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(AULA_01)_CONCEITO_DIREITO

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AULA 01
 Conceito de Lei e de Direito
 Fontes e hierarquia das leis
Profa. Grasiele Nascimento
FEG/UNESP
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Conceito de Direito
Ciência
Conjunto de 
regras próprias
Norma jurídica
Constituição e 
as demais leis
Poder / Prerrogativa faculdade, poder de exercer um direito.
Fato social
regras vivas no meio social
Justiça
percepção de que certa situação é direito por ser justa.
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Direito e Moral
O Direito exerce sua pressão social a partir do centro ativo do Poder. 
Na Moral, a pressão social é exercida pelo grupo social.
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Direito e Moral
No caso de violação às regras morais, a reação social é sempre fortuita e dependente de circunstâncias imprevisíveis - o indivíduo só cumpre o imperativo moral se o fizer a partir de uma aceitação interior, íntima.
O mesmo não ocorre com o Direito, que tem previamente estipulada a pena contra a violação.
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Escritas: trata-se das normas positivadas, ou seja, aquelas sistematizadas e codificadas em um texto único e solene.
Não Escritas (costume jurídico): “normas que não estão plasmadas em texto único, mas que se revelam através dos costumes, da jurisprudência e até mesmo textos constitucionais escritos, porém, esparsos” (CUNHA, 2009).
Normas Jurídicas
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1. Constituição Federal:
Conjunto de regras que tem por objetivo organizar a sociedade e o Estado, a partir da vontade do povo.
Essas regras, além de organizar a vida das pessoas, garantem direitos e determinam os deveres de cada, para que exista uma boa convivência em grupo.
Normas Jurídicas Escritas
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Normas Jurídicas Escritas
2. Lei Complementar: Como o próprio nome diz tem o propósito de complementar, explicar ou adicionar algo à Constituição, e tem seu âmbito material predeterminado pelo constituinte; 
2. Lei Ordinária: o seu campo material é alcançado por exclusão, ou seja, se a Constituição não exige a elaboração de lei complementar, então, a lei competente para tratar daquela matéria é a lei ordinária (residual).
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Normas Jurídicas Escritas
3. Medidas Provisórias (MP):
É adotada pelo Presidente da República, mediante ato unipessoal, sem a participação do Poder Legislativo, Somente em casos de relevância e urgência, e devendo submetê-las, posteriormente, ao Congresso Nacional.
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3. Medidas Provisórias (MP):
As medidas provisórias vigorarão por 60 dias, prorrogáveis por mais 60. 
Após este prazo, se o Congresso Nacional não aprová-la, convertendo-a em lei, a medida provisória perderá sua eficácia. 
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Normas Jurídicas Escritas
4. Lei Delegada (L.D): 
É um ato normativo elaborado pelo Presidente da República com a autorização do Congresso Nacional, para casos de relevância e urgência, quando a produção de uma lei ordinária levaria muito tempo para dar uma resposta à situação. 
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4. Lei Delegada (L.D): 
Presidente solicita autorização, Congresso julga adequado o período e fixa os limites da L.D.
Criada a lei pelo Presidente, remete-se ao Congresso para avaliação e aprovação. 
Considerando que os limites foram respeitados e que a lei é conveniente, o congresso a aprova
Obs.: essa norma entra no sistema jurídico como lei ordinária e não admite emendas.
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Normas Jurídicas Escritas
5. Decretos Legislativos: 
Regulam matérias de competência exclusiva do Congresso, tais como: 
Ratificar atos internacionais;
Sustar atos normativos do presidente da República;
Julgar anualmente as contas prestadas pelo chefe do governo;
Autorizar ausência do Presidente e Vice por mais de 15 dias;
Apreciar a concessão de emissoras de rádio e televisão;
Autorizar em terras indígenas a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos;
Autorizar a pesquisa e lavra de recursos minerais.
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Normas Jurídicas Escritas
6. Resoluções:
São atos administrativos normativos que partem de autoridade superiores, mas não do chefe do executivo (Presidente), através das quais disciplinam matéria de sua competência específica.  As resoluções não podem contrariar os regulamentos e os regimentos, mas explicá-los. As resoluções podem produzir efeitos externos.
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Normas Jurídicas Escritas
7. Portarias: 
São atos internos, emanados dos chefes dos órgãos aos seus subordinados, que expedem determinações gerais ou especiais. 
8. Circular: 
É o instrumento usado para a transmissão de ordens internas uniformes, incumbindo de certos serviços ou atribuições a certos funcionários.
9. Despacho: 
ato que envolve a decisão da Administração sobre assuntos de interesse individual ou coletivo, submetido a sua apreciação. 
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Normas Jurídicas Não Escritas
Norma jurídica não escrita, consagrada pelo uso social continuado, instalando-se como se tivesse força de lei. 
O costume é oriundo de uma convicção do grupo social, que o cumpre com rigor.
Costume Jurídico: 
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Fontes do Direito
São os vários modos de onde são buscadas, nascem ou surgem as normas jurídicas e os princípios gerais da ciências do direito. 
Podem ser divididas em:
Fontes Formais São as formas de exteriorização do direito
(Ex: leis e costumes)
Fontes Materiais Fatores que ocasionam o surgimento de normas, envolvendo fatores sociais, econômicos, históricos, etc.
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Fontes do Direito
Estatais
Não Estatais
Constituídas de normas escritas, vigentes no território do Estado, por ele promulgadas, tendo validade judiciária. (ex.: Leis e Jurisprudência)
Costume jurídico e Doutrinas.
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Fontes do Direito
1. Leis: 
2. Jurisprudência: 
Advém de atos do Poder Legislativo e visa disciplinar condutas objetivando o melhor interesse da coletividade, de forma a proporcionar uma coexistência pacífica entre os membros da sociedade. 
Conjunto das decisões dos Tribunais a respeito do mesmo assunto. Há ampla liberdade por parte dos juízes, que devem decidir de acordo com as circunstâncias do caso e com sua consciência.
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3. Costume Jurídico: 
4. Doutrina: 
Fontes do Direito
Surge da prática longa, diuturna e reiterada da sociedade, necessitando ter “convicção de obrigatoriedade” (deve ser aceita pela comunidade como de cunho obrigatório).
Podemos dizer que “doutrina” é o resultado do estudo que pensadores – juristas e filósofos do Direito – fazem a respeito do Direito.
consciência.
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Legislação
É o conjunto de leis de um Estado, entendimento pelas leis de acordo com a finalidade, regras sociais obrigatórias, impostas por uma autoridade pública de forma permanente e sancionadas pela força. 
Processo Legislativo: processo pelo qual um ou vários órgãos estatais formulam e promulgam normas jurídicas de observância geral.
 
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Aplicação das normas de Direito
Os problemas decorrentes da multiplicidade de fontes e normas podem ser resolvidos pela: Hierarquia, afastando as antinomias; Integração de lacunas, quando não há norma específica; Interpretação, isto é, a compreensão do significado da norma
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Hierarquia das Leis
 É um sistema de escalonamento das normas, também chamado “Pirâmide de Kelsen”, porque foi proposto pelo jurista austríaco Hans Kelsen, nascido ao final do século XIX 
(fundamentos e validade das normas inferiores).
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Mas Kelsen cria uma teoria extremamente tecnicista, limitada ao estudo do Direito positivo, que não almeja nada além de explicar “aquilo que é” e “como é”, sem se perder nos idealismos que pensam como “deveria ser” e que se cuidam de analisar o que “viria ser”
1. Hierarquia das Leis
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2. Integração de Lacunas
Para suprir lacunas existentes na norma jurídica, usam-se algumas técnicas: 
A)   Analogia 
B)   Equidade
C)   Princípios Gerais do Direito
D)   Doutrina
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A) Analogia: consiste em um método de interpretação jurídica utilizado quando, diante da ausência de previsão específica em lei, se aplica uma disposição legal que regula casos idênticos, semelhantes ao da controvérsia.
2. Integração de Lacunas
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2. Integração de Lacunas
B) Equidade: é o respeito pelo direitode cada pessoa, adequando a norma ao caso concreto pelo que se considera justo. É apreciação e julgamento justos em virtude do senso de justiça imparcial, visando a igualdade no julgamento
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2. Integração de Lacunas
C) Princípios Gerais do Direito: ideias basilares e fundamentais do Direito, que lhe dão apoio e coerência, respaldados pelo ideal de Justiça que envolve o Direito. Seriam ideias fundamentais de caráter geral dentro de cada área de atuação do Direito.
D) Doutrinas: ideias e ensinamentos de autores e juristas que, no caso, servem de base para o Direito e que influenciam e fundamentam as decisões judiciais. É fonte do Direito, utilizada também para a interpretação das leis, fixando as diretrizes gerais das normas jurídicas.
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3. Interpretação
A interpretação da norma é o ato que procura traduzir seu pensamento e o seu real sentido e deve:
1. esclarecer seu significado, demonstrando sua validade; 
2. demonstrar o alcance social da norma; 
3. demonstrar que o conflito pode ser resolvido conforme os fins sociais da norma e concretizando valores que levam ao bem comum. 
Para cada um desses pontos, existe um conjunto de métodos de interpretação.
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3. Técnicas de Interpretação
“A interpretação não se restringe tão somente aos estreitos termos da lei, pois conhecidas são suas limitações para o bem exprimir do direito, o que, aliás, acontece com a generalidade das formas de que o direito se reveste”
FRANÇA, Limongi. Hermenêutica Jurídica – 2ª ed., 1988
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3. Técnicas de Interpretação
A interpretação pode ser estudada sob diversos critérios, como por exemplo: 
- Gramatical ou literal; 
- Teleológica; 
- Histórica; 
- Autêntica, entre outras. 
Vejamos alguns critérios de interpretação a seguir
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3. Técnicas de Interpretação
1. Interpretação Gramática ou Literal: permite desvendar o significado da norma, enfrentando dificuldades léxicas e de relações entre as palavras. Podem surgir questões quanto ao sentido dicionarizado de uma palavra ou quanto a relações entre substantivos e adjetivos ou, ainda, no uso de pronomes relativos.
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2. Interpretação Teleológica: Método de interpretação legal que tem por critério a finalidade da norma, conforme os princípios da justiça e do bem comum. 
Ex: art. 5º. da Lei de Introdução às Normas do Direitos Brasileiro (LINDB)
3. Técnicas de Interpretação
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3. Técnicas de Interpretação
3. Interpretação Histórica: pesquisa do processo evolutivo da lei, a história dos seus precedentes. 
Auxilia no aclaramento da norma.
4. Interpretação autêntica: oriunda do próprio órgão que favoreceu a lei. Se o Poder Legislativo declara o sentido e alcance de um texto, o seu ato é uma verdadeira norma jurídica e só por isso tem força obrigatória, ainda que ofereça interpretação incorreta.
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OBRIGADA!

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