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O advento da neurociencia cognitiva

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O ADVENTO DA NEUROCIÊNCIAS COGNITIVA 
 
 
 
 
 
2 
 
 
Sumário 
 
O advento da neurociência cognitiva ............................................................... 4 
Breve histórico da neurociência cognitiva .................................................... 5 
Desenvolvimento do cérebro...................................................................... 10 
Sistemas Múltiplos de Memória .............................................................. 14 
Funções Executivas ............................................................................... 15 
Desenvolvimento cognitivo ........................................................................ 16 
Alguns temas da neurociência cognitiva .................................................... 21 
Atenção .................................................................................................. 21 
Consciência ............................................................................................ 23 
Tomada de decisões .............................................................................. 23 
Memória.................................................................................................. 24 
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
FACUMINAS 
 
A história do Instituto Facuminas, inicia com a realização do sonho de um 
grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a Facuminas, como entidade 
oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A Facuminas tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos 
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, 
de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
O advento da neurociência cognitiva 
 
Historicamente, as ciências que se devotam ao estudo do sistema nervoso 
abrangem diferentes disciplinas: medicina, biologia, psicologia, física, química e 
matemática. A revolução das neurociências ocorreu quando os cientistas 
perceberam que a melhor abordagem para o entendimento da função do encéfalo 
vinha da interdisciplinaridade, a combinação das abordagens tradicionais para 
produzir uma nova síntese, uma nova perspectiva. (BEAR; CONNORS; PARADISO, 
2002). Frente ao panorama atual das ciências que buscam explicar o homem, é 
possível identificar a interseção existente entre suas fronteiras, porque os limites 
rígidos de seus objetos e métodos são agora transpostos. 
Para se compreender o fenômeno humano nenhuma ciência basta por si, 
pois todas são necessárias. Temos várias abordagens científicas com explicações 
para um mesmo fenômeno e todas estão em busca de um modelo mais próximo da 
realidade. Então, várias ciências se uniram a partir da década de 80 do século 
passado constituindo as neurociências. (BARROS, et al, 2004). Para compreender 
as propriedades miraculosas das funções cerebrais há que se considerar que os 
encéfalos humanos, na sua forma final, apareceram há somente 100.000 anos. O 
encéfalo dos primatas apareceu há aproximadamente 20 milhões de anos e a 
evolução tomou seu curso para construir o encéfalo humano de hoje, capaz de todo 
o tipo de façanhas maravilhosas e banais. Saber se o cérebro funciona como um 
todo, ou se partes dele trabalham independentemente, constituindo a mente, é o 
que tem alimentado muito das pesquisas modernas. (GAZZANIGA; IVRY; 
MANGUN, 2006). 
O que chamamos comumente de mente é um grupo de funções 
desempenhadas pelo cérebro. As ações cerebrais são subjacentes a todo 
comportamento, não apenas a comportamentos motores relativamente simples, 
como andar e comer, mas a todas as complexas ações cognitivas que associamos 
ao comportamento especificamente humano, como pensar, falar, criar obras de arte. 
A tarefa da ciência neural é a de fornecer explicações do comportamento em termos 
da atividade cerebral, de explicar como milhões de células neurais individuais, no 
 
 
 
 
 
5 
cérebro, atuam para produzir o comportamento e como, por sua vez, elas são 
influenciadas pelo ambiente, inclusive pelo comportamento de outras pessoas. 
(KANDEL; SCHWARTZ; JESSELL, 1997). 
Há que se considerar que a medicina foi pioneira nos estudos sobre como o 
encéfalo funciona, no entanto, os psicólogos começaram a defender que tinham 
condições de mensurar o comportamento e estudar a mente. 
 
Breve histórico da neurociência cognitiva 
 
As primeiras raízes da neurociência cognitiva estão na frenologia, a qual é 
uma teoria pseudocientífica que sustenta que a conduta pode estar determinada 
pela forma do couro cabeludo. Em meados do século XIX, Franz Joseph Gall e J. G. 
Spurzheim seguraram que o cérebro humano estava secionado em 
aproximadamente 35 diferentes regiões. Em seu livro, “A Anatomia e la Fisiologia do 
Sistema Nervoso em Geral, e do Cérebro em Particular”, Gall postulou que um 
bulbo maior em uma dessas áreas significava que essa parte do cérebro estava 
sendo usado mais frequentemente por essa pessoa. Essa teoria ganhou atenção 
pública significativa, levando a publicação de diários de frenologia e a criação de 
frenômeros, instrumentos que medem os solavancos das cabeças das pessoas. Ele 
propôs a teoria de que o cérebro é um campo agregado, o que significa que 
diferentes áreas do cérebro participam do comportamento. 
A neurociência cognitiva se originou de um esforço colaborativo recente, 
seguindo um padrão histórico de trabalho interdisciplinar nas ciências do cérebro e 
do comportamento. Tais esforços incluem a psicologia fisiológica do início do século 
XX, a neuropsicologia de meados do século passado até o presente, e o próprio 
termo ‘neurociências’, que apareceu nos anos 1960, denotando uma área mais 
ampla que a neuroanatomia e neurofisiologia. 
Tais esforços tentaram relacionar estudos dedicados a aspectos diversos do 
cérebro, e que podem ser pensados em três dimensões: a) ‘vertical’: referindo-se a 
níveis de organização estrutural, e respectivas funções – átomos, moléculas, 
 
 
 
 
 
6 
células, tecidos, subsistemas, redes de ampla escala; b) ‘horizontal’: referindo-se a 
interações entre cérebro, corpo e ambiente de organismos; c) temporal: referindo-se 
a processos filogenéticos e ontogenéticos que determinam estrutura e função de 
cérebros de organismos individuais. 
A neurociência moderna está construída sobre o forte fundamento de 
descobertas individuais, e cada uma dessas descobertas desempenhou sua função 
ao revelar os mistérios do cérebro e como este promove nossos pensamentos e 
comportamento. A visão acerca do funcionamento do cérebro mudou nos últimos 
100 anos e continua a mudar. No século XIX, entre 1810 e 1819, Franz Joseph Gall, 
frenologista, acreditava que as saliências na superfície do crânio refletiam 
circunvoluções na superfície do cérebro e propôs que a propensão a certos traços 
de personalidade, como a generosidade, a timidez e a destrutividade podiam estar 
relacionada às dimensões da cabeça. Assim, funções básicas cognitivas como a 
linguagem e a percepção, esperança e autoestima, eram concebidas como sendo 
mantidas por regiões específicas do cérebro. 
Para sustentarsua alegação, Gall e seus seguidores coletaram e mediram 
cuidadosamente o crânio de centenas de pessoas representando uma variedade de 
tipos de personalidades, desde os mais privilegiados até os criminosos e loucos. 
Esta nova “ciência” de correlacionar a estrutura da cabeça com traços da 
personalidade foi denominada de frenologia. (BEAR; CONNORS; PARADISO, 
2002). Gall propôs ainda, que o centro para cada função mental aumentaria de 
tamanho como resultado do uso, de forma idêntica ao aumento do tamanho de um 
músculo pelo exercício. Esse aumento do tamanho de uma região cerebral causaria 
uma distorção no crânio. Assim Gall, há 200 anos, foi o pioneiro da noção de que 
diferentes funções mentais são realmente localizadas em diferentes partes do 
cérebro – localizacionismo cerebral, porém ele estava enganado em como isso é 
conseguido pelo cérebro. (KANDEL; SCHWARTZ; JESSELL, 1997). 
Mais tarde a frenologia foi rejeitada e descartada pela comunidade científica 
como uma forma de charlatanismo e pseudociência, tendo, portanto, uma 
importância histórica, sendo suplantada pelos campos em desenvolvimento da 
psicologia e da neurociência. Podemos, por assim dizer que os frenólogos 
 
 
 
 
 
7 
desempenharam um papel relevante, ainda que equivocado, nos primeiros avanços 
da neurociência moderna. Hoje, sabemos que existe uma nítida divisão de trabalho 
no encéfalo, com diferentes partes realizando funções bem distintas. 
O cientista creditado por influenciar a comunidade científica a estabelecer a 
localização das funções cerebrais foi o neurologista francês Paul Broca, em 1861. 
Broca descreveu o caso de um paciente que era capaz de entender o que se dizia a 
ele, mas incapaz de falar. Esse paciente não apresentava qualquer problema motor 
convencional em sua língua, boca ou cordas vocais passível de interferir com sua 
fala. Era capaz de enunciar palavras isoladas e de cantar uma melodia sem 
dificuldade, mas não conseguia falar gramaticalmente ou em frases completas, nem 
conseguia expressar seus pensamentos por escrito. O exame do cérebro desse 
paciente, após sua morte, revelou uma lesão na região posterior do lobo frontal 
esquerdo – região que, hoje, é chamada de área de Broca e baseado em estudos 
em oito pacientes com quadros semelhantes, concluiu que esta região do cérebro 
humano era especificamente responsável pelo controle da expressão motora da 
fala. (KANDEL; SCHWARTZ; JESSELL, 1997). 
O trabalho de Paul Broca estimulou a busca dos locais corticais de outras 
funções comportamentais específicas. Em 1870, na Alemanha, o fisiologista Gustav 
Fritsch e o psiquiatra Eduard Hitzig eletrizaram a comunidade científica com sua 
descoberta de que a estimulação elétrica de determinadas regiões do cérebro do 
cão produzia movimentos característicos dos membros. Essa descoberta levou os 
neuroanatomistas a uma análise mais detalhada do córtex cerebral e sua 
organização celular. Assim, no ser humano, a mão direita, usada comumente para a 
escrita e para os movimentos que exijam habilidades, é controlada pelo mesmo 
hemisfério esquerdo que controla a fala e na maioria das pessoas, o hemisfério 
esquerdo é considerado como dominante (KANDEL; SCHWARTZ; JESSELL, 1997), 
responsável pelo pensamento lógico e competência comunicativa, enquanto o 
hemisfério direito é responsável pelo pensamento simbólico e criatividade. Nos 
canhotos as funções estão invertidas. 
O hemisfério esquerdo diz-se dominante, pois nele localiza-se a área de 
Broca, a área responsável pela motricidade da fala e a área de Wernicke, o córtex 
 
 
 
 
 
8 
responsável pela compreensão verbal. Carl Wernicke, em 1876, propôs uma teoria 
para a linguagem a partir do estudo de um caso de uma vítima de acidente vascular 
cerebral. Nesse trabalho Wernicke descreveu um novo tipo de afasia, relacionado 
ao distúrbio da compreensão e não da execução. Enquanto os pacientes de Broca 
podiam entender, mas não conseguiam falar, o paciente de Wernicke podia falar, 
mas não compreendia a fala, já que o que o paciente dizia não fazia sentido nem 
pra ele mesmo. 
Segundo Wernicke as funções mentais não estariam localizadas em regiões 
cerebrais específicas, mas, sim, que cada função estaria difusamente representada 
por todo o córtex. Baseado em seus achados e nos resultados de Broca e de Fritsch 
e Hitzig, Wernicke propôs que apenas as funções mentais mais básicas, as 
relacionadas com as atividades perceptivas e motoras simples, estariam localizadas 
em áreas corticais únicas, e que as funções intelectuais mais complexas resultariam 
das interconexões entre várias regiões funcionais. Ao colocar o princípio da 
localização das funções dentro do arcabouço conexivo, Wernicke admitia que os 
diversos componentes de um mesmo comportamento seriam processados em 
regiões cerebrais distintas. Wernicke formulou, assim, a primeira evidência para a 
idéia de processamento distribuído, que é atualmente, a idéia central para nossa 
compreensão do funcionamento cerebral. (KANDEL; SCHWARTZ; JESSELL, 1997). 
Assim como a linguagem apresenta evidências anatômicas convincentes, 
segundo as descobertas de Michael Posner e Marcus Raichle, em 1988, as 
características afetivas e traços de personalidade são também anatomicamente 
definidos. Embora a localização do afeto (emoções) ainda não esteja mapeada de 
maneira precisa, as funções motoras, sensórias e cognitivas, foi demonstrada de 
maneira contundente. (KANDEL; SCHWARTZ; JESSELL, 2003). No entanto, a 
grande revolução na compreensão sobre o sistema nervoso ocorreu no final do 
século XIX quando Camillo Golgi e Santiago Ramón y Cajal fizeram descrições 
detalhadas das células nervosas. Golgi desenvolveu uma maneira de corar os 
neurônios com sais de prata, visualizando no microscópio sua estrutura: um corpo 
celular e ramificações dendríticas de um lado e um axônio em forma de cabo do 
outro. Cajal conseguiu corar os neurônios separadamente, usando as técnicas de 
Golgi. Ele foi o primeiro a identificar não somente a natureza unitária do neurônio, 
 
 
 
 
 
9 
mas também a transmissão de informação elétrica em uma única direção, dos 
dendritos para a extremidade do axônio. (GAZZANIGA; IVRY; MANGUN, 2006). 
No início do século XX, surgiu na Alemanha, uma nova escola de localização 
cortical, liderada pelo anatomista Korbinian Brodmann. Essa escola buscou 
diferenciar as diversas áreas funcionais do córtex cerebral com base nas 
diferenciações das estruturas celulares e na organização característica dessas 
células em camadas. Usando esse método citoarquitetônico, Brodmann distinguiu 
52 áreas, funcionalmente distintas, no córtex cerebral humano (KANDEL; 
SCHWARTZ; JESSELL, 1997). Foi subsequentemente descoberto que muitas, 
porém não todas das áreas identificadas por Brodmann correspondem a áreas 
funcionalmente distintas e encontramos referência a áreas como BA17, que significa 
Área 17 de Brodmann (EYSENCK; KEANE, 2007). 
Assim, no começo do século XX, já existiam evidências convincentes, 
funcional e anatômica, para a existência de muitas áreas distintas no córtex, e para 
algumas delas podia ser atribuída participação específica em determinados 
comportamentos. No final de 1930, Edgar Adrian, na Inglaterra e Wade Marshall e 
Philip Bard, nos Estados Unidos, comprovaram que estímulos aplicados sobre a 
superfície corporal (no caso de um gato) geravam atividades elétricas em áreas 
específicas do córtex cerebral descritas por Brodman. 
No final de 1950, Wilder Penfield usou pequenos eletrodos para estimular o 
córtex cerebral de pacientes que, em neurocirurgias, estavam despertos e assim, 
conseguiu confirmar as áreas descritas por Broca e Wernicke. Mais recentemente, 
George Ojemann descobriu outras áreas essenciais para a linguagem, indicando 
que as redes neurais para a linguagem são maiores do que aquelas delimitadas por 
Broca e Wernicke. (TABACOW, 2006). Assim, a neurociênciacontinua a revelar a 
surpreendente complexidade e a especialização do córtex cerebral. 
A partir de 1990, ocorreu um grande avanço nos estudos sobre o cérebro, 
através do desenvolvimento tecnológico e uso de técnicas como a IRMf – Imagem 
por Ressonância Magnética Funcional e a Tomografia por Emissão de Pósitrons. Os 
avanços tecnológicos permitem várias maneiras de obter informações detalhadas 
sobre a estrutura e o funcionamento do cérebro, como por exemplo, nos ajuda a ver 
 
 
 
 
 
10 
quais regiões do cérebro ficam relativamente mais ativas quando um pensamento, 
emoção ou comportamento correspondente acontece. 
Hoje, é possível estabelecer onde e quando ocorrem no cérebro os 
processos cognitivos específicos. Essa informação pode permitir determinar a 
ordem em que diferentes partes do cérebro tornam-se ativas quando alguém está 
realizando uma tarefa, além de permitir também se duas tarefas envolvem as 
mesmas partes do cérebro da mesma maneira ou se há diferenças consideráveis. 
(EYSENCK; KEANE, 2007). 
Desenvolvimento do cérebro 
 
 A ideia de que a vida humana inicia-se a partir da fecundação envolvendo a 
participação de células germinativas, masculina e feminina, data do século XIX. 
Antes disso e por milhares de anos, a grande maioria das pessoas acreditava que a 
vida iniciava-se no nascimento e que a explicação para o fato dos filhos se parecem 
mais com os pais do que com outros membros do grupo a que pertenciam baseava-
se na hereditariedade (Nature: natureza biológica) ou no ambiente (Nurture: 
criação). (PINHEIRO, 2007). A superação da questão dualista nature-nurture, 
ocorrida no século XIX, resultou no reconhecimento da participação tanto dos 
fatores hereditários quanto dos fatores ambientais na determinação das 
características físicas e comportamentais do ser humano, dando início ao 
paradigma interacionista. Desse modo, em relação a uma dada característica, por 
exemplo, a inteligência, admite-se que ela resulta da interação dos genes herdados 
com o ambiente (intra e extra-uterino) em que a criança se desenvolve. (PINHEIRO, 
1996). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
O cérebro humano é formado por quase cem bilhões de neurônios 
intrinsecamente conectados que permite desde a regulação de funções básicas, 
como a respiração, até tarefas elaboradas, tais como acreditar num conceito. 
(LEDOUX, 2002). Todas as condutas humanas, sejam elas explícitas ou implícitas, 
são possibilitadas por essas redes neurais. Pode parecer, num primeiro momento, 
que o desenvolvimento embrionário depende unicamente de um comando genético. 
Entretanto, fatores epigenéticos desempenham um papel crucial nesse processo. 
(LEDOUX, 2002). Por exemplo, se houver a ingestão de álcool, drogas, no período 
inicial da gestação, a produção neural sofre alterações e podem surgir quadros de 
anencefalia, espinha bífida. (LEONARDO; HEN, 2006). 
 A antiga discussão natureza e cultura têm sido substituídas pela questão de 
como ambos – interagindo nas experiências do sujeito – contribuem para a 
formação do cérebro e para o estabelecimento de sinapses. (LEDOUX, 2002). A 
construção da intersubjetividade, a consciência de si e dos outros, o conhecimento 
social, a capacidade de entender as intenções alheias, entre tantas outras 
capacidades, só se constituem na interação e pela interação com os outros. 
Deparamo-nos assim, com o problema de explicar a grande adaptabilidade do 
cérebro frente aos variados ambientes sociais e culturais ao longo da história. 
O termo plasticidade sináptica refere-se às respostas adaptativas do sistema 
nervoso frente aos estímulos percebidos. A maioria dos sistemas no cérebro são 
plásticos, ou seja, são modificados com a experiência, o que significa que as 
sinapses envolvidas são alteradas por estímulos ambientais captados por alguma 
modalidade de percepção sensorial. O conceito de plasticidade sináptica foi definido 
há mais de um século pelo fisiologista Charles Sherrington e é uma propriedade 
essencial do desenvolvimento e uma das principais funções cerebrais. 
Em concordância com o conceito de plasticidade, Ledoux (2002) sustenta 
que o cérebro é muito sensível ao ambiente, e isso não é incompatível com um 
funcionamento possibilitado (mas não determinado) pelos genes. A experiência 
permite a aquisição de conhecimentos e de informações pelo sistema nervoso 
provocando alterações anatômicas em diversos locais do encéfalo e essas 
alterações modificam a intensidade das conexões entre as células. As modificações 
 
 
 
 
 
12 
sinápticas não se restringem a algum período do desenvolvimento e ocorrem em 
todos os momentos em que há aprendizagem. (KANDEL, 2000). 
O cérebro adulto se adapta constantemente aos estímulos e essa 
plasticidade não se manifesta apenas em comportamentos de aprendizagem e 
memória que indicam a base biológica da individualidade. Essas mudanças 
dinâmicas são visíveis no processamento do sistema nervoso e podem ser 
estudadas de forma mais consistente no principal local que envolve a troca de 
informações no cérebro: a sinapse. Na sinapse, um neurônio faz contato com outro 
neurônio, induzindo a liberação de mediadores químicos (neurotransmissores). Há 
também sinapses elétricas, caracterizadas pelo fluxo de correntes elétricas; e 
eletroquímicas, onde coexistem diversos tipos de moléculas sinalizadoras. Estima-
se que cada um dos bilhões de neurônios que formam o sistema nervoso é capaz 
de realizar milhares de sinapses individuais, excitatórias, inibitórias ou regulatórias, 
aumentando a complexidade do sistema nervoso. (KANDEL, 2000). 
Estudos em animas e seres humanos têm atribuído ao córtex pré-frontal o 
desenvolvimento das funções cognitivas. (FUSTER, 2002). De acordo com 
Brodmann (apud FUSTER, 2002), o córtex pré-frontal constitui 3,5% da totalidade 
do córtex no gato, 12,5% em cães, 11,5% no macaco, 17% do chimpanzé e 29% em 
humanos. Indiscutivelmente, o crescimento desproporcional É uma inferência 
legítima que essa expansão evolutiva do córtex, está intimamente relacionado com 
a evolução das funções cognitivas. Tem sido discutido, com base na 
neuropsicologia e dados linguísticos, que o desenvolvimento cognitivo da criança 
está intimamente dependente do desenvolvimento de mielina cortical (GIBSON 
apud FUSTER, 2002), mas até a publicação de recentes estudos de neuroimagem 
mencionado acima, no entanto, não tinha sido imaginado que no ser humano a 
mielinização das áreas de maior associação, nomeadamente o córtex pré-frontal, 
não está completa até a terceira década de vida. 
 
 
 
Córtex do lobo frontal 
 
 
 
 
 
13 
 
 
O córtex do lobo frontal é excepcionalmente bem relacionado com outras 
estruturas do cérebro. As sucessivas áreas interligadas que constituem uma via 
cortical estão conectadas umas com as outras de acordo com os princípios de 
conectividade que prevalecem em todo o sistema nervoso central. Sob condições 
fisiológicas e anatômicas, as áreas de cada percurso é hierarquicamente 
organizada. A principal função e também a mais geral do córtex pré-frontal é a 
organização temporal de ações para objetivos biológicos ou cognitivos. (FUSTER, 
1997). Esta é a essência do papel do córtex pré-frontal, em geral, a execução de 
todas as formas de ação (somática, movimento do olho, comportamento emocional, 
desempenho intelectual, etc.). Além do mais, a participação do córtex pré-frontal na 
escolha entre alternativas, na tomada de decisões e na execução temporalmente 
estruturada da ação são as razões pelas quais este córtex também foi considerado 
o “central-executivo”. 
O cérebro é o órgão mais importante do ser humano. Trata-se de um órgão 
extremamente complexo que desempenha um papel preponderante em todas as 
funções do corpo. Além disso, a ausência de atividade cerebral define a morte 
clínica. A maturação do cérebro, considerável antes do nascimento – com a 
produção de mais de 100 bilhõesde células nervosas – e ao longo dos dois 
primeiros anos de vida com o crescimento contínuo do volume do cérebro, constitui 
um período de grande vulnerabilidade. O cérebro em fase de desenvolvimento é 
 
 
 
 
 
14 
particularmente sensível às influências do ambiente, com o estresse tóxico na 
primeira infância. O desenvolvimento do cérebro pode ser afetado por meio dos 
canais sensoriais tais como som, tato, visão, olfato, comida, pensamentos, drogas, 
lesões, doenças e outros fatores. 
Ao longo do desenvolvimento, as áreas do cérebro não maturam ao mesmo 
tempo. Por exemplo, a percepção auditiva começa antes do nascimento. O cérebro 
de um recém-nascido já é capaz de reconhecer vozes e melodias familiares ouvidas 
no período fetal. Ao contrário, as áreas do cérebro envolvidas na memória 
declarativa (“as lembranças”) e a visão não estão maduras no nascimento. Para se 
desenvolver totalmente, esses sistemas, incluindo o córtex auditivo, precisam da 
estimulação que ocorre depois do nascimento. 
Um aspecto importante do cérebro de um recém-nascido é a sua capacidade 
de mudança. Com a maturação, o cérebro se torna menos plástico; por exemplo, ao 
final do primeiro ano de vida, as áreas do cérebro que diferenciam os sons se 
tornam especializadas em função da língua que o bebê ouve. Ao mesmo tempo, o 
cérebro já começa a perder sua capacidade de reconhecer sons que pertencem a 
outras línguas. 
 
Sistemas Múltiplos de Memória 
 
O cérebro humano tem uma notável plasticidade, a habilidade em ser 
modelado e modificado pelo crescimento de novas e mais complexas conexões 
entre células. Alguns neurônios desenvolvem até 50.000 conexões, um número 
espantoso quando consideramos que existe bilhões de neurônios no cérebro. A 
propriedade básica do córtex cerebral (as camadas externas nas convoluções 
cerebrais) é armazenar informação. Embora não entendemos exatamente como 
ocorre tal armazenamento, está claro que ele ocorre em múltiplas áreas corticais 
devotadas a diferentes tipos de memória. Algumas áreas se desenvolvem em 
sistemas de conhecimento que surgem das memórias linguísticas, visuo-espaciais 
ou motoras. Outras regiões do cérebro armazenam informações a respeito de 
experiências emocionais, e, para unidades de memória maiores, tais como como 
 
 
 
 
 
15 
completar um trabalho de casa, ou conseguir um emprego de professor. Portanto, 
aprendizado e memória não estão limitados a um único sistema neural ou processo. 
Existem múltiplos sistemas de memória, espalhados por diferentes áreas cerebrais, 
com conexões e vias que podem interconectá-las em distintos meios, variando até 
mesmo de individuo para individuo. 
Como as habilidades de aprendizado e memória não estão geralmente 
desenvolvidas por completo em todas essas áreas, as abordagens educacionais 
que usam o conceito de sistemas de memória múltipla podem levar a um 
conhecimento mais profundo e com maior retenção. Por exemplo, materiais 
didáticos que usam analogias visuais e pessoais, esquemas visuais que mostram 
como conceitos verbais se relacionam espacialmente uns com os outros, e 
atividades que implementam passos de resolução de problemas, oferecem 
oportunidades para o envolvimento de sistemas múltiplos de memória. Estudantes 
que se demonstram fracos em um fluxo de processamento de memória, podem 
facilmente compensar isso quando outros modos de processamento estão 
disponíveis. 
Funções Executivas 
 
Função executiva é outro conceito neuropsicológico recentemente formulado. 
Um executor recebe responsabilidades, tais como levantar informações, impor 
organização, formular planos, fixar objetivos, manter controle sobre circunstâncias 
cambiantes, e até mesmo antecipar numerosas possibilidades e modificar objetivos 
e planos de acordo com as mesmas. Em estudos neuropsicológicos, as funções 
executivas têm sido demonstradas como sendo muito diferentes da inteligência 
geral e memória. 
A criança pequena é um executor em floração de seu próprio conhecimento, 
emoções e comportamento. Aquelas áreas do cérebro que possibilitam funções 
executivas são as últimas a amadurecer, usualmente não antes da idade adulta 
jovem. Durante o desenvolvimento, as funções executivas tornam-se 
progressivamente mais conectadas aos domínios do conhecimento para fatos, 
números, palavras e imagens (os aspectos de "o que" e "onde" do conhecimento), 
 
 
 
 
 
16 
para o propósito de como, porque e quando utilizar tal conhecimento em 
comportamentos dirigidos a metas. Por exemplo, como eu identifico e organizo os 
passos para completar um projeto independente? Como eu devo verificar meu 
progresso, de modo a avaliar o quanto falta para fazer? Estas são questões que os 
educadores podem ouvir de tempos em tempos, mas elas revelam quais podem ser 
os processos fundamentais para a adaptação e realizações humanas - nos 
gerenciando como aprendizes, desenvolvendo uma consciência quanto ao nosso 
conhecimento, tanto como à nossa falta de conhecimento, e sabendo como 
conseguir realizar vários objetivos usando habilidades executivas ou metacognitivas. 
Uma parte substancial das funções executivas consiste em desenvolver modelos 
mentais destes processos de "comos", "porques" e "quandos". 
 
 
 
 
 
 
] 
 
 
 
Neurociência Cognitiva 
 
A neurociência transita pela área biológica, em que algumas questões 
relevantes consistem no modo como os circuitos são formados e operam anatômica 
e fisiologicamente a fim de produzirem as funções fisiológicas, tais como os 
reflexos, integração dos sentidos, coordenação motora, respostas emocionais, 
aprendizagem e memória. Ao nível cognitivo a neurociência lida com questões 
 
 
 
 
 
17 
acerca do modo como as funções psicológicas/cognitivas são geradas pelos 
circuitos neuronais. A neurociência cognitiva é a ciência que busca entender como a 
função cerebral dá lugar às atividades mentais, tais como a percepção, a memória, 
a linguagem, incluindo a consciência (ALBRIGHT; KANDEL; POSNER, 2000; 
SIERRAFITZGERALD; MUNÉVAR, 2007), considerando aspectos da normalidade e 
de alteração. 
 
Desenvolvimento cognitivo 
 
Entender sobre o desenvolvimento de habilidades mentais é fundamental 
para compreender a organização e o funcionamento da mente humana. Uma 
abordagem comum em neurociência é correlacionar à maturação de funções 
cognitivas específicas com um estágio particular do desenvolvimento neural. 
Segundo Gazzaniga, Ivry e Mangun (2006), a diferença existente entre as 
capacidades dos recém-nascidos e a dos adultos são visíveis. Recém-nascidos não 
caminham, não seguram objetos, não falam nem compreendem quando falamos 
com eles. Essas diferenças podem ser elucidadas de duas maneiras: os recém-
nascidos podem ter todas as capacidades dos adultos, mas ainda não obtiveram, 
pela experiência, suas habilidades; e, em contraste, recém-nascidos podem diferir 
dos adultos em capacidades neurais e/ou cognitivas. 
A primeira hipótese coloca os recém-nascidos como possuidores de um 
circuito neural completamente formado, à espera das aferências e dos sinais do 
ambiente para que o desenvolvimento ocorra. A última propõe que recém-nascidos 
ainda não possuem estruturas neurais e cognitivas para agir como um adulto e que 
esse desenvolvimento abarca mudanças radicais e qualitativas. Essa visão tem sido 
amplamente aceita pelas teorias do desenvolvimento com base em evidências tanto 
neurais quanto psicológicas. 
Uma teoria clássica de que recém-nascidos diferem significativamente dos 
adultos vem do cientista suíço Jean Piaget. Piaget considerava que a aquisição do 
conhecimento é um processo e como tal deveria ser estudado de maneira histórica, 
 
 
 
 
 
18 
abarcando o modo como o conhecimento muda e evolui. Desse modo, define sua 
epistemologia genética como a disciplina que estuda os mecanismos e processos 
mediante os quais se passa de “[...] estados de menor conhecimento aosestados 
de conhecimento avançado.” (PIAGET, 1971, p.8). 
Para Piaget, no processo de aquisição de novos conhecimentos, o sujeito é 
um organismo ativo que seleciona as informações que lhe chegam do mundo 
exterior, filtrando-as e dando-lhes sentido. (PIAGET, 1971). Conhecer, em sua 
percepção, é atuar diante da realidade modificando-a por meio de ações. Nesse 
sentido, atuar não significa essencialmente realizar movimentos e ações externas. 
Esse seria o caso de crianças pequenas que precisam manipular a realidade que as 
envolve, para entendê-la. Na maioria dos casos, essa atividade é interna, mental, 
ainda que possa se basear em objetos físicos. Ao contar, comparar, classificar, 
embora haja imobilidade do sujeito, ele está ativo mentalmente. 
De acordo com Piaget, todas as crianças passam por quatro estágios 
cognitivos mais ou menos na mesma idade, independentemente da cultura em que 
vivem. Nenhum estágio pode ser omitido, uma vez que as habilidades adquiridas 
em estágios anteriores são essenciais para os estágios seguintes. No estágio 
sensório-motor a criança explora o mundo e desenvolve seus esquemas 
principalmente por meio de seus sentidos e atividades motoras. Vai do nascimento 
até o período de “linguagem significativa” (por volta de 2 anos). Durante esse 
estágio, as crianças têm conceitos rudimentares dos objetos de seu mundo. Um 
conceito adquirido durante esse estágio é o de permanência do objeto: habilidade 
de saber que um objeto não deixa de existir simplesmente porque saiu de nosso 
campo de visão. Aos quatro meses, crianças que brincam com um objeto que será 
depois escondido, agem como se ele jamais estivesse existido. Ao contrário, um 
bebê com 10 meses procura ativamente um objeto que foi escondido embaixo de 
um pano ou por trás de uma tela. “Ele tem a consciência de que o objeto continua 
existindo, mesmo quando não está visível.” (PIAGET; INHELDER, 2003, p.20). 
 O sucesso em tarefas como essa marca o fim do estágio de inteligência 
sensório-motora, pois é o resultado de uma habilidade recém-desenvolvida para 
representar objetos e atos que não estão mais em seu campo de visão. Assim, as 
 
 
 
 
 
19 
crianças exibem a permanência de objetos quando não tem mais dificuldade de 
conceitualizar a presença de um objeto fora do campo de visão. Estudos sugerem 
que Piaget possa ter subestimado as habilidades infantis, questionando sobre a 
natureza limitada das capacidades de um recém-nascido no domínio da integração 
sensório- -motora, da integração intermodal e da percepção de objetos. 
Os críticos de Piaget argumentam que um recém-nascido tem alguma forma 
de integração de experiências sensoriais por meios das modalidades da visão, da 
audição e do tato. Por exemplo, crianças recém-nascidas, quando dado suporte de 
cabeça é adequado, podem buscar localizar, visualmente, a origem de sons 
emitidos no ambiente. Isso sugere uma habilidade bem-desenvolvida de integração 
intermodal visual e auditiva. (GAZZANIGA; IVRY; MANGUN, 2006). 
 Baillageron (1990) demonstrou que crianças pequenas de apenas alguns 
meses, normalmente percebem objetos parcialmente escondidos. Ela mostrava um 
objeto para as crianças e colocava-o atrás de um painel vertical que impedia sua 
visão. O painel era, então, derrubado, de duas formas distintas. Na primeira, o 
painel era derrubado e batia no objeto colocado atrás dele, como seria esperado. Na 
segunda, o painel era derrubado, mas o objeto havia sido removido secretamente, 
fazendo com que o painel caísse direto na superfície da mesa. Nestas tarefas, as 
crianças mostravam mais surpresa na segunda condição que na primeira. 
Após vários estudos em cognição, Flavell et al. (1999) assim se manifestam a 
respeito da teoria de Piaget, quanto aos estágios: A teoria de Piaget, entretanto, não 
faz afirmações apenas gerais, mas muito fortes e específicas a respeito da 
preponderância dos estágios da cognição em bebês, e estas afirmações não têm se 
sustentado em pesquisas recentes. Existem simplesmente muitos exemplos de 
competência mais precoce do que a esperada, muitas discrepâncias no nível de 
desempenho que não parecem depender dos processos construtivos de ação sobre 
o mundo com os quais Piaget definiu seus estágios. (FLAVELL, et al., 1999, p.64). 
 
 
 
 
 
20 
No modelo de Piaget, temos ainda três estágios que seguem o estágio de 
inteligência sensório-motora. No estágio pré-operacional (dos 2 aos 7 anos), a 
linguagem progride substancialmente e a criança começa a pensar simbolicamente, 
usando símbolos, tais como palavras, para representar conceitos. No entanto, a 
criança ainda não consegue fazer operações ou processos mentais reversíveis. 
Neste estágio, a criança também é egocêntrica, isto é, não consegue distinguir suas 
próprias perspectivas das de outras pessoas, nem consegue entender que há 
pontos de vista diferentes dos seus. (PIAGET, 1971). 
 Dos 7 aos 11 anos, encontra-se o estágio de operações concretas. Nesse 
período, há a emergência de muitas habilidades importantes de raciocínio. O 
pensamento da criança, agora mais organizado, possui características de uma 
lógica de operações reversíveis. Entretanto, durante esse estágio, elas inicialmente 
podem realizar operações quantitativas somente com eventos concretos. Não é 
capaz de operar com hipóteses. (PIAGET, 1971). 
E dos 11 anos em diante, durante o estágio de operações formais, as 
crianças aprendem a fazer representações abstratas de relações, de acordo com 
Piaget. Crianças nessa idade podem generalizar relações matemáticas e manifestar 
pensamento hipotético-dedutivo – a habilidade de gerar e testar hipóteses sobre o 
 
 
 
 
 
21 
mundo. Piaget trouxe contribuições importantes, delimitando a linha do tempo do 
desenvolvimento cognitivo e tentando mostrar quando as crianças são capazes de 
realizar tarefas perceptivos, motoras e cognitivas complexas. 
O fato de que a idade exata para um processo particular possa ocorrer ser 
antes do que Piaget propôs, ou de que os estágios descritos por Piaget possam ser 
mais graduais do que os mencionados, não diminui significativamente o valor de seu 
conceito de desenvolvimento cognitivo. Além disso, descrever uma linha do tempo 
de maturação cognitiva é, com modificações adequadas, útil, porque um objetivo da 
neurociência cognitiva é relacionar a linha do tempo de desenvolvimento cognitivo 
com o desenvolvimento neural para esclarecer as bases biológicas da cognição. 
 
Alguns temas da neurociência cognitiva 
 
Atenção 
 
A atenção define-se pelo direcionamento da consciência e estado de 
concentração mental sobre determinado objeto. Caracteriza-se por selecionar, 
organizar e filtrar as informações, funcionando como uma filmadora. É um processo 
de extrema importância em determinadas áreas, como na educação, já que se 
exige, por exemplo, a um aluno que preste atenção às matérias lecionadas pelo 
professor, ignorando estímulos visuais, sonoros ou outros, como o que se está a 
passar fora da sala de aula (estando, neste caso, relacionado também com o 
problema da disciplina). 
Além da atenção concentrada, em que se selecciona e processa apenas um 
estímulo, também pode existir atenção dividida, em que são seleccionados e 
processados diversos estímulos simultaneamente - como quando se conduz um 
automóvel e se ouvem as notícias do rádio simultaneamente. 
Para que a atenção atue são necessários três fatores básicos: 
 
 
 
 
 
22 
Fator fisiológico, onde depende de condições neurológicas e também da 
situação contextual em que o indivíduo se encontra; 
Fator motivacional: depende da forma como o estímulo se apresenta e 
provoca interesse; 
Concentração: depende do grau de solicitação e atuação do estímulo, 
levando a uma melhor focalização da fonte de estímulo. 
Quanto a fonte de estímulo podemos ter estímulo visual, auditivo e 
sinestésico. É importante ressaltar que a atenção não é uma funçãopsíquica 
autônoma, visto que ela encontra-se vinculada à consciência. Por exemplo, o 
indivíduo que está em obnubilação geralmente se encontra com alterações ao nível 
da atenção, apresentando-se hipervigil. Contudo, um paciente em torpor se 
encontra hipovigil. 
Sem a atenção a atividade psíquica se processaria como um sonho vago, 
difuso e contínuo. Segundo Alonso Fernández, ao concentrar a atenção escolhemos 
um tema no campo da consciência e elevamos este ao primeiro plano da mesma, 
mantendo este tema rigorosamente perfilado, sem deixar-se desviar pelas 
influências dos setores excêntricos do campo da consciência, podendo modificar o 
tema escolhido com plena liberdade. Este tema poderia ser um objeto, uma ação, 
um lugar, uma palavra, etc. 
Distinguem-se duas formas de atenção: a espontânea (vigilância) e a ativa 
(tenacidade). No primeiro caso ela resulta de uma tendência natural da atividade 
psíquica orientar-se para as solicitações sensoriais e sensitivas, sem que nisso 
intervenha um propósito consciente. A atenção voluntária é aquela que exige certo 
esforço, no sentido de orientar a atividade psíquica para determinado fim. 
Entretanto, o grau de concentração da atenção sobre determinado objeto não 
depende apenas do interesse, mas do estado de ânimo e das condições gerais do 
psiquismo. 
O interesse e o pensamento são os dirigentes da atenção, sendo que a 
intensidade com que a efetuamos é o grau de concentração alcançado. As 
alterações da atenção desempenham um importante papel no processo de 
 
 
 
 
 
23 
conhecimento. Em geral estas alterações são secundárias, decorrem de 
perturbações de outras funções das quais depende o funcionamento normal da 
atenção. A fadiga, os estados tóxicos e diversos estados patológicos determinam 
uma incapacidade de concentrar a atenção. 
 
Consciência 
 
A consciência é uma qualidade da mente, considerando abranger 
qualificações tais como subjetividade, autoconsciência, senciência, sapiência, e a 
capacidade de perceber a relação entre si e um ambiente. É um assunto muito 
pesquisado na filosofia da mente, na psicologia, neurologia e ciência cognitiva. 
Alguns filósofos dividem consciência em consciência fenomenal, que é a 
experiência propriamente dita, e consciência de acesso, que é o processamento das 
coisas que vivenciamos durante a experiência (Block, 2004). Consciência fenomenal 
é o estado de estar ciente, tal como quando dizemos "estou ciente" e consciência de 
acesso se refere a estar ciente de algo ou alguma coisa, tal como quando dizemos 
"estou ciente destas palavras". Consciência é uma qualidade psíquica, isto é, que 
pertence à esfera da psique humana, por isso diz-se também que ela é um atributo 
do espírito, da mente, ou do pensamento humano. Ser consciente não é exatamente 
a mesma coisa que perceber-se no mundo, mas ser no mundo e do mundo, para 
isso, a intuição, a dedução e a indução tomam parte. 
Tomada de decisões 
 
Tomada de decisão é um processo cognitivo que resulta na seleção de uma 
opção entre várias alternativas. É amplamente utilizada para incluir preferência, 
inferência, classificação e julgamento, quer consciente ou inconsciente. Existem 
duas principais teorias de tomada de decisão - teorias racionais e teorias não 
racionais- variando entre si num sem número de dimensões. 
 
 
 
 
 
24 
Teorias racionais são por excelência normativas, baseadas em conceitos de 
maximização e otimização, vendo o decisor como um ser de capacidades 
omniscientes e de consistência interna. 
Teorias não racionais, são por excelência descritivas, e têm em consideração 
as capacidades limitantes da mente humana em termos de conhecimento, memoria 
e tempo. Utilizam heurísticas como procedimento cognitivo, fornecendo uma 
estrutura mais realística dos processos de tomada de decisão. 
Memória 
 
A memória é a capacidade de adquirir, armazenar e recuperar (evocar) 
informações disponíveis, seja internamente, no cérebro (memória biológica), seja 
externamente, em dispositivos artificiais (memória artificial). Também é o 
armazenamento de informações e fatos obtidos através de experiências ouvidas ou 
vividas. Focaliza coisas específicas, requer grande quantidade de energia mental e 
deteriora-se com a idade. É um processo que conecta pedaços de memória e 
conhecimentos a fim de gerar novas ideias, ajudando a tomar decisões diárias. 
Os neurocientistas (psiquiatras, psicólogos e neurologistas) distinguem 
memória declarativa de memória não-declarativa. A memória declarativa, grosso 
modo, armazena o saber que algo se deu, e a memória não-declarativa o como isto 
se deu. 
A memória declarativa, ou de curto prazo como o nome sugere, é aquela que 
pode ser declarada (fatos, nomes, acontecimentos, etc.) e é mais facilmente 
adquirida, mas também mais rapidamente esquecida. Para abranger os outros 
animais (que não falam e logo não declaram, mas obviamente lembram), essa 
memória também é chamada explícita. Memórias explicitas chegam ao nível 
consciente. Esse sistema de memória está associado com estruturas no lobo 
temporal medial (ex: hipocampo, amígdala). 
Psicólogos distinguem dois tipos de memória declarativa, a memória 
episódica e a memória semântica. São instâncias da memória episódica as 
 
 
 
 
 
25 
lembranças de acontecimentos específicos. São instâncias da memória semântica 
as lembranças de aspectos gerais. 
Já a memória não-declarativa, também chamada de implícita ou procedural, 
inclui procedimentos motores (como andar de bicicleta, desenhar com precisão ou 
quando nos distraímos e vamos no "piloto automático" quando dirigimos). Essa 
memória depende dos gânglios basais (incluindo o corpo estriado) e não atinge o 
nível de consciência. Ela em geral requer mais tempo para ser adquirida, mas é 
bastante duradoura. 
Memória, segundo diversos estudiosos, é a base do conhecimento. Como tal, 
deve ser trabalhada e estimulada. É através dela que damos significado ao 
cotidiano e acumulamos experiências para utilizar durante a vida. 
Hoje é possível afirmar que a memória não possui um único locus. Diferentes 
estruturas cerebrais estão envolvidas na aquisição, armazenamento e evocação das 
diversas informações adquiridas por aprendizagem. 
Memória de curto prazo 
Depende do sistema límbico, envolvido nos processos de retenção e 
consolidação de informações novas. Hoje em dia também se supõe que a 
consolidação temporária da informação envolve estruturas como o hipocampo, a 
amígdala, o córtex entorrinal e o giro para-hipocampal, sendo depois transferida 
para as áreas de associação do neocórtex parietal e temporal. As vias que chegam 
e que saem do hipocampo também são importantes para o estudo da anatomia da 
memória. Inputs (que chegam) são constituídos pela via fímbria-fórnix ou pela via 
perfurante. Importantes projecções de CA1 para os córtices subiculares adjacentes 
fazem parte dos outputs (que saem) do hipocampo. Existem também duas vias 
hipocampais responsáveis por interconexões do próprio sistema límbico, como o 
Circuito de Papez (hipocampo, fórnix, corpos mamilares, giro do cíngulo, giro para-
hipocampal e amígdala), e a segunda via projeta-se de áreas corticais de 
associação, por meio do giro do cíngulo e do córtex entorrinal, para o hipocampo 
que, por sua vez, projeta-se através do núcleo septal e do núcleo talâmico medial 
para o córtex pré-frontal, havendo então o armazenamento de informações que 
reverberam no circuito ainda por algum tempo. 
 
 
 
 
 
26 
Memória de trabalho 
Compreende um sistema de controle de atenção (executiva central), auxiliado 
por dois sistemas de suporte (Alça Fonológica e Bloco de Notas Visuoespacial) que 
ajudam no armazenamento temporário e na manipulação das informações. O 
executivo central tem capacidade limitada e função de selecionar estratégias e 
planos, tendo sua atividade relacionada ao funcionamento do lobo frontal, que 
supervisiona as informações.Também o cerebelo está envolvido no processamento 
da memória operacional, atuando na catalogação e manutenção das sequências de 
eventos, o que é necessário em situações que requerem o ordenamento temporal 
de informações. O sistema de suporte vísuo-espacial tem um componente visual, 
relacionado à região occipital e um componente espacial, relacionado a regiões do 
lobo parietal. Já no sistema fonológico, a articulação subvocal auxilia na 
manutenção da informação; lesões nos giros supramarginal e angular do hemisfério 
esquerdo geram dificuldades na memória verbal auditiva de curta duração. Esse 
sistema está relacionado à aquisição de linguagem. 
 
Memória de longo prazo 
 
Memória explícita: Depende de estruturas do lobo temporal medial (incluindo 
o hipocampo, o córtex entorrinal e o córtex para-hipocampal) e do diencéfalo. Além 
disso, o septo e os feixes de fibras que chegam do prosencéfalo basal ao 
hipocampo também parecem ter importantes funções. Embora tanto a memória 
episódica como a semântica dependam de estruturas do lobo temporal medial, é 
importante destacar a relação dessas estruturas com outras. Por exemplo, 
pacientes idosos com disfunção dos lobos frontais têm mais dificuldades para a 
memória episódica do que para a memória semântica. Já lesões no lobo parietal 
esquerdo apresentam prejuízos na memória semântica. 
Memória implícita: A aprendizagem de habilidades motoras depende de 
aferências corticais de áreas sensoriais de associação para o corpo estriado ou para 
os núcleos da base. Os núcleos caudado e putâmen recebem projeções corticais e 
enviam-nas para o globo pálido e outras estruturas do sistema extrapiramidal, 
 
 
 
 
 
27 
constituindo uma conexão entre estímulo e resposta. O condicionamento das 
respostas da musculatura esquelética depende do cerebelo, enquanto o 
condicionamento das respostas emocionais depende da amígdala. Já foram 
descritas alterações no fluxo sanguíneo, aumentando o do cerebelo e reduzindo o 
do estriado no início do processo de aquisição de uma habilidade. Já ao longo 
desse processo, o fluxo do estriado é que foi aumentado. O neo-estriado e o 
cerebelo estão envolvidos na aquisição e no planeamento das ações, constituindo, 
então, através de conexões entre o cerebelo e o tálamo e entre o cerebelo e os 
lobos frontais, elos entre o sistema implícito e o explícito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
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