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O PROFESSOR TRANSFORMADOR_ Como podemos melhorar nossas aula

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O PROFESSOR TRANFORMADOR
Como podemos melhorar as nossas aulas
“Mestre não é aquele que tudo sabe, mas quem, de repente, aprende.”
(Guimarães Rosa)
Minha experiência didática me ensina, a cada dia, que o professor precisa evoluir sempre.
De repente, as paredes da sala de aula ficam rígidas demais, as carteiras, qual celas solitárias,
amordaçam o pensamento; a voz do professor, monótona e às vezes autoritária, dita regras
incontestáveis, definições infinitas, leis imensas, teorias ancestrais, respostas indiscutíveis; de repente, a
sala de aula com seu professor são pura solidão.
Em outros momentos, o professor senta, não vê aquele aluno, aqueles alunos. Refestelado atrás da
mesa, não ouve os desejos, não cutuca emoções, não faz refletir. Ele simplesmente lê um livro, uma
ficha, slides, apostilas gastas; não incita o debate, não escuta o comentário, não fustiga a análise, não
provoca o pensamento, não inspira.
Esse é o professor que não prepara a aula; ele improvisa o saber, balbucia, geme, hesita, tropeça
no discurso, não desperta a ousadia, não seduz.
O professor precisa encantar, inspirar, seduzir.
Diante das aulas que os alunos me deram nos corredores das faculdades, aprendi: o bom
professor é aquele que se permite ser aluno.
Não tenha receio de fugir das dimensões de uma sala de aula; não se sinta incomodado ao
conviver com a emoção; não repita as mesmas aulas; não seja autoritário, mas amigo; não dê aula para
si mesmo, inove; não incentive o silêncio exagerado, pergunte; não apenas ensine, eduque; não pare de
estudar, aprenda; faça como aquele político veterano: ouça as bases; lembre-se: você, professor, não é
dono de todas as verdades. Saiba que, assim como um artista famoso, sua aula é o seu show, então
encante, inspire, seduza.
Ser professor não é uma simples profissão, mas um DOM. 
Fernando Frota
 Fernando Frota
fernandofrota@uol.com.br
(61) 9217.0540
Mestre em Engenharia da Produção – Mídia e Conhecimento com ênfase em Organização de Empresas
e Instituições pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Especialista em Metodologia do
Ensino Superior, pela União Educacional de Brasília, Licenciado em Letras, pelo Centro Universitário
de Brasília – UNICEUB.
Diretor acadêmico Faculdade Logos. Professor da Fundação Getúlio Vargas, IBMEC (2010-2011),
Faculdade SENAC (2008-2016), Faculdade JK e Academia de Polícia Militar do Distrito Federal (2005
-2010).
Palestrante nas áreas de Formação de Professores, Oratória, Atendimento, Motivação, Ética, Didática,
Liderança, Administração do Tempo, Etiqueta Profissional.
Instituições atendidas: Universidade Católica de Brasília, Faculdade Alpha (PE), UniProjeção , SENAI,
Secretaria de Educação da Cidade Ocidental (GO), Tribunal Superior do Trabalho, Universidade dos
Correios, Secretaria de Educação de Valparaíso (GO), Caixa Econômica Federal, Faculdade SENAC,
Banco do Brasil, Colégio Leonardo Da Vinci, Advocacia Geral da União, Faculdade IESGO (GO),
Colégio Galois, Colégio Elefante Branco, Ministério de Ciência e Tecnologia, Grupo de Faculdades
JK, Ministério das Cidades, Secretaria de Educação de Ilhéus (BA), SESC (MG), Banco Santander,
Universidade Paulista .
Minha primeira professora tinha olhos verdes e uma varinha mágica
em forma de caneta-tinteiro em que me apontava palavras para que eu as
lesse. Eu tropeçava, gaguejava, ficava nervoso, o que eu queria, Dona Luíza,
era casar com você. Não deu, mas casei-me, muito tempo depois, com a
língua portuguesa, fui ser professor. Com a sua caneta-tinteiro mágica você
me apontou o caminho, e eu segui.
Comumente, nos deparamos com alunos que possuem alguma forma de
complexo ou são pressionados por pais, maridos, esposas, chefes etc. A
forma de avaliar esses alunos precisa ser bem trabalhada. Se optarmos por
uma linearidade, atestaremos a nossa indiferença diante de pessoas inseguras
que, possivelmente, não renderão o ideal. O professor, nessas ocasiões,
necessita rever esses valores, talvez até “fugir” dos velhos padrões. Surge,
então, o professor transformador. Ele é mais amigo, é mais conselheiro,
é meio mágico e encantador; o professor, com esses alunos, será mais mestre.
Talvez aconteçam conversas amiúde, talvez pesquise o histórico desses
alunos, talvez busque em experiências alheias um resultado que deu certo,
talvez procure algum parente dos alunos, talvez aprenda sobre casos assim.
Talvez descubra e, aí sim, desencante os males que os atordoam. Talvez crie
ou recrie formas de avaliação, de acordo com esse grupo. Com esses alunos o
professor cresce, se transforma.
Disse-me um mestre: “Cada aula ministrada por mim é igual a uma
partida de futebol de final de campeonato: a mesma empolgação, o mesmo
otimismo, a técnica, a estratégia, o preparo, o incentivo, o vestir a camisa, o
aprendizado, um leve nervosismo, e o que é mais importante, a grande
paixão”.
 A responsabilidade de
ser professor
Professor, você já refletiu sobre a responsabilidade de colocar-se
diante de uma turma? Lembre-se: suas palavras, seus gestos, sua
experiência, todo esse conjunto poderá modificar a cabeça, o
destino das pessoas.
 Ali, solitário, em frente aos alunos, você, professor, é modelo, é uma
das pessoas que eles mais admiram (ou não). Entenda que nesses momentos,
modificamos o mundo. Eles dependerão das ideias que você colocar, dos
ensinamentos, das posições que você assumir. Ou não. Depende de como
você constrói a sua profissão.
Aponte os pontos fortes dos seus alunos ; às vezes eles os
ignoram ou geralmente estão cercados por reprovações, já ouviram sobre
seus pontos fracos. Que venha o novo, que venha o professor
transformador. Precisamos lembrar que aluno-problema ou turma-
problema são ótimas oportunidades de crescermos; é o momento do desafio,
de aprendermos mais, de sermos agentes transformadores. Enquanto uns
lamentam e desistem; outros aprendem e crescem.
 Nossas aulas vêm e vão, geralmente são
parecidas, tornam-se comuns; porém, em alguma aula, surge algo diferente:
uma pergunta incômoda, uma indefinição, uma disputa; de repente, algo é
rompido, termina ali o cotidiano, a normalização; chegou o momento do
desafio. Agora, é mudança de rota, chegou o momento de aprimorarmos
nossa técnica, nosso saber. Dessa experiência, sairemos com o sentimento
de termos aprendido algo a mais do que a teoria. Esses momentos não estão
nos livros, estão no tempo.
Ser professor é ser curioso
É ser uma pessoa que não apenas memoriza definições ou repete
ideias. É necessário garimpar em novos veios e assim, incentivar os
educandos a também serem curiosos, fuçadores, a descobrirem
as boas novas .
A sala de aula
É sempre saudável lembrar que a sala de aula é o nosso palco, e a
plateia, nossos alunos, e eles não gostam de falhas, inseguranças, erros no
roteiro, mediocridades, interpretações precárias, método confuso, excesso de
amadorismo... Eles estão ali para a grande emoção do
conhecimento.
Um professor comentava: “Sou pós-graduado em..., também mestre
em...; com doutorado na área de...” Penso: precisamos ser, antes de tudo,
especialistas em alunos
Algumas coisas que eu sei sobre a sala de aula, não foram os
professores que me ensinaram, foram os educandos.
A primeira aula
A primeira aula é como se fosse o primeiro encontro
amoroso: nada pode dar errado, tudo precisa ficar perfeito, prazeroso, e
sempre com aquela intenção de amor eterno. Que na primeira aula seja
gerado um encanto, que fique o conhecimento e já a saudade.
Depois, em cada aula, o diálogo, a compreensão, a troca de ideias, as
pequenas e as grandes descobertas, a admiração recíproca, o respeito, a
cumplicidade, a busca das posições perfeitas, a aventura, a chegada do novo,
o amadurecimento, a certeza de que nada acontecerá por acaso.
Por que existem turmas que têm um aproveitamento fantástico em
determinada disciplina, parecem empresas de sucesso? Porque somosgestores nas salas de aula, dessa forma, colocamos o nosso ritmo, a
nossa paixão, a nossa experiência, a nossa paciência em ir e voltar, em parar,
refletir, sempre buscando a melhor forma. Somos gestores, daí a busca de
líderes, o sentimento de equipe em todas as etapas do trabalho, a busca
incansável dos melhores resultados, o trabalho bem planejado, a busca de
metas, a comunicação fácil, sem ruídos, a disciplina, a alegria, a frequência, o
sentimento e a certeza de que essa turma está progredindo e irá, com certeza,
alcançar o sucesso. E os lucros virão por intermédio do conhecimento
adquirido por alunos e professor.
Planeje a sua aula
Uma aula bem planejada, com metas a serem alcançadas, ganha
em objetividade, em clareza, harmonia, coerência, aproveitamento; uma aula
planejada precisa estar focada para o interesse coletivo e individual. Quando
o professor se prepara, o aluno se prepara.
Professor conheça bem o assunto da sua aula, saiba que
perguntas poderão surgir, que dúvidas podem ficar; exemplifique ao máximo,
ilustre sua apresentação com fatos, notícias, seriados, filmes, poesias, contos,
crônicas, letras de música, trechos de peças teatrais, lendas, fábulas. Se for o
caso, traga material, o que os olhos veem, o cérebro sente. De repente, a sala
de aula é o mundo.
Se a aula tem duração de 50 minutos, elabore informações para até 90
minutos, a reserva dar-lhe-á mais segurança.
Uma professora terminou a aula faltando 20 minutos, ao ser indagada
porque terminara mais cedo, respondeu: “A minha aula já acabou”. Ficou a
imagem da limitação em torno dela. Quando a aula termina antes do horário,
a sensação é a de que o professor não tem mais nada para ensinar; até a
próxima aula, até a próxima decepção.
O show vai começar
Quando a aula começa, cortinas invisíveis são levantadas:
começou o show. Até chegar esse dia, os preparativos foram muitos. Muita
correria, roteiros escritos, ensaios, estudos, montagens, enfim, houve muita
preparação, muito sacrifício, até pensamentos negativos. Porém, é grande a
paixão, o desejo de que tudo dê certo. O professor é um dos astros
desse show, ele será o responsável pelos aplausos, pela apatia
ou pelas vaias. Se você se preparou, mestre, então faça com que o seu show
seja um campeão de audiência.
A sua aula é importante
É sempre interessante mostrar a importância do assunto
abordado na sala de aula. Conseguimos melhores resultados quando
despertamos o interesse do aluno, quando ele percebe o valor daquele
aprendizado para o seu sucesso. Quantos alunos às vezes tornam-se
medíocres por não perceberem na aula presente, algo que possa ajudá-los no
futuro. A aula acende paixões, desde que o aluno visualize no mestre, o
propulsor de um futuro melhor. Se o professor esquecer o futuro do aluno,
esquecerá do seu próprio como o construtor, não de sonhos, mas de
fantásticas realidades
Sorria professor
Não esqueça o sorriso ao entrar na sala de aula, professor,
dê um sorriso sincero, acompanhado por um animado
cumprimento; não economize, não modifique, é a sua marca. O sorriso
aproxima as pessoas, relaxa, afasta as barreiras; diante de um sorriso natural
não há medo nem indiferença, o aluno é seduzido, sente-se tranquilo para
digerir todo aquele conhecimento. O sorriso sincero é aberto, é livre,
modifica comportamentos avessos. dessa maneira você cria um
ambiente estimulante, otimista, pronto para o aprendizado. Rosto fechado,
sonolento, agressivo, indiferente, ranzinza, apático cria uma atmosfera
propícia ao desaprender.
Professor, não esqueça, nunca, o seu sorriso.
Professor, comece e termine sua aula de forma
interessante
A introdução chama a atenção do aluno. Inicie com uma citação
escrita no canto do quadro ou recite o poema de um poeta famoso, conte um
caso interessante, narre algum momento de encantamento da sua vida, leia
um texto motivador ou uma notícia fantástica, mas comece bem a sua
aula, aqueça .
Que o término da aula, professor, também seja brilhante, é
a apoteose, a conclusão magnífica do seu trabalho , lembre-se: a
sala de aula é o seu palco . Imagine-se recebendo elogios; agradeça,
ciente de que você iniciou, desenvolveu e concluiu de forma excelente a sua
aula e que os alunos assimilaram o conteúdo. Porque somos professores,
porque vivemos para ensinar e aprender, porque somos assim .
Após a aula, reflita: Que erros e acertos eu cometi? Que experiência
acumulei? Fui automático? Fui apático? E o aluno que sorriu? E a aluna que
fez cara feia? Professor, após a aula, abuse da comunicação intrapessoal para
lapidar-se. Avalie-se. Com o tempo você notará que os sorrisos aumentarão,
enquanto que as caras feias...
É bom lembrar que a função do professor é ensinar, e não
punir; é educar, e não humilhar; é elaborar avaliações interessantes e
não hereditárias. É bom sempre lembrar que a função principal do professor é
transformar.
Conheço professores interessantes, bem-humorados, sensíveis,
entusiasmados, mas quando entram em sala de aula, são sombrios, moralistas,
arrogantes, superiores. Você jamais encantará os alunos sendo chato,
insensível.
Um certo professor tomava um copo de café dez minutos antes de começar a
aula, “É para tornar os alunos mais interessantes”, explica. Será que
precisamos de tanta cafeína assim para “tornar os nossos alunos mais
interessantes”? E se buscarmos o interesse dentro de nós?
Mantenha-se motivado
O professor precisa encontrar a chave da ignição que o manterá
motivado. Algumas sugestões:
✓ Trabalhe a sua autoestima – goste de você, compreenda você,
converse mais com você, elogie você;
✓ Imagine-se tendo êxito;
✓ Não fale mal de você para ninguém: suas fragilidades, seus
medos, pontos fracos... Para quê? Não pratique o anti-marketing;
✓ Saiba aceitar e fazer elogios;
✓ Qual é a sua estratégia para sentir-se motivado, para ligar a
sua ignição? Se não existe, crie uma, crie várias.
A motivação, sabemos, vem de dentro, mas a desmotivação é externa.
E é fácil de acontecer, basta que o professor:
✓ Seja grosseiro;
✓ Seja mal-educado;
✓ Chame a atenção do aluno na frente da turma;
✓ Faça ameaças;
✓ Não reconheça (e elogie) o esforço do aluno, ache que tudo é
obrigação;
✓ Aja com frieza, com distância, mantenha-se inexpugnável.
Porque o professor é o timoneiro, o conselheiro, o coach , o gestor, o
professor.
Mantenha-se atualizado
O professor necessita estar “antenado” com o que acontece
ao seu redor . Isso requer muita leitura das mídias. O professor “antenado”
oferece suporte aos alunos. Sua bagagem lhe permitirá conduzir em sala
de aula, debates sobre diversos assuntos, tratando-os com o equilíbrio próprio
de quem é, antes de tudo, um gestor das informações.
O professor transformador tem ânsia de saber, nunca se
sente saciado com o conhecimento. Por mais que ele “domine” o
assunto, há sempre uma curiosidade, um desejo de ir além, de descobrir
novos meios, novos ângulos, principalmente porque ele é um apaixonado
pelo que ensina e pelo que aprende.
E essa curiosidade, esse desejo começam a influenciar os educandos,
para que não fiquem satisfeitos com tudo que já está pronto.
Estude sempre
 Se o professor não
estuda, não participa de seminários, congressos, palestras, semanas
pedagógicas, programas de formação continuada, leitura de revistas e livros
especializados... a tendência é que ele permaneça para sempre com
as mesmas aulas, as mesmas definições e métodos, os mesmos
questionamentos e exemplos.... Portanto, sempre é hora de atualizar-se e
tornar-se moderno. Lá fora o mundo necessita de profissionais mais coerentes
com o tempo.
Há de se esperar de professores transformadores, o interesse em
aprimorar-se cada vezmais - nas palavras de Paulo Freire, na sala de aula o
professor é o primeiro a aprender. Daí a urgência em ler bons autores. O
saber necessita, sempre, desse caldo cultural e ecumênico para complementar
a formação de grandes personagens e líderes. Na verdade, o professor não
para de estudar nunca; aquela história de que “ele terminou os estudos”,
serve apenas para o caso de falecimento.
A gestão e a liderança em sala
O professor é o gestor da sala de aula. Cabe a ele a liderança,
manter a turma motivada, organizar as informações, planejar as aulas,
estimular o trabalho em equipe, a produtividade, o alcance das metas, a
satisfação do “cliente”, fazer o marketing do conhecimento como um produto
cada vez mais cobiçado.
O professor em sala de aula é o poder. Existem poderes
criadores, construtores, ditatoriais, medíocres, demagógicos, populares,
dogmáticos, doentios. Lembremos que o poder é transformador, que o poder
é democrático – ou deveria -, que o poder inova, provoca, revoluciona. Qual
o tipo de poder (ou poderes) que você procura exercer nos seus alunos?
Professor, você é líder, então seja exemplo, não grite, seja educado,
não fale palavrão, não fale errado, não tenha maus hábitos. Seja
comunicativo, desenvolva novas aptidões, transforme sonhos em realidades,
se destaque, vigie o ego, seja uma fonte de inspiração, fale diretamente com a
alma e, principalmente, jamais fique acomodado. Mestre, você é líder e a sua
liderança formará seguidores.
O humor
Ele provoca um prazer mental, o cérebro produz suas endorfinas que
vão melhorar na assimilação do conteúdo exposto.
Não leve sua aula tão a sério, não leve você tão a sério, relaxe, divirta-se
ministrando aula, afinal, você levou muito tempo preparando-se para esses
momentos; você merece o prazer da sua aula (e os alunos também).
Use o bom humor para temperar a sua aula, ela ficará bem
mais saborosa e fácil de ser lembrada.
Conheça seus alunos
Quando ministro uma aula sei que não preciso apenas conhecer bem o
conteúdo, mas conhecer bem o aluno. Conhecendo o seu público, o professor
pode adaptar ou enfatizar tópicos interessantes, necessários ao aluno. Limitar-
se apenas ao índice do livro adotado é ignorar o potencial da turma, sua
aspiração. É somente cumprir um programa que não leva em conta fatores
como a cultura, raça, o local, os sonhos; é endurecer o processo de
aprendizagem, gerando apatia.
Sempre existirá uma forma melhor de se ministrar uma
aula.
“Leia” a turma, “leia” o aluno
Um professor veterano comentava: “Um olho na aula e outro nos
alunos... ’Leio’ constantemente os meus alunos: aquele bocejou, o do canto
olhou para o relógio, alguém contempla o teto como a pedir forças para
suportar o momento... Então, é hora de mudar : conto uma história, faço
uma pergunta que provoque discussões, ensaio alguns passos de dança,
aumento o volume da voz ou sussurro como se contasse um segredo; acordo a
plateia, trago-a de volta à aula, aí recomeço”.
Quantas aulas tornam-se chatas porque o professor não
“lê” o aluno ; preocupado em transmitir logo o conteúdo, esquece-se do
receptor que está longe dali, viajando por outras plagas, na verdade, o
ambiente está vazio, apenas o corpo desajeitado em carteiras enfileiradas; o
espírito há muito partiu; o aluno está em diversos lugares, menos na
sala de aula; até que alguém ou algo lhe chame a atenção e o
traga de volta.
Cuidado com o silêncio
 Se o barulho atrapalha a
aula, o silêncio exagerado também. A turma excessivamente quieta pode estar
apática, sem desejos, sem questionamentos, esperando de boca aberta o
conhecimento já pronto, degustado; aceitando, passivamente, tudo o que o
professor quer. A turma não viceja, há uma sombra sobre cérebros
anestesiados; os olhos estão abertos, mas os espíritos dormem acomodados
com as fórmulas e definições que o professor reza lá na frente. Alguns com
dúvidas, com experiências próprias, não perguntam, não querem incomodar,
romper este lacre de silêncio (às vezes até medroso) que paira sobre as
mentes de todos. Parece que nesses momentos só o professor fala, uma voz
autoritária e decisiva ecoando solitária, automática, por sobre tantos mundos.
Seja um “provocador”
O professor é um provocador, dele parte o mote; nesses
momentos de silêncio excessivo, quando parece que a sala de aula foi
desligada, surge a luz do mestre para incitar o debate, para que alguém cite
um exemplo ou conte algo pertinente, para que se comente uma manchete,
para que o silêncio não adormeça aquele tempo de
descobrimento.
Provoque a curiosidade no seu aluno. Existem frases que
despertam a curiosidade, provocam a atenção no aluno, estimulam certas
partes do cérebro: “Hoje vocês aprenderão algo muito interessante”, “Esta
aula vai levá-los ao sucesso”. E não frases do tipo: “Hoje faremos apenas
uma revisão” ou “O assunto desta aula é um pouco chato”.
Aulas banais, repletas de lugares-comuns, clichês, ideias banhadas em
formol, geralmente dizem a verdade, mas cansam, são aulas temperadas com
tédio. Traga informações completamente novas para os seus alunos,
sendo antigas, coloque-as em uma embalagem diferente, crie outros
formatos para antigos assuntos, dê ênfase ao conteúdo explanado.
Lembre-se: “O cérebro não presta atenção em coisas chatas”.
(CARMINE GALLO).
Seu foco é o aluno
Oriente o educando, professor, para a automotivação. Transfira o seu foco
para ele, incentive-o, faça com que se sinta importante nesse
processo, alimente a sua autoestima, mostre-lhe do que ele é
capaz.
E quando o momento não está para uma aula convencional? O clima
está desagradável (muito frio, muito calor), a turma está apática ou alguma
notícia contaminou a todos, há um marasmo no ar... Talvez seja o momento
ideal para uma dinâmica de grupos, daquelas de pura adrenalina, daquelas
que movem a turma para a reflexão, para a competição, que trabalham a
liderança, a comunicação, a criatividade, o sentimento de equipe e,
principalmente, a motivação.
Sempre nos lembramos dos mestres que fizeram alguma
diferença em nossas vidas. Foram experiências distribuídas entre as
aulas, tijolos que construíram o nosso caminho. Nesses momentos, a sensação
era que o tempo passava rápido demais. Sorvíamos, com delicadeza, aqueles
olhares, as palavras bem encaixadas, a postura, os gestos suaves ou
grandiosos, o silêncio para que refletíssemos – coisa incomum entre nós.
Naqueles momentos, sentíamos a alma crescer. Nossos olhos nem piscavam
para não perder aquela imagem; os lábios entreabertos para perceber cada
sílaba. Em nossa memória, jamais serão apenas aulas. Foram mestres
inesquecíveis, construtores de pessoas. Será que um dia, também,
seremos assim, inesquecíveis?
Escute seu aluno
Professor, você ouve ou escuta o seu aluno? Ouvimos o ruído do
ar-condicionado, passos no corredor, o vento, a chuva. Quando escutamos,
conhecemos os desejos, as fragilidades, as dúvidas, formamos nossos
diversos links ; assim, teremos as respostas que os educandos precisam.
 Aprenda a escutar
Quantas vezes somos “confessionários” dos nossos alunos. Quantas
vezes eles não querem conselhos ou dicas, ou exemplos, mas apenas um par
atento de ouvidos, olhos nos olhos, silêncio, respeito por aquele instante na
vida. O aluno fala, o professor escuta, e escuta cada vez mais o aluno, seja na
sala de aula, no corredor, no estacionamento, nas redes sociais Aos poucos o
aluno mostra quem ele é, aos poucos, sente que o professor é uma pessoa que
escuta, então se sente a vontade para falar sobre suas limitações, medos,
sonhos, metas...
O mestre, até pela experiência e por todo o preparo
intelectual, é a pessoa que o aluno precisa quando vive num ambiente
sem nenhum par de ouvidos atentos. Aí reside a dificuldade para o professor:
como saber escutar? E tempo para escutar? E paciência para escutar? E como
despregar-se de teorias que apontam para outros lados?E como evitar os
nossos próprios filtros? E como calar nossos ruídos interiores? E como
aprender com as confissões dos alunos? E como...?
Mestre, escute com os olhos, com o corpo inteiro ; não
esqueça do retorno, do leve aceno, do sorriso. Aos poucos, ele sentirá
confiança, estará mais aberto, livre daquele mundo silencioso, pronto para o
conhecimento. Esse aluno, provavelmente, jamais esquecerá que um dia
conheceu um professor que sabia escutar. O professor que escuta,
compreende mais o seu público; dessa forma, prepara melhor as aulas, os
exemplos, adapta o jeito de falar, ou seja, “penetra” no mundo do aluno, que
assim adquire confiança e vê no mestre alguém até muito parecido com ele:
aluno.
Se a cada aula eles aprendem, eu também.
Mantenha-se aberto para mudanças
Como sabemos, o professor nunca está pronto, terminado e, por ser
assim, deve ser aberto às mudanças do tempo e à criatividade. Dessa forma,
poderá modificar as pessoas, fazendo-as saírem das suas “zonas de conforto”
e a galgarem novos espaços; teremos, então, professor e turma em constante
construção.
Ao fazer perguntas, professor, faça-as para os alunos e não
para si próprio; evite mostrar toda uma erudição ensaiada, pronta para
enaltecê-lo, pois são perguntas que pouco ensinam ou não ensinam, mas que
podem fazer o aluno se sentir inferiorizado perante o seu professor.
Ao fazer uma pergunta, aproveite ao máximo a resposta do
aluno, elogie a participação, o esforço, talvez aquela pergunta
provoque outras, interrompa a apatia da turma ou ensine algo a todos.
Inove, faça diferente
Saia do lugar comum, professor, busque um diferencial, seja
ousado, seja persistente, seja criativo, seja dinâmico, seja aprendiz. Você não
merece ser igual aos outros. Ensinar é inovar. Coloque música na sua aula,
lance uma revista em quadrinhos, elabore um filme, um site, um blog, cante,
toque, pinte, conte fábulas, modifique um poema, recite um cordel, elabore
uma peça teatral, o interessante é não cair na vala dos comuns, aí repetir as
aulas, as provas, os discursos, repetir-se, repetir-se, perdendo o que mais
caracteriza o mestre: a ousadia de transformar, de pensar “fora da caixa”.
Cuidado para não termos e não sermos “aquela velha opinião formada
sobre quase tudo” (Raul Seixas).
Professor, não se ausente
Quando o professor não comparece à sala de aula sem motivo relevante,
ele está “ensinando” uma aula negativa, ou seja, a antiaula, ou seja, tudo
aquilo que o aluno deve desaprender. Os alunos são dispensados, uns alegres,
outros indiferentes e há aqueles que sentem o vazio, a frustração e voltam
para suas casas cientes do dever não cumprido. Somos perfeitos? Não, mas
na maioria das vezes, precisamos parecer. O não comparecimento de um
professor à sala de aula vem carregado de informações do tipo: o professor
não está nem aí; se o professor pode faltar, eu também posso; este lugar não é
sério; o professor não gosta da turma... O pior é se a falta do professor
trouxer alívio. Ser assíduo, ser pontual, a postura do Professor
Transformador começa por aí.
Tenha autodisciplina, professor, chegue antes de todos, saia depois de
muitos. A autodisciplina gera segurança, melhora a autoestima, produz bons
exemplos.
Ame seu aluno
Professor, ame o seu aluno, e não fique calado quanto a isso; diga para
ele, para ela, para eles, para todos, que você os ama. As pessoas gostam de
quem gosta delas. Mostre o seu carinho, sem pedantismo, de forma simples,
sorriso aberto; deixe claro que eles são importantes para você, motivo mesmo
(exagere) da sua existência. Daí uma sala de aula positivamente energizada.
Elogie o seu aluno
“O elogio é público, a crítica é particular.” É constrangedor
receber críticas diante dos colegas, dos amigos e, às vezes, diante da pessoa
amada. O professor precisa escolher o momento e o local certos para a crítica,
que seja modificadora e marcante na vida do aluno. Cuidado com a voz, com
os gestos, com a máscara; coloque carinho em suas palavras, dispense os
termos rudes, use frases positivas e seja breve; verifique exemplos
condizentes e vitoriosos; esqueça as derrotas e os culpados. Também ao
elogiar, cuidado com as comparações em público: as pessoas são
diferentes. O elogio não precisa gerar inveja, mas admiração; não deve
provocar ódio, mas respeito; não tem que instigar o despeito, mas mostrar
bons exemplos. E não economize elogios ou não os guarde para si. E se for
criticar, elogie primeiro, “desarme” a pessoa, deixe-a preparada para um novo
e, às vezes, diferente saber.
Costumo estudar muito as minhas aulas, é como se eu fosse fazer uma
prova, e uma prova em que eu precise tirar a nota máxima. Sei que não
haverá “cola” e que devo evitar o “decoreba”. Devo estar preparado para
responder a diversos tipos de perguntas de forma clara, objetiva. A nota
máxima, o dez, estará nos rostos encantados dos discentes.
A formação do aluno
O professor não é o único responsável pela formação do aluno. Toda a
instituição, do porteiro ao proprietário, tem essa incumbência, cada um
contribuindo dentro do seu universo de experiência e conhecimento.
Que nota um aluno merece? E se esse aluno ficou nervoso no dia da
prova? E se esse aluno teve problemas particulares? E se esse aluno “colou” a
prova toda? E se esse aluno “decorou”? E se esse aluno não compreendeu a
matéria dada? E se esse aluno teve aulas com alguém despreparado para
ensinar? E se a avaliação adotada foi falha? E se o professor não foi com a
“cara do aluno”? E se a prova foi mal elaborada? E se a formulação das
questões não foi condizente com o conteúdo ministrado? E se o aluno foi
criativo? E se o aluno foi participativo? E se o aluno foi curioso? E se o aluno
“ensinou”? E se... Que nota, então, após a elaboração da avaliação, o
professor merece?
Tenha brilho nos olhos
O ato de ministrar aula necessita ser prazeroso, não precisa
ser encarado como simples obrigação. O professor há de entrar na sala de
aula com o famoso brilho no olhar, o sorriso incentivador, o semblante de
quem veio ajudar, a postura tranquila e amiga de quem se preparou a vida
inteira para aquele momento, a voz, o cumprimento, o início da tarefa de polir
pessoas e levá-las ao sucesso.
São esses os pequenos milagres na construção humana.
Alguns assuntos interessantes para a formação de um professor: oratória,
“escutatória” (Rubem Alves), teatro, música, marketing pessoal, ética,
liderança, gestão, cidadania, qualidade de vida, administração do tempo.
Tem que haver entusiasmo. O professor apático ou automático forma
alunos apáticos, automáticos. O mestre que sente entusiasmo pelo que faz,
conquista os alunos, torna vibrante o aprendizado, forma líderes. O aluno não
sente o tempo passar porque há brilho nos olhos do mestre, há vitalidade e
eternidade naquelas ações, naquelas palavras. Serão momentos citados no
futuro, são aulas que continuam.
Pergunto-me: se eu fosse o meu professor, que lições eu
ensinaria para mim ? E de que modo?
A voz do professor precisa penetrar no aluno. Não será a voz de alguém
que comenta um fato corriqueiro. A voz do professor vem com velocidade
ideal, boa altura, bom timbre, um ritmo que o aluno possa acompanhar, é um
ator que projeta a sua voz na calibragem perfeita da sala de aula, invadindo
todos os espaços. Vem firme, clara, toca o aluno porque há a sintonia
perfeita. Não adormece, alerta; não se perde, mostra-se; não se esvai,
permanece.
Algumas vezes me deparei com professores colecionadores de títulos, com os
egos à flor da pele, sem nenhum traquejo em relação aos alunos; manda-os
calar a boca, oferecem a porta da sala como única saída plausível, entram em
confronto, transformam a sala de aula num campo de batalha e, lógico, eles
com a artilharia pesada diante de uma infantaria despreparada. Não admitem
questionamentos, apenas eles possuem o dom sagrado do pensamento
verdadeiro; apenas elesdominam o saber, qualquer saber; apenas eles,
imaculados, estão acima de tudo. Repetem exaustivamente seus conceitos
decorados, às vezes desatualizados, às vezes uma cria própria que insistem
em fazer sobreviver. Deuses? Não, um pouco acima.
Seja um apaixonado pelo que faz
A atenção com os alunos e o amor pela profissão que abraçou irão
definir o professor. Ele atrairá mais alunos para a instituição, sendo uma
espécie de prospectador nesse mercado competitivo e escasso de grandes
mestres. O aluno sabe, dessa forma, o nível de conhecimento que terá e, o
que é gratificante, a forma como o conhecimento virá. Professores assim
serão cada vez mais disputados. Porque profissionais apaixonados
pela profissão, apaixonam.
É interessante a afeição que alguns mestres têm pela
disciplina que lecionam. Conheci um professor de matemática que
contemplava o quadro recheado de equações e dizia: “Como é linda e perfeita
a matemática!” Outro, diante de variadas definições, balbuciava versos
carinhosos como se falasse com a pessoa amada. Essa paixão vai refletir
em quem aprende.
Sempre que puder, demonstre para os seus alunos o quanto
você está empolgado por estar ali com eles.
Uma vez, um mestre, daqueles de “peito coberto de medalhas e
cicatrizes”, disse: “A impressão que tenho é a de que toda vez que ministro
uma aula, eu torno as pessoas melhores”.
A humildade
Quando o saber nos leva, ou deveria, à humildade. Quanto
mais aprendemos, mais deveríamos compreender os anseios alheios. Os
pedestais, os invólucros sagrados são coisas de um infeliz passado.
A cada ano nossos alunos nos ensinam lições valiosas, cabe
a nós aprendê-las ou não.
Em vários momentos, prefira a humildade.
Evite a arrogância
Entristece-nos em nosso desafio ouvirmos sobre professores ainda
arrogantes; tantas muralhas construídas, tantos fossos abertos entre eles e os
alunos. Não desaprenderam, não reaprenderam, não aprenderam. Tristes
figuras solitárias em suas mesas, pedestais, encerradas em grandiosos
egos.
Professor evite a arrogância, o pessimismo, a grossura, a frieza, a
brutalidade, a falta de clareza, o distanciamento, o autoritarismo, a
insegurança. Saiba como atrair os alunos: seja amigo, cúmplice, inspirador,
compreensivo, carinhoso, otimista, engraçado, seguro, estudioso, objetivo,
ético. Nada é impossível àquele que procura a excelência profissional.
Se for reprovado pelos alunos, professor, lembre-se que sempre haverá
“recuperação”, basta dedicar-se à humildade de um novo aprendizado.
Errar é humano
Verifiquei que certos assuntos provocavam a atenção da turma; olhos
fixos, bocas abertas. Naquele momento, mais do que nunca, eles aprendiam
com a experiência alheia. Por exemplo, quando eu falava dos meus erros e do
que eu aprendi com eles; das dificuldades encontradas, das soluções – se
existiram. Histórias – e agora confesso – recheadas de temperos colocados
para aprimorarem o sabor, para torná-las mais agradáveis ao paladar.
Aprendi a importância das histórias dos meus erros.
Ainda vejo, infelizmente, professores que arrogantemente não aceitam
opiniões de alunos. Formados naquelas escolas em que são os únicos
portadores de todas as verdades, esqueceram-se do ato inteligente de aprender
com o novo; limitados, só ouvem a si próprios, não aceitam contestações, não
admitem que possam errar; são heróis de si mesmos. Esses professores estão
confinados em suas salas escuras, agarrados a calhamaços de conceitos
ultrapassados há muitas aulas. Preferem falar em cima de tablados, não para
serem vistos, mas para mostrarem uma desigualdade que só promove o
distanciamento do aluno com o saber. Não aprenderam o ato inteligentíssimo
de prestar atenção, apurando, depurando, aprimorando, trocando, mostrando
outro grau de inteligência, adquirindo, aí sim, a humildade do verdadeiro
mestre.
Sobre as histórias dos erros. Por que comentar, professor, apenas as
bravatas? Por que contar somente as situações em que foi vencedor? E o
nosso aluno? Frustrado, sentindo-se pequeno e limitado. Professor, fale
sobre os seus erros e as lições que tirou; fale sobre as
dificuldades passadas, os ensinamentos que a experiência lhe
trouxe. Não precisa impor-se herói, apenas gente, o heroísmo virá no auxílio
à formação de pessoas melhores.
Aprenda com os erros
Se não há nenhuma reflexão sobre os nossos erros, eles passam a ser
normais e aí, é claro, os mesmos erros continuam e ainda abrem as portas
para o mundo das desculpas. Ao admitir os nossos erros, causamos um certo
paradoxo: aumentamos a nossa credibilidade.
Guarde os elogios que você recebeu em um “velho baú de prata” e, de
vez em quando, relembre essas medalhas: naquele momento você foi único,
naquele outro momento você foi brilhante, então continue a fazer a diferença.
Abra o seu baú, contemple os seus troféus, reveja: você tem um
brilho a zelar.
Sim, professor, você cometerá erros, tratará o aluno de forma
inadequada, dará uma resposta perfeita para você, mas inexplicável para o
aluno, tropeçará em uma definição, mostrará incerteza em algo polêmico, virá
o “branco”, será prolixo quando a aula requer objetividade, será
procrastinador quando houver certa urgência, exporá o assunto de forma
demasiadamente acadêmica, estará de “cara amarrada”, fará gestos
deselegantes, demonstrará frieza, faltará, chegará atrasado, não escutará, dirá
palavras vazias... Mas que nada se repita e tudo seja convertido em lição,
porque só existirá o erro novo – erro velho não se comete, já virou
experiência.
Lembremos dos nossos ídolos. Por que adoramos aquele cantor? Sua
voz firme, vibrante; porque somos fãs daquele político? Sua forma de
conquistar pessoas e de convencê-las; e aquela atriz? Seu jeito de emocionar,
de nos levar às lágrimas ou ao riso; e o músico? A criatividade, a harmonia, a
beleza que sempre nos envolve; o jogador de futebol? O empenho, não há
jogo perdido; o líder histórico, o que nos faz homenageá-lo? O carisma de
nos transformar em seus discípulos; o amigo que tanto admiramos? A
empatia causada, afinal, ele fala tudo aquilo que gostamos de escutar. Assim
formam-se os mestres, seguidores de outros e que formarão novos mestres.
Elogios e críticas
Preste atenção aos elogios que os alunos
descompromissados fazem ao seu respeito. Nesses momentos, toda a
sua teoria está correta, toda a sua prática. Preste atenção nos detalhes dos
elogios e não se esqueça de repetir essas ações. Você brilhou, você deu
certo, empolgou, marcou, transformou a vida de alguém. Repita,
continue, você surpreendeu, foi além dos outros; esse é o caminho que tantos
procuram e não acham. Saiba manter esses elogios, torne-os perenes,
verdadeiras “lições de casa”. Assim, os elogios não servirão apenas para
“massagear o ego”, mas para conservar rotas corretas. E, também, agradeça
esses elogios, deixe que o aluno fale o que lhe vai na alma.
Quando o aluno nos ensina será diferente de quando
ensinamos ao aluno? A nossa receptividade será a mesma? Estaremos
abertos ao novo ou nos fecharemos em diversos filtros? Sentiremos
curiosidade, respeito ou ódio? Vamos aprender mais sobre isso nas próximas
aulas.
Ao ter que tomar uma iniciativa importante em sala de aula, pense: O
que faria, no meu lugar, aquele professor brilhante que eu tanto admirei? E o
professor com métodos rejeitados pela turma, como agiria?
O sucesso do professor é o sucesso dos seus alunos. Um professor
excelente é aquele que forma profissionais excelentes.
Pratique o que ensina
É interessante observarmos profissionais recheados de definições sobre
correntes pedagógicas, citações de educadores, conceitos de escolas,
expressões... Mas de atos vazios. Um distanciamento imenso entre a teoria
profetizada e a prática exercida. Isso revela limitações na nossa formação
docente.
Às vezes nos deparamos com extensas aulas expositivas, o professor
fala, fala, parece localizado em um púlpito,em um palanque; gesticula,
aponta o céu, aponta a terra; algum aluno até se emociona, e o professor
inflamado, trilhando em searas repletas de definições. Em alguns momentos
fala das inúmeras vitórias conquistadas; continua, continua... Mas e a
aplicação prática do que falou? O que ficará mesmo de aprendizado? O
professor realizado; lá trás o aluno, o pequeno aluno.
Mudam-se as políticas educacionais, criam-se siglas, aferições, termos,
leis, parâmetros, mas um questionamento continua: Quem vai ensinar o
professor a ensinar? Há muito o que fazer em sala de aula além do
previsto.
O velho mestre, sob a escada, estuda; compenetrado, mão no queixo,
estuda; para, olha para o teto, talvez pense: Como explicar isto da melhor
maneira possível? Olha para os lados, como se buscasse inspiração. No
entanto, a inspiração vem das lembranças dos elogios recebidos ao longo dos
anos; sabe que não pode ter mais a comodidade do erro, precisa ser perfeito.
Sorri, tira os óculos, balança sutilmente a cabeça, é esse o desafio do
professor: ser perfeito; daí a delícia de sermos testados sempre, em qualquer
momento, em qualquer lugar. E esse desafio, o velho mestre, agora um
jovem, sabe que traz a longevidade. Ali, sob a escada, ele volta ao livro e
eterniza-se.
Mestre é aquele que consegue prender a atenção dos
alunos sem obrigá-los ; faz com que a aula seja um momento esperado e
não um instante de tristes recordações.
Leia e estimule seus alunos a lerem
Quanto tempo se leva para ler uma página de um livro? Logicamente,
depende da complexidade do texto e da experiência do leitor. Imagine se
lermos apenas dez minutos por dia; ao final de um ano, quanto teremos lido e
enriquecido o nosso vocabulário? Se os professores das mais diversas
disciplinas reservassem dez minutos das suas aulas para que
todos lessem, criaríamos, assim, no aluno essa mania
formidável de ler. Então, professor, comece pelos seus alunos, peça que
tragam livros que nunca leram ou faça com que garimpem na biblioteca
aqueles livros tão esquecidos. Traga títulos de livros que você leu. Vamos
formar, entre outras coisas, grandes e apaixonados leitores.
Lembro-me da professora Margarida em seus vestidos estampados, uma
aula emocionante, um espetáculo de vida e saber; usava todo o corpo – seu
instrumento de trabalho – para transmitir conhecimento: o olhar, as
palavras, os gestos, a postura, a música, o semblante, a pausa .
Imagino a professora Margarida agora, com direito a toda essa tecnologia de
ferramentas poderosas, sem perder a simplicidade, sem perder a humildade
do ato de ensinar, sem perder a beleza. Quem perderia uma aula assim?
Escreva sempre
Escreva, professor, escreva. Onde você estiver, crie ou colabore
com um jornal, escreva artigos, escreva um livro, blog. Se o que aprendemos,
multiplicamos, ensinamos mais. Divulgue o que deu certo em sala de aula, o
que deu certo fora da sala de aula. Comente sobre outros artigos, sobre livros,
sobre poetas, cientistas, educadores, políticos; mas escreva, não guarde para
si ideias que podem provocar mais ideias, além do incentivo fantástico à
leitura, matéria-prima de todo povo desenvolvido. Escrevendo, descobrimos
o mundo; escrevendo, nos descobrimos; escrevendo, formamos leitores;
escrevendo, fazemos história. Então escreva, professor, mostre o talento, a
experiência, perpetue os seus pensamentos.
Não seja o professor de um método só, uma aula só. Seja o
professor descobridor, inovador, plural.
Organize-se
Mantenha uma agenda (eletrônica ou de papel) sobre o seu
cotidiano profissional; anote aquela informação interessante, um aprendizado
forte, uma teoria desenvolvida, um case vislumbrado, um trecho lido, uma
experiência frustrada ou vitoriosa, uma formatação moderna, um jeito mais
eficiente, algumas dicas necessárias e saborosas, uma história que não valeu a
pena, uma história que valeu a pena, uma dinâmica desenvolvida, uma
conversa ouvida, uma notícia a ser trabalhada, uma tecnologia a ser usada...
No início do semestre ou no início do ano, estude suas anotações, elas podem
formar um material bem interessante para vestir as nossas aulas.
Não devemos esquecer: quem divulga o nosso nome são os
nossos alunos; eles são o nosso melhor marketing, são eles que
fazem circular os nossos “currículos”, que movimentam os nossos perfis. São
eles que comentarão sobre a nossa didática, comunicação, conduta, empatia,
virtuosismo, show. São eles os divulgadores da nossa imagem, os
divulgadores da nossa história.
Portanto, professores transformadores não possuem alunos,
mas admiradores, discípulos. Lideram pelo exemplo: cumprem o
horário e aprendem sempre. Professores transformadores apontam
os caminhos, orientam; em vários momentos colocam os refletores sobre
os educandos, não são os donos absolutos da verdade, estabelecem metas,
aprendem com os erros, são excelentes comunicadores, trabalham a empatia,
incentivam e mostram a importância do trabalho em grupo, funcionam (em
variadas ocasiões) como psicólogos, conselheiros, mentores, são nossas boas
referências d o passado. O professor transformador é um líder, caberá
a ele, em alguns momentos, a construção de outros líderes.
O melhor marketing de uma instituição, sem dúvida, é a
qualidade dos seus professores .
A sua comunicação
A linguagem do professor precisa ser a mais expressiva possível; e
ao falar em linguagem, é claro, nos referimos ao olhar, aos gestos, a roupa, a
postura, a voz, ao semblante, ao silêncio, todo um conjunto que necessita
estar harmonioso, porque o educador é um exemplo para o educando.
Que o professor ao se comunicar saiba usar cada gesto de forma
elegante e coerente.
Toda a linguagem, então, precisa ser pacientemente estudada,
aprimorada. O professor que se preocupa em utilizar bem a linguagem verbal
e não verbal, encanta.
Até por uma questão de educação, até por uma questão de ética, até por
uma questão de respeito, até por uma questão de imagem, certas atitudes
precisam ser evitadas na frente dos alunos, por exemplo, palitar os dentes,
roer as unhas, tirar o esmalte, atender o celular, falar palavrões... Sabemos
que por trás de um professor, há um educador; dessa forma, podemos ser
bons exemplos.
A sua voz
É por intermédio dela que o professor dá ênfase as palavras, transmite
emoção. A voz é o cartão de visita do professor, assim, uma voz com
intensidade elevada, demonstra autoridade; com intensidade pequena dá a
ideia de timidez, de pouca experiência; um ritmo lento traz a monotonia; com
velocidade, nervosismo. A voz, então, necessita ser agradável, vibrante. Para
mantê-la saudável, cuidado com bebidas gaseificadas, fumo, álcool, gritos,
pigarros. A voz precisa de uma boa alimentação, hidratação, exercícios
vocais. Esse fantástico instrumento de trabalho precisa ser bem cuidado para
que não desafine uma carreira.
Sua aparência e postura
E sua roupa, professor, está adequada? Tem alguma mancha, alguma
parte descosturada, fios soltos? Está amarrotada, excessivamente apertada ou
larga demais? Está chamativa? Os sapatos estão limpos? E as unhas, o
cabelo, a barba, o hálito? Lembre-se que somos observados, avaliados; às
vezes somos modelos a ser seguidos. Então, mestre, verifique todos os itens,
faça um “check-list ”, nada pode conspirar contra a sua imagem.
Qualidade de vida
A qualidade de vida precisa ser trabalhada na vida do professor.
Algumas sugestões:
✓ Saiba relaxar sem a ajuda de medicamentos;
✓ Mesmo em momentos difíceis, mantenha-se calmo, boceje,
faça um rápido alongamento;
✓ Não saia de casa sem se alimentar;
✓ Elogie você, compreenda você. Você é o seu líder;
✓ Caminhe mais, use as escadas, corra, pratique uma atividade,
quando mexemos com o corpo, mexemos - e melhoramos - nossa
cabeça.
Professor, qual é o seu tipo?
Geralmente, encontramos alguns tipos de professores. Há o professorantigo, do século retrasado, austero, sisudo, de palavras difíceis, definições
ultrapassadas, talvez um bigode de pontas retorcidas a tentar elevá-lo à
situação de semideus. Um fosso largo e profundo a separá-lo da turma. Não
contempla os alunos, enfrenta-os; não há diálogo, apenas um interminável
monólogo; não percebe a temperatura da sala, está só, irremediavelmente
ancorado num tempo obscuro. Há o professor que aprendeu, mas não
aprende mais, fala as mesmas palavras, dita as mesmas regras, aplica as
mesmas avaliações, relata os mesmos casos, conta as mesmas histórias,
sempre. Esse professor não sabe (ou não quer saber) que o conhecimento
dobra em um tempo cada vez mais curto. E stá mumificado, não mudou
nem os gestos. Um filme que se repete em todas as salas. Não há a delicadeza
de inovar e nem o encantamento de surpreender.
O professor complicador consegue desfazer as boas intenções de
outros educadores, como também causam certo espanto ou confusão aos
educandos. Quando sabemos que o saber, em tantos momentos, precisa da
inteligência da simplicidade.
Ainda temos professores que provocam o medo . São professores
do medo. Não possuem a habilidade do diálogo, há aquela dificuldade em
escutar o educando, não aceitam outras formas de pensar, não criam nem
incentivam a criatividade. Ainda existem professores atrasados, não
aprenderam mais. Ainda existem professores assim que podem formar mais
profissionais assim.
 Mas, existem os professores
transformadores que se atualizam, leem , aprendem, trocam ideias com
outros professores, verificam o que deu certo e o que não deu certo na sala de
aula; são professores preocupados em transmitir o conhecimento atualizado e
da melhor maneira possível. Não serão, nunca, os donos da verdade,
pesquisam o mundo lá fora, elaboram novas estratégias, buscam novas
ferramentas na tecnologia, provocam reflexões. Para esses, a profissão
de professor é um sacerdócio, parece coisa de DNA, uma forma
fantástica de transformar o mundo.
Mesmo quando o momento se apresenta rude, não podemos perder a
ternura - parafraseando a história. Por mais que as condições sejam
desfavoráveis, precisamos respirar fundo e saber que estudamos mais, nos
preparamos, inclusive, para essas situações. Então? Deixemos a ternura fluir,
com convicção. Repito o que parece lógico: em momentos assim, o professor
cresce e torna-se inesquecível; desses momentos inóspitos retiramos
reflexões, experiências, enriquecemos a crítica e a argumentação. A aula
também cresce, não é uma mera aula, mas lições insubstituíveis sobre a vida.
Aulas para a vida inteira
Existe um mundo lá fora, mestre, traga-o para dentro da
sala de aula. Discuta política, história, geografia, matemática, português,
marketing, raciocínio lógico, informática, ética, ecologia, comunicação,
cidadania, gestão, baseado nas diversas mídias. Não fique somente
enclausurado nos livros; nas mídias o mundo está novinho em folha.
Aproveite as manchetes para o gancho, busque as opiniões dos alunos,
permita que eles mostrem suas opiniões (para muitos, é o único momento em
que podem expressá-las), faça-os pensar, deixe-os atualizados. Após a aula, o
cérebro está aquecido e as informações, melhor digeridas. É o mestre,
novamente, fazendo a diferença para tantos.
Não dê aula apenas para a mente, mas também para o
coração. Aula para a mente pode ser logo esquecida; no entanto, a aula que toca o coração, ela
desperta; na verdade, é o tipo de ensinamento dos mestres, porque faz o aluno sentir; são aulas
para a vida inteira.
“A aula foi muito chata”, reclamam alguns; “Que aula mais sem graça”,
criticam outros. O saber é alegre, o saber não combina com tédio,
marasmo, zona de conforto, automatização. O saber precisa provocar
reações entusiasmadas, do tipo “Quero mais”. Quando gostamos, não
importam o grau de dificuldade, o tamanho dos textos, os cálculos
quilométricos... Há alegria, vem o desafio, o desejo, a realização. Aulas
chatas, sem graça não combinam com o conhecimento.
Sabe aquela história que é sucesso nas rodas de amigos, a piada sem
palavrões ou expressões preconceituosas que você criou e melhorou ao longo
do tempo, a mímica que usou com os filhos e eles adoraram, aquele jeito
engraçado de tratar a pessoa amada, o tom de voz causador de boas
gargalhadas entre pessoas da sua intimidade...? Em algum momento utilize
essas formas já testadas com tantos aplausos, é o seu tempero em prol de
uma aula mais interessante.
Professor, não idealize a transformação; seja a
transformação
Professor, não fique idealizando a educação ideal, o governo ideal, a
hora ideal, a instituição ideal, a sala de aula ideal, o aluno ideal... Seja o
professor ideal, seja o professor transformador, aja, dê o melhor de si,
mude, pense: É a minha profissão, então que eu faça o melhor.
Questione-se sempre
Perguntas que os professores precisam ter na alma: O que os alunos
esperam de mim? O que devo fazer para levá-los ao sucesso? Qual o perfil do
meu aluno? Que informação extra posso trazer para a sala de aula para
auxiliá-lo no crescimento pessoal? Como melhor avaliar o meu aluno? O que
preciso estudar mais? Como tornar minhas aulas prazerosas? O que devo
esquecer? Como fazer para que participem mais? Como formá-lo para o
amanhã?
O que necessito construir a cada aula para tornar-me
um professor transformador?
Você, professor, tem o poder de transformar as pessoas.
Use, então, esse poder e seja eterno para muitos.
Bibliografia recomendada
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atendimento . Salvador: Casa da Qualidade, 2001.
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pessoal e profissional . São Paulo: Ed. Nobel, 2009.
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