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Joyce Fundão Leite Villarmosa de Oliveira Matrícula: 20222304113 PESQUISA DE CAMPO: “Entrevistas com professor (a) alfabetizador (a): reflexões sobre concepções e práticas de alfabetização na contemporaneidade”. Alfabetização e Letramento Professora: Lana Mara Rodrigues Rego Varizo Tavares Rio de Janeiro 2022 1. Apresentação Sou formada em Licenciatura em História pela Universidade Veiga de Almeida (UVA) e atualmente curso Pedagogia também pela UVA, trabalho na Maple Bear Ilha do Governador, anteriormente no setor de monitoria aos alunos do Ensino Fundamental e atualmente como professora auxiliar da turma do primeiro ano do Ensino Fundamental (Year One). Para esse trabalho escolhi como entrevistada uma professora a quem tenho muita admiração e tenho como inspiração para meu futuro na educação, Andrea Aparecida Trotta, com seus 30 anos de carreira e com quem tenho a oportunidade de todos os dias aprender junto com nosso trabalho conjunto no Year One. O objetivo central desse trabalho consiste no compartilhamento do resultado da pesquisa de campo que realizei para elaboração deste material. Realizei uma ampla pesquisa acerca da alfabetização e os métodos de alfabetização, além de compartilhar a entrevista com uma educadora com 30 anos de magistério. O presente trabalho foi fundamental para minhas pesquisas acerca da alfabetização e como ele pude sanar diversas dúvidas que ainda tinha. Essa pesquisa foi capaz de apontar ferramentas que com certeza passarei a utilizar no dia a dia do meu trabalho no Year One. 2. Narrativas de professor Professora entrevistada: Andrea Aparecida Trotta, 56 anos, atuando na educação desde 1992. Andrea iniciou sua carreira como auxiliar em uma turma de educação infantil de 35 alunos, aos 22 anos, somente aos 26 anos assumiu sua própria turma, na época uma turma de segunda série, porém, ela encontrou sua paixão mesmo anos mais tarde, na alfabetização. Atualmente Andrea trabalha na Maple Bear Ilha no Year One (Primeiro ano do Ensino Fundamental) tem 29 alunos, 21 alunos alfabéticos e 8 ainda não leem com fluidez. Pude perceber o carinho da professora ao relatar sua vivência em sala de aula, além de aproveitar sua experiência para implementar suas técnicas nas minhas aulas no futuro. Para dar conta da importante tarefa de alfabetizar as crianças, qual é o perfil que um professor alfabetizador precisa ter? Em primeiro lugar, eu preciso ser extremamente honesta com a minha criança, eu preciso pontuar desta forma que não sei de tudo, que assim como essa criança eu estou no mundo aprendendo. Ler e escrever são coisas que faço não por ser especial, mas por estar treinando isso há muito tempo, dessa forma crio um ambiente amistoso com o educando no qual essas crianças não precisam me provar nada, pelo contrário, ele precisa ter a liberdade de sempre que preciso me pedir ajuda, pois não lhe darei as respostas prontas, essa não é minha função ali e ele precisa entender isso desde o primeiro instante. Eu espero que a criança sinta a liberdade de me procurar e pedir minha ajuda, pois considero que dessa forma minha explicação será mais efetiva. Naturalmente, se for uma criança resistente eu vou provocá-lo até que ele sinta a necessidade de aprender mais além do que já sabe e se um aluno meu já está alfabetizado, eu peço que me ensine o que ele sabe para que assim ele me enriqueça mais compartilhando seu conhecimento comigo, dessa forma o aluno irá ter mais vontade de participar. O professor da alfabetização precisa ser humilde e acolhedor e precisa entender que assim como aquela criança não consegue ainda ler e escrever o professor não tem a resposta para todas as coisas. Quais são os principias desafios e as principais alegrias de um (a) professor (a) alfabetizador (a)? Compartilhe um pouco do seu percurso profissional. Considero desafios a capacidade do professor de motivar a turma, de trazer para a criança um ambiente tão animador que o contagia. Então eu priorizo que meu aluno saiba que ler e escrever é uma conquista individual, é uma conquista dele. O aluno na alfabetização precisa entender a magia da leitura e da escrita para que se sinta ainda mais motivado a aprender, pois a partir do momento que ele aprender, ele não irá mais precisar que alguém leia para ele os cartazes, os nomes das lojas na rua, as placas, ele não irá mais precisar que contem as histórias para eles. Na minha opinião uma das grandes alegrias do professor alfabetizador é ver que o processo é único para cada criança e como cada uma lida com esse processo. Gosto muito do brilho o olhar dos meus alunos quando eles sabem responder a uma pergunta de algo que antes era um desafio para eles, eu faço questão de ressaltar esses momentos e parabenizar a criança para que ela entenda que reconheço seu esforço e valorizo muito que tenha tentado até se tornar capaz. Tolo é o professor que pensa que o aluno não sabe o quanto ele está caminhando, uma vez tive uma aluna que disse assim para mim “a vida é assim, tia, as pessoas dizem tanto que estamos melhorando e que vamos conseguir, que um dia a gente consegue”. Sendo assim, não podemos desvalorizar a autoavaliação de uma criança, eles sabem e precisam ser valorizados. Quais são as atividades fundamentais, que não podem faltar na sala de aula, para a alfabetização das crianças? Comente como você organiza tais atividades na rotina de segunda a sexta-feira? Acho fundamental que a rotina da alfabetização comece com uma roda de conversa, com o olhar nos olhos para saber como é que foi o dia daquela criança, como ele chegou ali, se ele está bem, se não está. Um professor observador, nota no olhar da sua criança como ele se sente. Nessa roda começamos a desencadear o motivo da nossa aula, independente da matéria que iremos começar, o importante é que tenha momentos de música, vídeos e jogos lúdicos. Gosto da roda de conversa também para incentivar a leitura, não só a do professor, mas a do aluno também que mesmo que seja através da leitura, gera um debate na turma. Minhas aulas começam com a roda, lembramos das normas de conduta, escrevemos a rotina. Não gosto de colar uma atividade na outra sem um tempo de relaxamento. Qual é a sua opinião sobre o uso de cartilhas para alfabetizar a criança? Você usa cartilha na sala de aula? Por quê? Acho ótimo, sempre usei e gosto muito, pois acho acessível para a criança e vejo resultados. Nas minhas salas costumo ter um banco de palavras onde escrevemos as palavras que aparecem nos textos que lemos com maior incidência e essas palavras ficam presas nas paredes e quando eles querem começar a escrever para atividades ou para enviar cartas e eles têm dúvidas em como escrever alguma palavra vamos juntos procurar essa palavra na parede ou escrevemos juntos com os demais e colocamos na parede também para futuras consultas. Qual é a importância da Psicogênese da Língua Escrita para a sua prática pedagógica? Desde a publicação a Psicogênese da linguagem escrita realmente mudou o cenário da alfabetização, transformando a forma como esse processo acontece. Sua prática na minha opinião, segue trazendo mudanças diárias para o modo de alfabetizar, afinal o foco do ensino da leitura e da escrita, que passou a ser focado a partir daquele que aprende e não do educador. Comente sobre as teorias que norteiam a prática que você realiza na sala de aula. Sempre fui muito adepta ao ensino tradicional, foi realmente um desafio começar a trabalhar na Maple Bear, mas me adaptei e hoje em dia concordo muito mais e vejo muito mais resultados com a disciplina positiva e seus métodos.3. Avanços e desafios da prática docente A educação não apenas retrata a sociedade atual, mas tem como objetivo projetar a sociedade desejada, sendo assim as práticas educacionais variam de acordo com esses dois cenários. É importante destacar a diferença social e como essa realidade interfere na educação do indivíduo. Nesse contexto, diferentes classes, com diferentes métodos e materiais de ensino geram diferentes tipos de cidadãos. As teorias das práticas educacionais são muito mais complexas quando postas em prática, a realidade da sala de aula, bem como a personalidade dos alunos interfere muito na execução dessas teorias. Você cuidou de tudo. Planejou, acalmou-se, estudou. A aula é sobre algo fascinante. Eis que... não deu certo. Os alunos não gostaram, o conteúdo não avançou e você terminou o dia pensando se ser professor é de fato o que você deseja. Saiba: isso é bem mais comum do que você imagina. Algumas aulas produzem um efeito positivo imenso. Outras são um desastre. A maioria é apenas, média. Tudo afeta uma turma, especialmente de crianças e jovens, da umidade da semana, da véspera do feriado a um jogo importante. Prepare-se para muitos banhos de água fria na sua profissão. Aprenda a lidar com eles. (Karnal, p.26) É importante destacar que ser professor é estar em constante pesquisa e busca de ferramentas novas para melhorar a prática educacional. O dia a dia em sala de aula está repleto de barreiras que requerem a busca por educação continuada para que o docente aprenda a lidar da melhor forma. 4. Considerações finais A formação pedagógica é responsável por disponibilizar ferramentas para que o professor possa utilizar em seu dia a dia em sala de aula. É claro que é responsabilidade do professor estar em constante pesquisa e sempre atualizar seus métodos de acordo com o tempo. A experiência do professor em sala é sua melhor escola, a prática é muito distante da teoria como é de conhecimento geral, porém o estudo possibilita diferentes formas para que esse docente aprenda a lidar melhor com ocorridos e que desempenhe melhor seu papel como educador. Outro saber fundamental à experiencia educativa é o que diz respeito à natureza. Como professor preciso me mover com clareza na minha prática. Preciso conhecer as diferentes dimensões que caracterizam a essência da prática, o que me pode tornar mais seguro no meu próprio desempenho. (FREIRE, p.67) A alfabetização é a base do ensino, uma boa alfabetização tem peso em toda vida escolar do indivíduo, sendo assim, quanto mais capacitado o professor for mais ferramentas este vai ter para fazer seu trabalho de forma a melhor atender seus alunos. É importante destacar que na formação em Pedagogia o professor alfabetizador pode não somente debater o tema alfabetização entre os demais alunos e dessa forma reconstruir seus métodos alfabetizadores e implementar técnicas em seu dia a dia, colaborando assim para sua capacitação e auxiliando sua didática. Referências Freire, P. (2021). Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra. Karnal, L. (2020). Conversas com um jovem professor . São Paulo : Editora Contexto. Moura, M. E. (02 de 2019). Educação inclusiva: a importância da capacitação dos professores. Unipe.edu, p. 27.
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