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Planejamento familiar

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O planejamento familiar visa oferecer informações e meios, para que as pessoas possam decidir livre, consciente e responsavelmente a respeito do número e da época de terem seus filhos. Além de ser um direito humano básico, é uma atividade de saúde regulamentada por lei.PLANEJAMENTO FAMILIAR 
A principal meta do planejamento familiar é que cada gestação seja desejada e ocorra com as melhores condições de saúde. A contracepção no Brasil é utilizada pela maioria das pessoas em idade fértil, em especial as pílulas anticoncepcionais e as laqueaduras tubárias (muitas vezes, mal indicada cesária-laqueadura).
As principais moléstias que comprometem o binômio materno-fetal são as cardiovasculares, DM, doenças sexualmente transmissíveis, nefropatias, neoplasias, osteoporose e as doenças congênitas.
Entre os fatores biológicos estão em primeiro lugar o intervalo interpartal menor de 2 anos, seguido por idade materna (nos dois extremos da vida reprodutiva), paridade maior que 3, estados nutricional e vacinal, maturidade psíquica.
Os fatores socioeconômicos mais destacados são a baixa renda, a baixa escolaridade, desemprego, desarmonia conjugal, pequena participação do parceiro, drogas, violência, dificuldade de acesso aos serviços de saúde de boa qualidade.
Atualmente, as maiores preocupações são dirigidas aos adolescentes e às pacientes com alguma enfermidade.
O tratamento deve estar ajustado ao intervalo desejado, idade, paridade, condições clínicas, disponibilidade de diversos métodos e acesso ao seu seguimento. Não existe método de escolha, o melhor método é aquele que vai/pode ser seguido pelo casal.
Os anticoncepcionais podem ser classificados em temporários (hormonais, DIU, de barreira e comportamentais) e os definitivos (esterilizações feminina e masculina).
Os métodos hormonais são representados pelos esteroides sexuais, constituídos fundamentalmente pelos progestagênios que em essência promovem anovulação e inibição do muco cervical. Na maioria das vezes, estão associados a um estrogênio para potencializar o efeito e dar estabilidade ao endométrio, dando uma maior regularidade nas perdas sanguíneas e, com isso, maior adesão ao método.
Os progestagênios mais utilizados são derivados de
Nortestosterona, que possuem maior poder anticoncepcional, mas tem mais efeitos androgênicos, podendo induzir obesidade, dislipidemia e DM. (norestiterona, linestrenol e o mais importante o norgestrel – levonorgestrel);
Aldosterona (drospirenona);
Pregnana (acetato de ciproterona, acetato de medroxiprogesterona, acetofenido de diidroxiprogesterona);
Norpregnana (nomegestrol, nestorona e trimegestona);
Os estrogênios mais utilizados são o etinilestradiol e o estradiol, veiculado pelas formas de valerianato, cipionato e enantato.
A todos esses anticoncepcionais são atribuídos efeitos colaterais como hipertensão arterial e distúrbios da coagulação sanguínea, os principais determinantes de complicações cardiovasculares. Esses efeitos eram mais acentuados antigamente, quando continham altas doses. 
Os ACOs são formulações que incluem etinilestradiol (EE), valerato de estradiol ou 17- β -estradiol associados a diversos progestagênios. Se a concentração dos dois hormônios for a mesma em todos os comprimidos da cartela, eles são monofásicos. Em associações com EE, os bifásicos (duas concentrações) ou trifásicos (três concentrações) não apresentam nenhuma vantagem em relação aos monofásicos. Nas combinações com valerato de estradiol, as diferentes concentrações garantem estabilidade endometrial.
A classificação dos ACOs em gerações, frequentemente adotada, parece variar substancialmente, não havendo consenso entre diferentes publicações. Essa classificação parece ter razões puramente cronológicas e comerciais (momento do lançamento do produto no mercado farmacêutico), referindo-se à dose de EE e ao tipo de progestogênio ou ao tipo de progestogênio unicamente; também se refere à seletividade do progestogênio (derivado de estranas ou gonanas).
Os ACOs inibem a secreção de gonadotrofinas, impedindo a ovulação. O componente progestogênico inibe predominantemente a secreção de hormônio luteinizante LH, bloqueando o pico desse hormônio necessário para ovulação. Já o componente estrogênico age predominantemente sobre o FSH, impedindo o desenvolvimento folicular e a emergência do folículo dominante. Mesmo havendo algum recrutamento folicular, a ação sobre o LH garantirá a eficácia contraceptiva. Os estrogênios apresentam duas outras funções: estabilizar o endométrio, evitando a descamação irregular (spotting), e potencializar a ação do progestogênio, por meio do aumento dos receptores intracelulares para esse hormônio. Assim, apenas uma mínima dose de estrogênio é necessária para manter a eficácia da pílula combinada.
Como o efeito progestacional é predominante nas pílulas combinadas, endométrio, muco cervical e função tubária refletem esse estímulo: o endométrio é atrófico, não receptivo à nidação, o muco cervical é espesso e hostil à ascensão dos espermatozoides, e o transporte tubário do óvulo é prejudicado. Todas essas ações aumentam a eficácia contraceptiva.
Seleção
ACOs estão preferencialmente indicados para mulheres sadias, não fumantes, com menos de 35 anos de idade e sem fatores de risco para trombose venosa profunda (TVP) (sedentarismo, história familiar ou pessoal de TVP ou tromboembolismo pulmonar [TEP], obesidade).
Em relação à escolha da formulação quanto à concentração dos estrogênios, atualmente não existe justificativa para o emprego de ACOs de concentração estrogênica alta, pois estudos epidemiológicos demonstraram que aqueles com menos de 50 µ g de EE (inclusive os com 15 µ g de EE) possuem a mesma eficácia contraceptiva, com definida redução de risco de fenômenos tromboembólicos (TVP e TEP) e cardiovasculares.
Comparando ACOs com diferentes concentrações de EE (35, 30, 20 ou 15 µ g), todos apresentam eficácia similar. As progressivas reduções nas concentrações estrogênicas foram devidas à preocupação com efeitos adversos associados ao estrogênio. 
Em relação aos tipos de progestogênios, os compostos com levonorgestrel continuam sendo os ACOs de escolha, já que parecem estar associados com menor risco de trombose. 
Assim, não parece haver nenhuma indicação para a prescrição de ACO que inclua esses progestogênios na associação, como fármacos de referência. Para pacientes que vão iniciar o ACO ou para aquelas com perfil de risco para TVP (com história familiar, sobrepeso ou sedentarismo), preferir sempre as combinações com levonorgestrel e, para aquelas com perfil de risco para TVP, principalmente na presença de mais de um fator de risco, considerar métodos não hormonais ou pílulas de progestogênios isolados, uma vez que seu uso não acarreta risco de TEV.
Seguimento
Usuárias de ACO devem ser vistas após os primeiros 3 meses de uso e, subsequentemente, a cada 6 a 12 meses, na busca de efeitos adversos menores, controle de pressão arterial (PA) e peso. As pacientes devem ser alertadas para os sinais e sintomas dos efeitos adversos maiores, basicamente para TVP e TEP, quando é necessário atendimento médico imediato. Em cada consulta, deve ser reforçada a adesão da paciente ao tratamento.
O uso de ACOs de baixa dosagem está associado ao baixo risco absoluto de doença cardiovascular em mulheres saudáveis. 
Importante recomendação deve ser feita em relação à PA. Sabe-se que o uso de ACOs aumenta em duas vezes a chance de desenvolver hipertensão em longo prazo. Em pacientes já hipertensas, o aumento da PA pode ser agravado com o uso de pílula. 
Anticoncepcionais somente com progestogênios
Minipílulas
Os progestogênios utilizados isoladamente (minipílulas) são compostos por acetato de noretindrona e levonorgestrel. A eficácia contraceptiva pode ser perdida em 27 horas após a última dose. Sua ação envolve espessamento do muco cervical e inibição da implantação do embrião no endométrio. As concentrações de progestogênios encontradas em minipílulas são insuficientes para bloquear a ovulação.Minipílulas estão indicadas quando há intolerância ou contraindicação formal ao uso de estrogênios, e durante a amamentação, pois não inibem a produção de leite. Nessa circunstância, também se admitem os ACOs de baixas concentrações estrogênicas, desde que se mantenha alta a frequência das mamadas (aleitamento materno exclusivo).
O uso de minipílulas é contínuo. O uso deve ser bastante regular, respeitando rigorosamente o horário de tomada. Se a paciente esquecer 1 ou 2 comprimidos, deve tomar um assim que lembrar e outro no horário habitual, utilizando métodos adicionais até que 14 comprimidos tenham sido tomados. Se esquecer mais de 2 comprimidos, iniciar outro método de contracepção até que ocorra fluxo menstrual.
Progestogênio isolado
Constituído de 75 µ g de desogestrel, provoca anovulação em 97% das usuárias e torna o muco cervical espesso, dificultando a ascensão dos espermatozoides. É mais eficaz que as minipílulas, pois como os ACOs, são capazes de inibir o eixo hipotálamo-hipófise-ovário.
Está indicado durante a amamentação, em mulheres que não podem ou não desejam usar pílulas com estrogênio. O uso deve ser contínuo, isto é, uma pílula/dia, sem pausa entre cartelas. Tem a vantagem de poder ser tomado com atraso de até 12 horas, sem comprometer a sua eficácia. Os anticonvulsivantes, a rifampicina e a griseofluvina podem diminuir a sua eficácia.
Os eventos adversos mais comuns são sangramento irregular, oligomenorreia ou amenorreia, acne, mastalgia, náuseas, aumento de peso, alterações do humor e diminuição da libido.
Hoje as grandes complicações que existem no uso desse método são os efeitos colaterais de intolerância e o uso abusivo de contracepção de emergência.
Efeito colateral de intolerância sintomas, em geral, leves, como mal-estar geral, náuseas, aumento do peso, diminuição da libido, cefaleia, tonturas e mudanças no humor;
Apesar de não terem muita importância clínica, podem ser o motivo de abandono do método e, quando se trata das novas pílulas – de baixa dosagem – o seu uso não regular traz mais riscos de falhar na contracepção, assim como de regular o ciclo.
Em caso de esquecimento de 1 comprimido, deve-se tomá-lo o mais rápido possível; já se tiver esquecido de tomar 2 comprimidos, deve-se continuar as tomadas para não desregular o ciclo menstrual.
É importante verificar o uso concomitante com outros medicamentos, como a fenitoína, barbitúricos, carbamazepinas, rifampicina, ampicilina, griseofulvina, pois podem interagir e alterar a ação de ambos.
As contraindicações absolutas ou nível 4 da OMS para os métodos combinados (progestagênio e estrogênio) são:
Gravidez;
Alto risco para DCV, principalmente as agravadas pelos distúrbios de coagulação;
Neoplasias estrogênio-dependentes (mama e endométrio);
Hepatopatias ativas;
Lactação (até 6 semanas de pós-parto);
Porfiria;
Anemia falciforme;
As pílulas anticoncepcionais apresentam efeitos secundários que podem ser benéficos, por exemplo, quando tomadas por 5 anos ou mais, promovem proteção contra o aparecimento de câncer de ovário e do endométrio. Além de diminuírem o sangramento menstrual, regularizarem o ciclo, aliviar a dismenorreia, serem muito úteis no tratamento de hirsutismo (acetato de ciproterona) e da endometriose (os progestagênios contínuos).
Mas existem algumas polêmicas, como a de que aumenta a incidência de câncer de colo uterino e câncer de mama. O CA de mama só ocorre quando a pílula for tomada por mulheres menores de 25 anos, antes da 1ª gestação e por mais de 5 anos. (OMS mortalidade materna > risco de CA)
A utilização de outras vias de administração, que não a oral, é alternativa que pode ser útil em muitos casos. A via muscular tanto mensal (combinada) quando trimestral (acetato de medroxiprogesterona) tem a vantagem de liberar a mulher de tomadas diárias, mas são limitadas pelo inconveniente da injeção e pela maior irregularidade menstrual que promovem. No caso do acetato de medroxiprogesterona (depoprovera) não é raro haver amenorreia por um certo tempo. Um detalhe que deve ser lembrado é o atraso no retorno à fertilidade normal ao usar o injetável trimestral, o qual pode durar 9 meses.
DIU com levonorgestrel é indicado para 5 anos, pois, ao diminuir o número de receptores de estrogênio, ele determina o menor desenvolvimento endometrial. Diminuindo, dessa forma, a perda sanguínea, mas não assegurando a regularidade menstrual (uma característica dos progestagênios empregados isoladamente).
Adesivos cutâneos podem causar irritação local e despregar.
Orientações para uso do adesivo transdérmico
O adesivo deve ser aplicado sobre a pele limpa e seca, podendo ser aplicado no abdome inferior, na parte externa do braço ou na parte superior das nádegas; pressionar o adesivo por 10 segundos, até que as bordas estejam bem aderidas
Usar um adesivo a cada 7 dias, realizando a troca no mesmo dia da primeira aplicação (o horário não precisa ser o mesmo)
Usar por 3 semanas consecutivas, retirando o terceiro adesivo ao fim dos 21 dias, e aguardar o sangramento de privação
Observações
O primeiro adesivo deverá ser aplicado no 1º dia da menstruação
Se a paciente desejar, também poderá ser empregado o uso contínuo, sem pausa
Evitar aplicar sobre locais em que não haja contato com roupas apertadas e na região das mamas
Trocar semanalmente os locais de aplicação
Se ocorrer descolamento total ou parcial do adesivo (5% dos adesivos), por menos de 24 horas, recolocar o mesmo adesivo (se permanecer bem aderido) ou colar um novo adesivo (não há perda da eficácia); se ficar descolado por mais de 24 horas, colar um novo adesivo e reiniciar um novo ciclo, com novo dia de troca; empregar método de barreira por 7 dias
Anel vaginal trissemanal combinado exige a manipulação dos genitais
Orientações para uso do anel vaginal
Iniciar o uso entre o 1º e o 5º dias do ciclo
Inserir em formato de “8”; não necessita circundar o colo
Deve ser utilizado por 3 semanas consecutivas e retirado ao fim da terceira semana (21º dia) para ocorrer sangramento de privação
Realizar pausa de 7 dias; após a pausa, é reiniciado novo ciclo com a colocação de outro anel
Observação
Usar preservativos nos primeiros 7 dias de uso na ausência de método contraceptivo prévio ou na troca de outros métodos (exceto para uso prévio de ACO)
Anticoncepção combinada injetável
A anticoncepção hormonal combinada (estrogênio + progestogênio) injetável é especialmente recomendada para pacientes com dificuldade de aderir à tomada diária do ACO ou que apresentam problemas de absorção entérica (doença inflamatória intestinal). As seguintes combinações estão disponíveis: 
enantato de estradiol 10 mg + acetato de di-hidroxiprogesterona 150 mg;
valerato de estradiol 5 mg + enantato de noretisterona 50 mg 
e cipionato de estradiol 5 mg + acetato de medroxiprogesterona 25 mg
Orientações para uso de anticoncepcional combinado injetável
Aplicar uma ampola IM profunda (no deltoide) a cada 30 dias, com tolerância de aproximadamente 3 dias para a aplicação; a primeira ampola deverá ser administrada idealmente no 1º dia do ciclo menstrual (no máximo até o 8º dia do ciclo)
Observação: Não se deve massagear ou colocar bolsa de água quente no local da aplicação para não acelerar sua absorção
O mecanismo de ação é o mesmo dos ACOs: supressão da ovulação, supressão do desenvolvimento folicular, espessamento do muco cervical e redução de espessura endometrial.
O padrão de sangramento menstrual com o injetável mensal é previsível, com fluxos ocorrendo por privação hormonal a cada 3 semanas após a injeção (22° dia). Quando comparado com os ACOs, o injetável mensal está relacionado ao menor sangramento intermenstrual e à maior ocorrência de amenorreia.
Progestogênio injetável
Na ausência de contraindicações, o acetato de medroxiprogesterona de depósito (AMPD) pode ser empregado por qualquer paciente que deseje contracepção segura, especialmente para aquelas que não podem utilizar estrogênios ou têm dificuldades de adesão a métodos que exijam usodiário. 
Orientações para uso de progestogênio injetável
Aplicar 150 mg de AMPD por via IM profunda (na nádega ou no deltoide) a cada 3 meses
A primeira dose deverá ser aplicada nos primeiros 5 dias da menstruação para confirmar ausência de gestação; se aplicada nesse período, o efeito contraceptivo é alcançado em 24 horas; após esse período, usar preservativos por 2 semanas
Aplicações subsequentes deverão ser realizadas a cada 90 dias (cerca de 12 semanas)
Observações (em caso de esquecimento)
Se a última dose foi administrada há menos de 14 semanas (atraso na aplicação de 14 dias), uma nova injeção poderá ser aplicada
Se a última dose foi administrada há mais de 14 semanas, uma nova injeção só poderá ser aplicada se a paciente não teve relações sexuais nos últimos 10 dias e a β -hCG for negativa; deve-se usar preservativos por 2 semanas por segurança (backup)
Se a paciente teve relações sexuais nos últimos 10 dias e a β -hCG for negativa, ela poderá fazer a aplicação, mas deverá repetir a β -hCG em 2 semanas (pois só é positiva após 8 dias da concepção); deve-se usar preservativos por 2 semanas por segurança (backup)
O mecanismo de ação é inibição da secreção de LH, maior viscosidade do muco e atrofia endometrial. Ocorre retorno lento à fertilidade (ovulação) cerca de 9 meses após a última injeção. A eficácia desse método é igual à da ligadura tubária e superior a todos os outros métodos reversíveis, com exceção do implante subdérmico. Além da contracepção, outros efeitos benéficos podem resultar do emprego dessa medicação, como a amenorreia com alívio da dismenorreia e melhora da anemia, redução dos sintomas associados à endometriose, à tensão pré-menstrual e à dor pélvica crônica, redução do câncer de endométrio, diminuição da ocorrência de convulsões, e possível redução das crises na anemia falciforme.
As contraindicações do AMPD são poucas, devido à ausência de estrogênio em sua composição. Durante seu uso, pode ocorrer sangramento intermenstrual (ciclos menstruais imprevisíveis nos primeiros meses de uso, com melhora após uso prolongado), amenorreia, edema, ganho de peso, acne, náuseas, mastalgia, cefaleia, alterações do humor e redução da densidade mineral óssea (DMO).
Implante subdérmico possui apenas um progestagênio e exige uma mínima cirurgia para inserção e retirada.
Orientações para uso de implante subdérmico
O implante deve ser introduzido pelo médico com um aplicador específico (acompanha o produto) sob anestesia local no consultório
O implante deve ser inserido abaixo da derme, na face interna do braço, entre os músculos bíceps e tríceps;36 para ser retirado, necessita de pequena incisão sob anestesia local; normalmente, não há necessidade de realizar pontos, colocando-se apenas um pequeno curativo com esparadrapo
Os implantes têm efeito contraceptivo imediato quando inseridos nos primeiros 7 dias do ciclo menstrual; contudo, se a inserção ocorrer após o 7º dia do ciclo menstrual, é necessária contracepção adicional por pelo menos 3 dias
Pílulas de apenas progestagênio possuem a característica de menor efeito contraceptivo, desregulam o ciclo menstrual e devem ser tomadas diariamente sem pausa (indicadas quando há contraindicação ao uso do estrogênio ou até chegar na opção desejada)
CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA
O método de Yuzpe consiste na administração combinada de um estrogênio e um progestágeno sintético, administrados até cinco dias após a relação sexual desprotegida (de preferência até 72 horas). A associação mais estudada, recomendada pela OMS, é a que contém etinil-estradiol e levonorgestrel. É necessária a dose total de 200g de etinil-estradiol e 1mg de levonorgestrel, divididas em duas doses iguais, a cada 12 horas, ou administradas em dose única. 
Existem no mercado AHOC com 50g de etinil-estradiol e 250g de levonorgestrel por comprimido. Nesse caso, utilizam-se 2 comprimidos a cada 12 horas ou 4 comprimidos em dose única.
A segunda forma de realizar a AE é com o uso de progestágeno isolado, o levonorgestrel, na dose total de 1,5mg, dividida em 2 comprimidos iguais de 0,75mg, a cada 12 horas, ou 2 comprimidos de 0,75mg juntos, em dose única.
DIU 
É um corpo estranho que inserido na cavidade do útero produz endometrite asséptica, acarretando um efeito espermaticida de alta eficácia, que pode ser potencializado pelo cobre e pela ação do progestagênio. Neste caso, predomina a anovulação e o efeito sobre o muco cervical. Outros efeitos são a endocervicite e aumento do peristaltismo tubário, porém com menor intensidade.
No Brasil, existem 2 tipo: os medicados com cobre e com progestagênio (levonorgestrel), esse último alia as alterações de corpo estranho produzidas pelo artefato dentro do útero com os efeitos promovidos pelo progestagênio. 
O DIU é indicado para mulheres hígidas, com função uterina normal, sem infecções genitais ativas ou anexiais recentes (3m), sem neoplasias e que desejam anticoncepção eficiente e duradoura.
Ele aumenta o sangramento menstrual normal, que pode parecer excessivo em comparação aquele da usuária de métodos hormonais, mas sem trazer risco considerável de anemia.
As cólicas menstruais são geralmente leves e suportáveis, podendo ser aliviadas por AINEs. O DIU não produz infecção, mas facilita que essas aconteçam.
A maior complicação é quando ocorre a gravidez, existindo a possibilidade de ocorrer gravidez ectópica, abortamentos, gestações com muitas dores, apreensões, partos prematuros, rompimento prematuro da bolsa amniótica e casos mais raros e inexplicáveis de óbitos intrauterinos.
As esterilizações são métodos cirúrgicos e definitivos que visam interromper os gametoductos feminino e masculino. São indicados para pessoas com prole definitiva ou com riscos reprodutivos inaceitáveis.
  Art. 10. Somente é permitida a esterilização voluntária nas seguintes situações:
I - em homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de 25 anos de idade ou, pelo menos, com dois filhos vivos, desde que observado o prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico, período no qual será propiciado à pessoa interessada acesso a serviço de regulação da fecundidade, incluindo aconselhamento por equipe multidisciplinar, visando desencorajar a esterilização precoce;
II - risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, testemunhado em relatório escrito e assinado por dois médicos.
               § 2º É vedada a esterilização cirúrgica em mulher durante os períodos de parto ou aborto, exceto nos casos de comprovada necessidade, por cesarianas sucessivas anteriores (2- livro)
        § 4º A esterilização cirúrgica como método contraceptivo somente será executada através da laqueadura tubária, vasectomia ou de outro método cientificamente aceito, sendo vedada através da histerectomia e ooforectomia.
        § 5º Na vigência de sociedade conjugal, a esterilização depende do consentimento expresso de ambos os cônjuges.
*Sua realização é proibida durante o parto e no período de 42 dias que o sucede.
LAQUEADURA
A escolha da técnica cirúrgica deve obedecer aos critérios universais de cirurgia: decisão da paciente, suas condições clinicas, disponibilidades de recursos e a experiência do cirurgião. 
LAQUEADURA ABDOMINAL
Laparoscopia transumbilical 
2cm
Abaixo da cicatriz umbilical
Anel ou eletrogoagulação  
Menos invasiva;
Recuperação mais rápida;
Menor risco de infecção;                         
Minilaparotomia
Corte de 3-5cm;
Acima dos pelos pubianos;
Grampo ou anel;
Mais invasiva;
Maior risco de infecção no pós-operatório;
LAQUEADURA VAGINAL              Colpotomia
 Incisão pelo fundo-de-saco posterior da vagina;
 Maior risco de infecção;
LAQUEADURA VAGINAL          Histeroscopia
Contra indicações
DIP atual ou recente;
Alergia ao níquel;
História de hidrossalpinge;
Anomalias uterinas que não permitam identificar os óstios tubários;
Reversão da esterilização cirúrgica feminina
•Procedimento é difícil , caro e não acessível para maioria das mulheres;Ainda assim, quando feito, elevado risco de gravidez ectópica;
Não possível em grande parte das mulheres estéreis por laqueadura, pois a técnica utilizada para a esterilização influencia na reversão.
VASECTOMIA
Cirurgia simples e rápida;
Corta e faz a obstrução do canal deferente, impedindo o transporte de espermatozoide para o sêmen ejaculado;
Esterilização         Castração
Anestesia local;
Não necessita internação.
Realizada por urologista;
Pequena incisão de cada lado
Identificação dos canais deferentes
Excisão do deferente
Corte e sutura dos canais
Não produz infertilidade imediata (ESPERMOGRAMA)
20 ejaculações        
90 dias
Repouso por 48 horas;
Lavar a incisão com água e sabão;
Manter a incisão seca e limpa;
Evitar atividades físicas, como academia, por 7 dias;
Evitar relações sexuais por 48h.
INDICAÇÕES DE VASECTOMIA
Idem indicações de laqueadura
Relação vasectomia/ testosterona
Comparada à esterilização feminina, a vasectomia:
Muito eficaz e permanente, com taxa de gravidez de 0,15 para cada 100 homens após o primeiro ano do procedimento;
É um pouco mais segura; 
É mais fácil de ser realizada; 
É de menor custo. 
REVERSÃO DA VASECTOMIA
Reversão espontânea= 0,2%
Reversão cirúrgica= 2-3 horas
Conexão entre as extremidades dos ductos deferentes;
Relação cirurgia de esterilização/cirurgia de reversão;
Não oferecem sucesso garantido.
COMPLICAÇÕES DA VASECTOMIA
Síndrome da dor da cargo-vasectomia (PVPS) - 10-30%;
Afasia progressiva preliminar (2x mais em quem fez o proc.);
Hematoma;
Granuloma do esperma;
Fertilidade.
OUTROS MÉTODOS
Lactação-amenorreia (LAM) quando a amamentação é feita de maneira correta, com técnica adequada, substituindo toda e qualquer ingestão de alimento pelo neonato, com frequência de no mínimo 8 vezes ao dia, inclusive à noite, promove anovulação até 3 meses pós-parto, que pode perdurar por até 6 meses.
Está contraindicada para as pacientes cardiopatas, com doenças consumptivas e HIV positivo, com hepatopatias ativas ou usuárias de drogas. 
Várias medicações inibem a lactação: estrogênios, derivados do ergot, depressores do SNC, corticoides em altas doses, cimetidina, cloranfenicol, sulfonamidas, metronidazol, laxativos e anti-histamínicos.
Caso não haja amamentação após o parto ou no caso de aborto, deve-se iniciar a contracepção em até 3 semanas.
Os métodos naturais são anticoncepcionais baseados na abstinência sexual nos períodos férteis, são eles:
Tabelinha: os 10 dias do meio;
Ogino-Kaus 
O fundamento desse método é o conhecimento da fisiologia do ciclo menstrual da mulher;
Tem maior chance de funcionar para mulheres com ciclos regulares, mas ainda assim é pouco eficaz para prevenir a gravidez;
Verificar o ciclo mais curto e o mais longo e calcular a diferença entre eles: 
Subtraindo-se 18 (dezoito) do ciclo mais curto, obtém-se o dia do início do período fértil; 
Subtraindo-se 11 (onze) do ciclo mais longo, obtém-se o dia do fim do período fértil.
Billings ou do muco cervical:
O fundamento racional desse método é o conhecimento de que o muco cervical sofre modificações físico-químicas relacionadas ao tipo de estímulo hormonal a que está sujeito;
Quanto maior a estimulação estrogênica, mais o muco se torna abundante, aquoso, transparente e filante;
Para detectar seu período fértil, a mulher precisa observar e reconhecer o tipo de secreção presente no colo do útero;
Em função do muco cervical, o ciclo ovulatório está dividido em duas fases: 
Uma, progressivamente mais molhada, até o momento da ovulação;
Outra seca, após o início da secreção de progesterona pelo corpo lúteo, após a ovulação.
Temperatura basal
Esse método é baseado na alteração térmica corpórea ocorrida com a ovulação por aumento da progesterona;
A mulher mede sua temperatura corporal (de preferência oral, vaginal ou anal), na mesma hora, todas as manhãs, antes de sair da cama e antes de comer alguma coisa;
Registra sua temperatura num gráfico especial e observa que a temperatura se eleva ligeiramente -0,2 a 0,5° C, logo após a ovulação.
OBS: Exige muita disciplina; em um processo gripal, mesmo que leve, pode alterar a temperatura. Se a mulher tiver febre ou outras alterações na temperatura corporal, será difícil utilizar o método TCB; as relações só devem ser praticadas três a quatro dias após a elevação permanente da temperatura.
Relações sem que haja ejaculação na vagina - Coito interrompido:
Consiste na utilização de práticas sexuais diversas do coito vaginal, para que a ejaculação não seja intravaginal;
O homem, ao pressentir a iminência da ejaculação, retira o pênis da vagina e ejacula fora desta, preferencialmente longe dos genitais femininos;
Esse fato traz alta possibilidade de falha, devendo, ser tratado como último recurso.
Riscos:
-- Pode ser que o homem não consiga fazer a tempo;
-- Antes da ejaculação pode ocorrer a liberação de pequenas quantidades de fluidos seminal contendo espermatozoides. 
Os métodos de barreira compreendem métodos químicos ou físicos que visam à interceptação dos espermatozoides na vagina. Para o sexo feminino, existem o preservativo feminino, os diafragmas, os espermaticidas e os tampões vaginais; para o masculino, apenas o preservativo.
Preservativo masculino
Consiste em um envoltório de látex que recobre o pênis durante o ato sexual e retém o esperma por ocasião da ejaculação impedindo o contato com a vagina, evitando assim a fecundação e possíveis DST’s;
Validade: de três a cinco anos, variando de acordo com o fabricante;
Benefícios não contraceptivos;
Atuação do profissional de saúde. 
Vantagens:
Ausência de efeitos sistêmicos;
Praticidade na colocação;
Baixo custo e fácil acesso;
Proteção comprovada contra várias DST’s;
Incidência pequena de efeitos colaterais.
Desvantagens:
Falha contraceptiva;
Diminuição da sensibilidade peniana e retardamento da ejaculação;
Desconforto pela compressão (látex);
Reação alérgica ao látex;
Irritação vaginal por atrito.
Preservativo feminino
O preservativo feminino é um tubo de poliuretano com uma extremidade fechada e a outra aberta, acoplado a dois anéis flexíveis também de poliuretano;
O primeiro, que fica solto dentro do tubo, serve para ajudar na inserção e na fixação de preservativo no interior da vagina; 
O segundo anel constitui o reforço externo do preservativo que, quando corretamente colocado, cobre parte da vulva; 
Validade: 5 anos a partir da data de fabricação; 
Benefícios não contraceptivos;
Atuação do profissional de saúde.
Vantagens:
Cobertura de uma área maior de contato genital, incluindo a vulvar;
Pode ser inserido com antecedência;
Não precisa ser retirado imediatamente após a ejaculação;
Menor perda de sensibilidade;
Pode ser usado com lubrificantes à base de óleo;
É mais resistente e menos sensível ao calor.
Desvantagens:
Custo mais alto e acesso mais difícil;
Apesar dos vírus serem impermeáveis ao preservativo feminino, parece não oferecer alta proteção contra o HPV e Herpes;
Pode provocar desconforto ou dor causada pelos anéis interno e externo;
Pode ser barulhento e pouco prático para algumas mulheres;
Pode haver redução do prazer.
Geleia Espermicida 
São substâncias químicas que recobrem a vagina e o colo do útero, impedindo a penetração dos espermatozoides no canal cervical e, bioquimicamente, imobilizando ou destruindo os espermatozoides; 
Nonoxinol-9 (N-9) a 2%;
Prazo de validade.
Diafragma
Consiste num anel flexível, coberto no centro com uma delgada membrana de látex ou silicone em forma de cúpula que se coloca na vagina cobrindo completamente o colo uterino e a parte superior da vagina, impedindo a penetração dos espermatozoides no útero e trompas;
Prazo de validade: 5 anos;
O tamanho adequado do diafragma para cada mulher corresponde ao comprimento diagonal do canal vaginal, desde a face posterior da sínfise púbica até o fundo do saco vaginal posterior; 
A medição deve ser feita por profissional de saúde treinado, por meio da técnica.

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