Buscar

politicas_e_gestao_educacional (4)

Prévia do material em texto

CAPÍTULO 4
Gestão Financeira da escola
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Conhecer sobre o processo de descentralização dos recursos financeiros;
 3 Identificar programas federais e os recursos destinados diretamente para escola;
 3 Reconhecer a importância do Programa Dinheiro Direto na Escola 
PDDE e dos Conselhos escolares para o âmbito educacional;
 3 Descrever alternativas de gestão de recursos financeiros na escola.
96
 Políticas e Gestão Educacional
97
Gestão Financeira da escola Capítulo 4 
contextualização
Para iniciarmos as reflexões deste capítulo, trazemos o conceito 
de gestão financeira, a qual cabe a análise e decisão sobre os meios 
financeiros necessários a uma organização, ou seja, integra a utilização de 
recursos. Desse modo, no contexto educacional, a gestão financeira tem 
basicamente os mesmos princípios, resguardando-se as especificidades. 
No que se refere ao financiamento de recursos, existem os instrumentos 
legais previstos pela Constituição Federal/88 e LDBN 9394/96, que regem 
a gestão e distribuição de recursos. 
No capítulo precedente abordamos a importância de uma escola 
democrática, além do papel do conselho escolar e refletimos sobre os 
indicadores educacionais.
Neste capítulo, além de tratarmos da descentralização de recursos, 
identificaremos os programas federais e os recursos destinados diretamente 
para escola, como por exemplo o Programa Dinheiro Direto na Escola, bem 
como alternativas de gestão de recursos financeiros no âmbito escolar.
descentralização
O Governo Federal implantou a descentralização com a criação do 
Programa de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental- PMDE, 
no ano de 1995, e posteriormente o que denominamos de Programa Dinheiro 
Direto na Escola - PDDE.
A descentralização financeira é a transferência de recursos entre uma 
unidade gestora e suas beneficiárias. Dessa maneira, a escola ganha a 
condição de determinar em que e como gastar a verba, a parceria com 
a comunidade é fortalecida, sendo que um dos critérios para o repasse de 
recursos é a transparência.
O Programa Dinheiro Direto na Escola é regido pela Lei n° 
11.947, de 16 de junho de 2009, cujos recursos provenientes são 
repassados às Entidades Executoras, sem fins lucrativos, instituída 
por iniciativa da escola. Já a Resolução nº 3, de 1° de abril de 2010, 
dispõe sobre os processos de adesão e habilitação e as formas de 
execução e prestação de contas e dá outras providências.
98
 Políticas e Gestão Educacional
 A descentralização 
visa a autonomia 
administrativa e 
financeira na execução 
das ações.
LDBN 9394/96, no Art. 
15, estabelece que 
[...] os sistemas de 
ensino assegurarão 
às unidades escolares 
públicas de educação 
básica que os integram 
progressivos graus de 
autonomia pedagógica 
e administrativa e de 
gestão financeira, 
observadas as normas 
gerais de direito 
financeiro público.
A Lei de Diretrizes da Educação Básica – LDBN 9394/96, no Art. 15, 
estabelece que 
[...] os sistemas de ensino assegurarão às unidades 
escolares públicas de educação básica que os integram 
progressivos graus de autonomia pedagógica e 
administrativa e de gestão financeira, observadas as 
normas gerais de direito financeiro público.
Desse modo, a escola passa a ter certo grau de autonomia, ainda que 
parcial, devendo expandir progressivamente até o seu pleno funcionamento, 
nas suas dimensões. Nesse sentido, o conselho escolar, que é formalizado 
dentro da escola com a participação de todos os segmentos, deve ser o maior 
aliado do gestor na construção dessa autonomia financeira. “O objetivo da 
educação pública é, portanto, promover autonomia” (HADDAD, 2008, p.46).
Autonomia é a capacidade do indivíduo de tomar decisões 
próprias, analisar e avaliar uma situação.
A política de descentralização do MEC começa pelo PDE- Plano 
de Desenvolvimento da Educação e pelo FNDE- Fundo Nacional de 
Desenvolvimento da Educação – os quais compreendem as metas e os 
programas destinados à Educação. Ambos executam as ações e políticas 
públicas de descentralização, tanto de recursos como de orientação dos eixos 
norteadores da Educação Básica, Superior, Profissional e Alfabetização.
A descentralização visa a autonomia administrativa e financeira na 
execução das ações. Para isso, as instituições de ensino devem seguir 
alguns princípios como: definição de prioridades, cálculo correto dos 
gastos, elaboração do orçamento geral, prestação de contas transparente e 
comprovação de gastos.
Estudos futuros: veremos cada um desses princípios mais 
adiante.
99
Gestão Financeira da escola Capítulo 4 
A escola pública, 
como unidade 
executora, deve levar 
em conta os 5 (cinco) 
princípios, os quais 
são estabelecidos no 
art. 37 da Constituição 
Federal de 1988, e que 
regem a administração 
pública, sendo 
estes: legalidade, 
impessoalidade, 
moralidade, 
publicidade e 
eficiência.
Para a sua administração, a escola cria um conselho representativo e 
delibera sobre a aplicação. É importante uma gestão financeira consciente e 
comprometida com a realidade escolar, e que o gestor a perceba como uma 
de suas competências. A escola pública, como unidade executora, deve levar 
em conta os 5 (cinco) princípios, os quais são estabelecidos no art. 37 da 
Constituição Federal de 1988, e que regem a administração pública, sendo 
estes: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Vamos 
conhecer, com mais detalhes cada um destes 5 princípios!!!
•	 Legalidade: estar de acordo com o que prescreve a lei. Quando esse 
princípio não é observado o gestor escolar está praticando atos sem 
validade e se expondo à responsabilidade disciplinar, civil ou criminal, 
dependendo do caso. 
•	 Moralidade: pressupõe a aplicação de um conjunto de regras de correta 
administração com predomínio da ética, em sintonia com a lei e de 
interesse público.
•	 Impessoalidade: “Os atos devem atender aos interesses da comunidade, 
de forma Impessoal”. (MOREIRA, 2008, p. 23). 
•	 Publicidade: a aplicação dos recursos financeiros deve ser divulgada o 
mais amplamente possível.
•	 Eficiência: este princípio faz menção à aplicação dos recursos de maneira 
eficiente, fazer o máximo e melhor. 
No que se refere à descentralização dos recursos, o Ministério da Educação 
lançou o Plano de Ações Articuladas – PAR - cujas informações transcreveremos 
na íntegra:
AVISO
A partir da edição da Lei Ordinária nº 12.695/2012, a União, 
por meio do Ministério da Educação, está autorizada a transferir 
recursos aos estados, aos municípios e ao Distrito Federal, com 
a finalidade de prestar apoio financeiro à execução das ações do 
Plano de Ações Articuladas (PAR), sem a necessidade de firmar 
convênio, ajuste, acordo ou contrato.
Dessa forma, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da 
Educação (FNDE) passa a utilizar o termo de compromisso para 
100
 Políticas e Gestão Educacional
executar a transferência direta, prevista na referida lei, para a 
implementação das ações pactuadas no PAR, considerando as 
seguintes dimensões do plano:
I. Gestão Educacional;
II. Formação de Profissionais de Educação;
III. Práticas Pedagógicas e Avaliação; e,
IV. Infraestrutura e Recursos Pedagógicos.
A assistência financeira, ora mencionada, é concedida segundo 
os critérios técnicos estabelecidos para o PAR e regulamentada 
segundo a Resolução CD/FNDE Nº 14, de 8 de junho de 2012.
Em atenção à Lei nº 11.578, de 26 de novembro de 2007, 
o FNDE compromete-se a apoiar as ações relativas ao PAC 2 – 
Educação, especificamente para as ações abaixo descritas:
I. Proinfância – construção de unidades de educaçãoinfantil;
II. Construção de quadras escolares; e,
III. Cobertura de quadras escolares.
A Resolução CD/FNDE Nº 13, de 8 de junho de 2012, 
disciplina os critérios da transferência automática no âmbito do 
PAC 2 – Educação para a qual o FNDE utiliza, como instrumento 
de pactuação, o termo de compromisso com entes federados.
Em atendimento à Lei nº 12.527/2011 e a fim de dar 
transparência aos procedimentos de transferências automáticas, 
esta autarquia disponibilizará no seu portal todas as informações 
constantes dos termos de compromissos.
Fonte: BRASIL. Plano de Ações Articuladas (PAR). 
Disponível em: <http://www.fnde.gov.br/programas/par/
par-apresentacao>. Acesso em: 24 dez. 2012.
101
Gestão Financeira da escola Capítulo 4 
O Plano de 
Desenvolvimento 
da Educação – PDE 
- condicionou a 
descentralização de 
recursos à assinatura, 
pelos estados, Distrito 
Federal e municípios, 
do plano de metas 
Compromisso Todos 
pela Educação.
Com o exposto, percebe-se que o Plano de Desenvolvimento da Educação 
– PDE - condicionou a descentralização de recursos à assinatura, pelos 
estados, Distrito Federal e municípios, do plano de metas Compromisso 
Todos pela Educação. Dessa maneira, ao assinar a adesão, todos os 5.563 
municípios, os 26 estados e o Distrito Federal devem elaborar o Plano de 
Ações Articuladas - PAR. 
Trata-se, portanto de um planejamento da política de educação, coordenado 
pelas secretarias municipal e estadual de educação, elaborado com a 
participação de gestores, de professores e da comunidade local. Para entender 
melhor esse plano de metas, apresentamos um texto de autoria de Fernando 
Haddad, que reflete sobre questões ligadas à Educação e suas políticas.
O PLANO DE METAS: 
PLANEJAMENTO E GESTÃO EDUCACIONAL
Esse padrão de relacionamento requer instrumentos jurídicos 
que permitam inaugurar um novo regime de colaboração. Um 
compromisso fundado em diretrizes e consubstanciado em um 
plano de metas concretas, efetivas, voltadas para a melhoria da 
qualidade da educação. 
Logo após a divulgação dos resultados da Prova Brasil, em 
2006, dois estudos foram realizados em parceria com organismos 
internacionais, em escolas e redes de ensino cujos alunos 
demonstraram desempenho acima do previsto, consideradas 
variáveis socioeconômicas. O objetivo central dos estudos era 
identificar um conjunto de boas práticas às quais poderia ser 
atribuído o bom desempenho dos alunos. Essas boas práticas 
foram traduzidas em 28 diretrizes que orientam as ações do 
Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, programa 
estratégico do PDE.
Estabelecer como foco a aprendizagem; alfabetizar as 
crianças até, no máximo, os oito anos de idade; acompanhar cada 
aluno da rede individualmente; combater a repetência, por estudos 
de recuperação ou progressão parcial; combater a evasão; ampliar 
a jornada; fortalecer a inclusão educacional das pessoas com 
deficiência; promover a educação infantil; instituir programa de 
formação e implantar plano de carreira, cargos e salários para os 
profissionais da educação; valorizar o mérito do trabalhador da 
educação; fixar regras claras, considerados mérito e desempenho, 
102
 Políticas e Gestão Educacional
para nomeação e exoneração de diretor de escola; promover 
a gestão participativa na rede de ensino; fomentar e apoiar os 
conselhos escolares etc. Tais diretrizes foram desdobradas de 
evidências empíricas que as legitimam. E a adesão ao Plano de 
Metas significa mais do que o reconhecimento dessas diretrizes. 
Significa o compromisso dos gestores municipais com sua 
concretização no plano local.
O Plano de Metas, por sua vez, agrega ingredientes novos ao 
regime de colaboração, de forma a garantir a sustentabilidade das 
ações que o compõem. Convênios unidimensionais e efêmeros dão 
lugar aos planos de ações articuladas (PAR), de caráter plurianual, 
construídos com a participação dos gestores e educadores locais, 
baseados em diagnóstico de caráter participativo, elaborados a 
partir da utilização do Instrumento de Avaliação de Campo, que 
permite a análise compartilhada do sistema educacional em quatro 
dimensões: gestão educacional, formação de professores e dos 
profissionais de serviço e apoio escolar, práticas pedagógicas e 
avaliação e infraestrutura física e recursos pedagógicos. O PAR é, 
portanto, multidimensional e sua temporalidade o protege daquilo 
que tem sido o maior impeditivo do desenvolvimento do regime 
de colaboração: a descontinuidade das ações, a destruição da 
memória do que foi adotado, a reinvenção, a cada troca de equipe, 
do que já foi inventado. Em outras palavras, a intermitência. Só 
assim se torna possível estabelecer metas de qualidade de longo 
prazo para que cada escola ou rede de ensino tome a si como 
parâmetro e encontre apoio para seu desenvolvimento institucional.
Além da atuação na rede de ensino, o PDE permitirá uma 
incidência ainda mais específica: permitirá que o Poder Público, 
com base no IDEB, atue nas escolas mais fragilizadas. Trata-se 
do Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE-Escola), antiga 
ação do Ministério da Educação que, de abrangência restrita, 
ganhou escala nacional. O PDE -Escola é uma ação de melhoria 
da gestão escolar fundamentada centralmente na participação da 
comunidade. No PDE - Escola, a comunidade escolar é diretamente 
envolvida em um plano de autoavaliação que diagnostica os 
pontos frágeis da escola e, com base nesse diagnóstico, traça um 
plano estratégico orientado em quatro dimensões: gestão, relação 
com a comunidade, projeto pedagógico e infraestrutura. O plano 
estratégico define metas e objetivos e, se for o caso, identifica a 
necessidade de aporte financeiro suplementar.
103
Gestão Financeira da escola Capítulo 4 
Por fim, o SAEB ganhou contornos de sistema de avaliação, 
que se constitui, num primeiro momento, da combinação dos 
resultados da avaliação universal de desempenho escolar (Prova 
Brasil) com o rendimento escolar real (Educacenso). Não se 
compreende o novo desenho do SAEB, entretanto, se não se 
considera o Instrumento de Avaliação de Campo, formulado a 
partir das 28 diretrizes do Plano de Metas Compromisso Todos 
pela Educação. O SAEB, nos moldes atuais, ao estabelecer 
nexos entre seus três elementos constituintes, rompe com a visão 
fragmentada de avaliação e passa a orientar o apoio financeiro da 
União (transferências voluntárias) e o apoio técnico do Ministério 
da Educação aos sistemas educacionais (gestão educacional). 
Avaliação, financiamento e gestão se articulam de maneira 
inovadora e criam uma cadeia de responsabilização pela qualidade 
do ensino que abrange tanto os gestores, do diretor ou da diretora 
da escola ao Ministro da Educação, quanto a classe política, do 
prefeito ou da prefeita ao Presidente da República.
Fonte: HADDAD Fernando. O Plano de Desenvolvimento da 
Educação: razões, princípios e programas. MEC, 2007, p. 27.
Atividade de Estudos: 
1) Conforme o texto apresentado, o Plano de Metas Compromisso 
Todos pela Educação, um programa estratégico do PDE, 
possui várias finalidades. Quais são elas?
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
104Políticas e Gestão Educacional
identiFicando e Planejando os recursos 
Financeiros da escola
O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação é o órgão responsável 
pela captação e distribuição de recursos financeiros a programas destinados 
ao Ensino. Ao financiar e executar esses programas, o FNDE beneficia milhões 
de estudantes e contribui para um ensino de qualidade nas escolas públicas. 
Para a compreensão das ações dessa autarquia, elencamos os demais 
programas conforme apresentado pelo FNDE.
FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO 
DA EDUCAÇÃO - FNDE
 
• PNA - Programa Nacional de Alimentação Escolar: criado com 
o intuito de garantir os recursos financeiros para a alimentação 
escolar a alunos de instituições públicas e filantrópicas de 
Educação Infantil (creches e pré-escolas), Ensino Fundamental 
e Educação Indígena.
• PNBE - Programa Nacional Biblioteca da Escola: tem como 
objetivo a aquisição e a distribuição de livros de Literatura 
brasileira, estrangeira, infanto-juvenil e clássica, de pesquisa, 
de referência e de outros materiais de apoio — como atlas, 
enciclopédias, globos e mapas — para as escolas do Ensino 
Fundamental da rede pública.
• PROGRAMA BRASIL ALFABETIZADO: criado em 2003, tem 
como meta eliminar o analfabetismo no País. É coordenado 
pelo Ministério da Educação, que repassa recursos para que 
as instituições possam desenvolver a tarefa de ensinar a ler 
e escrever, além de acompanhar e avaliar todas as ações 
dos conveniados.
• PROGRAMA DE APOIO AOS SISTEMAS DE ENSINO PARA 
ATENDIMENTO À EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: 
os subsídios deste programa servem exclusivamente para 
assistência financeira para aquisição de livro didático destinado 
aos alunos adultos; contratação temporária de professores 
quando necessária a ampliação do quadro; formação 
continuada de docentes; e aquisição de gêneros alimentícios.
105
Gestão Financeira da escola Capítulo 4 
• ESCOLA ABERTA: tem o objetivo de promover melhorias na 
qualidade da educação do país, ampliando as oportunidades 
de acesso a atividades educativas, culturais, esportivas, de 
lazer e de geração de renda por meio da abertura de escolas 
públicas nos fins de semana.
PNLD – Programa Nacional do Livro Didático e PNLEM - 
Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio: visam 
distribuir gratuitamente obras didáticas para todos os alunos do 
Ensino Fundamental e Médio da rede pública de ensino.
• PROMED - Programa de Melhoria e Expansão do Ensino 
Médio: tem como meta melhorar a qualidade e a eficiência 
do ensino médio, expandir sua cobertura e garantir maior 
equidade social.
• PNATE - Programa Nacional de Apoio ao Transporte do 
Escolar: promove, mediante contribuições financeiras para 
municípios e organizações não-governamentais, a aquisição 
de veículos automotores, zero quilômetro, destinados ao 
transporte diário de estudantes de escolas públicas de Ensino 
Fundamental residentes em áreas rurais e de instituições de 
Ensino Fundamental que atendam a alunos com necessidades 
educacionais especiais.
• PROINFÂNCIA - Programa Nacional de Reestruturação e 
Aparelhagem da Rede Escolar Pública de Educação Infantil: 
faz parte de uma das ações do Plano de Desenvolvimento 
da Educação (PDE) do Ministério da Educação. Os recursos 
são destinados à construção, melhoria da infraestrutura, 
reestruturação e aquisição de equipamentos e mobiliários para 
creches e pré-escolas públicas da Educação Infantil.
Fonte: Disponível em: <http://www.fnde.gov.br>. 
Acesso em: 07 nov. 2012.
106
 Políticas e Gestão Educacional
A transferência é via 
conta corrente do 
Conselho Escolar da 
Unidade Executora, 
que utilizará o 
recurso de acordo 
com as decisões da 
comunidade.
Atividade de Estudos: 
1) Com base no que foi exposto, qual o objetivo do Governo Federal 
em implantar a descentralização de recursos para a Educação? 
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
o Pdde e o conselho escolar: alternativas 
de Gestão de recursos Financeiros
 
O Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE – existe desde 1995 e 
faz parte dos recursos do Ministério da Educação repassados pelo Fundo 
Nacional para o Desenvolvimento da Educação – FNDE diretamente às 
escolas estaduais e municipais do ensino fundamental com mais de 20 (vinte) 
alunos matriculados, além de escolas de educação especial. Os recursos são 
transferidos independentemente de convênio, de acordo com o número de 
alunos informados no Censo Escolar do ano anterior ao do repasse.
A transferência é via conta corrente do Conselho Escolar da Unidade 
Executora, que utilizará o recurso de acordo com as decisões da comunidade. 
O Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) é destinado às esferas federal, 
municipal e estadual de governo e também à comunidade escolar. Esta 
desenvolve ações com vistas à melhoria da infraestrutura física, pedagógica 
e à gestão escolar, contribuindo para elevar os índices de desempenho da 
educação básica. São, portanto, recursos que podem ser aplicados na 
107
Gestão Financeira da escola Capítulo 4 
aquisição de material permanente e de consumo; manutenção, conservação 
e pequenos reparos; capacitação e aperfeiçoamento de professores, dentre 
outros projetos. “O PDDE é um importante meio para que a escola consiga 
resolver rapidamente pequenos problemas de infraestrutura, de falta de 
equipamentos e recursos pedagógicos. Além disso, favorece a discussão 
sobre quais são as prioridades da escola” (HADDAD, 2007, p. 65).
ENTENDENDO O PDE ESCOLA ...
Diferentemente do PDDE que contempla todas as unidades 
públicas, o PDE Escola é um programa de apoio à gestão escolar, 
baseado no planejamento participativo. Para as escolas priorizadas 
pelo programa, o MEC repassa recursos financeiros visando apoiar 
a execução de todo ou de parte do seu planejamento.
O PDE Escola surgiu através do Fundescola, cujo objetivo era 
melhorar a gestão escolar, a qualidade do ensino e a permanência 
das crianças na escola. Naquele momento, o então Plano de 
Desenvolvimento da Escola era constituído de um programa que 
previa realização de um planejamento estratégico.
Em 2006, após a divulgação dos resultados da primeira 
rodada do IDEB, o Ministério da Educação entendeu que seria 
necessário criar um mecanismo que envolvesse diretamente as 
escolas com os IDEBs frágeis, optando-se então pela adoção 
do PDE Escola. A principal alteração foi a mudança no critério 
de definição do público-alvo, foi a adoção do IDEB como 
parâmetro, o que significou incluir todas as escolas públicas que 
se enquadrassem nos critérios definidos. 
A expansão do PDE Escola envolveu a mobilização de diversos 
atores, em especial das secretarias de educação estaduais 
e municipais. [...] Os recursos são repassados por dois anos 
consecutivos e destinam-se a auxiliar a escola na implementação 
das ações indicadas nos planos validados pelo MEC. Os valores, 
transferidos para as Unidades Executoras das escolas são 
definidos em função do número de matrículas do Censo Escolar 
do ano anterior, variando de acordo com as faixas definidas nasResoluções publicadas pelo FNDE. 
A ferramenta utilizada pelas escolas para realizar o seu 
planejamento é o PDE Interativo, um módulo disponível no SIMEC. 
108
 Políticas e Gestão Educacional
É necessário que o 
gestor conheça na 
íntegra a situação 
da escola e de seu 
entorno.
O PDE Interativo foi desenvolvido com base na metodologia do 
PDE Escola, mas a partir de 2012 todas as escolas públicas do 
país poderão utilizá-lo – mesmo aquelas que não foram priorizadas 
pelo PDE Escola, ou seja, que não receberão recursos federais 
desse programa.
O PDE Interativo vem atender às solicitações encaminhadas 
por diversas secretarias de educação que desejavam utilizar a 
metodologia de planejamento do PDE Escola em toda a sua rede, 
independente do repasse de recursos federais.
Fonte: Disponível em: <http://pdeescola.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=51&Itemid=2>. 
Acesso em: 08 nov.2012.
Gestão Financeira: 
comPetência da escola Pública
A autonomia faz menção aos recursos financeiros que chegam a 
escola, quer do Governo Federal ou aqueles angariados com promoções da 
comunidade local, sendo de responsabilidade da gestão a manutenção e o 
bom funcionamento, da escola, dentro desse processo de descentralização.
É necessário que o gestor conheça na íntegra a situação da escola e de 
seu entorno. Primeiramente, do que a escola dispõe em recursos financeiros 
e de quanto necessita. Depois, conhecer a economia da comunidade, para 
identificar as possíveis fontes alternativas. Tais fontes podem estar ligadas 
aos pais de alunos, ao comércio local, a indústrias, agentes comunitários, 
visando à parceira. Esse diagnóstico da escola e do contexto comunitário 
facilita ao gestor a captação de recursos privados, que, somados aos públicos, 
favorecem a realização do trabalho educativo.
A aplicação de recursos financeiros na escola está veiculada às diretrizes 
que orientam o sistema de administração pública. É preciso observar o 
que estabelece a legislação de financiamento de ensino, e as normas de 
transferência e aplicação de recursos.
Desse modo os programas federais determinam critérios para as 
transferências e a aplicação dos recursos financeiros e dependem de um 
plano. Desse modo, o gestor pode realizar de forma eficaz a gestão financeira 
109
Gestão Financeira da escola Capítulo 4 
da sua unidade escolar. Além disso, é preciso atenção nos procedimentos 
de acompanhamento e supervisão, para que os recursos orçamentários e 
financeiros sejam utilizados corretamente de acordo com o plano de aplicação. 
Atividade de Estudos: 
1) O PDE Escola é mais um programa de apoio à gestão escolar, 
baseado no planejamento participativo. Qual é o parâmetro 
utilizado pelo MEC para a transferência de recursos?
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
Posteriormente serão explanados os itens que devem ser 
previstos no plano de aplicação dos recursos financeiros.
A prestação de contas deve ser efetuada com especial atenção aos 
cheques emitidos, às notas fiscais de gastos realizados e aos recibos de 
serviços prestados, pois constituem o registro da gestão financeira realizada. 
Para isso, o gestor deve acompanhar e arquivar para a prestação de contas. 
Em todas as compras deve ser exigida a nota fiscal de venda ao 
consumidor ou a nota fiscal de serviços. A nota fiscal deve conter o 
nome da pessoa que atesta o recebimento, RG, CPF e assinatura do 
mesmo. O pagamento será feito com cheque nominal e cruzado.
110
 Políticas e Gestão Educacional
É função do gestor compreender a escola como parte do sistema, e que a 
prestação contas das despesas que foram realizadas com recursos públicos é 
parte integrante. Já com relação à prestação de contas de recursos financeiros 
captados no setor privado, a escola deve atender aos critérios estabelecidos 
pela instituição que os financiou. Nessa perspectiva, a comunidade escolar 
também deve ter conhecimento de todas as despesas realizadas e de todas 
as aplicações feitas em benefício da escola.
A participação do Conselho Deliberativo Escolar é primordial, devendo 
estar atento à prestação de contas e em consonância com o gestor, mediador 
deste processo, que apresenta o valor dos recursos recebidos e com o que foi 
gasto. Por isso, a importância de se manter a organização e o compromisso 
em todos os procedimentos financeiros da escola. 
Atividade de Estudos: 
1) Em relação à prestação de contas dos recursos transferidos à 
escola, sejam eles públicos ou privados, qual deve ser a postura 
do gestor?
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
111
Gestão Financeira da escola Capítulo 4 
O diretor da escola, 
não está sozinho, e 
não deve administrar 
sozinho, mas 
pensar processos 
de organização e 
mecanismos de 
participação da 
comunidade escolar: 
juntamente com 
supervisores, vice-
diretor, professores, 
pais, merendeiras... 
somando-se a 
outras entidades 
representativas 
da escola.
como Gerenciar os recursos Financeiros 
na escola?
Para Paro (1997, p. 10 -11),
[...] conferir autonomia à escola deve consistir em conferir 
poder e condições concretas para que ela alcance objetivos 
educacionais articulados com os interesses das camadas 
trabalhadoras. E isso não acontecerá jamais por concessão 
espontânea dos grupos no poder. Essa autonomia, 
esse poder, só se dará como conquista das camadas 
trabalhadoras. Por isso é preciso, com elas, buscar a 
reorganização da autoridade no interior da escola. 
Pensar em autonomia da escola para gerenciar recursos financeiros nos 
remete a pensar em descentralização financeira, em gestão democrática da 
escola pública, como espaços articulados de construção diária. A democracia 
como uma estratégia de gestão e de adaptação da escola às condições do 
contexto em que está inserida viabiliza uma maior agilidade no atendimento 
das fragilidades da comunidade.
A autonomia da escola pode ser adotada como uma técnica de gestão, não 
podendo ser imposta às escolas, mas como uma possibilidade para se alcançar 
os objetivos propostos. Quando falamos em autonomia, estamos defendendo 
a possibilidade de pensar coletivamente, de administrar independentemente, 
ter a liberdade de planejar as ações e construir o projeto-político-pedagógico,retratando a cara da instituição. Porém, autonomia é um conceito relacional, 
ou seja, tem momentos em que somos mais ou menos autônomos, podendo 
ser autônomos em algumas coisas e em outras não. 
O diretor da escola, não está sozinho, e não deve administrar sozinho, 
mas pensar processos de organização e mecanismos de participação da 
comunidade escolar: juntamente com supervisores, vice-diretor, professores, 
pais, merendeiras... somando-se a outras entidades representativas da 
escola, tais como a Caixa Escolar, a Associação de Pais e Mestres (APM), o 
Conselho Escolar (CE) ou outro órgão similar a estes, desde que representem, 
juridicamente, os estabelecimentos públicos. A partir da constituição dessas 
entidades, o MEC lança mão de uma estratégia de cooptação dos membros 
da comunidade escolar na implementação de uma política de descentralização 
financeira, argumentando a participação decisiva destes membros na aplicação 
e controle do dinheiro público em direção à melhoria da qualidade do ensino. 
112
 Políticas e Gestão Educacional
Atividade de Estudos: 
1) Reflita sobre a imagem a seguir e a afirmação: “educação é um 
ato coletivo”.
[...] ninguém educa ninguém e ninguém se educa 
sozinho. A educação deve ser um ato coletivo, solidário 
– um ato de amor, não pode ser imposta. Educar é 
uma tarefa de trocas entre pessoas e, se não pode 
ser nunca feita por um sujeito isolado [...] Há sempre 
educadores-educandos e educandos-educadores. 
De lado a lado se ensina. De lado a lado se aprende 
(BRANDÃO, 2006, p. 21-22).
Figura 27 – Trabalho colaborativo
Fonte: Disponível em: <http://coworking-farialima.com.br
/2011/04/coworking-colaboracao-nao-e-apenas-reducao-
de-custo/#begin>. Acesso em: 20 jan. 2013.
Agora, registre sua opinião sobre a importância da participação 
social na escola para a elevação da qualidade do ensino.
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
113
Gestão Financeira da escola Capítulo 4 
Para definir as 
prioridades é preciso 
ter uma visão geral 
das necessidades 
da escola.
A participação social na escola, segundo pesquisas, tem 
se mostrado como importante mecanismo de elevação 
da qualidade do ensino e o PDDE reforça tal participação. 
A aderência, o engajamento e a aprovação do PDDE pela 
comunidade escolar convertem o programa de governo em 
uma ação da sociedade (BRASIL, 2002, p. 224).
Como pessoa jurídica, essas entidades possuem autonomia para 
exercer direitos e contrair obrigações com os recursos recebidos de órgãos 
governamentais, de entidades públicas e privadas, doações e outros. Para 
tanto, necessitam respeitar algumas etapas:
Figura 28 - Etapas de gerenciamento de prioridades
Fonte: As autoras.
a)	Definir	Prioridades
Para definir as prioridades é preciso ter uma visão geral das 
necessidades da escola, para não ficar somente “apagando incêndios”. 
É necessário a efetivação do Conselho Escolar nas Unidades de 
Ensino, para obter uma representação do todo escolar com reuniões de 
representantes de professores, funcionários, equipe gestora, estudantes, 
pais e comunidade para definir prioridades. 
RECURSOS FINANCEIROS DA ESCOLA E O 
CONSELHO ESCOLAR: PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO E 
ESTABELECIMENTO DE PRIORIDADES
A escola é instituição social criada pelos homens tendo 
como objetivo a for mação humana, a socialização dos saberes 
construídos historicamente, como também a construção de novos 
saberes. Para atingir os objetivos para os quais foi criada, a escola 
114
 Políticas e Gestão Educacional
precisa, por meio dos atores nela envolvidos, planejar suas ações 
e estabelecer prioridades para que possa desenvolver as ações 
planejadas e cumprir a finalidade para qual foi criada.
A educação, se entendida como a apropriação da cultura, 
historicamente produzida pelo homem, e a escola, enquanto 
locus privilegiado de produção sistematizada do saber, precisam 
ser organizadas no sentido de que suas ações, que devem ser 
eminentemente educativas, atinjam os objetivos da instituição 
de formar sujeitos concretos, ou seja, sujeitos que tenham 
condições de par ticipar crítica e criativamente da sociedade em 
que estão inseridos. Assim, a escola, enquanto instituição dotada 
de especificidades que tem como principal objetivo a formação de 
sujeitos, deve ter a sua gestão pautada nessa especifi cidade, não 
devendo perder de vista que a sua administração é dotada de um 
caráter eminentemente político-pedagógico.
Se o princípio básico da administração ou gestão é a coerência 
entre meios e fins, a forma de gestão da instituição escolar não 
deve divergir das finalidades estabelecidas. Isso significa que 
se a escola é o espaço privile giado de formação humana e 
socialização do saber sistematizado e que a construção desse 
saber pressupõe a participação de todos os sujeitos en volvidos no 
processo educativo, como condição básica para que a formação 
se concretize, a gestão dessa instituição precisa ser transparente, 
contando com a participação de todos.
Para que esse processo seja consolidado, é fundamental que 
sejam cria dos mecanismos de participação, tornando a gestão mais 
democrática, que as prioridades sejam estabelecidas pelo conjunto 
daqueles que participam direta e indiretamente da comunidade 
local e escolar e que as ações sejam planejadas coletivamente. Isso 
quer dizer que o coletivo da escola deve participar da definição das 
prioridades, dos objetivos e de como eles serão atingidos, quais 
os recursos disponíveis para se alcançar esses objetivos, como 
e onde as verbas recebidas pela escola serão aplicadas e o que 
pode ser feito para alocação de novas verbas. Nessa perspectiva, 
o planejamento “é o processo mediante o qual procura-se definir 
claramente o que fazer e como fazer, visando à utilização racional 
dos recursos disponíveis para que, com eficiência, eficácia, 
efetividade e humanização, os objetivos pretendidos possam ser 
atingidos” (PÓLLO, 2000, p. 444).
Para que esse processo se efetive, é necessário que o 
115
Gestão Financeira da escola Capítulo 4 
estabelecimento das prioridades e o planejamento das ações 
contem com a participação do público interessado nos seus 
resultados. No caso da escola, esse público é formado por 
professores e demais servidores administrativos, equipe gestora, 
estudantes, pais e comunidade em geral. O planejamento 
participativo visa não só democra tizar as decisões, mas, 
fundamentalmente, estabelecer o que é prioritário para os atores 
envolvidos e constitui-se um ato de cidadania, na medida em que 
esse processo possibilita a definição da concepção de homem, de 
educação e de mundo com os quais a escola deve trabalhar.
Fonte: Dourado (2006, p. 58 – 60).
Como o planejamento participativo visa elencar as prioridades, 
faz-se necessário pensar o que é imprescindível para o momento 
e para o futuro:
• Investir em materiais? 
• Obras de reparo? 
• Formação de professores? 
As respostas e opiniões das pessoas envolvidas formam 
uma lista e cada item ganha uma ordem de urgência antes da 
distribuição dos recursos, logo é preciso calcular os gastos.
Atividade de Estudos: 
1) Pesquise, leia e elabore um conceito sobre as diferenças entre 
comunidade local e comunidade escolar,elencando os atores 
de cada segmento.
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
116
 Políticas e Gestão Educacional
Quanto mais detalhado 
for o planejamento, 
melhores serão os 
resultados. Distribuir 
recursos é como 
servir um bolo. 
Alguns investimentos 
requerem um pedaço 
maior, e outros, um 
menor.
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
 ________________________________________________
b) Calcular os Gastos
Quanto mais detalhado for o planejamento, melhores serão os resultados. 
Distribuir recursos é como servir um bolo. Alguns investimentos requerem um 
pedaço maior, e outros, um menor.
Figura 29 - Bolo
Fonte: Disponível em: <http://www.simplesmentedelicia.
com/?m=200809&paged=3>. Acesso em: 10 nov. 2012.
Para calcular corretamente cada fatia (os gastos) do orçamento e 
compreender como melhorar a receita da escola, é preciso ter referência. 
Lembramos que a escola pública deve seguir as normas da 
Lei de Licitações. Essa legislação estabelece que, de acordo com 
os valores e o tipo de gasto, existe a obrigatoriedade de haver 
uma ação que permita a comparação de preços, ou seja, analisar 
a concorrência, tomada de preços ou carta-convite antes da 
contratação do serviço ou da compra de material. Por menor que 
seja o gasto realizado pela escola, o processo referente a ele deve 
conter, no mínimo, três orçamentos registrados.
117
Gestão Financeira da escola Capítulo 4 
Outro item 
fundamental a um 
gestor é a prestação 
de contas, a escola 
necessita prestar 
contas dos gastos 
à Secretaria de 
Educação à qual 
é vinculada, aos 
parceiros que 
financiam projetos e 
às demais pessoas da 
comunidade escolar.
Uma dica para saber como dividir o orçamento é adquirir 
parâmetros. Desta forma, sugere-se levantar nas pastas da escola 
o histórico de gastos de três ou quatro meses do ano anterior e 
fazer uma média de quanto cada área demandou (informática, 
recursos humanos, material etc).
Tratando das fontes e os sistemas de aplicação de recursos nas escolas 
públicas, sugere-se a construção de plano de aplicação de recursos, contendo: 
• o título projeto; 
• o período de execução (início/ térmico);
• identificação do objeto (com o que será gasto);
• justificativa da proposição (explicar a necessidade de se gastar com que 
objetivo); 
• cronograma de execução (meta, etapa ou fase); 
• plano de aplicação (valor em R$); 
• cronograma do desembolso (data e valor em R$ que serão gastos em 
recursos). 
Assim, o gestor atua com competência e sente-se mais seguro para 
realizar de forma mais eficaz a gestão financeira da sua unidade escolar.
c) Prestação de Contas 
Outro item fundamental a um gestor é a prestação de contas, a escola 
necessita prestar contas dos gastos à Secretaria de Educação à qual é 
vinculada, aos parceiros que financiam projetos e às demais pessoas da 
comunidade escolar. Os balanços financeiro e orçamentário são obrigatórios, 
conforme determina o artigo 70 da Constituição Federal/88.
118
 Políticas e Gestão Educacional
O relatório de 
prestação de contas 
precisa ser organizado 
e aprovado pelo 
conselho fiscalizador 
da escola antes de 
ser divulgado para a 
Secretaria Municipal 
de Educação e aos 
demais membros da 
comunidade escolar.
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA 
E ORÇAMENTÁRIA
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, 
operacional e patrimonial da União e das entidades da 
administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, 
economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, 
será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, 
e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou 
jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie 
ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a 
União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de 
natureza pecuniária(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
19, de 1998).
Fonte: BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil 
de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 12 jan. 2013.
O relatório de prestação de contas precisa ser organizado e aprovado 
pelo conselho fiscalizador da escola antes de ser divulgado para a Secretaria 
Municipal de Educação e aos demais membros da comunidade escolar.
A divulgação para os pais pode se dar por meio de reunião de pais, 
jornal mensal ou mural escolar, pois numa gestão democrática a comunidade 
necessita estar informada dos investimentos realizados em benefício da escola 
e dos alunos. 
Alguns recursos requerem preenchimentos de formulários de 
prestação de contas específicos, como é o caso do dinheiro do 
PDDE, esses formulários estão disponíveis no site do FNDE (www.
fnde.gov.br).
119
Gestão Financeira da escola Capítulo 4 
Sugestões para ter o caixa da escola em ordem:
• Separar verba para despesas atuais e para gastos futuros.
• Organizar os documentos e as notas fiscais em pastas próprias 
e em ordem cronológica. 
• Atualizar a prestação de contas com frequência.
• Mostrar aos pais e aos funcionários de onde vem o dinheiro 
que a escola recebe. 
• Explicar à comunidade onde e como se aplica a verba. 
• Discutir e analisar o orçamento e as prioridades de compra com 
a comunidade escolar.
Vemos que precisamos ampliar nossos conhecimentos, adquirir algumas 
habilidades relacionadas à gestão e organização de recursos financeiros, 
como elaborar planos de aplicação, quadros demonstrativos de despesas, 
planilhas e prestação de contas. A formação continuada dos gestores é uma 
política do governo federal deve ser uma ação da Secretaria de Educação 
de cada município. Os programas de formação são oferecidos pelo MEC 
em parceria com os governos estaduais (GERED). O PDE interativo exige 
uma formação específica e essa é propiciada pelo MEC. Muitas secretarias 
propiciam a formação dos gestores para que tenham a habilidades necessárias 
para exercer sua função. É importante ressaltar que se a prestação de contas 
do dinheiro da Unidade Escolar não estiver correta, o Município não recebe 
as verbas no próximo ano. É uma responsabilidade muito grande do gestor 
escolar. A maioria das Secretarias municipais tem setor próprio para dar 
suporte às suas unidades de ensino. Isso porque os conteúdos tratados não 
esgotam o assunto. Porém, são fundamentais para uma gestão financeira 
organizada, comprometida e conhecedora de procedimentos eficazes, 
como: o posicionamento da escola no sistema de ensino; os princípios da 
administração pública; as fontes de financiamento da educação básica; as 
etapas da gestão financeira (planejamento) e, também, outras possibilidades 
de arrecadar recursos financeiros por meio das parcerias que a escola pode 
estabelecer até mesmo com empresas privadas.
120
 Políticas e Gestão Educacional
Assim, o gestor, estará atuando como multiplicador de competências em 
gestão de recursos financeiros, além de proporcionar um ensino de qualidade 
com transparência e compromisso.
alGumas considerações
Com base nas reflexões feitas neste caderno de estudos, percebe-sena 
gestão escolar do atual contexto educativo uma nova forma de organização e 
de gerenciamento da instituição. No cotidiano da escola é comum ocorrerem 
entraves que dificultam a verdadeira finalidade: a preocupação com o aluno e 
o processo de ensino e aprendizagem. Contudo, em meio a alguns avanços 
e retrocessos, em meio à escassa reflexão dos seus agentes, a escola atual 
tenta pôr em prática o modelo de educação que se deseja construir. 
Quanto à democratização, é primordial a elaboração da proposta político-
pedagógica com a participação de todos os envolvidos, ou seja, pais, alunos, 
professores e equipe gestora, ou seja, de acordo com a concepção de 
gestão escolar democrática, cujos sujeitos estejam interessados em construir 
um trabalho educacional comprometido com uma educação pública de 
qualidade social.
reFerências
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.
htm>. Acesso em: 12 jan. 2013.
_____. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Plano 
de Ações Articuladas. (PAR). 2010. Disponível em: <http://www.fnde.gov.br/
index.php/programaspar>. Acesso em: 12 nov. 2012.
_____. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento 
da Educação. Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). In.: ______. 
Gerenciamento de custos. Brasília: FNDE, 2002, p. 219-226.
DOURADO, Luiz Fernandes et. al. Conselho	Escolar	e	o	financiamento	
da educação no Brasil. Programa de Fortalecimento dos Conselhos 
Escolares. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica. Brasília: 
MEC, SEB, 2006.
121
Gestão Financeira da escola Capítulo 4 
HADDAD. Fernando. O Plano de Desenvolvimento da Educação: razões, 
princípios e programas. MEC, 2007.
MOREIRA, Ana Maria de Albuquerque. Progestão: como gerenciar os 
recursos financeiros?, módulo VI. Brasília: CONSED – Conselho nacional de 
secretários de Educação, 2009.
NOVA ESCOLA. Gestão Financeira. Revista Nova Escola. Disponível 
em: <http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/diretor/gestao-
financeira-448591.shtml>. Acesso em: 30 nov. 2012.
PARO, Vitor Henrique. Políticas públicas e educação básica. São Paulo: 
Xamã, 1997.
POLO, José Carlos. Autonomia de gestão financeira da escola. In. 
RODRIGUES, Maristela Marques, GIÁGIO, Mônica (orgs.) PRASEM III – 
Guia de Consulta. Brasília, FUNDESCOLA MEC. 2001, p.279-293.
 
PROGESTÃO: Como	gerenciar	os	recursos	financeiros? Módulo VI. Ana 
Maria de Abulquerque Moreira, José Roberto Rizzotti; coordenação geral 
Aglaê de Medeiros Machado. - Brasília: CONSED- Conselho de Secretários 
de Educação, 2001.
 
SCHUCH, Cleusa Conceição Terres. Gestão	financeira	de	duas	escolas	
públicas estaduais do Rio Grande do Sul.
VIEIRA, S. L. Educação básica: política e gestão da escola / Sofia Lerche 
Vieira. – Fortaleza: Liber Livro, 2008.

Continue navegando