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ARTIGO SEMINÁRIO DIREITO DO TRABALHO OFICIAL

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DIREITO DO TRABALHO: Uma análise das relações peculiares de Trabalho 
Avulso, Eventual e Temporário (Portuário/ Não portuário e o chapa) 
 
Adria Taylana Moura Godinho1 
Adriele Fernanda Frigeri 2 
Avilmara da Hora Brito Rodrigues3 
Claudiney Peruzzo Pinheiro4 
Daniel da Chaga Seles5 
Jhane Carvalho de Lima6 
Kamilla Marques Alexandrino7 
Laís dos Santos Firmino8 
RESUMO 
O seguinte estudo faz uma abordagem acerca das relações do Trabalho Avulso, 
Trabalho Temporário, Portuário/ Não portuário e o Trabalho do Chapa, diferenciando 
as principais características de cada um destes, cujo principal foco é conceituá-los 
buscando o entendimento de suas particularidades como forma de reconhecimento e 
valorização dos mesmos no âmbito das relações de trabalho. Para tanto, foram 
realizadas pesquisas bibliográficas dentre as obras de diferentes doutrinadores, bem 
como, jurisprudências e a legislação vigente pertinente ao tema, cujo intuito destas é 
embasar as discussões aqui apresentadas. Este tema assume grande relevância uma 
vez que é preciso diferenciar cada uma das espécies apresentadas, e cujo intuito é 
compreender os direitos e as obrigações que cada um dos envolvidos deverá cumprir 
 
1Graduando em Direito pelas Faculdades Integradas do Extremo-Sul da Bahia. Email: 
adriataylana@gmail.com 
 
2Graduando em Direito pelas Faculdades Integradas do Extremo-Sul da Bahia. Email: 
fernandafrigeri2@hotmail.com 
 
3Graduando em Direito pelas Faculdades Integradas do Extremo-Sul da Bahia. Email: 
maradahorabrito@gmail.com 
 
4Graduando em Direito pelas Faculdades Integradas do Extremo-Sul da Bahia. Email: 
claudioperuzzo@hotmail.com 
 
5Graduando em Direito pelas Faculdades Integradas do Extremo-Sul da Bahia. Email: 
daniel.seles@hotmail.com 
 
6Graduando em Direito pelas Faculdades Integradas do Extremo-Sul da Bahia. Email: 
jhane.lima15@gmail.com 
 
7Graduando em Direito pelas Faculdades Integradas do Extremo-Sul da Bahia. Email: 
milla.alexandrino@hotmail.com 
 
8Graduando em Direito pelas Faculdades Integradas do Extremo-Sul da Bahia. Email: 
laisfirminophn@hotmail.com 
2 
 
ao se estabelecer uma relação empregatícia, evitando-se assim, os abusos e 
assegurando a todas as partes envolvidas a satisfação dos seus direitos. 
Palavras-Chave: Trabalho, Avulso, Temporário, Portuário, Não portuário, Chapa. 
 
ABSTRACT 
The following study makes an approach about the relations of the Single Work, 
Temporary Work, Port / Non Port and the Work of the Chapa, differentiating the main 
characteristics of each of these, whose main focus is to conceptualize them seeking 
the understanding of its particularities as form recognition and appreciation of them in 
the context of labor relations. For this purpose, bibliographical research was carried 
out among the works of different authors, as well as jurisprudence and the current 
legislation pertinent to the theme, whose purpose is to support the discussions 
presented here. This theme is of great importance since it is necessary to differentiate 
each one of the species presented and whose purpose is to understand the rights and 
obligations that each one of the parties involved must fulfill in establishing an 
employment relationship, thus avoiding abuse and ensuring all parties involved the 
satisfaction of their rights. 
Keywords: Labor, Temporary, Temporary, Port, Non port, Sheet. 
 
 
 1 INTRODUÇÃO 
 
O presente artigo se propõe a expor de maneira simplificada os principais aspectos 
das relações peculiares do Trabalho Avulso, Trabalho Temporário, Portuário/ Não 
portuário e o Trabalho do Chapa. O primeiro capítulo, por sua vez, discorre acerca do 
trabalho avulso, cujo nome deriva do latim “avulsos”, onde o significado esta atrelado 
aos termos separar, desligar ou destacar, assim, sua finalidade é distingui-lo do 
trabalhador eventual, bem como do trabalhador autônomo e caracterizá-lo quanto a 
sua liberdade de prestação de serviço a uma ou mais empresas, bem como ao curto 
período desta prestação de serviço, demonstrando a legislação aplicável e definindo 
os tipos de trabalhadores avulsos. 
 
O capítulo dois enfatiza o trabalho eventual que também é conhecido como ocasional, 
ou até mesmo momentâneo, pois neste não há a ocorrência de uma rotina nas 
atividades trabalhistas exercidas pelo sujeito, que realiza esta uma vez ou outra e em 
um determinado local e, cuja reforma trabalhista veio a discorrer, bem como discutir e 
3 
 
respaldar a necessidade da existência da normatização em determinados casos tidos 
anteriormente como informais, como é o caso dos trabalhadores que executam 
atividades de uma a três vezes por semana em um mesmo ambiente laboral. 
 
O capítulo três apresenta um estudo a respeito do trabalho temporário no Brasil, que 
teve como finalidade originária tornar menos rígida as contrações, assegurando as 
empresas tomadoras de serviços à opção de atender as suas demandas sem criar 
uma vinculação direta com o trabalhador, mas ainda sim podendo assegurar todos os 
direitos trabalhistas e previdenciários competentes ao trabalhador, bem como as 
alterações da Lei 6.019/74, pela Lei 13.429/17. 
 
 
2 TRABALHO AVULSO 
 
O trabalhador avulso caracteriza-se pela prestação de serviços a diversas empresas 
(sem que ocorra a fixação deste a uma fonte tomadora), com a intermediação do 
Sindicato ou de algum Órgão de Gestão de Mão de Obra expresso na lei 12815, cuja 
qual será detalhada posteriormente. O trabalhador avulso tem previsão legal na lei 
12.023/2009. Além disso, há entendimentos por parte da doutrina que se trata de uma 
modalidade de trabalho eventual. 
 
No entanto, em razão das diversas peculiaridades envolvendo o trabalho avulso, 
pode-se dizer que ele, na realidade, se distingue do mero trabalho eventual. O 
trabalhador avulso é muito comum nas atividades portuárias; Antes do advento da lei 
12.023/2009 a intermediação deste tipo de trabalho, prestado para as empresas 
portuárias, era feita pelo sindicato onde se encontrara o porto. 
 
Com o advento da Lei 8.630/1993 “Lei da Modernização dos Portos”, (revogada pela 
atual Lei 12.815/2013, publicada no DOU de 05.06.2013), o Órgão de Gestão de Mão 
de Obra – OGMO passou a ter outras finalidades. Deste modo o OGMO passou a 
administrar o fornecimento da mão de obra do trabalhador portuário e do trabalhador 
portuário avulso (art. 32, I, da Lei 12.815/2013), os artigos 41 e 42 da Lei 12.815/2013 
sintetizam as atribuições deste órgão de gestão de mão de obra: 
4 
 
Artigo 419: 
Do trabalho portuário – atribuições da OGM 
I - Organizará e manterá cadastro de trabalhadores portuários habilitados ao 
desempenho das atividades referidas no § 1o do art. 40; e 
II - Organizará e manterá o registro dos trabalhadores portuários avulsos. 
§ 1o A inscrição no cadastro do trabalhador portuário dependerá 
exclusivamente de prévia habilitação profissional do trabalhador interessado, 
mediante treinamento realizado em entidade indicada pelo órgão de gestão 
de mão de obra. 
§ 2o O ingresso no registro do trabalhador portuário avulso depende de prévia 
seleção e inscrição no cadastro de que trata o inciso I do caput, obedecidas 
a disponibilidade de vagas e a ordem cronológica de inscrição no cadastro. 
§ 3o A inscrição no cadastro e o registro do trabalhador portuário extinguem-
se por morte ou cancelamento. 
Art. 42. A seleção e o registro do trabalhador portuário avulso serão feitos 
pelo órgão de gestão de mão de obra avulsa, de acordo com as normas 
estabelecidas em contrato, convenção ou acordo coletivo de trabalho. 
 
 
É importante frisar que, o disposto no parágrafo único do artigo 32 destamesma lei, 
prevê a negociação coletiva na regulação dessa matéria, segue artigo para 
observação: 
Artigo 3210: 
Do trabalho portuário – dispensa de intervenção 
Parágrafo único. Caso celebrado contrato, acordo ou convenção coletiva de 
trabalho entre trabalhadores e tomadores de serviços, o disposto no 
instrumento precederá o órgão gestor e dispensará sua intervenção nas 
relações entre capital e trabalho no porto. 
 
Mesmo assim, a Lei 9.719, de 27 de novembro de 1998, apresenta disposição 
normativa especial, prevendo em seu artigo 5º: 
Artigo 5°11: 
Normas e condições gerais de proteção ao trabalho portuário 
A escalação do trabalhador portuário avulso, em sistema de rodízio, será feita 
pelo órgão gestor de mão de obra. 
 
 
Como se nota, a previsão mais específica exige, de forma imperativa, a presença do 
OGMO na escalação do trabalhador avulso portuário, a qual não pode ser afastada 
nem mesmo por negociação coletiva. 
 
 
9Lei nº 12.815, de 05 de junho de 2013. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ Ato2011-
2014/2013/Lei/L12815.htm > Acesso em 17 de março de 2019. 
 
10Lei nº 12.815, de 05 de junho de 2013. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ Ato2011-
2014/2013/Lei/L12815.htm > Acesso em 17 de março de 2019. 
 
11Lei 9.719, de 27 de novembro de 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/ 
L9719.htm > Acesso em 17 de março de 2019. 
5 
 
Entre as relações de trabalho, além do avulso portuário, existe o não portuário, ou 
seja, aquele que trabalha “fora dos portos, no meio urbano ou rural. Quando a sua 
contratação se faz pelo sindicato da categoria profissional, para tomadores dos seus 
serviços, que são aqueles que se beneficiam e o remuneram”. 
 
O Artigo 263 da Instrução Normativa RFB 971, de 13 de novembro de 2009 instrui 
sobre a conceituação do trabalhador avulso considerando: 
Artigo 26312: 
Atividade do trabalhador avulso 
I – trabalhador avulso aquele que, sindicalizado ou não, presta serviços de 
natureza urbana ou rural, sem vínculo empregatício, a diversas empresas, 
com intermediação obrigatória do sindicato da categoria ou, quando se tratar 
de atividade portuária, do OGMO; 
II – trabalhador avulso não portuário, aquele que presta serviços de carga e 
descarga de mercadorias de qualquer natureza, inclusive carvão e minério, o 
trabalhador em alvarenga (embarcação para carga e descarga de navios), o 
amarrador de embarcação, o ensacador de café, cacau, sal e similares, 
aquele que trabalha na indústria de extração de sal, o carregador de bagagem 
em porto, o prático de barra em porto, o guindasteiro, o classificador, o 
movimentador e o empacotador de mercadorias em portos, assim 
conceituados nas alíneas ‘b’ a ‘j’ do inciso VI do art. 9.º do RPS; 
III – trabalhador avulso portuário, aquele que presta serviços de capatazia, 
estiva, conferência de carga, conserto de carga, bloco e vigilância de 
embarcações na área dos portos organizados e de instalações portuárias de 
uso privativo, com intermediação obrigatória do OGMO, assim conceituados 
na alínea ‘a’ do inciso VI do art. 9.º do RPS, podendo ser: 
a) segurado trabalhador avulso quando, sem vínculo empregatício, registrado 
ou cadastrado no OGMO, em conformidade com a Lei 8.630, de 1993 [atual 
Lei 12.815/2013], presta serviços a diversos operadores portuários; 
b) segurado empregado quando, registrado no OGMO, contratado com 
vínculo empregatício e a prazo indeterminado, na forma do parágrafo único 
do art. 26 da Lei 8.630, de 1993 [atual art. 40 da Lei 12.815/2013], é cedido a 
operador portuário. 
 
 
Embora o trabalhador não tenha vínculo de emprego, a Constituição Federal de 1988 
assegura a igualdade de direitos entre o trabalhador avulso e o empregado em seu 
artigo 7º, inciso XXXIV: 
Artigo 7º13: 
Direitos sociais 
XXXIV- igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício 
permanente e o trabalhador avulso. 
 
 
12Instrução normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009. DOU de 17/11/2009, seção, página 35. 
Disponível em: http://www.normaslegais.com.br/legislacao/inrfb971_2009.htm > Acesso em 17 de 
março de 2019. 
 
13Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03 
/ Constituição/Constituicao.htm > Acesso em 20 de 17 de março de 2019. 
6 
 
Na realidade, o trabalhador portuário pode ser contratado não só como trabalhador 
avulso, mas também como empregado, regido pela Consolidação das Leis do 
Trabalho. 
 
Houve uma distorção sobre a terminologia avulsa. O trabalhador avulso presta serviço 
para várias empresas e é confundido como um empregado irregular. E ainda 
debruçando sobre o tema, vale ressaltar que a própria Constituição Federal de 1988 
assegura a igualdade de direitos como mencionado anteriormente, bem como a Lei 
nº 12.023/2009, publicada em 27 de agosto de 2009, regulamentou as atividades de 
movimentação de mercadorias em geral e o trabalho avulso em todo o país. 
 
É importante saber que antes da regulamentação 12.023/2009, os trabalhadores 
avulsos que exerciam suas atividades na movimentação de mercadorias não 
contavam com uma legislação que os amparassem. Deste modo, manifestaram-se 
direitos como, por exemplo: remuneração, repouso semanal remunerado, FGTS, 13º 
salário, férias remuneradas e adicional noturno. 
 
Concomitante a situação elencada no parágrafo anterior às atividades exercidas pelos 
trabalhadores portuários são: capatazia14, estiva, conferência, conserto de carga, 
vigilância e trabalho de bloco, explicitadas no art. 40, § 1.º, da Lei 12.815/20134. 
Ademais, o operador portuário, nessas atividades acima indicadas, não poderá locar 
ou tomar mão de obra sob o regime de trabalho temporário de que trata a Lei 
6.019/1974 (art. 40, § 3.º, da Lei 12.815/2013). Vale ainda ressaltar, que as categorias 
aqui indicadas, conforme previsto em artigo de lei “constituem categorias profissionais 
diferenciadas” (art. 40, § 4.º, da Lei 12.815/2013)15. Assim expressa o artigo 40 da lei 
12.815/13: 
 
14No âmbito do trabalho portuário, capatazia é a atividade de movimentação de cargas e mercadorias 
nas instalações portuárias em geral, incluindo-se suas retroarias e EADI, que compreende o 
recebimento, a conferência, o transporte interno, a abertura de volumes para a conferência aduaneira, 
a manipulação, a arrumação, a entrega e ainda o carregamento e descarregamento de embarcações 
com uso de aparelhamento. Na legislação brasileira, essa atividade profissional é regulada pela Lei dos 
Portos (8.630/93), revogada pela Nova Lei dos Portos (Lei 12.815/2013). Disponível em: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Capatazia. Acesso em 16/03/2019. 
 
15Dispõe sobre a exploração direta e indireta pela União de portos e instalações portuárias e sobre as 
atividades desempenhadas pelos operadores portuários; altera as Leis nos 5.025, de 10 de junho de 
1966, 10.233, de 5 de junho de 2001, 10.683, de 28 de maio de 2003, 9.719, de 27 de novembro de 
1998, e 8.213, de 24 de julho de1991; revoga as Leis nos 8.630, de 25 de fevereiro de 1993, e 11.610, 
7 
 
Artigo 4016: 
Do trabalho portuário 
Art. 40. O trabalho portuário de capatazia, estiva, conferência de carga, 
conserto de carga, bloco e vigilância de embarcações, nos portos 
organizados, será realizado por trabalhadores portuários com vínculo 
empregatício por prazo indeterminado e por trabalhadores portuários avulsos. 
§ 1o Para os fins desta Lei, consideram-se: 
I - capatazia: atividade de movimentação de mercadorias nas instalações 
dentro do porto, compreendendo o recebimento, conferência,transporte 
interno, abertura de volumes para a conferência aduaneira, manipulação, 
arrumação e entrega, bem como o carregamento e descarga de 
embarcações, quando efetuados por aparelhamento portuário; 
II - estiva: atividade de movimentação de mercadorias nos conveses ou nos 
porões das embarcações principais ou auxiliares, incluindo o transbordo, 
arrumação, peação e despeação, bem como o carregamento e a descarga, 
quando realizados com equipamentos de bordo; 
III - conferência de carga: contagem de volumes, anotação de suas 
características, procedência ou destino, verificação do estado das 
mercadorias, assistência à pesagem, conferência do manifesto e demais 
serviços correlatos, nas operações de carregamento e descarga de 
embarcações; 
IV - conserto de carga: reparo e restauração das embalagens de mercadorias, 
nas operações de carregamento e descarga de embarcações, reembalagem, 
marcação, remarcação, carimbagem, etiquetagem, abertura de volumes para 
vistoria e posterior recomposição; 
V - vigilância de embarcações: atividade de fiscalização da entrada e saída 
de pessoas a bordo das embarcações atracadas ou fundeadas ao largo, bem 
como da movimentação de mercadorias nos portalós, rampas, porões, 
conveses, plataformas e em outros locais da embarcação; e 
VI - Bloco: atividade de limpeza e conservação de embarcações mercantes e 
de seus tanques, incluindo batimento de ferrugem, pintura, reparos de 
pequena monta e serviços correlatos. 
§ 2o A contratação de trabalhadores portuários de capatazia, bloco, estiva, 
conferência de carga, conserto de carga e vigilância de embarcações com 
vínculo empregatício por prazo indeterminado será feita exclusivamente 
dentre trabalhadores portuários avulsos registrados. 
§ 3o O operador portuário, nas atividades a que alude o caput, não poderá 
locar ou tomar mão de obra sob o regime de trabalho temporário de que trata 
a Lei no 6.019, de 3 de janeiro de 1974. 
§ 4o As categorias previstas no caput constituem categorias profissionais 
diferenciadas. 
 
2.1 Característica do Trabalhador Avulso 
 
a) eventualidade: ao contrário de habitual ou constante, a prestação de serviço é 
ocasional, eventual, sendo, geralmente, de curta duração; 
b) subordinação: o avulso trabalha por conta alheia e mediante dependência; 
 
de 12 de dezembro de 2007, e dispositivos das Leis nos 11.314, de 3 de julho de 2006, e 11.518, de 5 
de setembro de 2007; e dá outras providências 
 
16Lei nº 12.815, de 05 de junho de 2013. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ Ato2011-
2014/2013/Lei/L12815.htm > Acesso em 17 de março de 2019. 
8 
 
c) variedade de contratantes: os avulsos prestam serviços a diversos tomadores de 
serviços, sem relação de continuidade com qualquer deles; 
d) intermediação: ao contrário do empregado que se aproxima diretamente da 
empresa, o avulso trabalha agrupado em torno de órgão específico, por intermédio do 
qual se desenvolvem suas atividades; 
e) Predomínio da remuneração em forma de rateio. 
 
2.2. Regulamentação na Previdência Social 
 
Em síntese o operador portuário e o órgão gestor de mão de obra são solidariamente 
responsáveis pelo pagamento dos encargos trabalhistas, das contribuições 
previdenciárias e demais obrigações, inclusive acessórias, devidas à Seguridade 
Social, arrecadadas pelo Instituto Nacional do Seguro Social, sendo vedada a 
invocação do benefício de ordem segundo a Lei 9.719/1998, art. 2.º, § 4.º: 
Artigo 2°17: 
Normas e condições gerais de proteção ao trabalho portuário 
§ 4o O operador portuário e o órgão gestor de mão-de-obra são 
solidariamente responsáveis pelo pagamento dos encargos trabalhistas, das 
contribuições previdenciárias e demais obrigações, inclusive acessórias, 
devidas à Seguridade Social, arrecadadas pelo Instituto Nacional do Seguro 
Social - INSS, vedada a invocação do benefício de ordem. 
 
 
2.2 Espécies de Trabalhador Avulso 
 
Há duas espécies de trabalhador avulso: o trabalhador avulso pode ser portuário ou 
não portuário. O trabalhador avulso não portuário é aquele que trabalha para diversos 
tomadores, sem vínculo de emprego, obrigatoriamente intermediado pelo sindicato da 
categoria. Os avulsos não portuários podem executar as atividades de movimentação 
de mercadorias mencionadas no art. 2°da Lei n.12.023 de 2009: 
Artigo 2°18: 
Movimentação de mercadorias em geral do trabalho avulso. 
I – cargas e descargas de mercadorias a granel e ensacados, costura, 
pesagem, embalagem, enrolamento, ensaque, arrasto, posicionamento, 
acomodação, reordenamento, reparação da carga, amostragem, arrumação, 
remoção, classificação, empilhamento, transporte com empilhadeiras, 
 
17Lei 9.719, de 27 de novembro de 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/ 
L9719.htm > Acesso em 17 de março de 2019. 
 
18 Lei 12.023, de 27 de agosto de 2009. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2009/lei/l12023.htm > Acesso em 17 de março de 2019. 
9 
 
paletização, ova e desova de vagões, carga e descarga em feiras livres e 
abastecimento de lenha em secadores e caldeiras; 
 II- Operações de equipamentos de carga e descarga; 
III- pré- limpeza e limpeza em locais necessários à viabilidade das 
operações ou à sua continuidade. 
 
Não obstante, os trabalhadores avulsos não portuários, são vulgarmente chamados 
de "chapas", pelo fato de prestarem serviços em carregamento e descarregamento de 
carga, sem habitualidade ou repetição. O verdadeiro chapa deve se intermediado pelo 
sindicato. Curioso mencionar que são chamados de avulsos não portuários pois 
podem exercer suas funções longe dos portes lacustres, pluviais e marítimos. 
 
Trabalhador avulso portuário é aquele que presta serviço a diversos tomadores 
através da já citada OGMO, e necessariamente na forma da Lei n° 12.815 de 2013/ 
Lei 8.630/93. 
 
A diferenciação do trabalhador avulso não portuário do portuário é que o não portuário 
é intermediado pelo sindicato e alguns são regidos pela Lei nº 12.023/2009, enquanto 
o avulso portuário é regido pela Lei 12.815/2013 e intermediado necessariamente pelo 
OGMO (órgão Gestor de Mão de Obra). 
 
 
 
3 TRABALHO EVENTUAL 
 
Para formar um entendimento acerca das relações de trabalho se faz necessário 
compreender também, que existem diversas teorias a respeito da caracterização do 
trabalho eventual. O artigo 3º da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, por sua 
vez, evidencia em seu caput que: 
Artigo 3°19: 
Consolidação das Leis do Trabalho 
Art. 3° - considera-se empregada toda pessoa física que presta serviços de 
natureza não eventual a empregador, sob dependência deste e mediante 
salário. 
 
Ou seja, o empregado em sua integra será permanentemente uma pessoa física ou 
natural que preste um serviço com subordinação (dependência), e deste modo, no 
que tange ao trabalhador eventual, observar-se-á que, este realizará serviços 
 
19Decreto-Lei 5.452, de 01 de maio de 1943. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_ 
03/decreto-lei/Del5452.htm > Acesso em 17 de março de 2019. 
10 
 
esporádicos e diversos dos fins comuns da empresa, não se lhe atribuindo assim, a 
característica da habitualidade. 
 
Este tipo de trabalho continuamente esteve ligado às figuras clássicas do “chapa” e 
do, “boia-fria”, a primeira, por sua vez, vem dos costumes de trabalhadores que 
ofereciam os seus serviços aos caminhoneiros que trafegam nas rodovias, onde por 
meio de pequenas placas (chapa) de madeira, papelão ou metal com os dizeres do 
tipo: “ajudante, descarrego mercadoria, carga e descarga, entreoutros”. Enquanto o 
boia-fria originou-se através de execução de trabalhos na zona rural sem a obtenção 
de vínculo empregatício, gerando inúmeros altos de infração a vários empregadores, 
visto que, este tipo de oficio possui similaridades com o chamado trabalho escravo. 
 
Todavia, vale ressaltar que nem todo tipo de trabalho eventual é precário e 
inconsistente, já que é possível, conotar que o trabalhador autônomo pode ser 
eventual, como por exemplo: o contador e o advogado. Outra situação hipotética 
acerca do trabalho eventual seria o médico cirurgião plástico conceituado, que poderia 
ser contratado por uma determinada empresa hospitalar para fazer um procedimento 
específico, não possuindo assim o chamado vínculo empregatício. 
 
É importante destacar que a ideia de permanência vigora no Direito do Trabalho no 
tempo em que há a configuração do tipo legal da relação empregatícia através do 
elemento fático‑jurídico da não eventualidade, cujo ramo justrabalhista esclarece que 
na noção de permanência também é relevante à formação sociojurídica da categoria 
básica que responde por sua origem e desenvolvimento (a relação de emprego), desta 
maneira Mauricio Godinho Delgado20 (2017), expressa que: 
“Nesse sentido, para que haja relação empregatícia é necessário que o 
trabalho prestado tenha caráter de permanência (ainda que por um curto 
período determinado), não se qualificando como trabalho esporádico. A 
continuidade da prestação (antítese à eventualidade) é, inclusive, expressão 
acolhida, há mais de 40 anos, pela legislação regente do trabalho doméstico, 
seja a antiga Lei n. 5.859/1972 (que se refere àquele “que presta serviços de 
natureza contínua” — art. 1º, caput), seja a nova Lei Complementar n. 
150/2015 (que se reporta àquele “que presta serviços de forma contínua” — 
caput do art. 1º). A legislação trabalhista clássica não incide sobre o 
trabalhador eventual — embora não haja dúvida de que ele também possa 
ser um trabalhador subordinado. Por ser um “subordinado de curta duração” 
(Amauri Mascaro Nascimento), esporádica e intermitentemente vinculado a 
 
20DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho. 16º ed. Rev. e Ampl..— São 
Paulo : LTr, 2017. 
11 
 
distintos tomadores de serviço, falta ao trabalhador eventual um dos cinco 
elementos fáticos‑jurídicos da relação empregatícia — exatamente o 
elemento que enfatiza a idéia de permanência —, o que impede sua 
qualificação como empregado”. (DELGADO,2017, p. 318). 
 
Na informação perpetuada acima expressa sobre os requisitos que obsta a relação de 
trabalho. Pontuando assim, no sentido de que, é essencial a não eventualidade, a 
onerosidade, a dependência e também a subordinação. 
 
3.1 Teorias 
 
Dentro das informações pautadas anteriormente, faz-se necessário elaborar uma 
análise sintética sobre as teorias que envolvem esta seara, e que, evidenciam vários 
debates doutrinários, pois a eventualidade e a não eventualidade são fatores 
definidores de uma relação jurídica que Mauricio Godinho Delgado21 (2017) define: 
“Eventualidade versus Não eventualidade: teorias — As principais teorias 
informadoras da noção de eventualidade (e, consequentemente, da noção de 
não eventualidade) são: teoria da descontinuidade, teoria do evento, teoria 
dos fins do empreendimento e teoria da fixação jurídica. Adiante-se que, em 
conformidade com a doutrina e jurisprudência dominantes, a primeira de tais 
teorias (descontinuidade) seria incompatível com a CLT, mas harmônica à 
legislação reguladora do trabalho doméstico, ao passo que as três 
subsequentes teorias seriam ajustadas ao espírito do texto celetista. 
A teoria da descontinuidade informa que eventual seria o trabalho 
descontínuo e interrupto com relação ao tomador enfocado — portanto, um 
trabalho que se fracione no tempo, perdendo o caráter de fluidez temporal 
sistemática. Para essa formulação teórica, o trabalho eventual tem caráter 
fragmentado, verificando‑se sua ocorrência de modo disperso no tempo, com 
rupturas e espaçamentos temporais significativos com respeito ao tomador 
de serviços examinado. 
Tem-se compreendido que a teoria da descontinuidade foi enfaticamente 
rejeitada pela CLT — sendo esta a propósito, uma das poucas afirmações 
claras que se tem no tocante ao elemento não eventualidade. Ao preferir se 
valer da expressão negativa serviços de natureza não eventual para se referir 
ao elemento fático-jurídico em exame (em vez de se valer da expressão 
positiva serviços de natureza contínua) — cometendo, pois, aparente 
incorreção técnica —, a CLT teria querido, na verdade, firmar sua rejeição à 
teoria da continuidade/descontinuidade na caracterização do referido 
pressuposto da relação de emprego. 
Desse modo, à luz da Consolidação, um trabalhador que preste serviços ao 
tomador, por diversos meses seguidos, mas apenas em domingos ou fins de 
semana (caso de garçons de clubes campestres, por exemplo), não poderia 
se configurar como trabalhador eventual, em face da não absorção, pela CLT, 
da teoria da descontinuidade 
A teoria do evento: que se considera como eventual o trabalhador admitido 
na empresa em virtude de um determinado e específico fato, acontecimento 
ou evento, ensejador de certa obra ou serviço. Seu trabalho para o tomador 
terá a duração do evento esporádico ocorrido. 
 
21 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho. 16º ed. Rev. e Ampl..— São Paulo : 
LTr, 2017. 
12 
 
Esclarece a teoria que não poderá, contudo, ser considerado como eventual 
um acontecimento (ou serviço) que resulte em dilação temporal mais ampla. 
Mozart Victor Russomano expõe que a idéia de eventualidade corresponde a 
seu exato “conceito gramatical”. Nessa linha, é trabalho eventual “aquele que 
depende de acontecimento incerto, casual, fortuito. (...) Os fatos é que 
revelarão, portanto, se a tarefa do trabalhador na empresa é eventual ou 
permanente”. 
A teoria dos fins do empreendimento (ou fins da empresa) é talvez a 
formulação teórica mais prestigiada entre as quatro aqui enfocadas. Informa 
tal teorização que eventual será o trabalhador chamado a realizar tarefa não 
inserida nos fins normais da empresa — tarefas que, por essa mesma razão, 
serão esporádicas e de estreita duração”. (DELGADO, 2017, p. 319-321). 
 
No sentido que tange ao termo expresso, faz-se necessário uma alusão a advento da 
reforma trabalhista surgida no ano de 2017, bem como, ao surgimento de contextos 
fáticos elencados na lei da terceirização. Onde abre novas polêmicas a respeito das 
teorias acima expressada. E, esta em tese, faz conotar com maior ênfase a teoria dos 
fins do empreendimento que busca de forma aberta defender as proposições legais 
expressas na lei 13.429 de 2017. 
 
Sobre esta teoria 22Maranhão (1987), expressa: 
“Circunstâncias transitórias, porém, exigirão algumas vezes admita‑se o 
trabalho de alguém que se destina a atender a uma necessidade, que se 
apresenta com caráter de exceção dentro do quadro das necessidades 
normais do empreendimento. Os serviços prestados serão de natureza 
eventual e aquele que os prestar — trabalhador eventual — não será 
empregado. Completa o autor que a “...aferição da natureza eventual dos 
serviços prestados há de ser feita tendo em vista os fins normais da empresa”. 
(MARANHÃO,1987, p. 49-50). 
 
De forma clara é possível argumentar que as atividades tecnicamente transitória, 
dentro de uma nova perspectiva abarca a terminologia da terceirização. Uma vez que, 
tais atividades correlacionam com as necessidades de atividades de meio e fim 
 
3.2. Conceito 
 
Em síntese é possível enfatizar que o trabalhador eventual é aquele que presta 
serviços de natureza urbana ou ruralem caráter eventual contratada apenas para 
trabalhar em uma certa ocasião, num determinado evento, como por exemplo – os 
pedreiros, jardineiros, pintores etc. São características do Trabalhador Eventual: 
✓ Ausência de habitualidade (não eventualidade); 
✓ Prestação de serviços esporádicos, de curta duração; 
 
22 MARANHÃO. Délio. Instituições de direito do trabalho. 18. ed. São Paulo: LTr, 1999. v. 1, p. 318. 
 
13 
 
✓ Não atua com profissionalidade; relação jurídica bilateral entre o trabalhador e o 
tomador dos serviços, ou seja, existe a presença de dois atores sociais. 
 
Vale ressaltar que, diferentemente do que popularmente se pensa, o trabalho eventual 
em nada se assemelha ao trabalho avulso, pois este, além de ter tratativa na lei 
portuária (Lei 12.815/2013), também é regulado por sindicato de classe ou órgão de 
gestão de mão de obra (OGMO), aos quais irão se caracterizar conforme for a relação 
direta entre o tomador e o prestador de serviços, que se originará por meio da 
pessoalidade, subordinação e onerosidade, porém, sem habitualidade. 
 
4 TRABALHO TEMPORÁRIO 
 
O trabalho temporário advém de um processo chamado de terceirização, no qual o 
trabalhador temporário recebe as parcelas contratuais que lhe cabem da empresa 
contratante, porém presta o serviço a empresa tomadora. O trabalho temporário pode 
dar-se em qualquer atividade. Dois casos em que tal feito pode ser verificado seriam 
a ocorrência do exercício do trabalho temporário para suprir ou responder a uma 
específica área, como por exemplo, por meio de uma substituição de empregado 
afastado por licença, ou para atender ao aumento da demanda em determinada 
época. 
 
A forma de contratação do trabalhador acorre por intermédio de uma empresa 
prestadora de serviços temporários, esta será o elo entre a empresa tomadora do 
serviço e o tipo de prestação da atividade buscada. Para confirmação desse contrato 
de trabalho temporário, é necessário que a parte contratante redija um documento em 
que exponha o motivo da necessidade do serviço temporário, cujo qual será 
regulamentado pelo Ministério do Trabalho e Emprego. 
 
Para melhor entendimento acerca do conceito de trabalho temporário, Gustavo Filipe 
Babosa Garcia23 (2017) norteia: 
“O mencionado trabalhador mantém relação jurídica com a empresa de 
trabalho temporário, a qual o coloca à disposição da empresa cliente, em 
 
23GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Manual de direito do trabalho. 9° ed. Rev., atual. e ampl. - Rio de 
Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2018. 
 
14 
 
razão de contrato firmado entre as duas empresas. Embora apontado por 
parte da doutrina como modalidade expressamente prevista em lei de 
terceirização de serviços, no trabalho temporário o que ocorre, na realidade, 
não é a contratação de serviços especializados realizados de forma 
autônoma pela empresa prestadora (terceirizada), mas sim o fornecimento 
de mão de obra, em regra vedado pelo sistema jurídico, mas admitido, 
excepcionalmente, apenas na hipótese legal em questão”. (GARCIA, 2017, 
p. 131). 
O trabalho temporário no Brasil surgiu com a finalidade de tornar menos rígida as 
contrações. A principal fundamentação do trabalho temporário é assegurar as 
empresas tomadoras de serviços à opção de atender as suas demandas sem criar 
uma vinculação direta com o trabalhador, mas ainda sim devendo assegurar todos os 
direitos trabalhistas e previdenciários que couberem ao seu trabalhador. 
Visando regulamentar o exercício desta modalidade de trabalho, implantou-se a Lei 
n.6.019/74, cuja qual assegurou não somente as garantias e os direitos das empresas 
tomadoras, como também de seus trabalhadores , pois quando adveio o trabalho 
temporário, não existiam regulamentações jurídicas, e portando, a criação de tal Lei 
foi crucial para a normatização econômica e para a criação do exercício do trabalho 
organizado que, conforme enfatiza Mauricio Godinho Delgado24 (2017): 
“O vínculo jurídico do trabalhador temporário (de natureza empregatícia, 
repita-se) estabelece-se com a empresa de trabalho temporário, embora ele 
preste efetivos serviços à empresa tomadora. Como se percebe, através 
dessa fórmula, seguida pelo restante do processo terceirizante, a Lei n. 
6.019/74 dissociou a relação econômico-social de prestação de serviços da 
relação jurídica decorrente, rompendo com a dualidade combinada que 
caracteriza a fórmula clássica celetista”. (DELGADO, 2017, p. 529). 
 
O trabalho temporário apesar de ser diferente do trabalho convencional, ainda sim 
possui direitos e garantias, uma vez que, pois é possível perceber uma relação 
contratual também neste, pois norteio o que o Direito do trabalho evidencia como 
“características da relação dos contratos de emprego”, e acerca de tal feito Mauricio 
Godinho Delgado (2017, p.529) expõe: 
“A propósito, todas as situações envolvendo terceirização (conservação e 
limpeza, atividades-meio, vigilância, trabalho temporário), caso tenham no 
polo do prestador de serviços uma pessoa natural que labore com 
pessoalidade, não eventualidade, onerosidade e subordinação, são situações 
regidas pelo Direito do Trabalho, com contratosde emprego entre o obreiro 
terceirizado e a empresa terceirizante”. (DELGADO, 2017, p. 529). 
 
 
 
24 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho. 16º ed. Rev. e Ampl..— São Paulo : 
LTr, 2017. 
15 
 
A Lei n. 6.019 de 03 de janeiro de 1974, traz em seu rol de artigos as garantias e 
direitos inerentes não somente aos trabalhadores temporários como também as 
empresas tomadoras de serviços, e dentre os principais direitos que esta lei dispõe, 
estão: a remuneração, o limite da jornada de trabalho, descanso semanal 
remunerado, assim como o registro na Carteira de Trabalho, ou seja, a implantação 
da lei criou uma relação entre a empresa contratante, o trabalhador temporário e a 
empresa tomadora. Conforme preceitua Mauricio Godinho Delgado (2017, p.529) 
“A Lei n. 6.019/74 criou relação justrabalhista trilateral, que se repete, mutatis 
mutandis, nas demais situações de terceirização: a) empresa de trabalho 
temporário ou empresa terceirizante; b) trabalhador temporário; c) empresa 
tomadora dos serviços ou empresa cliente”. (DELGADO, 2017, p. 529). 
 
 
diante da atualização e alteração da referida lei, suas normas evidenciavam que a 
duração do contrato de trabalho temporário não poderia ser superior a nove meses, 
para os trabalhadores temporários, pois a remuneração é comparada aos 
empregados da mesma categoria da empresa contratante, onde os rendimentos são 
calculados com base na carga horária e respeitando o salário mínimo vigente. 
 
Alguns parâmetros que podem ser observados seriam, por exemplo, a jornada de oito 
horas, sendo remuneradas as horas extraordinárias não excedentes a duas horas, 
com acréscimo de 50%, além de férias proporcionais, adicionais noturnos, 
indenização por dispensa sem justa causa ou término normal do contrato, 
correspondente a 1/12 do pagamento recebido, assim como seguro contra acidente 
de trabalho. 
 
Cabe salientar que a lei demonstra que o trabalho temporário não se aplica ao âmbito 
rural, sendo admitida somente na modalidade urbana, outra observação importante 
que deve ser norteada diz respeito à carência do período de trabalho, que poderá ser 
de 03 meses prorrogáveis por mais 03 ou 06 meses, e dependendo da hipótese 
poderá ser de 180 dias prorrogáveis por mais 90 dias, totalizando 270 dias (cerca de 
09 meses), excedendo-se a esse período, se alteram a forma e a modalidade de 
trabalho, que segundo Barbosa Garcia25 (2017,p. 131): “Se estiverem ausentes as 
razões justificadoras de tal modalidade contratual, ou excedido o prazo legal de 
 
25GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Manual de direito do trabalho. 9° ed. Rev., atual. e ampl. - Rio de 
Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2018. 
 
16 
 
prestação de serviços, a relação de emprego forma-se diretamente com a “empresa 
cliente”, tendo em contratação de trabalho temporário”. 
 
Cumpre ressaltar que a lei n. 6.019/74 trouxe importantes direitos e regulamentou a 
modalidade de trabalho temporário, porém houve uma mudança significativa no ano 
de 2017, que trouxe alterações legislativas pela Lei n. 13.42917, e pelo Regulamento 
Decreto 73.841/74, além da Portaria MTE 789/14 e da Instrução Normativa SIT 
114/14. Possuindo vigência instantânea, alterando os dispositivos da lei 6.019/74. 
 
4.1 Alteração da Lei nº 6.019/74, pela lei 13.429/17 
 
A atualização da lei de Lei nº 6.019/74 trouxe importantes mudanças principalmente 
relacionadas a quatro aspectos específicos: 
➢ Em relação às hipóteses legais para a contratação de trabalhadores temporários; 
➢ As responsabilidades do tomador de serviços e prazo de contratação; 
➢ Atividade-meio/fim; 
➢ Alcance no âmbito rural acerca do trabalho temporário. 
 
Primeiramente foram alterados na nova lei os aspectos legais para a contratação de 
colaboradores temporários, que antes possuíam hipóteses legais de substituição 
temporária de pessoal regular e permanente ou acréscimo extraordinário de serviços. 
Assim, a nova lei manteve a substituição, mas, houve uma modificação quanto ao 
acréscimo extraordinário para procura complementar de serviços. 
 
Com esta alteração, tornaram-se mais amplos os motivos justificadores para 
contratações de colaboradores temporários para os serviços previsíveis e 
imprevisíveis. 
Observe a alteração em seu artigo 2º e parágrafo 2º: 
 
Artigo 2º26: 
Trabalho Temporário nas Empresas Urbanas 
Art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física a uma 
empresa, para atender à necessidade transitória de substituição de seu 
pessoal regular e permanente ou à acréscimo extraordinário de serviços. 
 
26Lei nº 6.019, de 03 de janeiro de 1974. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03 
/leis/L6019.htm > Acesso em 17 de março de 2019. 
 
17 
 
 
Art. 2o Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada 
por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma 
empresa tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição 
transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços. 
§ 2o Considera-se complementar a demanda de serviços que seja oriunda de 
fatores imprevisíveis ou, quando decorrente de fatores previsíveis, tenha 
natureza intermitente, periódica ou sazonal. 
 
4.1.1 Responsabilidades do Tomador de Serviço 
 
A segunda alteração importante diz respeito ao responsável que será o responsável 
perante a autoridade fiscalizadora. Com a alteração, o contrato célebre entre a 
empresa de contrato de trabalho temporário e a tomadora de serviços ficará ao dispor 
da autoridade fiscalizadora no estabelecimento da Tomadora. 
 
Assim, a contratante (tomadora) é a encarregada por assegurar o estado de 
segurança, salubridade e higiene de seus colaboradores temporários, da mesma 
maneira que, necessitará dilatar ao trabalhador temporário o mesmo atendimento 
ambulatorial, médico e de refeição destinado aos seus empregados. 
 
A empresa tomadora é secundariamente responsável pelas obrigações trabalhistas 
tocantes ao período em que ocasionar o trabalho temporário, assim, não fica mais a 
cargo do Judiciário a decisão. 
 
4.1.2 Prazo do Contrato Temporário 
 
O prazo de duração do contrato do colaborador temporário foi uma das alterações 
importantes e debatidas com a Lei 13.429/2017 e assim ficou estipulado que, o 
contrato não poderá ultrapassar a duração de 180 dias (e não mais 90 dias como 
anteriormente) consecutivos ou não, podendo ainda ser prorrogado por mais 90 dias, 
desde que seja verificada a manutenção das condições que ocasionaram a causa. 
Exemplificando, é possível desenvolver a seguinte situação: um funcionário foi 
contratado por 180 dias e perto do termino de seu contrato, viu-se a necessidade da 
continuidade do acordo, assim, aumentou-se o prazo por ora convencionado e para 
tal fim não houve a obrigatoriedade de prorrogação, bem como não ocorreu a 
necessidade de autorização do Ministério do Trabalho e Emprego para tal feito. 
18 
 
 
Sendo assim, o contrato de trabalho temporário, tem o prazo máximo de 270 dias e o 
Ministério do Trabalho não será mais necessário para intervir e autorizar a 
prorrogação do contrato. Contudo, o trabalhador só poderá ser colocado à disposição 
da mesma tomadora por meio de um novo contrato, após o prazo de 90 dias do 
término do contrato anterior. 
 
4.1.3 Atividades-Meio e Atividades-Fim 
 
Outra alteração que requer relevante importância esta no fato de o colaborador 
temporário ter a autoridade de realizar suas atribuições tanto para o desenvolvimento 
de atividades-meio quanto para as de atividades-fim na empresa tomadora de serviço. 
 
A relação existente entre o trabalhador temporário e a empresa tomadora de serviço, 
está ligada a demonstração e ao perfeito equilíbrio entre as partes, pois a ocorrência 
destes beneficia a todos os envolvidos, visto que, por um lado temos os 
tomadores/clientes, que carecem dos serviços a fim de atender suas demandas, por 
outro lado existem os trabalhadores e candidatos que procuram uma oportunidade de 
inserção no mercado e por fim e não menos importante, há o Governo, que mesmo 
com a relação de emprego temporário, continua a gerar suas receitas e impostos. 
 
5 CONCLUSÃO 
 
Ao dar início aos estudos pretendia-se analisar as particularidades de cada uma das 
espécies de trabalhadores e ao concluir percebemos que essas espécies são distintas 
e que a particularização é necessária para compreender a relação de trabalho que irá 
se estabelecer entre as partes envolvidas. 
Deste modo, conclui-se que a relação de trabalho corresponde a qualquer vínculo 
jurídico por meio do qual uma pessoa natural executa obra ou serviços para outrem, 
mediante o pagamento de uma contraprestação “onerosidade”. Assim sendo, 
adentrando a essa perspectiva legal construímos um raciocínio, levando em conta que 
o trabalhador avulso se trata, de uma relação de trabalho que possui duas espécies: 
a do trabalhador avulso portuário e a do trabalhador avulso em atividades de 
movimentação de mercadorias em geral, disciplinada pela Lei 12.815/2013. E este, 
19 
 
para exercer tal atividade deve atenta a três atores sociais envolvidos: o Órgão Gestor 
de Mão de Obra (OGMO), o operador portuário (representante do armador no porto) 
e o trabalhador portuário avulso (estivadores, conferentes, vigias portuários, 
arrumadores, trabalhadores de bloco etc.). 
No trabalho eventual, foi possível criar um raciocínio lógico fazendo uma conexão 
entre o trabalhador eventual e o trabalho temporário. Uma vez que, o Trabalho 
eventual é aquele realizado em caráter esporádico, temporário, de curta duração, em 
regra, não relacionado com a atividade fim da empresa. 
Ao chegar ao entendimento sobre o trabalho temporário. Foi necessário buscar um 
entendimento legal sobre as atualidades evidenciadas no Direito do Trabalho 
brasileiro. Desde a alteração da Lei nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974 que possuía 
limitações com relações às atividades fins e meio. Com o advento da lei 13.429 2017 
o trabalhotemporário passou a ser aquele prestado por pessoa física contratada por 
uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa 
tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória de 
pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços. 
A importância deste, é que, a empresa que anteriormente não poderia contratar 
pessoas que não possuíam ligação com a atividade econômica passou a ter. E 
concomitante a isto, surgiu divergências doutrinarias e jurisprudenciais em 
decorrência de novos termos como “pejotização”. Onde empresas, se utilizando dos 
recursos disponíveis em lei buscariam lesar direitos construídos até então. 
Conclui-se então, que as legislações são importantes para mediar essas relações e 
que precisam ser aprimoradas para acompanharem as evoluções do mundo do 
trabalho. Espera-se que este estudo possa contribuir para todos, estudantes de direito 
ou não que se interesse por este tão complexo e desafiador universo que une o 
homem ao trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
REFERÊNCIAS 
 
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Acesso em 20 de março de 2019. 
 
CASSAR, Vólia Bonfim. Direito do Trabalho; Niterói, Impetus, 2008, 2° Ed. 
 
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http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03 / Constituicao/Constituicao.htm > Acesso em 20 
de 17 de março de 2019. 
 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_ 03/decreto-lei/Del5452.htm > Acesso em 17 de 
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DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho. 16º ed. Rev. e ampl..— 
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GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Manual de direito do trabalho. 9° ed. Rev., atual. 
e ampl. - Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2018. 
 
GONÇALVES NETO. Wenceslau - "Estado e agricultura no Brasil: Política agrícola 
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Instrução normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009. DOU de 
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http://www.normaslegais.com.br/legislacao /inrfb971_2009.htm > Acesso em 17 de 
março de 2019. 
 
Lei nº 6.019, de 03 de janeiro de 1974. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03 /leis/L6019.htm > Acesso em 17 de março de 
2019. 
 
Lei 9.719, de 27 de novembro de 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ 
ccivil_03/LEIS/ L9719.htm > Acesso em 17 de março de 2019. 
 
Lei 12.023, de 27 de agosto de 2009. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ 
ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12023.htm > Acesso em 17 de março de 2019. 
 
Lei nº 12.815, de 05 de junho de 2013. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ 
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MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. São Paulo: Atlas,2007. 
 
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: Saraiva, 
1999, 16° Ed. 
21 
 
 
O Trabalhador Avulso “Chapa” e os Direitos. Tribunal Superior do Trabalho. 
Disponível em http://www.tst.jus.br/pmnoticias/-/asset_publisher/89Dk/content/id/23 
05138. Acesso em 23 de março de 2019.

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