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Problemas Econômicos Fundamentais

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UNIDADE II – PROBLEMAS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS
1 – PROBLEMAS DE ORGANIZAÇÃO ECONÔMICA
As necessidades humanas se multiplicam conforme o avanço da sociedade. A evolução da ciência determina padrões tecnológicos mais sofisticados, capazes de satisfazer com maior detalhe as necessidades humanas. Dada a escassez de recursos produtivos, as quantidades de bens e serviços a serem produzidas encontram limites físicos. Daí coloca-se o problema central da economia: 
(i) o quê produzir?;
(ii) como produzir?; e 
(iii) para quem produzir?
1.1 – O quê produzir?
O quê e quanto produzir são uma decisão tomada em nível econômico. Pressupõe atingir fronteiras de produção. A sociedade deve escolher que bens e serviços serão produzidos e em que quantidades, conforme as suas necessidades.
Ilustremos com um caso bastante relacionado com a realidade brasileira. Devido às carências da nossa sociedade, seria de se esperar que os agentes econômicos nacionais se dedicassem mais na realização de investimentos que produzissem alimentos, do que à produção de foguetes e naves espaciais para a exploração do universo. Por outro lado, na sociedade americana, que experimenta um nível de desenvolvimento social e tecnológico muito mais elevado do que a brasileira, é de se esperar que os agentes econômicos daquele país invistam de forma diferente. A economia americana produz mais foguetes e naves espaciais do que a brasileira. De fato, a brasileira produz raríssimas unidades de foguetes, e nenhuma nave. E isto não somente devido ao maior avanço social da sociedade americana, mas também porque, dado o nível de desenvolvimento científico por eles alcançado, pesquisas espaciais passam a ser necessárias para a sociedade americana como um todo. Tornou-se necessário para os americanos, mesmo que seja por uma simples questão de geopolítica mundial, o domínio, mesmo que parcial, deste ramo do conhecimento. Esta última necessidade não é colocada para a sociedade brasileira.
1.2 – Como produzir?
Como produzir é uma decisão tomada em nível tecnológico. Objetiva-se com isso a obtenção da eficiência produtiva. Uma sociedade somente produzirá de acordo com a tecnologia de que dispõe, e se esforçará para buscar tecnologias mais avançadas, pois desse modo, estará aumentando sua eficiência ou produtividade, uma vez que poderá produzir mais em menor tempo.
No exemplo acima, além da produção de foguetes e naves espaciais não serem uma necessidade para a sociedade brasileira, a realidade é que não dispomos do domínio tecnológico exigido. É possível que chegue o dia em que o avanço das pesquisas nacionais nos possibilite o domínio da tecnologia espacial, e tal necessidade se faça sentir.
1.3 – Para quem produzir?
Para quem produzir é uma decisão tomada em nível social. Busca-se a obtenção da eficiência distributiva. Quase nunca os bens e serviços produzidos satisfazem todas as necessidades da sociedade.
Daí que a tomada desta decisão deve levar em consideração quais são as maiores necessidades e mais comuns a todos, o que, inegavelmente, é bastante difícil de se conseguir. Sempre haverá pessoas cujas necessidades, mesmo as mais prioritárias, estarão insatisfeitas. Por outro lado, quando se conseguir atender a todas as necessidades de todas as pessoas, então, ter-se-á alcançado a plena eficiência na distribuição da produção.
Uma sociedade que se defronta com problemas de subnutrição, por exemplo, é de se esperar que os agentes econômicos produzam alimentos de alto valor nutricional e calórico, e de baixo custo. Estes bens seriam direcionados para as camadas da sociedade menos favorecidas.
2 – LEI DA ESCASSEZ ECONÔMICA
Refere-se à realidade básica da vida de que existe apenas uma quantidade finita de recursos humanos e não-humanos que o melhor conhecimento técnico é capaz de usar na produção de apenas uma quantidade máxima e limitada de cada bem e serviço.
2.1 – Fatores que contribuem para a minimização da Escassez Econômica
(i) divisão do trabalho ou organização econômica;
(ii) pesquisas tecnológicas;
(iii) aumento de produtividade;
(iv) produção em escala;
(v) racionalidade na utilização dos recursos produtivos; e
(vi) combinação ótima dos recursos.
3 – BENS ECONÔMICOS E RIQUEZA
Bens econômicos e riqueza são dois importantes conceitos largamente utilizados em economia, que apresentam as seguintes definições.
3.1 – Bens Econômicos: são coisas que satisfazem as necessidades humanas. Sua principal
característica é ser consumível. Se um bem não for apropriado e se não se desgastar ao longo do tempo para satisfazer uma necessidade, então não é um bem econômico.
3.2 – Riqueza: é o conjunto de bens e serviços de consumo. A idéia moderna de riqueza introduziu a variável consumo, porque a palavra riqueza deixou de ser abstrata e estática no sentido de somente acumular coisas de valor, e adquiriu maior dinâmica com a idéia de que a riqueza é tudo aquilo que permite à pessoa consumir mais bens com aquilo que já acumulou.
4 – FATORES DE PRODUÇÃO
Para que as necessidades humanas sejam satisfeitas, e para que o problema central da economia possa ser devidamente equacionado é necessário contar com o concurso dos instrumentos de produção, ou seja, aquilo com que se produz, assim como, com os objetos da produção, isto é, aquilo que transformado resultará em algo capaz de satisfazer as necessidades do homem. Em economia, tais elementos são conhecidos como fatores de produção.
4.1 – Classificação Clássica
Os fatores de produção podem ser definidos como o conjunto de todos os recursos que se pode usar na produção. Daí a pergunta: que recursos são esses? Um simples raciocínio nos faz deduzir que para se produzir um bem é preciso um material qualquer que, trabalhado por alguém com alguma ferramenta, resultará nesse bem. Aí estão colocados então os três fatores de produção, a saber: (i) terra (recursos naturais que fornecem a matéria -prima); (ii) capital (recursos financeiros, máquinas equipamentos); e
(iii) trabalho (mão-de-obra).
4.1.1 – Terra: a terra é a origem das matérias-primas, sendo que no caso dos bens agrícolas é a própria matéria-prima.
4.1.2 – Trabalho: o trabalho é a própria força de trabalho, ou capacidade de trabalho do homem, sem a qual nenhum bem seria produzido.
4.1.3 – Capital: o capital inclui todos os equipamentos utilizados de forma a auxiliar o homem na produção, contemplando também, a capacidade gerencial que o homem tem de melhor alocar os recursos (terra, capital e mão de obra) de forma que, com o auxílio da tecnologia, possa produzir com eficiência.
4.2 – Classificação Moderna
Modernamente, a literatura econômica apresenta duas diferentes correntes quanto à classificação dos fatores de produção. São elas:
(i) a primeira, considera apenas o trabalho e o capital como fatores de produção. O capital, entendido como patrimônio, incluiria também a terra (matéria-prima) e a tecnologia. Essa como conseqüência da classificação Clássica dos fatores de produção e
(ii) a segunda, considera que tanto a capacidade gerencial e intelectual do homem bem como o domínio da tecnologia (conhecimento), por apresentarem contribuições significativas ao processo produtivo, em termos de produtividade, devem ser tratados à parte (Essa visão dos fatores de produção advêm da nova concepção do século XXI.
Assim, modernamente os fatores de produção classificam-se em:
4.2.1 – Capital: capital é o conjunto (estoque) de bens econômicos heterogêneos, tais como máquinas, ferramentas, equipamentos, fábricas, terras, matérias-primas, etc., capaz de produzir bens e serviços.
4.2.2 – Recursos Naturais (Terra): recursos naturais são constituídos pelas riquezas naturais do mundo animal e vegetal (recursos renováveis), pelos recursos minerais e pelo solo (recursos não renováveis).
4.2.3 – Força de Trabalho: força de trabalho (mão-de-obra) é o fator que mobiliza os recursos naturais e o capital.
4.2.4 – Conhecimento; que inclui a Tecnologia: tecnologia é definida como o estudo das técnicas (know how) divididaem tecnologia de produto (inovação que leva à obtenção de um novo produto), e tecnologia de processo (inovação do processo produtivo que racionaliza o uso de matérias-primas). - Capacidade Empresarial: capacidade empresarial é definida como a aglutinação dos demais fatores (terra, capital, trabalho e tecnologia) que irá possibilitar o suprimento de bens e serviços.
4.3 – Remuneração dos Fatores de Produção
Cada fator de produção, como contrapartida à sua contribuição ao processo produtivo, percebe uma remuneração ou pagamento. Assim, temos:
4.3.1 – Salário: corresponde a remuneração dos serviços do fator trabalho.
4.3.2 – Aluguel: é a remuneração dos serviços do fator terra ou recursos naturais.
4.3.3 – Lucro: é a remuneração dos serviços do capital. Capital aqui é entendido como o capital físico, isto é, prédios, instalações, equipamentos e maquinário, tal como definido anteriormente. Em outras palavras, é a expressão física do capital monetário que é investido em ativos imobilizados.
4.3.4 – Juros: correspondem à remuneração de serviços do fator capital monetário (dinheiro).
4.3.5 – Dividendos: correspondem à remuneração de aplicadores em ações das empresas.
4.3.6 – Royalties: correspondem à remuneração pela utilização dos serviços de tecnologia. É o pagamento que se faz pela utilização dos direitos de propriedade de uma patente. A utilização ou reprodução de um bem ou serviço para fins produtivos somente poderá ser feita com o pagamento dos royalties.
5 – CLASSIFICAÇÃO DOS BENS E SERVIÇOS
Uma vez que o objetivo do processo de produção é produzir bens e serviços com o fim de satisfazer as necessidades da sociedade, é preciso entender com que finalidade ele será utilizado. Trata-se, portanto, de distinguir a origem, a natureza e o destino desses bens. Assim, os bens e serviços apresentam a seguinte classificação.
5.1 – Quanto à Raridade
Por raridade entende-se o quão escasso é o bem. Existem dois tipos de bens quanto à raridade.
5.1.1 – Bens Livres: (ou abundantes), também denominados de não econômicos, pois não têm valor e nem preço. Estão à disposição na natureza. O único bem verdadeiramente livre é o ar, pois até hoje ninguém o produziu ou então, o comercializou. Há outros bens, entretanto, que dependendo das circunstâncias em que são obtidos, podem ser considerados livres ou não. A areia do deserto, por exemplo, é um bem livre. Entretanto, se for explorada comercialmente (para construções, por exemplo), então deixará de ser um bem livre, pois será submetida a um processo produtivo (extração, refinamento, transporte, etc).
5.1.2 – Bens Produzidos: (relativamente raros), também denominados de econômicos e que têm como principais características: (i) existirem em quantidades limitadas; e (ii) serem comercializados, haja vista que possuem valor e preço. Qualquer bem que seja obtido através do processo produtivo é considerado um bem econômico. Exemplos: refrigerantes, automóveis, televisores, tecidos, gasolina, etc.
5.2 – Quanto à Natureza
Por natureza entende-se a natureza física do bem, e são assim classificados:
5.2.1 – Bens Materiais: correspondem às mercadorias, cuja característica principal é terem uma forma física e serem palpáveis e tocáveis. Exemplos: roupas, alimentos, etc.
5.2.2 – Bens Imateriais: correspondem aos serviços, que não têm uma forma física e material, mas que satisfazem as necessidades humanas. Exemplos: serviços médicos, serviços de educação, etc.
5.3 – Quanto ao Destino
Por destino entende-se o uso que se faz do bem. São assim classificados.
5.3.1 – Bens de Consumo: são aqueles que se destinam atender diretamente as necessidades humanas, ou seja, têm um fim em si mesmo. Em outras palavras, os bens de consumo são aqueles que são produzidos para consumo final, isto é, que não produzem e nem entram na produção de outro bem. De acordo com a sua durabilidade classificam-se em:
5.3.1.1 – Duráveis: são aqueles que não se extinguem no ato do consumo, processo este que ocorre num período de tempo mais longo. Exemplos: automóveis, eletrodomésticos,
etc.
5.3.1.2 – Semiduráveis: são aqueles que têm uma vida útil não muito longa. Exemplos: sapatos, roupas, etc.
5.3.1.3 – Não-duráveis: também denominados de consumo imediato, são aqueles bens que se extinguem no ato do consumo. Exemplos: remédios, alimentos, etc.
5.3.2 – Bens de Capital: são os bens utilizados na produção de outros bens, mas que não se desgastam totalmente neste processo de produção. Como exemplos temos, as máquinas, equipamentos, ferramentas, instalações, etc. Sua principal característica é elevar a produtividade da mão-de-obra, e são classificados contabilmente no ativo fixo das empresas.
5.3.3 – Bens Intermediários: são aqueles que são transformados ou agregados totalmente no processo de produção. Transferem-se, por assim dizer, para os bens que produzem.
Classificam-se em:
5.3.3.1 – Bens Intermediários Propriamente Ditos: são aqueles que entram nacomposição de outros bens sem perder as suas características iniciais. Exemplos: prego, parafuso, fio, etc.
5.3.3.2 – Insumos (matérias -primas): são aqueles bens que são utilizados imediatamente, incorporando-se aos bens que se produzem, desaparecendo na produção perdendo desta forma suas características iniciais. Exemplos: minério de ferro, produtos químicos, farinha de trigo, etc.
6 – NECESSIDADES ILIMITADAS
As necessidades são ilimitadas porque são inerentes à própria capacidade de renovação e criação de novos desejos de consumo por parte da sociedade. O nível de satisfação da sociedade difere com o seu próprio estágio de desenvolvimento. As necessidades são classificadas em:
6.1 – Necessidades Primárias: são aquelas essenciais para a sobrevivência humana. Exemplos: alimentação, vestuário, habitação, transporte, etc.
6.2 – Necessidades Secundárias (ou acidentais): são decorrentes do convívio social. Não se instalam de repente, mas aos pouco vão se tornando um hábito, precisando ser satisfeitas.
Exemplos: fumar, lazer, etc.
6.3 – Necessidades Coletivas (ou sociais): são aquelas que para serem satisfeitas exigem um esforço coletivo, satisfazendo exigências coletivas ou sociais. Exemplos: segurança pública, educação, etc. De forma geral, o governo está encarregado de sua satisfação através dos serviços públicos.
Por outro lado, existem alguns fatores que contribuem para aumentar o nível das necessidades ilimitadas da sociedade, dentre eles destacam-se:
(i) efeito demonstração – típico de países subdesenvolvidos – que significa adquirir hábitos de consumo de sociedades desenvolvidas;
(ii) propagandas e publicidades;
(iii) desenvolvimento tecnológico; e
(iv) nível cultural, significando aqui os costumes, hábitos, valores e a forma de organização da sociedade.
2 – ALTERNATIVAS DE PRODUÇÃO E A CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO
Todo sistema econômico tem uma capacidade máxima de produzir bens e serviços. Conforme discutido anteriormente, um dos principais problemas com que se defrontam as economias é definir quanto será produzido de cada bem e serviço, de modo atender às necessidades da sociedade. Em outras palavras, as economias devem definir quais são as combinações das diversas quantidades de bens e serviços que serão produzidos.
Nesse sentido, para que se possa maximizar a produção de bens e serviços, os sistemas econômicos devem buscar:
(i) decisão do que produzir;
(ii) escolha das alternativas de produção para a canalização dos recursos, que dependem das opções sociais ou políticas estabelecidas pela sociedade; e
(iii) eficiência máxima e o pleno emprego dos recursos de produção.
Desse modo, para simplicidade de raciocínio, suponhamos, hipoteticamente, uma economia que produza apenas dois bens A e B, nas seguintes quantidades, conforme quadro abaixo:
	Alternativas
	Bem A (quantidade)
	Bem B (quantidade)
	A
	250
	0
	B
	200
	250
	C
	150
	450
	D
	100
	600
	E
	50
	700
	F
	0
	750
Colocando-se estas quantidades, que formampares ordenados de pontos dados pelas diversas alternativas de produção em um gráfico cartesiano, onde as quantidades do bem A são lançadas no eixo das abscissas (eixo X) e as quantidades do bem B são lançadas no eixo das ordenadas (eixo Y), temos a seguinte representação gráfica:
Bem B (y1)
	 	750F
700----------E
600---------------------------D
450-------------------------------------C	
 
250----------------------------------------------B
						 A
 50	 100 150	200 250
Bem A (x1)
Esta curva é denominada de Curva de Possibilidades de Produção – CPP (ou fronteira de produção ou curva de transformação), que indica as infinitas combinações possíveis de produção dos bens A e B.
Em qualquer ponto desta curva uma quantidade produzida de A, corresponde a uma quantidade produzida de B. A Curva de Possibilidades de Produção estabelece os níveis máximos de produção desses dois bens.
 Para que uma economia possa operar em qualquer ponto sobre a Curva de Possibilidades de Produção é necessário que:
(i) exista pleno emprego de todos os fatores de produção disponíveis. Isto significa dizer que não há nenhum fator de produção ocioso, como também não é possível agregar mais fatores;
(ii) não sejam introduzidas inovações tecnológicas. Ou seja, a economia opera com os padrões tecnológicos existentes; e
(iii) exista eficiência e eficácia no uso dos fatores de produção.
Desse modo, uma economia que se encontre operando sobre a Curva de Possibilidades de
Produção, ao se deslocar do ponto A para o ponto B, ou do ponto B para o ponto C, e assim sucessivamente até o ponto F, estará deixando de produzir algumas unidades do bem A para produzir mais quantidades do bem B. Em outras palavras, estará transformando o bem A em B. Por esta razão, esta curva é também conhecida como Curva de Transformação. Cabe ressaltar que, esta transformação não é física, significa apenas que se está transferindo recursos ou fatores de produção de um processo produtivo para outro, no caso da produção do bem A para o bem B.
Outro importante ponto a ser destacado, é que associada a esta escolha sobre quantos e quais bens produzir, há uma questão mais ampla de eficiência alocativa. Ou seja, uma vez definidas as quantidades e a qualidade dos fatores de produção, é preciso alocá-los, isto é, distribuí-los entre os setores produtivos dês forma a obter a máxima eficiência na quantidade e qualidade dos bens produzidos.
2.1 – Análise da Curva de Possibilidades de Produção – CPP
A Curva de Possibilidades de Produção pode ser analisada sob quatro diferentes aspectos:
(i) quanto aos pontos localizados na curva; (ii) quanto aos deslocamentos da curva; (iii) quanto aos deslocamentos diferenciados da curva; e (iv) quanto aos deslocamentos parciais da curva.
2.1.1 – Quanto aos pontos na CPP
Suponhamos a Curva de Possibilidades de Produção abaixo, com os seguintes pontos:
Bem Y (y1)		C
		 --------------B
			A
		 
O		 Bem X (x1)
(i) o ponto B representa a produção máxima dos bens A e B. Neste ponto ou em qualquer outro ponto situado sobre a Curva de Possibilidades de Produção, significa que a economia está funcionando com capacidade máxima de produção, sendo que todos os fatores de produção estão plenamente ocupados. A rigor, os fatores de produção nunca estão 100% plenamente ocupados. Em geral, os economistas consideram que uma taxa de ocupação acima de 92% a 93% caracteriza a situação de pleno emprego. O pleno emprego é definido por uma situação em que os recursos disponíveis estão sendo plenamente utilizados na produção de bens e serviços, garantindo desta forma o equilíbrio econômico das atividades produtivas.
(ii) o ponto A representa uma situação de recessão ou de capacidade ociosa. Nem todos os fatores de produção estão plenamente ocupados, ou seja, existe uma ociosidade parcial dos fatores. Em outras palavras, existe um desemprego de fatores, como por exemplo, trabalhadores desempregados, máquinas paradas e terras não utilizadas. É importante ressaltar que, estando à economia em recessão, é possível aumentar a produção tanto do bem A quanto do bem B, utilizando os fatores de produção que estão ociosos. Se isto ocorrer, então o ponto A, onde há ociosidade de fatores, se desloca em direção à curva, onde todos os fatores estarão plenamente ocupados.
(iii) o ponto O representa uma situação de pleno desemprego de fatores. É um estado de limite crítico para a economia, pois nele nada se produz, não existindo nenhuma atividade econômica.
Teoricamente, este ponto é possível de ser atingido, mas na prática, uma situação dessa é mais fácil de ocorrer em situações de guerra (toda economia fica paralisada em função das atividades beligerantes), e em função de catástrofes naturais (inundação, terremoto, vulcões, etc., que destroem completamente o sistema econômico).
(iv) o ponto C não existe para essa Curva de Possibilidades de Produção, pois não pode ser atingido com o volume de fatores existentes. Para que este ponto possa ser atingido, é preciso acrescentar alguma quantidade de pelo menos um dos fatores de produção. Assim, a produção poderá se expandir, possibilitando o deslocamento da Curva de Possibilidades de Produção para níveis mais elevados.
2.1.2 – Quanto aos deslocamentos da CPP
A Curva de Possibilidades de Produção pode-se deslocar tanto positivamente quanto negativamente. Assim temos:
2.1.2.1 – Deslocamento Positivo: ocorre quando a Curva de Possibilidades de Produção se afasta da origem, significando aumento da capacidade de produção do sistema econômico. Os fatores que contribuem para o deslocamento positivo são: 
(i) crescimento da população qualificada (mão-de-obra);
(ii) acumulação de bens de capital (edifícios, máquinas, equipamentos, etc.); 
(iii) inovação e/ou melhoriatecnológica; e 
(iv) investimentos na infra-estrutura de base do país (estradas, portos, aeroportos, telecomunicações, usinas hidroelétricas, etc.). Em termos de representação gráfica, temos:
2.1.2.2 – Deslocamento Negativo: ocorre quando a Curva de Possibilidades de Produção se dirige em relação à origem, significando diminuição da capacidade de produção do sistema econômico.
Os fatores que contribuem para o deslocamento negativo são: (i) guerras entre os países; (ii) sucateamento do parque industrial; (iii) situações climáticas desfavoráveis; e (iv) pestes e epidemias. Em termos de representação gráfica, temos:
Onde P3 < P2 < P1
2.1.3 – Quanto aos deslocamentos diferenciados da CPP
Suponhamos, hipoteticamente, que os países Alfa e Beta, possuem a mesma capacidade de produção, num ponto específico do tempo. Suponhamos ainda, que estes dois países adotem diferentes políticas quanto à alocação dos fatores de produção para produzirem bens de consumo e bens de capital, conforme demonstrado no gráfico abaixo.
Análise dos deslocamentos:
(i) Bens de Consumo: o país Alfa aloca de seus fatores de produção para produzir bens de consumo o segmento 0Ac, enquanto o país Beta aloca 0Bc. Como o segmento 0Ac é maior do que o segmento 0Bc, isto significa que o país Alfa destina mais recursos para produzir bens de consumo do que o país Beta.
(ii) Bens de Capital: o país Beta aloca de seus fatores de produção para produzir bens de capital o segmento 0Bk, enquanto o país Alfa aloca 0Ak. Como o segmento 0Bk é maior do que o segmento 0Ak, isto significa que o país Beta destina mais recursos para produzir bens de capital do que o país Alfa.
(iii) Conclusão: como estes dois países estão destinando fatores de produção para produzir bens de capital, então, no futuro suas economias terão uma capacidade produtiva maior. A questão é saber qual dos dois países terá maior expansão na sua capacidade de produção, o país Alfa ou o país Beta.
Analisando o gráfico, observa-se que o país Beta alocou proporcionalmente mais de seus fatores de produção para produzir bens de capital do que o país Alfa. Esta decisão fará com que no futuro,a economia do país Beta tenha uma capacidade de produção maior do que a do país Alfa, que alocou menos de seus fatores para produzir bens de capital.
2.1.4 – Quanto aos deslocamentos parciais da CPP
Suponhamos que ocorra uma inovação tecnológica na produção do bem A. Nesse sentido, a capacidade de produção do bem A aumenta, provocando um deslocamento da Curva de Possibilidades de Produção apenas no ramo que representa o referido bem, conforme demonstrado no gráfico abaixo. Cabe ressaltar que, se a inovação tecnológica ocorrer em relação ao bem B, o mesmo deslocamento da Curva de Possibilidades de Produção acontecerá, só que neste caso específico, será no ramo que representa este bem.
Bem Y A
		 O 			B C Bem X
RESUMO - - Curva de possibilidade de produção
Para satisfazer as necessidades e desejos humanos são necessários bens que não encontramos na natureza, consequentemente usamos do processo de transformação, ou seja, os setores produtivos, para adquiri-los. 
A produção faz-se a partir de recursos e fatores produtivos como 1) terra (ou recursos naturais, os minérios, a água, a energia, etc.), 2) trabalho (mão-de-obra), 3) capital (investimentos ou como máquinas, fabricas, estradas, etc.) e conhecimentos.
Sabemos também que os fatores (recursos, insumos), são escassos. Devido aos recursos limitados uma sociedade tem que escolher as quantidades de bens e serviços a produzir, mais arroz e menos automóveis, mais café e menos geladeira, etc. Para simplificar vamos admitir que uma sociedade apenas pode produzir dois tipos de bens, café e sapatos. 
Com quantidade X de recursos podemos escolher entre sapatos e café, e as possibilidades são enormes. Para podermos analisar todas as situações possíveis recorremos a um gráfico muito importante em Economia: a fronteira de possibilidade de produção (figura abaixo) que representa o lugar geométrico dos pontos de produção máxima de café e sapatos, dado um certo montante de recursos disponíveis. 
A curva de possibilidade de produção ilustra graficamente como a escassez de fatores de produção criam um limite para a capacidade produtiva de uma empresa, país ou sociedade. Ela representa todas as possibilidades de produção que podem ser atingidas com os recursos e tecnologias existentes. 
A concavidade da curva indica que, dadas as quantidades dos recursos, se a sociedade quiser aumentar sucessivamente a produção de um bem, maior será a taxa de sacrifício (o custo de oportunidade) associada a tal intenção (isso em termos da produção do outro bem). 
Os pontos sobre a curva mostram o máximo possível da produção combinada das duas mercadorias como mostram os pontos A, B e C (fig.). 
A economia pode produzir no interior da curva, num ponto como D, ter mais café sem sacrificar sapatos, no entanto, isso significaria a não utilização de alguns recursos. 
Os pontos que se encontram fora da curva das possibilidades de produção, num ponto como E, são inatingíveis no momento devido á falta de recursos para lá chegar. Poderá ser alcançado com o aumento em um futuro quando teremos crescentes os Recursos Naturais, Humanos de Capital e de Conhecimento.
Uma observação a ser feita é supõe-se que a economia esteja em pleno emprego de seus recursos, ou seja, quase todos utilizados em capacidade máxima.
 
 
Outro exemplo: batatas X carne
Finalidade: demonstrar o conceito de escassez 
Indica: combinações máximas possíveis de produção de dois bens que podem ser obtidas quando a economia utiliza todos os seus recursos de diferentes maneiras. 
Na Curva (pontos A, B): nível altamente eficiente significa que todos os recursos produtivos estão sendo utilizados. 
Dentro da Curva (ponto C): subemprego de fatores (capacidade ociosa), pois a sociedade poderia aumentar sua produção de alimentos sem reduzir a produção de automóveis, ou vice-versa. 
Fora da Curva (ponto D): está fora da fronteira. Para atingir este ponto a Curva tem que se deslocar à direita (níveis mais elevados de produção, aumentar os fatores). 
Custo de Oportunidade: mede o valor das oportunidades perdidas em decorrência da escolha de uma alternativa de produção em lugar de outra também possibilidade.
3. O Fluxo Circular da Atividade Econômica
O diagrama apresentado na figura 1 mostra, ainda que de maneira simplificada, a maneira pela qual em uma economia de mercado o mecanismo de preços ajusta a oferta e procura das famílias à oferta e procura das empresas.
Fazem parte de uma economia de mercado dois tipos de agentes econômicos: as famílias e as empresas. Ela é composta, ainda, por dois tipos de mercados: o mercado de bens de consumo e serviços e o mercado de recursos produtivos.
Figura 1 Diagrama do Fluxo Circular
Analisemos primeiro, a metade superior do diagrama. As famílias desejam satisfazer suas necessidades através da aquisição dos mais variados tipos de produtos. Estabelece-se, então, uma procura por bens e serviços (roupas, alimentos, remédios, serviços médicos, etc.).
A quantidade de bens que uma unidade econômica familiar pode adquirir é limitada pela sua renda. Quanto mais elevada for sua renda, mais bens de consumo poderão comprar.
As empresas, por sua vez, buscam a obtenção do máximo lucro vendendo seus produtos às unidades familiares. Através da interação entre oferta e procura, teremos a determinação de preços e quantidades transacionadas de cada bem, equacionando-se a questão de "o que produzir". Estabelece-se, então, um fluxo real de mercadorias e serviços das empresas às famílias. Em contrapartida cria-se também um fluxo de moeda das famílias às empresas como pagamento pelos produtos adquiridos.
A metade inferior do diagrama nos mostra o processo de formação de preços dos recursos produtivos no mercado de fatores de produção. As famílias, na qualidade de proprietários dos recursos produtivos, agem no mercado de fatores ofertando terra, trabalho, capital e capacidade empresarial.
As empresas, por sua vez, empenham-se na compra e contratação de fatores produtivos junto às famílias estabelecendo-se, então, uma procura por esses recursos.
Do confronto entre oferta e procura dos fatores de produção teremos a Formação de seus preços, que indicarão aos produtores o "como produzir". Teremos então um fluxo real de recursos das famílias para as empresas.
Estas, em contrapartida, pagarão às famílias, sob a forma de moeda, os salários, aluguéis, juros e lucros correspondentes à utilização dos serviços dos fatores, ficando estabelecido, dessa forma, um fluxo monetário das empresas para as famílias.
A questão distributiva (o "para quem produzir") será equacionada simultaneamente às demais. A quantidade de fatores pertencentes a cada unidade familiar e o preço desses fatores irá determinar a distribuição de renda; e maior será a participação da unidade familiar na determinação de "o que produzir" quanto maior for sua renda.
Economia Planificada Centralmente
Esse tipo de organização econômica é típica dos países socialistas, em que prevalece a propriedade estatal dos meios de produção. Nesse tipo de sistema as questões de "o que", "como" e "para quem" produzir não são resolvidas de maneira descentralizada, via mercados e preços, mas pelo planejamento central em que a maior parte das decisões de natureza econômica são tomadas pelo Estado.
A ação governamental se faz presente através de um órgão central de planejamento, a quem cabe elaborar os planos de produção de todos os setores econômicos. Tais planos são elaborados a partir de um levantamento não só das necessidades a serem atendidas como também dos recursos e técnicas disponíveis para a produção, a fim de dimensionar o que cada empresa, seja ela agrícola, comercial ou industrial, pode realmente produzir.
Identificadas as disponibilidades existentes, fixam-se as metas de produção, ou seja, as quantidades a serem produzidas de cada bem procurando, na medida do possível, atender as necessidades de consumo da sociedade. Equaciona-se, destaforma, a questão "o que e quanto" produzir.
Cabe, da mesma forma, ao órgão de planejamento determinar os processos de produção a serem utilizados. O Poder Central distribui não só as tarefas do plano, mas também os meios de produção, tanto materiais como financeiros. O órgão central de planejamento determina como designar a produção às diferentes fábricas e esforça-se para que cada fábrica tenha os fatores de produção necessários para poder obter a quantidade exigida. Fica então resolvida a questão "como" produzir.
A questão "para quem" produzir, que trata da maneira pela qual a produção total de bens e serviços será distribuída entre os indivíduos é também resolvida pelo órgão de planejamento, a quem cabe determinar os salários dos diferentes tipos de profissão. Nesse tipo de economia, existe um "sistema de preços" que são meros recursos contábeis que ajudam a controlar a eficiência com que os produtos são produzidos. Assim, caso alguma empresa que esteja produzindo de maneira ineficiente acusará "prejuízo financeiro". Caso contrário, surgirá o "excedente".
3.2 Economia Mista
Nos sistemas de economia mista, uma parte dos meios de produção pertence ao Estado (empresas públicas) e a outra parte pertence aos setor privado (empresas privadas). Na realidade, as organizações econômicas descritas anteriormente (Economia de Mercado e Economia de Planejamento Central) nunca existiram em sua forma mais pura. O que se observa nos diversos países é uma mescla desses dois sistemas que ora se aproxima de um tipo de organização, ora do outro, conforme o grau de participação do Estado na economia.
Nesse tipo de sistema, cabe ao Estado a orientação e controle de muitos aspectos da economia. Para tanto, ele se utiliza das empresas públicas e de outros instrumentos, tais como a legislação, a tributação, o orçamento governamental, etc.
Nos sistemas de economia mista a questão distributiva é resolvida, em geral pelo sistema de preços. Entretanto, aos detentores de renda mais baixa o Estado oferece ensino gratuito, assistências médica, jurídica, além de outros serviços a que essa camada da população não tem acesso.
Além disso, o Estado procura criar mecanismos que garantam às pessoas o recebimento de uma renda que lhes permita satisfazer suas necessidades básicas. Por exemplo, a criação do seguro desemprego e o estabelecimento de salário mínimo.
3.3 MERCADO
O mercado é o ambiente social ou virtual, para a realização de troca de bens e serviços. Também se pode entender como sendo a instituição ou organização mediante a qual os que ofertam (vendedores) e os que demandam (compradores) estabelecem uma relação comercial com o fim de realizar transações, acordos ou trocas comerciais. O mercado aparece a partir do momento em que se unem grupos de vendedores e de compradores, o que permite que se articule um mecanismo de oferta e procura.
Nas economias modernas, a maioria das decisões sobre o que e quanto produzir, como produzir e para quem produzir são tomadas nos mercados. Para que possamos determinar quais os compradores e vendedores estão participando do mercado, devemos observar a extensão do mercado.
Tanto a oferta quanto a demanda fazem parte de um modelo econômico criado para explicar como os preços são determinados em um sistema de mercado. Observe que os preços determinam quais famílias ou regiões serão beneficiadas com determinados produtos e serviços, e quais empresas receberão determinados recursos.
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