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O processo do Planejamento Estratégico

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AULA 2 
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 
Profª Patricia Carla Ferreira 
 
 
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CONVERSA INICIAL 
Nesta aula, abordaremos o processo do planejamento estratégico em si, 
ou seja, trabalharemos com a definição de missão, visão, valores e objetivos 
organizacionais. 
CONTEXTUALIZANDO 
O intuito desta aula é oferecer uma visão geral sobre estratégia no contexto 
das organizações e discutir as diferentes formas de entender a estratégia na 
prática organizacional. Aproveite e boa aula! 
TEMA 1 – O PROCESSO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 
O planejamento impulsiona as demais ações, ou seja, é o caminho a seguir, 
a antevisão do que será feito, com base na análise da realidade objetiva, sendo 
muito importante porque permite: 
 O protagonismo na condução das ações e a tomada de decisões 
antecipadamente; 
 A racionalização do trabalho, com menos esforço e melhores resultados; 
 A economia de recursos; 
 O fortalecimento da autodisciplina, uma vez que todos os envolvidos 
conhecem o que deverá ser feito; 
 A conquista de autonomia e da flexibilidade; 
 A obtenção de resultados mais facilmente; 
 Melhor controle das ações e dos resultados; 
 Tomada de decisões com maior facilidade. 
Um processo de planejamento bem-construído gera um nível de 
aprendizado organizacional, de integração e de entendimento coletivo sobre 
estratégia, que pode ser o grande diferencial de uma organização. Temos três 
níveis de planejamento, considerando os níveis hierárquicos. Vejamos cada um 
deles: 
1. Planejamento estratégico: vale-se de diversos processos para indicar o 
melhor rumo a ser seguido por uma organização. É responsabilidade dos 
 
 
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diretores, dos níveis hierárquicos mais altos. É um planejamento de longo 
prazo. 
2. Planejamento tático: o principal foco são os recursos a serem utilizados 
para alcançar os objetivos. Assim, é o “desenrolar” do planejamento 
estratégico, sendo responsabilidade dos níveis intermediários da 
organização, como os gestores de diferentes áreas (financeira, marketing, 
pessoal e outras). É um planejamento de médio prazo. 
3. Planejamento operacional: nele se efetivam as ações sendo, portanto, 
responsabilidade daqueles que as executam no cotidiano da organização. 
É um planejamento de curto prazo. 
Enquanto o planejamento estratégico é amplo, os planejamentos tático e 
operacional são desdobramentos que permitem a aplicação do primeiro. O quadro 
a seguir sintetiza esses três níveis de planejamento. Confira! 
Quadro 1 – Níveis 
 
Fonte: Elaborado com base em Chiavenato; Sapiro, 2009. 
Chiavenato e Sapiro (2009) apresentam um modelo geral do processo 
estratégico, sendo seu propósito a formulação das estratégias e a sua 
implementação por meio de programas táticos, considerando sete premissas: 
 
 
 
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1. Sistemático: o planejamento estratégico tem relação com o 
comportamento sistêmico e holístico; 
2. Foco no futuro: o planejamento estratégico está orientado para longo 
prazo; 
3. Criação de valor: a estratégia não serve somente a alguns dos públicos 
de interesse (stakeholders) da organização, pois deve criar valor a todos 
eles; 
4. Participação: o planejamento estratégico deve ser formulado por todos os 
membros da organização, e ser entendido por todos eles; 
5. Continuidade: o planejamento estratégico não é descontínuo. Afinal, 
quanto maior a mudança no ambiente organizacional, mais é necessário 
fazer e refazer, continuamente, o planejamento estratégico; 
6. Implementação: o planejamento estratégico precisa ser posto em prática 
por todas as pessoas da organização, em todas as suas ações, e todos os 
dias; 
7. Monitoramento: é preciso que o desempenho e os resultados di 
planejamento estratégico sejam avaliados. 
TEMA 2 – MISSÃO 
A missão é a principal incumbência da organização, aquilo a que ela se 
destina, o que ela oferece. A declaração de missão define o negócio, o público-
alvo, o objetivo principal da organização. 
Para facilitar a elaboração da declaração de missão, você pode buscar 
respostas a quatro perguntas: 
1. O que a empresa faz? 
2. Por que ela faz? 
3. Para quem ela faz? 
4. Como ela faz? 
Agora, veremos duas declarações de missão de empresas conhecidas. 
 “Servir comida de qualidade, proporcionando sempre uma experiência 
extraordinária.” 
 “Alegrar pessoas.” 
 
 
 
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Você conseguiu descobrir de quais empresas estamos falando? As 
declarações de missão são, respectivamente: 
 Do McDonald’s: “Servir comida de qualidade, proporcionando sempre uma 
experiência extraordinária” é a declaração de missão do McDonald’s, por 
meio da qual podemos identificar seu ramo e seu negócio, que é a 
alimentação. Tal declaração é clara e objetiva, e trabalha com uma 
necessidade de muitas pessoas: a alimentação rápida. 
 Da Walt Disney: “Alegrar pessoas” é a declaração de missão da Walt 
Disney. Apesar de bastante abstrata e incompleta, pois não apresenta 
claramente resposta a todas as perguntas, deixa claro que o negócio da 
empresa é o entretenimento e, sem dúvida alguma, transmite a razão de 
ser da empresa, dando aos colaboradores uma noção do propósito de seu 
trabalho. 
Quando falamos em declaração de missão, precisamos lembrar que ela 
não precisa ser definitiva, mas sim atualizada, direcionada à atuação da empresa 
e ao seu ambiente. 
TEMA 3 – VISÃO 
A visão é aquilo que a organização almeja. Enquanto a missão é aquilo a 
que a organização se destina (sendo, portanto, permanente), a visão pode mudar 
com o decorrer do tempo. É importante que a visão esteja em conformidade com 
a missão, para que os propósitos sejam alcançados. 
Ao definir a visão da organização, é necessário considerar que: 
 Ela deve ser plausível; 
 Ela precisa ter um foco bem definido; 
 Ela deve atender a todos os grupos de interesse. 
Chiavenato e Sapiro (2009) mostram que o alinhamento entre missão e 
visão pode ser assegurado da seguinte forma: 
 Esclarecer a todos os grupos de interesse a direção de negócios. Para isso, 
a visão precisa ser genérica e elevada, visando contemplar todos os grupos 
de interesse, sem esquecer nenhum; 
 Descrever uma condição futura; ou seja, a visão deve apresentar o futuro 
ideal, viabilizado pela contribuição de todos os grupos de interesse; 
 
 
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 Motivar os grupos de interesse envolvidos a executarem as ações 
necessárias, pois a visão deve transmitir entusiasmo e energia, fazendo 
com que todos se envolvam e estejam dispostos a trabalhar pela sua 
concretização; 
 Oferecer foco, já que uma visão clara faz com que todos os envolvidos 
tenham uma base comum de esforços e organização; 
 Inspirar as pessoas a trabalharem em direção a um conjunto integrado de 
objetivos, porque a visão precisa despertar nas pessoas a vontade de 
canalizar as energias para a sua realização. É a visão que faz com que se 
queira “vestir a camisa”. 
Agora que entendemos o que é a visão organizacional, vamos conhecer a 
visão das empresas das quais já conhecemos a missão anteriormente: 
 Do McDonald’s: “Duplicar o valor da companhia, ampliando a liderança”. 
 Da Walt Disney: “Criar um mundo em que todos possam sentir-se crianças”. 
Talvez você esteja pensando que é fácil fazer isso em uma empresa 
qualquer, mas que em uma escola é diferente. Verdade: não temos dúvida de que 
em uma instituição escolar isso seja diferente, pois a escola – compreendida aqui 
como o estabelecimento no qual é ministrado, sistematicamente, um ensino 
coletivo – trabalha com o ensino, com a educação, um trabalho não material do 
qual não se pode mensurar o produto. 
TEMA 4 – VALORES 
Os valores exprimem oque a organização pretende, o que lhe é bom e 
ambicionado. Eles servem de inspiração, norteando as ações e comportamentos 
dos colaboradores. Devido à sua importância, podem ser considerados o núcleo 
da cultura da organização, pois externam a intenção estratégica. Portanto, não 
são negociáveis e carecem ser difundidos pelos líderes, sobretudo por meio de 
exemplos. 
Para que, de fato, todos os colaboradores sigam tais princípios, é primordial 
que conheçam a missão e a visão da organização, além de estarem situados nos 
processos de planejamento estratégico. Além disso, um sistema de incentivo pode 
ser eficiente. 
 
 
 
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TEMA 5 – OBJETIVOS 
Os objetivos revelam os valores e as finalidades da organização, expressos 
em perspectivas futuras. É onde se pretende chegar. 
Para que sejam efetivados, os objetivos são desdobrados em metas. As 
metas são tarefas para alcançar os objetivos. Assim, para um objetivo, podemos 
ter uma ou várias metas. Quando as metas são atingidas, o objetivo é alcançado. 
É primordial que tenhamos objetivos e metas bem definidos para 
chegarmos ao sucesso. 
Um objetivo é uma posição ou situação que a organização quer atingir, o 
que ela almeja, e seu alcance é o que determina a eficiência da organização. 
Quantas vezes ouvimos falar que determinado esportista ou determinada equipe 
jogou muito bem, mas não alcançou a vitória? Ora, qual o objetivo de uma disputa 
senão a vitória? Se não conseguiu vencer, o objetivo foi alcançado? É evidente 
que não. Podemos concluir, então, que o jogador ou a equipe não foram eficientes. 
Em uma organização, um objetivo pode ter várias funções: 
 Indicar uma direção a seguir; 
 Justificar as ações e as atividades da organização; 
 Servir como indicador para a mensuração da produtividade; 
 Servir como indicador para a mensuração do sucesso da organização. 
É importante que haja acompanhamento dos objetivos, para verificar o seu 
cumprimento e a sua superação, identificando a necessidade de adaptações e/ou 
alterações. 
FINALIZANDO 
Quando se trabalha com planejamento estratégico, ter missão, visão e 
valores bem definidos é fundamental. É partir dessas definições que serão 
elaborados planos de ação para alcançar os resultados planejados. 
LEITURA OBRIGATÓRIA 
Texto de abordagem teórica 
ROCHA, Á. G. F. Planejamento e gestão estratégica. São Paulo: Pearson, 
2012. 
 
 
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Texto de abordagem prática 
SOUSA, J. C.; DIAS, P. H. R. de C. Intregração do planejamento estratégico ao 
pensamento estratégico. Revista de Ciências da Administração, v. 19, n. 47, p. 
29-44, abr. 2017. Disponível em: 
<http://www.redalyc.org/html/2735/273551593003/>. Acesso em: 30 set. 2018. 
Saiba mais 
O HOMEM que mudou o jogo. Direção: Richard Loncraine. EUA: Columbia 
Pictures, 2011. 113 min. 
Baseado numa história real, o filme mostra como estratégias de gestão 
influenciam o resultado. 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
CHIAVENATO, I.; SAPIRO, A. Planejamento estratégico. 2. ed. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2009. 
FERREIRA, A. B. de H. Novo dicionário Aurélio: século XXI. Rio de Janeiro: 
Nova Fronteira, 1999. v. 1. 
LACOMBE, F. J. M.; HEILBORN, G. L. J. Administração: princípios e tendências. 
Saraiva, 2008. 
LODI, J. B. Estratégia de negócios: planejamento a longo prazo. Revista de 
Administração de Empresas, v. 9, n. 1, p. 5-32, 1969. 
OLIVEIRA, D. P. R. de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e 
práticas. 31. ed. São Paulo: Atlas, 2013. 
SERRA, F. A. R.; TORRES, M. C. S.; TORRES, A. P. Administração estratégica: 
conceitos, roteiro prático e casos. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso Editores, 
2003.

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