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UM PLANO DE VÔO PARA O FUTURO 1 AMPLIFICADORES TRANSISTORIZADOS CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS AMPLIFICADORES Os amplificadores podem ser classificados de acordo com: 1 – A freqüência: a) Amplificadores de áudio freqüência (AF) b) Amplificadores de videofrequência (AV) c) Amplificadores de radiofrequência (RF) 2 – A polarização: a) Classe A b) Classe B c) Classe C d) Classes intermediárias (A2, B2, AB1 e AB2). 3 – O sistema de acoplamento: a) Acoplamento RC b) Acoplamento a transformador c) Acoplamento direto d) Acoplamento por impedância 4 – O uso: a) Amplificadores de potência ou de corrente b) Amplificadores de tensão FREQÜÊNCIAS DE OPERAÇÃO As faixas de freqüência de operação determinam o tipo de amplificador a ser usado. a) Amplificadores de Audiofrequência Estes amplificadores atuam numa faixa de freqüência que vai de 10 Hz a 20 KHz ou 30 KHz, faixa esta, sensível ao ouvido humano e é por essa razão que a mesma recebe o nome de audiofrequência. Estes amplificadores são encontrados em receptores de rádio, intercomunicadores e outros. b) Amplificadores de videofrequência. Esses amplificadores abrangem uma ampla faixa de freqüência que vai de 30 KHz a 6 MHz. Eles são empregados em circuitos que amplificam sinais que devem ser vistos em telas de radares, televisores etc. Obs: 30 KHz a 10 MHz ou mais) c) Amplificadores de Radiofrequência Diferenciam-se dos outros dois tipos, porque amplificam uma estreita faixa de freqüência dentro do espectro de radiofrequência, que vai de 30 KHz até vários GHz. São usados em vários equipamentos. Quando sintonizamos uma emissora de rádio estamos deslocando a estreita faixa de amplificação do circuito, dentro do espectro de freqüência. CLASSES DE OPERAÇÃO De acordo com a polarização empregada para o transistor, podemos atribuir as classes de operação. A classe de operação é determinada pelo circuito de polarização de entrada. Na maioria dos circuitos amplificadores a polarização e a reta de carga tem valores fixos, definidos pelos valores de seus componentes. Consideremos, em nossas análises, somente os efeitos do circuito de polarização de entrada. UM PLANO DE VÔO PARA O FUTURO 2 a) Amplificador Classe A Os amplificadores Classe A operam durante os dois semi-ciclos do sinal de entrada, (360º). São polarizados para trabalhar na região ativa da curva de saída. Geralmente operam na parte linear das curvas características, a fim de obter na saída uma resposta fiel ao sinal de entrada. O primeiro passo para a determinação da classificação do amplificador é a construção da reta de carga. Em seguida, deve-se selecionar o ponto quiescente de modo a permitir que um sinal de entrada variar através da parte linear da curva característica, como é mostrado na figura a seguir: FIGURA 68 Em seguida seleciona-se a VCC, por exemplo, 9V. Para efeito de cálculo, atribuiremos também um valor para IB, no caso 500 mA. Com esses valores de VCC e de IB, determinaremos, o valor de RB. Para essa determinação é necessário que se leve em consideração o valor de VBE do transistor. Assim, a equação para o cálculo de RB é: RB = (VCC – VBE) IB Na prática, porém, podemos desprezar o valor de VBE, o que reduz a equação a: RB = (VCC ) IB ou seja, com os valores atribuídos: RB = 9V = RB = 18KΩ 500.10-6A O circuito do amplificador classe A é mostrado a seguir: UM PLANO DE VÔO PARA O FUTURO 3 FIGURA 69 b) Amplificador Classe B Os amplificadores classe b operam na região ativa das curvas, durante um semi-ciclo do sinal de entrada, e permanecem em corte durante o outro, (180º). Visto que somente metade do sinal de entrada é aplicada, os amplificadores classe B são normalmente montados na configuração “Push-pull”, que são amplificadores que usam dois transistores que conduzem alternadamente, mas que na saída, produzem um sinal que é idêntico ao sinal de entrada. O ponto quiescente é estabelecido no cruzamento da reta de carga com a curva de IB = 0. A figura 70 mostra o gráfico das formas de onda no amplificador classe B. FIGURA 70 Para um amplificador classe B, teremos que na ausência de sinal aplicado a base, a corrente de coletor será zero, isto significa que estaremos operando no ponto de corte. Para a operação em classe b, teremos que utilizar dois transistores, sendo que um deles amplificará a parte positiva do sinal de entrada e outro a parte negativa. Quando o sinal de entrada se torna negativo, a junção emissor-base fica diretamente polarizada. No semi-ciclo positivo a junção emissor-base está polarizada inversamente. O transistor fica UM PLANO DE VÔO PARA O FUTURO 4 cortado e parte da corrente de entrada passa através da resistência de base. FIGURA 71 Com o amplificador classe B, em montagem “push-pull”, teremos um maior rendimento e um menor consumo de potência em relação ao classe A. Porém, o amplificador classe B apresenta uma desvantagem, a qual é denominada por “Distorção Crossover”, cujo significado é distorção por transição. Essa distorção é mostrada na figura 72. UM PLANO DE VÔO PARA O FUTURO 5 FIGURA 72 A distorção de crossover acontece exatamente na transição dos semi-ciclos da tensão de entrada, quando o transistor que estava conduzindo vai para o corte e o que estava no corte passa a conduzir. A distorção torna-se mais acentuada para sinais de pequena amplitude e menos acentuada papa sinais de amplitude maior. c) Amplificador Classe C A operação do amplificador em classe C é conseguida pela polarização inversa da junção de entrada do transistor. Com essa polarização de entrada a corrente de base permanece em zero até que a corrente de entrada produza uma queda de tensão através da resistência de entrada. Esta queda de tensão deve estar com polaridade oposta à da fonte de polarização do circuito de entrada e deve superar a tensão da fonte. Como consequência desta última condição temos uma grande distorção do sinal de saída. Por esse motivo, tal classe de amplificador é apenas empregado em circuitos transmissores de radiofrequência, onde por compensação através de circuitos ressonantes, conseguimos eliminar a distorção. O amplificador classe C amplifica apenas parte do sinal de entrada, (180º). A figura 73 mostra o circuito de um amplificador classe C. UM PLANO DE VÔO PARA O FUTURO 6 FIGURA 73 As formas de onda de entrada e saída do amplificador classe C são mostradas na figura 74. FIGURA 74 SISTEMAS DE ACOPLAMENTO Normalmente um simples estágio amplificador não é suficiente nas aplicações em aparelhos receptores, transmissores e outros equipamentos eletrônicos. Um ganho mais elevado é obtido pela conexão de vários estágios amplificadores. Porém, para haver a máxima transferência de sinal, énecessário que o estágio de entrada tenha a impedância equilibrada com a fonte de sinal, que pode ser um microfone, uma antena, etc, e que o estágio final tenha a impedância equilibrada com a carga, que pode ser um alto-falante, um fone ou uma linha de transmissão. Da mesma forma a impedância de saída de um estágio deve estar “casada” com a impedância de entrada do estágio seguinte. Além do equilíbrio de impedância, é muito importante isolar a passagem de corrente contínua de um estágio para outro. TIPOS DE ACOPLAMENTO Os acoplamentos usados para os casamentos de impedâncias podem ser dos seguintes tipos: a) Redes RC b) Transformadores c) Acoplamento por impedância d) Direto A) Redes RC: A figura 75 mostra um amplificador de dois estágios acoplados por uma rede RC. UM PLANO DE VÔO PARA O FUTURO 7 FIGURA 75 O capacitor C1 é chamado de capacitor de acoplamento e possui duas funções: Isolar a tensão DC presente no coletor do transistor T1 para que a mesma não chegue à base do transistor T2. E transferir o sinal AC de um estágio para o outro. O capacitor de acoplamento deve Ter também uma resistência reduzida para o sinal de entrada, portanto seu valor de capacidade deve ser relativamente alto. Os valores típicos de capacitância vão de 1 a 30 mF. O sinal que sai do primeiro estágio desenvolve- se no resistor RB. O capacitor C1 e o resistor R1 constituem a rede RC de acoplamento entre os dois estágios. A eficiência do amplificador acoplado por uma rede RC é baixa. Devido a dissipação de potência DC no resistor de carga. Resposta em freqüência: As freqüências muito baixas são acentuadas pelo capacitor de acoplamento, porque sua reatância capacitiva XC, torna-se alta com a diminuição da freqüência. Pelo circuito da figura 75 vemos que a C1 e RB estão em série e em baixas freqüências, sendo a XC consideravelmente alta, teremos o máximo de queda de sinal em C1 e o mínimo em RB. no entanto para altas freqüências, aparece um XC mínima em paralelo com a resistência R1, resultando numa resistência total mínima, possibilitando o desvio de grande parte ou até mesmo todo sinal para o terra. Vantagens e desvantagens do acoplamento por rede RC: O acoplamento por rede RC é longamente empregado em amplificadores transistorizados, pois oferece uma boa resposta em freqüência, sendo de simples confecção e preço relativamente baixo. Porém, embora esse acoplamento ofereça uma boa resposta em freqüência, não é o tipo de maior eficiência, e também o mesmo apresenta grandes perdas quando usado em freqüências muito baixas. B) Acoplamento a transformador: UM PLANO DE VÔO PARA O FUTURO 8 No acoplamento a transformador o enrolamento do primário do transformador é a impedância de carga do coletor do primeiro estágio e enrolamento do secundário desenvolve o sinal de CA, para a base do transistor do segundo estágio. Como é mostrado na figura abaixo. FIGURA 76 ESTÁGIOS COM ACOPLAMENTO A TRANSFORMADOR Como não há resistor de carga de coletor para dissipar potência, a eficiência do amplificador acoplado a transformador ‘[e muito boas. Por esse motivo o acoplamento a transformador é muito usado em equipamentos portáteis e operados com baterias. Vantagens e desvantagens do acoplamento a transformador. Os transformadores auxiliam no equilíbrio entre a carga de saída do transistor e a entrada do transistor seguinte, obtendo com isso um máximo ganho de potência. A resposta de freqüência de um estágio acoplado a transformador não é tão boa quanto a do estágio acoplado por rede RC. A resistência do enrolamento do primário causa a queda de respostas em baixas freqüências. Além disso os transformadores são mais caros, mais pesados e ocupam uma muito áreas que os resistores e capacitores empregados nas redes RC. Com isso o uso do acoplamento a transformador é limitado àquelas aplicações que requerem alta eficiência de saída. C) Acoplamento por impedância: O acoplamento por impedância é similar ao acoplamento por rede RC, com exceção de que o resistor de carga é substituído por um indutor (L), como mostra a figura a seguir. UM PLANO DE VÔO PARA O FUTURO 9 Acoplamento por impedância FIGURA 77 A resistência de carga é somente a resistência do fio do enrolamento, a qual proporciona uma mínima queda de tensão. Deve-se usar grandes valores de indutância para que haja uma lata reatância nas baixas freqüências. Já que a reatância indutiva é diretamente proporcional à freqüência, temos que o ganho do estágio acoplado por impedância cresce com o aumento da mesma. D) Acoplamento Direto: Quando o transistor de um estágio amplificador é ligado diretamente ao transistor do estágio seguinte dizemos que o acoplamento é direto. Como mostra a figura a seguir: Estágios amplificadores com acoplamento direto FIGURA 78 Este tipo de acoplamento é usado em circuitos para a amplificação de sinais de freqüência muito baixa. No circuito da figura 78, se a corrente de coletor do primeiro estágio for maior que a corrente de base do estágio seguinte, devemos ligar o resistor RC, como indicado pela linha tracejada, com isso desviamos a corrente excedente. Com esse tipo de acoplamento teremos o máximo de economia, visto que o número de componentes usados no circuito é mínimo. AMPLIFICADORES DE ÁUDIO BÁSICO UM PLANO DE VÔO PARA O FUTURO 10 Como vimos a finalidade do amplificador é aumentar a tensão, a corrente ou o nível de potência de um sinal, a um valor desejado, a fim de operar um dispositivo de saída. Para produzir uma alta tensão, utilizável através de um circuito de carga, é necessário que a oposição à variação de IC seja a máxima possível, qualquer que seja a carga (resistor, reatância ou impedância). Os amplificadores de potência, são estágios amplificadores, construídos para fornecer grandes quantidades de potência para a carga no circuito de coletor. Assim, num amplificador de potência deve haver uma grande corrente de coletor, uma vez que a potência é o produto da resistência pelo quadrado da corrente. Os pré-amplificadores são etapas de baixo nível, que se destinam à amplificação de sinais provenientes de dispositivos tais como microfones, detetores, cápsulas magnéticas. a) Amplificadores de áudio transistorizados Os circuitos amplificadores de áudio são projetados para amplificar sinais de faixa de áudio freqüência, ou seja, sinais que vão de 20 Hz a 20 KHz. O circuito de entrada de um amplificador de áudio deve ser alimentado com a corrente de saída de um pré-amplificador. Neste caso, cada transistor é considerado como um amplificador de corrente ou potência, operando a um nível de corrente ou potência mais elevado que o nível do estágio anterior e menos elevado que o nível do estágio seguinte. O nível de potência de um amplificador de áudio é determinado pelos requisitos do projeto. b) Circuito amplificador de áudio básico: A figura 79, mostra um amplificador de áudio básico: UM PLANO DE VÔO PARA O FUTURO 11 Amplificadorde áudio básico FIGURA 79 A polarização para esse amplificador é estabelecida pela corrente base-emissor. Essa corrente cria uma tensão que polariza diretamente o circuito de entrada. O resistor de base RB, limita a corrente de polarização estabelecendo assim o ponto quiescente. Durante o semi-ciclo positivo do sinal de entrada a polarização direta diminui. Isso provoca uma consequente diminuição da corrente de coletor, através de RL, e a tensão em RL diminui. Assim, a tensão de coletor aumenta, em direção de um valor negativo de VCC. Durante o semi-ciclo negativo do sinal de entrada, a polarização direta aumenta. Isso faz com que a corrente através de RL aumente, aumentando também a queda de tensão sobre a mesma, tornando menos negativa a tensão de coletor. O capacitor C1 acopla o sinal de entrada e o capacitor C2 o sinal de saída RE é o resistor de estabilização de emissor e está ligado em paralelo com o capacitor de desacoplamento CE. Ainda na figura 79, podemos ver que o sinal de saída está 180º defasado do sinal de entrada, que é uma característica desse amplificador.
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