Unicesumar - ATIVIDADE 2 - LET - LITERATURA BRASILEIRA - 2019B

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02/07/2019 Unicesumar - Ensino a Distância
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ATIVIDADE 2 - LET - LITERATURA BRASILEIRA - 2019B
Período:17/06/2019 08:00 a 05/07/2019 23:59 (Horário de Brasília)
Status:ABERTO
Nota máxima:0,50
Gabarito:Gabarito será liberado no dia 06/07/2019 00:00 (Horário de Brasília)
Nota obtida:
1ª QUESTÃO
Além dos vagos sinais precursores, o começo do Simbolismo brasileiro costuma ser datado de 1893, quando
apareceram dois livros de Cruz e Sousa (1861-1898), o único escritor eminente de pura raça negra na
literatura brasileira, onde são numerosos os mestiços. Formado dentro da filosofia evolucionista, sofreu o
impacto de Baudelaire e sentiu a atração do vago espiritualismo finissecular, que lhe permitiu elaborar
poemas cheios de sugestiva nebulosidade. Tanto na vertente mais tipicamente simbolista, quanto na
vertente ainda parnasiana, manifestou grande poder verbal, que chega à expressão palavrosa e até
incoordenada (sobretudo nos poemas em prosa), mas é redimida aqui e ali pela felicidade dos achados
poéticos.
CANDIDO, Antonio. Iniciação à Literatura Brasileira. São Paulo: Humanitas, 1999.
   
Considerando o comentário de Antonio Candido sobre a poética de Cruz e Sousa, bem como as explicações
a respeito das características da estética simbolista, leia o poema a seguir:
     
Alma solitária
Ó Alma doce e triste e palpitante!
que cítaras soluçam solitárias
pelas Regiões longínquas, visionárias
do teu Sonho secreto e fascinante!
Quantas zonas de luz purificante,
quantos silêncios, quantas sombras várias
de esferas imortais, imaginárias,
falam contigo, ó Alma cativante!
que chama acende os teus faróis noturnos
e veste os teus mistérios taciturnos
dos esplendores do arco de aliança?
Por que és assim, melancolicamente,
como um arcanjo infante, adolescente,
esquecido nos vales da Esperança?!
 
SOUSA, João da Cruz e. Alma solitária. In: Obra Completa. Jaraguá do Sul: Avenida, 2018. 
      
Acerca do poema Alma solitária, analise as afirmações que seguem:
 
I. Entre as figuras de linguagem presentes em Alma solitária, podemos destacar as recorrentes aliterações
utilizadas pelo poeta.
II. O primeiro verso, “Ó Alma doce e triste e palpitante!”, apresenta a figura de linguagem conhecida como
polissíndeto.
III. O esquema de rimas do poema é: A-B-B-A; A-B-B-A; C-D-C; C-D-C.
 
É correto o que se afirma em:
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ALTERNATIVAS
I, apenas.
II, apenas.
I e II, apenas.
II e III, apenas.
I, II e III, apenas.
2ª QUESTÃO
É na convergência de ideais anti-românticos, como a objetividade no trato dos temas e o culto da forma,
que se situa a poética do Parnasianismo. 
O nome da escola vinha de Paris e remontava a antologias publicadas
. . .
sob o título de Parnasse Contemporain, que incluíam poemas de Gautier, Banville e Lecomte de Lisle. Seus
traços de relevo: o gosto da descrição nítida, concepções tradicionalistas sobre metro, ritmo e rima e, no
fundo, o ideal de impessoalidade que partilhavam com os realistas do tempo.".
. . .
   
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 2006.
      
O grande nome do Parnasianismo brasileiro é Olavo Bilac, constatação corroborada por importantes nomes
da crítica literária, como Alfredo Bosi e Antonio Candido.
Diante disso, leia a seguir o excerto do poema de Bilac intitulado Profissão de fé e, na sequência, analise as
afirmações que o seguem.
. . .
Torce, aprimora, alteia, lima 
A frase; e, enfim, 
No verso de ouro engasta a rima, 
Como um rubim.
Quero que a estrofe cristalina, 
Dobrada ao jeito 
Do ourives, saia da oficina 
Sem um defeito:
E que o lavor do verso, acaso, 
Por tão subtil,
Possa o lavor lembrar de um vaso 
De Becerril.
E horas sem conto passo, mudo, 
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O olhar atento,
A trabalhar, longe de tudo 
O pensamento.
Porque o escrever - tanta perícia, 
Tanta requer,
Que oficio tal... nem há notícia 
De outro qualquer.
. . .
   
BILAC, Olavo. Profissão de Fé. In: Poesias. Disponível em <https://bit.ly/2YojXmV>. Acesso em 06 mai. 2019.
     
I. Entre as características parnasianas presentes no poema lido, podemos destacar o fato de que a temática
do texto é o próprio ofício de escritor parnasiano, o qual está sempre dedicando-se a atender as normas da
“boa escrita”.
II. O poema reforça a ideia de que o trabalho com a palavra é árduo, difícil, o que pode ser observado em
versos como “Torce, aprimora, alteia, lima” e “Porque o escrever - tanta perícia, / Tanta requer, / Que oficio
tal... nem há notícia / De outro qualquer”.
III. Dentre os aspectos formais de Profissão de fé, podemos destacar a presença de rimas ricas (enfim /
rubim; cristalina / oficina).
IV. A impessoalidade emerge do poema quando este foca-se no fazer literário, engajando-se, dessa forma,
em questões sociais.
    
É correto o que se afirma em:
ALTERNATIVAS
I e II, apenas.
I e III, apenas.
II e IV, apenas.
I, II e III, apenas.
I, III e IV, apenas.
3ª QUESTÃO
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Machado de Assis era dotado de raro discernimento literário e adquiriu por esforço próprio uma forte
cultura intelectual, baseada nos clássicos, mas aberta aos filósofos e aos escritores contemporâneos. Apesar
da condição social modesta, impôs-se aos grupos dominantes pela originalidade da obra e o vigor da
personalidade discreta, chegando a um reconhecimento público que raros escritores conseguiram no Brasil.
Na velhice, era considerado a figura mais importante das letras e objeto de uma veneração quase sem
exceções.
 
CANDIDO, Antonio. Iniciação à Literatura Brasileira. São Paulo: Humanitas, 1999.
Acerca da obra de Machado de Assis, analise as afirmações a seguir como (V) para verdadeiras e (F) para
falsas:
I. Machado de Assis privilegiou em seus escritos a análise psicológica das personagens e das situações,
assim, a crítica social construída pelo autor se dá, sobretudo, a partir da análise da moral e das atitudes dos
personagens contidas em suas narrativas.
II. A prosa machadiana explora as ambiguidades e contradições presentes nas atitudes dos indivíduos, dessa
forma, por meio de recursos como o humor e a ironia, obras como Memórias Póstumas de Brás Cubas
desvelam a hipocrisia recorrente na sociedade.
III. Típico dos autores realistas, vemos em Machado uma preocupação com a descrição minuciosa dos
ambientes e das próprias personagens, as quais nos são apresentadas como alegorias das virtudes da
sociedade, revelando o caráter moralizador da obra machadiana. 
IV. Uma inovação trazida por Machado de Assis para a arte da prosa é a predileção por apresentar
narradores em 1ª pessoa, ao contrário de outros autores realistas e naturalistas, que preferiam o narrador
observador, em 3ª pessoa.
As afirmações I, II, III e IV são, respectivamente:
ALTERNATIVAS
(V), (V), (F), (V).
(V), (V), (V), (F).
(F), (V), (V), (V).
(F), (V), (F), (V).
(F), (F), (F), (V).
4ª QUESTÃO
Com o estudo desta disciplina, verificamos que o período denominado Pré-Modernismo aponta o
amadurecimento de nossos escritores no que se refere à percepção de nossa realidade social, política e
econômica. O Pré-Modernismo, período que compreende as duas primeiras décadas do século XX, tem em
Lima Barreto um
ALTERNATIVAS
autor preocupado em criticar o Jeca Tatu e sua forma de vida.
autor distante dos problemas de seu tempo, de sua sociedade e de sua condição social.
autor preocupado em registrar os conflitos vivenciados por ele durante a Guerra de Canudos.
autor preocupado em denunciar, com simplicidade na linguagem, a condição do negro na sociedade brasileira.
autor despreocupado em denunciar a condição do negro na sociedade brasileira e os problemas aos quais ele passa.
5ª QUESTÃO
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O movimentoque ficou conhecido como Romantismo teve início na Europa, nas últimas décadas do século
XVIII, durando boa parte do século XIX. Tal movimento emergiu em um período bastante conturbado, em
que a revolução burguesa ganhava força tendo os ideais iluministas de liberdade, igualdade e fraternidade
como seus motivadores. Enquanto o Arcadismo é considerado o movimento da Razão, o Romantismo é visto
como o movimento da emoção, pois este último foca (também) sua produção literária na
subjetividade. Partindo dessas considerações, podemos afirmar que uma das caracerísticas do movimento
romântico na literatura  é:
ALTERNATIVAS
a primazia pela linguagem direta e sem sentimentalismo.
a inspiração na realidade, sem idealizações.
a valorização do eu e o sentimentalismo.
a musicalidade na prosa e na poesia.
a racionalização dos sentimentos.
6ª QUESTÃO
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CAPÍTULO IV
UM DEVER AMARÍSSIMO!
José Dias amava os superlativos. Era um modo de dar feição monumental às idéias; não as havendo, servia a
prolongar as frases. Levantou-se para ir buscar o gamão, que estava no interior da casa. Cosi-me muito à
parede, e vi-o passar com as suas calças brancas engomadas, presilhas, rodaque e gravata de mola. Foi dos
últimos que usaram presilhas no Rio de Janeiro, e talvez neste mundo. Trazia as calças curtas para que lhe
ficassem bem esticadas. A gravata de cetim preto, com um arco de aço por dentro, imobilizava-lhe o
pescoço; era então moda. O rodaque de chita, veste caseira e leve, parecia nele uma casaca de cerimônia.
Era magro, chupado, com um princípio de calva; teria os seus cinqüenta e cinco anos. Levantou-se com o
passo vagaroso do costume, não aquele vagar arrastado dos preguiçosos, mas um vagar calculado e
deduzido, um silogismo completo, a premissa antes da conseqüência, a conseqüência antes da conclusão.
Um dever amaríssimo!
 
ASSIS, Joaquim Machado de. Dom Casmurro. São Paulo: Scipione, 2004.
 
José Dias, personagem do clássico realista Dom Casmurro, emerge na narrativa como o agregado da família
de Bentinho, um sujeito pobre que se posta de maneira subserviente à família Santiago com o intuito de
obter vantagens. O capítulo lido traz a descrição dessa personagem.
Considerando o excerto de Dom Casmurro lido e as discussões sobre as características da prosa realista,
analise as afirmações as seguir.
I. A descrição minuciosa dos trajes de José Dias exemplifica a característica da arte realista que fala da
preocupação em servir o leitor com o máximo de detalhes possíveis sobre as personagens, ambientes e
situações, visando, dessa forma, apresentar um retrato o mais realista possível do contexto abordado. 
II. O narrador onisciente intruso utilizado por Machado neste capítulo funciona perfeitamente para que o
leitor tenha a correta compreensão do contexto em que os fatos se situam, sendo que é partir desse recurso
que o escritor consegue realizar sua crítica social.
III. O humor e a ironia típicos da prosa machadiana se revelam no excerto lido na medida em que
percebemos na descrição feita por Bentinho sobre os trajes de José Dias e seu modo de falar, um tom
pejorativo.   
IV. A partir da descrição de José Dias, podemos afirmar que essa personagem funciona no texto como o
vínculo entre Bentinho e a moral social idealizada, posto que sua construção enquanto sujeito idôneo faz de
José Dias o único personagem sem vícios na trama.
É correto o que se afirma em:
ALTERNATIVAS
I e II, apenas.
I e III, apenas.
II e III, apenas.
II e IV, apenas.
I, II e III, apenas.
7ª QUESTÃO
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Dos inúmeros narradores de tendência naturalista, o mais importante foi Aluísio Azevedo (1857-1913), que
era também caricaturista e jornalista. Esta circunstância influiu na sua escrita e, quando avultou de maneira
excessiva, comprometeu-a sob a forma de esquematização e sensacionalismo. Alguns dos seus muitos
romances são apreciáveis, inclusive um dos primeiros, apesar dos traços melodramáticos, O Mulato (1881),
estudo do preconceito de cor, tão odioso quanto irracional num país mestiço como o Brasil. Mais seco e
melhor construído é Casa de Pensão (1884), violenta descrição dos descaminhos e da morte de um
estudante. Mas ele só alcançou a maestria n’O Cortiço (1890), que denota influência direta de Émile Zola,
sendo o único dos seus livros que se sustenta plenamente.
CANDIDO, Antonio. Iniciação à Literatura Brasileira. São Paulo: Humanitas, 1999.
Acerca da obra O Cortiço, de Aluísio Azevedo, analise as afirmações a seguir.
I. A narrativa engloba aspectos do naturalismo ao considerar que o meio social influencia diretamente na
formação moral do indivíduo, indo ao encontro das teses deterministas bastante disseminadas no século
XIX.
II. A obra O Cortiço é pioneira na abordagem das relações homoafetivas, representadas na história das
personagens Pombinha e Léonie, a qual evoca mais uma vez a noção de que o ser humano pode se
corromper a partir das relações que este estabelece com os outros em seu meio social.
III. O Cortiço funciona, também, como uma alegoria do panorama nacional brasileiro, visto que em sua
narrativa temos a exploração do povo humilde, composto por pobres, negros, mestiços e imigrantes e por
um estrangeiro.
IV. O romance foi concebido dentro de um método “científico”, ao passo que Aluísio Azevedo decidiu, antes
de escrever sua obra, observar in loco como era a vida nos cortiços, o que reforça o caráter positivista de sua
obra.
É correto o que se afirma em:
ALTERNATIVAS
I e IV, apenas.
I, II e III, apenas.
I, II e IV, apenas.
I, III e IV, apenas.
I, II, III e IV.
8ª QUESTÃO
Lei a seguir um trecho da obra Grande Sertão: Veredas, do escritor João Guimarães Rosa, na qual o autor
discute, dentre outras questões, a tradicional dualidade entre o bem e o mal na formação do indivíduo, de
modo que Riobaldo, nosso herói, ao narrar sua história ao desconhecido interlocutor, faz questionamentos
sobre o sentido da vida.
"Sertão. Sabe o senhor: sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte do que o poder do lugar.
Viver é muito perigoso."
ROSA, João Guimarães. Grande Sertão: veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.
 
Tendo como base as explicações acima, podemos afirmar que, no trecho lido de Grande Sertão: Veredas,
vemos o personagem deixar transparecer a certeza de que:
 
ALTERNATIVAS
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o sertão faz com que o indivíduo se torne fraco, pois teme os perigos que o rodeiam.
o sertão molda e define a condição do homem, sem que este possa mudar seu destino.
o sertão, na visão expressa no fragmento, é um lugar perigoso, em que ocorrem crimes.
o sertão pode estar em qualquer lugar, pois este se refere aos nossos pensamentos e introspecções.
o sertão é espaço limitado a questões geográficas, não havendo conotação metafísica no uso dessa expressão.
9ª QUESTÃO
Quando pensamos nas características da Escola Realista, cujo principal representante no Brasil é Machado de
Assis, encontramos nos textos literários:
ALTERNATIVAS
enredos que se distanciam da realidade do homem.
a defesa da natureza e do folclore nacional, excluindo-se a crítica social.
a preocupação em retratar de forma idealizada as personagens dos romances.
a retomada dos ideais românticos, com ênfase na bravura das ações do herói.
a preocupação em retratar com verossimilhança as questões que envolvem o homem e a sociedade.
10ª QUESTÃO
O crítico João Luiz Lafetá, a respeito dos romances da década de 1930, escreveu:
Sobrepondo-se ao otimismo anarquista da primeira fase do Modernismo, a pré-consciência do
subdesenvolvimento introduz um elemento de tensão entre o projeto estético e o projeto ideológico da
literatura brasileira dos anos 30.
 
 Disponível em < http://www.dopropriobolso.com.br/index.php/literatura-4875/45-obras-literarias/244-estetica-e-ideologia-o-modernismo-em-1930>. Acesso em: 12 jun. 2018.
 
O projeto ideológico sobre o qual fala o crítico pode ser constatado: 
I. na prosa regionalista, em que, em especial, o Nordeste brasileiro é o espaço de tensão, nele a fome e a
miséria sociais são destacadas.
II. Nos poemas de Mário de Andrade, nos quais observa-se os versos livres e brancos e uma linguagem
coloquial para tratar do Brasil.
III. Nos textos poéticos de Cecília Meirelles, nos quais a poetisa deixa transparecer a espiritualidade em
versos musicais e ritmados. 
É correto o que se afirma em: 
ALTERNATIVAS
I, apenas.
II, apenas.
I e II, apenas.
I e III, apenas.
II e III, apenas.