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Alexander Luria Alexander Luria (1902-1977) Alexander Luria é considerado o pai da neuropsicologia moderna. Suas pesquisas se converteram em um dos pilares deste ramo fundamental da psicologia, para a qual o cérebro é a fonte do comportamento. Luria cresceu no seio de uma família judaica que dava extrema importância ao multilinguismo. Ele e sua irmã dominavam o alemão, o francês, e também o inglês, além do russo, é claro, sua língua materna. Longe de considerar a mente como fragmentada, Alexander Luria e seu professor Lev Vygotski consideram o cérebro como um todo, em que são priorizadas as associações entre suas partes e onde as funções cerebrais não se encontram isoladas ou mesmo alojadas em regiões determinadas e fechadas. Essas ideias são radicalmente opostas às de outros importantes pesquisadores, como Paul Broca ou Karl Wernicke, partidários da localização de determinadas funções em áreas concretas. O debate sobre a localização ou não das funções cerebrais durou décadas. Hoje em dia, aceita-se uma opção de meio-termo entre ambas as posturas: o cérebro funciona como um sistema interligado, porém, também é possível identificar determinadas partes como encarregadas de determinados processos. Por exemplo, a área de Broca poderia ser associada diretamente com a expressão da linguagem Luria se opunha a duas vertentes dentro da neuropsicologia: o localizacionismo estreito e a visão holística. Localização dinâmica das funções mentais superiores: entende o cérebro como constituído por complexos sistemas funcionais que se formam ao longo do desenvolvimento cultural, responsáveis pelas funções superiores. Cada unidade funcional compreende um conjunto de órgãos ou de áreas corticais que, constituem o grande sistema neuropsicológico da aprendizagem humana. A aprendizagem é fruto do desenvolvimento dessas unidades funcionais; Cada uma destas unidades está envolvida em todos os tipos de aprendizagem, da praxia à linguagem, sem exceção. Haveria três sistemas funcionais básicos que trabalham juntas: Unidade para regular o tono ou a vigília, a memória primária e a homeostase interna: tronco encefálico (ou tronco cerebral), hipotálamo e sistema límbico. Unidade para obter, processar e armazenar informações: lobo temporal, occipital e parietal. Unidade para programar, regular e verificar a atividade mental: lobo frontal. Unidades funcionais de Luria 1ª UNIDADE Regulação da vigília, memória primária e homeostase interna 2ª UNIDADE Armazenamento e processamento da informação 3ª UNIDADE Regulação e verificação da atividade mental Regulação da vigília, memória primária e homeostase interna Estruturas: - Medula - Tronco cerebral - Cerebelo - Sistema límbico - Tálamo Função: - Regula o nível de energia - Memória - Sequencia temporal - Atenção - Reflexo de orientação - Estado de alerta - Tonicidade - Equilíbrio Lesão ou Disfunção: - Expressiva deterioração mental - Perda da consciência - Desorganização da memória - Défcit de atenção - hiperatividvade 1ª UNIDADE 2ª UNIDADE Obter (recepção), processar (análise) e armazenar a informação (processamento) Estruturas: - Lobo occiptal (visão) - Lobo temporal (audição) - Lobo parietal (tátil- cinestésica) Função: - Retenção e integração da informação - Aprendizagens precoces - Aprendizagens pré- escolares - Análise, síntese e discriminação de informação - Lateralidade - Noção de corpo - Estrutura espaço-temporal Lesão ou disfunção: - Distúrbio de aprendizagem (leitura, escrita e matemática) - Cegueira - Surdez rotical - Desordem de processamento ou reconhecimento de informações. Regulação e verificação da atividade mental Estruturas: - Lobo frontal - Córtex pré-frontal - Córtex pré-motor - Córtex pré-central Lesão ou disfunção: - Perda de controle dos impulsos - Distúrbios comportamentais e emocionais - Dificuldade no controle de comportamentos sociais Função: - Aprendizagem humana - Função psíquica superior (ler, escrever, resolver problemas) - Função executiva de planificação - Avaliação e controle temporal - Controle emocional - Controle inibitório - Atenção voluntária - Criatividade 3ª UNIDADE Aborda a anatomia e a fisiologia do cérebro e do sistema nervoso a partir de uma perspectiva funcionalista. Processos neurofisiológicos aplicados do cérebro e sistema nervoso; particularmente lesões como nas afasia: distúrbio de linguagem causado por danos a uma área específica do cérebro que controla a compreensão e expressão da linguagem. Incapacita a pessoa para uma comunicação eficaz Aborda lesões traumáticas, alterações na memória, atenção e percepção sem deixar de atender aos processos fisiológicos normais Ele argumenta que humanos e animais não são homólogos porque sua atividade é diferente. No ser humano, a atividade é consciente e nos animais é mecânica. O legado do conhecimento cultural-social transmitido através do ensino ativo; Sem consciência cultural, qualquer explicação da maneira pela qual um ser humano trabalha é incompleta. "O sociocultural é o que nos torna humanos" A abordagem sociocultural na formação da consciência (mente). Característica principal dos processos da mente humana. Postulados centrais da psicologia cognitiva. Linguagem como produto da experiência sociocultural do ser humano. Compartilha a ideia de Vygotsky: A linguagem é um constituinte fundamental da consciência. Teoria Cognitivo-Psiconeurológica "Teoria Genética Sociocultural da Mente" Graças a linguagem podemos coordenar, estabelecer e facilitar outras formas de comportamento. A linguagem tem uma importância decisiva na criação da dimensão psicológica do indivíduo social Luria concentrou-se no cérebro e no sistema nervoso, para os estudos aplicados dos processos neuropsicológicos. Para Lúria, a função principal da linguagem é a generalização Que torna possível a aquisição das experiências de gerações anteriores. Além disso, também é a base do pensamento A alfabetização é o alcance máximo do indivíduo. Auxilia na regulação do comportamento O adulto se serve da linguagem verbal para incidir e regular a conduta das crianças Teoria genética sociocultural da mente Importância da teoria de Luria Neuropsicologia clínica Ele estudou o cérebro e o sistema nervoso juntamente com os processos psicológicos, que atuam no desenvolvimento cognitivo e de aprendizagem, através de uma integração sociocultural. A linguagem como a fonte do pensamento Ele considera que a linguagem permite ao homem destacar os objetos do mundo externo que são importantes para o aprendizado. A linguagem é o produto da experiência sociocultural do ser humano A linguagem liberta o ser humano do seu animalismo para evoluir para um sujeito que tem a capacidade de pensar tanto no passado como no seu aqui e agora e no seu futuro. Os problemas de linguagem A neurolinguística gerou um campo de estudo que nos permite avaliar, a partir de uma posição mais vantajosa, os possíveis distúrbios que algumas pessoas costumam ter em sua capacidade de desenvolver a linguagem, por serem anomalias que em outra situação não seriam detectadas com eficácia. O trabalho de pesquisa do cientista Luria, destacaa importante tarefa que é estudar esses distúrbios a partir de sua base ou mais básica, isso dá a oportunidade não só de corrigi-lo, mas de detectar sua raiz, o que facilita tratá-lo antes de ser gerado um problema mais complexo. Conhecer esses problemas e como lidar com eles com o objetivo de superá-los é a melhor maneira de entender que a complexidade da linguagem vai além de um simples modo de socialização, é o próprio desenvolvimento do ser humano e seu funcionamento adequado na sociedade. Referências BERNARDES, Maria Eliza Mattosinho. Transformação do pensamento e da linguagem na aprendizagem de conceitos. Psicol. educ., São Paulo , n. 26, p. 67- 85, jun. 2008 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414- 69752008000100005&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 01 abr. 2019. LURIA, A. R. (1987). Pensamento e linguagem: as últimas conferências de Luria. Porto Alegre, Artes Médicas. VYGOTSKY, L. S. e LURIA, A. R. (1996). Estudos sobre a história do comportamento: símios, homem primitivo e criança. Tradução de Lólio Lourenço de Oliveira. Porto Alegre, Artes Médicas.
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