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Neoplasia Neo=novo; Plasis=formação Karkinos = crustáceo, caranguejo. As veias que drenavam o tumor da mama de uma mulher eram parecidas com patas de um caranguejo. Conceito: Nova formação, novo crescimento. A neoplasia é uma proliferação celular, ou seja, a célula começa a se multiplicar de maneira acelerada e esta multiplicação se deve a uma perda ou diminuição dos genes reguladores do crescimento e da diferenciação celular. • Mesmo que o estímulo seja corrompido, a doença não para de se manifestar. Tais alterações são passadas adiante pela prole das células tumorais; Tais alterações fazem com que o crescimento se torne autônomo; Não há mais controle fisiológico do crescimento. • As alterações são passadas adiante pela prole das células tumorais. • Um possível controle desta patologia repousa sobre o conhecimento da sua PATOGENIA. • O surgimento à partir de uma única célula que sofreu alterações genéticas caracteriza os tumores como clonais. TUMORES BENIGNOS Suas características macro e microscopicamente são inocentes. Permanecem localizados, não conseguem se disseminar para outros sítios e pode ser removido através de cirurgia local; Na maioria dos casos o paciente sobrevive. Muitas vezes porém, causam mais do que nódulos localizados, e algumas vezes são responsáveis por doenças graves. Nomenclatura: adiciona-se oma para tumores de células mesenquimais, ex.: tumor benigno no tecido fibroso recebe o nome de fibroma (fibroblasto), tumor cartilaginoso benigno condroma (condroblasto). Nomenclatura: adenomas (podem ou não ser formadores de glândulas), àquelas com projeções semelhantes a dedos ou verrugas são denominadas papilomas, massas císticas são os cistoadenomas entre outros. TUMORES MALIGNOS Referidos como cânceres, a lesão pode invadir e destruir estruturas adjacentes e se disseminar para sítios distantes; nem todos os cânceres levam a óbito. Nomenclatura: quando surgem de células mesenquimais denominam-se sarcoma, ex.: fibrossarcoma, condrossarcoma. Nomenclatura: derivados de células epiteliais são denominados carcinomas, ex.: carcinoma de células escamosas (por lembrar o epitélio escamoso estratificado). -Adenomas • As características da lesão nem sempre são conhecidas, com mistura de células do neoplasma entre benignos e malignos; isso acaba dificultando o diagnóstico. A diferenciação divergente de um único clone neoplásico com duas linhagens cria os tumores mistos. • Mais de 1 tipo de célula dentro da massa tumoral. - diferenciação divergente das células (o clone acaba sofrendo alterações). - têm origem da mesma camada (endoderma, mesoderma ou ectoderma). Teratoma é um tipo especial de tumor misto que contém células maduras ou imaturas reconhecíveis ou tecidos representativos de mais de uma camada de células germinativas e, algumas vezes, de três. Os teratomas origininam-se de células germinativas totipotentes, como aquelas anormalmente presentes em restos embrionários. As células germinativas têm capacidade de se diferencias em quaisquer tipos celulares no corpo adulto, portanto, não surpreende que possam dar origem a neoplasias que simulam porções de osso, epitélio, músculo, gordura, nervo e outros tecidos. DIFERENCIAÇÃO CELULAR A diferenciação e a anaplasia são características observadas apenas em células parenquimatosas que constituem os elementos transformados das neoplasias. A diferenciação das células tumorais parenquimatosas refere-se à extensão em que se assemelham aos seus antepassados normais morfológica e funcionalmente. • Neoplasias benignas são compostas por células bem diferenciadas que se assemelham estreitamente a suas contrapartes normais (muito pareido com o tecido de origem, parece tecido normal). Um lipoma é constituído por células adiposas maduras carregadas com vacúolos lipídicos, e um condroma é constituído por células de cartilagem maduras que sintetizam sua matriz cartilaginosa — evidência de diferenciação funcional e morfológica. Em tumores benignos bem diferenciados, normalmente as mitoses são raras e sua configuração é normal. • Neoplasias malignas caracterizam-se por ampla gama de diferenciações celulares parenquimatosas, desde as bem diferenciadas até as completamente indiferenciadas. Pouco diferenciadas (ex.: tumor no fígado diferente do fígado). Quanto mais diferenciada é a célula tumoral, mais ela retém de forma completa as capacidades funcionais de suas contrapartes normais. Por exemplo, adenocarcinomas bem diferenciados da tireoide podem conter folículos com aparência normal. Algumas vezes pode ser difícil distinguir esses tumores das proliferações benignas. Entre os dois extremos situam-se os tumores livremente referidos como moderadamente bem diferenciados. O estroma que contém o suprimento sanguíneo é crucial para o crescimento de tumores, mas não ajuda na separação dos tumores benignos dos malignos. A quantidade de tecido conjuntivo estromal determina, porém, a consistência da neoplasia. Certos cânceres induzem um estroma fibroso abundante (desmoplasia), tornando-os duros, os chamados tumores cirrosos. • Diz-se que as neoplasias malignas compostas por células indiferenciadas são anaplásicas. A falta de diferenciação, ou anaplasia, é considerada uma característica de malignidade. O termo anaplasia significa literalmente “formação retrógrada” — sugerindo desdiferenciação ou perda de diferenciação estrutural e funcional das células normais. Sabe-se agora, contudo, que pelo menos alguns cânceres surgem de células-tronco nos tecidos; nesses tumores, a falha na identificação, em vez de desdiferenciação de células especializadas, é a responsável por sua aparência indiferenciada. Estudos recentes também indicam que, em alguns casos, a desdiferenciação de células aparentemente maduras ocorre durante a carcinogênese. As células anaplásicas mostram acentuado pleomorfismo (isto é, variação de tamanho e forma). TAXAS DE CRESCIMENTO Muitos tumores benignos crescem lentamente, e a maioria dos cânceres cresce muito mais depressa, eventualmente disseminando-se localmente e para sítios distantes (por metástase) e causando morte. Mas há muitas exceções a essa generalização, e alguns tumores benignos crescem com mais facilidade do que alguns cânceres. A adequação de suprimento sanguíneo ou restrições de pressão, também podem afetar a taxa de crescimento dos tumores benignos. • Velocidade de crescimento tem forte influência no desfecho clínico, assim como na resposta terapêutica. • A célula maligna precisa sofrer 30 ciclos para dar uma massa tumoral que pesa 1mg. Se a massa sofrer 10 ciclos a massa passa a ter 1kg. Cada ciclo demora em torno de 3 dias. Tumores mal diferenciados tendem a crescer mais rapidamente do que os tumores bem diferenciados. Entretanto, há ampla variação na taxa de crescimento. Alguns crescem lentamente durante anos e então entram em fase de crescimento rápido, significando a emergência de um subclone agressivo de células transformadas. Outros crescem de forma relativamente lenta e uniforme; em casos excepcionais, o crescimento pode chegar quase a parar. Os tumores malignos de crescimento rápido geralmente contêm áreas centrais de necrose isquêmica, porque o suprimento sanguíneo tumoral, derivado do hospedeiro, falha em manter o mesmo ritmo para atender às necessidades de oxigênio da massa celular em expansão. • Tumores que crescem muito rápido tem uma taxa de renovação alta; apoptose e replicação. • Tratamento é melhor para tumores que crescem rápido por que a quimioterapia matacélulas que possuam proliferação rápida. • A fração de crescimento das células tumorais possui um importante efeito na susceptibilidade à quimioterapia. Leiomioma do útero > bem diferenciado (parecido com o tecido normal). < Adenoma da tireoide: bem diferenciado. Adenocarcinoma do cólon: pouco diferenciado (muito diferente do tecido normal). Carcinoma de células escamosas da pele: pouco diferenciado. > Ciclo de crescimento celular Na fase M a célula se divide e o ciclo começa novamente. Na fase G0 células não se replicam, portanto não saem dali, tumores do crescimento lento possuem muitas células que estão nessa fase, portanto, elas precisam de estímulos com cirurgia/radioterapia para coloca-las na fase G1 que é o “normal”. Quando estão na fase G1 estão se proliferando, e a quimioterapia consegue matar apenas células que estão nesse processo de proliferação. Portanto tumores com crescimento lento são mais complicados de serem tratados. < Tumor anaplásico com variação celular e nuclear. Invasão tecidual benigna • Tumores benignos crescem como massa expansiva, coesa e localizada, não tem capacidade e metastizar (formar uma nova lesão tumoral); • Seu crescimento lento e constante permite a formação de uma cápsula que separa o tecido neoplásico daquele do hospedeiro. Essa cápsula provavelmente deriva do estroma do tecido hospedeiro, uma vez que as células parenquimatosas se atrofiam sob a pressão do tumor em expansão. O estroma do próprio tumor também pode contribuir para a cápsula; • Nem todas as neoplasias são encapsuladas; • A falta de cápsula não significa que um tumor seja maligno. • Não evita seu crescimento, mas mantém o tumor limitado a uma região palpável e discreta que pode ser retirado facilmente cirurgicamente; • Com raras exceções como os hemangiomas (neoplasmas compostos por vasos sanguíneos entrelaçados). Invasão tecidual maligna • Os cânceres crescem por meio de infiltração, invasão, destruição e penetração do tecido circundante. • Não desenvolvem cápsulas bem definidas. Há, porém, situações ocasionais em que um tumor maligno de crescimento lento parece ser enganosamente envolvido pelo estroma do tecido hospedeiro circundante, mas o exame microscópico normalmente revela diminutos pedículos cancerosos que penetram a margem e infiltram as estruturas adjacentes. • O modo infiltrativo de crescimento torna necessária a remoção de ampla margem de tecido normal circunjacente, quando se tenta a excisão cirúrgica de um tumor maligno. Patologistas cirúrgicos examinam cuidadosamente as margens dos tumores ressecados para assegurar que elas são desprovidas de células cancerosas (margens livres). Além do desenvolvimento de metástases, a invasividade local é a característica mais confiável que distingue os tumores malignos dos benignos. As metástases são implantes secundários de um tumor, as quais são descontínuas com o tumor primário e localizadas em tecidos remotos. A propriedade da metástase identifica uma neoplasia como maligna. Entretanto, nem todos os cânceres têm capacidade equivalente de se metastatizar. Em geral, quanto mais anaplásica e maior a neoplasia primária, mais provável será a disseminação metastática, mas, como na maioria das regras, há exceções. Sabe-se que alguns cânceres extremamente pequenos metastatizam-se; por outro lado, algumas lesões de aparência ameaçadora podem não fazer isso. • A disseminação por semeadura ocorre quando as neoplasias invadem uma cavidade corporal natural. Esse modo de disseminação é particularmente característico dos cânceres de ovário, que muitas vezes cobrem amplamente as superfícies peritoneais. • A disseminação linfática é mais típica dos carcinomas, enquanto a disseminação hematogênica é favorecida pelos sarcomas. Há numerosas interconexões, contudo, entre os sistemas linfático e vascular; assim, todas as formas de câncer podem se disseminar através de um ou ambos os sistemas. Taxa de incidência de câncer: sexo, fatores geográficos/ambientais, idade. Predisposição genética, condições predisponentes não hereditárias. A idade tem influência para desenvolver o câncer; acúmulo de mutações somáticas e declínio de imunocompetência durante o envelhecimento são fortes fatores que propiciam o desenvolvimento dos carcinomas. Bases moleculares do câncer • Dano genético não letal (ação de agentes ambientas, substâncias químicas e vírus); • Expansão clonal de uma única célula precursora que sofreu lesão genética (tumoressão monoclonais); • Proto-oncogênes promotores do crescimento, reguladores da apoptose, genes envolvidos no reparo do DNA e genes supressores do tumor (inibem seu crescimento), figuram entre os principais alvos para o dano genético; • Processo com múltiplas etapas (fenotípicas e genéticas) resultante do acúmulo de múltiplas mutações. Evasão da apoptose: células tumorais enganam a apoptose. A ativação de oncogênes promotores do crescimento, assim como a inativação de genes supressores tumorais não são suficientes para haver um acúmulo de células tumorais... Mutações nos genes que controlam a apoptose também são importantes... Carcinogênese por radiação Embora pequena a participação da radiação no número total de cânceres, a latência do dano provocado e seus efeitos cumulativos requerem longos períodos de observação (câncer de mama em crianças por testes da bomba atômica); • Raios UV Entre UVA, UVB e UVC, UVB tem maior potencial de induzir câncer (UVC é filtrado pela camada de ozônio); • Radiação ionizante Raios X e J (acompanhamento dos sobreviventes das bombas de Hiroshima e Nagasaki). Carcinogênese microbiana • LSILs estão associadas a infecção por HPV, sem rupturas ou alterações significativas no ciclo da célula hospedeira, sendo que a maioria das LSIL regride espontaneamente; • Nas HSILs ocorre uma desregulação progressiva do ciclo celular pelo HPV, resultando em aumento da proliferação celular, diminuição ou parada da maturação epitelial; • A maior parte das LSILs e a totalidade das HSILs estão associadas a HPVs de alto risco oncogênico (HPV 16); • A progressão para carcinoma invasivo (quando ocorre) pode levar alguns meses, bem como décadas.
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