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Doenças Infecciosas e Parasitárias Turma 97 Conteúdos Vírus da Imunodeficiência 1- Viviane Ferreira Vírus da Imunodeficiência 2 - Karollayny Macêdo Acidentes Ofídicos – Viviane Ferreira Antibióticos- Karoline Helena Febre Tifóide – Fran Furlan Leptospirose - Giordana Farnese e Mariana Attayde Hepatites - Giulia Crisóstomo e Ranna Pessoa Agradecimento especial a todos aqueles que disponibilizaram seu tempo livre para a confecção dessa apostila HIV Histórico O HIV • Vírus do gênero Lentivirus, cuja principal característica é a latência prolongada, provocando infecções crônicas que se arrastam por muitos anos. Assim, nota-se que pacientes da década de 80, pela dinâmica do vírus, se contaminaram possivelmente na década de 60-70, mostrando que o HIV está em nosso meio há muito tempo. • Estudos retrospectivos no Congo sugerem que na década de 50-60 houveram microepidemias que marcam a origem da doença • SALDO hoje: 70 milhões de pessoas contaminadas, 30 milhões de mortes acumuladas • É um vírus de RNA, que compõe o grande grupo da familía retroviridae • Possui tropismo pelo sistema nervoso central 5/06/1981 Inicio formal da epidemia de HIV com 5 casos descritos, de pneumonias por pneumocistose na costa oeste Americana e casos de sarcoma de Kaposi na zona leste. Observava-se que os pacientes desenvolviam um padrão de deficiência na imunidade e que pertenciam a um mesmo grupo de risco: homossexuais 1982 Descrição do termo AIDS- Síndrome da Imunodeficiência Adquirida 1983 Isolamento do Vírus da Imunodeficiencia Humana 1986 Isolamento do HIV TIPO 1 e HIV TIPO 2 Relato de casos de HIV em 85 países e quase 40 mil pessoas diagnosticadas Descrito a primeira medicação para ser usada no tratamento: ZIDOVUDINA – AZT Droga altamente toxica e era administrada em altas doses Percepção de que a terapêutica não deveria se basear em monoterapia, mas no mínimo 3 drogas. ERA TARV (terapia antirretroviral) Brasil: Lei 9313 instituiu tratamento universal e gratuito para HIV. Hoje: o país tem o melhor programa anti retroviral do mundo, melhor acompanhamento, com medicações gratuitas 1997 25 milhões de óbitos pelo HIV 1997 1987 1996 70 milhões de casos acumulados Proteínas de importância: GP120 e GP41 – Glicoproteinas utilizadas pelo vírus para acessar as células humanas Células humanas alvo preferencial para o HIV: toda e qualquer célula humana que expressa em sua superfície a molécula CD4 • Linfócito TCD4: Célula mais importante dentro do contexto da infecção – imunidade • Outras: células dendríticas (alvo na primo infecção), células da glia (astrocitos) • Importância do linfócito TCD4+: célula que orquestra a ação das outras células no organismo. Com a depleção dessas células, a coordenação imunológica fica deficitária, logo o paciente não consegue desenvolver proteção imunológica contra outras infecçõesè infecções oportunistas; • Células que são parasitadas: CD4, células fagocitárias, células dendriticas (capturam o HIV na periferia do corpo e o apresentam no centro germinativo linfonodal para outras células) èexpansão da infecção • Tropismo pelo SNC: acometimento de astrócitos èalterações neurológicas independente da terapeutica (déficit de cognição, perda de massa cerebral) • Basicamente são dois vírus: HIV tipo 1 e HIV tipo 2 (mais benigno)– infecções de naturezas diferentes SIV e HIV • SIV: síndrome da imunodeficiência símia- infecção de macacos Rhesus; • Origem: Congo; • O mapa epidemiológico da infecção dos macacos pelo SIV casa com o inicio do HIV na Africa; • Hipótese: contato do sangue de símios infectados a partir da alimentação de tribos africanas • Hipótese da disseminação: teste de vacinação injetável para poliomielite (SABIN) no Congo- utilizaram células de símios infectados para cultura celular. Local dos testes coincide com a localização de epidemia do HIV • Como a infecção ganhou o mundo? o O Congo era uma colônia Belga. Em 1920, com sua independência e guerras internas dizimou grande parte da população o Anos 50: guerra civil no Haiti – ONU: “Congo precisa ser reconstruído e os Haitianos estavam fugindo do país, como são etnicamente próximos, vamos pegar os haitianos e levar para o Congo para reconstruir o país”. Contaminação em massa dos haitianos pelo HIV no Congo. o Anos 60: Cuba era o paraíso de ferias dos americanos. Porém Fidel Castro fechou o país o Americanos transformaram as praias vazias do Haiti em seu novo paraíso de ferias o Volta dos haitianos contaminados para o Haiti è contaminação dos americanos o Anos 60: movimentos de liberdade sexual è amplificação da infecção o Gaetan Dugas, o paciente numero zero do HIV, era comissário de bordo e fazia voos para o Haiti Transmissão • Via horizontal: contato sexual; o Homem para mulher é mais efetiva? É mais fácil contrair o vírus o receptor sexual (“o passivo”) • Via vertical: mae – filho; o Transplacentaria e aleitamento • Parenteral: transfusão e UDI; • Acidente ocupacional: a partir do momento do acidente o individuo tem até 3 horas para começar o antirretroviral para bloquear a infecção; O ciclo viral • As etapas de replicação viral são os alvos preferenciais para o arsenal terapêutico • Para que a infecção seja efetiva é necessário que as células expressem outros receptores além do cd4, como CcR5 e CxCr4 è indivíduos que apresentam mutações homozigoticas nesses coreceptores são naturalmente imunes ao HIV; • Medicações mais efetivas para o tratamento: bloqueio dos co receptores • Futuro: soro conversão História Natural da Doença: O modo como o organismo reage ao HIV depende do balanço entre linfócitos TCD4 e a carga viral: • Carga viral aumenta: imunidade cai • Uso do antirretroviral: imunidade aumenta, carga viral cai • Sempre que alguém se contamina, essa é a dinâmica que ocorre • Momento 0: replicação viral a partir do encontro do vírus com o organismo “virgem”. Organismo reconhece e passa a produzir anticorpos, após 3 meses em média, conseguindo debelar infecção inicialmente Existe defesa contra o HIV? Existe! Prova: queda da carga viral no inicio da historia natural (primeiros anos). Porem essa defesa não é efetiva devido as diversas mutações que o vírus sofre èaumento da carga viral, devido à sua replicação • Quais são os momentos cruciais para transmissão do HIV? São nos períodos em que se encontra grande quantidade de vírus circulando no organismo, no momento inicial da infecção e após anos infectado (fase da aids). • Fase da AIDS propriamente dita: pacientes caquéticos, enfraquecidos, imunodeprimidos, com alterações físicas. • Fase inicial: paciente saudável, não tem conhecimento do seu quadroè maior risco de transmitir o vírus • Existem dois tipos diferentes de populações: - Progressor rápido: Pessoas que estabilizam a carga viral muito alta e progridem mais rápido para os estágio de AIDS - Progressor lento: Pessoas que estabilizam a carva viral em valores baixos e progridem lentamente para a AIDS - A saúde inicial do indivíduo determina como ele evolui. Se o individuo tem boa saúde e hábitos alimentares saudáveis, a carga viral será estabilizada em valores mais baixos e sobe lentamente. Enquanto o individuo com vida precária, se encaminha muito rapidamente para o estagio de AIDS - Perfil do amazônida: progressor rápido- evolui para AIDS franca em 5 anos • A medida que se encaminha o curso da infecção, os linfócitos TCD4+, assim como todas as células do corpo que expressam CD4, caem progressivamente. • Em cada episódio (períodos) em que se observa a queda de linfócitos TCD4+, há novas fases instaladas do HIV, com o acometimento de doenças oportunistas A velocidade de replicação viral suplanta a capacidade de reposição celular èbalanço negativo no final de cada ciclo PROGRESSOR RÁPIDO - Transmite o vírus em qualquer momento da infecção, pois a carga viral sempre está elevada - Perfil dos indivíduos do Amazonas PROGRESSOR LENTO - Transmite o vírus somente no inicio (quando se contamina) e na fase de AIDS Três fases nítidas no gráfico: • A seta representa a linha limite do n de linfócitos TCD4+ para se decidir terapeutica NO BRASIL Ø nessa etapa o paciente não tem mais o que fazer, é o medico que decidirá a conduta a ser tomada • Segundo o CDC Americano (definição standart padrão): preconiza que AIDS é o nível de CD4+ em torno de 200 • É considerado um paciente com AIDS: 1. Paciente cujo CD4+ está menor ou igual a 200 2. Paciente cujo CD4+ esta maior que 200, mas desenvolve qualquer doença infecciosa oportunista que se configura dentro do espectro da AIDS. Ø Ex: paciente com CD4+ em 400 com sarcoma de kaposi èAIDS Ø EX: paciente com CD4+ em 600 e tem pneumocistose èAIDS Epidemiologia Fase 1- inicial (infecção aguda): Paciente contaminado recentemente com carga viral alta, mas também tem CD4 alto PACIENTE ASSINTOMÁTICO OU APRESENTA SINDROME RETROVIRAL AGUDA (artralgia temporária, nariz escorrendo, febrícula- não traduz HIV) Linfadenopatia persistente Fase 2: Queda na carga viral com numero de linfócitos T suficiente è passa muito tempo assintomático ou oligoassintomatico com doenças que não traduzem AIDS. Mulher com candidíase de repetição, otite de repetição, infecção urinaria contínua, pneumonite recorrente, gastropatia e dispepsia funcional – pacientes típicos das especialidades, mas se comportam de doença atípica è pensar em HIV Fase 3: AIDS PROPRIAMENTE DITA: instalação da AIDS; contexto de infecções oportunistas devido à queda de Linfocitos TCD4+ Ultimo boletim epidemiológico: em 2017 foram quase 2 milhões de novos infectados pelo HIV e quase 1 milhão de mortos no mundo todo O Brasil está vivendo uma queda na taxa de detecção de AIDS, mas a região NORTE vai no contrafluxo (verde) • No boletim dos estados brasileiros, o Amazonas está em 3º lugar dentre os estados que mais detectam HIV e Manaus é a 4ª capital nessa detecção (proporcionalmente em 100 mil/hab); • Ao passo que o estado do Amazonas tem diagnosticado mais, também tem morrido mais pacientes por HIV, pois os pacientes são diagnosticados num contexto de gravidade, mais tardiamente; • Diagnostico precoce não é só para bloqueio da infecção, mas também é a pedra angular para a terapeutica • Quanto mais cedo se iniciar a terapia antirretroviral, menor a chance de experimentar a fase AIDS. DIAGNÓSTICO No Amazonas o pico de incidência de HIV, que aumenta exponencialmente a curva, é 2 meses depois da festa de Parintins. É o município com o maior numero de casos HIV+ no estado do Amazonas, só perde para Manaus! Para fazer o diagnostico sorológico de alguém com HIV são necessários 2 testes por metologias diferentes: ETAPA 1 ELISA e ETAPA 2 IMUNOFLUORESCENCIA O teste rápido no Brasil não tem valor diagnostico, com exceção do Amazonas (logística difícil). 2 lances testes rápido positivos (de marcas diferentes) na Amazônia ou um teste ELISA positivo seguido de IMUNOFLUORESCENCIA/ Western Blot positivo: HIV + O diagnóstico a rigor é feito em 30 dias (etapa I e II) • Nunca se deve submeter recém nascido de mãe HIV+ ao teste sorológico: vai sempre dar positivo • Conduta: pedir carga viral O que está em AMARELO cai na prova TRATAMENTO • O impacto do tratamento antirretroviral é inegável • Na década de 80, quando so existia AZT, os pacientes morriam pela terapeutica, comorbidades • 1987: drogas mais efetivas e seguras- experimento de melhora da sobrevida dos pacientes • Até chegar no que hoje é um consenso do tratamento e de quando intervir, existiram inúmeras estratégias de terapia: 1. Primeira estratégia: Paciente que tinha CD4+ de 250 (às vésperas celulares de entrar na AIDS) recebia medicação. Perceberam que o paciente melhorava, mas tinha uma serie de consequências 2. Segunda estratégia: recebia medicação pacientes que tinham CD4+ de 350 3. Terceira estratégia: recebia medicação pacientes que tinham CD4+ de 500 4. HOJE: portador de HIV (sorologias positivas) pode tomar a medicação a qualquer momento- independente da carga viral ou celularidade • Não é porque o Ministerio da Saude disponibiliza os medicamentos para todos os portadores do vírus, que nós médicos devemos receitar a todos eles • Pacientes alcoólatras, que pulam doses, que não cumprem com a posologia correta, que são de difícil manejo não se deve tratar com antirretroviral antes de tratar as comorbidades e atribulações, pois caso você o inicie na terapia e ele descontinue, o vírus pode fazer mutações especificas e o individuo passa a ter resistência ao medicamento. o Paciente que nao tem bom perfil: segura a terapeutica até o numero de cd4+ chegar em 500 o Precisa-se convencer o paciente que a terapeutica é a única salvação e que ele precisa abdicar de muitas coisas • Hoje: 2 cps duas vezes ao dia com poucos efeitos colaterais • 90% dos pacientes evoluem bem aos medicamentos, sobretudo o perfil responsável (que utiliza corretamente o medicamento) • AM: pacientes geralmente não possuem boa adesão Pra quem ofertar antirretroviral? Pra todo e qualquer paciente contaminado SIGA AS CORES! Você nao precisa saber os nomes de cada medicamente, somente que eles atuam em cada etapa da replicação viral e o mais importante: pra quem receitar • Interior: se você está num lugar que não tem como dosar CD4+ ou carga viral, nao se pode usar isso como desculpa para nao iniciar o antirretroviral, deve ter coragem para iniciar • Na pratica: olhar para o hemograma e estimar o CD4+ do paciente (pediu pra cobrar ele, mas não rolou parece, fica pra proxima ︎) ☹ • GRAVIDAS: obrigatório- para bloquear transmissão vertical O que está em AMARELO cai na prova – explicação abaixo Leia esse quadro e estude (grave) quem deve tomar preferencialmente o TARV TENOFOVIR, LAMIVUDINA, DOLUTEGRAVIR (INICIO) Todas as vezes que se for iniciar a terapia antirretroviral de alta potencia para alguém, essa sempre será sua maior preocupação Por quê se inicia a terapia antirretroviral para todos que estão infectados e não espera o CD4+ cair? 1. Para evitar a transmissão da população 2. Evitar a SINDROME DA RECONSTITUICAO IMUNOLÓGICA: • PACIENTE HIV + COM BAIXO NIVEL DE CD4+, EM ESTADO CAQUÉTICO, INFECÇÕES OPORTUNISTAS è TOMA O ANTIRRETROVIA L èMATA O VIRUS, O VIRUS DEIXA DE ATACAR O CD4+ E O NIVEL DE CD4+ SOBE BRUSCAMENTE • AUMENTO BRUSCO DA IMUNIDADE èDEFESA ACORDA INSTANTANEAMENTE è SINDROME DA RECONSTITUICAO IMUNOLÓGICA è O ORGANISMO VAI TENTAR SE DEFENDER DE TUDO O QUE TEM PELA FRENTE (EX: infecção por TB, não formava granuloma, pois não tinha resposta celular suficiente, depois do antirretroviral passa a formar granuloma) • RESULTADO: o paciente faz os mesmos mecanismos da SIRS e SEPSE por vários patógenos ao mesmo tempo, de modo brutal, incontrolável e potencialmente fatal • Tempestade citocínica impossível de controlar • Antes de iniciar antirretroviral é necessário fazer um screening do paciente Paciente fez dois testes rápidos e deu positivo ou fez as duas etapas de sorologia e deu positivo. O que fazer? 1. Rastrear toda e qualquer infecção oportunista que possa estar instalada ou reativadas (raio x, sorologias e afins) 2. Tratar primeiro a doença oportunista ou associada 3. Iniciar o antirretroviral • Profilaxia Pós-Exposição (PEP) – é o uso de medicamentos antiretrovirais por pessoas após terem tido um possível contato com o vírus HIV • Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP)– é o uso preventivo de medicamentos antes da exposição ao vírus do HIV, reduzindo a probabilidade da pessoa se infectar com vírus. A PrEP, deve ser utilizadase você acha que pode ter alto risco para adquirir o HIV. • Ex: mulher HIV+ usa o PEP e seu/sua parceirx sexual HIV - o usa PrEP • A PrEP não é para todos e também não é uma profilaxia de emergência, como é a PEP. Os públicos prioritários para PrEP são as populações-chave, que concentram a maior número de casos de HIV no país: gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH); pessoas trans; trabalhadores/as do sexo e parcerias sorodiferentes (quando uma pessoa está infectada pelo HIV e a outra não). Quais os principais motivos para se ter o diagnostico precoce do HIV? 1. Bloqueia a infecção 2. Institui a terapeutica no momento mais oportuno possível, para evitar a temida síndrome da reconstituição imunológica, que invariavelmente mata o paciente O QUE VAI CAIR NA PROVA SEGUNDO O DR JR: 1. COMPREENSÃO DAS FASES CLINICAS DO HIV 2. COMPREENSAO DA DINAMICA VIRAL 3. COMPREENSAO DOS MOMENTOS CRITICOS DA TRANSMISSAO 4. COMPREENSAO DA INDICACAO TERAPEUTICA 5. PRINCIPALMENTE: AS PRINCIPAIS REAÇÕES ADVERSAS DA TERAPEUTICA- A SINDROME DA RECONSTITUIÇÃO IMUNOLÓGICA RESUMO DA AULA • A historia do HIV mudou a historia da medicina, fazendo com que não haja hoje uma especialidade se quer que não tenha sido tocada pelo HIV • Doença que tem terapeutica eficaz e dependendo do perfil do paciente tende a ser benéfica • A estratégia terapeutica hoje também é profilática (PrEP), que vem a se somar a estratégias bloqueio que são classicamente conhecidas, como o uso de preservativo MANIFESTAÇÕES OPORTUNISTAS - HIV | Karollayny Macêdo HIV - MANIFESTAÇÕES OPORTUNISTAS A Terapia antirretroviral de alta potência mudou no mundo todo a dinâmica da infecção, fazendo com que as doenças oportunistas fossem cada vez mais raras. Por que é importante saber o estado sorológico? Quanto mais precoce, mais dificuldade p/ entrar no estado de AIDS e consequentemente poucas doenças oportunistas. Mas há uma grande dificuldade de realizar diagnóstico de HIV. LEMBRANDO A HISTÓRIA NATURAL... ✓ A dinâmica do vírus mostra o momento da infecção (chamada infecção aguda ou síndrome retroviral aguda). Há pouquíssimos sintomas, ou mesmo nenhum sintoma que faça sugestão de HIV. ✓ Após, entra o momento de calmaria clínica (ou oligossintomática), onde há outras manifestações que não definem AIDS. ✓ E por último, AIDS propriamente dita, momento em que há uma diminuição absurda das defesas, especificamente dos linfócitos T CD4+ ✓ No protocolo nacional, CD4= 500 é o número limite para que você possa esperar para iniciar a terapêutica retroviral p/ evitar a síndrome da reconstituição imunológica. 1. MANIFESTAÇÕES RESPIRATÓRIAS ✓ Essas duas em negrito representam 70% na prática. São as que merecem maior importância para o generalista. 1.1 Pneumocistose ✓ GENERALIDADES: o CD4 ~ 100 a 200 o Importância histórica (É a mais emblemática, porque foi através dela que começaram a pensar nas infecções pelo vírus) o Fungo parasita extra-celular de alvéolos o Multiplicação induz exsudato alveolar espumoso, além de consolidações parenquimatosas o Infiltrado reticulonodular característico (Infiltrado alveolar ou pneumonia intersticial) + hipóxia + DHL aumentado (lesões pulmonares que causam aumento da DHL importantíssimo, inclusive sendo critério de diagnóstico). A DHL é importante no tripé de diagnóstico empírico. o Clínica x radiologia LEMBRAR! É importante lembrar que todos os pacientes HIV fazem as infecções ao mesmo tempo, raramente isoladamente. Causa uma dissociação clínico radiológica importante (a clínica de um jeito e o exame de outro jeito. Raio-x extremamente alterado e o paciente sem manifestações clínicas ou o contrário) As mais importantes: Pneumocistose Tuberculose Histoplasmose Micobacterioses atípicas Criptococose Linfomas e sarcomas MANIFESTAÇÕES OPORTUNISTAS - HIV | Karollayny Macêdo HIV + dispneia + hospital = pensar nisso! ✓ Dificilmente evolui com derrame. ✓ TRATAMENTO: Sulfonamida com doses altas (ou seja, paciente já está imunodeprimido, então terá piora de todos os perfis celulares). Não esquecer dos efeitos colaterais das sulfas. ✓ Se a saturação tiver <60%, precisa adjuvante com corticoide p/ diminuir a reação ao fungo. Se fizer acima de 60 terá aumento na mortalidade. O benefício é abaixo. 1.2 Tuberculose ✓ GENERALIDADES: o CD4 ~ 300 a 400* o A tb piora o estado do paciente HIV; e o HIV piora o estado do paciente tuberculoso. o A OMS estima que: ▪ 1/3 dos PVHA são portadores de TB ▪ 350.000 óbitos por TB e AIDS/ano o A apresentação clínica é ampla e depende do estado imunológico (a TB do paciente hígido não é o mesmo padrão da TB no paciente com HIV. Se o CD4 tiver >400*, a TB será bem semelhante à de uma pessoa previamente hígida; se tiver abaixo, é provável que os exames não tenham alterações e mesmo assim o paciente estará com a doença ativa) o Implicações diagnóstica e terapêuticas (É o maior problema na introdução dos antirretrovirais. Porque? Pacientes com CD4 menor do que isso, melhora a imunidade com a introdução da terapêutica e a TB aparece. É a chamada síndrome da reconstituição imunológica. Tem que ter o maior cuidado em rastrear a tb, pois ela invariavelmente vai aparecer). Se desconfiar que o paciente está com TB, trata primeiro esta e após uma melhora, inicia a terapia antirretroviral. ✓ SEMPRE PEDIR AO PACIENTE COM HIV: Baciloscopia com tipificação e teste de sensibilidade: mandatório. Tem que saber o tipo de micobacteriose. 2. MANIFESTAÇÕES NEUROLÓGICAS ✓ O HIV tem tropismo por células do SN. Apesar da terapêutica antirretroviral eficiente, 20-25% ainda assim experimentarão manifestações neurológicas. PROFILAXIA PPD nesse caso é importante. Se tiver 0, não tem resposta celular; se aumentar para 5, já tem alguma resposta celular, então iInicia Izoniazida por mínimo 6 meses. Mas tem que ter certeza que o paciente não tem tuberculose ativa. Ao ser diagnosticado e instituído o tratamento, o paciente experimentará uma piora clínica, que se não controlada, vai ao óbito. Pois é um fungo que promove abundante habitação, exsudação importante nos alvéolos e quando a terapêutica é instituída, o fungo é destruído e mais material genético e antigênico é exposto ao organismo, aumentando e muito a resposta inflamatória e isso ocorre quase que invariavelmente na pneumocistose. Então é importante lembrar dessa piora nas próximas 24-48h especialmente por esse detalhe. E porque eu tenho que saber disso? p/ não correr o risco de substituir a terapêutica ou trocar o diagnóstico achando que foi inadequada. E para que eu preveja que ele pode evoluir para uma insuficiência respiratória necessitando de suporte ventilatório. • SMX-TMP, 15 a 20 mg/kg de TMP/dia, divididos a cada 6 ou 8h, durante 21 dias. • Dapsona 100mg/dia + TMP 15mg/kg/dia (3 doses) ou clindamicina 300 a 450 mg VO a cada 6-8h (pacientes graves, fazer 600 mg IV a cada 8h) + primaquina 15 a 30 mg/dia durante 21 dias ou pentamidina, 4 mg/kg/dia, IV, 21 dias ou atovaquore 750 mg 2x/dia, com alimentos, 21 dias As mais importantes: Neurotoxoplasmose Neurocriptococose Neurotuberculose Linfoma Primário do SNC Leucoencefalopatia multifocal progressiva (pior prognóstico) LEMBRAR! Síndrome da reconstituição imunológica MANIFESTAÇÕES OPORTUNISTAS - HIV | Karollayny Macêdo ✓ os 3 polos que merecem atenção ao pensar em manifestações neurológicas 2.1 Neurotoxoplasmose ✓ GENERALIDADES: o CD4 ~ 100 (se chegou nesse valor e ainda não desenvolveu neurotoxoplasmose, entrar logo com a profilaxia, pois certamente vai desenvolver). o 95% dos casos é por reativação de foco antigo (e será preferencialmente no SN) o Lesão cortical e subcortical e tbm nos gânglios da base (terá múltiplas lesões e manifestações de acordo com o local de acometimento: disartria, dislalia). o Determina encefalite difusa de lenta ou rápida instalação o Sinais de localização e convulsão o Líquor normal o Causa de corioretinite ✓ Dxd: linfoma primário do SNC (no caso de estar tratando a neurotoxoplasmose e não resolvendo, desconfiar!) ✓ TRATAMENTO: ✓ Depois que melhora, tem que fazer a profilaxia secundária. Enquanto o CD4 não sobe (pelo menos >200), ele pode voltar a fazer neurotoxoplasmose. 2.2 Neurocriptococose ✓ Manifesta-se como meningoencefalite (meningite com cefaleia intensa) ✓ 99% dos casos é na forma meninge. 1% pode ocorrer na forma expansiva: criptococoma (paciente de pior prognóstico) ✓ Mais comum no paciente HIV: criptococcus neoformans (na lâmina, com tinta nanquim, vê-se em gemulação (palavra-chave) – e é a presença da gemulação que determina se é p/ tratar ou não (fez punção lombar, tem gemulação: Tratar. Fez punção lombar, não tem mais gemulação: iniciar profilaxia secundária); ela determina o momento de interromper o tto e iniciar profilaxia secundária p/ não haver proliferação. Só melhora depois que CD4 tiver >250, aí tem margem de segurança p/ tirar o antifúngico). ✓ GENERALIDADES: o CD4 ~ 50 a 100 o Doença grave de difícil tratamento o Pode acometer qualquer órgão, porém o SNC é o sítio mais acometido o Determina, na grande maioria das vezes, síndrome meníngea, de evolução crônica: cefaleia importante ▪ No paciente não HIV, o padrão de acometimento é pulmonar, ao contrário do paciente HIV. Diagnóstico não é por sorologia (não tem valor, visto que grande parcela de pessoas terá exame positivo) Meningoencefalites igual a meningite todas as manifestações da aula do JH rs Encefalite semelhante a processos expansivos semelhante ao paciente que faz derrame Estados demenciais alterações cognitivas praticamente o tto antiretroviral não altera MANIFESTAÇÕES OPORTUNISTAS - HIV | Karollayny Macêdo ✓ TRATAMENTO: ✓ Anfotericina (melhor droga). Se paciente não puder usar, opta por fluconazol (melhor que o Itraconazol porque atinge níveis na meninge). 2.3 Neurotuberculose GENERALIDADES: ✓ CD4 ~ 100 a 200 ✓ A OMS estima que: o 1/3 dos PVHA são portadores de TB o 350.000 óbitos por TB e AIDS/ano ✓ A apresentação clínica é ampla e depende do estado imunológico ✓ Manifesta-se como meningoencefalite e neurotuberculoma (processo expansivo abscedado na cabeça do paciente). ✓ Punção lombar: achados típicos ✓ TTO: 2RHZE + 7RH (na meningoencefalite tuberculosa deve ser associado corticosteroide ao esquema anti- TB) 3. MANIFESTAÇÕES GASTROINTESTINAIS ✓ Toda vez que atender paciente HIV, o exame da cavidade oral é mandatória. 3.1 Candidíase ✓ A mais frequente (HIV faz candidíase de todos os tipos, inclusive disseminada) ✓ Pode ocorrer em qualquer valor de CD4 ✓ A candidíase pseudomembranosa é típica do paciente HIV, definidora. Assim como casos de repetição, disseminados, são sugestivos. ✓ AGENTE ETIOLÓGICO: candida albicans (mais comum) • Candida tropicali • Candida cruzei ✓ TTO: Fluconazol 200mg no 1º dia seguido de 100mg por 7 a 14 dias. o Cetoconazol 400mg/d por 7-14 dias o Nistatina 500.000UI 4x/dia – adjuvante o Anfotericina B em casos graves ou refratários OROFARINGE: Candidíase Kaposi CMV Leucoplasia pilosa Herpes simples c. albicans é a mais comum, porém, no paciente HIV todas são possíveis. Por isso, se estiver tratando e não obtendo melhora, desconfiar de outro agente que não seja o mais comum. MANIFESTAÇÕES OPORTUNISTAS - HIV | Karollayny Macêdo 3.2 Sarcoma de Kaposi ✓ AGENTE: Herpes vírus humano 8 ✓ Patologia antes muito rara e agora frequente ✓ Proliferativa de endotélio: então kaposi sempre será diagnóstico diferencial onde tiver endotélio. ✓ Acomete TGI na maioria dos casos ✓ Boca: Nesses pacientes, é importante fazer o rastreamento da visceralização, pois 30-50% apresentarão em outros locais ✓ Diagnóstico clínico e laboratorial 3.3 Coccídeos ✓ Grupo de protozoários invasivos, que determinam importantes quadros diarréicos ✓ É a mais emblemática a causar DIARREIA aguda no paciente HIV (20 episódios diários) ✓ Isolamento difícil ✓ Tratamento variável ✓ Três agentes principais o Isospora belli (mais comum). TTO: SMX-TMP o Cryptosporidium parvum (mais grave). TTO: Paromomicina/Azitromicina/Nitazoxanida o “Microsporídios”. TTO: Albendazol 400mg 2x/d, por mínimo 3sem ✓ Tem que mencionar no EPF a pesquisa dos coccídeos, pois a tintura é diferente e o bioquímico tem que saber p/ testar. TTO - TARV (as vezes é o suficiente) - Quimioterapia (sistêmica ou local, Vimblastina, Viscristina, Bleomicina, Interferon) - Radioterapia Esôfago e Estômago: Candidíase (Esofagite por cândida é definidora de AIDS. sempre desconfiar de paciente com queixa de disfagia - fazer endoscopia digestiva alta). TTO: o mesmo Kaposi (40% das lesões estão localizadas no esôfago). TTO: o mesmo do que já foi descrito CMV (disfagia mais dolorosa. destruição intensa da mucosa podendo levar à perfuração). TTO: Ganciclovir 5mg/kg EV 21-27 dias INTESTINO: OBSTRUÇÃO INTESTINAL X DIARRÉIA X ENTERORRAGIA Tuberculose e MAC (diarreia, enterorragia, obstruções (mais comum) Coccídeos (Diarreia) Histoplasmose (Enterorragia) Estrongiloidíase Salmonelose CMV (diarréia, dor importante, ENTERORRAGIA, perfuração de alças, abdome agudo) Dx: colonoscopia. TTO: o mesmo Kaposi (Diarreia, dor intensa, enterorragias. Dx: colonoscopia, histopatológico. Dx diferencial para TB, histoplasmose ) MANIFESTAÇÕES OPORTUNISTAS - HIV | Karollayny Macêdo 3.4 Tuberculose intestinal ✓ Causa de dor, diarreia, enterorragia, obstruções (mais comum), muito frequente em PVHA. Íleo-cecal ✓ AGENTE: M. tuberculosis ✓ DIAGNÓSTICO o Desafio! Lançar mão de várias estratégias 3.5 Histoplasmose ✓ Raro no TGI, porém pode se apresentar como principal causa de ENTERORRAGIA ✓ AGENTE ETIOLÓGICO: Histoplasma capsulatum ✓ DIAGNÓSTICO: colonoscopia, histopatológico ✓ TTO: Anfotericina B / Itraconazol Acidentes por Animais Peçonhentos • Do ponto de vista clínico, será considerado aqui apenas: ü Acidentes por serpentes ü Acidentes por aranhas ü Acidente por escorpião Tanatofidismo • Acidente por cobras peçonhentas • Brasil: ü Aproximadamente 250 espécies peçonhentas, porém elas se dividem dentro de 4 grupos principais: 1. Acidente Botrópico: jararacas 2. Acidente Laquético: surucucu (as maiores serpentes peçonhentas das Américas) 3. Acidentes Elapidico: Micruros (corais) 4. Acidente Crotálicos: cascavéis Acidente Botrópico • O mais importante; • Corresponde a 95- 98% dos acidentes por cobras peçonhentas na Amazônia e fora, 90%; • Amplamente distribuídas pelo Brasil, por isso a maior incidência de acidentes; • Reorganização taxonômica: antigamente chamava-se o gênero de Bothrops, agora: “Rhinocerophis“- JR julgou importante para as provas de residência, que costumam cobrar as alterações de nomenclatura; • Existem cerca de 50 espécies de Bothrops; • Os filhotes já nascem prontos • Extremamente agressivas • Ação do veneno: ü Proteolítica- ampla destruição tecidual ü Hemorrágica- aparentes e discretas internamente ü Coagulante- consumo e ativação dos fatores de coagulação, tendo como consequência a não coagulação; Não será necessário focar em aspectos morfológicos dos animais, apenas clínica e suas correlações! A ação do veneno é importante, pois se consegue prever toda a clínica Ação Coagulante Ação Hemorrágica Ação Proteolítica Ação Hemolítica Outras Substâncias Metaloproteinases Esterase, cinina, lectina Fosfolipase A2 Aminas bioativas Desintegrinas Hemorraginas LHF I e LHFII As metaloproeinases merecem a atenção, pois sua ativação exacerba as lesões mesmo com a administração do soro antiofídico Foco na ação proteolítica: muita lesão tecidual, muito edema e dor local! Jararaca • IMPORTANTE: ü Saber o tamanho da serpentes do gênero Bothrops: ü Serpentes adultas possuem uma carga e variedade de venenos completa: acidente considerado mais grave, tendo os três polos: proteolítico, hemorrágico e coagulante; ü Serpentes filhotes possuem maior quantidade fatores hemorrágicos, com pouca atividade proteolítica ü É de suma importante na previsão da manifestação clínica do paciente, logo, é necessário questioná-lo quanto ao tamanho da serpente • Manifestações Clínicas: • Dor intensa e edema importante • Equimose e bolhas hemorrágicas • Infecção e necrose • Síndrome compartimental: manifestação local mais grave • Sistêmico: manifestações hemorrágicas • Complicações: • Infecções secundárias: celulite, erisipela, abcesso (evento tardio) • Manifestação hemorrágica • Necrose do membro afetado (manifestação tardia) • Insuficiência Renal: principal complicação • Síndrome compartimental • Causa de morte: insuficiência renal • É importante saber quais antibióticos prescrever na certeza de uma infecção secundária, atentando-se sempre para a nefrotoxicidade • Saber quando indicar o debridamento cirúrgico (físico) • Obs: óleo de papaína- função: debridamento químico, favorece a remoção do tecido necrosado rico em fibrina (amarelo da foto acima) Muita Atenção, pois as manifestações hemorrágicas podem ser discretas. As literaturas apontam para hemorragias puramente no SNC, não sendo aparente, principalmente se forem serpentes filhotes A parte mais importante não é só saber diagnosticar um acidente Botrópico e saber trata-lo com soro, mas estar atento às complicações! Quando a complicação é infecção secundaria, ela apresenta um padrão polimicrobiano, entretanto, deve-se ter cautela na administração de antibióticos, pois pode piorar o perfil da insuficiência renal. Atenção: • Sempre que a picada for em extremidade, considerar como GRAVE • Foto: paciente com lesão extensa em membro superior 30 minutos depois de ser picada • Paciente evoluiu com “saponificação” e infecção secundária • Conduta: amputação ampla do membro Acidente Laquético • Tudo que foi estudado sobre acidente Botrópico é idêntico ao acidente Laquético • São as únicas que botam ovos: precisam de temperatura e umidade adequada para chocar os ovos • Habitam preferencialmente florestas mais densas, logo, a maior incidência é na Floresta Amazônica • São as maiores serpentes peçonhentas das Américas. Principal representante: surucucu • Agressiva • Ação do veneno: ü Proteolítica ü Hemorrágica ü Coagulante ü Neurotóxica: altamente irritante do nervo vago, cursando com síndrome vagal: sudorese profunda e intensa imediata, liberação dos esfíncteres, hipotensão, visão turva imediata • Manifestações Clínicas: • Local: ü Dor e edema importante ü Equimose e bolhas hemorrágicas ü Infecção e necrose ü Síndrome compartimental • Sistêmico: ü Quadro hematológico: hemorragia local e à distância ü Quadro neurotóxico: síndrome vagal Ø Obs: São serpentes solenóglifas: a presa é grande, embanhada, retrátil e canaliculada, como agulhas dérmicas • Causa de morte: insuficiência renal • Complicações: as mesmas do acidente botropico ü Infecções secundárias: celulite, abcesso ü Necrose do membro ü Síndrome compartimental ü Diátese hemorrágica, inclusive intracraniana ü Insuficiência renal Ficar atento à historia do paciente, na ausência de sintomas de síndrome vagal, dificilmente você está diante de um acidente Laquético Surucucu Cininogenase Solicitar: Hemograma (para verificar infecção secundaria), Coagulograma, função renal: ureia, creatinica, eletrólitos (verificar indicação de dialise) Se mesmo depois de toda a conduta com soro antiofídico e sintomáticos houver a presença de gangrena, a conduta é amputar o membro! GANGRENA GASOSA: agente etiológico- Clostridium perfringes, coloniza tecido de margem, aprofunda na lesão e promove gangrena, necrosando todo o tecido Acidente Elapídico • O mais grave dos acidentes • Representante: coral verdadeira (MICRURUS), najas, serpentes marinhas – os venenos mais potentes do reino animal • Amplamente distribuídas no território • Acidente raro, pois as serpentes são arredias e vivem escondidas, porém é sempre gravíssimo • Hábitos fossoriais (debaixo do solo) e pouco agressiva • Não picam, ou armam bote, mordem • Potente veneno neurotóxico • Enquanto as outras anteriores são solenóglifas, as corais são proteróglifas, com dentes minúsculos à frente, • Quadro clinico: o Local: discreta ou nenhuma o Sistêmico: ptose, distúrbios visuais, dificuldade para deglutir, sialorreia, miastenia símile, facies miastenica, insuficiência renal aguda, insuficiência respiratória • Causa de morte: insuficiência respiratória – paralisa musculatura ventilatória Mecanismo de Ação: NEUROTOXINAS Ação Neurotóxica Ação Hemorrágica Ação miotóxica Ação cardiovascular Neurotoxina • Bloqueio da junção neuromuscular pré e pós sináptico • Neurotoxinas pré sinápticas: diminuem influxo de cálcio, impedindo a liberação de acetilcolina na fenda • Neurotoxinas pós sinápticas: ocupam os receptores de acetilcolina livres • Consequência: rápida, progressiva e fatal relaxamento da musculatura • Primeira a paralisar: musculatura ventilatória acessória: intercostal e diafragma Acidente Crotálico • Todas as serpentes Crotalus foram realocadas para o gênero Caudisona; acidente caudisônico • Cascavéis: chocalho para atrair roedores e espantar suas não presas • Produz pouca quantidade de veneno • Ancestral comum da Bothrops e laquesis • Sem ocorrência no Amazonas • Deserto e cerrado • RO, RR e PA (oeste- Santarém) • Responde por 10% dos acidentes por ofídicos no Brasil • Ação do veneno: ü Neurotóxico ü Miotóxico ü Coagulante • Manifestações Clínicas: ü Paralisia dos pares cranianos: mesma clinica do acidente elapidico: o Local: discreta ou nenhuma o Sistêmico: ptose, distúrbios visuais, dificuldade para deglutir, sialorreia, miastenia símile, facies miastenica, insuficiência renal aguda o Mialgia por ação do veneno miotóxico direto: rabdomiolise o Insuficiência renal: evento natural e evidente do acidente Ação Neurotóxica crotoxina, crotamina, giroxina, convulxina Ação Miotóxica crotoxina, crotamina Ação Coagulante trombina simile Ação hemorragica O mecanismo de ação da neurotoxina crotálica é somente pré sináptica èparada respiratória é mais demorada/ manifestações neurológicas não tão evidentes INSUFICIÊNCIA RENAL- BOTROPICA/ ELAPIDICA ü Ativação das bradicininas hipotensão severa redução è è do leito vascular renal (hipovolemia) insuficiência renal è ü Evento que dura muitas horas para se concretizar INSUFICIÊNCIA RENAL- CROTÁLICO ü Evento natural provocado pelo veneno miotóxico, ou seja, lesão direta pela rabdomiólise ü Evento dura pouco tempo até se concretizar Terapêutica Pode-se realizar a terapia polivalente, mas o ideal é realizar o diagnostico, para realizar o soro o mais específico possível Antes de administrar o soro é necessário realizar um preparo do paciente, com medicações que reduzam reação anafilática: bloqueadores de H2, corticoide de ação rápida com hidrocortisona; O soro deve ser específico para se neutralizar efetivamente o veneno. Com a administração do soro polivalente, outras frações de veneno restantes provocam doença do soro, SAF e outras alterações Aracneísmo • Dividido em dois grupos: ü Escorpionismo ü Araneísmo Escorpionismo • Aumento do número de casos • Acidente potencialmente grave • População de risco que desenvolve quadros graves: crianças (principalmente) e idosos • Tityus: ü T. serrulatus: escorpião amarelo; provoca os acidentes mais graves no Brasil ü T. bahiensis ü T. cambridgei ü T. mentuendus ü T. paraensis Mecanismo de Ação Paciente experimenta um passeio hora no polo da adrenalina: taquicardia, dispneia, aumento da frequência cardíaca; hora no polo da Ach: aumento da contratura muscular, mioclonia, tetania muscular Paciente que apresenta rinorrreia e tosse (sobretudo criança) pós picada de escorpião: acidente com maior gravidade – hipersecreção brônquica Polos graves do Escorpionismo: ü Edema agudo de pulmão ü Arritmia Desenvolvimento em 12 horas Criança vítima de picada por escorpião: Não liberar para casa antes de 12 horas de observação! Clínica • Dor local pronunciada • Sialorréia intense • Sudorese • Piloereção • Tremores e espasmos • Taqui ou bradicardia • Rinorréia e tosse: edema pulmonar • Arritmia cardíaca Conduta • Radiografia de tórax: verificar perturbações pulmonares (edema) • Eletrocardiograma: verificar arritmias • Dosar potássio • Administração do soro • Observar complicações: não liberar antes de 12 horas • Atenção: dor pode estar ausente em quadros graves Aracneismo • Brasil- três gêneros de importância: • Loxoscelismo: mais grave! ATENÇÃO 1. Loxoscelismo • Aranhas pequenas (<1 cm) • Ocorrem em todos os continentes • Só na América do Sul há 30 espécies e sua discrição no Brasil se deu em 1891 • Hábitos noturnos, tecem teias irregulares, pouco agressivas • Considerada a forma mais importante de acidente por aranha nas Américas • Predominante no sul do Brasil Lesão dermatonecrótica: característica da picada por Loxoceles • Forma cutânea • Forma mais comum – 87 a 99% • Forma edematosa facial • Edema acentuado e eritema como únicas manifestações • Forma cutâneo-visceral • Forma mais grave – hemólise • Anemia aguda, icterícia, hemoglobinúria • IRA e CIVD O acidente é grave, pois como a picada é indolor, o paciente só procura atendimento quando as manifestações estão muito evidentes, muitas horas ou dias depois, apresentando um quadro mais grave Picada de aranha indolor: pedir ao paciente para retornar ao atendimento daqui a 2 ou 3 dias 2. Foneutrismo • Aranhas grandes, de hábitos noturnos, agressivas, não fazem teias e caçam ativamente • Amplamente distribuídas pela América do Sul • As espécies de destaque no Brasil ü Phoneutria fera: aranhas agressivas, cuja picada é muito dolorosa ü Phoneutria nigriventer ü Phoneutria reidyi ü Phoneutria bahiensis • Acidentes documentados desde 1925 • Manifestações clinicas: • Locais: ü Dor intensa com irradiação par a raiz do membro ü Edema ü Sudorese no local da picada ü Parestesias ü Fasciculações musculares Acidente semelhante ao escorpionismo Ocorrem as mesmas perturbações musculares do acidente por escorpiões: mais grave em crianças ü Edema agudo de pulmão ü Arritmias cardíacas • Sistêmicas: • Vistas principalmente em crianças; ü Vômitos ü Sudorese generalizada ü Hipotensão ü Bradicardia ü Arritmias ü Edema agudo de pulmão ü Priapismo : sinal de gravidade 3. Latrodectismo • 45 espécies no mundo • 3 espécies no Brasil • Latrodectus mactans • Latrodectus curacavienses • Latrodectus geometricus • Hábitos sedentários, gregárias, não agressivas, tecem teias irregulares • Somente as fêmea são perigosas ao homem • Manifestação clinica: • Locais ü Dor ü Sudorese ü Pápulas eritematosas ü Edema ü Eritema ü Sensação de queimação ü Hiperestesia Acidente parecido com as foneutras e escorpião: excesso de ach e adrenalina que intercalam: mesmos sintomas • Sistêmicas: ü Parestesias ü Tremor ü Dor irradiada em membros ü Dor abdominal ü Artralgia ü Ansiedade e agitação ü Cefaléia, vômito, febre ü Priapismo, ejaculação, dor testicular ü Opressão precordial, taquicardia, bradicardia RESUMO: acidentes por aranhas e escorpiões são sempre mais grave em crianças! Com exceção do loxoscenismo- grave em qualquer faixa etária, pois faz lesão dermato- necrótica importante incluindo insuficiência renal Outros Acidentes • Lepidopterismo: forma alada • Erucismo: forma em larva – mais importante - Mesmo animal que em fases de vida diferentes provoca acidentes diferentes - dois de importância medica: lonomiase e pararamose Erucismo: Lonomíase • Erucismo mais grave • Lonomia obliqua: Brasil todo • Lonomia achelous: Amazonia • Acidente grave: hemorragia/ diátese hemorrágica devastadora • Dor local e queimação • Fenômenos hemorrágicos: cutâneos, gengiva e cerebral • Gregária: tende a viver em conjunto- geralmente o acidente ocorre a partir do contato por varias lagartas • Hospital e soro Erucismo: Pararamose • Premolis semirufa • Seringal • Dor local e queimação • Artrite reumatóide símile: tropismo pelo liquido sinovial • Se administrar corticoide- perpetua lesão (diminui defesa do organismo) • Não tem alteração • Anquilose Ictismo: acantatoxismo • Ictismo: acidente provocado por peixes_ sacotoxico: carne do peixe é venenosa • Acantatoxismo: peixes que tem “ferramenta” inoculadora – arraias: ü Comum na Amazônia ü Potamotrygos sp. ü Ato-reflexos causa o acidente ü Veneno necrosante e neurotóxico ü Dor intensa, imediata e progressiva • Ferrão além de inocular veneno provoca lesão mecânica • Cicatrização demorada • Após o acidente, lavar bem o ferimento com água morna • Medida muito importante para alívio da dor! • Infecção secundária Veneno provoca muita dor, porém é sensível à temperatura – solução: imersão em água morna (habito de urinar no ferimento) Himenopterismo: Abelhas • Depende do número • Tóxico e alérgico • Melitina, Fosfolipase A2, apamina, aminas, mastoparanos • Miotóxico, hemolítico e bloqueio NM • Local: dor e edema • Sistêmico: Lesão muscular – Arritmias cardíacas – Necrose hepática • >100 picadas: tóxico • >500 picadas: pode ser fatal • Risco de parada cardíaca tardia • Retirada dos ferrões cuidadosamente • Medicações: – Analgésico – Antihistamínicos – Adrenalina Heminopterismo: formigas • PARAPANEMOSE : Tucandeira • Dor insuportável • Febre alta Palidez • • SOLENOPSISMO • Dor • Leve ou grave Água, sabão, analgesia Quilopodismo • Acidentes esporádicos • Na maioria sem gravidade • Adoréoprincipal sintoma • Vertigens, cefaléia • Compressa gelada e álcool no local RESUMO • Acidente botropico e laquetico: Insuficiencia renal e síndrome compartimental • Acidente crotalico: insuficiência renal • Acidente elapidico: insuficiência respiratória • Escorpiões: edema agudo de pulmão e arritmias • Aranhas- loxosceles : dermato necrose devastadora com insuficiência renal • Foneutras e latrodectis: edema pulmonar, arritmias cardíacas • Ictismo (peixes): arraiais – analgesia com agua morna • Erucismo- lonomiase : hemorragia grave • Erucismo- pararama: artrite reumatoide simile ANTIMICROBIANOS NA PRÁTICA CLÍNICA KAROLINE HELENA T97 1 PENICILINAS Bactérias de maior relevância clínica (sublinhados). Dos Gram+, os que não estão sublinhados estão mais relacionados a hospital, infecção de corrente sanguínea e paciente com endocardite. GRAM + GRAM - Gram-positivos Gram-negativos Staphylococcus auerus Staphylococcus epidermidis Staphylococcus saprophyticus Staphylococcus haemolyticus Streptococcus pneumoniae Esteptococos Beta-hemolíticos Estreptococos Viridans Enterococos Enterobacter aerogenes Enterobatcer cloacar Escbherichia coli- urina Haemophilus influenzae- pulmão Klebsiella pneumoniae - urina Moraxella catarrhalis- dialíticos, renais, transplantados, microbiota da boca da cobra Proteus mirabilis- urina, formador de cálculos Pseudomonas aeruginosa Neisseria gonorrahoeae Mecanismos de resistência: - Alteração na permeabilidade por aumento da espessura - Alteração das membrana de proteínas ligadoras de penicilinas - Porinas - Bombas que eu vou criar - Beta lactamases (aula de resistência) Sir Alexandre Flemmig x Pioneiro o Descobriu a Penicilina (Penicillium) – 1928 enquanto estuvada culturas do gênero Staphylococcus spp. o Ele viu o fungo que matou o estafilo: quando estava estudando estafilo, esqueceu a cultura, viu que cresceu ali um fungo e que não tinha mais estafilo. Descobriu que o que tinha no fungo que matava o estafilo era a penicilina. Mas, desde aquela época, não eram todos os estafilos que morriam com a penicilina, já existia a resistência. Hoje quase 100% dos estafilos é resistente à penicilina. x Somente em 1940 que se conseguiu purificar a penicilina ANTIMICROBIANOS NA PRÁTICA CLÍNICA KAROLINE HELENA T97 2 Antibiótico x Origem (do grego – anti + biotikos, “contra um ser vivo”) x Antimicrobiano não é o mesmo de antibiótico. O primeiro é um termo genérico (pode ser antibiótico, antifúngico e antivirais) x Qualquer remédio capaz de combater uma infecção causada por microorganismos que causam infecções a outro organismo (bactérias). Local de Ação dos Antibióticos MECANISMO ANTIBIÓTICO Parede celular Penicilina, Cefalosporina e Vancomicina, Carbapenêmicos Síntese de Proteína Aminoglicosídeo, Tetraciclina, Cloranfenicol, Macrolídeos e Lincomicinas Síntese de DNA Ácido Nalidixico e Fluoroquinolonas Síntese de RNA RIfampicina e Etambutol Metabolismo do Ácido Fólico e *Ácido Fólinico Sulfonamidas, Trimetoprim e Primaquina, *Pirimetamina Detergente de Superfície (não deixar que aquela superfície lipopolissacaridea se forme) Polimixina e Anfotericina B x Trimetoprim e Primaquina – Sulfonamidas: inibem a enzima que vai fazer a conversão de ácido fólico em ácido folínico, por isso que no tto da neurotoxoplasmose associa ao tto o ácido folínico (ele não é tto, é reposição do ácido folínico que não se forma por causa da pirimetamina que usa no esquema). TTO da toxoplasmose neurotóxica – sulfa e pirimetamina x Quando eu tenho macrolídeos, por exemplo, associado com as nitrosaminas, eles atuam na mesma estrutura do RNA ribossômico. Ai quando eu dou essas duas drogas eles podem ter efeito antagonista, então eu evito associar macrolideos com clindamicina, por exemplo. Então se você conhecer, não vai deixar ANTIMICROBIANOS NA PRÁTICA CLÍNICA KAROLINE HELENA T97 3 associar ceftriaxona, azitromicina e claritromicina mais clindamicina pra um paciente com suspeita de pneumonia Classificação conforme sua ação sobre a bactéria BACTERICIDA BACTERIOSTÁTICO Penicilinas Cefalosporinas Vancomicina Aminoglicosídeo Monobactâmico Carbapenêmicos Fluorquinolonas Tetraciclina Eritromicina Cloranfenicol Sulfonamida Lincomicina Trimetoprin x Bactericidas - Atuam no DNA e na parede x Bacteriostáticos – Atuam na produção de proteína do ribossomo. Se eu parar de produzir proteína, não vou deixar que a bactéria se multiplique. Não vou matar ela, eu impeço que a maquinaria funcione a favor da bactéria BETA- LACTÂMICOS x Possuem um anel beta-lactâmico na sua estrutura x As classes que compõem o grupo de beta-lactâmicos são: (Todos possuem o anel, o que diferencia as classes são os radicais) 1. Penicilinas 2. Cefalosporinas 3. Monobactâmicos 4. Carbapenêmicos x As substituições permitem modificar o espectro de ação e as propriedades farmacocinéticas e farmacodinâmicas x Mecanismo de ação: - Ligação á PBP (proteína ligadora de penicilina) da parede celular, inibindo a síntese da parede x Mecanismo de Resistência: 1. Produção de Beta-lactamases: mais eficiente e comum 2. Modificações estruturais das proteínas ligadoras de penicilina (PLP) – gene Meca 3. p da permeabilidade através de mutações e modificações nas porinas; 4. Bombear ativamente o ATB para fora da célula – bomba de efluxo – carbapenêmicos Farmacocinética x Benzilpenicilinas (naturais) - Penicilina cristalina ou aquosa (EV) Por muito tempo deixou de ser produzida porque não tinha mais o princípio ativo. 1. Meia-vida curta (30 a 40 minutos) – problema: tem que fazer posologia muito frequente, de 4 em 4 h - , é eliminada (4h) ANTIMICROBIANOS NA PRÁTICA CLÍNICA KAROLINE HELENA T97 4 2. Distribui-se amplamente [] terapêuticas todos os tecidos 3. Ultrapassa a barreira hemato-encefálica (inflamação); - Penicilina G procaína (IM) 1. Procaína retarda absorção o meia vida 12h – regime ambulatorial para paciente menos grave - Penicilina G benzatina (IM) Uso seletivo hoje, por exemplo sífilis e profilaxias. 1. Depósito, pouco hidrossolúvel 2. Os níveis séricos ~15 a 30 dias - Penicilina V (O) Não se usa mais, absorção ruim. x Aminopenicilinas (Semi-sintética) - Ampicilina 1. 6/6 horas, meia vida curta 2. [] terapêuticas no LCR, líquido pleural, articulações e fluidos peritoneais na presença de inflamação e após administração parenteral. - Amoxacilina 1. Absorção por via oral é melhor que ampicilina 2. Utilizada de 8/8 horas. 3. Alcança níveis no LCR inferiores a ampicilina (não é droga pra tratar infecções do SNC). x Penicilinas resistentes às penicilinases - Oxacilina (EV) Foi uma droga criada quando teve a resistência à penicilina (meticilina – MRSA 1. Apresenta metabolização hepática, excreção renal. 2. [] liquóricas satisfatórias (inflamação) 3. Ampliar cobertura contra os bacilos gram-negativos(penicilinas de amplo espectro), pois ela não tem muito efeito contra eles. Para isso foram criados: - Carboxipenicilinas (carbenicilina e ticarcilina) - Ureído-penicilinas (mezlocilina, piperacilina e azlocilina) Na prática normalmente vocês ao encontrar só a oxacilina e a piperacilina. x Penicilinas de amplo espectro, obtidas por associação com inibidores de Beta-lactamase Por que tiveram que associar? Mecanismo de resistência que produz as enzimas beta-lactamase. A indústria farmacêutica criou, então, os inibidores de beta-lactamases. ANTIMICROBIANOS NA PRÁTICA CLÍNICA KAROLINE HELENA T97 5 - Amoxacilina – ácido clavulânico (EV e VO); 1. Rapidamente absorvida pelo trato digestivo (boa opção pra VO) 2. Ligação proteica baixa (18 e 25%) 3. Rápida penetração na maioria dos tecidos e líquidos extravasculares, incluindo líquidos pleural, peritoneal e secreções pulmonares (continua com deficiência no líquor) 4. Excelente atividade contra S. aureus, H. influenzae e Moraxella catarrhalis produtoras de Beta- lactamases (excelente atividade contra Gram+ e Gram -, passa a ter efeito novamente contra as Gram negativas pela inibição das beta-lactamases) - Ticarcilina – ácido clavulânico – não tem no mercado - Ampicilina – sulbactam (EV, VO) 1. Mais de 75% eliminada por via renal 2. Ambos penetram bem tanto nos tecidos como nos líquidos extravasculares (líquido peritoneal 90% da [ ] sérica) Utilizada principalmente para infecções abdominais, peritonites, infecções de partes moles, por mordeduras de animais, leptospirose. - Piperacilina – tazobactam (EV) 1. Boa distribuição tecidual e em líquidos orgânicos, pulmões, pele, mucosa intestinal, vesícula e líquidos biliares. p LCR na ausência de inflamação Ajustes x Exceto a oxacilina, demais precisam ajustar na IR avançada x Piperacilina ajustar na Insuficiência Hepática Grave x Proceder com a dose pós diálise de: piperacilina, ampicilina, penicilina G, porque a diálise vai retirar, apenas na diálise vascular/ venosa (na peritoneal não precisa) x Não são clareadas pela diálise peritoneal Interações Medicamentosas x Penicilinas, especialmente a piperacilina podem inativas os aminoglicosídeos quando na mesma solução. Cuidado ao fazer mistura de drogas no mesmo frasco antes de administrar, depois não tem problema. x Podem ser antagonizadas quando feita com ATB bacteriostáticos (sulfonamidas, macrolídeos e tetraciclinas), mas nem sempre acontece. Usos Terapêuticos x Primeira escolha para infecções bacterianas Gram-positivos: 1. Streptococcus, Staphylococcus e Enterococcus ANTIMICROBIANOS NA PRÁTICA CLÍNICA KAROLINE HELENA T97 6 Droga ainda muito boa para estrepto, principalmente o pyogenes (erisipela), estreptococos grupo B, pneumonia em criança) x Anaeróbios Clostridium (inclusive o mesmo que causa o tétano), excluindo Bacteroides (anaeróbio do TGI baixo) x Cocos Gram-negativos: Neisseria (meningites; gonocócica é resistente) x Usa-se em casos de: 1. Meningite bacteriana, endocardite, pneumonia, faringite 2. Sífilis (melhor tto), gonorreia, leptospirose (melhor tto), otite média(não dá mais pra tratar com isso) e infecções da pele x Não é a primeira escolha em infecções por Staphylococcus (resistência) – Oxacilina é a droga de escolha para Staphylococcus aureus. Amoxacilina também trata quando não é MRSA x Endocardite por Enterococo – melhor droga é a ampicilina (depois a penincilina – resistência) PNEUMONIA x Agente mais frequente: S. pneumoniae e Haemophilus influenzae (idosos e crianças < 4 anos) x Regiões com alta resistência à penicilina x Não têm atividade contra agentes atípicos (Porque o atípico penetra na célula) x As penicilinas anti-pseudomonas (piperacilina/tazobactam), opções: 1. Portadores de fibrose cística (Pseudomonas spp.) 2. Em alcoólatras ou desnutridos (geralmente bacilos gram-) 3. Pneumonia associada à assistência à saúde. OTITES/ SINUSITES x Agentes usuais: nas crianças < 5 anos, H.influenzae e S. pneumoniae 1. Opção: aminopenicilinas + ácido clavulânico – Clavulin (trata quase todos, menos anaeróbios) x Em processos crônicos: a cultura de secreções é importante 1. Estafilococos, bacilos gram-negativos e anaeróbios 2. Penicilinas com atividade anti-estafilocócica e anti-pseudomonas. x Pacientes diabéticos: com a cronificação da infecção (tempo de tratamento precisa ser > 21 dias) 1. Pseudomonas spp., penicilinas anti-pseudomonas Lembrar que 90% das sinusites ou mais é de etiologia viral – não tratar com atb FARINGOAMIGDALITES x Agente mais frequente é o S. pyogenes (Streptococcus Beta-hemolítico, do grupo A) x Drogas de escolha: 1. Penicilinas G e V ou (não usar oral de jeito nenhum) ANTIMICROBIANOS NA PRÁTICA CLÍNICA KAROLINE HELENA T97 7 2. Aminopenicilinas c/ ou s/ inibidor de beta-lactamase x H.influenzae: em crianças e às vezes nos adultos jovens, infecções potencialmente gravez, com terapêutica parenteral. INFECÇÕES CUTÂNEAS x Estreptococo: 1. Infecções superficiais (erisipela, impetigo) x Estafilococo: 1. Mais profundas, em pacientes diabéticos e as da região da face 2. Pós trauma 3. Utilizar penicilinas resistentes às penicilinases: oxacilina é a terapêutica mais recomendada. Toda celulite em face é considerada grave, tendo que internar o paciente, e essa, particularmente é muito grave porque do outro lado da face já está começando também. A comunicação com o seio cavernoso é muito fácil. MENINGITES BACTERIANAS x Agentes causadores mais frequentes: N. meningitides, S. pneumoniae e H. influenzae x Drogas de escolha: 1. Penicilina cristalina em altas doses é uma boa opção terapêutica de germes sensíveis 2. Recém nascido: ampicilina é a melhor escolha (pela presença da listeria) x H. influenzae baixa prevalência devido a vacina EFEITOS ADVERSOS x Reações de hipersensibilidade - Raramente reações alérgicas e até choque anafilático - Sintomas iniciais nesses casos: * Eritemas cutâneos disseminados, febre e edema da laringe, com risco de asfixia 1. Toxicidade: pouca 2. Hipersensibilidade até 8% dos paciente x É mais comum com as benzilpenicilinas (qualquer penicilina) x Manifestações cutâneas - Variáveis - Eritema difuso (tomar cuidado porque às vezes é porque a infusão foi muito rápida, é so auemntar o tempo de difusão que melhora), “rash” cutâneo, placas urticariformes - Raramente a síndrome de Stevens-Johnson - Estas reações geralmente são tardias e ocorrem em 1 a 10% dos pacientes - Podem ser acompanhadas por eosinofilia* e febre Etiologias: A – Estrepto; B- Estafilo A B ANTIMICROBIANOS NA PRÁTICA CLÍNICA KAROLINE HELENA T97 8 Caso: paciente com abscesso hepático, único medicamento que deu certo foi o meropenem, ta com eosinofilia tremenda, o pessoal quer que eu troque o atb. Meropenem é um beta lactamico e até que se prove o contrário ele vai causar eosinofilia. Pode causar febre também. A conduta, nesses casos, é retirar o antibiótico e avaliar o paciente. - As aminopenicilinas mais associadas com manifestações cutâneas x Toxicidade Renal - A nefrite intersticial alérgica pode ocorrer (oxacilina). Acompanha-se de febre, “rash”, eosinofilia e hematúria x Toxicidade Hematológica - São incomuns: * Anemia hemolítica e trombocitopenia. A leucopenia é dose e tempo-dependente * Desordens hemorrágicas, por alteração da agregação plaquetária x Neurotoxicidade - Convulsões e abalos musculares com altas doses de penicilinas quando na presença de insuficiência renal - As convulsões refratárias aos anticonvulsivantes e cessam apenas com a retirada (Quando suspeitar, deve retirar o antibiótico e avaliar se é realmente isso). x Outros - Uso prolongado ou em altas doses pode causar depleção da flora normal no intestino - Diarreia e colite pseudomembranosa (Todos os atb estão relacionados com ela, pois alteram a flora). ANTIMICROBIANOS NA PRÁTICA CLÍNICA KAROLINE HELENA T97 1 Com as duas classes ministradas, consegue-se tratar em torno de 90% das infecções com que irão se deparar depois da formação, em pronto socorro e ambulatório. Ler sobre: quinolonas, macrolídeos e a clindamicina. Pode ser cobrado na prova. Importante: saber tratar os pacientes. Introdução x Assim como a penincilina, foi descoberto a partir de culturas isoladas de Cephalosporium acremonium de um esgoto na ilha Sardenha em 1948. x Em cultura inibiam a Salmonella typhi, lembrar da ceftriaxona como tratamento para salmonellose x O farmacêutico Eli Lilly lançou as primeiras cefalosporinas na década de 1960. Na sequência já tinha resistência diagnosticada ou definida ou encontrada pela cefalosporina. x RESISTÊNCIA: Já existe na natureza, o que o atb faz é a seleção dos germes resistentes. Sempre que houver lançamento de algum atb, irá existir resistência a ele. O que podemos fazer é controlar essa resistência: lavagem das mãos, evitar o uso indevido de atb x Uma das classes mais utilizadas Quem acompanha PS, algum médico, vê que as drogas mais utilizadas são ceftriaxona e azitromicina ou claritromicina para Pneumonia ou infecção urinária. x Grupo mais inadequadamente utilizado – tratamento empírico e “profileutico” cirúrgico. Cefalosporinas são as drogas mai utilizadas na profilaxia cirúrgica. Não é nem profilaxia nem terapêutico. Médico faz “por via das dúvidas” atb antes da cirurgia e 3 dias após, então nem trata nem faz só a profilaxia (que, em cirurgias limpas, deveria ser apenas até a indução anestésica e não mais de 24 horas – exceto algumas cirurgias cardíacas, ortopédicas, de prótese e oncológicas) o indução de resistência na comunidade – principalmente pelo uso de cefalosporinas de 3ª geração, como a ceftriaxona x Capaz de induzir resistência: - MRSA (estafilococo resistente à meticilina) e - ESBL (Bactéria gram negativa de beta lactamase espectro estendido) 9 Produz uma beta lactamase que destrói as cefalosporinas, os beta lactamicos no geral. 9 Variação plasmidial 9 90% dos pacientes que internam no PS do HAM com infecção urinária já tieram uma sequência de antibióticos e é ESBL+. Ciprofloxacino (quinolona) com certeza não vai tratar o paciente resistente CEFALOSPORINAS ANTIMICROBIANOS NA PRÁTICA CLÍNICA KAROLINE HELENA T97 2 Classificação das Cefalosporinas CEFALOTINA (EV) e CEFALEXINA (VO) o Boa atividade contra Gram + (principais: Staphylo e Strepto) e modesta contra Gram negativos. São a mesma coisa, uma é venosa e a outra oral. Você começa o tratamento com cefalotina e termina com cefalexina. INDICAÇÃO CLÍNICA: o ITU não complicada – E. coli comunitária o Grávidas com infecção urinária: cefalexina, amoxacilina. Porque não interfere no feto, é segura. o Infecções estafilocócicas sistêmicas o MSSA o Profiláticos em cirurgias o Infecção de pele: o Impetigo (estrepto) e quando bolhoso (estafilo) o criança tem a picada do inseto, coça e faz uma bolhinha, vai coçando, vai aparecendo a lesão – trata com cefalexina. o Erisipela (strepto) com cefalotina e cefalexina. o Celulite (estrepto ou estafilo) - cefalotina e cefalexina. Obs.: Não trata furúnculo (não tem indicação de tratamento, tem que deixar drenar, exceto em diabéticos/imunodeprimidos). o Celulite periorbitária em crianças se não tiver extenso, mas a melhor droga é a oxacilina. EFEITOS ADVERSOS o Hipersensibilidade o Anemia hemolítica o Anafilaxia (7-20% reação cruzada a alergia a penicilina) O cara é alérgico à cefalosporina e também alérgico à penicilina. Tem que tomar cuidado, o contrário ocorre também. o Neutropenia febril raras À medida que eu aumento a geração, eu diminuo a ação contra bactérias gram +. Em compensação, eu aumento meu efeito para gram -. CEFALOSPORINAS DE 1ª GERAÇÃO ANTIMICROBIANOS NA PRÁTICA CLÍNICA KAROLINE HELENA T97 3 CEFACLOR, CEFOXITINA, CEFUROXIMA o Exercem maior atividade contra Gram negativos. Algumas agem contra G- anaeróbios como B. fragilis (no intestino grosso, quando tem perfuração/cirurgia/trauma – usa cefoxitina, nome comercial: Zinate) o Meio a meio: trata bem o Gram+ e bem o Gram -. (Cefuroxima e cefaclor pode utilizar em pacientes que você tem dúvida diagnostica entre gram + e gram -) o Muito utilizados na pediatria, infectologia o Cefoxitina é mais utilizada na profilaxia cirúrgica em alguns casos abdomnais (maior chance de gram neg quando faz cirurgia de aparelho biliar, digestivo) o Profilaxia cirúrgica pra pele (gram+) o Concentram bem em tecidos moles, vias aéreas (sinusopatias) e urina. o São mais resistentes a ação da betalactamase o Amplo espectro de ação o H. influenzae o S. aureus o S. pneumoniae – tratamento de pneumonia (mas também usa amoxacilina+clavulanato, quinolona também – levofloxacina). o Não são eficazes para Pseudomonas e Enterococos o Não atravessam a barreira hematoencefálica e não concentra em SNC – não trata meningite de jeito nenhum! CEFTRIAXONA, CEFTAZIDIME o São menos ativos contra G+ (quase não tem atividade), exercem atividade contra Gram – o Algumas atuam contra P. aeruginosa. Droga (ceftazidime) muito importante para tratar pseudomonas, junto com o cefepime (4ª geração). Nas penicilinas tínhamos piperacilina o Geração mais utilizada para meningite (concentra muito bem no SNC). x Drogas pouco ativas contra estafilococos – se tiver celulite grave não trata com ceftriaxona, ceftazidima nem pensar pq não pega nada de estafilo. x Grande resistência a betalactamase – Gram (-) x Atingem níveis terapêuticos no liquor – uma das melhores drogas para meningite. Por isso que no protocolo de sepse eu uso ceftriaxona, pois ela se concentra muito bem em todos os tecdos, inclusive a meningite. A sepse eu não sei o foco, é suspeita do foco, então eu tenho que tratar algo disseminado. CEFALOSPORINAS DE 2ª GERAÇÃO CEFALOSPORINAS DE 3ª GERAÇÃO ANTIMICROBIANOS NA PRÁTICA CLÍNICA KAROLINE HELENA T97 4 E.coli; Klebsiela; Proteus indol + e; Enterobacter; Serratia; Ciprobacter; H. influenzae; Gonococo; B. fragilis e outros anaeróbios; P.aeruginosa o Por que a ceftriaxona é tão utilizada? Concentra quase em todos os tecidos de forma muito boa e não precisa de ajuste renal, não é nefrotóxica. Concentra bem em pulmão, via aérea superior, tecidos e partes moles. INDICAÇÕES 1. Infecções sistêmicas – Pneumonia (associado com amoxacilina+ clavulanato+ zinforo), ITU (prof utiliza muito no HAM), infec intra abdominais 2. Gonorréia, febre tifoide, meningites. Na ausência de penicilina, pode ser utilizada para tratar sífilis. 1. Cada vez mais frequente o isolamento de resistência EFEITOS ADVERSOS x Diarreia – ocasional; colite pseudo-membranosa (todos os atb podem induzir) x Icterícia (lama biliar – até 20%), colestase – É segura para grávida, porém não muito utilizada por causa desse efeito adverso – risco de impregnação de bilirrubina no cérebro – lesão. Neonato – 2ª geração x Raros 1. Cefaleia; vertigem 2. Leucopenia; trombocitopenia e n transaminases Comentou do caso da aula passada- meropenem com trombocitopenia, queriam que ele suspendesse. (transcrição de penicilinas) o Ficou um tempo em desuso porque a ceftriaxona tomou o lugar e pra pseumonoas, na sequencia foi lançado o cefepime (4 geração) INDICAÇÕES x Elevada potência antimicrobiana contra gram (-) inclusive P.aeruginosa x Estreptococo e hemófilos x Paciente com usode corticoide crônico e fibrose – pseudômona e trata também a Mucoderia, bactéria naturalmente resistente a todos os antibióticos, tem apenas 4 atb que tratam ela. CEFTRIAXONA CEFTAZIDIMA ANTIMICROBIANOS NA PRÁTICA CLÍNICA KAROLINE HELENA T97 5 x Pé diabétio também tem Pseudomonas, pq usa muito atb e quando tem ulcera cronia pseumdomonas é MT frequente. EFEITOS ADVERSOS x Hipersensibilidade x Flebite EV x Diarreia x Anafilaxia rara x Pouco freq. Leucopenia; trombocitopenia; n transaminases e FA x Infecção por cândida – predisposição a infecção por cândida (outros exemplos: amoxa com clavulanato tem mais chance de diarreia; tazocin, sempre tem lote q os pacientes evoluem com diarreia) CEFEPIME o Expectro expandido e mais estável frente a beta-lactamases (Particularidade: Não induz a resistência) o Atuam sobre P. aeruginosa, inclusive as produtoras de Beta-lactamase cromossômica (tipo 1- AmpC), em dose alta. o Resgatou a cobertura para Gram+( que estava diminuindo de acordo com as gerações) e ampliou o espectro para Pseudomonas. o Não são ATB de uso corriqueiro (uso intra-hospitalar) o Potente atividade contra gram (-) (anti-pseudomonas) e contra estafilococos o “Ceftriaxona melhorada” o Excelente concentração em SNC Paciente que já esteve internado, que pode ter resistência, foi manipulado em hospital o suspeita de Pseudomonas. Primeira indicação: cefepime, em seguida o meropenem CEFALOSPORINAS DE 4ª GERAÇÃO ANTIMICROBIANOS NA PRÁTICA CLÍNICA KAROLINE HELENA T97 6 GERAÇÃO Gram positivos Gram negativos Anaeróbios Primeira +++ + +/- Segunda ++ ++ + Terceira + +++ + Quarta ++ ++++ + Outras cefalosporinas novas no mercado: x Torgena (ceftazidima + inibidor de beta lactamase – tazobactam): direcionada para tratar KPC, inibe a carbapenemase. x Zerbaster (ceftolozano / tazobactam): Extremamente eficiente para Pseudomonas, uma das melhores atualmente. Trata infecção urinária de ESBL. Recentemente liberado para tratar Pneumonia hospitalar. Utilização intra-hospitalar. x Indicações: pneumonia, infecção urinária e abdominal. (Eu acho que não precisa focar nelas, so saber q existem) Caso Clínico evidenciando importância de se saber a epidemiologia: Paciente de 8 meses, internado, evoluiu com uma pneumonia. Fez 10 dias de amoxacilina + clavulanato e não melhorou da febre. Internou, achando q era ressitente fez ceftriaxona. 4 dias de tto e não melhorava da febre e ainda dispneico. Pai é medico, a mãe é medica. Esse paciente tinha MRSA porque a mãe trabalhava na UTI do Francisca Mendes, aonde tem muito MRSA. Ela so foi melhorar quando fez droga anti MRSA. RESUMINDO x Todas as gerações tem em comum: - Ausência de atividade contra enterococos e estafilococos resistentes a oxacilina - Fraca atividade contra anaeróbios (exceção cefoxitina – infecção abdominal) Inversão do quadro: Começa com grande efeito para Gram + e termina com grande efeito para Gram-. Todas as gerações tem em comum: - Ausência de atividade contra enterococos e estafilococos resistentes a oxacilina - Fraca atividade contra anaeróbios (exceção cefoxitina – infecção abdominal) ANTIMICROBIANOS NA PRÁTICA CLÍNICA KAROLINE HELENA T97 7 x Indicações: - Infecção complicada de pele e tecidos moles – ICPPM MRSA (Staphylococcus aureus meticilino resistente) - Pneumonia Adquirida na Comunidade – PAC - Streptococcus pneumoniae, inclui cepas resistentes (à penicilina e amoxacilina) - Haemophilus influenzae x Dosagem: 600 mg a cada 12 horas por infusão IV em 60 minutos em adultos (>18 anos) x Recomendação do tempo de tratamento: 5 a 14 dias em ICPPM 5 a 7 dias em PAC Paciente responde muito rápido, normalmente o professor usa por menos tempo nos pacientes. MECANISMO DE AÇÃO É pro droga e metabolizada em ceftarolina. x Grupo oxima (estabilidade beta-lactamase) x Ligação PBPs – inibição da síntese da parede celular bacteriana x Diferenciais – alta afinidade a: - PBP2a: efeito bactericida anti-MRSA - PBP2x/2ª/2b: efeito bactericida anti- Streptococcus pneumoniae ZINFORO – Ceftarolina fosamila – 5ª GERAÇÃO ANTIMICROBIANOS NA PRÁTICA CLÍNICA KAROLINE HELENA T97 8 x Atributos microbiológicos in vitro - Eficácia contra patógenos resistentes: 9 MRSA e S. aureus com resistência intermediária à vancomicina (VISA) 9 S. pneumoniae resistente à penicilina (PRSP e MDR)20 9 Pode ser utilizada por MRSA, gram -, usado para tratar pneumonia e pra aquela que não é ESBL positvo, se for eu não posso utilizar. OUTROS ATB (SÓ COMENTOU, NÃO TINHA SLIDE) x Estafilo MRSA no SNC: é a única das drogas que tem maior concentração no SNC e efeito para tratar meningite MRSA. Quando eu to suspeitado de estafilococos resistente no SNC: vancomicina x Barata x Foi a primeira droga contra estafilo x Muito nefrotóxica (outras opções que podem ser usadas por causa desse efeito: daptomicina e tiaciclina) x Enterococo resistente a vancomicina, principalmente na endocardite). x É bacteriostática, ai já não posso usar para infecção grave x Não concentra MT bem no SNC. x Particularidade dela: Inativada no pulmão pelo macrófago, então você não pode usar ela x Tratar pele e gram + (estafilo), infecção corrente sanguínea, endocardite por enterococo x Não posso utilizar por mais de 28 dias pois causa aplasia de medula. Na hora que eu suspendo ela melhora. Não posso usar em pcte com osteomielite (tratamento por 3 a 6 meses). Alternativas: daptomicina, o targocid (irmão da vancomicina) são bem menos nefrotoxicos que a vancomicina. x Os dois principais: amicacina e gentamicina. x Efeito interessante: ao longo do tempo foram muito combinadas com os beta-lactamicos (potencializam o efeito deles) Vancomicina Daptomicina Tigeciclina Minesolida AMINOGLICOSÍDEOS ANTIMICROBIANOS NA PRÁTICA CLÍNICA KAROLINE HELENA T97 9 x Extremamente nefrotóxica e ototóxica: Efeitos que podem ser diminuídos com a infusão em um tempo maior e apenas uma vez ao dia. Porém não descartados. Pode acontecer na primeira injeção q vc fizer: zumbido, diminuição da acuidade auditiva, nefrotoxicidade e você ai ter que suspender a droga. x Uma das principais drogas, principalmente a amicacina para tratar multirresistencia (em associação) – droga antiga que retornou ao mercado - amicacina - Droga de resgate. x Muito utilizada para gram -, pra gram+ em associação com os beta lactamicos e cefalosporinas: tratar Enterococo. Quando tenho enterococo e endocardite eu vou tratar com a penicilina q vcs aprenderam (cristalina) com amicacina ou gentamicina. x Para o estafilo já não esta sendo mais utilizada x Dose única: junta tudo, as 5mg/kg de 8 em 8hr numa única dose, ou 7,5 – 15 mg da amicacina uma única vez por dia: menos efeito tóxico, no ouvido e rim. Monitorar quando você faz. x Tem germes específicos que ela trata: mycobacterioses, tuberculose. x Tópica tobramicina x Principais: Levofloxacino, criprofloxacino e norfloxacino. O ofloxacino não tá disponível mais no mercado porque ele foi direcionado para tratar tuberculose
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