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Lep���p��o�� ● ocasionada pela bactéria espiroqueta Leptospira interrogans ● transmissão roedores - principais reservatórios — infecção - NÃO desenvolvem a doença - contaminação água, solo e alimentos ○ Rattus norvegicus - rato de esgoto ○ Rattus rattus - rato de telhado/preto ○ Mus musculus - camundongo/”catita” ● outros mamíferos infectados também podem eliminar Leptospira na urina EPIDEMIOLOGIA ● acomete praticamente todos os estados BR - importante problema saúde pública ● surtos comuns em enchentes de verão nas zonas urbanas e periurbanas ○ principais surtos entre fev e abril ● taxa de positividade em urina de ratos > 60% no BR FATORES DE RISCO ● contato com solo/água contaminada com urina de rato ou outros animais infectados ● morador de rua ● natação em represas contaminadas ● pescaria ● minas e túneis ● colheita de arroz ● estábulos e abatedouros ● contato com animais infectados - como cães e gatos ● enchentes e chuvas fortes ○ faz com que a leptospirose perca sua natureza ligada a certas atividades profissionais/animais domésticos ○ chuvas aumentam concentração de roedores peridomiciliares ○ facilita contato humano com urina de rato ETIOPATOGENIA ● incubação média 7-14 dias — início súbito ● possível disfunção orgânica com POUCA/NENHUMA inflamação ● azotemia + hipocalemia = suspeitar leptospirose ● manifestações que possibilitam diagnóstico mais precoce - menos inespecífico ○ sufusão conjuntival - hemorragia conjuntival por dilatação dos vasos conjuntivais sem exsudato purulento - rara nas outras síndromes febris ○ cefaleia retro-orbitária ○ hipocalemia FORMA ANICTÉRICA - curso bifásico ● Leptospira entra no corpo pela pele - atinge circulação sanguínea ● pela sua ativa movimentação helicoidal e pela produção de uma hialuronidase, a leptospira tem facilidade de se difundir pelo tecido conjuntivo, atingindo diversos compartimentos corporais, como o líquor e humor aquoso, sem causar reação inflamatória exuberante ● FASE DA LEPTOSPIREMIA/PRECOCE/SEPTICÊMICA - multiplicação e disseminação Leptospira por diversos órgãos e sistemas — ao fim dessa fase início produção anticorpos anti-Leptospira ○ aprox 3-7 dias ○ icterícia pode estar presente se infecção grave ○ febre alta - 38-40º ■ remitente - T apresenta oscilações diárias SEM atingir normalidade ■ liberação de citocinas induzida pelos fatores de virulência da Leptospira ○ calafrios ○ cefaleia - frontal e retro-orbitária ○ náuseas e vômitos ○ intensa mialgia - predomínio panturrilhas, dorso e abdome ■ palpação panturrilha muito dolorosa - achado sugestivo ○ sufusões conjuntivais em 30-40% casos - achado sugestivo ○ menor frequência ■ diarreia - 15-30% casos ■ tosse seca/odinofagia - 20% ■ erupção cutânea - 10% ● geralmente rash eritematoso maculopapular em região pré-tibial com duração 3-7 dias ■ linfadenopatia cervical ■ hepatomegalia ■ esplenomegalia ● PERÍODO DE DEFERVESCÊNCIA ○ aprox 1-2 dias ○ defervescência: período de diminuição ou desaparecimento da febre ○ queda gradual da febre sem sudorese profusa ● FASE IMUNE/TARDIA/LEPTOSPIÚRICA ○ aparecimento IgM - produção anticorpos anti-Leptospira com consequente opsonização e eliminação bactérias que se encontram na circulação sanguínea — bactérias se alojam onde anticorpos possuem menor acesso - olho, meninges e rim ○ aprox 4-30 dias ○ ressurgimento da febre - MENOR intensidade ○ cefaleia intensa - 75-100% casos ■ incapacitante ■ latejante, bitemporal ou frontal ■ acompanha dor retro-ocular ou fotofobia ■ pode acompanhar sinais meníngeos ○ vômitos ○ estado confusional ○ irritação meníngea ao EFco ○ quadro semelhante a meningite viral ● complicações reativas - ocorrem pelo fenômeno de hipersensibilidade ○ meningite asséptica - manifestação neurológica mais comum - 15-40% casos ■ alterações liquóricas - 80% casos ○ uveíte - 10% casos ■ geralmente tardia - após 3 semanas ■ uni ou bilateral ● LABORATORIAL ○ leucocitose com desvio à E ○ leucócitos 3mil-26mil ○ plaquetopenia - 50% casos - geralmente 50mil-100mil ■ consumo de plaquetas por consequência da ativação endotelial por capilarite ○ Ht elevado (hemoconcentração), normal ou levemente reduzido ○ VHS elevado ■ VHS - velocidade de hemossedimentação ■ medir velocidade de separação glóbulos vermelhos do plasma ■ elevação = inflamação - não determina causa ■ quando há a inflamação no sangue, são formadas proteínas que diminuem a viscosidade do sangue e aceleram a velocidade de hemossedimentação ○ enzimas musculares (como CPK) elevadas em 50% casos ■ Os valores de referência da CPK são entre 30.00 U/L e 200.00 U/L para homens e entre 29.00 U/L e 168.00 U/L para mulheres FORMA ÍCTERO-HEMORRÁGICA/SÍNDROME DE WEIL ● NÃO apresenta curso bifásico bem definido - NÃO costuma haver defervescência da febre ● início em 4-9 dias ● tríade: icterícia, IRA e diátese hemorrágica ○ diátese hemorrágica: lesões hemorrágicas disseminadas ● hepatomegalia comum - esplenomegalia 20% casos ● febre persiste - pode diminuir ou piorar ● icterícia de tom alaranjado (vasculite conjuntiva associada) - icterícia rubínica ○ consequente de vasodilatação cutaneomucosa associada à deposição de bilirrubina (cor vermelho-alaranjada) ● fenômenos hemorrágicos ○ 40-50% casos ○ disfunção endotelial induzida por Leptospira = capilarite generalizada ■ ocorre por adesão da Leptospira à membrana celular (lesão/disfunção celular) ■ lesão direta do endotélio vascular por liberação mediadores - endotoxinas e hemolisinas ■ capilarite: extravasamento de células vermelhas do sangue de pequenos vasos sanguíneos superficiais, que resulta em pequenas hemorragias ○ ocasiona ■ extravasamento líquido 3º espaço - ASCITE ■ fenômenos hemorrágicos— agravo por plaquetopenia ● petéquias ● equimoses ● hemorragia pulmonar ● HDA e HDB ● órgãos mais afetados ○ fígado ■ apoptose hepatócitos + extravasamento bile nos canalículos biliares = aumento bilirrubina direta ● pode haver aumento bilirrubina indireta por anemia hemolítica ● BILIRRUBINA 2-3 mg/dL = icterícia ■ sinais de colestase intra-hepática ● colestase - diminuição/interrupção fluxo biliar ■ hiperplasia células de Kupffer - realizam fagocitose ■ sinais inflamatórios discretos ■ disfunção hepática nítida na excreção biliar ● hiperbilirrubinemia - predomínio direta - geralmente acentuada - pode atingir 60-80 mg/dL ○ rim ■ Leptospira coloniza epitélio TCP = leptospiúria ■ IRA por ação nefrotóxica direta da Leptospira + resposta imune = nefrite intersticial + NTA = azotemia ● geralmente NÃO superiores ○ 100 U - casos mais graves > 300 ■ referência 10-45 mg/dl ○ 2-8 Cr - casos mais graves > 18 ■ referência entre 0,6 mg/dl e 1,2 mg/dl ○ casos graves = síndrome urêmica franca = diálise ■ hiperbilirrubinemia, rabdomiólise + hipovolemia = agrava função renal - IRA oligúrica/anúrica ● IRA não oligúrica 40-45% casos ■ pode haver nefrite intersticial e necrose tubular ■ edema intersticial ■ petéquias em sua superfície ■ disfunção tubular com predomínio no túbulo proximal ● elevação significativa FeNa e excreção K ○ geralmente hipocalemia/normocalemia ○ geralmente normotensão/hipotensão ○ hipotensão comum por diminuição RVP e volume intravascular ● hipocalemia ○ diminuição reabsorção Na TCP - diminuição expressão canal 3 Na-H - consequente aumento aporte Na no néfron distal = AUMENTO FeNa ○ aumento excreção K ○ diminuição excreção AU e fosfato ■ típico leptospirose: IRA oligúrica + hipocalemia ○ pulmão ■ disfunção pulmonar principal causa de óbito na síndrome de Weil ■ capilarite difusa - extravasamento líquido e sangue para alvéolos ■ lesão vascular = aumento permeabilidade - extravasamento líquido e sangue para alvéolos = hemorragias pulmonares - potencializado pela plaquetopenia ■ infiltrados hemorrágicos ● clinicamente - hemoptise e/ou insuficiência respiratória ■ pode evoluir para capilarite pulmonar hemorrágica grave ● tosse ● hemoptise ● dispneia ○ coração ■ miocardite mononuclear ● alterações ECG - mudanças repolarização ventricular e arritmias cardíacas (extrassístoles e FA) ■ podegerar IC e choque cardiogênico - minoria ○ músculo esquelético ■ miosite ■ necrose hialina focal, miócitos vacuolados e infiltrado mononuclear ■ Leptospira invade músculo esquelético - edema, vacuolização miofibrilas, necrose focal = mialgia + aumento sensibilidade muscular ■ rabdomiólise 45-60% casos ● LABORATORIAL ○ anemia ■ fenômenos hemorrágicos ■ anemia hemolítica por produção de mediadores hemolisinas - gera aumento bilirrubina indireta (menor que direta) ○ leucocitose acentuada ○ maior frequência plaquetopenia ○ VHS pode ultrapassar 90mm/h - achado sugestivo ○ hiperbilirrubinemia - aumento direta (predomínio) e indireta (anemia hemolítica) ○ leve aumento aminotransferases — geralmente NÃO ultrapassam 200 U/L DIAGNÓSTICO ● métodos diretos maior sensibilidade em fase aguda leptospirêmica (3-7 dias) ○ PCR ● métodos indiretos maior sensibilidade em fase tardia (2ª semana em diante) ○ exames sorológicos ● quadro clínico compatível + um ou mais dos achados laboratoriais CULTURA ● L. interrogans pode ser isolado no sangue ou líquor nos primeiros 7 dias (fase leptospirêmica) ● 3 coletas em tubos separados — resultado em aprox 5-10 dias ● sensibilidade geralmente baixa - média de 50% ○ eliminação intermitente leptospira ○ contaminação por outras bactérias ○ dificuldades na técnica de armazenamento EXAMES SOROLÓGICOS ● exames mais utilizados na prática ● voltado para pesquisa de anticorpos - nenhum teste costuma ser + na fase leptospirêmica ● principais métodos ○ microaglutinação (MAT) - padrão-ouro ■ sensibilidade 75% 3ª semana ■ especificidade > 97% ■ realizado em laboratórios de referência ○ macroaglutinação ■ barato e fácil de realizar - realizado em diversos laboratórios ■ especificidade baixa ○ hemaglutinação indireta ○ ELISA-IgM - MAIS UTILIZADO ■ amplamente disponível ■ sensibilidade 93% na 3ª semana ■ especificidade > 94% ■ permite detecção anticorpos a partir da 1ª semana da doença - até 1-2 meses após
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