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1 Apostila_CHQAO_GMP_Unidade_I

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GESTÃO DA 
TECNOLOGIA
DA INFORMAÇÃO
GESTÃO DE 
MATERIAL E 
PATRIMÔNIO
GESTÃO DE 
PESSOAS NA 
ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA
FUNDAMENTOS
DO DIREITO 
PÚBLICO E PRIVADO
ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA BRASILEIRA
GESTÃO ORÇAMENTÁRIA 
E FINANCEIRA
GESTÃO DE 
QUALIDADE EM SERVIÇOS
CHQAO
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
Coordenação Didático-Pedagógica
Stella M. Peixoto de Azevedo Pedrosa
Redação Pedagógica
Frieda Marti
Revisão
Alessandra Muylaert Archer
Projeto Gráfico 
Romulo Freitas
Diagramação
Luiza Serpa
Coordenação de Conteudistas
Fernando Velôzo Gomes Pedrosa
Conteudista
Ismar Santos da Cunha
Revisão Técnica
Marcos Figueiredo
Produção
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro 
Realização 
EsIE – Escola de Instrução Especializada
Exército Brasileiro
Gestão do material e do patrimônio : apostila 1 GMP / 
coordenação didático-pedagógica: Stella M. Peixoto de Azevedo Pedrosa 
; redação pedagógica: Frieda Marti ; projeto gráfico: Romulo Freitas 
; diagramação: Luiza Serpa ; coordenação de conteudistas: Fernando 
Velôzo Gomes Pedrosa ; conteudista: Ismar Santos da Cunha ; revisor 
técnico: Marcos Figueiredo ; produção: Pontifícia Universidade Católica 
do Rio de Janeiro ; realização: EsIE – Escola de Instrução Especializada 
[do] Exército Brasileiro. – Rio de Janeiro : PUC-Rio, CCEAD, 2014.
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais – CHQAO.
120 p. : il. (color.) ; 21 cm.
Inclui bibliografia
1. Administração pública – Brasil. 2. Administração de material 
- Brasil. 3. Propriedade pública – Brasil. I. Pedrosa, Stella M. Peixoto 
de Azevedo. II. Marti, Frieda. III. Cunha, Ismar Santos da. IV. Pontifícia 
Universidade Católica do Rio de Janeiro. Coordenação Central Educação 
a Distância. V. Brasil. Exército. Escola de Instrução Especializada.
CDD: 351.81
CHQAO
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
Gestão de material e patrimônio
Unidade 1 
administraÇão de material
apresentaÇão
O Curso de Habilitação ao Quadro de Auxiliar de Oficiais (CHQAO), 
conduzido pela Escola de Instrução Especializada (EsIE), visa habilitar os sub-
tenentes à ocupação de cargos e ao desempenho de funções previstas para o 
Quadro Auxiliar de Oficiais. 
A disciplina Gestão do Material e do Patrimônio possui carga horária 
total de 90 horas. 
Os objetivos gerais desta disciplina são:
•	 Distinguir as atribuições inerentes às áreas administrativas de material e 
patrimônio;
•	 Confeccionar a documentação referente ao controle patrimonial e de 
material;
•	 Evidenciar a capacidade de agir atendo-se a detalhes significativos;
•	 Evidenciar a capacidade de desenvolver atividades de forma sistemática 
e eficiente.
Nesta apostila será apresentada a Unidade Didática I – Administração 
de Material, cujos objetivos, determinados pelo Planejamento de Disciplina 
(PLADIS) e desenvolvido pela Seção de Ensino da Escola de Instrução Especia-
lizada do Exército Brasileiro (EsIE), estão especificados por capítulo.
Boa leitura!
conteudista
Ismar Santos da Cunha é Tenente-Coronel do Serviço de Intendência. É 
bacharel em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras 
(AMAN) e mestre em operações militares pela Escola de Aperfeiçoamento 
de Oficiais (ESAO). Possui graduação em Direito pela Universidade Gama 
Filho (UGF), pós-graduação em Comércio Exterior (Importação e Exportação) 
pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), pós-graduação em 
Processo Civil pelo Instituto de Ensino Superior de Santo Ângelo (IESA), pós-
-Graduação em Direito Público pela Pontifícia Universidade Católica de Minas 
Gerais (PUC Minas), extensão em Docência do Ensino Superior pela Pontifícia 
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC RS), possui cursos na área 
do Direito Internacional e Direito Internacional dos Conflitos Armados pela 
Escola Superior de Guerra (ESG) e é mestrando em Direito Ambiental pelo 
Centro Universitário de Ensino de São Paulo – Unidade de Ensino Lorena 
(UNISAL). Possui experiência na área de ensino superior no meio acadêmico 
civil, tendo atuado como Professor de Direito, ministrando as disciplinas de 
Direito Administrativo, Direito Tributário, Direito Civil e Direito Penal e sendo 
Coordenador do Curso de Direito. Atuou na área administrativa de várias 
unidades do Exército como Aprovisionador, Encarregado do Setor de Mate-
rial, Encarregado do Setor Financeiro, membro de Comissão de Licitação e 
Chefe do Centro de Apoio Logístico. Participou de vários congressos, seminá-
rios e palestras que permitiram complementar seus conhecimentos nas áreas 
jurídica e administrativa e, atualmente, desempenha a função de Professor 
de Direito da Academia Militar das Agulhas Negras.
Índice
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1. INTRODUçãO
2. GENERALIDADES, ADMINISTRAçãO MILITAR, ATOS E FATOS
ADMINISTRATIVOS, AGENTES DA ADMINISTRAçãO
2.1 GENERALIDADES
2.2 ADMINISTRAçãO MILITAR
2.3 ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS
2.3.1 ATOS ADMINISTRATIVOS
2.3.2 FATOS ADMINISTRATIVOS
2.4 AGENTES DA ADMINISTRAçãO: FUNçõES, ATRIBUIçõES E RESPONSABILIDADES
2.4.1 AGENTES DA ADMINISTRAçãO
2.4.2 CARGO, FUNçõES, ATRIBUIçõES E RESPONSABILIDADES
3. RECEBIMENTO E ExAME DE MATERIAL: ENTRADA NA UNIDADE
ADMINISTRATIVA E CLASSIFICAçãO
3.1 RECEBIMENTO 
3.2 CONFERêNCIA
3.2.1 MATERIAL ADQUIRIDO NO COMÉRCIO
3.2.2 MATERIAL DISTRIBUíDO PELOS óRGãOS PROVEDORES 
OU DE MANUTENçãO
3.2.3 MATERIAL RECOLHIDO PARA MANUTENçãO
3.2.4 MATERIAL TRANSFERIDO, DOADO, CEDIDO OU PERMUTADO 
POR OUTRO óRGãO
3.3 CLASSIFICAçãO DOS MATERIAIS
3.3.1. O SISTEMA DE CLASSIFICAçãO MILITAR
3.3.2 SISTEMA DE CLASSIFICAçãO POR CATALOGAçãO
4. PROVIMENTOS: ARMAMENTO, ARREAMENTO, EQUIPAMENTOS
E MATERIAL DE ACAMPAMENTO
4.1 óRGãOS INTEGRANTES DA CADEIA LOGíSTICA DE SUPRIMENTO
4.2 PROVIMENTO DE ARMAMENTO
4.2.1 LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES
4.2.2 OBTENçãO DE MATERIAL
4.2.3 DISTRIBUIçãO DE MATERIAL
4.3 PROVIMENTO DE ARREAMENTO
4.3.1 ARREAMENTO DE MONTARIA PARA OFICIAIS E PRAçAS
4.3.2 ARREAMENTO PARA SALTO
4.3.3 ARREAMENTO PARA ADESTRAMENTO
4.3.4 ARREAMENTO PARA POLO
4.3.5 LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES
4.3.6 OBTENçãO DO MATERIAL
4.3.7 DISTRIBUIçãO DO MATERIAL
4.4 PROVIMENTO DE EQUIPAMENTOS E MATERIAL DE ACAMPAMENTO
4.4.1 LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES
4.4.2 OBTENçãO DO MATERIAL
4.4.3 DISTRIBUIçãO DO MATERIAL
5. INCLUSãO EM CARGA E REGISTRO: MATERIAL PERMANENTE E DEMAIS
TIPOS DE MATERIAL
5.1 DOCUMENTAçãO NECESSáRIA
6. DESCARGA E SUBSTITUIçãO DE MATERIAL; MOTIVOS GERAIS.
ARTIGOS CONTROLADOS
6.1 DESCARGA DE MATERIAL
6.1.1 DA INSERVIBILIDADE
6.1.2 DA PERDA OU ExTRAVIO
6.1.3 DO ROUBO OU FURTO
6.1.4 DOS OUTROS MOTIVOS
6.2 DESRELACIONAMENTO DE MATERIAL
6.3 DESTINAçãO DO MATERIAL DESCARREGADO
6.3.1 MATERIAL DISTRIBUíDO PELOS OP
6.3.2 MATERIAL DE EMPREGO MILITAR DE VALOR HISTóRICO
6.3.3 MATERIAL ADQUIRIDO PELA PRóPRIA UNIDADE ADMINISTRATIVA (UA)
6.4 SUBSTITUIçõES
7. RECOLHIMENTO: PROVIDêNCIAS; ALIENAçãO DE MATERIAL RAE / NARMNT
7.1 SISTEMáTICA DE RECOLHIMENTO DE MATERIAL
7.1.1 MATERIAL RECOLHIDO AO ALMOxARIFADO OU OUTROS DEPóSITOS DAS UA
7.1.2 MATERIAL RECOLHIDO AOS óRGãOS PROVEDORES
7.1.3 MATERIAL RECOLHIDO AOS óRGãOS DE MANUTENçãO
7.2 ALIENAçãO DE MATERIAL
7.3 CLASSES DE MATERIAL
8. NORMAS ADMINISTRATIVAS RELATIVAS AO SUPRIMENTO (NARSUP)
9. NORMAS ADMINISTRATIVAS RELATIVAS à MANUTENçãO (NARMNT)
10. NORMAS ADMINISTRATIVAS RELATIVAS AO MATERIAL DE COMUNICAçõES
ESTRATÉGICAS, ELETRôNICA, GUERRA ELETRôNICA E INFORMáTICA (NARMCEI)
11. NORMAS PARA O CONTROLE DE EQUíDEOS NO ExÉRCITOBRASILEIRO (NORCE)
12. NORMAS PARA O CONTROLE DE CANINOS NA FORçA TERRESTRE (NORCCAN)
13. NORMAS PARA O TRANSPORTE LOGíSTICO DE SUPERFíCIE (NOTLOG)
14. ADMINISTRAçãO DO MATERIAL PERTENCENTE A UMA UA
14.1 TERMO DE RECEBIMENTO E ExAME DE MATERIAL (TREM)
14.2 TERMO DE ExAME E AVERIGUAçãO DE MATERIAL (TEAM)
14.3 GUIA DE REMESSA 
14.4 GUIA DE RECOLHIMENTO
14.5 PEDIDO DE MATERIAL
14.6 PEDIDO DE DESCARGA DE MATERIAL
15. BIBLIOGRAFIA
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gestão de material e patrimônio - u1 
1introduÇão
O Exército Brasileiro é uma instituição permanente, fundamentada na hierar-
quia e na disciplina, que tem como missão constitucional a defesa externa do 
país, a garantia da lei e da ordem e a realização de diversas ações subsidiárias.
Esse grande número de atribuições sob a responsabilidade do Exército requer 
de todos os seus integrantes bastante zelo no trato dos bens colocados à dis-
posição de seus órgãos, desde um pedido de aquisição até a sua destinação, 
passando pelo recebimento, armazenagem, distribuição, utilização, controle e 
manutenção, a fim de que o preparo e o emprego da Força sejam caracteriza-
dos pela [efetividade], isto é, pela conjugação da [eficiência] e da [eficácia], 
marca das mais modernas gestões.
Para que se alcance o máximo de efetividade e, desta forma, a administração 
de [material] contribua para um elevado poder de combate da Força, todos 
os agentes da Administração devem realizar todos os atos fundamentados em 
regras jurídicas e nos princípios administrativos explícitos e implícitos, dentre 
os quais podemos destacar o da supremacia do interesse público, o da indis-
ponibilidade, o da legalidade, o da moralidade, o da impessoalidade, o da 
publicidade e o da eficiência; sem jamais esquecer de que todo o [patrimônio] 
sob a jurisdição da instituição são públicos, não se admitindo que haja uma 
má administração desses recursos, sob pena de responsabilização nas esferas 
penal, administrativa e civil.
No tocante a esses princípios, pode-se afirmar que, na [gestão] do material per-
tencente ao Exército, todos os seus integrantes devem saber que, de acordo com:
•	 O princípio da supremacia do interesse público - esses bens, quan-
do envolvidos em um conflito entre o interesse coletivo e o interesse in-
dividual deverá prevalecer, em relação aos mesmos, o interesse coletivo; 
•	 O princípio da indisponibilidade - os bens não podem ser disponibi-
lizados conforme a simples vontade do administrador público, alienando 
um material que esteja afetado por sua destinação; 
•	 O princípio da legalidade - a gestão do material e patrimônio deve 
ser realizada de acordo com o autorizado e determinado pela legislação;
•	 O princípio da moralidade - orienta que o bem público deve ser geri-
do com cuidado e honestidade; 
efetividade: a ênfase 
está nas expectativas dos 
envolvidos e se estas foram 
alcançadas.
eficiência: a ênfase está 
nos meios que serão utilizados 
para o alcance dos resultados 
(é fazer corretamente).
eficácia: a ênfase está 
nos resultados a serem alcan-
çados (é fazer a coisa certa).
material: É tudo o que 
se reveste de matéria. ex: 
artigos, itens, gêneros alimen-
tícios, equipamentos, etc. 
patrimônio: É o con-
junto de todos os bens, direi-
tos e obrigações de posse de 
uma unidade administrativa. 
Gestão: Significa o 
mesmo que administração 
ou gerenciamento.
Curso de Habilitação ao Quadro auxiliar de ofiCiais
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•	 O princípio da publicidade - exige a transparência e a publicação dos 
respectivos atos administrativos para torná-los válidos e eficazes; 
•	 O princípio da impessoalidade - a gestão visa o bem comum e não a 
satisfação de interesses pessoais dos administradores; 
•	 O princípio da eficiência - denota que a administração desses bens pú-
blicos deve ser realizada com presteza, perfeição e rendimento funcional.
A Administração Militar deve realizar a gestão do material 
através de modernas ferramentas administrativas, realizando 
a gestão do conhecimento por meio da tecnologia da informa-
ção e elaborando projetos, a fim de fomentar o empreendedo-
rismo em seus quadros. 
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gestão de material e patrimônio - u1 
Objetivos específicos
•	 Distinguir a diferença entre ato e fato administrativo;
•	 Identificar as funções, atribuições e responsabilidade dos agentes de 
administração.
2.1 Generalidades
A administração de material inclui inúmeras atividades que viabilizam, especial-
mente, as funções logísticas de [suprimento] e de manutenção, integrantes da 
logística militar terrestre.
Assim sendo, a administração de material no Exército é mais abrangente 
do que a logística de material. A logística preocupa-se com o [provimento] do 
material, ou seja, com o fluxo de suprimento, sendo composto de quatro ati-
vidades básicas: a determinação das necessidades, a obtenção, a distribuição e 
o controle. A administração de material, realizada no âmbito dos quartéis 
do Exército Brasileiro, além dessas atividades, possui as seguintes subfunções 
típicas: a aceitação, o exame, a averiguação, o controle de estoque, a classifi-
cação de material, a inclusão de material em carga, a [descarga], o [desrela-
cionamento], o recolhimento, a manutenção e a padronização.
Para realizar uma eficiente administração do material, é importante conhecer 
os conceitos fundamentais das atividades básicas da logística de material, 
descritas a seguir:
A determinação das necessidades de material é obtida através do levan-
tamento das necessidades das diversas classes de suprimento, que é alcançado 
por meio de diretrizes do Estado-Maior do Exército (EME), programas internos 
de trabalho, projetos, [pedidos] de material, consolidação de quadros, preen-
chimento de fichas modelo 18 e 20 etc.
Generalidades, administraÇão militar, atos 
e Fatos administrativos, aGentes da administraÇão2
suprimento: é a ati-
vidade logística encarregada 
da previsão e provisão do 
material, englobando a deter-
minação das necessidades, a 
obtenção, o recebimento, a 
armazenagem, a distribuição 
e o controle. 
provimento: é o ato ou 
efeito de fornecer, abastecer 
ou suprir as Organizações 
Militares (OM).
descarga: é o fato 
administrativo que retira 
do patrimônio de uma Ua 
(Unidade administrativa) 
determinado material perma-
nente que a ela pertence por 
motivos diversos.
desrelacionamento: é 
a exclusão do material de con-
sumo dos registros contábeis 
da Ua por motivo de distri-
buição ou por outros motivos 
como inservibilidade, roubo, 
furto, extravio, perda etc.
Curso de Habilitação ao Quadro auxiliar de ofiCiais
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A obtenção de material é a atividade logística que visa a identificação das 
fontes de suprimento e tornar disponíveis o suprimento necessário para as 
OM, conforme as suas necessidades, compreendendo as fases de recebimento, 
catalogação e armazenagem de material.
A distribuição é a atividade logística, que tem como objetivo final a entrega 
do material necessário às OM para que possam executar as suas atividades. 
Integram a distribuição, as tarefas de loteamento, a expedição, o transporte, a 
entrega propriamente dita e a aplicação final ou a alienação do suprimento.
O controle é o ato de fiscalizar e acompanhar a execução de qualquer 
atividade de suprimento, a fim de que não se permita o desvio de propósito 
preestabelecido.
Todas as Unidades Administrativas (UA) do Exército Brasileiro, distribuídas 
por todo o território nacional são responsáveis pela administração do material, 
sendo os seus integrantes, militares e civis, incumbidos dosinúmeros encargos 
previstos na legislação pertinente.
Para outras informações so-
bre a promoção do ensino, da 
pesquisa e na produção do co-
nhecimento dentro do campo 
das ciências administrativas, 
consulte www.anpad.org.br
a ficha modelo 18 é o docu-
mento preenchido pela Ua 
e remetido à Região Militar 
(RM), a fim de solicitar ma-
terial permanente necessário, 
não previsto no Quadro de 
dotação de Material (QdM) 
da OM.
a ficha modelo 20 é o docu-
mento elaborado pela RM no 
qual são consolidadas as in-
formações contidas nas Fichas 
Modelo 18 das OM subordi-
nadas e remetido ao Órgão de 
apoio Setorial (OaS) para as 
providências cabíveis.
pedido: é a solicitação 
formal a um órgão da cadeia 
logística de materiais ou 
serviços, segundo normas 
específicas.
Existe uma interligação entre a logística de suprimento e 
a de manutenção. Embora os objetos das atividades sejam 
distintos, ou seja, a logística de suprimento visa à provisão 
do material e a logística de manutenção visa à reparação do 
material, em ambas as atividades há a necessidade de uma 
adequada administração de material, inclusive com os órgãos 
de manutenção participando da cadeia de suprimento.
2.2 administraÇão militar 
A expressão administração militar pode exprimir mais de um significado, 
em razão da grande diversidade de atividades que compõe a missão das Forças 
Armadas e do grande número de Organizações Militares (OM) e de militares 
que realizam as referidas atividades.
O termo pode indicar o conjunto de organizações militares e de agentes públi-
cos que realizam as atividades administrativas de gestão dos recursos humanos, 
materiais, patrimoniais, orçamentários e financeiros alocados a cada uma das 
Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica), a fim de que possam cum-
gestão de material e patrimônio - u1 
13
prir a sua missão constitucional de defesa da pátria, de garantia dos poderes 
constitucionais, Executivo, Legislativo e Judiciário, de garantia da lei e da 
ordem e outras missões subsidiárias.
O Exército, atualmente, possui 654 OM e todas possuem encargos administra-
tivos referentes ao material.
Para obter mais informações 
sobre temas e tecnologias de 
vanguarda na área de logística, 
incluindo artigos e trabalhos 
acadêmicos sobre o assunto, 
além da possibilidade de con-
tar com a opinião de profis-
sionais da área, visite <www.
sitedalogistica.com.br> 
A Administração Militar, escrita com iniciais maiúsculas, com-
põe a administração direta ou indireta da União. Ela integra 
a estrutura do Ministério da Defesa sob o comando supremo 
da Presidente da República Federativa do Brasil, composta de 
diversos órgãos subordinados aos Comandos da Marinha, do 
Exército e da Aeronáutica, formando a administração direta.
A Administração Militar também é formada por pessoas administrativas vincu-
ladas aos comandos militares, tais como empresas públicas, fundações públi-
cas etc. Essas entidades formam a administração indireta.
No âmbito do Comando do Exército, as organizações militares que reali-
zam atividades administrativas são denominadas UA, que podem ser autôno-
mas, ou seja, podem realizar integralmente todas as atividades de gestão de 
bens da União ou de terceiros, ou semiautônomas, isto é, ficam vinculadas 
a uma UA autônoma para fins administrativos específicos, podendo realizar 
determinadas atividades administrativas.
No âmbito da estrutura administrativa militar, voltada para a administra-
ção de material, ainda existem os órgãos gestores e os provedores responsá-
veis, respectivamente, pela superintendência, isto é, direção, e pela execução 
das atividades de suprimento, manutenção e controle dos mais diversos mate-
riais de interesse da instituição.
Os diversos órgãos e entidades integrantes da Administração necessitam de 
pessoas para realizar as inúmeras atividades pertinentes. Essas pessoas são de-
nominadas agentes da administração e cada um deles possui encargos especí-
ficos relativos à administração do material.
Em seu sentido objetivo, o termo administração militar deve ser escrito com 
iniciais minúsculas e traduz a própria atividade administrativa militar de gestão 
gestão de material e patrimônio - u1 
15
exemplo: Decretos Regulamentares, instruções normativas, RAE, RISG, 
RDE, editais, NGA etc.
•	 Atos individuais ou concretos - São os que se preordenam para 
regular situações jurídicas concretas. Vale dizer, têm destinatários individu-
alizados, definidos, mesmo coletivamente. Por exemplo: uma licença para 
construção; um decreto expropriatório, demissão, exoneração, sanção dis-
ciplinar, nomeação, designação de pessoas para formar uma comissão etc. 
Ao contrário dos atos normativos, os atos individuais ou concretos po-
dem ser impugnados diretamente pelos interessados quanto à legalida-
de, quer na via administrativa, quer através da via judicial.
b) Quanto ao objeto 
•	 Atos de império - São os que se caracterizam pelo poder de coerção de-
corrente do poder de império (ius imperii), não intervindo a vontade dos 
administrados para sua prática. São, portanto, todos aqueles atos que a 
Administração, unilateralmente, pratica usando de sua supremacia sobre 
o administrado ou servidor e lhes impõe obrigatório atendimento. Por 
exemplo: os atos de polícia, tais como a apreensão de bens e o embargo 
de obra, os decretos de regulamentação, as inspeções de material etc. 
•	 Atos de gestão - São aqueles através dos quais o Poder Público atua no 
mesmo plano jurídico dos particulares quando se volta para a gestão da 
coisa pública (ius gestionis), sobressaindo, frequentemente, a vontade 
de particulares. Neles, a Administração não se utiliza da sua suprema-
cia sobre os destinatários. Reclamam, na maioria das vezes, soluções 
negociadas, não dispondo o Estado da garantia da unilateralidade que 
caracteriza sua atuação. Por exemplo: os negócios contratuais de aquisi-
ção ou alienação de bens. 
Não tendo a coercibilidade dos atos de império, os atos de gestão 
reclamam, na maioria das vezes, soluções negociadas, não dispondo o 
Estado da garantia da unilateralidade que caracteriza sua atuação. 
Nesta classificação, Meirelles (2002, p. 145) cita, além daqueles já 
apresentados, os chamados “atos de expediente”, aqui entendidos 
como “todos aqueles que se destinam a dar andamento aos processos 
e papéis que tramitam pelas repartições públicas, preparando–os para 
a decisão de mérito a ser proferida pela autoridade competente”. Por 
exemplo: confecção de contrato de [compra] de material a ser assinado 
compra: é a aquisição 
de bens, cedidos volunta-
riamente pelo proprietário 
mediante pagamento de 
importância ajustada, à vista 
ou a prazo.
Curso de Habilitação ao Quadro auxiliar de ofiCiais
16
pela autoridade competente; parte do Encarregado do Setor de Material 
informando o recebimento de material, parte solicitando descarga de 
material etc.
c) Quanto ao regramento 
•	 Atos vinculados - São os atos produzidos sem margem de escolha, 
pois a legislação já predetermina o seu teor, se atendidas às especifica-
ções aí fixadas. A prática deste ato está vinculada à lei. São, portanto, 
como o próprio nome demonstra, aqueles que o agente pratica repro-
duzindo os elementos que a lei previamente estabelece. 
Ao agente, nesses casos, não é dada liberdade de apreciação da con-
duta, porque se limita, na verdade, a repassar para o ato o comando 
estatuído em lei. Isso indica que nesse tipo de ato não há qualquer 
subjetivismo ou valoração, mas apenas a averiguação de conformidade 
entre o ato e a lei. 
Nos atos vinculados não há o mérito administrativo, isto é, o administrador 
não pode decidir conforme a conveniênciaou de acordo com a oportuni-
dade, a fim de buscar a satisfação do interesse público, ou seja, não pode 
escolher, respectivamente, como e quando realizar o ato administrativo.
Como exemplo, têm-se a instauração de Inquérito Policial Militar nos 
casos roubo, furto, perda ou extravio de Material de Emprego Militar 
(MEM), habilitação em licitação, licença para construir, matrícula em 
estabelecimento de ensino etc.
•	 Atos discricionários - Nestes é a própria lei que autoriza o agente 
a proceder a uma avaliação de conduta, obviamente tomando em 
consideração a inafastável finalidade do ato. São aqueles resultantes 
de alguma escolha efetuada pela autoridade administrativa. A prática 
deste ato está condicionada à conveniência e oportunidade, ou seja, 
ao mérito administrativo.
O mérito administrativo não pode, em tese, ser avaliado pelo Poder Judi-
ciário, contudo, esta marca presente nos atos discricionários não estam-
pa uma liberdade absoluta de agir para o administrador. 
A avaliação que se permite ao administrador fazer tem que estar em con-
formidade com o fim legal, ou seja, aquele alvo que a lei, expressa ou im-
plicitamente, busca alcançar. Não havendo tal conformidade, o ato não é 
licitamente produzido, pois estará vulnerando o princípio da legalidade, 
gestão de material e patrimônio - u1 
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hoje erigido à categoria de princípio administrativo, conforme descrito 
no artigo 37 da Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de 
outubro de 1988 (CRFB/88). 
Para exemplificar pode-se citar a ordem do Agente Diretor para que se 
distribua maior quantidade de material de limpeza a uma Seção da UA, 
tendo em vista a visita de uma autoridade, a escolha dos integrantes 
de uma Comissão de Exame e Averiguação de Material (CEAM) ou a 
implantação de um escritório de projetos na UA etc.
d) Critério da sua formação 
•	 Ato simples - É o resultante da manifestação de vontade de um único 
órgão, unipessoal ou colegiado. Não importa o número de pessoas que 
participam da formação do ato; o que importa é a vontade unitária que 
expressam para dar origem, afinal, ao ato colimado pela Administração. 
Por exemplo: despacho de um chefe de seção, decisão de uma Comissão 
de Licitação etc.
•	 Ato complexo - Forma-se pela conjugação de vontades de mais de um 
órgão administrativo. O essencial para considerar o ato complexo é a 
existência do concurso de vontades de órgãos diferentes para a formação 
de um ato único. Por exemplo: a investidura de um funcionário é um ato 
complexo consubstanciado na nomeação feita pelo Chefe do executivo e 
complementado pela posse e exercício dados pelo chefe da repartição em 
que vai servir o nomeado; a investidura do Ministro do Superior Tribunal 
Militar (STM) se inicia pela escolha do Presidente da República; passa, 
após, pela aferição do Senado Federal e culmina com a nomeação. 
•	 Ato composto - É o resultante da vontade única de um órgão, mas que 
depende da verificação por parte do outro para se tornar exequível. Ex.: 
homologação de processo de descarga de material de uma UA pela RM. 
e) Quanto ao seu alcance 
•	 Atos internos - São os destinados a produzir efeitos dentro da Admi-
nistração Pública, incidindo, normalmente, sobre os órgãos e agentes 
da administração que os expediram. Não produzem efeitos em relação 
a estranhos. Por exemplo: publicação em Boletim Interno (BI) nomeando 
uma comissão para realizar exame e averiguação de material - CEAM.
•	 Atos externos - Nesta categoria encontram-se os atos administrativos 
que alcançam os administrados, os contraentes e, em certos casos, os 
Curso de Habilitação ao Quadro auxiliar de ofiCiais
18
próprios servidores. Tais atos somente entram em vigor depois de divul-
gados pelo órgão oficial, dado o interesse público no seu conhecimen-
to. A publicidade é medida que se impõe tanto à administração direta 
quanto à indireta. Por exemplo: publicação de um edital de licitação 
para [venda] de material inservível. 
2.3.1.2 Espécies de atos administrativos
Os atos administrativos podem ser agrupados da seguinte forma: normativos, 
ordinatórios, enunciativos, negociais e punitivos.
a) Normativos
São aqueles que determinam uma conduta aos seus destinatários, objetivando 
a correta aplicação da lei e o bem-estar social. Destacamos os seguintes:
•	 Decreto - Ato administrativo geral ou individual da competência exclusi-
va dos chefes de Poder Executivo. Hierarquicamente, está abaixo das leis.
Quando o decreto objetiva colocar em vigor um Regulamento (ato admi-
nistrativo que tem por objetivo explicar a lei, dar condições de que sejam 
aplicados os dispositivos da lei, que necessitem ser explicados) é denomi-
nado Decreto Regulamentar. 
O Decreto Regulamentar conterá normas gerais e abstratas dirigidas a 
todos aqueles que se encontram na mesma situação.
O Decreto será individual quando surtir um efeito concreto, como, por 
exemplo, a desapropriação.
É essencial que o Poder Executivo, ao expedir decretos regulamentares 
não invada as reservas da lei, ou seja, aquelas matérias que só podem 
ser disciplinadas por lei.
Além disto, os decretos, regulamentares ou não, não podem contrariar 
a lei, porque se assim o fizerem, serão ilegais, já que, hierarquicamente, 
eles estão abaixo da lei.
•	 Resolução - Ato administrativo normativo expedido pelas altas au-
toridades do Executivo, mas não pelo chefe do Poder Executivo, que 
só deve expedir decretos ou pelos presidentes de tribunais, de órgãos 
legislativos e de colegiados administrativos, para disciplinar matéria da 
respectiva competência.
venda: é uma espécie 
do gênero alienação, por meio 
do qual ocorre a título onero-
so a transferência de proprie-
dade a outro interessado.
gestão de material e patrimônio - u1 
19
b) Ordinatórios
São os atos administrativos que visam disciplinar o funcionamento da adminis-
tração pública e a conduta funcional de seus agentes. São os seguintes:
•	 Portaria - Ato Administrativo pelo qual as autoridades de qualquer nível 
da Administração Pública, desde que inferior ao chefe do Executivo, 
expedem orientações aos respectivos subordinados, designam servidores 
para o desempenho de certas funções ou, ainda, determinam a abertura 
de sindicância, inquérito policial militar, Inquérito Técnico, Conselho de 
Justificação e Conselho de Disciplina. Quando expedida por Ministro de 
Estado, é denominada Portaria Ministerial.
•	 Alvará - Fórmula segundo a qual a administração pública expede au-
torização para a prática de um ato ou licença para o exercício de certa 
atividade ou direito dependente de policiamento administrativo.
•	 Aviso - Fórmula utilizada pelos Ministros, notadamente os Comandan-
tes militares, para prescreverem orientação aos respectivos subordinados 
sobre assuntos de seus Ministérios. Não se confunde com a publicação 
resumida dos editais de licitação também normalmente denominada 
aviso.
•	 Instrução - Fórmula mediante a qual os superiores expedem normas 
gerais de caráter interno, que prescrevem o modo de atuação dos subor-
dinados em relação a um serviço.
•	 Circular - Fórmula mediante a qual os superiores transmitem ordens aos 
seus subordinados, com o caráter de uniformização do comportamento 
em casos concretos.
•	 Ordem de Serviço - Determinação dirigida pelos superiores aos seus 
subordinados, responsáveis por determinados serviços públicos, orien-
tando-os no que diz respeito à realização dos mesmos.
•	 Ofício - Meio pelo qual os agentes públicos realizam comunicações 
escritas de caráter administrativo ou social.
•	 Despacho - Meio pelo qual a autoridade administrativa manifesta suas 
decisões em documentos de natureza administrativa,submetidos à sua 
apreciação, tais como requerimentos e processos.
Curso de Habilitação ao Quadro auxiliar de ofiCiais
20
c) Enunciativos
São atos administrativos em que a administração pública enuncia uma situ-
ação existente da qual tem conhecimento por meio dos seus agentes ou dos 
seus arquivos sobre um determinado assunto. Podem ser os seguintes:
•	 Certidão - Cópia de atos ou fatos constantes em documentos em poder 
da Administração Pública. Segundo o Código Civil brasileiro, quando au-
tenticada, tem o mesmo valor do original. O fornecimento de certidões 
é obrigação constitucional das repartições públicas, conforme o artigo 
5º, xxxIV, b, da CRFB/88.
•	 Atestado - Ato Administrativo por meio do qual a administração pú-
blica afirma a existência ou veracidade de um fato de que tenha conhe-
cimento por seus órgãos. A certidão comprova fatos permanentes; o 
atestado, situações transitórias, passíveis de alteração.
•	 Parecer - Manifestação opinativa pela qual os órgãos técnicos consulti-
vos da Administração ou pessoas especializadas expressam o seu enten-
dimento sobre questões de cunho técnico ou jurídico submetidas a sua 
apreciação. Por ter caráter opinativo não vincula a administração pública 
ao seu conteúdo, salvo se for convertido em procedimento normativo 
(Parecer Normativo), quando, ao ser aprovado pela autoridade compe-
tente, é convertido em norma de procedimento interno, tornando-se 
obrigatório a todos os órgãos subordinados à autoridade administrativa 
que lhe conferiu a normatividade. Ex: Parecer Técnico realizado em um 
material avariado.
d) Negociais
São aqueles que encerram um conteúdo tipicamente negocial, do interesse da 
administração pública e do administrado. Podem ser os seguintes:
•	 Licença - Ato administrativo vinculado, definitivo e de interesse do par-
ticular pelo qual a Administração Pública, diante de todas as exigências 
da lei, faculta ao particular o desempenho de uma atividade. Por exem-
plo: licença para construir uma casa.
•	 Autorização - Ato administrativo discricionário, precário, que pode ser 
cassado a qualquer momento pela administração pública, e de interes-
se particular, em que a administração pública faculta ao particular que 
tenha interesse a utilização de certos bens ou o exercício de uma ativida-
de. Por exemplo: porte de arma; pesquisa e exploração de minerais etc.
gestão de material e patrimônio - u1 
21
•	 Permissão - Ato administrativo discricionário, precário e de interesse 
público, pelo qual a administração pública faculta ao particular, a título 
gratuito ou oneroso, a execução de serviços do interesse da coletividade 
ou a utilização de um bem público nas condições por ela estabelecidas.
A administração pública defere a pretensão do interessado nesses atos 
administrativos negociais através de um instrumento que é, na verdade, 
um outro tipo de ato administrativo denominado alvará, apresentado an-
teriormente nesta classificação, referente aos atos ordinatórios, ou termo.
Convém salientar que nem todas as permissões podem ser outorgadas 
discricionariamente. Há casos em que se é necessário a abertura de pro-
cedimento licitatório. 
Como exemplo de permissão, podemos citar a permissão de uso de 
um auditório de determinada OM por uma empresa para realização de 
palestras para seus funcionários. 
•	 Aprovação - Ato administrativo discricionário pelo qual a administra-
ção pública faculta a prática de certo ato jurídico ou concorda com o já 
praticado para lhe dar eficácia, se conveniente e oportuno. Por exemplo: 
pronunciamento do Conselho da República sobre a intervenção federal, 
estado de defesa e estado de sítio (CRFB/88).
•	 Homologação - Ato administrativo unilateral, vinculado e de controle, 
realizado a posteriori, através do qual a administração pública concorda 
com o ato jurídico praticado, por estar conforme os requisitos legais 
que legitimam a sua edição. Por exemplo: ato do Tribunal de Contas que 
aprecia as concessões iniciais, outorgadas pelo Executivo, de aposenta-
dorias, reformas ou pensões, a homologação de um processo licitatório 
realizada pelo Ordenador de Despesas, a homologação de uma descarga 
de material realizada pelo Cmt RM etc.
•	 Visto - Ato administrativo de mero expediente, vinculado e unilateral, 
pelo qual a autoridade competente atesta a legitimidade formal de outro 
ato. No visto, não há exame de mérito do seu conteúdo, o que o distingue 
da aprovação, da autorização e da homologação. Por exemplo: a exigên-
cia do visto do chefe imediato para o encaminhamento de requerimento 
de servidor subordinado seu à apreciação de autoridade de superior ins-
tância. O visto tem apenas a finalidade de conhecimento e controle, não 
equivale à concordância ou deferimento do conteúdo do requerimento.
Curso de Habilitação ao Quadro auxiliar de ofiCiais
22
e) Punitivos
Aqueles que objetivam materializar uma sanção imposta pela administração 
pública. Podem ser, dentre outros, os seguintes:
•	 Multa - Toda imposição pecuniária a que se sujeita o administrado 
como meio de compensar um dano presumido, decorrente da prática de 
uma infração administrativa.
•	 Interdição de atividade - Ato pelo qual a administração veda a alguém 
a prática de atos sujeitos ao seu controle ou que incidam sobre seus bens.
Deve ser precedida de processo regular e do respectivo auto de interdi-
ção, que possibilite a defesa do interessado.
•	 Destruição de coisas - Ato pelo qual a administração pública inutili-
za, de modo sumário, alimentos, substâncias, objetos ou instrumentos 
imprestáveis, nocivos ao consumo ou de uso proibido por lei.
Como ato típico de polícia administrativa, é, em regra, urgente, dispensan-
do processo prévio, embora exija sempre o auto de apreensão e de destrui-
ção, que esclarecerá os motivos da medida drástica tomada e identificará 
as coisas destruídas, para oportuna apreciação da legalidade dos atos.
2.3.1.3 O Exército Brasileiro e os atos administrativos
A Administração Pública Civil e a Militar estão em perfeita sintonia, conforme 
as definições descritas nas Instruções Gerais (IG) para os Atos Administrati-
vos do Exército (EB10-IG-01.003), aprovadas pela Portaria nº 771, de 07 de 
dezembro de 2011, do Comandante do Exército, que estabelece as “Instruções 
Gerais para os Atos Administrativos do Exército”. 
A partir do seu artigo 7º, são definidos os atos administrativos de interesse do 
Exército, nos seguintes termos: 
Art. 7º Atos administrativos normativos são aqueles 
que contêm uma determinação geral, visando à correta 
aplicação da lei, sendo seu objetivo imediato explicitar a 
norma legal a ser observada pela Administração e pelos 
administrados.
Art. 8º Atos administrativos ordinatórios são os que visam 
a disciplinar o funcionamento da Administração e a con-
duta funcional de seus agentes.
Art. 9º Atos administrativos negociais são os que visam 
à concretização de negócios jurídicos públicos ou à 
gestão de material e patrimônio - u1 
23
atribuição de certos direitos e vantagens aos interessados, 
produzindo efeitos concretos e individuais para seus des-
tinatários e para a Administração que os expede.
Art. 10. Atos administrativos enunciativos são todos 
aqueles em que a Administração se limita a certificar ou a 
atestar um fato, ou emitir uma opinião sobre determina-
do assunto, sem se vincular ao seu enunciado.
Pode-se verificar que se trata da mesma organização que usualmente se dá às 
espécies de atos administrativos. Apenas os atos administrativos punitivos não 
foram mencionados nas IG. 
Quanto aos administrativos em espécie, as referidas 
IG os especificam, a partir do artigo 11, conforme 
abaixo descrito:Art. 11. São atos normativos de interesse do Exército, que 
são de COMPETêNCIA ExCLUSIVA da União e do Poder 
Legislativo:
I - LEI – ato normativo emanado do Poder Legislativo, 
destinado a regular determinada matéria;
II - MEDIDA PROVISóRIA (MP) – ato normativo com força 
de lei, que pode ser baixado pelo Presidente da República 
em caso de relevância e urgência;
III - DECRETO – ato administrativo de competência do 
Presidente da República, destinado a prover situações 
gerais ou individuais, abstratamente previstas, de modo 
expresso ou implícito, na lei;
IV - PORTARIA NORMATIVA (PN) – expedida pelo Ministro 
de Estado da Defesa, para disciplinar a aplicação de leis, 
decretos e regulamentos ou para estabelecer diretrizes e 
dispor sobre matéria de sua competência específica;
V - INSTRUçãO NORMATIVA (IN) – expedida pelos secre-
tários do Ministério da Defesa e pelo Chefe do Estado-
-Maior Conjunto das Forças Armadas, em virtude de 
competência regimental ou delegada, para estabelecer 
instruções e procedimentos de caráter geral necessários 
à execução de leis, decretos e regulamentos, ou comple-
mentares a instruções, a portarias normativas e instruções 
normativas; e 
Curso de Habilitação ao Quadro auxiliar de ofiCiais
24
VI - ORIENTAçãO NORMATIVA (ON) – expedida pelo Che-
fe de Gabinete do Ministro da Defesa e demais órgãos In-
tegrantes do MD, em virtude de competência regimental 
ou delegada, para estabelecer procedimentos operacio-
nais necessários à execução de leis, decretos e regulamen-
tos ou para detalhar procedimentos e situações peculiares 
do próprio órgão ou Unidade, nas hipóteses de reserva 
expressa de competência normativa ou de ausência de 
portaria normativa ou instrução normativa.
Art. 12. São atos enunciativos e negociais de interesse e 
regulados pelo Exército:
I - APOSTILA – averbação feita abaixo de textos ou no 
verso de decretos e portarias pessoais, para que seja corri-
gida flagrante inexatidão material do texto original, desde 
que essa correção não venha a alterar a substância do ato 
já publicado, sendo que no âmbito do Exército também 
há apostila para confirmação das promoções dos oficiais. 
Caso essa correção seja publicada no Diário Oficial da 
União, a sua denominação será RETIFICAçãO;
II - ATESTADO – firmado por uma autoridade, na esfera 
de suas atribuições, sobre algo de que tenha conheci-
mento, ou quando requerido, afirmando ou negando a 
existência de um fato ou direito;
III - CERTIDãO – descreve de maneira clara e precisa os 
fatos consignados em registros oficiais, fornecida por 
autoridade competente, a requerimento do interessado 
ou ex officio, quando solicitada por autoridade adminis-
trativa ou judicial;
IV - CONTRATO – documento que registra o acordo de 
vontades, firmado livremente pelas partes, para criar 
obrigações e direitos recíprocos;
V - CONVêNIO – documento que registra o acordo firma-
do por entidades públicas e/ou privadas, para realização 
de objetivos de interesse comum dos partícipes. Poderá ser 
definido também como INSTRUMENTO DE PARCERIA; e
VI - PARECER – é a manifestação de um órgão técnico 
sobre assunto submetido à sua consideração e pode 
fazer parte de um processo para o qual apresenta uma 
solução, justificando-a por meio de dispositivos legais e 
informações, podendo ser utilizado suporte eletrônico (o 
gestão de material e patrimônio - u1 
25
documento é arquivado/enviado por rede de computa-
dores ou por meio físico de transporte de dados, outros, 
porém continua sendo um parecer), sempre que houver 
meios físicos adequados.
Art. 13. São atos ordinatórios de interesse e regulados 
pelo Exército:
I - PORTARIA – ato ordinatório expedido pelo Comandan-
te do Exército e outras autoridades para instituir políticas, 
planos, programas, projetos e demais atividades, bem 
como para dispor sobre a organização e o funcionamen-
to de órgãos e serviços e, ainda, para praticarem outros 
atos de sua competência; e
II - DESPACHOS:
a) Despacho Decisório – proferido pelo Comandante 
do Exército, com a finalidade de proferir decisão sobre 
requerimento submetido a sua apreciação ou ordenar a 
execução de serviços; e
b) Despacho - ato de autoridade competente, exarado em 
documento a ela dirigido ou em folha anexa ao mesmo, 
fundamentado na legislação vigente. Caso o documento 
em questão seja eletrônico, permite-se que o despacho 
tenha suporte semelhante, podendo ser:
- final – quando põe termo à questão;
- interlocutório ou parcial – quando não resolve definiti-
vamente a questão; e
- ordinatório – quando concerne ao andamento de um 
processo.
Parágrafo único. Portaria Pessoal é aquela que provê 
situações particulares de um ou alguns interessados, sem 
estabelecer qualquer norma geral:
I - tais são as portarias de provimento e vacância (nome-
ação, promoção, transferência, reversão, recondução, 
agregação, exoneração, demissão, passagem para a 
reserva remunerada, designação e outros); e
II - também utilizada para a concessão de prêmios e 
condecorações.
Curso de Habilitação ao Quadro auxiliar de ofiCiais
26
2.3.1.4 Requisitos dos atos administrativos
Requisitos são os elementos obrigatórios e essenciais, necessários à for-
mação do ato administrativo. A falta de qualquer desses requisitos pode 
conduzir à invalidade do ato administrativo.
Cinco são os requisitos para a formação do ato administrativo: competência, 
finalidade, forma, motivo e objeto.
a) Competência
A competência é o poder atribuído a um determinado agente da Administra-
ção, originário de texto expresso contido na Constituição, na lei ou em normas 
administrativas, para o exercício de suas funções. Pode ser delegada ou avoca-
da, desde que haja previsão normativa. 
O ato praticado por agente incompetente ou além das limitações legais é inváli-
do, configurando-se o chamado abuso de poder, da espécie excesso de poder. A 
competência é um requisito de ordem pública e, portanto, não pode ser transfe-
rida ou prorrogada pela vontade dos interessados. Todavia, pode ser delegada e 
avocada, desde que as normas reguladoras da Administração permitam. 
Tem-se como exemplo de competência o que ocorre nas OM operacionais com 
Bases Administrativas, nas quais o Comandante da OM poderá delegar ao Co-
mandante da Base Administrativa as funções de Ordenador de Despesas. Caso 
não haja a dita delegação, este Comandante Administrativo não terá compe-
tência para exercer as funções de Ordenador de Despesas. 
b) Finalidade
A finalidade do ato administrativo deve estar em consonância com a finalidade 
da lei, que visa sempre o interesse público, única meta a ser atingida mediante 
o ato administrativo.
A alteração da finalidade expressa na lei ou implícita no ordenamento da Ad-
ministração caracteriza desvio de poder ou desvio de finalidade, dando ensejo 
à invalidação do ato. 
Assim, todo ato administrativo, seja vinculado ou discricionário, deverá estar 
sempre balizado pela lei e direcionado ao interesse coletivo. É o objetivo ime-
diato do ato administrativo.
gestão de material e patrimônio - u1 
27
c) Forma 
A Forma é o revestimento exterior do ato. Geralmente, a forma do ato admi-
nistrativo é a escrita, embora existam, também, atos consubstanciados em 
ordens verbais, como ocorre com as instruções do superior ao inferior hierár-
quico, e até mesmo sinais convencionais, como as determinações da polícia do 
Exército, em casos de urgência e sinalizações de trânsito. 
O ato administrativo não escrito só é admitido em casos especialíssimos, a 
saber: em casos de urgência, de transitoriedade da manifestação de vontade 
administrativa,de irrelevância do assunto para a Administração. 
Nos demais casos, a forma escrita é de rigor e, do contrário, resultará na inva-
lidade do ato. 
Importa salientar que enquanto no Direito Privado, que trata eminentemente 
do Direito Civil e do Direito Empresarial, todos os atos podem ser praticados 
sem forma específica, no Direito Público a regra é a prática do ato administra-
tivo dentro da forma estabelecida em lei ou regulamento. 
Nos processos administrativos, por exemplo, a forma é uma exigência decor-
rente do princípio do devido processo legal. 
d) Motivo (ou causa) 
O motivo é a situação de fato ou de direito através da qual é deflagrada a 
manifestação de vontade da Administração. 
Classifica-se o motivo em motivo de fato e motivo de direito, levando-se em 
conta o tipo de situação por força da qual o ato é praticado. 
•	 Motivo de direito é a situação de fato, eleita pela norma legal como 
ensejadora da vontade administrativa. 
•	 Motivo de fato é a própria situação de fato ocorrida no mundo empíri-
co, sem descrição na norma legal. 
Se a situação de fato já está delineada na norma legal, ao agente nada mais 
cabe senão praticar o ato tão logo seja ela configurada. Atua ele como executor 
da lei em virtude do princípio da legalidade. Nestes casos caracteriza-se a produ-
ção de ato administrativo vinculado por haver estrita vinculação do agente à lei.
Diferente é a situação quando a lei não delineia a situação fática, mas ao 
contrário, transfere ao agente a verificação de sua ocorrência atendendo a 
Curso de Habilitação ao Quadro auxiliar de ofiCiais
28
critérios de caráter administrativo (conveniência e oportunidade). Nesse caso é 
o próprio agente que elege a situação fática geradora da vontade, permitindo, 
assim, maior liberdade de atuação, embora sem afastamento dos princípios 
administrativos. Desvinculado o agente de qualquer situação de fato prevista 
na lei, sua atividade se reveste de discricionariedade, redundando na prática de 
ato administrativo discricionário. 
O motivo de direito conduz à produção do ato administrativo vinculado, ao pas-
so que o motivo de fato leva à produção do ato administrativo discricionário. 
Não há que se confundir motivo com motivação. A motivação é a exposição 
da situação de direito e de fato que determina ou autoriza a realização do 
ato administrativo. Em outras palavras, é a justificativa do pronunciamento 
tomado, o modo expresso e textual da situação de fato que levou o agente à 
manifestação de vontade. 
A indicação do motivo, via de regra, é obrigatória, dispensada apenas em ca-
sos especiais como, por exemplo, na exoneração de servidor público nomeado 
para cargo de confiança. Neste caso, a motivação está implícita. A quebra da 
confiança determina a exoneração do servidor. 
Segundo Carvalho Filho (2006, p. 99), é a “situação de fato ou de direito que 
gera a vontade do agente quando pratica o ato administrativo”. Isto significa 
que o administrador, autor do ato administrativo, deve justificar a existência do 
motivo, fundamentando-o em normas administrativas. 
A Lei n.º 9.784/99, em seu artigo 50, incisos de I a VIII, §§1º, 2º e 3º, descreve 
os atos que devem ser obrigatoriamente motivados: 
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, 
com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, 
quando: 
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; 
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; 
III - decidam processos administrativos de concurso ou 
seleção pública; 
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade: de processo 
licitatório; 
V - decidam recursos administrativos; 
VI - decorram de reexame de oficio; 
gestão de material e patrimônio - u1 
29
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a 
questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e 
relatórios oficiais; 
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou con-
validação de ato administrativo. 
§ 1º. A motivação deve ser explícita, clara e congruente, 
podendo consistir em declaração de concordância com 
fundamentos de anteriores pareceres, informações, deci-
sões ou propostas, que, neste caso, serão parte integran-
te do ato. 
§ 2º. Na solução de vários assuntos da mesma natureza, 
pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os fun-
damentos das decisões, desde que não prejudique direito 
ou garantia dos interessados. 
§ 3º. A motivação das decisões de órgãos colegiados e 
comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata 
ou de termo escrito. 
e) Objeto 
O Objeto é o conteúdo do ato administrativo. Por exemplo, a compra de gêne-
ros alimentícios. Em outras palavras, é a própria manifestação de vontade da Ad-
ministração. Para ser válido, o ato deve possuir objeto lícito e moralmente aceito. 
Segundo Medauar (2007, p. 135), “significa o efeito prático pretendido com a 
edição do ato administrativo ou a modificação por ele trazida ao ordenamento 
jurídico”. O objeto, portanto, consiste na aquisição, resguardo, transferência, 
modificação, extinção ou declaração de direitos. 
Como exemplo, tome-se o caso de uma licença para construção que tem por 
objeto permitir que o interessado possa edificar de forma legítima; o objeto de 
uma multa é punir o transgressor de norma administrativa; na nomeação, o 
objeto é admitir o indivíduo no serviço público etc.
É o objetivo imediato do ato administrativo.
2.3.1.5 Atributos dos atos administrativos
Os atos administrativos, por serem emanados do Poder Público, trazem 
consigo determinados atributos, distintos dos atos jurídicos privados, dando-
-lhes características próprias e condições peculiares de atuação. A seguir serão 
apresentados e descritos o rol dos atributos do ato administrativo.
Curso de Habilitação ao Quadro auxiliar de ofiCiais
30
a) Presunção de legitimidade 
Todo ato administrativo nasce com presunção de legitimidade em decorrência 
do princípio da legalidade ao qual a Administração está adstrita.
Os atos praticados pelos agentes detentores de parcela do Poder Público, pre-
sumivelmente estão em conformidade com a lei, pois são de interesse público. 
Este requisito não depende de lei expressa, já que deflui da própria natureza 
do ato administrativo emanado de agente integrante da estrutura do Estado. 
Enquanto não sobrevier o pronunciamento de nulidade, mesmo que eivado de 
vícios, os atos administrativos são considerados válidos e, portanto, exigíveis, 
tanto para a Administração quanto para os particulares sujeitos ou beneficiá-
rios de seus efeitos. 
Assim, enquanto não declarada a ilegalidade do ato administrativo, este vai 
produzindo normalmente os seus efeitos e sendo considerado válido, seja no 
revestimento formal, seja no seu próprio conteúdo. 
b) Autoexecutoriedade 
Como efeito da presunção de legitimidade, tem-se a autoexecutoriedade, que 
admite que o ato seja imediatamente executado e seu objeto também imedia-
tamente alcançado, independente de qualquer outorga do Judiciário. 
Conforme Carvalho Filho:
(...) fundamento jurídico é a necessidade de salvaguardar 
com rapidez e eficiência o interesse público, o que não 
ocorreria se a cada momento tivesse que submeter suas 
decisões ao crivo do Judiciário”. Além do mais, nada justi-
ficaria tal submissão, uma vez que assim como o Judiciá-
rio tem a seu cargo uma das funções estatais – a função 
jurisdicional, a Administração também tem a incumbên-
cia de exercer função estatal – a função administrativa 
(2006, p. 134 e 135). 
Também resulta na inversão do ônus da prova em detrimento de quem alegar 
não ser o ato administrativo legítimo, isto é, a comprovação da sua ilegalidade 
cabe a quem a afirme.
A autoexecutoriedadenão existe em todos os atos administrativos, estando 
presente somente nas duas categorias de atos administrativos, a seguir: 
gestão de material e patrimônio - u1 
31
•	 Aqueles com tal atributo conferido por lei. É o caso do fechamento de 
restaurante pela vigilância sanitária; 
•	 Atos praticados em situações emergenciais, cuja execução imediata é in-
dispensável para a preservação do interesse público. Exemplo: dispersão 
pela polícia de manifestação que se converte em onda de vandalismo 
(MAZZA, 2012). 
Em algumas hipóteses, o ato administrativo fica despido desse atributo, o 
que obriga a Administração a recorrer ao Judiciário. Cite-se, por exemplo, a 
cobrança de multa ou a desapropriação. Ambas as atividades impõem que a 
Administração ajuíze a respectiva ação judicial. 
Vale ressaltar que a autoexecutoriedade não deixa o administrado sem pro-
teção jurídica, pois sempre será possível a apreciação judicial. As medidas 
judiciais utilizadas são o mandado de segurança (preventivo ou repressivo) e 
o habeas corpus, com pedido de liminar. Se ocorrer o dano, o administrado 
lesado poderá constituir o Poder Público na obrigação de indenizar. 
Ressalta Carvalho Filho (2006, pg. 107) que “no direito privado, são raras as 
hipóteses em que se permite ao particular executar suas próprias decisões. No 
direito público, porém, é admitida a execução de ofício das decisões adminis-
trativas sem intervenção do Poder Judiciário”. 
c) Imperatividade (ou coercibilidade)
A imperatividade, também conhecida como poder extroverso do Estado, é 
o atributo de ato administrativo unilateral que cria para o particular uma obri-
gação, independentemente de sua anuência. Não está presente em todos os 
atos, tais como os enunciativos e negociais, que os dispensam. Todavia, os atos 
que consubstanciam um provimento ou uma ordem administrativa (atos nor-
mativos, ordinatórios ou punitivos) nascem sempre com a imperatividade, com 
força impositiva própria do Poder público, e que obriga o particular ao seu fiel 
atendimento, sob pena de se sujeitar à execução forçada pela Administração 
(atos autoexecutórios) ou pelo Poder Judiciário (atos não-executórios). 
Para Carvalho Filho (2006, p. 106), “imperatividade, ou coercibilidade, signifi-
ca que os atos administrativos são cogentes, obrigando a eles todos quantos 
se encontrem em seu círculo de incidência (ainda que o objetivo a ser por ele 
alcançado contrarie interesses privados)”. 
Como exemplo, têm-se a desapropriação por intermédio de decreto expropriatório.
Curso de Habilitação ao Quadro auxiliar de ofiCiais
32
2.3.1.6 Extinção dos atos administrativos
O ciclo vital de um ato administrativo encerra-se de diversas maneiras. Embora 
a extinção devesse ocorrer pelo cumprimento de seus efeitos, evidentemente 
existem outras formas anômalas pelas quais ocorre a extinção. 
Serão abordadas suas principais modalidades, em conformidade com a visão 
doutrinária de alguns dos principais estudiosos do tema, como Carvalho Filho, 
Di Pietro e Mazza.
a) Extinção natural 
A extinção natural é a que ocorre pelo cumprimento normal dos efeitos do 
ato. O cumprimento de seus efeitos pode ser exemplificado no caso do cum-
primento da obrigação assumida por uma OM de Engenharia, ao término da 
construção de uma estrada federal. 
b) Extinção subjetiva 
A extinção subjetiva “ocorre com o desaparecimento do sujeito que se benefi-
ciou do ato”. Por exemplo: o cessionário que vem a falecer. 
c) Extinção objetiva 
A extinção ocorre quando, depois de praticado o ato, desaparece seu objeto. 
Por exemplo: a interdição de um estabelecimento que se extingue por ter se 
incendiado.
d) Caducidade
A caducidade caracteriza-se quando ocorre a perda dos efeitos jurídicos de um 
ato em virtude de norma jurídica superveniente contrária a que respaldava a 
prática do ato. Por exemplo: uma permissão para uso de um bem público per-
tencente a uma UA, que passa a ser proibida quando lei superveniente proíbe 
o seu uso por particulares. 
e) Renúncia do interessado 
Em algumas circunstâncias, a legislação pertinente admite ao particular a fa-
culdade de extinguir a relação jurídica produzida pelo Ato Administrativo, por 
meio de uma manifestação unilateral de vontade. Por exemplo: o militar que 
pede exoneração do cargo. 
gestão de material e patrimônio - u1 
33
f) Rescisão por inadimplemento 
Nos casos em que o inadimplemento culposo pode ser imputado ao particular, 
a Administração, como regra, pode rescindir, por ato unilateral de vontade. Por 
exemplo: contrato de prestação de serviços, culposamente não cumprido pela 
empresa contratada. 
g) Força maior e caso fortuito 
Quando o inadimplemento ocorre por fatos “insuscetíveis de previsão” ou de 
“consequências incalculáveis” o ato pode extinguir-se. Por exemplo: um forne-
cimento impossibilitado de ser finalizado por profundas alterações ocorridas 
em decorrência de uma catástrofe natural. 
h) Anulação 
É a declaração de invalidado de um ato administrativo ilegítimo ou ilegal, feita 
pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário. Baseia–se, portanto, em 
razões de legitimidade ou legalidade, diversamente da revogação que se funda 
em motivos de conveniência ou de oportunidade e, por isso mesmo, é privativa 
da Administração. 
A Administração, reconhecendo que praticou um ato contrário à lei, tem o 
dever de anulá-lo. Se não o fizer, pode o interessado pedir ao Judiciário que 
declare a sua invalidade, por meio de anulação. 
O pronunciamento de nulidade opera efeitos [ex tunc], retroagindo às origens 
do ato, desfazendo todos os vínculos entre as partes e obrigando-as à reposi-
ção das coisas ao status quo ante. 
São exemplos: uma anulação de ato que homologou a descarga de um mate-
rial por ter sido identificado que o parecer técnico foi realizado por profissional 
não habilitado e uma anulação de inclusão de um material no patrimônio da 
UA, por não ter sido elaborado o Termo de Recebimento e exame de material.
O Agente Diretor não deve deixar de anular os atos ilegais tempestivamente, 
mesmo que tenham sido por ele praticados, sob pena de poder ser responsabi-
lizado por sua omissão, além de ocasionar prejuízos à gestão de material.
i) Revogação 
Revogação é a supressão de um ato administrativo legítimo e eficaz, realizada 
privativamente pela Administração, por ter se tornado inconveniente e inopor-
tuno ao interesse público, ou seja, por não mais atender ao interesse público. 
Ex tunc: expressão de 
origem latina que signi-
fica dizer que a decisão é 
retroativa à origem do ato 
anulado, desconsiderando 
tudo o que o foi realizado a 
partir do mesmo.
Curso de Habilitação ao Quadro auxiliar de ofiCiais
34
A revogação é realizada pela Administração, e somente por ela, por não mais 
lhe convir sua existência. 
Produz efeitos [ex nunc], ou seja, seus efeitos operam a partir do presente, 
porque desfazem atos dotados de legalidade. O ato de revogação é irretroati-
vo, pois incide sobre ato legal que produziu efeitos válidos; assim, a revogação 
não atinge efeitos já produzidos pelo ato revogado, que permanecem no mun-
do jurídico, cessando os efeitos deste do momento da revogação para o futuro. 
Note-se que, em relação a essas duas últimas modalidades de extinção dos 
atos administrativos, o poder da administração pública é mais amplo do que 
o da Justiça. Sempre que verificada a necessidade de sua supressão, a Admi-
nistração poderá revogá-los, por questões de oportunidade e conveniência, 
ou anulá-los, por questão de ilegalidade. Em contrapartida, o Poder Judiciário 
só pode anulá-los por questões de ilegalidade. Assim, a Administração con-
trola seus atos em toda a sua plenitude,sob os aspectos da oportunidade, 
conveniência, justiça, conteúdo, forma, finalidade, moralidade e legalidade, 
enquanto o controle do Judiciário se restringe ao exame da legalidade, ou seja, 
da conformação do ato com o ordenamento jurídico que a Administração se 
subordina para sua prática. 
j) Cassação 
Ocorre a cassação quando atos originalmente legítimos tornam-se ilegais na 
sua execução, podendo, assim, serem cassados. Por exemplo: a cassação de 
patente de um produto farmacêutico por ter se mostrado lesivo ao usuário; 
um alvará de licença para construir, expedido legalmente, mas cassado por ter 
descumprido na execução da obra licenciada.
k) Contraposição 
A edição posterior de ato administrativo esvazia o conteúdo do ato preceden-
te, por contraposto que é. A contraposição existirá sempre que determinado 
ato administrativo extinguir ato precedente, independentemente de expressa 
revogação. Por exemplo: o ato de nomeação de um militar. Seu contrapos-
to direto vem a ser o ato de exoneração desse mesmo militar. Essa situação 
denota, sem sombra de dúvida, que o segundo ato, em razão de seu objeto, 
esvaziou o conteúdo do primeiro. 
Ex nunc: expressão de 
origem latina que significa di-
zer que a decisão não retroage 
à origem do ato anulado, só 
vale a partir dali.
gestão de material e patrimônio - u1 
35
2.3.2 Fatos administrativos
Os efeitos jurídicos decorrentes dos atos administrativos típicos realizados 
pelos integrantes de uma UA resultam em fatos administrativos que podem 
ser descritos como a atividade material do órgão, ou seja, indicam tudo o 
que retrata uma alteração dinâmica na Administração Militar. Por exemplo: a 
compra de um material, a descarga de um MEM, a demissão de um militar etc.
Nem todo fato administrativo resulta de um ato administrati-
vo ou de um conjunto de atos administrativos.
Há fatos administrativos que, embora também sejam voluntários, são con-
sequências de condutas administrativas, isto é, de ações da Administração não 
formalizadas por atos administrativos, como, por exemplo, uma alteração do 
local de determinado depósito, e há outros que resultam de situações de ordem 
natural, como os fenômenos da natureza. Podemos exemplificar, citando uma 
tempestade que destelhou a reserva de material de determinada subunidade.
Sempre que se fizer referência a um fato administrativo, deve-se ter a noção 
de que ocorreu um evento dinâmico da Administração causado por evento 
voluntário ou natural.
2.4 aGentes da administraÇão: FunÇões, atribuiÇões 
e responsabilidades
Os agentes da Administração são todos agentes públicos, militares e civis, res-
ponsáveis por quaisquer procedimentos referentes à gestão dos bens pecunia-
riamente mensuráveis pertencentes a uma UA.
Todos os agentes da Administração possuem atribuições específicas atinentes à 
administração de material, conforme previsto no Decreto nº 98.820, de 24 de 
maio de 1990 (Regulamento de Administração do Exército – RAE/R3).
Alguns integrantes das UA, mesmo não ocupando os cargos ou funções dire-
tamente ou indiretamente ligadas às atividades administrativas, poderão ter 
responsabilidades relacionadas à gestão do material. 
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36
2.4.1 Agentes da administração
São agentes da Administração, diretamente ou indiretamente responsáveis 
pela gestão do material e do patrimônio:
•	 Agente Diretor.
•	 Agentes Executores Diretos:
- Fiscal Administrativo;
- Encarregado do Setor de Contabilidade (contador);
- Encarregado do Setor de Finanças (tesoureiro);
- Encarregado do Setor de Material (almoxarife);
- Encarregado do Setor de Aprovisionamento (aprovisionador).
•	 Agentes executores indiretos:
- Comandante de subunidade;
- Chefe de serviços;
- Oficiais em geral;
- Oficial de dia;
- Subtenente;
- Encarregados de depósitos, de oficinas ou de material.
Qualquer pessoa física a que se tenha atribuído competência para exercer ativi-
dade administrativa de acordo com a legislação em vigor.
Os agentes da Administração, para que possam realizar suas funções, poderão 
ter auxiliares, designados pelo Agente Diretor, conforme previsão do Quadro de 
Cargos Previstos (QCP) da UA, sendo considerados agentes executores indiretos.
2.4.2 Cargo, funções, atribuições e responsabilidades
O artigo 3º da Lei nº 8.112/90 definiu o cargo público como “o conjunto de 
atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que de-
vem ser cometidas a um servidor”. 
Em uma UA, existem vários cargos previstos em QCP, tais como: comandante, 
sub-comandante, fiscal administrativo, almoxarife, aprovisionador, entre ou-
tros. Cada cargo possui um rol de funções que podemos, nesse caso, denomi-
nar encargos ou atribuições.
gestão de material e patrimônio - u1 
37
Todo cargo possui funções, e não existe um cargo sem encargos e responsabili-
dades. Entretanto, há funções que não têm vinculação a quaisquer cargos.
Dentre os agentes executores de atividades administrativas, há, por exemplo, a 
de agente diretor, que é uma das funções previstas para o cargo de Cmt OM.
Há a função de oficial-de-dia que não está ligada especificamente a nenhum 
cargo. Nesse caso, essa função possui, no que tange à função administrativa, 
vários encargos e responsabilidades.
Existe, também, entre os agentes executores indiretos, a indicação de que to-
dos os oficiais e subtenentes têm responsabilidades administrativas, sendo que 
estes não são cargos nem funções. O primeiro é gênero, cujas espécies são os 
vários postos previstos na legislação castrense, o segundo é uma praça.
Por último, há, ainda, a previsão de que quaisquer pessoas físicas, além das 
descritas no rol do artigo 21 do RAE, podem receber competência para realizar 
atividades administrativas, sendo-lhes atribuídas responsabilidades.
Conforme Carvalho Filho (2006, p. 514), “a função pública é a atividade em si 
mesma”, ou seja, função é sinônimo de atribuição e corresponde às inúmeras 
tarefas que constituem o objeto dos serviços prestados pelos servidores públicos.
2.4.2.1 Atribuições dos agentes da administração
São atribuições dos agentes da administração referentes à administração de 
material e patrimonial:
a) Agente diretor
O comandante, chefe ou diretor de OM, quando está exercendo, de uma ma-
neira geral, as atividades administrativas da UA, é denominado Agente Diretor 
(AD), sendo que, no exercício específico da administração patrimonial denomi-
na-se Ordenador de Despesas (OD).
A função de Agente Diretor pode ser delegada, integralmente ou parcial-
mente, nas unidades comandadas ou chefiadas por Oficial General, devendo 
a autoridade delegante fiscalizar o trabalho do agente delegatário, a fim de 
verificar se a função está sendo desempenhada conforme suas ordens e a 
legislação vigente. 
Curso de Habilitação ao Quadro auxiliar de ofiCiais
38
Entre os principais encargos previstos para o AD no tocante à administração de 
material e patrimonial, pode-se destacar:
•	 Supervisão de todas as atividades administrativas da UA; 
•	 Assinatura dos documentos relacionados à sua atividade; 
•	 Conferência dos documentos elaborados pelos agentes da administração; 
•	 Fiscalização da escrituração patrimonial; 
•	 Verificação das passagens de funções, a fim de manter a escrituração 
dos bens distribuídos em ordem e atualizada: 
•	 Publicação da situação patrimonial por ocasião da passagem de coman-
do, chefia ou direção; 
•	 Verificação da exata situação patrimonial, até trinta dias da assunção do 
comando, chefia ou direção e consequente publicação do apurado; 
•	 Determinação das compras, serviços e alienações; 
•	 Manutenção dos documentoscomprovatórios dos atos e fatos adminis-
trativos arquivados conforme a previsão legal; 
•	 Determinação dos ressarcimentos e sanções referentes aos prejuízos 
causados à Fazenda Nacional; 
•	 Instauração de sindicância, inquérito técnico e inquérito policial militar 
para apuração de responsabilidades dos gestores de material da OM; 
•	 Determinação do afastamento do cargo ou impedimento para o exer-
cício da função dos responsáveis por prejuízos causados à Fazenda 
Nacional; 
•	 Remessa ao Escalão Superior de documentos relativos ao patrimônio 
da OM;
•	 Remessa à Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército (ICFEx) de 
vinculação do rol dos responsáveis pela administração da OM e ime-
diatamente as substituições de OD ao Centro de Controle Interno do 
Comando do Exército (CCIEx) e à ICFEx.
O AD é o responsável por todos os atos e fatos administrati-
vos da UA e desempenha as suas funções através dos agentes 
executores diretos e indiretos, que o auxiliam na execução de 
todas as atividades administrativas da unidade.
gestão de material e patrimônio - u1 
39
A função de OD também pode ser delegada pelo Cmt/Ch/Dir de OM, em regra, 
nas unidades comandadas, chefiadas ou dirigidas por Oficial General, nas uni-
dades possuidoras de Base Administrativa ou nas unidades não possuidoras de 
Base Administrativa quando, justificadamente e devidamente autorizado pela 
Secretaria de Economia e Finanças (SEF), não puder desempenhar essa função 
devido às complexidades e particularidades da UA, observando-se em todos os 
casos a compatibilidade hierárquica entre os agentes da Administração.
b) Agentes executores diretos
Os agentes executores diretos são os agentes da administração da UA que, 
auxiliados por outros militares ou servidores civis, ou seja, adjuntos, auxiliares 
e outros agentes, são responsáveis pela coordenação e controle das atividades 
administrativas e, também, pelo assessoramento do agente diretor.
•	 Fiscal administrativo
Em relação à administração patrimonial e do material, o fiscal administrati-
vo é responsável pelo assessoramento do agente diretor e do ordenador de 
despesas, cabendo-lhe:
- O seu planejamento, coordenação e controle; 
- O estudo, para apreciação do AD, de toda a documentação per-
tinente; 
- A fiscalização dos registros contábeis; 
- A retirada de dúvidas dos demais agentes subordinados; 
- A prestação de informação ao AD sobre quaisquer irregularidades 
que verificar, a fim de que se evite danos e/ou prejuízos à Fazenda 
Nacional; 
- A publicação do movimento de entrada e de saída do [material 
permanente] e de consumo;
- A orientação e supervisão do recebimento e exame de material; 
- A solicitação de técnicos ou peritos para exame qualitativo de 
material; 
- A assistência, se possível, do fornecimento de material às seções e 
subunidades; 
- O diligenciamento para que informações sobre o patrimônio sejam 
enviadas com presteza e perfeição aos escalões administrativos;
material permanente: 
é todo bem (artigo, equipa-
mento ou conjunto operacio-
nal ou administrativo) que 
tem durabilidade prevista su-
perior a dois anos e que, em 
razão de seu uso, não perde 
a sua identidade física nem 
se incorpora a outro bem. 
destina-se ao uso contínuo e 
deve ser incluído em carga.
Curso de Habilitação ao Quadro auxiliar de ofiCiais
40
- A informação e realização de pareceres sobre os assuntos de sua 
competência;
- A informação ao AD, tempestivamente, sobre o registro dos bens 
patrimoniais e o estado de conservação dos materiais;
- O pleno conhecimento das variações patrimoniais, a fim de reali-
zar apresentações sempre que solicitado; 
- A orientação à descrição dos atos e fatos administrativos que 
devem ser publicados em Boletim Interno (BI).
O fiscal administrativo é o principal assessor do Cmt OM no tocante aos 
cuidados com o meio ambiente, cabendo-lhe, em relação à administração 
do material da UG o gerenciamento de projetos que visem evitar danos ao 
meio ambiente, havendo a necessidade de conferir especial atenção ao des-
tino das sobras, dos resíduos e do material descarregado, cujo destino seja 
o descarte, a não contaminação do lençol freático, do mar, dos rios e dos 
lagos, ao corte de árvores e à preservação dos animais de todas as espécies.
O Exército Brasileiro tem se preocupado com o meio ambiente, elaborando 
várias regras para que se evitem prejuízos ao meio ambiente, sendo bas-
tante importantes para a administração do material, principalmente em 
relação à destinação das sobras, dos resíduos e de outros materiais cujo 
descarte pode causar danos ambientais. 
•	 Encarregado do Setor de Contabilidade
O Setor de Contabilidade está previsto em algumas OM, como, por exem-
plo, na AMAN, e o seu chefe é o agente responsável pelos registros contá-
beis referentes ao patrimônio.
•	 Encarregado do Setor de Finanças
O encarregado do Setor de Finanças tem a responsabilidade de informar 
ao fiscal administrativo, conforme determinado pela ICFEx, uma relação de 
todo o material permanente e de consumo pago pela UA.
•	 Encarregado do Setor de Material
O encarregado do Setor de Material é o responsável, em regra, pela 
execução das atividades de aquisição, alienação de material e de [con-
tratação de serviços] de reparações do material da UA, bem como pela 
administração do material, a seu cargo, segundo a legislação em vigor, 
cabendo-lhe especificamente:
Para se obter mais informa-
ções sobre regulamentação 
ambiental do exército Brasilei-
ro, consulte a Portaria nº 386, 
do Cmt ex, de 09 de junho de 
2008 (iG 20-10), que versa 
sobre o Sistema de Gestão am-
biental no Âmbito do exército 
Brasileiro (SiGaeB) e a Porta-
ria nº 001-deC, de 26 de se-
tembro de 2011 (iR 50-20), 
que regulamenta o SiGaeB.
contratação de serviço: 
é a formalização da prestação 
de um determinado serviço, a 
ser pago em dinheiro.
gestão de material e patrimônio - u1 
41
- A contabilidade do material sob a sua gestão;
- A elaboração de pedidos de aquisição de material e de prestação 
de serviços ao fiscal administrativo;
- A prestação de informações ao fiscal administrativo periodicamen-
te, conforme determinação da ICFEx, o movimento de entrada e 
de saída de material dos depósitos do almoxarifado;
- A distribuição de material às seções e subunidades da UA, confor-
me ordem do AD ou autorização do fiscal administrativo;
- A identificação do material a ser distribuído pelo almoxarifado às 
seções e subunidades da UG;
- O recebimento do material destinado à UG, adquirido diretamen-
te no comércio ou fornecido pelos órgãos provedores ou de ma-
nutenção, salvo os gêneros de subsistência, que serão recebidos 
pelo aprovisionador;
- A manutenção atualizada de uma relação de todo o material dis-
tribuído sem responsável direto e permanente;
- O acondicionamento do material a ser remetido às seções e subuni-
dades da UA ou a outra OM, confeccionando as respectivas guias;
- A prestação de informação a respeito da matéria-prima consumi-
da nos serviços executados nas oficinas.
Os encargos de almoxarife são pertinentes aos gestores de 
quaisquer depósitos das UA, no que lhes for cabíveis.
•	 Encarregado do Setor de Aprovisionamento
O encarregado do Setor de Aprovisionamento é o responsável pela aquisi-
ção de gêneros, alienação de material e contratação de serviços do setor, 
bem como pela administração de todo o material sob sua responsabilida-
de, competindo-lhe o recebimento, estocagem e distribuição de gêneros 
alimentícios, receber todo o material destinado ao setor e controlar os 
gêneros existentes nos depósitos.
Atualmente, cresce de importância a implementação de medidas visando a

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