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Transplante de órgãos no Brasil

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Transplante de órgãos no Brasil
O transplante de órgãos é a transferência de tecidos, partes do corpo, células ou órgão de uma pessoa doadora para outra receptora. O transplante tem como objetivo o restabelecimento de uma função prejudicada no corpo da pessoa receptora.
Em pessoas afetadas por doenças que, em alguns casos, seriam incuráveis, o transplante de órgãos pode trazer enormes benefícios para a saúde. Anualmente, milhares de pessoas adquirem ou descobrem algum tipo de doença onde a única solução é o transplante de órgãos.
Todo o processo de transplante de órgãos se dá a partir de três etapas: confirmação da morte encefálica do doador, autorização da família e localização de um receptor que seja compatível com o órgão doado. Em seguida, a retirada desse órgão é feita em um centro cirúrgico e por uma equipe credenciada pelo Ministério da Saúde. A equipe é treinada e preparada especificamente para esse tipo de procedimento cirúrgico. Após a retirado órgão, o prazo para o implante no receptor é conhecido como tempo de isquemia. Normalmente, existem tempos máximos de isquemia aceitos, dependendo do órgão a ser transplantado.
No Brasil em 2017 houve um crescimento de 14% na taxa de doadores efetivos. No primeiro semestre deste ano, o país atingiu o número de 17 doadores por milhão de população (pmp), o que aproxima o Brasil da sua meta (18 pmp).
Apesar de estar na segunda colocação mundial em número absoluto de transplantes de rim, por exemplo, o Brasil ocupa a 33ª colocação quando se leva em consideração a realização desses procedimentos em relação ao tamanho da população. No ano passado, 42% das famílias recusaram a doação de órgãos de seu parente que teve morte encefálica comprovada.
Cinco estados destacaram-se na doação de órgãos (percentual em relação a 2015)
SC (36,8 pmp) – aumento de 22%
PR (30,9 pmp) - aumento de 42%
DF (25,7 pmp) - queda de 9,5%
RS (25,2 pmp) - aumento de 15%
CE (24,9 pmp) – aumento de 6%
 Os números dos estados acima estão próximos dos países com destaque na doação: Espanha (39,7 pmp); Croácia (39,0 pmp); Bélgica (32,4 pmp); Portugal (28,6 pmp) e EUA (28,5 pmp).
Disparidade geográfica: enquanto a Região Sul do país tem 30,1 doadores pmp, a região norte possuí apenas 3,5 doadores pmp (Região Sudeste 15,5 pmp; Região Nordeste 9,9 pmp; Região Centro-Oeste 9,6 pmp).
Estados que não registraram doação de órgãos em 2016: Roraima, Tocantins, Mato Grosso e Amapá.
Na Espanha, em 2016 foram feitos 4.818 trasplantes em todo o país, 2.994 deles de rins, segundo a Organização Nacional de Trasplantes (ONT).
Através desta organização, a Espanha ostenta há 25 anos o recorde mundial de doadores de órgãos falecidos por milhão de habitantes: 43,4 em 2016, segundo a ONT. Em 2015, esse índice foi de 40,2 na Espanha, em comparação com 28,2 nos Estados Unidos, 28,1 na França e 10,9 na Alemanha, segundo dados do Conselho da Europa, o mecanismo espanhol de doações foi copiado em países como Portugal e Croácia.
Na prática, cada hospital tem um coordenador de trasplantes, que em geral é especialista em cuidados intensivos. Estes profissionais são os melhores para identificar os pacientes em risco de morte cerebral ou de parada cardiorrespiratória, duas situações nas quais os chamados órgãos sólidos (rins, fígado, coração, pulmões, pâncreas e intestino delgado) ainda podem funcionar e ser trasplantados.
As aceitações de doações são imediatamente comunicadas à ONT, que busca o paciente mais adequado em suas listas de espera. Se este está longe, o órgão é enviado por ar, guardado na cabine com o piloto.
A operação é gratuita, anônima e aberta apenas aos residentes na Espanha, para evitar o risco de tráfico de órgãos.
Essa rede e essa centralização são a chave" do sucesso, explica à AFP Marie-Charlotte Bouësseau, especialista em questões éticas na Organização Mundial da Saúde (OMS), em Genebra. Segundo ela, em nível mundial só são cobertas cerca de 10% das necessidades de trasplantes. "Isso significa que 90% (dos pacientes) vão morrer na lista de espera", acrescenta. Na Espanha, de acordo com a ONT, apenas entre 4% e 6% dos pacientes na lista de espera morreram em 2016.

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