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HISTÓRIA DA SUPERVISÃO ESCOLAR A ORIGEM E A EVOLUÇÃO DA FUNÇÃO SUPERVISORA Na sociedade primitiva, a educação acontecia de modo espontâneo e integral. Vida familiar, vida no clã, trabalhos ou jogos, ritos, cerimônias tudo constituía uma ocasião para instruir- se: desde os cuidados maternais as lições do pai caçador, desde a observação das estações do ano, dos relatos dos mais velhos. O processo educativo tinha como instrumento a transmissão entre os membros do grupo. Dermeval Saviani (no livro organizado por Naura Syria Ferreira - Supervisão Educacional para uma escola de qualidade: da formação à ação) traça uma rica retrospectiva da história da Supervisão. Para ele, mesmo nas comunidades primitivas "onde a educação se dava de forma difusa e indiferenciada, estava presente a função supervisora." (SAVIANI in FERREIRA, 2006, p.14) Desde a Antigüidade homens e mulheres investiram no esforço de pensar a educação, porque educação sempre foi um dos meios pelos quais os grupos humanos asseguraram sua sobrevivência. Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/supervisao- escolar/49292/#ixzz22gtgJ5SW Segundo Dermerval Saviani (2006) a função supervisora já se fazia presente desde as comunidades primitivas, onde o modo de produção era coletivo, ou seja, os homens ainda não estavam divididos em classes e produziam tudo em comum, assim se educavam e educavam as novas gerações. Desta forma, a educação coincidia com a própria vida, onde já se fazia presente a função supervisora, isto é, os adultos educavam os mais novos e por meio de uma vigilância discreta, protegiam e orientavam as crianças, supervisionando-as como simples ajuda as suas fraquezas. Com a fixação do homem a terra, surgiram as propriedades privadas e a divisão de classes: dominantes(proprietários) e dominados(servos ou escravos), o que dividiu também a educação na antiguidade. Surge a escola,que era chamada de lugar do ócio, onde só a classe dominante dispunha de tempo livre para freqüentar, pois a classe menos favorecida era educada pelo trabalho. A partir dos 7 anos as meninas aprendiam as tarefas domésticas. Os meninos iam à Escola acompanhados por um escravo- o PEDAGOGO-, onde aprendiam a ler, escrever e contar, estudam música e poesia e faziam ginástica. Mente sã em corpo são. Na Grécia clássica (século V a.C.) que a instituição- escola eram espaços que iam desde os encontros para debates e orações aos colégios, ou seja, escolas propriamente ditas. Nesses colégios surge o supervisor, claro, sem essa nomenclatura, era como um escravo, mas com funções que o identificam como tal, uma espécie de acompanhante. Assim, o pedagogo ,que era uma espécie de escravo subordinado ao rei na época, conduzia o jovem até as assembléias, onde ocorriam as discussões que envolviam pensamentos críticos, criativos, resgates de cultura, valorização da experiência dos mais velhos. Pouco a pouco as culturas grega e romana foram se fundindo e a idéia de formação humanística da Grécia foi se incorporando aos costumes e a educação romana, valorizando as características próprias do homem. Foi então que no século II a.C. foram criadas em Roma as primeiras escolas seguindo o modelo grego, sistematizadas em graus e dirigidas pelos Ludi magister(professor primário) onde as crianças iam acompanhadas de seus paedagogus(pedagogos- supervisores) até os locais onde funcionavam a cultura e suas diversas formas, retórica e textos literários. Os paedagogus(pedagogos-supervisores) tinham presença marcante e atuante nessas escolas, pois auxiliavam nas atividades educativas bem como fiscalizavam a metodologia empregada pelos magisteres, pois estes mesmo já tendo mais respaldo ainda não poderiam ir contra os ideais da época. Na Idade Moderna: com a formação da sociedade capitalista e o aparecimento da burguesia e da indústria, surge a necessidade da generalização da escola, de uma nova sistematização, bem como sua institucionalização, com isso surge a idéia do supervisor educacional. A função do supervisor é tido como um organizador do espaço da escola, uma organização baseada no sistema estatal e nacional, este era o orientador que persuadia os alunos para se adequarem ao modelo exigido pela classe privilegiada e dominante. http://www.youtube.com/watch?v=XFXg7nEa7vQ A idéia da Supervisão surgiu com a industrialização, no sentido de melhorar a quantidade e qualidade da produção, sendo a supervisão uma forma de reprimir, vigiar, controlar, monitorar manteve durante muito tempo nos séculos XVIII e início do século XX. No Brasil, foi em 1549 que teve início no país a atividade educativa, com a vinda dos jesuítas. A partir de 1570, após a morte de Manuel da Nóbrega, o ensino foi orientado pelo Plano Geral dos Jesuítas, a primeira pedagogia que utilizava;um currículo que abrangia principalmente a Gramática, a Filosofia e a Teologia e se notava a idéia de supervisão. Savianni (in FERREIRA, 2006, p.20) afirma: “Com a vinda dos primeiros jesuítas em 1549 dá-se inicio à organização das atividades educativas no Brasil. No Plano de Ensino formulado pelos jesuítas está presente a função supervisora.” http://www.youtube.com/watch?v=eTYWvbW8XP w&feature=relmfu Em 1759, com as Reformas Pombalinas e a expulsão dos jesuítas do Brasil. Foi criado o cargo de diretor geral dos estudos e a designação de comissários, que exerciam a supervisão envolvendo aspectos de direção, fiscalização, coordenação, inspeção e orientação de ensino, estes seriam os comissários do diretor. Nesse sentido, a idéia de supervisão passa a englobar aspectos político-administrativos em nível de sistema concentrado na figura do diretor geral (SAVIANI, 2006). No período Imperial, mas precisamente em 15 de outubro de 1827, Dom Pedro I em Assembléia Geral decretou a primeira lei da educação que instituiu em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos do Império, que houvesse escolas de primeiras letras quantas fossem necessárias. Essa lei determinou em seu artigo 5º que os estudos se realizassem seguindo um método chamado de “Ensino Mútuo”, onde o professor atuava como docente e supervisor, instruindo monitores (alunos mais avançados) para auxiliá- los na supervisão das atividades dos demais alunos (SAVIANI, 2006). Em 1834 se discute sobre a ineficiência do sistema de ensino mútuo, que não havia correspondido às expectativas. Se cria o cargo de Inspetor de Estudos, que seria uma supervisão permanente realizada nas escolas. Podemos perceber a ampliação da função supervisora, na qual além de presidir exames dos professores, lhe conferia diplomas, podia autorizar a abertura de escolas, rever livros e até mesmo corrigi-los ou substituí-los por outros que julgasse convenientes. Somente em 1841, que a Supervisão começa a ter um olhar direcionado para o ensino, com intuito da busca de um melhor desempenho da escola em sua tarefa educativa e verificação das atividades docentes. Mas mesmo assim, ainda estava longe a concepção de um supervisor focado na aprendizagem, mas apenas o encarregado em zelar pela função da escola que servia aos interesses da fé e do Estado. Vários foram os debates que se travaram no final do período monárquico, apresentando a necessidade de uma organização de um sistema nacional de educação. Saviani (2006, p. 24) apresenta que “neste contexto, a idéia de supervisão vai ganhando contornos mais nítidos ao mesmo tempo que as condições objetivas começaram a abrir perspectivas para se conferir aessa idéia o estatuto de verdade”. No início do período republicano, com a reforma da instrução pública de São Paulo, Casemiro dos Reis Filho discorda das atribuições burocráticas sobre as técnicas pedagógicas na função do inspetor e afirma, segundo Almeida apud Saviani (2006), que “burocratizar a ação educativa é fazer incidir sobre a rotina a preocupação do inspetor, que deveriam ser orientadores”. No entanto, não houve consolidação desta reforma, ficando a direção e a inspeção de ensino sob a responsabilidade de um inspetor geral, em todo o estado, auxiliado por dez inspetores escolares, voltando-se a prática anterior. Por muito tempo, essa função supervisora se deu desta forma, mas chegando a década de 20, no ano de 1924, com o processo crescente de industrialização e urbanização, aconteceram várias mudanças na sociedade e na economia e passou a se exigir reformas na educação para que esta pudesse acompanhar as mudanças. Surge então, uma nova categoria profissional: os técnicos em escolarização, chamados de especialistas em educação, dentre eles estava o supervisor. A Supervisão Escolar propriamente dita surge pela primeira vez no Brasil com Reforma de Francisco Campos decreto Lei 19.890 de 18/04/31, mas assumindo um papel bem diferente daquele que vinha sendo realizado, de fiscalizar e inspecionar o trabalho docente, “... cabia também ao inspetor geral presidir os exames dos professores e lhes conferir o diploma, autorizar a abertura das escolas particulares e até rever os livros, corrigi-los ou substituí-los por outros.” (FERREIRA, 2006). Com efeito, embora desde pelo menos a década de 30 a idéia de supervisão tenha se encaminhado em direção a especificação das atribuições do supervisor sinalizando a sua profissionalização, permanece, ainda, uma certa indefinição, de modo especial em relação às funções de inspeção. Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/a- funcao-supervisora-numa-perspectiva- historica/28282/#ixzz22gxr1tqk https://www.unimep.br/phpg/bibdig/pdfs/2006/PL OKUTLTELNB.pdf http://www.webartigos.com/artigos/supervis ao-escolar/49292/#ixzz22gxNd5O2 Bibliografia ALVES, NILDA e GARCIA, Regina Leite. O Fazer Pensar dos Supervisores e Orientadores.São Paulo: Loyola,1986. FERREIRA, Naura Syria C. Supervisão Educacional para uma Escola de Qualidade. São Paulo: Cortez, 2006. RANGEL, Mary. Supervisão pedagógica – Princípios e Práticas. Campinas: Papirus, 2001. ______________. Nove olhares sobre a Supervisão. Campinas: Papirus, 2001. ______________. Supervisão Pedagógica: Um modelo. Rio de Janeiro: Vozes,1979.
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