatória de acordo com as regras da CVM. Isso tende a facilitar a análise, embora muitos analistas critiquem as diferentes metodologias adotadas, principalmente em relação a itens extraordinários. Aplicação do EBITDA O indicador pode ser utilizado na análise da origem dos resultados das empresas e, por eliminar os efeitos dos financiamentos e decisões contábeis, pode medir com mais precisão a produtividade e a eficiência do negócio. Como percentual de vendas,pode ser utilizado para comparar as empresas quanto à eficiência dentro de um determinado segmento de mercado. Além disso, a variação do indicador de um ano em relação a outro mostra aos investidores se uma empresa conseguiu ser mais eficiente ou aumentar sua produtividade. Por outro lado, como ressalva, vale lembrar que o EBITDA pode dar uma falsa ideia sobre a efetiva liquidez da empresa. Além disso, o indicador não considera o montante de reinvestimento requerido (pela depreciação), fator especialmente crítico nas empresas que apresentam ativos operacionais de vida curta. Assim, o EBITDA é um indicador financeiro muito relevante, mas que deve ser utilizado combinado com outros indicadores de desempenho para fornecer uma visão mais apropriada da performance da empresa. Ainda assim, é certamente o mais acompanhado pelos analistas e acaba ganhando bastante importância também na análise de crédito e nos múltiplos de avaliação de empresas. Em determinado cenário, uma empresa pode apresentar um EBITDA verdadeiramente “astronômico” e nem sequer ter dinheiro para pagar os salários (basta que tenha vendido a clientes que não pagam, ou que tenha efetuado avultados investimentos). Isso deve‑se ao fato desse indicador analisar somente as contas de resultado, não se importando com a movimentação patrimonial. O caso da famosa Worldcom é um bom exemplo disso. Um investidor que se tenha deixado “guiar” pelo EBITDA, foi enganado pelas “manipulações contábeis” efetuadas nas contas patrimoniais. Fonte: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/calculodoebitda.htm>. Acesso em: 2 fev. 2012. EVA – Economic Value Added É uma medida de desempenho empresarial, considerada por muitos especialistas como a verdadeira chave para a criação da riqueza. 96 Unidade III Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : V er ôn ic a - 14 -0 2- 20 12 // R ed im en sio na m en to - C ris tin a / D ia gr am aç ão : M ár ci o - 15 -0 2- 20 13 Para os parâmetros do EVA, o capital é tanto o empréstimo de terceiros quanto o dinheiro investido pelos acionistas da empresa. O custo da dívida é o que está cobrando a instituiçãofinanceira para emprestar o dinheiro. Já o custo do capital investido pelo acionista envolve a avaliação dos ativos da companhia. É preciso saber, portanto, se o custo do capital justifica os ganhos que serão obtidos em um investimento. Uma empresa só cria valor se o retorno sobre seu capital for maior do que o custo envolvido ou do que a taxa de ganho que os investidores poderiam auferir no caso de investirem em outros valores com o mesmo risco. A principal mensagem do EVA é que não é suficiente ter lucro líquido positivo ou certo nível de lucro por ação. Ao contrário, a empresa precisa ganhar o suficiente para cobrir o custo do capital de terceiros e o custo de oportunidade do capital próprio antes que ela comece a criar valor. É constante a procura pelas organizações por uma representação de valor ideal, e por isso, atualmente, o EVA tem sido um indicador muito utilizado. Existe pouca dúvida de que a criação de valor é o objetivo final de qualquer organização. A dificuldade está em desenvolver uma estrutura para avaliar corretamente a criação de valor em diferentes níveis operacionais e em utilizar a criação de valor para guiar a conduta de diferentes grupos dentro de uma organização. O EVA é utilizado quando há: • diminuição dos resultados; • aumento dos custos; • perda da margem na produção e/ou na comercialização dos produtos e serviços; • perda de mercado; • obsolescência dos produtos e serviços. Fórmula / exemplo • EVA = NOPAT – custo do capital • NOPAT (Net Operating Profir After Tax): lucro operacional pós‑impostos. Modelo do EVA (+) receita bruta; (–) deduções e impostos; (=) receita líquida; 97 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : V er ôn ic a - 14 -0 2- 20 12 // R ed im en sio na m en to - C ris tin a / D ia gr am aç ão : M ár ci o - 15 -0 2- 20 13 Análise dAs demonstrAções Contábeis (–) custos; (=) lucro bruto; (–) despesas operacionais; (=) lucro operacional; (+/‑) receitas / despesas financeiras; (=) resultado antes dos resultados financeiros (EBITDA); (–) impostos; (=) NOPAT; (+) lucro operacional depois dos impostos; (–) custo do capital; (=) EVA (Economic Value Added). MVA – Market Value Added O MVA (Valor de Mercado Agregado), que envolve o capital total da empresa (incluindo ações, empréstimos e ganhos retidos) e deduz isso do valor do capital acionário e dívidas, foi criado pela Stern Stewart & Co. para que os administradores pudessem tomar decisões estratégicas por meio de uma medida de análise que examinasse o valor futuro de suas empresas, pois o problema com o EVA é que são medidas de análise que examinam o passado. O MVA é a diferença entre quanto o empresário obteria para vender todas as ações (valor de mercado) e o capital investido pelos acionistas‑proprietários. Ou seja, se o resultado do MVA for positivo, pode‑se dizer que a empresa realmente criou valor para quem tiver suas ações. Existe uma íntima correlação entre as medidas do EVA e do MVA. O EVA calcula a riqueza criada em determinado tempo, um ano, por exemplo, enquanto o MVA mede o valor acumulado em toda a trajetória da empresa até determinada data. Se os administradores melhoram a medida do EVA, o MVA da empresa terá uma probabilidade maior de melhorar também. Essas medidas fornecem um quadro mais confiável do desenvolvimento das empresas, pois se concentram no fluxo de caixa, que é difícil de manipular, ao contrário dos métodos tradicionais de contabilidade, que podem ser facilmente manipulados e são tratados diferentemente por diferentes regimes da contabilidade. 98 Unidade III Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : V er ôn ic a - 14 -0 2- 20 12 // R ed im en sio na m en to - C ris tin a / D ia gr am aç ão : M ár ci o - 15 -0 2- 20 13 Formas de criar eficiência do EVA e do MVA: 1. cortar custos e reduzir impostos para aumentar o NOPAT (lucro operacional líquido, deduzido o Imposto de Renda) sem crescer capital; 2. empreender todos os investimentos nos quais o aumento do NOPAT será maior do que o aumento de encargos de capital; 3. retirar capital das operações quando as economias decorrentes da redução dos encargos de capital excedam qualquer redução do NOPAT; 4. estruturar as finanças da empresa de forma tal que minimizem o custo de capital. Saiba mais Para saber mais sobre MVA e EVA, leia: <http://www.revistasusp.sibi.usp. br/pdf/rege/v12n1/v12n1a2.pdf>. Acesso em: 2 fev. 2012. Observação A análise avançada somente é recomendável para os analistas com alto grau de experiência e entendimento das demonstrações contábeis, devido ao grau de complexidade na interpretação. 8 RELATÓRIO DE ANÁLISE Conceito e aplicação Relatório de análise: trata‑se do documento final da análise, contendo as conclusões obtidas por meio das análises vertical e horizontal, bem como os indicadores financeiros e econômicos. Esse relatório deverá ser elaborado pelo analista de balanço, porém, deverá ser dirigido a cada usuário das informações contábeis, uma vez que cada um deles terá uma necessidade diferente sobre os resultados obtidos. Lembrete Os relatórios de análise contribuem para simplificar os dados produzidos por meio de índices. 99 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : V er ôn ic a - 14 -0 2- 20 12 // R ed im en sio na m en to - C ris tin a / D ia gr am aç ão : M ár ci o - 15 -0 2- 20 13 Análise dAs demonstrAções Contábeis Alguns pontos devem ser considerados ao se redigir um relatório de análise: • deve ser elaborado em linguagem inteligível para leigos, mesmo que alguns usuários possuam conhecimentos contábeis; • o analista deverá tomar o cuidado de não colocar suas opiniões pessoais sobre os resultados obtidos, porém, com muito critério, poderá sugerir algumas ações que auxiliarão na tomada de decisão; • não há um tamanho padrão para o relatório, mas deverá ser apresentada de forma clara e objetiva a situação econômico‑financeira da empresa e também o seu desempenho ao longo dos períodos analisados, bem como as tendências para o futuro. Devem ser esclarecidas, ainda, as causas que proporcionaram o grau de endividamento, liquidez e rentabilidade encontrados, sejam eles positivos ou negativos; • deverá constar também no relatório a comparação dos indicadores obtidos na análise em relação aos padrões pertencentes ao ramo da empresa em questão; • No relatório não deverá constar valor dos indicadores apurados em análise; esses deverão ser acompanhados em planilhas que auxiliarão o usuário das informações para uma consulta, se for o caso. Em seguida, a título de ilustração, apresentaremos como os dados apurados na análise de balanço deverão ser transformados em informações: Tabela 10: Exemplo de indicadores de liquidez apurados na análise de balanço Indicadores Índices Índices‑padrão Liquidez geral 1,42 1,20 Liquidez corrente 1,70 1,35 Liquidez seca 1,54 1,25 Dados que devem ser relatados Situação de liquidez: o índice de liquidez geral foi de 1,42; esse índice mostra que, a cada R$100,00 de dívida, a empresa tem R$142,00 para pagar, sobrando, portanto, R$42,00. Ainda está acima do índice‑padrão da categoria que, conforme está apontado, é de R$1,20. A liquidez corrente de R$1,70 também está acima do padrão de R$1,35 e também indica que, a cada R$100,00 de dívida em curto prazo, a empresa tem R$170,00 para pagar, sobrando R$ 70,00. Já a liquidez seca de R$1,54 está abaixo da corrente de R$1,70, porém, não ficou inferiorao padrão de R$1,25. Mas podemos dizer que há condições de pagar as dívidas em curto prazo assumidas, uma vez que, a cada R$154,00, temos, em contrapartida, uma dívida de R$100,00. Logo, sobrarão R$54,00. 100 Unidade III Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : V er ôn ic a - 14 -0 2- 20 12 // R ed im en sio na m en to - C ris tin a / D ia gr am aç ão : M ár ci o - 15 -0 2- 20 13 Transformando os dados em informações Situação de liquidez: a empresa encontra‑se bem estruturada sob o ponto de vista de solvência, possuindo solidez financeira suficiente para cobrir seus compromissos de curto e de longo prazo, uma vez que opera com todos os índices de liquidez acima do padrão de seus concorrentes. Indicadores de insolvência – conceito e aplicação Os indicadores de insolvência ou fórmulas de previsão de falências são discutidos por diversos autores, por apresentarem dados subjetivos em sua constituição. Também conhecida como “termômetro de insolvência” essa ferramenta analítica utiliza métodos estatísticos quantitativos para auxiliar o gestor de crédito, justamente, na concessão de créditos aos seus clientes. A técnica estatística da análise discriminante, utilizada com frequência nesses casos, incorpora os índices financeiros de lucratividade, estrutura, liquidez e atividade, para compor um modelo que, estatisticamente, tenha a capacidade de prever a probabilidade de insolvência para um período futuro previamente determinado pelo próprio modelo (IUDÍCIBUS, MARION e LOPES, 2000). Lembrete Os indicadores de insolvência complementam a análise financeira, servindo de confrontação aos indicadores internos (financeiros) e externos (mercado) da empresa/entidade. Silva (2008) ressalta que diversos estudos foram realizados no Brasil, a partir de experiências positivas anteriores que foram desenvolvidas no exterior, também com o propósito de prever situações de insolvência. Entre os principais estudos feitos no Brasil, Silva (2008) e Iudícibus, Marion e Lopes (2000), destacam a análise discriminante de Stephen C. Kanitz que construiu o chamado “termômetro de insolvência”. Segundo Matarazzo (1998, p. 245), as fórmulas mais conhecidas e desenvolvidas por autores brasileiros são: Kanitz: • FI = 0,05x1 + 1,65x2 + 3,55x3 – 1,06x4 – 0,33x5; • FI = fator de insolvência = total dos pontos obtidos; • X1 = lucro líquido / patrimônio líquido; • X2 = ativo circulante + realizável em longo prazo / exigível total; 101 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : V er ôn ic a - 14 -0 2- 20 12 // R ed im en sio na m en to - C ris tin a / D ia gr am aç ão : M ár ci o - 15 -0 2- 20 13 Análise dAs demonstrAções Contábeis • X3 = ativo circulante – estoques / passivo circulante; • X4 = ativo circulante / passivo circulante; • X5 = exigível total / patrimônio líquido. Classificação: • FI inferior a ‑3 → insolvente; • FI entre ‑3 e 0 → indefinida; • FI acima de 0 → solvente. Diversos outros modelos foram desenvolvidos nessa área. Porém, Silva (2008), ressalta que esse é um critério de análise baseado na objetividade e não na subjetividade do analista. Esse fator é de grande relevância, pois em grandes empresas é possível colher dados mais precisos e numerosos para a obtenção dos índices financeiros, enquanto que, em pequenas empresas, as informações quantitativas tendem a ser deficientes. Sendo assim, essa deficiência precisa ser compensada por informações qualitativas. Portanto, em empresas grandes ou pequenas, a decisão de crédito envolve os fatores quantitativos e qualitativos. Altman (dois modelos): • Z1 = 1,44 + 4,03x2 + 2,25x3 + 0,14x4 + 0,42x5; • Z2 = 1,84 ‑0,51x1 + 6,32x3 + 0,71x4 + 0,53x5; • Z1 ou Z2 = total dos pontos obtidos; • X1 = ativo circulante – passivo circulante / ativo total; • X2 = reservas e lucros suspensos / ativo total; • lucro líquido + despesas financeiras + Imposto de renda; • X3 = ativo total; • X4 = patrimônio líquido / exigível total; • X5 = vendas / ativo total. 102 Unidade III Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : V er ôn ic a - 14 -0 2- 20 12 // R ed im en sio na m en to - C ris tin a / D ia gr am aç ão : M ár ci o - 15 -0 2- 20 13 Classificação (para os dois modelos) Total de pontos = 0 → insolvente. Elizabetsky: • Z = 1,93x32 – 0,20x33 + 1,02x35 + 1,33x36 – 1,12x37; • Z = total dos pontos obtidos; • X32 = lucro líquido / vendas; • X33 = disponível / ativo permanente; • X35 = contas a receber / ativo total; • X36 = estoque / ativo total; • X37 = passivo circulante / ativo total. Classificação: Total de pontos = 0,5 → insolvente. Matias: • Z = 23,792x1 – 8,26x2 – 9,868x3 0,764x4 – 0,535x5 + 9,912x6; • Z = total dos pontos obtidos; • X1 = patrimônio líquido / ativo total; • X2 = financiamento e empréstimos bancários / ativo circulante; • X3 = fornecedores / ativo total; • X4 = ativo circulante / passivo circulante; • X5 = lucro operacional / lucro bruto; • X6 = disponível / ativo total. Classificação: Total de pontos = 0 → insolvente. Pereira: • Z = 0,722 – 5,124E23 + 11,016L19 – 0,342L21 – 0,048L26 + 8,605R13 – 0004R29; 103 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : V er ôn ic a - 14 -0 2- 20 12 // R ed im en sio na m en to - C ris tin a / D ia gr am aç ão : M ár ci o - 15 -0 2- 20 13 Análise dAs demonstrAções Contábeis • Z = total dos pontos obtidos; • E23 = duplicatas descontadas / duplicatas a receber; • L19 =estoques (final) / custo das mercadorias vendidas; • L21 = fornecedores / vendas; • L26 = estoque médio / custo das mercadorias vendidas; • R13 = (lucro operacional + despesas financeiras) / (ativo total – investimento médio); • R29 = exigível total / (lucro líquido + 0,1 imobilizado médio). Classificação: Total de pontos = Abaixo de 0 → insolvente. Conforme demonstra Matarazzo (1998), cada autor apresenta uma fórmula diferenciada do outro; logo, os resultados também serão diferentes. Então, não será possível chegarmos aos indicadores de insolvência? Entendemos que: 1. os modelos apresentados não substituem a análise por meio dos índices tradicionais e devem ser usados apenas complementarmente às conclusões desses últimos; 2. o uso da análise discriminante, uma das técnicas utilizadas na estatística, contribui para identificar os índices e pesos a serem utilizados, conforme aponta Matarazzo (1998, p. 245), tomando‑se como base os índices apurados por meio da análise balanço; 3. em geral, as empresas não falem da noite para o dia; elas começam a dar sinais de insolvência, como, por exemplo, redução nas vendas, altos índices de inadimplência, constates atrasos nos pagamentos aos fornecedores e empregados, enfim, uma análise financeira anualmente contribuirá com a gestão empresarial, se as medidas apontadas no relatório de análise forem tomadas em tempo hábil. Resumo Para os analistas mais experientes e usuários com grau de necessidade profunda, a análise avançada das demonstrações contábeis são concebidas por meio do cálculo do EBITDA Lucrosantes de juros, impostos, depreciaçãoe amortização (Lajida), EVA (Valor Econômico Agregado) e MVA (Valor Agregado de Mercado). Esses índices são frequentemente utilizados no mercado acionário, pois os usuários querem ter a “certeza” da situação atual e futura da empresa.104 Unidade III Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : V er ôn ic a - 14 -0 2- 20 12 // R ed im en sio na m en to - C ris tin a / D ia gr am aç ão : M ár ci o - 15 -0 2- 20 13 Decorrente desse objetivo, o analista deve ter experiência ao analisar esses índices, pois fornecem informações profundas. O produto básico e palpável da análise das demonstrações contábeis é a elaboração de relatório. Esse relatório deve conter as informações e análises de forma concisa e objetiva, de acordo com o nível do usuário. Elaborar o relatório em linguagem coloquial para que todos tenham a devida compreensão de uso é fundamental. Fundamentalmente, o relatório deve conter as informações necessárias para a compreensão da análise efetuada, portanto, saber redigir o relatório é uma qualidade que os analistas devem ter. Por fim, sendo a contabilidade uma ciência, os pesquisadores encontram fórmulas devidamente testadas que aprofundam os horizontes da análise das demonstrações contábeis com a utilização de ferramentas úteis, como: tecnologia de informação, estatística, matemática e as demonstrações contábeis. Nesse tópico, são apresentados os vários modelos apresentados pelos pesquisadores contábeis, demonstrando a utilidade da análise das demonstrações contábeis. Exercícios Questão 1. (IBFC 2013) Da demonstração de resultados do exercício do período findo em 19X1 da empresa Altos dos Morros, extraíram‑se as seguintes informações: Receita de vendas 31.000,00 Custos dos Produtos vendidos 19.000,00 Despesas com vendas 1.500,00 Despesas Gerais e administrativas 2.500,00 Despesas financeiras 3.000,00 Depreciação 1.400,00 Provisão para IR 1.400,00 Com base nestas informações, pode‑se afirmar que o indicador EBITDA é: A) R$ 8.000,00 B) R$ 9.400,00 C) R$ 14.400,00 D) R$ 13.800,00 105 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : V er ôn ic a - 14 -0 2- 20 12 // R ed im en sio na m en to - C ris tin a / D ia gr am aç ão : M ár ci o - 15 -0 2- 20 13 Análise dAs demonstrAções Contábeis E) R$ 6.600,00 Resposta correta: alternativa A. Análise das alternativas Para o cálculo do EBITDA, deve‑se utilizar a seguinte estrutura. Receita operacional bruta (+) 31.000,00 Deduções (Impostos sobre vendas) (‑) (1.400,00) Receita operacional líquida (=) 29.600,00 Custos dos produtos vendidos (‑) (19.000,00) Lucro bruto (=) 10.600,00 Despesas operacionais ‑ Despesas de vendas (‑) (1.500,00) ‑ Despesas gerais administrativas (‑) (2.500,00) Depreciação (+) 1.400,00 EBITDA 8.000,00 Questão 2. (BNDES 2011) Vários acontecimentos certamente aumentam o Valor Econômico Agregado (EVA) para os acionistas de uma empresa. Entre eles a (o): A) empresa pagar dividendos maiores. B) empresa pagar dividendos mais frequentemente. C) receita de vendas aumentar. D) custo de oportunidade de aplicação do capital própria da empresa diminuir. E) lucro líquido da empresa diminuir. Resolução desta questão na plataforma. 106 FIguRAS E ILuSTRAçõES Figura 1 Usuários da análise de balanços. In: MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade empresarial. 3a ed., São Paulo: Atlas, 2005. Figura 2 MoneyGod032208.JPG. Disponível em: <http://mrg.bz/LCDNe2>. Acesso em: 2 fev. 2012. Figura 3 Processo contábil. Adaptado de: RIBEIRO, J. L. D. Técnicas para o tratamento de dados qualitativos. FEENG: Porto Alegre, 2001, p.14. Figura 4 Análise de balanço. Adaptado de: RIBEIRO, J. L. D. Técnicas para o tratamento de dados qualitativos. FEENG: Porto Alegre, 2001, p. 15. Figura 5 One_Hundred_Dollar_Bills_8654_2.jpg. Disponível em: <http://mrg.bz/PhicCY>. Acesso em: 2 fev. 2012. Figura 7 100_4262.JPG. Disponível em: <http://mrg.bz/sldF3x>. Acesso em: 2 fev. 2012. Figura 8 IMGP6299.JPG. Disponível em: <http://mrg.bz/dMh1DI>. Acesso em: 2 fev. 2012. Figura 11 IMGP6114.JPG. Disponível em: <http://mrg.bz/GXcvCf>. Acesso em: 2 fev. 2012. Figura 12 Fluxo dos objetivos da avaliação das demonstrações contábeis. In: PADOVEZE, C. L.; BENEDICTO, G. C. Análise das demonstrações financeiras. São Paulo: Thomson, 2004, p. 76. 107 Figura 13 IMGP6259.JPG. Disponível em: <http://mrg.bz/t6C7iy>. Acesso em: 2 fev. 2012. Figura 14 Lawyer_at_Work.jpg. Disponível em: <http://mrg.bz/RbK8Gs>. Acesso em: 2 fev. 2012. Figura 15 Tripé da análise. In: MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade empresarial. 3a ed. São Paulo: Atlas, 2005, p. 1. Figura 16 Níveis introdutório e intermediário. MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade empresarial. 3a ed. São Paulo: Atlas, 2005, p. 2. Figura 17 Sequência do processo contábil. In: MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços: abordagem básica e gerencial. 6a ed. São Paulo: Atlas, 2003, p. 16. Figura 19 IMGP6316.JPG. Disponível em: <http://mrg.bz/zYtMIp>. Acesso em: 2 fev. 2012. Figura 20 Objetivos da análise das demonstrações contábeis. Adaptado de: PADOVEZE, C. L.; BENEDICTO, G. C. Análise das demonstrações financeiras. São Paulo: Thomson, 2004, p. 90. Figura 23 P9231844.JPG. Disponível em: <http://mrg.bz/5d5z67>. Acesso em: 2 fev. 2012. Figura 24 eyeglasses00025.jpg. Disponível em: <http://mrg.bz/HxQ4XL>. Acesso em: 2 fev. 2012. Figura 25 112546158426.jpg Disponível em: <http://mrg.bz/HrgzvM>. Acesso em: 2 fev. 2012. 108 Figura 26 Morguefile_CIMG9873.jpg. Disponível em: <http://mrg.bz/LgnSuR>. Acesso em: 2 fev. 2012. Figura 27 cohdra_100_5150.JPG. Disponível em: <http://mrg.bz/C8JYLh>. Acesso em: 2 fev. 2012. REFERênCIAS Textuais ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico‑financeiro. 8a ed. São Paulo: Atlas, 2006. BRASIL. Lei nº 11.638, de 28dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei no6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei no6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007‑2010/2007/lei/l11638.htm>. Acesso em: 2 fev. 2012. BRASIL. Lei nº6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. 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Questão 65. Disponível em: <https://qcon‑assets‑production.s3.amazonaws.com/prova/arquivo_prova/27340/ cesgranrio‑2011‑bndes‑profissional‑basico‑ciencias‑contabeis‑prova.pdf>. Acesso em: 31 jul. 2015. 111 112 Informações: www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000
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