Relatório de Estágio em Docência nos Anos Iniciais

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CENTRO UNIVERSITARIO ESTACIO RADIAL DE SÃO PAULO
Relatório de Prática de ensino e estágio supervisionado em docência nos anos iniciais do Ensino Fundamental – Introdução e primeiros capítulos.
Paula Mye Yamanaka
São Paulo
2014
INTRODUÇÃO
O homem é um ser que aprende desde o momento do seu nascimento, alguns cientista dizem que essa ação ocorre já em vida uterina, pelo instinto de sobrevivência, de forma autônoma e independente, e a sua prática é dependente. E o aprendizado continua até a sua morte para sobreviver também, e continua de forma autônoma, porém mais dependente, e sua prática independente.
O ação de aprender depende de um conjunto de situações existentes necessárias à vida, como biológicas (exemplo: comer, bebê que chora para demonstrar que está com fome), emocionais, sociais e científicas (sobrevivência da espécie humana, estudos e descobertas sobre o ecossistema e tecnologia para adaptação do homem as transformações da natureza).
Dessa forma, a ação de aprender está intrinsicamente ligada à ação de ensinar, e por isso, pois quando uma criança chora que está com fome, o adulto o ensina que não precisa chorar para que consiga o quer, basta pedir e dessa forma indicar o que acontece. O adulto ensina a criança falar e indicar que está com fome, ou seja, alguém ensina a criança a conseguir o que precisa para sobreviver. Pois ela já aprendeu de forma autônoma e independente que ela precisa se alimentar, porém a prática dessa ação depende da supervisão do adulto que irá auxiliar, intervir para que obtenha o que deseja. Dessa forma o adulto tem que compreender o que a criança deseja e estar preparando para ajudá-la aprender a falar.
O mesmo acontece nas escolas, porém devemos estar atentos a algumas características da educação formal, que difere do ambiente familiar. Uma delas é o professor que é um profissional “responsável” pela aprendizagem das crianças e adolescentes, ele tem a formação e a preparação para auxiliar no processo de aprendizagem, onde aprende sobre o desenvolvimento da criança e como ela aprende, quais as suas necessidades e de que forma o aprendizado se torna significativo para elas. Essa é a teoria, e o infelizmente vemos nas escolas são professores nada preparados e bem distantes dessa realidade.
	Esse retrocesso resulta em escolas com alto índices de evasão escolar, dos baixos resultados internacionais da educação Brasileira, e o que é mais importante uma população cada vez mais carente financeiramente, socialmente e culturalmente. Pois é a escola responsável em proporcionar a oportunidade da criança desenvolver o seu lado cidadão critico reflexivo, e torna-se responsável pelo evolução do seu grupo social. Fica claro como a atuação do professor é de extrema importância para o desenvolvimento do aluno crítico reflexivo, em cidadão partícipe da formação da sociedade. 
	E por isso que em sua formação o docente deverá focar em algumas experiências para refletir sobre a atuação do professor dentro da sala de aula. A mais importante é o Estágio Supervisionado nas variadas etapas da Educação Básica, do Ensino Infantil, passando pelo Ensino Fundamental séries Inicias, Ensino Fundamental do 6º ao 9º ano, e por último, Ensino Médio. Pois será nesse momento que o futuro docente irá observa como algumas características importantes necessárias para prática do professor. Deverão refletir sobre o que querem como professores e o querem para o futuro de seus alunos, e aproveitar a experiência do estágio como uma forma de melhorar a prática, e não reduzir a uma experiência para aprender aulas-modelos, como critica Lima Pimenta:
O estágio, nessa perspectiva, reduz-se a observar os professores em aula e imitar esses modelos, sem proceder a uma análise crítica fundamental teoricamente e legitimada na realidade social em que o ensino se processa. Assim, a observação se limita à sala de aula, sem análise do contexto escolar, e espera-se do estagiário a elaboração e execução de “aulas-modelo” 
(PIMENTA; LIMA, 2004, p. 36).
	Ou seja fazer estágio, para ter um modelo de aula, não terá nada para aproveitar para a prática educativa que queremos em nossa escolas. Sendo um desperdício da oportunidade para questionar nossas prática educativas em relação a teoria aprendida nas universidades.
O papel das teorias é iluminar e oferecer instrumentos e esquemas para análise e investigação que permitem questionar as práticas institucionalizadas e as ações dos sujeitos e, ao mesmo tempo, colocar elas próprias em questionamento, uma vez que as teorias são explicáveis sempre provisórias da realidade (PIMENTA; LIMA, 2004, p. 43). 
	O que deverá ser observado em um estágio são as características necessárias para atuação do professor, para uma aula que torne mais eficiente o processo de Ensino-Aprendizagem. Como planejamento das aulas de forma que sejam interativas e possam sensibilizar o aluno, prepare o ambiente da aula para facilitar a orientação das atitudes e comportamentos, problematize o conteúdo para promover discussões que demonstre a finalidade do conteúdo e seus exercícios de prática.
	Mas algumas caraterísticas que o professor deve ter, para a boa prática educativa. Como aceitar as diferenças e respeitá-las, permite que possa ouvir o aluno e sentir que ele é respeitado. Corajoso, flexível, criativo, o que torna acessível e receptível a novas descobertas, e seguro em aplicá-las, e não desanime em frente aos desafios.
	Além dessas características o professor deve saber dos seus deveres e direitos dentro da sociedade, e fazer uso deles, tornando-se assim um exemplo dentro e fora da sala de aula. Sendo merecedor de respeito e admiração.
	E por último e não menos importante, ter uma característica tão importante para sociedade, na verdade é uma singularidades que as pessoas deveriam aprender e colocar em prática em todas as profissões, a proatividade. Assumir responsabilidade, ter criatividade para administrar situações, ser flexível e buscar o aperfeiçoamento profissional e emocional, são ações que não podem faltar na prática docente do dia-dia.
	Portanto, o processo de ensino aprendizagem depende de muitas ações que devemos estar atentos para serem realizadas, para obter os melhores resultados que é a aprendizagem significativa, e por consequência ter uma sociedade mais justa e preparada para os desafios do futuro.
RESUMO DO TEXTO MODELOS PEDAGÓGICOS E EPISTEMOLÓGICOS DO EDUCADOR FERNANDO BECKER
O Educador Fernando Becker em seu texto apresenta três formas da relação ensino/aprendizagem da sala de aula, a pedagogia diretiva, pedagogia não-diretiva e a pedagogia relacional. Explicas as características de cada uma delas e suas consequências. No final ele faz um reflexão da prática docente desde a formação do professor nas universidades.
PEDAGOGIA DIRETIVA
	Esse modelo pedagógico consiste basicamente na crença do professor que o aluno é uma tabula rasa que deverá ser preenchida com as informações que só ele como docente possui. Pois ele é o transmissor do conhecimento, que a aprendizagem só ocorre pela transmissão. O professor faz isso porque acredita que o processo que aprendizagem só ocorre dessa forma, e já entra em sala de aula acreditando que 60% dos seus alunos irão fracassar e que não possui capacidade para acompanhar as aulas.
	Esse modelo é legitimado pelo Empirismo, que configura o quadro da reprodução ideológica, do autoritarismo, da coação e da subserviência. Com o objetivo de formar um bom profissional para o mercado de trabalho, porque terá aprendido a silenciar-se diante da autoridade, a submeter-se a fazer coisas que não tenham sentido, ou seja, ele não precisa saber o que está fazendo apenas executar, sem objeção ou reivindicação. Renunciando os seus direitos básicos, desistindo das transformações sociais.
	Na prática podemos imaginar um sala de aula onde professor entra e exige aos gritos silencio e atenção a sua pessoa, sendo que nem poderá falar apenas ele. E quando ele inicia a sua aula, os alunos devem copiartudo que ele escreve e fala, e devem reproduzir com exatidão, por mais que não faça sentido para eles. Uma educação bancária, onde o professor só deposita no cérebro vazio do aluno as informações que ele possui. Nessa dinâmica o professor ensina e o aluno aprende, e nunca haverá a possibilidade do professor aprender e o aluno ensinar.
PEDAGOGIA NÃO DIRETIVA
	Nessa metodologia o professor é um auxiliar do aluno no processo de ensino aprendizagem. Pois o aluno trás para a escola o conhecimento, ele apenas precisa trazer a consciência e organizá-lo. O professor irá interferir o mínimo possível, ele apenas irá no máximo despertar o conhecimento já existente na criança. Regime do laisser-faire, inspirado na liberdade de mercado do neoliberalismo.
	A teoria da metodologia da pedagogia não-diretiva, acredita que o ser humano nasce com conhecimento, como uma bagagem hereditária. O mínimo de exercício para que se desenvolva o saber, a interferência do meio físico deverá ser mínima. As crianças passarão por estágios de desenvolvimento cronologicamente fixos e que aparecerá os saberes.
	O professor nesse caso não intervém no processo de aprendizagem apenas observa. Mas a escola tem um ambiente que necessita de um mínimo de disciplina, que deve ser trabalhado com a criança desde da primeira infância, e no caso da pedagogia não-diretiva, o professor vai exercer o poder coercitivo de forma subliminar repressora para que possa conseguir a disciplina necessária para a existência da escola. Esse poder subliminar coercitivo é tão forte e significativa que castrando os seus alunos.
	É uma teoria apriorista, que acredita que o conhecimento é herdado geneticamente, e que convenientemente um ser humano pode ser desprovido dessa ação de herança. Marginalizando os miseráveis, malnutridos, os pobres, impondo retardamento de aprendizagem. Excluem a causa externa para as dificuldades de aprendizagem, que uma criança marginalizada jogada em uma sala de aula não-diretiva não produzirá muito menos em termos de conhecimento, do que uma criança de classe média ou alta, que desde cedo teve acesso a cultura e uma diversidade de conhecimento. Fadando o aluno ao fracasso, pois se ele tem uma dificuldade de aprendizagem explicado pelo déficit hereditário, não podendo assim modificar a sua realidade e não superando a dificuldade.
PEDAGOGIA RELACIONAL
	
	A teoria da metodologia relacional, está pautada na construção do conhecimento pelo aluno e professor. Entende que a criança só aprende se partir da problematização da ação em relação a sua vivência. O conhecimento novo a ser construído se relaciona com ações problematizadas por ele e que fazem parte de sua existência dentro da sociedade, e que portanto fazem significado ao aprender.
	O professor da pedagogia relacionista compreende que o aluno trás para sala de aula uma história de conhecimento já percorrida, ele não é uma tábula rasa que deverá ser preenchida. O aluno assimila o novo conhecimento e o relacionando o meio físico com o social, causando uma perturbação ou problematização que deverá ser resolvida. Dessa forma o sujeito constrói a solução, o conhecimento. O construtivismo, o conhecimento como estrutura a ser erguida dentro do aluno.
	A dinâmica da sala de aula relacionista o professor é consciente que além de ensinar irá aprender o que seu aluno já construiu, como condição prévia para construção de novos conhecimentos que devem ser aprendidos pelo aluno.
	A sala de aula relacionista tende a tentar superar a disciplina policialesca e a figura autoritária do professor, mas isso não significa ausência de regras ou leis de convivência, ou de esvaziar o conteúdo programático. Trata-se de construir uma disciplina intelectual, criando um ambiente fecundo de aprendizagem. Uma sala propicia a construção e a descoberta do novo.
Essa sala de aula não reproduz o passado pelo passado, mas debruça-se sobre o passado porque aí se encontra o embrião do futuro. Vive-se intensamente o presente à medida que se constrói o futuro, buscando no passado sua fecundação. Dos escombros do passado delineia-se o horizonte do futuro; origina-se, daí, o significado que dá plenitude ao presente.
(Becker, Fernando. 2001. p. 28)
 
CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA
	O Centro Educacional Doze de Outubro, mais conhecido com Colégio Doze de Outubro foi fundada em 1940 pelo educador Remo Rinaldi Naddeo, como escola profissionalizante no Largo Treze de Maio, que tinha como objetivo a formação do jovem para o mercado de trabalho.
	O colégio foi transferido para a esquina da Avenida Adolfo Pinheiro na década de 50, e iniciava-se o projeto de escola regular (Ginásio e Colegial). Mas foi em 1960 com a inauguração do novo prédio na Rua Comendador Elias Zarzur. E o objetivo mudou, o curso profissionalizante deu lugar para a escola de primário, com foco ao ingresso a Universidade.
	Mas desde de o seu início sua preocupação era formar o aluno em cidadão que pudesse contribuir para o desenvolvimento da sociedade. Para isso o colégio proporciona ao aluno a oportunidade de refletir sobre a ética, participação social e política, a valorização do conhecimento, a liberdade de ser, de se expressar e de viver.
	Dessa forma a proposta pedagógica do colégio está organizado da seguinte forma:
• Na Educação Infantil, a principal preocupação está na socialização da criança ao mundo que agora se amplia diante dela. Assim, a troca de experiências realizada no dia a dia da escola dá à criança a oportunidade de crescer na aquisição de hábitos sociais e humanos.
• No Ensino Fundamental, o aluno conhece a trajetória do ser humano na elaboração de todo o saber já construído. Valoriza tal conhecimento não somente como forma de crescimento, mas também, e principalmente, como forma de ele intervir no seu meio, promovendo o bem-estar a si e aos demais. O aluno começa a construir o seu projeto de vida. E, nesta fase, família e escola assumem papel preponderante para que defina seus caminhos.
• No Ensino Médio, o projeto de vida recém-delineado começa a ganhar forma, com aspirações a uma vida futura, tanto do ponto-de-vista pessoal como profissional. O aluno traça planos, descobre aptidões, conhece possibilidades e idealiza seus sonhos. Comprometido com a sua incursão nas carreiras profissionais de sua escolha, o Colégio exercita o aluno para os exames vestibulares tradicionais.
	Portanto a filosofia principal do Colégio Doze de Outubro é assegurar ao educando a formação indispensável para o desenvolvimento de um ser partícipe, cidadão crítico do seu universo, dando-lhe condições de construir o próprio conhecimento, necessário à sua realização profissional, preparando-o para a elaboração do seu Projeto de vida.