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Métodos Contraceptivos

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[GABRIELA BARBOSA] Turma 74 – Medicina Unimontes 
 
PROBLEMA 05 – “NÃO QUERO MAIS TER FILHOS” – SAÚDE DA MULHER 
 PLANEJAMENTO FAMILIAR 
**o planejamento familiar é um valioso instrumento para prevenção do aborto provocado e inseguro e para redução da mortalidade 
materna** 
- Conferência Mundial dos Direitos Humanos (1968 – Teeram) - reconhece os direitos sexuais e reprodutivos como direitos humanos; 
- II Conferência de Direitos Humanos (1993) – promulgados os direitos humanos inalienáveis de meninas e mulheres; 
- Conferência do México (Cairo - 1994) – debate à atenção à condição feminina e ao planejamento familiar, ressaltando a importância das 
mulheres controlarem sua fertilidade para a conquista de outros direitos e a necessidade da educação governamental para os casais e 
indivíduos alcançarem o número desejado de filhos – ações que buscam a equidade de gêneros; 
- Conferência Internacional de População e Desenvolvimento (CIPD – 1994) – eleva os direitos reprodutivos à condição de parte integrante dos 
direitos humanos, ressaltando o planejamento familiar e garantindo a regulação da fecundidade como um direito individual; 
- IV Conferência Mundial sobre a Mulher (Beijing - 1995) – reafirma e amplia os acordos da CIPD; 
1. SAÚDE SEXUAL 
- Integração dos aspectos somáticos, afetivos, intelectuais e sociais do ser sexual, de forma enriquecedora ou potencializadora da 
personalidade, da comunicação e do amor; 
- Finalidade: enriquecer a vida e as relações entre as pessoas, o conhecimento do seu corpo, o seu papel sexual, o domínio da procriação, sua 
postura quanto ao sexo e ao prazer; 
- Fundamentada no agir por consentimento e escolha, priorizando prazer antes do dever, a satisfação pessoal e emocional, para buscar a 
autorrealização; 
2. SAÚDE REPRODUTIVA DA CIPD (1994) 
- Estado de completo bem-estar físico, mental e social, não apenas na ausência de doença ou enfermidade, em todas as matérias relacionadas 
com o sistema reprodutivo, suas funções e processos; 
- Implica que as pessoas estejam aptas a ter uma vida sexual satisfatória e segura, com capacidade de reproduzir e liberdade de decidir 
reproduzir, quando e quantas vezes desejarem; 
- Traz implícito o direito de homens e mulheres em serem informados e ter acesso a métodos de planejamento familiar de sua escolha, que 
não sejam contra a lei (acesso ao aborto seguro em hospital nos casos permitidos em lei); 
3. DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS 
- Englobam direitos humanos reconhecidos nacionalmente e internacionalmente, sendo incorporados ao contexto dos direitos humanos 
fundamentais; 
- Direito de atingir o nível mais elevado de saúde sexual e reprodutiva; 
- Direito à vida, à liberdade, à segurança, à igualdade, à privacidade, à liberdade de pensamento, à informação, à educação,de contrair ou não 
matrimônio, de planejar e formar uma família, de decidir a ter ou não filhos, à atenção e proteção à saúde, aos benefícios dos progressos 
científicos, à liberdade de participação política e à não ser submetido a torturas e maus-ratos; 
- Direito fundamental de todos os casais e indivíduos decidirem livremente e responsavelmente o número, o espaçamento e a época de ter 
seus filhos, apresentando informações e meios para esse planejamento; 
- Não admitem formas de controle coercitivo da natalidade ou formas de imposição natalista que proíbam o uso de meios para regulação da 
fecundidade; 
- Inclui o direito a serviços de saúde integral e de boa qualidade, que garanta privacidade, informação, livre escolha, confidencialidade e 
respeito; 
4. PLANEJAMENTO FAMILIAR NO BRASIL 
- 1950 a 1960 – política neutra com políticas públicas de apoio à maternidade fracamente natalistas, incluindo a licença maternidade e o 
salário-família; 
- Em 1960 houve uma revolução sexual, em associação com a segunda onda do feminismo em todo o mundo, porém devido ao momento 
político do Brasil (ditadura militar) as questões da sexualidade e da reprodução não conseguiram ganhar tanta força, de modo que o 
movimento feminista se aliou a setores da igreja católica tornando as reivindicações ligadas à reprodução e à sexualidade submersas; 
- Em 1975, a comemoração mundial do Ano internacional da mulher e a realização da I Conferência mundial da mulher (ONU) fez com que o 
movimento feminista no Brasil se reestruturasse; 
- Em 1977, criou-se o Programa de saúde materno-infantil, incluindo a assistência à gestante e ao parto - contribui com a redução da 
morbimortalidade materno-infantil e apresenta primórdios do planejamento familiar ao implementar a paternidade responsável; 
- Ainda na década de 1970, foi elaborado o Programa de Prevenção da Gravidez de Alto Risco (PPGAR); 
- A partir desse momento inicia-se a defesa ao planejamento familiar dentro do contexto da saúde integral da mulher; 
- Em 1983, surge a proposta de criação do Programa de assistência integral à saúde da mulher (PAISM), propondo a abordagem integral da 
saúde da mulher em seu ciclo vital, de modo a contemplar todos os aspectos de sua saúde a partir de ações e estratégias educativas, 
preventivas, diagnósticas, de terapia e recuperação – inclui: prevenção de câncer, atenção pré-natal, atenção ao parto e ao pós-parto, 
diagnóstico e tratamento de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), de doenças ocupacionais e mentais; 
- Em meio às discussões entre a igreja católica, o movimento feminista e as instituições privadas de planejamento familiar, esse tema foi 
abordado na Assembléia constituinte no artigo 226, da Constituição Brasileira de 1988; 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74 – Medicina Unimontes 
 
- Artigo 226 (1998) – a família, base da sociedade, tem especial proteção do estado – define o planejamento familiar como livre decisão do 
casal, competindo ao Estado oferecer recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito e vedando coerções por instituições 
oficiais ou privadas; 
**nesse período a esterilização era considerada crime pelo código penal vigente, pois resultava em debilidade permanente de órgão ou função 
reprodutiva** 
- A partir desse período disseminaram-se informações sobre os diversos métodos contraceptivos, de modo que em 2006 o percentual de 
mulheres utilizando algum método anticoncepcional chegou a 80,6%; 
- Os resultados do planejamento familiar, manifestam-se por meio da transição entre a prevalência dos diferentes métodos contraceptivos, 
demonstrando o crescente uso dos demais métodos além da laqueadura, como a camisinha, a esterilização masculina, as pílulas, os injetáveis 
e o DIU; 
- Atualmente, faz-se necessário avançar a qualificação das ações de planejamento familiar, consolidando os direitos sexuais e reprodutivos, 
com atenção ao grupo de adolescentes; 
a. REGULAMENTAÇÃO DO PLANEJAMENTO FAMILIAR NO BRASIL ATUALMENTE – LEI N° 9.263/96 
- O planejamento familiar é fundamentado pela lei n°9.263 – 12 de Janeiro de 1996, de autoria do deputado federal Eduardo Jorge; 
- Artigo 1° - torna o planejamento familiar direito de todo cidadão; 
- Estende o planejamento familiar a um conjunto de ações de regulação da fecundidade, que garantam direitos iguais de constituição, 
limitação ou aumento da prole pela mulher, homem ou casal; 
- Assegura o oferecimento de todos os métodos de concepção e contracepção aceitos, desde que não coloquem em risco a vida e saúde das 
pessoas; 
- O aconselhamento deve ir além da informação sobre os métodos contraceptivos, ampliando o leque de oferta e garantindo a continuidade e 
o uso correto destes; 
- Transfere para as equipes de saúde a responsabilidade de desencorajar a esterilização precoce, a partir da informação segura e adequada; 
- Cabe ao poder público garantir a oferta de todos os métodos reversíveis; 
 Artigo 9 
- Para o exercício do direito ao planejamento familiar, o poder público oferecerá todos os métodos e técnicas de concepção e contracepção 
cientificamente aceitas, desde que não coloquem em risco a vida e a saúde das pessoas,garantindo a liberdade de opção; 
- A equipe de saúde cabe complementar e corrigir as informações de quem a procura para o planejamento familiar, buscando garantir uma 
escolha consciente e informada para satisfazer o desejo pessoal; 
 Artigo 10 
**foi vetado da lei no ano de instituição pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, sendo aprovado e sancionado apenas no final de 1997** 
 Situações em que São Permitidas a Esterilização Voluntária 
- Homens e mulheres com capacidade civil plena, maiores de 25 anos ou com pelo menos 2 filhos vivos, com prazo mínimo de 60 dias entre a 
manifestação da vontade e o ato cirúrgico, sendo que nesse período a pessoa terá acesso à regulação da fecundidade, por outros métodos 
contraceptivos não definitivos, com aconselhamento por equipe multidisciplinar para desencorajar a esterilização precoce; 
- Risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto – essa situação deve apresentar relatório escrito, assinado por 2 médicos; 
 Condições Necessárias à Realização 
- Após informação a respeito dos riscos da cirúrgica, possíveis efeitos colaterais, dificuldade da sua reversão e das opções de anticoncepção 
reversíveis disponíveis, caso ainda haja a opção pelo tratamento cirúrgico de esterilização definitiva essa manifestação da vontade deve ser 
registrada em documento escrito; 
- É vedada a esterilização cirúrgica em mulher durante os períodos de parto ou aborto, exceto nos casos de comprovada necessidade por 
cesarianas sucessivas existentes; 
- A manifestação da vontade não será considerada em caso de alterações na capacidade de discernimento, por influência de álcool, drogas, 
estados emocionais alterados ou incapacidade mental temporária ou permanente; 
- A esterilização cirúrgica como método contraceptivo é executada apenas por meio da laqueadura tubária, vasectomia ou outro método 
cientificamente aceito, sendo vedada sua realização através da histerectomia e ooforectomia; 
- Na vigência de sociedade conjugal (união estável), a esterilização depende do consentimento expresso de ambos os cônjuges; 
- A esterilização cirúrgica em pessoas incapazes poderá ocorrer mediante autorização judicial regulamentada na forma da Lei; 
**não proíbe recém-casados e divorciados que pretendam casar de novo de realizar os procedimentos cirúrgicos, porém os desaconselha** 
 ANTICONCEPÇÃO 
- Uso de métodos e técnicas com a finalidade de impedir que o relacionamento sexual resulte em gravidez; 
- É um recurso de planejamento familiar, para a constituição da prole desejada e programada de forma consciente; 
- Classificação: reversíveis (comportamentais, de barreira, dispositivos intrauterinos, hormonais e de emergência) e definitivos/cirúrgicos 
(esterilização feminina e masculina); 
1. DADOS EPIDEMIOLÓGICOS 
- Em um levantamento em 2006, com mulheres entre 15 e 44 anos, 81,6% utilizavam algum método anticoncepcional – 21,1% esterilização 
feminina, 22,4% anticoncepcional oral, 10,6% preservativo feminino e 5,7% outros métodos; 
- O uso de métodos anticoncepcionais é maior nas pacientes acima dos 30 anos de idade; 
- Com os anos o índice de ligadura tubária vem diminuindo, com aumento no uso de anticoncepcionais oral; 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74 – Medicina Unimontes 
 
- 53% das gestações não planejadas ocorrem em pessoas que não usam nenhum método anticoncepcional, enquanto 47% ocorre em usuárias 
de algum método, que provavelmente o utilizam de forma inadequada; 
- Em 2014, do total de nascidos vivos 18,88% eram de mães com até 19 anos de idade – comprova a falta de orientação e adesão aos métodos 
anticoncepcionais entre adolescentes; 
2. ESCOLHA DO MÉTODO CONTRACEPTIVO 
 
- Critério prioritário (mais importante) 
para a escolha do método 
anticoncepcional: opção feita pelo 
usuário; 
**nem sempre o método escolhido pode 
ser usado, uma vez que as características 
clínicas podem contraindicar seu uso** 
- Baseia-se na comparação dos 
resultados dos métodos, na avaliação da 
continuidade de uso (geralmente 
necessita de uma adesão condicionada 
por período prolongado) e nos principais 
riscos; 
- Fatores a serem considerados na 
escolha do método contraceptivo: 
gravidez é proibitiva ou opcional para o 
casal, o relacionamento sexual é 
eventual ou sistemático, estável ou não, 
com um ou mais parceiros, idade, 
condição socioeconômica e cultural e 
estado de saúde; 
- Em caso de contraindicações em 
relação ao método escolhido o médico 
deve propor os demais métodos 
possíveis, explicando as características, 
modo de uso, riscos, benefícios e 
eficácia, para que o paciente faça uma 
nova escolha e se comprometa com ela; 
a. EFICÁCIA 
 
- Capacidade do método de proteger contra a gravidez não 
desejada e não programada; 
- Efetividade – deve-se a falha de uso do método; 
- Índice de Pearl / Falha Teórica– expressa a eficácia da 
contracepção, a partir do cálculo do número de gestações (falha) 
em 100 mulheres que utilizaram corretamente o método durante 
1 ano -> n° de falhas X 12 meses X 100 mulheres / n° de meses de 
exposição; 
- A falha é maior nos métodos utilizados durante a relação sexual; 
- A maior variação entre a eficácia e a efetividade faz-se presente 
com o método do ritmo, enquanto a menor variação faz-se 
presente nos métodos contraceptivos de longa duração (LARCs) e 
na esterilização; 
**métodos naturais – devido à necessidade de abstinência sexual 
durante muitos dias ao longo do ciclo, sua falha deve-se a 
descontinuidade** 
b. SEGURANÇA 
- Potencial do método contraceptivo em causar riscos à saúde de quem o utiliza; 
- Avaliado a partir dos efeitos indesejáveis e complicações possíveis; 
- Quanto maior a segurança do método, menor a probabilidade de trazer problemas à saúde do paciente; 
c. CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE 
- São definidos pelo conjunto de características apresentadas pelo candidato ao uso de um determinado método, indicando se a pessoa pode 
utilizá-lo; 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74 – Medicina Unimontes 
 
- A OMS divide as condições em 4 categorias; 
- Categoria 1: o método pode ser utilizado sem qualquer restrição; 
- Categoria 2: o método pode apresentar algum risco menor do que os benefícios do seu uso, devendo se usado com cautela, mais precauções 
e sob acompanhamento clínico mais rigoroso; 
- Categoria 3: o método pode estar associado a um risco superior aos benefícios do seu uso, não sendo o mais apropriado para a pessoa, mas 
podendo ser usado quando não houver outra opção disponível ou quando a pessoa não aceitar outra alternativa, mesmo após alertada, de 
modo a necessitar de uma vigilância médica muito rigorosa; 
- Categoria 4: o método determina um risco inaceitável à saúde, sendo contraindicado de forma absoluta ou formal; 
3. MÉTODOS REVERSÍVEIS 
a. MÉTODOS COMPORTAMENTAIS / BASEADOS NA PERCEPÇÃO DA FERTILIDADE 
- Baseia-se no ciclo menstrual da mulher e nas características biológicas da reprodução humana que permitem identificar um período 
específico em que há possibilidade da fecundação (período fértil) – abrange o tempo de viabilidade do espermatozóide (5 dias) e o tempo de 
vida do óvulo (24 horas), correspondendo a 6 dias de cada ciclo menstrual; 
- Necessita que a mulher aprenda a conhecer adequadamente o início e o fim da sua janela fértil e a responsabilidade compartilhada com o 
parceiro, devido à necessidade de abstinência sexual periódica ou interrupção do coito; 
- Não requerem investimentos financeiros; 
- Orientações de uso: durante o período fértil o casal deve evitar o sexo vaginal, para evitar o encontro do óvulo com o espermatozóide; 
- Desvantagens: não existe uma determinação precisa do período fértil, sendo esse variável em cada ciclo, exigindo que o canal se abstenha do 
sexo por um período maior do que 6 dias férteis do ciclo, ou empregue algum método de barreira nesses dias; 
**quando o sexo ocorre nesse período fértil, baseando-se apenas no coito interrompido, os riscos de gravidezsofrem drásticos aumentos** 
- Não apresenta efeitos colaterais ou risco à saúde, mas não protegem contra doenças sexualmente transmissíveis; 
 
- Todas as mulheres podem usar estes métodos, não havendo condições clínicas que os contraindiquem, mas sim situações que dificultam seu 
uso com eficácia; 
- Eficácia: depende dos casais se absterem das relações sexuais com penetração vaginal dos dias férteis, sendo essa abstenção mais eficaz do 
que usar outros métodos durante esses períodos; 
- Esses métodos são divididos conforme as diversas formas da mulher reconhecer este período; 
 Tabelinha / Método Ogino-Knaus / Método Rítmico do Calendário 
- Usa o registro dos dias do ciclo menstrual em um calendário, anteriormente a sua aplicação por pelo menos 6 meses -> primeiro dia da 
menstruação é o primeiro dia do ciclo, terminando no último dia antes da menstruação seguinte, a partir dessa definição a mulher subtrai 18 
da duração do seu ciclo mais curto para estimar o primeiro dia do período fértil e em seguida subtrai 11 dias da duração do seu ciclo mais 
longo para estimar o último dia do seu período fértil, sendo que no período entre esses dois dias deve ser evitado relações sexuais com 
penetração vaginal; 
**o período de abstinência pode ser de 16 dias ou mais** 
- Ex: ciclo que varia entre 26 e 32 dias -> primeiro dia do período fértil: 26 – 18 = dia 8 (primeiro dia de abstinência), último dia do período 
fértil: 32 – 11 = dia 21 (último dia de abstinência, podendo ter relações sem proteção a partir do 22° dia de casa ciclo); 
- Deve obter-se a contínua anotação dos ciclos, pois as variações devem ser consideradas nos cálculos; 
- Contraindicação: variações de mais de 6 dias no ciclo menstrual; 
 Método dos Dias de Fluxo 
- Indicação: mulheres que apresenta ciclos de 26 a 32 dias e que a menstruação não adianta mais do que 4 dias e nem atrasa mais do que 2 
dias; 
- Orientações de uso: mulher anota no calendário o primeiro dia de menstruação e os próximos 7 dias, sendo que nesses dias pode-se ter 
relações livremente; os próximos 12 dias não se deve ter relações sexuais com penetração vaginal, mas posteriormente até a próxima 
menstruação podem ocorrer relações livremente; 
 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74 – Medicina Unimontes 
 
 Método da Ovulação / Método de Billings / Método do Muco Cervical 
- Baseia-se na observação de secreções vaginais que indicam a fertilidade, durante o ciclo menstrual; 
- Durante a fase estrogênica ocorre secreção de muco cervical e na ovulação esse muco tem características que permitem o espermatozóide 
sobreviver e se locomover, mas posteriormente a ovulação o corpo lúteo secreta progesterona que inibe a secreção vaginal; 
- Período Pré-ovulatório / Seco – ocorre após o fluxo menstrual, entre o 1 e o 7 ou 10° dia de ciclo; 
- Período Úmido - após o período pré-ovulatório, quando aparece o muco cervical, inicialmente escasso, opaco e viscoso, que aumenta 
progressivamente em quantidade, tornando-se claro, transparente e elástico (clara de ovo crua), de modo que o máximo dessas características 
é alcançado no pico de estrogênio (período de máxima fertilidade); 
- Após a ovulação o muco perde a elasticidade e diminui em quantidade; 
 
- Orientações de uso: a mulher precisa detectar a presença ou não do muco, examinando 
diariamente sua secreção vaginal nos dedos, calcinha, lenço de papel ou sensação da 
umidade vaginal, sendo que assim que sentir a presença de secreção considera-se o período 
fértil, de modo a permanecer sem penetração vaginal por 3 dias – do 4° dia após o ápice até 
perceber a umidade vaginal novamente pode se manter relações sexuais vaginais até o 
novo período úmido; 
- A ovulação também pode ocorrer durante o fluxo menstrual, portanto os casais devem evitar relações sexuais vaginais durante os dias de 
fluxo menstrual intenso; 
- Durante o período livre para relações vaginais, o casal não deve tê-las por dois dias seguidos, pois o sêmen prejudica a observação do muco; 
 Método de Dois Dias 
- Indicação: mulheres com ciclos de qualquer duração, independente da regularidade; 
- Requer grande período de abstinência sexual; 
- Baseia-se na observação da secreção vaginal e o dia que se segue; 
- Orientações de uso: se a mulher detectar qualquer secreção vaginal, deve-se considerar fértil, até que se permaneçam 2 dias sem secreção -> 
se não perceber secreção no dia e no dia anterior pode ter relações livremente; 
 Método de Temperatura Corporal Basal 
- Baseia-se nas variações da temperatura corporal para identificar a ovulação; 
- Após a ovulação, a progesterona liberada pelo corpo lúteo causa elevação da temperatura corporal em 0,2 a 0,5 graus, no meio do ciclo 
menstrual; 
- Orientações de uso: a mulher deve verificar sua temperatura diariamente, da mesma maneira, no mesmo horário pela manhã, antes de sair 
da cama ou ingerir alimentos, sendo que após 3 dias da elevação da temperatura o casal pode ter relações livremente ; 
- Período de abstinência – desde o primeiro dia do ciclo menstrual até 3 dias após a elevação da temperatura basal; 
- As relações sexuais podem ocorrer até o início da próxima menstrual, ou seja, nos próximos 10 a 12 dias; 
- Pode ser usado individualmente, pode compor o método sintotérmico ou pode ser usado como complemento do método do calendário, 
reduzindo o período de abstinência pós-ovulatória; 
 Método Sintotérmico 
- Identificação do período fértil e não fértil com a combinação dos métodos da temperatura basal e de sinais e sintomas característicos da 
ovulação (ingurgitamento mamário, dor pélvica e mudanças de humor); 
- Orientações de uso: abstinência sexual desde o 1° dia de menstruação, até o 4° dia após o pico das secreções cervicais ou o 3° dia após a 
elevação da temperatura – ocorrendo um desses fatores deve-se esperar o segundo para as relações desprotegidas; 
- Pode-se manter sexo desprotegido entre o fim da menstruação e o início das secreções, mas não em dois dias seguidos; 
b. MÉTODOS DE BARREIRA 
- Bloqueiam a ascensão dos espermatozoides para a cavidade uterina, impedindo a fecundação; 
- Classificação conforme o mecanismo de ação: barreira mecânica (preservativo), química (espermaticidas) ou mista (diafragma); 
**todos esses podem ajudar a prevenir contra DSTs, mas somente o preservativo feminino e masculino oferecem uma maior proteção contra 
estas doenças** 
 Preservativo Masculino de Látex / Camisinha / Condom 
- Método acessível, que consiste em um invólucro fino e elástico de látex para o pênis; 
**existem preservativos de membrana de cécum animal (membrana intestinal – protegem apenas contra gravidez, apresentando porosidade 
insegura para prevenir DST) ou de plástico/sintéticos (menos apertados, garantem maior sensibilidade, não são danificados por lubrificantes a 
base de óleo, não causam alergia), porém os de látex são os mais utilizados** 
- Podem ser lubrificados com silicone, glicerina, gel à base de água ou espermicida, mas não com substâncias à base de óleo mineral ou 
vegetal, pois esses podem enfraquecer o látex; 
- Variam conforme a espessura, dimensões, formato, tamanho (importante para a eficácia e conforto), cor, textura, aroma, lubrificantes, 
espermicidas ou anestésicos locais; 
- Previne doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) – seu uso deve ser incentivado, independente da escolha de outro método; 
- Indicação: todos os homens durante o coito que não estejam tentando engravidar, homens que desejam prevenir o contágio e a transmissão 
das DSTs, durante os 6 primeiros meses de aleitamento materno, associado a outros métodos para aumentar a eficácia contraceptiva, 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74 – Medicina Unimontes 
 
alternativa para pacientes que não tem indicação de métodos irreversíveis, alternativa para pacientes que apresentam contraindicação para os 
métodos hormonais e intrauterinos e em coitos esporádicos; 
**não deve ser utilizado simultaneamente com preservativo feminino** 
-Contraindicação: alergia ao látex, dificuldade na manutenção da ereção, 
- Apresenta índice de Pearl muito acima do recomendado; 
- Para obter sua máxima eficácia é necessário o uso correto –> falha teórica: 2 gestações a cada 100 mulheres/ano; 
- Falha de uso: 15 gestações a cada 100 mulheres/ano – deve-se a falha prática, causada pela utilização incorreta ou pelo tipo de material 
utilizado, que podem contribuir para rupturas acidentais ou deslizamentos; 
- Falhas padronizadas dos preservativos masculinos: deslizamentos/slippage (completo e parcial) e rupturas/breakage – fatores de risco: más 
condições de armazenamento, embalagem danificada, danificar o preservativo com manuseio por unhas ou anéis, não observar prazo de 
validade, lubrificação vaginal insuficiente, sexo anal sem lubrificação adequada, uso de lubrificantes oleosos nos preservativos de látex, 
presença de ar ou ausência de espaço para recolher o esperma na extremidade do preservativo, tamanho inadequado do preservativo, perda 
de ereção durante o ato sexual, retirar o pênis da vagina sem que se segure a base do preservativo, não retirar o pênis imediatamente após a 
ejaculação e uso de dois preservativos; 
- Medidas de segurança no momento da compra: verificar integridade da embalagem, prazo de validade e presença do sele de aprovação do 
Inmetro; 
- Orientações de uso: deve ser colocado com pênis ereto e seco, antes da penetração vaginal, desenrolando o preservativo pelo lado correto, 
de modo a desenrolar a borda para cima, da glande até a base do pênis, com cuidado para comprimir o reservatório na sua extremidade 
fechada e assim impedir a penetração de ar neste local (facilitaria a rotura por trauma durante o intercurso vaginal) – após a ejaculação o 
pênis deve ser retirado da vagina ainda ereto, pressionando com os dedos a base do preservativo para o manter corretamente aderido ao 
pênis até retirar todo o órgão da vagina e assim reduzir o risco de extravasamento do sêmen para a genitália – ao retirar do pênis prende-se o 
reservatório para que não haja dispersão do fluido e dá um nó na sua base para aprisionar seu conteúdo; 
**em caso de ruptura indica-se a anticoncepção de emergência** 
- Vantagens: ausência de efeitos sistêmicos, praticidade de uso, baixo custo, fácil acesso, proteção contra DSTs, diminuição na taxa de 
regressão das neoplasias intraepiteliais cervicais e lesões penianas por HPV e incidência pequena de efeitos colaterais; 
- Desvantagens: falha contraceptiva por uso inadequado, diminuição da sensibilidade (retarda a ejaculação), desconforto pela compressão, 
reação alérgica ao látex (possível efeito colateral) e irritação vaginal por atrito na fricção quando se usa preservativo não lubrificado; 
 Preservativo Feminino 
 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74 – Medicina Unimontes 
 
- Bolsa cilíndrica de plástico fino, transparente e suave, limitada por dois anéis flexíveis, um em cada extremidade, que apresenta lubrificante à 
base de silicone, aumentando sua aderência na mucosa genital; 
**não pode ser reutilizada** 
- Podem ser de poliuretano (FC1 - vantagens: resistência, durabilidade, propriedades de condução do calor e maior sensibilidade), borracha 
sintética/nitrílica (FC2) ou látex (VA – vantagens: menor custo e menores ruídos); 
**preservativo feminino de Janesway – calcinha de algodão eu recobre inteiramente toda a área genital externa feminina, com látex na área 
genital, impedindo o intercâmbio de fluídos corporais ou o contato das partes genitais entre os parceiros** 
- Inserido na vagina antes da relação sexual, impedindo o contato direto entre o sêmen e a mucosa genital feminina; 
- Apresenta um anel móvel, que fica no interior da extremidade fechada, auxiliando a melhor adaptação do preservativo ao fundo vaginal, e 
um anel fixo, situado externamente, recobrindo a parte central da vulva e impedindo que o preservativo entre na vagina durante o coito; 
- Não se desloca durante a ereção peniana; 
- Não precisa ser retirado imediatamente após a ejaculação; 
- Protege os órgãos genitais internamente e a base do pênis, sendo eficaz na prevenção de DSTs – confere maior proteção por recobrir uma 
área maior de contato genital, incluindo a vulvar que pode apresentar úlceras genitais; 
- Orientações de uso: deve-se inserir o preservativo na vagina antes de qualquer contato físico, certificar que durante a penetração o pênis 
esteja dentro do preservativo, após a retirada do pênis deve-se segurar o anel externo e fazer rotação para manter o sêmen dentro do 
preservativo e eliminá-lo com segurança, sem reutilizar o preservativo – deve ser usado até durante a menstruação, pode provocar ruídos 
(podem ser evitados por lubrificantes à base de óleo ou água dentro do preservativo ou diretamente no pênis), não deve ser utilizado junto 
com o preservativo masculino (aumenta o atrito e o risco de rompimento); 
**orientação rotura do preservativo com parceiro portador de DST – orientar profilaxia medicamentosa e uso da pílula do dia seguinte** 
- Motivos da falta de adesão: é caro, é pouco prático, provoca ruídos incovenientes e é inadequado para algumas posições sexuais; 
- Falha de uso: 5 a 21 gestações a cada 100 mulheres/ano; 
- Falha teórica: 5 gestações a cada 100 mulheres/ano – ocorrem em uso perfeito, com manuseio correto; 
**sua eficácia pode ser aumentada quando utilizada com lubrificante espermicida, como o gel a base de água com nonoxinol-9** 
- Padrões de falha: ruptura não clínica/nonclinical breakage (ocorre antes da colocação vaginal ou depois da retirada – não tem consequências 
clínicas adversas), ruptura clínica/clinical breakage (ruptura durante a colocação vaginal ou sua retirada – traz consequências clínicas 
adversas), ruptura total/total breakage (ruptura em qualquer momento do ato sexual), deslizamento/slippage (completo quando o 
preservativo desliza e sai completamente da vagina), desvio de direção/misdirection (erro no trajeto do pênis, penetrando entre a parede 
vaginal e o preservativo), inavgination (entrada de parte ou de todo o anel externo para dentro da vagina durante o coito) e falha do 
preservativo/condom failure; 
- Indicação: todas as mulheres durante o coito que não estejam tentando engravidar, mulheres que desejam prevenir o contágio e a 
transmissão das DSTs, durante os 6 primeiros meses de aleitamento materno, associado a outros métodos para aumentar a eficácia 
contraceptiva, alternativa para pacientes que não tem indicação de métodos irreversíveis, alternativa para pacientes que apresentam 
contraindicação para os métodos hormonais e intrauterinos e em coitos esporádicos; 
- Contraindicação: alergia ao látex ou ao poliuretano e prolapsos genitais; 
- Vantagens: ausência de efeitos sistêmicos, dupla proteção (gravidez e DST), inserido com antecedência (maior controle e planejamento), não 
precisa ser retirado imediatamente após a ejaculação, confortável, menor perda de sensibilidade, mais forte que o látex, pode ser usado com 
lubrificantes à base de óleo, não apresenta efeitos colaterais aparentes, é mais resistente; 
- Desvantagens: falhas associadas ao uso incorreto, custo mais alto, exige aprovação do parceiro (menor aceitação pela estética e ruído), não 
tem acesso gratuito e fácil, a mulher precisa tocar nos seus genitais, pode ser barulhento, algumas mulheres podem achá-lo grande, os anéis 
podem provocar desconforto, redução do prazer, penetração inadequada do pênis, inapropriado para algumas posições sexuais e difícil 
inserção correta; 
 Espermicida 
- Substâncias químicas que recobrem a vagina e o colo do útero, bloqueando a passagem dos espermatozóides pelo canal cervical, impedindo 
sua ascensão em direção ao ovócito; 
- Formas: tabletes de espuma, geléia, creme, óvulos vaginais, película, comprimidos vaginais; 
- Mais utilizado: nonoxinol-9; 
- Mecanismo de ação: dissolve os componentes lipídicos da membrana celular dos espermatozóides, provoca a inativação (desacelera os 
movimentos)ou a morte dos espermatozóides; 
- Método de uso: é introduzido no interior da vagina antes da relação sexual, podendo acompanhar o diafragma ou preservativos, sendo 
efetivo por uma hora após a colocação, podendo ser necessário sua reaplicação antes do coito; 
- Índice de Pearl: 6 a 26 gestações a cada 100 mulheres/ano; 
- Indicação: baixo risco de DSTs e associado a métodos de barreira mecânica (aumenta a eficiência); 
- Contraindicações: alto risco de DSTs, DIP nos últimos 3 meses, cervicite purulenta atual ou nos últimos 3 meses, alergia ao produto; 
- Vantagens: isento de efeitos sistêmicos, pode ser associado com um método de barreira, não interfere no aleitamento materno, pode ser 
interrompido a qualquer momento, fácil de usar; 
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- Desvantagens: lesões na mucosa vaginal e retal (depende da frequência de uso e volume aplicado), aumenta o risco de contaminação pelo 
vírus da imunodeficiência humana (HIV), baixa eficácia, irritação ou alergia, aumenta o risco para candidíase genital, vaginose bacteriana e 
infecções no trato urinário da mulher; 
 Diafragma 
 
- Dispositivo de látex em formato de capuz (côncavo), com borda flexível, que cobre parte da parede vaginal anterior e o colo uterino; 
- Apresenta diferentes modelos, bordas e tamanhos, devendo então ser indicado pelo ginecologista após medição, uma vez que sua borda 
superior deve se encaixar perfeitamente atrás do púbis, sem causar desconforto; 
- Bordas: planas (borda fina e elástica, indicada para mulheres com forte musculatura vaginal e/ou chanfradura rasa, como nulíparas – 
achatado para colocação), enrolada (borda firme e pouca elástica, indicada para mulheres com tônus muscular vaginal médio e/ou 
chanfradura média – achatado para colocação com aplicador de plástico) e em arco (borda muito firme, com pouca elasticidade e arqueado); 
- Mecanismo de ação: forma uma barreira mecânica, que impede a ascensão dos espermatozóides no trato genital; 
- Orientações de uso: após indicação médica do tamanho adequado e treinamento do método de colocação correta nas consultas (cobrindo 
todo o colo uterino), antes de colocar o diafragma a paciente deve esvaziar a bexiga e lavar as mãos, examiná-lo contra a luz para assegurar a 
inexistência de defeitos ou furos, colocado antes da relação sexual (até 8 horas antes), usá-lo preferencialmente com espermicida, que deve 
ser reaplicado a cada 2 horas sem retirar o diafragma, pois esse deve permanecer por no mínimo 6 a 8 horas após a última ejaculação vaginal – 
após as 6 a 8 horas o diafragma deve ser retirado, limpo com água e sabão, seco e armazenado em local limpo, seco e escuro, se de látex deve 
polvilhá-lo com amido de milho; 
- Eficácia: depende da colocação correta antes da relação sexual -> índice de Pearl: 6 a 21 gestações por 100 mulheres/ano; 
- Indicações: doença cardíaca valvular complicada e baixo risco para DSTs; 
- Contraindicações: alto risco de DSTs, uso de antirretrovirais, infecções urinárias, candidíase de repetição, alergia ao látex, história de 
síndrome do choque tóxico, prolapsos genitais e antes de 6 meses de pós-parto; 
- Vantagens: isento de efeitos sistêmicos, fácil acesso, custo baixo, controlado pela mulher, previne algumas DSTs, previne a gravidez, não 
interfere no aleitamento materno, pode ser interrompido a qualquer momento, fácil de usar, vida média em torno de 3 anos; 
- Desvantagens: falhas relacionadas ao uso incorreto, requer medição e instruções claras do profissional de saúde, não protege contra HIV, 
HPV, herpes genital e trichomonas, corrimento vaginal intenso de odor fétido ao ser deixado muito tempo no local, dor pélvica, cólicas, 
retenção urinária, aumenta o risco para infecção urinária, alergia ao látex e síndrome do choque tóxico; 
 Capuz Cervical 
- Dispositivos menores que o diafragma que recobrem e aderem ao colo do útero; 
- São usados com espermicidas; 
- Podem ser usados por mais tempo que o diafragma; 
- Requerem uma única aplicação de espermaticida, mesmo no caso de mais de uma relação sexual; 
- Índice de Pearl: 9 a 20 gestações a cada 100 mulheres em um ano; 
- Indicações: baixo risco para infecção de DSTs; 
- Contraindicações, vantagens e desvantagems similares às do diafragma; 
 Esponjas 
- Dispositivos pequenos, macios e circulantes de poiluretano, contendo espermaticida (1g de nonoxinol-9); 
- É colocado no fundo da vagina, recobrindo o colo uterino; 
- Mecanismo de ação: impede a ascensão do espermatozóide da vagina para a cavidade uterina; 
- Apresenta em um dos seus lados uma depressão que se adapta ao colo uterino e do lado oposto uma alça para remoção; 
- Orientações de uso: antes da introdução vaginal deve ser umedecida com água filtrada, espremida para distribuir o espermaticida, 
permanece eficaz por 24 horas após a inserção, independente do número de coitos – após a última ejaculação ela deve permanecer por no 
mínimo 6 horas, não ultrapassando 24 a 30 horas; 
 - Índice de Pearl: 9 a 20 gestações a cada 100 mulheres nulíparas/ano e 20 a 40 gestações a cada 100 mulheres multíparas/ano; 
- Indicação: baixo risco para DSTs; - Contraindicações, vantagens e desvantagems similares às do diafragma; 
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c. ANTICONCEPCIONAL HORMONAL ORAL 
 Anticoncepcionais Orais Combinados 
- Método mais utilizado em todo mundo, sendo que cerca de 100 milhões de mulheres são usuárias deste método – no Brasil cerca de 27% das 
mulheres em idade fértil utilizam anticoncepcionais orais; 
- Composição: etinilestradiol (EE), valerato de estradiol ou 17-beta-estradiol + progestogênios; 
- Eficácia: 99.9% - falha menor do que 1 a cada 100 mulheres/ano com uso adequado; 
- Índice de Pearl: 0,2 a 0,3 /100 mulheres ao ano; 
- Efetividade: 97 a 98%; 
 Mecanismo de Ação 
- Inibem a secreção de gonadotrofinas, impedindo a ovulação; 
- Ação do componente progestogênico –> Bloqueio Gonadotrófico: inibe a secreção do LH, bloqueando o seu pico necessário à ovulação – sua 
ação é predominante; 
- Ação do componente estrogênico – inibe a secreção de FSH, impedindo o desenvolvimento folicular e a emergência do folículo dominante + 
estabiliza o endométrio, evitando a descamação irregular (spotting) + aumenta os receptores intracelulares do progestogênio, potencializando 
a ação do progestogênio; 
**ocorre algum recrutamento folicular, porém a ação progestogênica sobre o LH garante a eficácia contraceptiva** 
- Efeitos acessórios sobre o sistema genital feminino: endométrio atrófico (não receptivo à nidação), muco cervical espesso (dificulta à 
ascensão dos espermatozóides) e diminuição dos movimentos das trompas (prejudica o transporte tubário do óvulo) –> ações que aumentam 
a eficácia contraceptiva; 
 Efeitos Metabólicos dos Estrogênios 
- Aumenta as proteínas hepáticas, como albumina e SHBG - não se 
traduz em efeitos clínicos significantes; 
- Aumenta o substrato de renina, que desencadeia síntese de 
angiotensina e estimula o córtex adrenal na produção de 
aldosterona - gera vasoconstrição e retenção de sódio e água; 
- Impacto hepático dos estrogênios dose-dependente – não causa 
hipertensão, mas em pessoas previamente hipertensas o efeito 
deve ser considerado; 
- Aumenta os fatores de coagulação (fatores VII e XII), reduz a 
antitrombina III e aumenta o inibidor do ativador de 
plasminogênio (PAI-1) – gera perfil pró-trombótico dose-
dependente; 
- Reduz o colesterol total e o LDL-C, com aumento do HDL-C; 
- Seu impacto sobre o perfil dos carboidratos é clinicamente 
insignificante; 
 Efeitos Metabólicos dos Progestagênios 
- Exerçam discreta atuação em conjunto com os estrogênios sobre 
os fatores de coagulação; 
- Interferem nos benefícios dos estrogênios sobre o perfil lipídico 
de forma dose-dependente; 
- Os derivados da 17-alfa-hidroxiprogesterona e da 17-alfa-
espironolactona e os progestagênios de terceira geração 
apresentam discreto efeito sobreo perfil lipídico; 
- Os derivados da 19-nortestosterona de segunda geração com 
levonorgestrel intervém no perfil lipídico, diminuindo a redução 
do colesterol total e do LDL-C e diminuindo o aumento da HDL-C9; 
- Aumentam a resistência insulínica e reduz a tolerância à glicose 
de forma dose-dependente; 
 Indicação 
- Mulheres que optem por essa modalidade contraceptiva e que sejam sadias, não fumantes, com menos de 35 anos de idade, sem fatores de 
risco para trombose venosa profunda; 
**fatores de risco para trombose venosa profunda: sedentarismo, história familiar ou pessoal de trombose venosa profunda ou 
tromboembolismo pulmonar e obesidade** 
 Possíveis Contra-Indicações 
- Muitos dos seus efeitos colaterais se manifestam quando há condições adicionais de risco; 
 
- Mulheres acima de 40 anos – podem 
utilizar os anticoncepcionais quando 
sadias e com perfil de risco conhecido – 
dá-se preferência aos anticoncepcionais 
de baixas concentrações de estrogênios 
e progestogênios; 
- Idade (acima de 39 anos) e obesidade – 
são fatores de risco independentes para 
eventos cardiovasculares e para 
tromboembolismo venoso, assim a razão 
risco-benefício deve ser individualizada 
nessas; 
- Mulheres entre 45 e 50 anos – o uso de 
anticoncepcionais nessas mulheres 
aumenta o risco de câncer de mama, de 
forma semelhante à terapia hormonal na 
menopausa; 
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 Formulações 
 
 
- Apresentam estrogênio e progestagênio no mesmo comprimido; 
- Estrogênios utilizados: etinilestradiol (principal estrogênio) e 
estrogênios naturais (estradiol, valerato de estradiol); 
- Progestagênios utilizados: derivados da 17-alfa-
hidroxiprogesterona (drospirenona), derivados da 19-
nortestosterona (nomegestrol, ciproterona, clormadinona, 
levonorgestrel, desogestrel e gestodeno) e derivados da 
espironolactona; 
o Regimes Fásicos 
- Monofásicos – a concentração dos 2 hormônios é a mesma em todos os comprimidos da cartela; 
- Bifásicos (duas concentrações ou doses diferentes) ou trifásicos (três concentrações) - quando associações com etinilestradiol, não 
apresentam vantagem em relação aos monofásicos, porém, quando em combinações com o valerato de estradiol, as diferentes concentrações 
garantem estabilidade endometrial; 
o Diferentes Concentrações Estrogênicas 
- As formulações apresentam diferentes concentrações de estrogênios, porém eficácia similar, enquanto as reduções nas concentrações 
estrogênicas diminuem o risco cardiovascular; 
- Anticoncepcionais de concentração estrogênica alta – não existe justificativa para seu emprego, pois apresentam a mesma eficácia 
contraceptiva – maiores risco cardiovascular, de infarto agudo do miocárdio e de acidente vascular encefálico isquêmico; 
- Anticoncepcionais de concentração estrogênica baixa (50 Ug de esteróides) e ultrabaixa (15 Ug de EE) – apresentam mesma eficácia 
contraceptiva que os de alta concentração e reduz os riscos de fenômenos tromboembólicos (reduz em 25%) e cardiovasculares; 
**os ACOs de baixa concentração estrogênica podem ser utilizados durante a amamentação, desde que se mantenha alta frequência das 
mamadas e aleitamento materno exclusivo** 
- Anticoncepcionais de dose ultrabaixa (15 Ug de esteróides) – associa-se ao menor controle do ciclo menstrual, com menos ciclos normais, 
mais sangramentos de escape e ausência de sangramento de retirada; 
o Diferentes Gerações 
- Pílulas de primeira geração – contêm 50 mcg de etinilestradiol com levonorgestrel (progestogênio mais utilizado nos anticoncepcionais, 
sendo a forma mais segura de anticoncepção oral) – associa-se ao menor risco de trombose, de infarto agudo do miocárdio e de acidente 
vascular encefálico; 
- Pílulas de segunda geração – contêm menos de 50 mcg de etinilestradiol com levonorgestrel – apresentam menor risco de trombose venosa 
profunda e tromboembolismo pulmonar; 
- Pílulas de terceira geração - etinilestradiol + drospirenona, gestodeno, desogestrel ou ciproterona – apresentam o dobro do risco relativo do 
levonorgestrel de fenômenos tromboembólicos e elevados índices de infarto agudo do miocárdio e AVE isquêmico – não há indicação para sua 
prescrição; 
 Orientações de Uso 
- O primeiro comprimido deve sempre ser tomado no primeiro dia do ciclo menstrual, conseguindo adequar o bloqueio da atividade folicular 
ovariana com a maior efetividade do método; 
- Entre as cartelas, normalmente, realiza-se uma pausa mensal de 4 a 7 dias, de modo que a segunda cartela se inicia no quinto ou oitavo dia, 
com exceção de anticoncepcionais com substâncias inativas ou com menores doses hormonais, que não necessitam de pausa (consumo por 28 
dias); 
**em casos de orientação individual pode-se aplicar o uso contínuo** 
- Devem ser usados de maneira rotineira, sempre no mesmo horário ou situação, minimizando a falha contraceptiva; 
- Esquecimento do ACO – importante causa da falha contraceptiva – se por menos de 24 horas, emprega a drágea imediatamente, com a 
segunda no mesmo horário regular; se por mais de 24 horas, ingere-se as 2 drágeas no horário regular e toma o restante das pílulas da 
maneira habitual; esquecimento de mais de dois comprimidos, toma-se as pílulas restantes de maneira habitual e orienta o uso de 
preservativos por 7 dias; 
- ACO combinado de 15 Ug de etnilestradiol – 1 comprimido via oral, 1 vez ao dia, no mesmo horário por 24 dias, parada de 4 dias para 
sangramento de privação e reiniciar no 5° dia de pausa; 
- ACO combinado de 20 a 35 Ug de etnilestradiol – 1 comprimido via oral, 1 vez ao dia, no mesmo horário por 21 dias, parada de 7 dias para 
sangramento de privação e reiniciar no 8° dia de pausa – iniciar a primeira cartela no 1° dia de fluxo menstrual, uma vez que é necessário 7 
dias de uso contínuo para obter efeito contraceptivo (nas relações antes dos 7 dias deve-se usar preservativo); não reiniciar o uso se não 
houver fluxo menstrual (possibilidade de gestação); 
- Quando em menos de 1 hora após a ingestão do ACO ocorrer episódios de vômito, deve-se usar outro comprimido (de outra cartela), 
retomando o uso habitual até seu término; 
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- Em caso de diarréias graves ou vômitos por mais de 24 horras, orienta-se o uso habitual de contraceptivo, acrescido do uso de preservativos 
por uma semana após a resolução do problema; 
- Pós-parto sem amamentação – a mulher deve iniciar o ACO de 3 a 6 semanas após o parto, não havendo necessidade de menstruação, mas 
se confirmando a ausência de gravidez; 
- Pós-parto com amamentação – a mulher deve iniciar o ACO após os 6 meses, após se confirmar a ausência de gravidez, independente do 
retorno da menstruação; 
- Pós-aborto – iniciar o ACO nos primeiros 7 dias após ou qualquer momento, quando excluída a possibilidade de gestação; 
- Troca de ACO – inicia-se imediatamente o novo contraceptivo no primeiro dia da menstruação após a interrupção do contraceptivo anterior, 
ou em caso de anticoncepcionais apenas com progestagênios a troca pode ser imediata (sem esperar a menstruação); 
- Quando ACO for implementado após a anticoncepção injetável trimestral, implante ou sistema intrauterino liberador de levonorgestrel, esse 
deve ser iniciado imediatamente após o término da validade do método; 
 Gestações Durante o Uso de Anticoncepcionais Orais 
- Poucas são atribuídas à falha do método; 
- Em sua maioria ocorrem devido à irregularidade na tomada ou à má absorção do fármaco; 
- Razões para má absorção do anticoncepcional oral: vômitos, gastrenterite, colite ulcerativa, doença de Crohn e interações com indutores 
enzimáticos que reduzem a concentração plasmática dos anticoncepcionais orais; 
 Fármacos e Anticoncepcionais 
 
- Alguns fármacos quando em uso 
simultâneo com os anticoncepcionais 
orais podem acarretar interações 
medicamentosas, diminuindo a 
concentração dos anticoncepcionais 
orais, como o antifúngicorifampicina ou 
alguns anticonvulsivantes (barbitúricos, 
carbamazepina, oxcarbazepina, 
fenitoína, topiramato e lamotrigina) – 
condução: reforça ou substitui as 
medidas contraceptivas durante o 
tratamento com esses fármacos, 
principalmente em tratamentos 
prolongados; 
**antibióticos e antifúngicos que não alteram a concentração dos anticoncepcionais orais: ampicilina, doxiciclina, metronidazol, quinolonas, 
tetraciclinas, fluconazol e miconazol** 
**anticonvulsivantes que não alteram a concentração dos anticoncepcionais orais: etossuximida, gabapentina, zonisamida, levetiracetam, 
tiagobina e ácido valproico** 
- Os antirretrovirais em sua maioria não alteram os anticoncepcionais ou não apresentam dados publicados; 
 Seguimento do Tratamento com Anticoncepcionais 
- O acompanhamento com ginecologista deve ser feito após os 3 primeiros meses de uso e a cada 6 e 12 meses, buscando identificar efeitos 
adversos menores e controlar a pressão arterial e o peso; 
 Benefícios dos Anticoncepcionais 
- Reduz a incidência de gravidez ectópica, câncer de endométrio, câncer de ovário, cistos ovarianos, doença inflamatória pélvica, doenças 
mamárias benignas e miomas uterinos; 
- Regulariza o ciclo menstrual; 
- Controla a dismenorreia e a anemia ferropriva; 
- A fertilidade retorna após tempo médio de 4 a 5 ciclos de suspensão; 
 Complicações Associadas 
- Efeitos colaterais: náuseas, sangramento inesperado, mastalgia, cefaléia, ganho de peso, acne, sangramento irregular/spotting - principal 
causa do abandono do método, sendo que o risco de abandono é 2 vezes maior do que a que não apresenta sintomas; 
- Aumenta o risco de tromboembolismo venoso – atribuída as altas doses estrogênicas; 
- Aumenta o risco de doença cardiovascular e de infarto do miocárdio; 
- Aumenta em duas vezes a chance de desenvolver hipertensão em longo prazo; 
- Aumenta a pressão arterial em pacientes já hipertensas, diminuindo as chances de controle da pressão arterial; 
- Aumenta o risco de acidente vascular cerebral e a mortalidade por doença cerebrovascular; 
**não há efeitos persistentes, em mulheres que suspenderam o uso há mais de 10 anos, a mortalidade é similiar a de mulheres que nunca 
utilizaram anticoncepcionais orais** 
- Sinais de alerta que devem ser relatados rapidamente: dor intensa e persistente no abdome, tórax ou membros, cefaléia intensa que começa 
ou piora após o início do uso da pílula, e perda momentânea da visão, escotomas e icterícia; 
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**mesmo com as possíveis complicações associadas ao uso do anticoncepcional oral, o resultado final é benéfico, devido à alta eficácia em 
evitar a gravidez e à redução de risco de câncer de ovário** 
 
 Anticoncepcionais Orais Somente com Progestagênios 
 Minipílulas – Pílulas só de Progestagênios (PSPs) 
 
- São comprimidos com doses baixas de progestagênios, utilizados isoladamente; 
- Composição: noretisterona 0,35 mg/dia, linestrenol 0,5 mg/dia, levonorgestrel 0,030 
mg/dia ou desogestrel 75 mcg/dia; 
- Índice de Falha/Pearl: 0,3 a 0,5:100 mulheres/ano; 
**apresenta maior eficácia contraceptiva durante o período de lactação, uma vez que sem a amamentação as minipílulas não são tão eficazes 
como os outros métodos hormonais** 
- Perde a eficácia contraceptiva em 27 horas após a última dose; 
- Mecanismo de ação: espessa o muco cervical (impede a progressão do espermatozóide), reduz a motilidade tubária, inibe a proliferação 
endometrial (inibe a implantação do embrião no endométrio, que se encontra em atrofia ou hipotrofia); 
**a sua concentração de progestogênio é insuficiente para bloquear a ovulação** 
- Indicações: intolerância ou contraindicação formal ao uso de estrogênios e durante a amamentação (não inibem a produção de leite); 
- Orientações de uso: no puerpério de mulheres que amamentam são iniciados 6 semanas após o parto (pode iniciar antes das 6 semanas, na 
categoria 2 da OMS) ou no mínimo 14 dias antes do retorno da atividade sexual, realizando uso contínuo (sem pausas), regular e respeitando o 
horário de tomada (o intervalo não deve exceder 3 horas de atraso na tomada diária) – ao esquecer 1 ou 2 comprimidos, deve-se tomar 1 
assim que se lembrar e o outro no horário habitual, porém utilizar métodos adicionais até tomar 14 comprimidos; ao esquecer mais de 2 
comprimidos, inicia-se outro método de contracepção até que ocorra fluxo menstrual; 
- Benefícios: diminuição da dismenorreia, menor risco de DIP, diminuição dos sintomas de tensão pré-menstrual e da mastalgia, retorno da 
fertilidade imediato após a interrupção, possibilidade de utilização em mulheres que tem contraindicação aos estrogênios, menor risco de 
complicações e não se associa a riscos importantes à saúde; 
- Desvantagens: necessidade de aderência cuidadosa, mudança no padrão menstrual (amenorréia ou sangramento irregular), menor proteção 
contra gestação ectópica, associadas a cistos funcionais de ovários; 
- Contraindicações: amamentação há menos de 6 semanas após o parto, episódio atual de tromboembolismo, câncer de mama atual ou 
pregresso há ais de 5 anos sem recidiva, tumor hepático benigno ou maligno, hepatite viral ativa, cirrose descompensada, utilização de 
medicamentos que integram com PSP; 
d. ANTICONCEPCIONAL HORMONAL NÃO ORAL 
 Anel vaginal 
- Método contraceptivo hormonal combinado formado por anel de evastane transparente, leve e flexível; 
- Apresenta diâmetro externo de 54 mm e espessura de 4 mm; 
- Constituição hormonal: 2,7 mg de etinilestradiol e 11,7 mg de etonogestrel (metabólito ativo do desogestrel), dispostos uniformemente no 
núcleo de evastane; 
- A membrana de evastane controla a liberação de 15 Ug de etinilestradiol por dia e 120 Ug de etnogestrel por dia, durante 3 semanas; 
- Mecanismo de ação: similar ao da ACO, inibindo a ovulação, suprimindo a maturação folicular e impedindo a penetração do espermatozóide; 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74 – Medicina Unimontes 
 
- Orientações de uso: iniciar o uso entre o 1° e o 5° dias do ciclo; inserir em formato de 8, pela própria paciente; deve ser utilizado por 3 
semanas consecutivas e retirado ao fim da terceira semana (21° dia) para o sangramento de privação; realizar pausa de 7 dias e após essa 
reiniciar novo ciclo com a colocação de outro anel, no mesmo horário em que foi colocado o anterior; 
**quando a paciente já estiver utilizando algum contraceptivo hormonal de progestogênio, o anel vaginal pode ser introduzido 
imediatamente, com associação de um método de barreira nos sete primeiros dias, porém em caso de ACO o anel é iniciado no dia que seria o 
reinício da cartela seguinte** 
- Nos primeiros 7 dias de uso, na ausência de método contraceptivo prévio ou na troca de outros métodos deve-se utilizar preservativos; 
**alguns estudos demonstram bons resultados com o uso estendido do anel vaginal por 84 dias com intervalo de 7 dias** 
- Sua taxa de falha, o perfil de efeitos adversos e as contraindicações são similares aos dos anticoncepcionais orais; 
- Índice de Pearl: 0,64 para uso perfeito; 
- Vantagens: não exige o uso diário como o contraceptivo oral, promove a liberação gradual e controlada dos hormônios evitando grandes 
flutuações diárias em seus níveis (bom controle de sangramentos), não interfere na absorção gastrintestinal, mantém a proteção contraceptiva 
por mais 7 dias em caso de esquecimento da data da troca e fácil de inserir e retirar; 
- Benefícios: regulariza a perda sanguínea (reduzindo seu fluxo e duração), diminui a incidência de anemia, melhora dismenorreia, melhora a 
sintomatologia perimenstrual, diminui o risco de doença inflamatória pélvica (DIP) e efeito benéfico em relação a câncer de ovário e 
endométrio; 
- Possíveis efeitos adversos: sangramento de escape, cefaléia, vulvovaginite, leucorreia, ganho de peso, náusea, mastalgia, alterações de 
humor, dismenorreia, acne, diminuição de libido, dor abdominal, sensação de algo na vagina,problemas na relação sexual e expulsão do anel- 
apresentam baixa incidência; 
**não altera a flora vaginal da mulher** 
- É uma boa opção para pacientes com escapes/spotting no uso de anticoncepcionais orais; 
- Complicações associadas: fenômenos tromboembólicos – baixa incidência; 
- Os critérios de elegibilidade da OMS são os mesmos para os anticoncepcionais orais; 
- Indicação: mulheres que desejem contraceptivos reversíveis, práticos, de alta eficácia, que não querem métodos de uso diário e que não 
tenham contraindicações para seu uso; 
- Contraindicações: mesmas do ACO + presença de estenose vaginal, atrofia severa da vagina, prolapso uterino, cistocele ou retocele, uma vez 
que essas condições favorecem processos irritativos e infecciosos durante o uso do anel, com maior chance de expulsão; 
 Adesivo Transdérmico 
- Sistema matricial com superfície de 20 cm²; 
- Alternativa para as mulheres que se esquecem de tomar o anticoncepcional com frequência; 
- Realiza-se troca semanal do produto; 
- Constituição hormonal: apresenta 750 Ug de etinilestradiol e 6 mg de norelgestromina, liberando diariamente 20 Ug de etinilestradiol e 150 
Ug de norelgestromina, que após o metabolismo hepático resulta em levonorgestrel, altamente ligado à proteína (3% livre); 
- Após a colocação, rapidamente se obtém concentrações séricas hormonais; 
- Sua concentração sérica mantém a eficácia contraceptiva mesmo que haja atraso de até 2 dias na substituição do adesivo; 
- Mecanismo de ação: igual aos ACOs; 
- Contraindicação: pacientes com mais de 90 kg, devido à redução de eficácia; mulheres com história de doença dermatológica esfoliativa ou 
pele sensível; e pacientes com hipersensibilidade a algum dos componentes do sistema; 
- Apresenta mesma eficácia, contraindicações, perfil de efeitos adversos e possíveis complicações que os ACOs; 
**pesquisas atuais demonstram que o adesivo trandérmico determina risco maior que os ACO orais para tromboembolismo venoso** 
 
- Orientações de uso: o adesivo deve ser aplicado sobre a pele limpa e seca, no abdome 
inferior, na parte externa do braço ou na parte superior das nádegas, pressionando o 
adesivo por 10 segundo para adesão de suas bordas, no 1° dia da menstruação (o primeiro 
adesivo), no primeiro domingo (Sunday start) ou após a precrição; usar um adesivo a cada 7 
dias, realizando a troca no mesmo dia da aplicação (não necessariamente no mesmo 
horário); usar por 3 semanas consecutivas, retirando o 3° adesivo ao fim dos 21 dias e 
aguardando o sangramento de privação; 
**se a paciente desejar o adesivo pode ser empregado de forma contínua, sem pausa** 
**evitar aplicar sobre locais em que não haja contato com roupas apertadas e na região das mamas** 
**deve-se trocar semanalmente os locais de aplicação** 
- Em caso de deslocamento total ou parcial do adesivo por menos de 24 horas, deve-se recolocar o mesmo adesivo (se permanecer bem 
aderido) ou colar um novo adesivo (não há perda da eficácia); 
- Em caso de deslocamento total ou parcial do adesivo por mais de 24 horas, deve-se colar um novo adesivo e reiniciar um novo ciclo, com 
novo dia de troca, e empregar método de barreira por 7 dias; 
- Seus critérios de elegibilidade são semelhantes aos dos anticoncepcionais orais combinados; 
- Vantagens: comodidade de uso, ausência de metabolismo de primeira passagem hepática (não interfere de forma significativa na eficácia de 
outras drogas), níveis plasmáticos mais estáveis, facilidade de uso; 
 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74 – Medicina Unimontes 
 
 Anticoncepção Combinada Injetável 
- Composição: estrogênio + progesterona – combinações disponíveis: enantato de estradiol 10mg + acetato de di-hidroxiprogesterona 
(algestona acetofenida) 150 mg; valerato de estradiol 5mg+ enantato de noretisterona 50 mg; ou cipionato de estradiol 5 mg + acetato de 
medroxiprogesterona 25mg; 
- Mecanismo de ação: mesmo dos demais contraceptivos hormonais; 
- Indicação: pacientes com dificuldade de aderir à tomada diária de anticoncepcional oral ou que apresentam problemas de absorção entérica 
(ex: doença inflamatória intestinal); 
- Orientações de uso: aplicar uma ampola intramuscular no deltóide ou nádegas a cada 30 dias, com tolerância de 3 dias para aplicação, sendo 
a primeira ampola administrada idealmente no 1° dia do ciclo menstrual (no máximo até o 8° dia do ciclo) e a próxima após 30 dias, 
independente do fluxo menstrual; 
**não se deve massagear ou colocar bolsa de água quente no local, pois isso pode acelerar sua absorção** 
- O retorno da fertilidade ocorre um mês a mais do que nos demais métodos hormonais mensais; 
- Padrão de sangramento menstrual – é previsível, com fluxos por privação hormonal a cada 3 semanas após a injeção (22°dia); 
- Benefícios: utilização de estrogênio natural (mais fisiológico que as pílulas-> menor efeito sobre a PA, hemostasia, coagulação, metabolismo 
lipídico e função hepática), elimina o efeito de primeira passagem pelo fígado, menor sangramento intermenstrual, diminui a frequência e 
intensidade das cólicas menstruais; 
- Vantagens: não exige ação diária, seu uso pode ser interrompido a qualquer momento, a fertilidade retorna em um curto espaço de tempo e 
não interfere no prazer sexual; 
- Efeitos colaterais: alteração do padrão menstrual (irregular, ocasional, prolongada ou ausente), ganho de peso e demais efeitos comuns aos 
métodos hormonais; 
- Eficácia com uso regular: 0,05 gravidez por 100 mulheres/12 meses; 
- Seus critérios de elegibilidade da OMS são os mesmos dos anticoncepcionais orais; 
- Ao mudar a partir de um método hormonal usado corretamente com certeza razoável que não está grávida, pode-se iniciar o tratamento 
imediatamente, sem necessidade de método de apoio; 
- Ao mudar entre métodos injetáveis, inicia a nova injeção na data que a antiga seria aplicada, sem necessidade de método de apoio; 
- Uso no pós-parto durante a amamentação – adiar a primeira injeção até completar 6 meses após o parto ou quando o leite não for mais o 
alimento principal da criança; 
- Uso no pós-parto sem amamentação – iniciar injeção entre o 21 e 28° dias após o parto; 
 Progestogênio Injetável 
- Preparações de liberação lenta com duração de 2 a 3 meses, mas não apresentam liberação sustentada, apresentando picos maiores de 
progestagênio para gerar seu mecanismo de ação; 
- Composição: 150 mg de medroxiprogesterona de depósito (AMPD) em 1 ml de solução aquosa; 
**outros disponíveis, mas menos utilizados: enantato de noretisterona (NET-EM – 200 mg intramuscular a cada 60 dias), formulação do AMP-
D para 12 semanas e AMP-SC (injeção subcutânea)** 
- Indicação: pacientes que não podem utilizar estrogênios (fumantes acima dos 35 anos, hipertensas, diabéticas, transtornos convulsivos, 
anemia falciforme, doença cardíaca congênita, enxaqueca com áurea, história prévia de embolismo) ou que têm dificuldades de adesão e 
métodos que exijam uso diário; 
**pode ser utilizada em pacientes com transtornos convulsivos, pois sua eficácia não é comprometida pelo aumento da atividade metabólica 
das enzimas hepáticas e pois seus progestogênios aumentam o limiar convulsivo** 
**pode ser utilizado em pacientes com anemia falciforme, pois diminui as células vermelhas falciformes e a frequência e intensidade das crises 
de falcização** 
- Contraindicações: suspeita de gravidez, sangramento vaginal de etiologia desconhecida, câncer de mama atual, na presença de doença 
trofoblástica e patologias malignas; 
- Na ausência de contraindicações pode ser empregado por qualquer paciente que deseje contracepção segura; 
- Mecanismo de ação: inibição da secreção de LH (evita a ovulação), maior viscosidade do muco e atrofia endometrial; 
- Orientações de uso: aplica 150 mg de AMPD por via intramuscular profunda (nádega ou deltóide) a cada 3 meses (90 dias), com primeira 
dose aplicada nos primeiros 5 dias de menstruação (confirma a ausência da gestação), sendo que se aplicada nesse períodoo efeito 
contraceptivo é alcançado em 24 horas e mantido por cerca de 14 semanas (pode demorar até 18 meses); 
- Apresenta menor impacto nos níveis de FSH, permitindo que os níveis de estradiol permaneçam inalterados e semelhantes aos da fase 
folicular; 
**quando a injeção ocorrer após os 5 primeiros dias de menstruação, deve-se usar preservativos por 2 semanas** 
- Em caso de atraso inferior a 14 dias (última dose há menos de 14 semanas), a nova injeção pode ser aplicada; 
- Em caso de atraso superior a 14 dias (última dose há mais de 14 semanas), a nova injeção só poderá ser aplicada se o paciente não teve 
relações sexuais nos últimos 10 dias e a Beta-hCG for negativa – usa-se preservativo por 2 semanas por segurança; 
- Em caso de atraso superior a 14 dias (última dose há mais de 14 semanas) com paciente que teve relações sexuais nos últimos 10 dias, se a 
beta-hCG for negativa ela pode fazer a aplicação, mas deverá repetir a beta-hCG em 2 semanas e deve usar preservativo por segurança por 2 
semanas; 
- Ocorre retorno lento à fertilidade (ovulação) cerca de 6 a 9 meses após a última injeção – deve ser discutido na escolha do método; 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74 – Medicina Unimontes 
 
- Eficácia: igual à da ligadura tubária e superior aos demais métodos reversíveis, com exceção do implante subdérmico; 
 
- Efeitos benéficos: contracepção e redução dos sintomas da 
endometriose, da tensão pré-menstrual e da dor pélvica crônica, 
reduz o câncer de endométrio, diminui a ocorrência de convulsões 
e reduz as crises de anemia falciforme; 
- Possíveis efeitos colaterais: sangramento intermenstrual (ciclos 
menstruais imprevisíveis nos primeiros meses de uso, com 
melhora após uso prolongado - incidência de 50% no primeiro 
ano, que diminui para 10% posteriormente), amenorréia, ganho 
de peso, acne, náuseas, mastalgia, prejuízo às mudanças 
fisiológicas necessárias à lactação, cefaléia, alterações do humor e 
redução da densidade mineral óssea; 
- Vantagens: método de uso não diário, baixas taxas de gestação 
mesmo sem uso perfeito, eficácia semelhante à esterilização, suas 
concentrações séricas não são comprometidas pelo aumento do 
peso corpóreo ou por medicações que aumentam a atividade das 
enzimas hepáticas; 
- Seus critérios de elegibilidade da OMS são semelhantes aos dos progestogênios isolados; 
**em adolescentes é categoria 2, devido aos efeitos deletérios na densiometria mineral óssea** 
**em mulheres no puerpério são categoria 3 para uso com menos de 6 semanas, uma vez que o efeito das altas doses de progestogênios nos 
recém-nascidos pela amamentação são desconhecidos** 
- Medroxiprogesterona de depósito (AMPD) para uso subcutâneo – formulação com dose de AMPD de 104 mg/0,65 mL, com maior 
disponibilidade global – ainda não foi incluso pela OMS; 
e. CONTRACEPTIVOS REVERSÍVEIS DE LONGA AÇÃO (LARCs) 
- Métodos altamente eficazes e com duração contraceptiva igual ou superior a 3 anos; 
- Apresenta baixo risco de falhas associadas, uma vez que não depende da usuária e o seu uso típico e perfeito são equivalentes; 
- Devem ser oferecidos como a primeira linha de escolha para todas as mulheres que desejam anticoncepção; 
- É a opção mais segura e eficaz para pacientes com fatores de risco para baixa adesão a métodos anticoncepcionais, como adolescentes e 
usuárias de álcool e drogas; 
**as usuárias desses métodos apresentam maiores taxas de satisfação e adesão** 
 Implante Subdérmico 
- São bastonetes únicos de silicone, contendo progestogênios, que liberam esse hormônio anticoncepcional de modo regular; 
**opções: Norplant (6 cápsulas), Norplant II (2 bastões), Uniplant (cápsula única), Elcometrina (bastão único) e Implanon (implante único – 
mais utilizado)** 
- Composição: 68 mg de etonogestrel (metabólito ativo do desogestrel), que libera 60 a 70 Ug/dia no primeiro ano, 40 Ug/dia após 1 ano e 25 
a 20 Ug/dia em 3 anos, garantindo a contracepção por aproximadamente 3 anos; 
- Mecanismo de ação: inibe a ovulação, com ou sem luteinização do folículo não rompido (leva à produção de estrogênios em níveis normais), 
aumenta a viscosidade do muco cervical, inibe a penetração do espermatozoide e diminui a espessura endometrial; 
- Orientações de uso: o implante deve ser introduzido pelo médico com um aplicador específico que acompanha o produto, sob anestesia local 
no consultório; o implante é inserido abaixo da derme, na face interna do braço, entre os músculos bíceps e tríceps; é retirado, a partir de uma 
pequena incisão, sob anestesia local, após 3 anos; normalmente não há necessidade de realizar pontos, realizando apenas um pequeno 
curativo com esparadrapo; 
- Apresentam efeito contraceptivo imediato quando inseridos nos primeiros 7 dias do ciclo menstrual; 
- Quando a inserção ocorre após o 7° dia do ciclo menstrual é necessário contracepção adicional por pelo menos 3 dias; 
- Data para implante: em mulheres que não usavam hormônios a inserção deve ocorrer nos primeiros 5 dias a partir do início da menstruação; 
em mulheres que usavam contraceptivo oral combinado a inserção deve ocorrer nos primeiros 7 dias após a última pílula ativa; em mulheres 
que trocam qualquer método com progestagênio isolado por implante a inserção pode ser realizada a qualquer momento após a remoção do 
método anterior ou data prevista para fim da ação; em mulheres que sofreram aborto a inserção pode ocorrer 5 dias após aborto de primeiro 
trimestre e 6 semanas após aborto de segundo trimestre (e pós-parto); 
**para inserção é necessário teste de gravidez de urina negativo, sendo esse executado novamente 3 a 4 semanas após a inserção do 
implante** 
- Índice de Pearl: 0,0; 
- Possíveis efeitos colaterais: sangramento irregular (amenorréia e spotting), acne, dismenorreia, aumento do peso corporal, cistos ovarianos; 
- Vantagens: opção as mulheres com contraindicações para métodos hormonais combinados, retorno rápido à fertilidade (1 a 18 semanas), 
não necessita de uso diário, facilidade do uso à longo prazo, eficácia de proteção, amenorréia, menor incidência de gravidez ectópica, reduz a 
incidência de câncer de ovário, diminuição do risco do câncer do endométrio, segura para amamentação, melhoras da dor menstrual e na 
dismenorreia, efeitos benéficos da dor pélvica crônica, na congestão pélvica e na endometriose sintomática; 
- Apresenta uso seguro durante a amamentação; 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74 – Medicina Unimontes 
 
- Seus critérios de elegibilidade da OMS são semelhantes aos dos progestogênios isolados; 
- Indicação: pacientes que desejam um controle de natalidade reversível, de longo prazo, que não apresentem nenhuma contraindicação para 
o uso de implante e que esteja pronta para aceitar a mudança nos seus padrões de sangramentos menstruais; 
- Contraindicações: gravidez reconhecida ou suspeita, doença tromboembólica venosa ativa, doença hepática ativa, sangramento genital não 
diagnosticado, suspeita de câncer de mama, tumores dependentes de progesterona, alergia aos componentes do implante, uso de 
medicamentos indutores de enzimas hepáticas; 
 Sistema Intrauterino Liberador de Levonorgestrel 20 Ug (SIU-LNG 20) 
 
- Endoceptivo; 
- Composição: matriz de plástico em 
formato de T, com um reservatório de 
levonorgestrel de 52 mg, que o libera na 
taxa de 20 Ug/dia no primeiro ano de 
inserção, diminuindo progressivamente 
com o passar dos anos até atingir cerca 
de 11 Ug/dia ao final de 5 anos (tempo 
de duração preconizado para o SIU-
LING); 
- Mecanismo de ação: age sobre o muco 
cervical, gerando muco espesso e hostil 
à penetração do espermatozóide, de 
modo a inibir sua motilidade e prevenir a 
fertilização; com efeitos endometriais, 
devido à alta concentração de 
levonorgestrel, impedindo a resposta ao 
estradiol circulante; forte efeito 
antiproliferativo no endométrio; inibição 
da atividade mitótica do endométrio; 
mantém a produção estrogênica 
(possibilita boa lubrificação vaginal),mecanismos moleculares e efeito 
mínimo no eixo hipotálamo-hipófise 
ovariano (mais de 85% das mulheres 
ovulam durante seu uso); 
- Apresenta durabilidade contraceptiva 
de 5 anos; 
- Orientações de uso: sua inserção é 
realizada por profissional médico 
experiente, no consultório, em qualquer 
momento do ciclo sexual, desde que se 
tenha certeza da ausência de gestação; 
- Índice de Pearl: 0,2 no primeiro ano e 
de 0,7 aos 5 anos de uso – sua eficácia 
contraceptiva é comparável com a 
esterilização feminina; 
- Possível indicação: tratamento para 
sangramento uterino aumentado devido 
ao padrão menstrual favorável (gera 
diminuição progressiva no volume do 
fluxo menstrual e altas taxas de 
amenorréia - efeito comparável à 
ablação endometrial e à histerectomia), 
pacientes com dismenorreia associada 
ou não à endometriose, pacientes com 
adenomiose, tratamento de hiperplasia 
endometrial; 
- Benefícios: bom controle do ciclo menstrual, redução do fluxo menstrual (ocorre em 74 a 98% das mulheres) ou amenorréia (ocorre em 20 a 
60% das usuárias – forma de diferenciar das usuárias de DIU com cobre), melhora da dor pélvica, aumento da concentração de hemoglobina, 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74 – Medicina Unimontes 
 
tratamento eficaz para menorragia, alternativa para histerectomia e ablação endometrial, previne a anemia, veículo para terapia de reposição 
hormonal, minimiza os efeitos do tamoxifeno sobre o endométrio; 
**pode ser empregada como opção terapêutica para a menorragia, endometriose, hiperplasia endometrial, adenomiose e miomas uterinos** 
 
- Possíveis complicações na inserção: expulsão, dor ou sangramento, perfuração, infecção, 
gravidez ectópica e gravidez tópica; 
- Possíveis efeitos colaterais: mudança no padrão de sangramento menstrual (deve-se a 
ação da progesterona sobre o endométrio), sangramento prolongado ou spottings (ocorre 
em metade das novas usuárias durante o primeiro ano de uso), acne, cefaléia, mastalgia, 
depressão, ganho de peso (dificuldade de interpretação dos dados), cistos ovarianos 
funcionais (assintomáticos e de resolução espontânea); 
**a acne, cefaleia, mastalgia e depressão apresentam baixa incidência e são máximas no terceiro mês após a inserção, com redução posterior 
gradual** 
- Os critérios de elegibilidade da OMS são semelhantes aos dos progestogênios isolados; 
- Contraindicações absolutas: gravidez confirmada ou suspeita, distorção severa da cavidade uterina (septos, pólipos endometriais ou miomas 
submucosos), infecção aguda ou recente (em 3 meses) ou recorrente (DST), cervicite não tratada, alergia conhecida ao levonorgestrel e 
doença hepática aguda ou tumor de fígado; 
- Contraindicações relativas: fator de risco importante para DST, história anterior de problemas com anticoncepção intrauterina, sangramento 
uterino anormal não diagnosticado, imunodepressão, história anterior de reflexo vasovagal, história anterior de intolerância a progestagênios 
e mulheres que não aceitam desenvolver oligomenorreia ou amenorréia; 
 Dispositivo Intrauterinos (DIU) 
- Objeto sólido de formato variável, que é inserido através do colo uterino na cavidade uterina para evitar a gestação; 
- Grupos: não medicados (dispositivo impregnado de sulfato de bário, que gera uma reação inflamatória estéril ao corpo estranho, que produz 
lesão tecidual mínima espermicida), medicados/de cobre e hormonais; 
- Frameless – outra variedade de DIU sem moldura, que é implantado no interior da musculatura uterina, para evitar problemas relacionados à 
moldura, mas mantendo as propriedades do DIU de cobre – formado por fio de nylon que é inserido no miométrio fúndico com 6 anéis de 
cobre anexos; 
- Indicação: mulheres que estejam em busca de um método de confiança, reversível e de longo prazo; que apresentem contraindicações ao 
estrogênio ou que amamentam; 
- Riscos: perfuração uterina, infecção (causa a DIP – maior risco nos primeiros 20 dias após a inserção), expulsão (comum no primeiro ano), 
falha contraceptiva (possibilidade de gravidez ectópica e de aborto espontâneo); 
**não há evidências científicas da diferença nas taxas de infecção a partir profilaxia à infecção com doxiciclina ou azitromicina** 
- Orientações de uso: a inserção é realizada por médico experiente, em consultório, sem anestesia, em qualquer momento do ciclo menstrual, 
desde que se tenha certeza da ausência de gestação; 
**as taxas de infecção e os índices de expulsão são mais altos quando inseridos durante a menstruação** 
- Candidatas apropriadas: adultas jovens, adolescentes, nulíparas (apresentam aumento da dor e do fluxo menstrual), mulher pós-aborto, 
mulher pós-parto, amamentação, perimenopausa; 
- Procedimento de inserção: exame bimanual, inserção do espéculo na vagina para inspeção do cérvix, limpeza do cérvix e da vagina com 
antisséptico, pode ser necessário um bloqueio anestésico paracervical, pinçamento do lábio anterior do colo com a Pinça de Pozzi, 
tracionamento da pinça para retificar o canal, inserção do histerômetro até o fundo uterino (mede a profundidade do útero), o DIU é 
carregado no aplicador (em embalagem estéril), o profissional insere o DIU lenta e suavemente até o fundo uterino e remove o aplicador, 
corta-se os fios do DIU, deixando 3 cm de fora; 
- Remoção: utiliza a pinça de Cheron para tracionar o DIU pelo fio até sua completa visualização; 
- Acompanhamento: consultas devem ser realizadas após a primeira menstruação ou de 3 a 6 semanas após a inserção do DIU, com posterior 
rotina anual de acompanhamento – permite a exclusão de infecção, avaliação dos padrões de sangramento e avaliação as satisfação da 
paciente; 
- Contraindicações absolutas: gravidez, DIP, DST atual ou recente, sépsis puerperal, imediatamente após aborto séptico, cavidade uterina 
severamente deturpada, hemorragia vaginal inexplicada, câncer cervical ou endometrial, doença trofoblástica maligna e, em caso do DIU de 
cobre, alergia ao cobre; 
- Contraindicações relativas: fator de risco para DST ou HIV, imunidade comprometida, 48 horas à 4 semanas de pós-parto, câncer de ovário e 
doença trofoblástica benigna; 
- Efeitos colaterais: sangramento irregular ou aumento da quantidade de sangramento menstrual, dor, dimenorreia; 
- Possíveis problemas com o uso: fio perdido, problemas com a inserção (dor, síncope, hipotensão, bradicardia, sudorese), amenorréia, dor e 
hemorragia anormal; 
 Dispositivo Intrauterino de Cobre 
- Estrutura sólida de polietileno, revestida parcialmente por cobre – no Brasil encontra-se o DIU TCu 380 A, que apresenta duração de 10 anos 
e maior eficácia em relação aos demais modelos (Multiload 375, Multiload 250, Cobre 7220 e Cobre T200; 
- É um dos métodos contraceptivos mais utilizados no mundo, porém no Brasil representa 1,9% dos métodos utilizados; 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74 – Medicina Unimontes 
 
- Mecanismo de ação: a presença de um corpo estranho e de cobre na cavidade endometrial causa mudanças bioquímicas e morfológicas no 
endométrio e alterações no muco cervical (menor ascensão dos espermatozóides), devido à resposta inflamatória aumentada com acréscimo 
das citocinas citotóxicas (espermicida), ao aumento da produção de prostaglandinas (inibe a implantação) e à inibição das enzimas 
endometriais –> essas mudanças afetam o transporte do esperma e somam-se ao efeito direto dos íons de cobre sobre a motilidade 
espermática, de modo a reduzir sua capacidade de penetração no muco cervical – pode ser eficaz por até 12 anos; 
**não afeta a ovulação** 
- Índice de Pearl: 0,5 a 0,7 a cada 100 mulheres por ano; 
- É uma alternativa à esterilização em mulheres jovens e com contraindicações ao procedimento cirúrgico, visto que em 10 anos sua 
efetividade pode ser comparada à da esterilização tubária; 
- Pode ser associada à dor e dificuldade de inserção do DIU em nulíparas e multíparas, mas sem evidências para o uso de anestesia de 
bloqueio, uma vez que essa aumentaria os custos

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