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A ARTE DO DIAGNÓSTICO NO PLANEJAMENTO

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INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
FUNORTE / SOEBRAS 
 
 
ISABEL CRISTINA ALVES CORREIA 
 
 
 
 
 
 
A ARTE DO DIAGNÓSTICO NO PLANEJAMENTO 
ORTODÔNTICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santo André 
2012 
 
 
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ISABEL CRISTINA ALVES CORREIA 
 
 
 
 
 
 
 
A ARTE DO DIAGNÓSTICO NO PLANEJAMENTO 
ORTODÔNTICO 
 
Monografia apresentada ao colegiado de 
Pós-graduação da FUNORTE (Núcleo 
Santo André, Faculdades Unidas do 
Norte de Minas), como pré-requisito 
parcial para obtenção do título de 
Especialista em Ortodontia. 
Orientador: Profº. Ms. José Eduardo dos 
Santos 
 
 
 
 
 
 
 
Santo André 
2012 
 
 
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A ARTE DO DIAGNÓSTICO NO PLANEJAMENTO 
ORTODÔNTICO 
 
 
 
ISABEL CRISTINA ALVES CORREIA 
 
 
Monografia apresentada ao Instituto de Ciências da Saúde FUNORTE / SOEBRAS – Núcleo Santo 
André como parte dos requisitos para obtenção do título de ESPECIALISTA pelo Programa de Pós-
Graduação em ODONTOLOGIA – Área de Concentração Ortodontia. 
 
Data de aprovação _____/ _______/ _____ 
 
 
COMISSÃO EXAMINADORA 
 
 
Orientador: Prof. Ms. José Eduardo dos Santos 
 
Prof. Mariângela da Silva Braga 
 
Prof. Ms. Fabio Trevisan 
 
CONCEITO FINAL:__________________________ 
 
 
3 
 
 
RESUMO 
 
 
 
Ao longo do tempo o ser humano sofre um processo de evolução e em cada período 
é dada importância à imagem conforme a época. 
Nos dias atuais, com o avanço da cirurgia ortoprática as pessoas têm a 
oportunidade de mudar características que não se enquadram aos padrões de 
beleza vigente, ou seja, conseguem mudar suas faces. 
Assim, para a elaboração de um diagnóstico e planejamento ortodôntico surgiu a 
necessidade de dar maior importância à análise facial, que é o elemento de 
diagnóstico mais importante atualmente. 
Mas, como o planejamento ortodôntico é complexo e existem muitos recursos para a 
elaboração do diagnóstico, o objetivo desse trabalho foi dar uma pincelada geral nos 
elementos usados atualmente, através de uma revisão de literatura. 
Concluiu-se que na elaboração do diagnóstico e planejamento ortodôntico deve-se 
levar em consideração a Queixa Principal e elaborar um exame clínico minucioso do 
paciente, dando atenção a cada fase de seu desenvolvimento. E a documentação 
ortodôntica deve ser um recurso necessário a ser utilizada nesse processo. 
 
 
Palavras-chave: Diagnóstico e Planejamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
ABSTRACT 
 
 
 
Over time the human being undergoes a process of evolution and in each time period 
is given importance to the image depending in the season. 
Nowadays with the advancement of surgery ortopractice people have the opportunity 
to change features that do not fit the prevailing standards of beauty, in other words, 
can change their faces. 
Thus, for the preparation of an orthodontic diagnosis and planning became 
necessary to give greater importance to facial analysis, which is the most important 
element of diagnosis today. 
But as orthodontic planning is complex and there are enough resources for making 
the diagnosis, the aim of this study was to brush it on elements in general use today, 
through a literature review. It was conclude that in diagnosis and orthodontic planning 
must take into account the Main Complaint and draw up a detailed physical 
examination of the patient, paying attention to every stage of its development. And 
the orthodontic documentation should be a necessary resource to be used in this 
process. 
 
 
Keywords: Diagnosis and planning. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
 
 
PNC – posição natural da cabeça 
SCP – surto de crescimento puberal 
STCA – análise cefalométrica dos tecidos moles 
CBCT – cone beam computed tomograph (tomografia computadorizada cone beam) 
TC – tomografia computadorizada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sumário 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7 
2 PROPOSIÇÃO ......................................................................................................... 9 
3 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 10 
4 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 44 
5 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 49 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 50 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1 INTRODUÇÃO 
 
 
 
Todos os dias temos a oportunidade de conhecer inúmeras pessoas e cada 
uma delas possui uma face diferente. Jamais existiu ou existirão duas pessoas 
idênticas, mesmo sendo gemêas univitelinicas. A face de cada pessoa é uma 
característica unicamente sua. 
Isso acontece porque o ser humano tem a capacidade de detectar diferenças 
muito pequenas na forma, largura e proporções relativas entre os tecidos duro e 
mole. 
Os profissionais da área de saúde têm aumentado suas habilidades em 
transformar faces, motivo pelo qual se necessita reconhecer o que é ou não belo, 
embora a beleza seja uma característica que depende da cultura, da preferência 
individual e mesmo do próprio período de tempo para ser apreciada. 
Atualmente, o diagnóstico e planejamento ortodôntico são baseados no 
equilíbrio e na harmonia dos traços faciais, apesar das mudanças faciais serem 
difíceis de realizar, especialmente quando há relação com a oclusão dentária. 
Hoje, o paciente busca num tratamento ortodôntico não só corrigir a 
maloclusão dentária, mas também uma forma de melhorar a estética do sorriso e da 
face. 
Assim, a análise do tecido mole facial deve ser o elemento fundamental na 
elaboração do diagnóstico ortodôntico, lembrando que as radiografias convencionais 
com seus traçados cefalométricos devam ser sempre consultadas. 
Além de todos os conhecimentos adquiridos e aumentados ao longo da 
profissão, o ortodontista necessita dar importância aos elementos de diagnóstico 
contidos na documentação ortodôntica que se constitui de fotos extra e intraorais, 
telerradiografias com traçados cefalométricos, radiografias panorâmica e periapicais 
e os modelos de estudo. 
É responsabilidade do profissional atender à queixa principal de seu paciente 
e, na impossibilidade de melhorar o perfil e a oclusão, é justo que não sejam 
modificados para pior. 
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Hoje, com o grande avanço tecnológico, a odontologia tem cada vez mais 
recursos à sua mão, como a tomografia computadorizada cone beam, a qual oferece 
muito mais detalhes que as técnicas convencionais. 
Paralelamente a informatização está disponibilizada ao profissional e os 
elementos de diagnóstico das documentações estão se tornando virtuais, fato que 
tem auxiliado muito o profissional na elaboração do diagnóstico e planejamento 
ortodôntico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
2 PROPOSIÇÃO 
 
 
 
A finalidade desse trabalho é enfatizar a maneirapela qual se baseia a 
elaboração do diagnóstico nos dias atuais, a fim de que o plano de tratamento 
ortodôntico venha alcançar os melhores objetivos possíveis, a satisfação do paciente 
unida à correção da oclusão e à melhora das características estéticas faciais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 REVISÃO DE LITERATURA 
 
 
GUARDO (1985) afirmava que um dos aspectos a ser considerado para se 
chegar a um diagnóstico preciso, é o exame clínico do paciente, mesmo que isso 
apresente apenas uma ideia geral. Nesse exame, o profissional poderia interpretar a 
aparência geral deste paciente, registrando assimetrias, desequilíbrios, queixo, 
plano de perfil estético de Ricketts. 
Ele fazia parte da corrente de pensamentos em que a normalidade no ser 
humano é algo subjetivo, bem como a anormalidade. Definiu que anomalia 
ortodôntica como todo estado fisiológico está na média da maioria dos indivíduos de 
sua raça, no que diz respeito a volume, forma, posição e função do sistema 
estomatognático. 
Sobre o desenvolvimento geral do paciente, explicava que, deve-se analisar a 
criança genericamente no que diz respeito ao fenômeno de tamanho e peso, bem 
como a diferenciação dos componentes deste organismo que conduzem à 
maturidade das funções físicas e psíquicas. Deve-se observar, no caso de paciente 
do sexo feminino, se já teve a primeira menstruação, pois após ter ocorrido o mento 
cresce bem pouco, assim como a região da glabela e malar. 
 
JERROLD & LOWENSTEIN (1990), explicavam que as linhas médias 
coordenadas e relativa simetria são tópicos básicos para a apreciação do equilíbrio e 
harmonia facial. 
Torna-se necessário que o ortodontista faça o diagnóstico diferencial do 
desvio da linha média, tanto nos arcos dentários quanto na face. 
As discrepâncias de linha média, problema muito comum e persistente 
principalmente em casos de classe II, têm como causa principal a mudança 
mandibular resultante de uma mordida cruzada posterior ou desvio da mandíbula, 
devido a um contato prematuro, a assimetria no arco, a discrepância de tamanho 
dentário ou qualquer combinação destes. Uma das causas frequentes também é a 
retração de caninos, que em casos de tratamento com exodontias, não é dada 
atenção suficiente à coordenação das linhas médias. 
Concluíram que a atenção à coordenação da linha média e simetria facial 
auxilia o ortodontista a alcançar: 
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1 – Máxima intercuspidação e função; 
2 – Estabilidade no tratamento ortodôntico; 
3 – Melhor estética dentária e facial; 
4 – Proteção à articulação têmporo-mandibular; 
5 – Aumento da autossatisfação do seu trabalho. 
 
GROSSI, MAZZIEIRO & LUNDSTROM (1992), com o objetivo de avaliar as 
possíveis semelhanças entre diagnósticos baseados nas análises cefalométricas 
esqueléticas sagitais e diagnósticos exclusivamente em análises dos tecidos 
tegumentar, elaboraram um estudo com 30 telerradiografias em norma lateral em 
posição natural da cabeça (PNC) de 30 indivíduos sem tratamento ortodôntico 
prévio, apresentando harmonia e equilíbrio facial, com selamento labial passivo, 
oclusão normal, segundo os preceitos de Andrews ou maloclusão de classe I com 
apinhamento leve e todos os elementos dentários presentes. 
Basearam-se nas análises cefalométricas dos traçados de Riedel, Ricketts e 
MacNamara Jr. para as análises sagitais esqueléticas e as análises tegumentar 
propostar por Spradley, Jacobs e Crowe, usando as seguintes medidas 
cefalométricas angulares: SNA, SNB, profundidade facial, profundidade maxilar, 
Nperp-A, Nperp-Pog, SNvert-LS, SNvert-Li e SNvert-Pog. 
Depois de feitas todas as análises, chegaram à conclusão de que não havia 
concordância nos diagnósticos obtidos pelas diferentes análises cefalométricas 
consultadas entre si e nem com comparações entre as esqueléticas com o tecido 
tegumentar, portanto, na elaboração do diagnóstico e plano de tratamento, as 
análises cefalométricas não devem ser consideradas ferramentas principais. 
 
Para ARNETT & BERGMAN (1993) o plano de tratamento das mudanças 
estéticas faciais nunca foi fácil, especialmente quando há integração com a correção 
da oclusão. 
Infelizmente, a correção da oclusão nem sempre levou à correção ou mesmo 
à manutenção da estética facial. Muitas vezes, ao se corrigir a oclusão, há prejuízo 
do equilíbrio facial. Isso pode ser devido à falta de atenção para a estética ou 
simplesmente pela falta de compreensão do que se deseja como objetivo estético. 
A habilidade em reconhecer uma face bonita é inata, mas traduzi-la em 
objetivos definidos de tratamento é problemático. Para os autores, a percepção da 
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beleza sempre foi uma preferência individual, com influência cultural. Os 
profissionais da área da saúde se dedicam em promover mudanças faciais, assim 
existe a necessidade de se entender o que é belo. 
Com o advento das radiografias cefalométricas, desenvolveram-se várias 
análises com a finalidade de qualificar e quantificar os perfis faciais. 
O exame clínico facial tem sido subordinado ao exame cefalométrico no 
planejamento ortodôntico. É difícil a obtenção, mensuração e comparação das 
mudanças com o exame facial, o que é rotineiramente medido na cefalometria. Os 
valores normativos estão disponíveis, mas não são utilizados para direcionar as 
decisões no diagnóstico e movimento dentário, tão claramente como os valores 
cefalométricos. Isto levou a não-enfatização do exame clínico no plano de 
tratamento ortodôntico. 
Em se falando de diagnóstico e plano de tratamento baseados em modelos, o 
resultado facial pode ser negativo, embora esses sejam essenciais para o estudo 
das necessidades de espaço, forma do arco e relações interarcos. 
 
De acordo com ARNETT & BERGMAN (1993), para o exame facial frontal e 
perfil, foram selecionados 19 traços faciais sendo que para tais avaliações levaram 
em consideração a posição natural da cabeça, relação cêntrica e postura labial 
relaxada. 
Em relação à linha média concluíram que as assimetrias podem ocorrer em 
qualquer fase do crescimento e desenvolvimento facial. 
 
Segundo ENLOW (1993), as faces dos seres humanos são particularidades 
individuais, mesmo sabendo que todos possuem olhos, nariz, boca, bochechas e 
queixos, eles nunca poderão ser idênticos, nem mesmo gêmeos univitelínicos. 
Esse fato se explica mais pela grande capacidade que o homem tem em 
observar detalhes, do que pelas reais diferenças existentes em cada face. 
As faces de meninos e meninas na pré-puberdade são muito parecidas. Na 
menina o desenvolvimento facial começaria a diminuir por volta dos 13 anos, 
enquanto que, para o menino demoraria um pouco mais. Isso deveria ser levado em 
consideração pelos ortodontistas e cirurgiões ortognáticos no diagnóstico e 
planejamento do tratamento ortodôntico para menino e menina. 
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Linhas e rugas faciais desenvolviam-se em regiões características da face, 
particularmente no período da meia-idade. Uma das primeiras marcas de expressão 
seria o sulco naso-labial que aparece por volta dos 30 ou 40 anos de idade. Seria 
importante que o ortodontista verificasse bem a face do paciente quando houvesse 
planejamento sobre exodontias para não levar a um envelhecimento precoce do 
mesmo. 
 
MEROW & BROADBENT (1993) definiram radiografia cefalométrica como 
sendo uma técnica de imagem com a finalidade de efetuar medidas da cabeça. 
Utilizada amplamente em pesquisas sobre crescimento, diagnóstico ortodôntico e 
avaliação de tratamento. 
O primeiro a introduzir a técnica radiográfica foi o Dr. Holly Broadbent, 
tornando aradiografia cefalométrica um meio de produzir cefalogramas laterais e 
frontais com o indivíduo numa posição fixa e reproduzível. 
A radiografia lateral da face era a mais usada pelo ortodontista rotineiramente 
na determinação das proporções faciais, de possíveis assimetrias e posições 
dentárias específicas. 
Concluíram que, quando o ortodontista compara seu paciente com os 
resultados tidos como normais, das cefalometrias, ele está generalizando o mesmo, 
levando a possibilidade de erro de diagnóstico. 
 
BISHARA; BURKEY; KHAROUF (1994) relataram que as assimetrias na face 
e dentição, são fenômenos comuns e de diferentes etiológicas tais quais: 
1 – Más-formações genéticas ou congênitas; 
2 – Fatores ambientais; 
3 – Desvios de funções. 
 
Para SUGUINO et al. (1996), as definições para diagnóstico e planejamento 
se traduziam em equilíbrio e harmonia dos traços faciais. 
Eram da opinião que, para um correto diagnóstico, o exame clínico do 
paciente, bem como a análise facial numa vista frontal e lateral eram tópicos 
essenciais. Para eles, o paciente deveria ser examinado com a posição natural da 
cabeça (PNC), ereto, olhando para a linha do horizonte ou num espelho. 
 
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 Figura 1 Figura 2 Figura 3 
Figura 1 – Fotografia obtida com a câmera digital para a pré-seleção da amostra. 
Figura 2 – Fotografia de frente feita em estúdio. 
Figura 3 – Fotografia de perfil em estúdio. 
Fonte: LOPES et al. Rev. Clin. Ortodon. Dental Press, Maringá, v.5, n.6, p.95-105, dez. 2006/jan. 
2007. 
 
 
 
 
 Figura 4 Figura 5 
Figura 4 – Paciente na PNC com o prumo vertical. 
Figura 5 – Telerradiografia em norma lateral. 
Fonte: LOPES et al. Rev. Clin. Ortodon. Dental Press, Maringá, v.5, n.6, p.95-105, dez. 2006/jan. 
2007. 
 
Afirmaram que no planejamento, o exame clínico facial, deveria ser 
confrontado com o exame cefalométrico e nunca confiar apenas em medidas 
imprecisas. 
Em relação aos modelos de estudo, afirmaram que mudanças na oclusão 
baseadas em modelos poderiam comprometer a estética facial do paciente, embora 
eles não devessem ser descartados, pois oferecem subsídios para o estudo de 
necessidades de espaço, forma do arco e relações interarcos. 
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Numa análise frontal da face do paciente seria bom observar a 
proporcionalidade dos terços que correspondem à altura vertical, os terços médio e 
inferior deveriam guardar uma proporção de 1:1. Outro ponto importante é a linha 
média facial e dentária que precisariam estar coincidentes e coordenadas. 
Para um sorriso harmônico a exposição ideal ao sorrir seria de ¾ da altura da 
coroa para 2mm de gengiva, sendo um pouco mais nas mulheres que nos homens. 
Numa vista de perfil do paciente, fazia-se necessário prestar atenção ao 
ângulo naso-labial onde a variação desejável seria entre 85° a 105°. 
 
ALEXANDER (1997) enfatizava que o número de técnicas ortodônticas era 
quase tão grande quanto o de ortodontistas. Ele considerava a peça chave dos 
procedimentos de diagnóstico a ficha clínica que se dividia em: 
1 – Dados dos pacientes 
2 – Dados da radiografia panorâmica 
3 – Informações das fotos 
4 – Análise de modelos 
5 – Análise cefalométrica 
6 – Exame do paciente 
7 – Plano de tratamento. 
 
Afirmava que além de ciência a Ortodontia é uma arte. Os ortodontistas não 
tratavam de radiografias ou números, tratavam de seres humanos. 
Consequentemente havia de buscar o equilíbrio entre os dados do diagnóstico e o 
da avaliação feita diretamente no paciente. 
 
Segundo URSI apud MORAES et al. (1998), o desenvolvimento do homem 
possuía características próprias, com um curso de cerca de vinte anos, 
apresentando períodos de aceleração no seu longo crescimento, sendo que o 
aumento em estatura mais importante era o chamado surto de crescimento puberal. 
 
Tendo em vista que a idade cronológica pouco mostra sobre o verdadeiro 
grau de desenvolvimento do indivíduo, MORAES et al. (1998), com o objetivo de 
auxiliar o ortodontista a fazer uma avaliação do crescimento por meios de 
radiografias dentárias em seu próprio consultório, elaboraram um estudo tendo como 
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base a mineralização dos dentes inferiores posteriores e curva de crescimento 
puberal (SCP). 
Concluíram que a duração do SCP foi por volta de três anos, tanto para 
menina, quanto para menino, sendo que o início para os meninos é por volta de 10 a 
16 anos e para as meninas de 9 a 14 anos de idade. Existe uma relação de 
ocorrência de mineralização / SPC significante e que o fechamento apical do canino, 
pré-molares e segundo molares é fator indicativo de que o SCP já chegou ao final. 
 
JEFFREY et al. (1998) afirmaram que um dos principais objetivos do 
tratamento ortodôntico é a obtenção da melhor estética facial para um dado 
paciente. A simetria frontal seria o aspecto mais crítico do diagnóstico, porque é a 
perspectiva de que o paciente verá com mais frequência. 
Algum grau de assimetria facial normalmente ocorre em praticamente todos 
os indivíduos. Desvios de estruturas medianas à direita ou à esquerda, tais como o 
nariz, queixo, ou linha média, no entanto ainda não é considerado normal. 
As causas dos desvios das linhas médias poderiam ser: 
1 – Assimetrias esqueléticas devido ao mau-posicionamento da mandíbula ou 
maxila 
2 – Assimetrias dentárias resultante de deslocamentos 
3 – Deslocamento das arcadas superior ou inferior 
4 – Apinhamentos assimétricos 
5 – Espaçamentos nos arcos 
6 – Rotações dentárias 
7 – Discrepância de tamanho dentário. 
Elaboraram um estudo sobre a aceitabilidade dos desvios de linha média 
concluindo que um desvio maior que 2mm foi considerado antiestético para a 
maioria dos entrevistados. 
Quanto à aceitabilidade em relação à estética que o desvio da linha média 
produz na face, os ortodontistas foram os menos intolerantes, seguidos pelos 
dentistas clínicos gerais, pais e os próprios pacientes pela sequência. 
Finalmente chegaram à conclusão de que se deve dar maior importância à 
linha média superior, por ser ela a mais suscetível às críticas. 
 
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ALVES, VIEIRA, TOTTI (1998) efetuaram um estudo com a finalidade de 
avaliar a interferência do meio ambiente no desenvolvimento do sistema 
estomatognático dos gêmeos univitelinos. Para tal, utilizaram os meios de 
diagnóstico em Ortodontia, no caso a documentação ortodôntica composta de 1) 
Modelos de estudo; 2) Fotografias intra e extraorais e 3) Telerradiografias 
cefalométricas. 
Examinando a documentação dos dois indivíduos constataram alterações 
esqueléticas, dentárias e musculares entre eles e, levando em consideração que 
gêmeos univitelinos são geneticamente idênticos, puderam concluir que interferência 
do meio ambiente, tais como postura durante o sono, respiração bucal, provocadas 
pela obstrução das vias aéreas superiores podem causar alterações no sistema 
estomagnático, ficando clara a necessidade de se proceder a um exame clínico 
criterioso a fim de identificar no diagnóstico algum hábito pernicioso que seja a 
causa da maloclusão dentária ou esquelética. 
 
 
 Figura 6 Figura 7 
 
 Figura 8 Figura 9 Figura 10 
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 Figura 11 Figura 12 
 
 
 Figura 13 Figura 14 Figura 15 
Figuras de 6 a 15: Fotografia intra-bucal de A.M.P. Fonte: ALVES, J.C.; VIEIRA, P.S.R.; TOTTI, J.I.S. 
Revista do CROG, v.4, n.2, jul/dez, 1998, p. 126-132. 
 
 
ARNETT et al. (1999)elaboraram um estudo com 46 modelos adultos, 
brancos, todos com oclusão classe I natural, observando apenas o equilíbrio facial 
para enfatizar a medição dos tecidos moles faciais para planejamento e tratamento 
ortodôntico. Nesse estudo foram marcados pontos importantes na face do paciente 
com dispositivos metálicos e em seguida foram realizadas radiografias para a 
análise cefalométrica dos tecidos moles (STCA). Foram encontrados os seguintes 
resultados: 
1 – Posição natural da cabeça, lábios relaxados, côndilos assentados são 
posições essenciais; 
2 – A posição natural da cabeça deve ser ajustada para alguns pacientes 
utilizando o julgamento clínico; 
3 – A análise cefalométrica dos tecidos moles (STCA) é uma ferramenta de 
diagnóstico facial; 
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4 – Diagnóstico STCA é utilizado para planejamento do tratamento 
cefalométrico; 
5 – Análise facial clínica é utilizada para aumentar informações cefalométricas 
dentre outras. 
 
A definição de maloclusão para JONES & OLIVER (1999) era a irregularidade 
dos dentes ou á relação das arcadas dentárias para variações aceitáveis da 
normalidade. A maioria das maloclusões tem origem genética, embora os fatores 
ambientais possam interferir no processo normal de desenvolvimento levando a uma 
anomalia. 
Na elaboração do diagnóstico e plano de tratamento ortodôntico faz-se 
necessário a classificação das maloclusões. Muitas classificações têm sido 
propostas, mas uma reconhecida de maneira generalizada é a classificação de 
Angle, que se baseia na relação do primeiro molar que, de acordo com sua posição, 
as maloclusões são classificadas em classe I (normoclusão), classe II (distoclusão) e 
classe III (mesioclusão). Nessa classificação, o pensamento era de que, de acordo 
com a classificação da oclusão, o padrão esquelético também poderia ser avaliado. 
Mas sabe-se que a classificação oclusal e esquelética pode não necessariamente 
ser coincidente. 
 
 
 
 
Figura 16 Figura 17 
 
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Figura 18 Figura 19 
Fonte: JONES, M.L.; OLIVER, R.G. Manual de Ortodontia de Wather e Houston Maloclusão. 
Tradução por Ana Julia Perrotti Garcia. São Paulo: Santos, 1999, cap. 5, p.43-50. 
 
VEDOVELHO FILHO et al. (2002) acreditaram que se faz necessário 
observar as características estéticas faciais para as práticas dos procedimentos 
ortodônticos. Defendiam que a análise facial era um exame complementar 
indispensável para o diagnóstico e planejamento ortodôntico e que a melhoria da 
estética facial deveria ser o principal objetivo do tratamento das maloclusões. 
Na opinião deles, o ideal seria utilizar os dados da análise cefalométrica em 
concordância com a análise facial frontal para se chegar a um diagnóstico 
satisfatório que viesse de encontro aos anseios dos pacientes. 
 
Para SANDLER & MURRAY (2001), as fotografias constituíram parte 
essencial à documentação ortodôntica, sendo um elemento de diagnóstico 
importante. 
A fotografia digital esteve disponibilizada desde 1981 e o seu uso ampliou-se 
para muitos comércios e profissões, como na Odontologia, em especial a Ortodontia. 
A fotografia digital oferece muitas vantagens como: 
1 – Visualização imediata; 
2 – Baixo custo de armazenamento; 
3 – Sem custos de filmes ou transformações (revelação); 
4 – Não envelhecimento de fotos; 
5 – Fácil duplicação; 
6 – A transmissão em todo mundo em segundo dentre outros. 
 
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RICKETTS apud SANTOS (2003) aplicando princípios matemáticos e 
geométricos demonstrou que proporções, tal qual a Proporção Áurea, são 
encontradas em faces de pessoas consideradas belas. 
Ele ainda defendeu a posição natural da cabeça (PNC) e a morfologia 
craniofacial como base postural para estudos fotográficos e cefalométricos. 
Sobre a fotografia como elemento auxiliar de diagnóstico, SANTOS (2003), 
elaborou um trabalho sobre a Proporção Áurea em fotografias faciais de indivíduos 
com oclusão normal. Ele citou o uso de fotografias em norma frontal e lateral como 
um grande auxiliar na análise facial. O paciente busca, no tratamento ortodôntico a 
estética facial, o que na verdade está em concordância com a correta posição 
dentária. 
 
GOMES & WADSWORTH apud CAVASSANI (2003) em estudo sobre hábitos 
orais nocivos, constataram que os mais frequentes são: 
1 – Mordida aberta; 
2 – Hipotonia dos órgãos fonoarticulatórios; 
3 – Respiração bucal; 
5 – Estreitamento do palato provocando mordida cruzada posterior. 
 
Concluindo, eles relataram que uma vez feito o diagnóstico de hábitos orais 
viciosos, é importante a inter-relação de disciplinas como Ortodontia, Fonoaudiologia 
e Otorrinolaringologia na terapia do paciente. 
Para se realizar um exame clínico eficiente, CAVASSANI et al. (2003) 
procurou dar importância a existência por parte do pacientes de hábitos nocivos ao 
desenvolvimento do sistema estomatognático. 
 
O diagnóstico ortodôntico e a expectativa do paciente em relação ao 
tratamento, para MARTINS (2003), nem sempre estavam em concordância. É 
importante que o profissional saiba a queixa principal do paciente, para que na 
elaboração do plano de tratamento possa alcançar os objetivos do mesmo e a 
resolução dos problemas dentários e estética facial. 
 
VARGAS NETO et al. (2003) consideravam os modelos ortodônticos, 
elementos de diagnóstico muito importante para se estudar: 
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1 – A forma dos arcos dentários e sua simetria; 
2 – As relações sagital, vertical e transversal; 
3 – Inclinações e rotações dentárias; 
4 – Contato proximais dos dentes; 
5 – Grau de profundidade da curva de spee; 
6 – Discrepâncias de modelo e tamanho dentário. 
Para que haja uma boa intercuspidação dos dentes, ao final do tratamento 
ortodôntico, é necessário que, ao elaborar o diagnóstico deve identificar se há 
discrepância de tamanhos dentários, sendo que a análise mais utilizada é a “Análise 
de Bolton”. 
As abordagens terapêuticas para discrepância de tamanho dentário são: 
1 – Recontorno das superfícies proximais (slices); 
2 – Acréscimo de material restaurador para fechamento de diastemas; 
3 – Exodontias de pré-molares ou até mesmo de incisivo inferior; 
4 – Angulações e inclinações dentárias. 
 
COSTA et al. (2004) em uma revisão de literatura sobre a análise facial no 
diagnóstico ortodôntico, consideraram essa como sendo o elemento de diagnóstico 
mais importante para a Ortodontia. 
Constataram que a busca pela beleza e equilíbrio facial vem sendo o principal 
objetivo dos tratamentos ortodônticos, embora o conceito de beleza seja relativo e 
teve mudanças a cada década ao longo da história da Ortodontia. 
Em análise frontal e de perfil há sempre a necessidade de valorizar a 
harmonia dos tecidos moles sobre a base esquelética, verificando também a estética 
do paciente tanto em repouso quanto sorrindo. 
 
Segundo ROTTA (2004), haverá que se considerar na elaboração do 
diagnóstico, exames complementares tais como tomografia computadorizada e 
ressonância magnética, com a finalidade de adicionar informações não detectadas 
pelo paciente, e nem pelo profissional no exame clínico. 
As principais aplicações desses exames na Odontologia incluem: 
1 – Estudo das assimetrias faciais; 
2 – Verificação das vias aéreas superiores com apneia; 
3 – Biomodelos para diagnóstico de cirurgia ortognática; 
23 
 
 
4 – Avaliação de estrutura óssea para implantes; 
5 – Detecção de reabsorções dentárias; 
6 – Localização e posicionamento de dentes retidos. 
 
A definição de diagnóstico para TANAKA, MARVO & CAMARGO (2004) ia 
mais além do que definir uma maloclusão, fazia-se necessário antes saber o que é 
umaoclusão normal. Para eles o profissional antes de elaborar um plano de 
tratamento e materiais a serem utilizados, teria que ir a busca de todos os elementos 
disponíveis e nos próprios conhecimentos científicos adquiridos ao longo de sua 
formação para chegar a um diagnóstico que fará com que o trabalho realizado fosse 
bem finalizado. 
 
BARISON et al. (2005) elaboraram um estudo comparativo sobre 
documentação ortodôntica convencional e documentação ortodôntica digital para 
verificar a confiabilidade desta para realização das análises diagnósticas. 
Concluíram que a documentação ortodôntica digital além de poder substituir a 
documentação convencional, ainda traz uma série de vantagens, tais como: 
1 – Facilidade de comunicação entre profissionais para discussão de casos à 
distância; 
2 – Levantamento de dados com maior rapidez; 
3 – Promove comparações ao longo do tratamento; 
4 – Proteção a modelos ortodônticos quanto a fraturas; 
5 – Economia de espaço para armazenamento de documentações, já que as 
digitais ficam em arquivos. 
 
Segundo REIS et al. (2006), para a construção de um sorriso saudável, mas 
principalmente estético, a odontologia moderna tem trabalhado no sentido de fazer 
conexão entre as diversas especialidades. 
Diagnóstico elaborado em bases puramente científicas como as medidas das 
análises cefalométricas usadas indiscriminadamente, tem levado a resultados 
insatisfatórios. 
 
PERRIN (1921) apud REIS et al. (2006) afirmou que o conceito de beleza 
depende mais de quem observa do que daquele que é observado. 
24 
 
 
A análise facial subjetiva, segundo eles, permitia estabelecer um parâmetro 
de faces aceitáveis esteticamente, faces agradáveis e faces desagradáveis. Desde 
que o paciente possuísse vedamento labial passivo, já se aceitava como uma face 
esteticamente aceitável. Assim, o ortodontista, em seu diagnóstico, tinha uma ideia 
de que o paciente necessitasse intervenção cirúrgica ou mesmo que se realizassem 
tratamentos compensatórios desde que não modificasse para pior a imagem estética 
do paciente. 
 
Para DIFRANCESCO et al. (2006) na determinação do diagnóstico, o 
ortodontista deveria fazer um bom exame clínico do paciente e ficar atento às 
alterações nas telerradiografias das vias aéreas, e uma vez detectada qualquer 
alteração, encaminhá-lo para o otorrinolaringologista. 
Afirmaram que durante o desenvolvimento da oclusão, os fatores ambientais 
externos e internos, associados à genética, poderiam causar uma alteração dento-
facial do indivíduo. Para pacientes com maloclusões, principalmente os dolicofaciais, 
seria fundamental o diagnóstico da obstrução nasal, que uma vez constatada 
deveria ser tratada precocemente de maneira multidisciplinar. 
 
Sobre os novos conceitos do diagnóstico ortodôntico, THIESEN (2006), é da 
opinião que se deve valorizar o papel da análise facial, pois ortodontistas que 
elaboram seu diagnóstico visando encontrar metas cefalométricas, podem ter 
insucesso no tratamento ortodôntico, pois são muitas as variáveis que tornam o 
estudo cefalométrico inexato. 
Ele concluiu que um planejamento ideal requer considerações dos tecidos 
tegumentares e dos tecidos duros, visto que ambos são importantes para se obter 
um resultado satisfatório ao final do tratamento. Uma compreensão conjunta à 
análise facial, ao exame clínico criterioso, à cefalometria e ao estudo dos modelos 
de gesso, parecia ser o ideal naquele momento. 
 
Segundo ONISHI, AMARAL, CARVALHO (2006), a compreensão dos eventos 
relacionados ao crescimento era de suma importância na Ortodontia clínica. O 
correto planejamento ortodôntico dependia, muitas vezes, da análise cuidadosa do 
padrão de crescimento e desenvolvimento do paciente, que acontece de maneira 
25 
 
 
diferente em cada indivíduo, não podendo ser usada a idade cronológica para 
elaboração do diagnóstico. 
Para avaliar o real estágio de desenvolvimento pode-se utilizar idade dentária, 
óssea, crescimento corporal, menarca, alteração de voz e radiografia de mão e 
punho que é de suma importância e confiabilidade. 
A fim de verificar o fenômeno da menarca na curva de crescimento estatural, 
os autores em questão realizaram um estudo com 132 meninas do ensino 
fundamental, as quais foram submetidas à tomada radiográfica de mão e punho no 
prazo máximo de 30 dias após a menarca. As radiografias foram analisadas e 
comparadas com a curva de crescimento estatural, chegando às seguintes 
conclusões: o evento menarca acontece muito próximo do pico de surto puberal 
assim como muito próximo do seu término, nunca precedendo o mesmo e também 
nunca precede o surto de crescimento, e sim 15 a 17 meses após o mesmo, bem 
como o crescimento estatural da menina. 
 
Com a finalidade de avaliar se havia variação entre as medidas 
cefalométricas a partir de técnicas radiografias, HAITER NETO et al. (2007) 
elaboraram um estudo com 50 indivíduos (25 do sexo masculino a 25 do sexo 
feminino com idade média de 21 anos), com o propósito de comparar a análise facial 
realizada sobre telerradiografias laterais, uma de forma convencional e outra obtida 
com o paciente em posição natural da cabeça. 
Apesar de a amostra constar de pacientes jovens e com harmonia facial, 
concluíram que, para o gênero masculino, foram encontradas diferenças 
relacionadas às medidas de posturas e do perfil facial. Deste modo, concluíram que 
a posição natural da cabeça deve ser utilizada para análise facial, que em adição à 
avaliação clínica, permite um planejamento mais seguro e mais próximo da realidade 
do paciente, visto que esse tipo de avaliação respeita a postura assumida pelo 
indivíduo em seu cotidiano. 
 
GARIB et al. (2007) elaboraram um estudo sobre a tomografia 
computadorizada de feixe cônico – cone beam – cone beam computed tomography 
(CBCT), método de diagnóstico moderno que promete superar a tomografia 
computadorizada (TC) tradicional, bem como as radiografias convencionais. Dentre 
as possibilidades de aplicação desse método por imagem no diagnóstico em 
26 
 
 
Ortodontia exemplifica-se a avaliação tridimensional de dentes retidos e sua relação 
com os dentes e estruturas vizinhas. 
Concluíram que devido principalmente ao reduzido custo financeiro e à menor 
dose de radiação há um crescente uso e difusão da tomografia computadorizada de 
feixe cônico que está prestes a acontecer num futuro bem próximo na Odontologia. 
Com a definição de novos conhecimentos gerados pela visão tridimensional do 
crânio e da face, a expectativa é que a tomografia computadorizada de feixe cônico 
altere conceitos e paradigmas, redefinindo metas e planos terapêuticos na 
Ortodontia. 
 
Sobre os modelos ortodônticos como elementos de diagnóstico, OLIVEIRA et 
al. (2007) afirmaram que eles são rotineiramente utilizados pelos ortodontistas, e 
com a globalização onde o desenvolvimento da tecnologia da computação é 
crescente, foi anunciada recentemente a utilização dos modelos dentários digitais, 
com um novo componente de documentação totalmente digitalizada. 
 
Segundo MAREEL apud OLIVEIRA et al. (2007) as principais vantagens 
dessa nova abordagem de diagnóstico eram: 
1 – Apreciação e rapidez para obtenção de dados de diagnóstico; 
2 – Facilidade de armazenamento das informações; 
3 – Possibilidade de se dividir as informações via internet com outros 
profissionais, a qualquer lugar e hora. 
 
Em estudo com modelos ortodônticos digitais e de gesso para verificar se há 
diferenças nas medidas dos mesmos, concluíram que os modelos ortodônticos 
digitais são confiáveis, entretanto, naquele momento, o alto custo para os padrões 
brasileiros dificultavam o usoda técnica. 
 
Para se verificar a proporcionalidade dentária entre a arcada superior e 
inferior, Bolton (1958) apud CATORRE & RAMOS (2007) elaborou uma fórmula 
onde primeiramente mede-se com um compasso de ponta seca os diâmetros mesio-
distais de todos os dentes anteriores em ambos os arcos e em seguida se pega a 
soma das medidas dos dentes inferiores e divide-se pela soma dos dentes 
27 
 
 
superiores e o resultado multiplica-se por 100. Essa simulação deu um resultado de 
91,3% para a proporção anterior. 
A partir do diagnóstico e quantificação desta desarmonia, várias opções de 
tratamento poderiam ser de grande valia para o ortodontista tais como: 
1 – Desgastar o excesso de massa dentária; 
2 – Reanatomização dos dentes proporcionalmente menores; 
3 – Intensificar angulações e inclinações dentárias; 
4 – Recorrer a exodontia de incisivo inferior; 
5 – Ou ainda deixar espaços residuais. 
 
FATORI & FERES (2007) detalharam em um estudo o novo critério de 
classificação e diagnóstico da morfologia facial, criado pelo professor Dr. Leopoldino 
Capelozza Filho. Essa classificação das maloclusões iria além da relação molar e do 
posicionamento dos dentes, classificadas como classe I, II e suas divisões e classe 
III. 
O padrão facial, agente etiológico primário, seria determinado geneticamente 
e sua interação com fatores funcionais é que determinaria as características da 
maloclusão e não o contrário. Estas características que extrapolam os dentes não 
estariam presentes, mas fariam parte de um conjunto típico que remeteria ao 
diagnóstico, plano de tratamento e prognóstico. Portanto, deveria classificar os 
indivíduos de acordo com a relação que as bases ósseas superior e inferior tenham 
entre si, ou seja, de acordo com o padrão de crescimento facial em padrão I, II, III, 
face longa e face curta. 
Na busca de parâmetros de beleza durante as terapias que são oferecidas 
aos “doentes” deve-se desconsiderar o ideal como um objetivo rígido, e sim 
considerá-lo uma direção a seguir, ou seja, tendo como meta, não uma forma 
definida, mas sim um conjunto de caracteres que cria equilíbrio. 
Concluíram que a análise facial subjetiva deveria ditar as condutas a serem 
seguidas, enquanto que a cefalometria seria uma confirmação do que se vê na 
análise morfológica da telerradiografia lateral da face. Portanto, a análise facial 
qualitativa tem o objetivo de qualificar a face do indivíduo individualmente, sem 
números e sempre definindo as partes em comparação com o todo. 
 
28 
 
 
NANDA (2007) defendia a ideia de que na elaboração do diagnóstico deve-se 
tratar o paciente de maneira individualizada para que esse não seja enquadrado em 
tratamentos padronizados. 
O conceito de beleza varia ao longo da história e entre os indivíduos, raças e 
culturas. 
A principal questão, em qualquer interrogatório médico e odontológico, é a 
queixa principal do paciente, sendo este o elemento fundamento da anamnese. O 
plano de tratamento deve, no mínimo, tentar resolver essa importante necessidade 
do paciente. 
O melhor momento para se iniciar a terapia ortodôntica é quando há o surto 
de crescimento puberal, o qual é associado a um crescimento maxilomandibular 
diferencial, que envolve um posicionamento mandibular mais para anterior. 
Numerosos fatores ambientais têm sido atribuídos à etiologia da maloclusão. 
O exemplo clássico é o hábito de sucção digital. 
Durante o exame clínico, a avaliação mais fácil pode ser feita com o paciente 
em posição natural da cabeça. 
Com a chegada da era digital e com o problema do espaço de 
armazenamento, as novas tecnologias desenvolveram um modelo digital. Uma vez 
digitalizado, existe a possibilidade de se recriar um modelo real a partir do virtual. 
 
TOMASSETTI, TALOUMI, DENNY & FISHER apud NANDA (2007) afirmaram 
que tal software permitia a realização vários testes, tais como, discrepância de 
Bolton, análise de espaço e oclusograma. 
 
BASÍLIO et al. (2007) preocupados em elaborar diagnósticos precisos e 
abrangentes e planos de tratamentos individualizados e bem-sucedidos, 
dispuseram-se a fazer um estudo comparativo para verificar as diferenças 
estatisticamente significativas nas medidas cefalométricas por tomadas radiográficas 
convencionais e aquelas com o paciente em posição natural da cabeça (PNC). 
Para isso, utilizaram uma amostra de 28 pacientes (17 do sexo masculino e 
11 do sexo feminino), brasileiros, leucodermas, sem tratamentos ortodônticos 
prévios, portadores de maloclusões classe I, II e III de Angle com idade entre 10 e 
18 anos e dentadura permanente. 
29 
 
 
Foram tomadas duas radiografias para cada paciente, sendo uma com o 
método convencional e a outra com PNL, e feitos os traçados cefalométricos 
propostos por MacNamara em todos os exames radiográficos. 
Após as análises de gráficos elaborados, concluíram que a diferença mais 
estatisticamente significante foram as medidas Co-Gn e Ena-Me (AFAI), sendo 
assim aconselhável que se use a posição natural da cabeça como protocolo para a 
tomada radiográfica a fim de que se possa elaborar um diagnóstico e plano de 
tratamento ortodôntico-cirúrgico mais propício a cada paciente individualmente. 
 
Segundo MACEDO et al. (2008), para proceder à análise facial, seria 
necessário que o ortodontista tivesse por base, parâmetros estabelecidos pela 
sociedade na avaliação estética. Existem, no entanto, alguns requisitos que 
poderiam auxiliar no diagnóstico como: 
1 – Exame clínico detalhado; 
2 – Fotografias faciais frontais em repouso e sorrindo, em perfil e em ¾ de 
perfil em repouso e sorrindo; 
3 – Tomografia volumétrica Cone-Beam; 
4 – Traçados fotométricos sobre as fotografias frontais em repouso, sorrindo e 
em perfil. 
Numa análise facial frontal, durante o sorriso, deve-se observar: 
1 – O alinhamento das linhas médias dentária e facial; 
2 – A inclinação do sorriso; 
3 – O centro do sorriso; 
4 – O tipo de musculatura predominante; 
5 – A curvatura incisal; 
6 – O corredor bucal e a exposição gengival. 
A análise facial nas discrepâncias cefalométricas seria um fator decisivo em 
caso de cirurgia ortognática, lembrando que, quando a estética facial não fosse 
muito comprometida e também não fosse a queixa principal do paciente, melhor 
mesmo seria fazer um tratamento conservador mesmo em casos limítrofes. 
Nas discrepâncias dentárias, a análise facial também teria papel importante. 
Em pacientes braqui e mesofaciais, poderia-se aceitar uma leve protrusão 
cefalométrica dos incisivos, desde que esses apresentassem selamento labial 
passivo. 
30 
 
 
Concluindo, afirmaram que, ao utilizar normas cefalométricas para avaliação 
do perfil facial, o profissional experiente deveria levar em conta diversos fatores, tais 
como, a fase de crescimento do paciente, o dimorfismo entre os gêneros masculinos 
e femininos, o padrão facial e os grupos étnicos e raciais a que pertencem o 
paciente em observação. 
 
CARDOSO (2009) elaborou um estudo propondo descrever, um desenho 
digital do sorriso para se obter uma visualização comparativa entre nuances de 
sorrisos buscando fatores que estariam ou não em harmonia com o conjunto facial e 
assim, facilitar o entendimento de especialistas de diversas áreas e também a 
comunicação destes com os pacientes. 
Esse desenho estético do sorriso, de forma digital, auxiliaria o ortodontista na 
visualização e planejamento do melhor posicionamento dos dentes ântero-
superiores durante o tratamento ortodôntico, fornecendo uma noção específica, não 
somente no posicionamento, como também de proporções que os dentes guardam 
entre si, inclusive a relação destes coma gengiva. 
 
De acordo com NORMANDO; AZEVEDO; PAIXÃO (2009) a linha média da 
face, do ponto de vista estética, é um dos itens importantes na análise morfológica 
do sorriso. Linhas médias dentárias coincidentes entre si e com a linha média facial 
é uma condição básica para a harmonia da estética facial e do sorriso, bem como 
para o bom funcionamento oclusal. 
Baseados nesses conceitos e com a finalidade de estabelecer um parâmetro 
nas opiniões de ortodontistas e leigos a respeito do desvio da linha média superior e 
angulação dos incisivos superiores influenciarem na estética do sorriso, utilizaram 
uma fotografia do sorriso de um indivíduo do sexo feminino, na qual foram 
produzidas alterações na linha média dentária de 1 em 1mm, até 4mm e na 
angulação incisal, de 5 em 5 graus, ambas para o lado esquerdo, com o auxílio de 
um programa de manipulação de imagens (Adobe Photoshop 7,0). 
Questionados ortodontistas e leigos sobre a linha média influenciar na 
estética facial, concluíram que os ortodontistas são mais críticos a pequenas 
variações da linha média superior (a partir de 2 mm eles conseguem identificar) e da 
angulação incisal do que os indivíduos leigos, e que a visualização do filtro labial 
31 
 
 
superior tem importância secundária como elemento de diagnóstico do desvio da 
linha média superior para leigos. 
 
Segundo OSORIO et al. (2009), a maioria dos estudos sugeria o uso da 
posição natural da cabeça (PNC) e da Linha intracraniana horizontal verdadeira para 
as análises cefalométricas no estudo do relacionamento entre a postura da cabeça, 
curvatura craniocervical e a posição dentária, em indivíduos normais e em pacientes 
portadores de maloclusões. 
Afirmavam que a possibilidade de utilização de linhas de referências 
extracranianas, como a horizontal e vertical verdadeira, para estudos cefalométricos, 
só seria possível porque foi confirmada a hipótese de que a PNC é relativamente 
constante no ser humano e permanece válida ao longo do tempo. 
Concluindo afirmaram que, a importância da reprodutibilidade da PNC 
consiste no fato de possibilitar a utilização de linhas extracranianas para a realização 
de estudos cefalométricos e verificar a confiabilidade das linhas de referência 
intracraniana, e para isso o melhor método para conseguir a PNC é a do espelho 
com o paciente olhando a imagem de suas próprias pupilas e esse é um método 
bastante confiável. 
 
Sobre os elementos de diagnóstico quando há extrações dentárias, RUELLAS 
et al. (2010) afirmaram que em qualquer maloclusão, principalmente em casos 
limítrofes (-3 a -6mm de discrepância total), era necessário avaliar as características 
dentárias, faciais e esqueléticas do paciente. 
Em qualquer perfil (côncavo, convexo ou reto), o paciente pode apresentar a 
necessidade de extrações dentárias cabendo ao profissional a responsabilidade da 
decisão, já que o perfil acompanha as mudanças esqueléticas. Há necessidade de 
uma boa avaliação para que não seja promovido um envelhecimento precoce do 
paciente. 
Sobre as assimetrias, observar a coincidência das linhas medianas dentárias 
entre si e com a facial, o que indica bom relacionamento oclusal, quando isso não 
acontece, observar a causa dos desvios, pois cada uma requer um determinado 
plano de tratamento. 
Enfim, concluíram que em um caso de tratamento com extrações, a decisão 
deverá ser tomada não apenas na falta de espaço nas arcadas, outros fatores 
32 
 
 
devem ser levados em consideração para se conseguir correção adequada da 
maloclusão, manutenção ou melhora da estética facial e estabilidade dos resultados 
obtidos. 
DELL SANTO JR & DEL SANTO, (2011) afirmaram que a cefalometria é um 
elemento de diagnóstico bastante usado pelos ortodontistas, contudo é um método 
subjetivo, pois cada profissional tende a usar traçados cefalométricos e medidas que 
lhe parece mais confiável. 
Baseados nisso, elaboraram um programa de computador com um sistema 
que estabelece graus de severidade através de algoritmos que contextualizassem 
variáveis cefalométricas individuais, com um grau de risco para cada caso avaliado. 
Esse sistema, chamado Decodify®, funciona como uma régua para medir o grau de 
dificuldade de se tratar um determinado caso ortodôntico. 
Chegaram à conclusão que o sistema Decodify® é uma importante ferramenta 
cefalométrica para que o ortodontista possa estabelecer claros parâmetros quanto 
ao serviço que será por ele prestado. Assim, o paciente teria uma estimativa 
confiável do grau de severidade de sua maloclusão, a dificuldade que o ortodontista 
teria para tratá-la, bem como o tempo estimado de tratamento. Consequentemente, 
o paciente pagaria o preço justo pelo serviço contratado, de acordo com o mercado 
no qual esse serviço se insere. 
 
Ainda em 2011, DE SANTO JR & DEL SANTO em outro estudo, afirmaram 
que em Ortodontia, como em qualquer outra especialidade, pode-se aplicar 
parâmetros matemáticos a sistemas biológicos, assim, dedicaram-se a um estudo 
em modelagem matemática que envolvesse lógica difusa e lógica para consistente 
para contextualiza dados cefalométricos. 
Para isso, selecionaram variáveis cefalométricas para as mensurações e os 
valores foram colocados por idade e sexo. Selecionaram 120 casos os quais foram 
submetidos a um sistema de software através de uma rede neural. Foram escolhidos 
três examinadores, os quais teriam que possuir título de doutor e estar atuando em 
área de pesquisa para avaliação de traçados e valores cefalométricos. 
Concluíram que, em casos limítrofes, onde havia diferentes opiniões de 
diferentes especialistas, as opiniões dadas e as mensurações eletrônicas 
convergiam na grande maioria dos casos. 
33 
 
 
Em casos de discrepâncias esqueletais e dentárias, o sistema proposto foi 
menos eficiente para as relações anteroposteriores do que para as discrepâncias 
verticais e dentárias, assim como ocorreu entre os próprios especialistas. 
As opiniões foram homogêneas, tanto do diagnóstico eletrônico quanto dos 
examinadores para as relações entre incisivos superiores e inferiores. 
De modo geral, as opiniões dos especialistas foram qualitativas e subjetivas, 
necessitando mais tempo para serem obtidas, enquanto que o sistema eletrônico 
ofereceu respostas quantitativas e objetivas em menor tempo. 
 
Segundo BENEDICTO et al. (2011), o padrão esquelético vertical se 
constituía numa informação de grande importância para a elaboração do diagnóstico 
ortodôntico. Os métodos utilizados para essa determinação do padrão geralmente 
eram radiografias ou fotografias das quais eram obtidas medidas angulares, lineares 
ou, ainda, proporcionais. 
O fato de existirem diferentes análises, reforçava a afirmação de que uma 
simples variável não é suficiente para se compreender as diferenças entre os tipos 
faciais. 
Os padrões esqueléticos, apesar de já terem recebido diversas 
nomenclaturas, eram denominados em três tipos básicos, segundo Ricketts: 
dolicofacial (crescimento vertical); mesofacial (crescimento equilibrado) e 
braquifacial (crescimento horizontal). 
Existe, na literatura, a ideia de que o padrão facial seja definido na infância, 
próximo ao final da dentição decídua e que há uma forte tendência em se manter o 
padrão facial após essa idade, afirmaram BENEDICTO et al. (2011). 
 
Para PARYS et al. (2011), a presença de anomalias dentárias foi avaliada 
radiograficamente em grande número de estudos. No entanto, uma vez que a 
confiabilidade da avaliação destas anomalias vinha sido investigada, eles 
promoveram um estudo, tendo como objetivo a concordância ou não inter-intra-
examinadores na identificação de anomalias morfológicas dentárias,tais como 
agenesia dentária, dilaceração, ápices em forma de pipeta e raízes curtas. 
Os resultados mostraram pouca confiabilidade para avaliação em radiografias 
panorâmicas para raízes com dilaceração, forma de pipeta, raízes sem corte, pontas 
e curtas. Por outro lado, a identificação de agenesias foi bem confiável. 
34 
 
 
Concluíram que a maioria dos estudos sugeria uma superioridade das 
radiografias periapicais sobre as panorâmicas em análise de detalhes, portanto 
concluíram que as radiografias periapicais parecem mais adequadas para avaliar 
anomalias radiculares. 
 
SILVA et al. (2011) propuseram um estudo sobre a existência de diferenças 
em medidas de traçados cefalométricos analisadas tanto em radiografias 
digitalizadas, quanto convencionais. Escolheram o traçado cefalométrico de Ricketts 
e, após ter sido feita a análise da mesma, chegaram à conclusão que não houve 
diferenças entre a radiografia convencional e a radiografia digital, podendo essa ser 
usada pelo profissional para elaboração dos traçados cefalométricos. 
 
Em relação às assimetrias faciais, MARCOTTY et al. (2011), afirmaram haver 
uma falta de provas científicas para defini-las em esteticamente aceitáveis. 
 
NAINI & MOSS (2004); NAINI et al. (2006) apud MARCOTTY (2011) 
afirmaram que, para uma visão mais realista da análise facial, imagens faciais em 
três dimensões (3D) tornaram-se mais fácil do que imagens bidimensionais 
estáticas. 
Com esse pensamento, elaboraram um estudo com material virtual em 3D 
para analisar a percepção da assimetria facial e determinar: 
1 – As diferenças entre avaliações de especialistas ortodontistas, cirurgiões 
bucomaxilofaciais e leigos; 
2 – Alterações faciais virtuais por mudanças análogas em avaliação subjetiva; 
3 – Mudanças de alterações de nariz e queixo terem influência na percepção 
da assimetria facial e, 
4 – Assimetrias localizadas do lado direito/esquerdo influenciarem na 
percepção facial. 
Concluíram que: 
1 – As assimetrias faciais foram identificadas por leigos, contrariando estudos 
anteriores; 
2 – As assimetrias relacionadas ao nariz eram mais detectáveis do que 
aquelas relacionadas ao queixo; 
35 
 
 
3 – Um desvio do nariz para o lado esquerdo da linha mediana é mais 
observado do que o desvio para o lado direito; 
4 – Desvio do queixo para lado direito foi menos agradável que para o lado 
esquerdo. 
 
NIELSEN (2011) considerou as informações contidas nas análises 
cefalométricas de grande importância para determinar a média dos desvios 
morfológicos esqueléticos e dento-alveolar para a elaboração do diagnóstico 
ortodôntico. 
Para ele havia um grande número de análises morfológicas disponíveis, mas 
na área da análise facial a grande disponibilidade de número não era 
necessariamente melhor, algumas vezes serviam apenas para confundir o clínico. 
Os valores médios eram apenas um guia para determinar o tipo facial e os 
desvios-padrão, e indicar a extensão da variação da média. 
 
Para SANDER, CASTRO, MINERVINO (2011), um diagnóstico que visa 
obtenção de uma estética agradável necessitava ser feito com base na coincidência 
das linhas médias (facial, dentária e geométrica) independentemente da queixa 
principal do paciente. Linha média facial seria uma linha imaginária que passasse 
pelo centro da face pela união de pontos pré-determinados entre as sobrancelhas, 
filtro e lábio superior; linha média dentária seria a coincidência das linhas médias 
dos incisivos superiores e inferiores. Já a linha média geométrica seria a linha média 
dentária obtida após o alinhamento e nivelamento dentário. 
Na elaboração do diagnóstico, seria necessário conhecer as causas das 
assimetrias, fossem elas dentárias, esqueléticas ou ambas, pois para cada uma 
havia um determinado plano de tratamento a ser elaborado. 
O objetivo de todo tratamento seria uma boa intercuspidação dos dentes 
posteriores, pois alcançando esse engrenamento, consequentemente a linha média 
iria se autocorrigir. 
 
36 
 
 
 
 Figura 20 Figura 21 
Figuras 20 e 21 – Fotografia frontal inicial e pontos de referência da linha média facial: (G) ponto 
mediano entre as duas sobrancelhas, (PN) ponto do nariz, (F) centro do filtro do lábio superior, e (M) 
centro do mento mole. 
 
 
 Figura 22 Figura 23 Figura 24 
Figura 22 – Pontos de referência: ponto médio entre as sobrancelhas (G) e centro do filtro do lábio 
superior (F) (pontos ais confiáveis). 
Figura 23 – Linha vertical representando a linha média facial. 
Figura 24 – Linha média facial ao sorrir. 
Fonte: SANDER, P.D.N.; CASTRO, A.G.B.; MINERVINO, B.L. Rev. Clin. Ortod. Dental Press, v.10, 
n.5, p. 72-79, out/Nov., 2011. 
 
 
 Figura 25 Figura 26 
Figura 25 – Linha media dentária superior coincidente com a linha média facial. 
Figura 26 – Linhas médias dentárias superior e inferior coincidentes. 
37 
 
 
Fonte: SANDER, P.D.N.; CASTRO, A.G.B.; MINERVINO, B.L. Rev. Clin. Ortod. Dental Press, v.10, 
n.5, p. 72-79, out/Nov., 2011. 
REIS et al. (2011) afirmaram que na especialidade de Ortodontia, a 
divergência no diagnóstico dos casos sempre foi constante entre os profissionais. 
Através de estudo, constataram que ao longo da história da Ortodontia 
tiveram várias classificações das maloclusões, sendo a mais abrangente e atual, a 
classificação de Capelozza Filho, baseada na morfologia facial em vista frontal e 
lateral. Essa teve o intuito de organizar o diagnóstico para se obtiver protocolos de 
tratamento e prognósticos específicos nas diferentes faixas etárias. Assim, os 
indivíduos foram classificados em Padrão I, II, III, Face Longa e Face Curta, e as 
principais características são: 
 
Padrão I 
- Equilíbrio sagital e vertical da face e vista frontal e lateral. 
- Os indivíduos não são necessariamente bonitos, mas equilibrados. 
 
 
 Figura 27 Figura 28 Figura 29 
Figuras 27, 28 e 29 – Paciente Padrão I, dolicofacial, diagnosticado como Padrão Face Longa por 
31,25% dos avaliadores. O selamento passivo e a ausência de excesso maxilar excluem o 
diagnóstico de Face Longa. 
Fonte: REIS, S.A.B., et al. Dental Press J. Orthod., 2011, July/aug, (16)4, 60-72. 
 
38 
 
 
 
Figura 33 
Figura 30 – A avaliação morfológica da telerradiografia de perfil confirma o equilíbrio das bases 
ósseas. Fonte: REIS, S.A.B., et al. Dental Press J. Orthod., 2011, July/aug, (16)4, 60-72. 
 
 
Padrão II 
- Convexidade facial aumentada. 
- Deficiência mandibular associada ou não ao excesso da maxila. 
- Linha queixo-pescoço curta. 
- Mento deficiente. 
- Eversão do lábio inferior. 
- Diagnóstico diferencial com Padrão Face Longa. 
- Ausência de excesso maxilar vertical. 
- Diagnóstico diferencial com Padrão Face Curta. 
- Normalidade na exposição dentária ao sorrir. 
 
 
 
 Figura 31 Figura 32 Figura 33 
Figuras 31, 32 e 33 – Paciente Padrão II, classificada por 75% dos avaliadores como Padrão I. A 
pequena magnitude da discrepância não foi considerada pelos avaliadores. 
Fonte: REIS, S.A.B., et al. Dental Press J. Orthod., 2011, July/aug, (16)4, 60-72. 
39 
 
 
 
Figura 34 
Figura 34 – A telerradiografia de perfil do paciente das figuras 31,32 e 33 evidencia a deficiência de 
mandíbula e a compensação dos incisivos na direção contrária ao erro esquelético, que deve ser 
preservada com o tratamento ortodôntico, influenciando a escolha de braquetes. 
Fonte: REIS, S.A.B., et al. Dental Press J. Orthod., 2011, July/aug, (16)4, 60-72. 
 
Padrão III 
- Convexidade facial reduzida. 
- Deficiência maxilar. 
- Prognatismo mandibular. 
- Ausência da depressãoinfraorbitária. 
- Ausência da proeminência gigomática. 
- Terço médio pobre. 
- Vista frontal excesso da altura do lábio inferior. 
- Diagnóstico diferencial do Padrão Face Longa. 
- Exposição gengival no sorriso, não necessitando reposicionamento superior da 
maxila com cirurgia ortognática. 
- Diagnóstico diferencial do Padrão Face Curta. 
- Sem necessidade de reposicionamento inferior da maxila. 
 
40 
 
 
 
 Figura 35 Figura 36 Figura 37 
Figuras 35, 36 e 37 – Paciente Padrão III, diagnosticada como Padrão I por 68,75% dos avaliadores. 
A altura de lábio inferior e do mento aumentada em relação à altura do lábio superior identifica a 
discrepância, mesmo na fotografia frontal. 
Fonte: REIS, S.A.B., et al. Dental Press J. Orthod., 2011, July/aug, (16)4, 60-72. 
 
 
 
Figura 38 
Figura 38 – Telerradiografia do perfil da paciente das Figuras 35,36 e 37. A compensação do incisivo 
inferior deve ser preservada no tratamento ortodôntico, influenciando a escolha dos braquetes. 
Fonte: REIS, S.A.B., et al. Dental Press J. Orthod., 2011, july/aug, (16)4, 60-72. 
 
 
Padrão Face Longa 
- Excesso de crescimento vertical da maxila. 
- Rotação para baixo e para trás da mandíbula. 
- Ausência de selamento labial passivo. 
- Excesso na exposição gengival no sorriso. 
- Exposição dos incisivos em repouso. 
- Convexidade facial aumentada. 
- Esteticamente desagradável necessitando correção cirúrgica. 
41 
 
 
- Diagnóstico diferencial do Padrão II. 
- Ausência de selamento da musculatura peribucal e quantidade excessiva de 
exposição gengival ao sorrir. 
 
 
 Figura 39 Figura 40 Figura 41 
Figuras 39, 40, 41 – Paciente Padrão Face Longa, diagnosticado como Padrão II por 43,75% dos 
avaliadores. O excesso vertical resulta em ausência do selamento labial passivo e retrusão maxilar e 
mandibular. 
Fonte: REIS, S.A.B., et al. Dental Press J. Orthod., 2011, July/aug, (16)4, 60-72. 
 
 
 
Figura 42 
Figura 42 – Telerradiografia de perfil do paciente das figuras 39, 40 e 41. Observa-se abertura do 
ângulo goníaco, sínfise longa e estreita, maior distância entre o ápice do molar e o plano palatino e 
excesso de exposição do incisivo superior no repouso. 
Fonte: REIS, S.A.B., et al. Dental Press J. Orthod., 2011, July/aug, (16)4, 60-72. 
 
 
Padrão Face Curta 
- Maxila com pequeno crescimento vertical. 
- Rotação mandibular para cima e para frente. 
42 
 
 
- Mento proeminente. 
- Pequena exposição dentária no sorriso. 
- Excesso de compressão labial no repouso. 
- Ao sorrir, esses pacientes desde jovens, expõem pouco os incisivos superiores. 
- É o padrão que tem maior piora no perfil com o envelhecimento. 
- O ideal para esses indivíduos é o tratamento ortodôntico associado ao tratamento 
cirúrgico. 
 
 
 Figura 43 Figura 44 Figura 45 
Figuras 43, 44 e 45 – Paciente Padrão Face Curta, diagnosticado como Padrão III por 56,25% dos 
ortodontistas. A convexidade facial reduzida é decorrente da altura vertical reduzida da maxila e 
rotação da mandíbula para frente e para cima. 
Fonte: REIS, S.A.B., et al. Dental Press J. Orthod., 2011, jul/aug, (16) 4, 60-72. 
 
 
 
Figura 46 
Figura 46 – Telerradiografia de perfil do paciente das figuras 43, 44 e 45, evidenciando a rotação da 
mandíbula para frente e para cima, agravada pelas perdas dentárias posteriores. 
Fonte: REIS, S.A.B., et al. Dental Press J. Orthod., 2011, July/aug, (16)4, 60-72. 
 
 
43 
 
 
PONTES, et al. (2012), levando em consideração a falta de consenso entre 
estudos comparativos das vantagens da tomografia computadorizada de feixe 
cônico ou cone beam (cone beam computed tomography – CBCT) sobre a 
radiografia convencional, dedicaram-se a um estudo comparando tais métodos de 
diagnóstico em cinco crânios secos através de medidas lineares. 
As medidas escolhidas para avaliação foram: dimensão transversa facial, 
dimensão transversa nasal, dimensão transversa mandibular, dimensão vertical total 
e dimensão vertical inferior e o objetivo era esclarecer indicações possíveis contra-
indicações, discutindo vantagens e desvantagens do uso da CBCT sobre a tomada 
radiográfica frontal. 
Concluíram que, em relação à confiabilidade dos métodos por imagens, 
radiografia cefalométrica frontal e tomografia computadorizada, não houve diferença 
estatisticamente significativa entre as cinco medidas analisadas, podendo ser ambos 
os métodos confiáveis na elaboração do diagnóstico e planejamento ortodôntico, 
embora a CBCT associada à computação gráfica com auxílio de softwares 
específicos torna-se superior na reconstrução craniofacial tridimensional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
 
4 DISCUSSÃO 
 
 
 
A Odontologia se encontra saturada de profissionais exercendo a 
especialidade de Ortodontia e a quantidade de técnicas é quase tão grande quanto o 
de ortodontistas (ALEXANDER 1997). 
Muitos profissionais, induzidos pela alta oferta de materiais ortodônticos de 
última geração, instalam aparelhos ortodônticos em seus pacientes, sem, no 
entanto, se preocuparem em ir atrás dos elementos de diagnósticos disponíveis, 
bem como de seus próprios conhecimentos científicos adquiridos ao longo de sua 
formação, o que faria com que o trabalho realizado fosse bem finalizado (TANAKA, 
MARVO & CAMARGO, 2004). 
Para a elaboração do plano de tratamento, é importante que o profissional 
saiba qual é a queixa principal do paciente a fim de que possa chegar à resolução 
dos problemas dentários e estética facial, afirmou MARTINS (2003). Para NANDA 
(2007), o plano de tratamento deveria, no mínimo, resolver essa importante 
necessidade do paciente. 
GUARDO (1985), DIFRANCESCO et al. (2006), NANDA (2007), MACEDO et 
al. (2008), estavam de acordo que, na elaboração do diagnóstico, o exame clínico do 
paciente, de maneira individualizada, constituía-se de um fator de grande 
importância para se ter uma ideia da aparência geral, do paciente. 
Portanto, o estudo do desenvolvimento do indivíduo, nos mostra, muitas 
vezes, a origem da maloclusão, tanto dentária, quanto esquelética. 
ALVES, VIEIRA, TOTTI (1998), JONES & OLIVER (1999), NANDA (2007), 
concordaram que o meio ambiente influencia na maloclusão, sendo que o hábito de 
sucção digital é o mais nocivo, segundo NANDA (2007) e CAVASSANI (2003), e 
uma vez constatada existência de hábitos nocivos, CAVASSANI (2003) aconselhou 
proceder a um tratamento multidisciplinar. 
Para ONISHI, AMARAL, CARVALHO (2006), o planejamento correto 
ortodôntico depende, muitas vezes, da análise cuidadosa do padrão de crescimento 
e desenvolvimento do paciente, sendo esse diferente em cada indivíduo. Na menina 
o desenvolvimento facial começa a diminuir por volta dos 13 anos, enquanto para o 
menino demora um pouco mais (ENLOW 1993). 
45 
 
 
NANDA (2007), MORAES et al. (1998), concordaram que o melhor momento 
para se iniciar a terapia ortodôntica é quando há o surto de crescimento puberal, o 
qual é associado a um crescimento maxilomandibular diferencial que envolve um 
posicionamento mandibular mais para anterior e coincide com o maior aumento em 
estatura do indivíduo. 
Por muito tempo o diagnóstico ortodôntico esteve vinculado à análise 
cefalométrica, o que muitas vezes levou a erros no tratamento do perfil do paciente. 
Atualmente o diagnóstico deveria ser feito baseado na análise dos tecidos 
tegumentares, e apenas confirmado com a análise cefalométrica. Isso segundo 
GROSSI, MAZZIEIRO & LUNDSTROM (1992), NIELSEN (2011), MEROW & 
BROADBENT (1993), SUGUINO et al. (1996), THIESEN (2006), VEDOVELHOFILHO et al. (2002), FATORI & FERES (2007), MACEDO et al. (2008), para não 
correr o risco de cometer erros de diagnóstico, uma vez que existem divergências, 
tanto nas análises entre si, como nas análises do tecido tegumentar e esquelético. 
Para se proceder a um exame clínico do paciente com uma análise frontal e 
lateral, bem como as tomadas radiográficas e fotográficas do paciente, elaborando 
um diagnóstico mais preciso, ARNETT & BERGMAN (1993), SUGUINO et al. (1996), 
ARNETT et al. (1999), SANTOS (2003), HAITER NETO et al. (2007), NANDA 
(2007), BASÍLIO et al. (2007), OSORIO et al. (2009), defenderam a ideia de que o 
paciente deva assumir a posição natural da cabeça (PNC), ou seja, ele deve 
permanecer ereto olhando para a linha do horizonte ou num espelho. Posição essa 
que ele assume durante toda sua vida, e não aquela em que seja forçado assumir 
uma posição estática com as olivas do cefalostato apoiadas no conduto auditivo, 
forçando a uma posição em que não seja a sua verdadeira, a qual era usada antes, 
nas tomadas radiográficas levando a erros de diagnóstico. 
Apesar da maioria dos autores concordarem com a PNC, ARNETT et al. 
(1999), sugeriram que essa posição deva ser ajustada para alguns pacientes, 
utilizando o julgamento clínico. 
A análise facial é um exame complementar de grande importância na 
elaboração de um diagnóstico e plano de tratamento ortodôntico para VEDOVELHO 
FILHO et al. (2002), COSTA et al. (2004). Levando isso em consideração, ARNETT 
E BERGMAN (1993), NANDA (2007), MACEDO et al. (2008), ponderaram sobre o 
conceito de beleza como sendo preferência individual com influência cultural e que, 
46 
 
 
muitas vezes, no intuito de melhorar a oclusão, o ortodontista acaba piorando a 
estética facial do paciente. 
Numa visão frontal e lateral do paciente, é importante que se tenha uma 
harmonia dos tecidos moles sobre as bases ósseas esqueléticas, levando-se em 
consideração o paciente em repouso ou sorrindo, COSTA et al. (2004). 
REIS et al. (2006) classificaram o paciente em faces aceitáveis esteticamente, 
faces agradáveis e faces desagradáveis. São de opinião de que desde que o 
paciente possua vedamento labial passivo, já se considera em face agradável, 
sendo esse um item de grande importância na decisão sobre diagnóstico de 
tratamento com exodontias. 
ENLOW (1993) deu ênfase aos sinais de expressão que são naturais do ser 
humano, como o sulco nasolabial que aparece por volta dos 30 ou 40 anos de idade, 
sendo que esse poderá aparecer precocemente em paciente que foi submetido a 
tratamento com exodontias sem indicação precisa. 
Ainda sobre o tratamento com exodontias, RUELLAS et al. (2010), 
salientaram a necessidade de um exame minucioso da face para se conseguir 
correção adequada da maloclusão e manutenção ou melhora da estética facial, bem 
como estabilidade dos resultados obtidos. 
Para o equilíbrio da harmonia facial é necessário o diagnóstico diferencial do 
desvio da linha média tanto nos arcos dentários, quanto na face. As linhas médias 
facial e dentária, necessitam estarem coincidentes e coordenadas, condição básica 
para a harmonia da estética facial e do sorriso, bem como para o bom 
funcionamento oclusal segundo JERROLD & LOWENSTEIN (1990), SUGUINO et al. 
(1996), NORMANDO, AZEVEDO, PAIXAO (2009), RUELLAS et al. (2010), 
SANDER, CASTRO, MINERVINO (2011), embora JEFFREY et al. (1998) afirmarem 
existir um grau de assimetria facial em praticamente todos os indivíduos. 
Para ARNETT & BERGMAN (1993), as assimetrias poderiam ocorrer a 
qualquer momento quando houvesse crescimento e desenvolvimento facial. As 
causas dessas assimetrias para JERROLD & LOWENSTEIN (1990), BISHARA, 
BURKEY, KITAROUF (1994), JEFFREY et al. (1998), SANDER, CASTRO, 
MINERINO (2011) foram classificadas em malformações genéticas ou congênitas, 
fatores ambientais e desvios de função. 
Sobre a aceitabilidade do desvio da linha média, os autores JEFFREY et al. 
(1998), NORMANDO, AZEVEDO, PAIXAO (2009), concordaram que os 
47 
 
 
ortodontistas são mais críticos a pequenas variações da linha média, sendo para 
eles perceptível a partir de 2mm, enquanto que para os leigos essa medida passa 
despercebida. Já MARCOTTY et al. (2011) afirmaram haver uma falta de provas 
científicas para defini-las em esteticamente aceitáveis. 
Ainda, sobre a análise facial subjetiva, FATORI & FERES (2007), REIS et al. 
(2011) chamaram a atenção para a classificação dos padrões esqueléticos do Dr. 
Leopoldino Capelozza, onde os indivíduos são classificados de acordo com a 
relação que as bases ósseas superior e inferior têm entre si, ou seja, de acordo com 
o padrão de crescimento facial em padrão I, II, III, face longa e face curta. Essa 
classificação teve o intuito de organizar o diagnóstico para se ter protocolos de 
tratamento e prognósticos específicos nas diferentes faixas etárias dos indivíduos. 
Como auxílio importante da análise facial, SANTOS (2003) e MACEDO et al. 
(2008) salientaram o uso de fotografias em norma frontal e lateral. 
Radiografias panorâmicas são rotineiramente utilizadas para o estudo das 
formas das raízes, mas PARYS et al. (2011) concluíram que para o estudo de 
detalhes radicular, as radiografias periapicais são mais precisas. 
Em se falando dos modelos de estudo como elemento de diagnóstico e 
planejamento, se estes forem usados isoladamente para elaboração do plano de 
tratamento, o resultado facial poderia ser comprometido, eles deveriam ser usados 
para estudo das necessidades de espaço, forma do arco e relações interarcos, 
segundo ARNETT & BERGMANN (1993). 
Para verificação da discrepância de tamanho dentário, Análise de Bolton, 
VARGAS NETTO et al. (2003), CATARRONE & RAMOS (2007) concordaram que os 
modelos de estudo eram elementos muito importantes para essa finalidade e uma 
vez constatada a discrepância de tamanho dentário, as abordagens terapêuticas 
iriam desde o recontorno das superfícies proximais, angulações e inclinações 
dentárias, acréscimo de material restaurador, até mesmo exodontias de pré-molares 
e incisivo inferior. 
Com a globalização, entrou-se a era digital, e a Odontologia não ficou para 
trás, acompanhou os avanços tecnológicos. Assim, hoje o ortodontista tem acesso à 
documentação ortodôntica digital e BARISON et al. (2005) afirmaram que, a 
documentação ortodôntica digital, além de poder substituir a documentação 
convencional, ainda traz uma série de vantagens. Tais como a comunicação à 
distância entre profissionais e a economia de espaço físico para armazenamento. 
48 
 
 
Sobre a confiabilidade dos elementos digitais de diagnóstico, OLIVEIRA et al. 
(2007) afirmaram serem os modelos digitalizados confiáveis em relação às medidas 
obtidas dos mesmos, portanto devido à técnica ter um alto custo, ainda não se 
encontra disponibilizada no Brasil. Já SILVA et al. (2011), em relação às radiografias 
digitais, concordaram poder substituir com grande sucesso as radiografias 
convencionais, assim como as fotografias para SANDLER & MURRAY (2001). 
Em relação às tomografias computadorizadas, estudos mostram que não 
apresentam diferenças na confiabilidade de medidas faciais em relação às 
radiografias convencionais. PONTES et al. (2012) concluíram em estudo recente 
que, embora os dois métodos apresentem diagnóstico e planejamento ortodôntico, a 
CBCT associada a recursos digitais oferece mais detalhes, assim como GARIB et al. 
(2007) também chegaram à conclusão que muitas vezes as radiografias 
convencionais apresentam limitações de detalhes. 
Completando os recursos da era digital, ficaram disponíveis para o 
ortodontista programas virtuais, o principal deles é o sistema Decodify® proposto por

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